S&P aponta para subida do rating do BCP
Agência norte-americana manteve a classificação de risco do banco português, mas melhorou o outlook para positivo devido ao aumento das receitas com juros e acumulação de capital.
A Stantard & Poor’s manteve o rating do BCP no nível “BB+”, perto de sair do patamar de investimento especulativo, mas melhorou as perspetivas de evolução (outlook) de estáveis para positivas, o que antecipa uma subida da classificação de risco no próximo ano a ano e meio.
Para esta decisão, a agência norte-americana justifica que “o desempenho operacional do BCP deverá continuar a melhorar em 2023 e 2024” à boleia do aumento das taxas de juro, o que suportará “a acumulação de capital”. Nesse sentido, desde que os custos jurídicos extraordinários decorrentes da subsidiária polaca Bank Millennium não excedam as nossas expectativas, “o rácio de capital ajustado ao risco (RAC) do BCP poderá melhorar e situar-se sustentavelmente acima dos 7% até 2024”, o que permitirá uma subida do rating e consequente entrada no patamar de investimento de qualidade.
Os analistas aplaudem as medidas tomadas pelo banco para reforçar o capital, incluindo a redução dos ativos por impostos diferidos e a redução do valor da participação na seguradora Ageas após entrega de dividendos. “Assim, o rácio RAC do BCP poderá consolidar-se de forma sustentada acima de 7% nos próximos 12-18 meses”, antecipa a agência.
Em termos operacionais, apesar da previsão de um aumento dos custos devido à inflação, o banco liderado por Miguel Maya “deverá manter-se mais eficiente do que os pares, com o rácio cost-to-income a rondar os 37% (face aos 52% da média dos pares)”.
Ainda assim, ainda há muita incerteza quanto ao desfecho do tema dos créditos em francos suíços na Polónia. A S&P prevê que as provisões legais adicionais para o Bank Millennium possam ascender a mil milhões de euros nos próximos três anos, o que permitiria cobrir a 100% da carteira de empréstimos da casa em francos suíços.
Apesar disso, a agência aponta para um aumento do ROE do BCP até aos 10% em 2023 (face aos 4% em 2022), mantendo-se acima dos 10% em 2024. A S&P admite que o banco polaco surpreendeu pela positiva ao recuperar o seu rácio de capital acima dos requisitos mínimos regulamentares antes do tempo.
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