O que disse o ex-adjunto de Galamba na comissão de inquérito à TAP
Na comissão parlamentar de inquérito à TAP, Frederico Pinheiro procura defender-se das acusações de alegado roubo de computador com informação classificada do Ministério das Infraestruturas.
Frederico Pinheiro, ex-adjunto do ministro das Infraestruturas, João Galamba, está a ser ouvido esta quarta-feira na comissão parlamentar de inquérito (CPI) à TAP. O ex-adjunto tem estado no epicentro da polémica sobre a entrega à CPI das notas tiradas por si durante uma reunião de preparação da ex-presidente executiva da TAP, Christine Ourmières-Widener, antes de uma audição na Comissão de Economia do Parlamento, em janeiro, onde participaram deputados do PS e outros elementos do ministério das Infraestruturas.
O antigo adjunto também está a ser ouvido por causa do alegado roubo de um computador do ministério, após a sua exoneração, recuperado depois pelo Serviço de Informações de Segurança (SIS). Nas últimas semanas, O antigo adjunto e o ministro João Galamba deram versões contraditórias sobre o caso.
Nesta quarta-feira, Frederico Pinheiro está a dar a sua versão sobre o caso. Estas são as cinco frases mais marcantes.
“Fui injuriado e difamado pelo ministro e pelo primeiro-ministro”
Acusado de roubar um computador do Estado pelo primeiro-ministro, António Costa, e pelo ministro das Infraestruturas, João Galamba, o ex-adjunto nega as acusações e recusa que tenha furtado o seu computador de trabalho. Diz mesmo que vai avançar judicialmente contra quem o difamou e acusa o Governo de ter montado uma campanha onde se “procurou criar uma narrativa falsa” sobre o que aconteceu.
Frederico Pinheiro acrescentou: “Uma mentira repetida mil vezes só se torna verdade se os detentores da verdade o permitirem e eu não o permitirei”.
“Sou o agredido e não o agressor”
No dia 26 de abril, depois de ter sido exonerado por telefone pelo ministro das Infraestruturas, Frederico Pinheiro dirigiu-se ao ministério para recuperar o seu computador, com elementos do gabinete a tentarem impedi-lo, incluindo o fecho das portas do edifício. Frederico Pinheiro terá alegadamente recorrido a agressões para levar o computador, que continha informação classificada, e chamado a polícia para conseguir sair do ministério.
O ex-adjunto contraria o relato de agressões e diz mesmo que foi segurado por quatro membros do gabinete de João Galamba para tentar não levar o computador de trabalho. Frederico Pinheiro disse ainda que ligou para a PSP porque estava a ser sequestrado no edifício do ministério. Só depois da chegada de quatro agentes é que o ex-adjunto terá conseguido sair do ministério, deslocando-se de bicicleta no regresso a casa.
“Fui ameaçado pelo SIS”
Depois do incidente no ministério, o SIS foi chamado para recuperar o computador de trabalho de Frederico Pinheiro. A intervenção suscitou polémica, ao ser considerada desproporcionada ou mesmo ilegal.
Frederico Pinheiro recusa que tenha furtado o seu computador de trabalho, recuperado posteriormente pelo SIS. O ex-adjunto diz que manifestou vontade em devolver o computador, tendo mesmo enviado uma mensagem na noite de 26 de abril ao CEGER (Centro de Gestão da Rede Informática do Governo) com conhecimento do ministro e da chefe de gabinete a mostrar disponibilidade para devolver o computador.
O antigo funcionário lamenta ainda “toda a colação e abuso de poder” a que foi sujeito para a recuperação do computador. “Porquê? Porque era no computador que eu guardava as notas sobre todas as reuniões em que participava e não no telemóvel”, acrescentou.
“Foi apagado todo o registo de conversas no WhatsApp”
Com conhecimento do ministro, a chefe de gabinete de João Galamba, Eugénia Correia, terá pedido uma intervenção no telefone de serviço de Frederico Pinheiro a pedir uma intervenção no seu telefone de serviço para aceder às mensagens trocadas entre o ex-adjunto e a antiga líder da TAP. Christine Ourmières-Widener tinha ativada a opção de apagar as mensagens de WhatsApp após cinco dias.
A intervenção, no entanto, não correu bem e levou a que tenha “sido apagado todo o registo de conversas no WhatsApp” que tinha no telemóvel.
“Nunca soneguei informação para a atividade política dos Governos com que trabalhei”
Frederico Pinheiro salientou que foi adjunto de três Governos de António Costa, primeiro no gabinete do Secretário de Estados dos Assuntos Parlamentares e depois dos ministros das Infraestruturas, cumprindo sempre de forma “empenhada” e “leal” as suas funções, nomeadamente quando cooperou com o gabinete do primeiro-ministro. “Nunca soneguei informação para a atividade política dos Governos com que trabalhei”, disse. “Creio que foi por isso que fui convidado para integrar o gabinete” de João Galamba.
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