Governo mais ambicioso quer 85% de renováveis no mix elétrico até 2030

Até 2030, o Governo quer que 85% da energia consumida seja proveniente de fontes renováveis. Novo Plano Nacional de Energia e Clima reforça potência de energia solar instalada até final da década.

O Governo reviu e reforçou as metas previstas no Plano Nacional de Energia e Clima (PNEC) para 2030, apresentado em 2020, apontando agora para uma maior quota de energias renováveis na produção de eletricidade até ao final desta década.

No documento divulgado esta sexta-feira, último dia do prazo para entrega desta revisão, tal como foi pedido pela Comissão Europeia, o Ministério do Ambiente e da Ação Climática (MAAC) pretende reforçar a ambição de incorporação de energias renováveis no mix elétrico, prevendo atingir um mínimo de 85% já em 2030. Na versão anterior do PNEC, a ambição do Governo era chegar ao final da década com 80% de renováveis no mix elétrico.

A ambição renovada acompanha a posição assumida pelo Governo nos últimos meses, altura em que garantiu que o país seria capaz de cumprir com a meta dos 80% de renováveis na eletricidade já em 2026. Ademais, acontece depois de Espanha ter reforçado a mesma meta, prevendo chegar ao final de 2030 com 81% de renováveis incorporadas no mix elétrico.

Além de reforçar a incorporação de energias “verdes” na produção de eletricidade, o Governo também reforçou o valor mínimo de energia renovável consumida pelo setor dos transportes. Até ao final da década, esse valor será de 23%, ao contrário dos 20% comunicados no PNEC anterior. Já no consumo final bruto de energia, a ambição salta de 47% para 49%, até 2030.

“O nível de ambição do PNEC 2030 está alinhado com o objetivo de longo prazo de se atingir a neutralidade climática, encontrando-se em estudo a antecipação desta meta para 2045, tal como plasmado na Lei de Bases do Clima”, lê-se no comunicado divulgado esta sexta-feira pelo MAAC.

As renovações a nível de metas ficam por aqui. As metas de redução de emissões e de eficiência energética não sofreram alterações face ao estabelecido no PNEC inicial (menos 55% até 2030), à semelhança das interligações de eletricidade com Espanha que neste novo plano permaneceu inalterado (15%).

Olhando para o restante mix elétrico, surgem algumas novidades, também. Por exemplo, no caso da produção de eletricidade através de produtos petrolíferos, o novo PNEC prevê que a capacidade instalada suba até 0,4 GW, ao invés dos 0,3 GW indicados no documento original.

A energia eólica em terra também sai reforçada. A potência eólicas onshore será de 10,4 gigawatts (GW), em 2030, face aos 9 GW que o anterior PNEC previa até ao final da década (e face aos 5,7 GW atualmente em operação).

Quanto à eólica offshore, cujo o primeiro leilão colocará a concurso quatro lotes de 2 GW, até ao final do ano, o PNEC prevê que essa capacidade esteja já operacional em 2030, sugerindo que os restantes 8 GW só estarão operacionais depois do final da década. Ao todo, o Governo quer leiloar 10 GW de eólicas sobre o mar até 2030.

Relativamente à energia solar, o PNEC revisto prevê que, até 2030, estejam operacionais 20,4 GW de painéis solares: 14,9 GW de potência instalada referente à produção fotovoltaica centralizada (duplicando dos 7 GW previstos no PNEC de 2020) e 5,5 GW referente à produção solar descentralizada (em 2020, a meta era de 2 GW).

No que toca à energia das ondas, esta manter-se-á com uma potência reduzida, em comparação com as restantes do mix elétrico. Se em 2020, o Governo ambicionava instalar 0,07 GW até 2030, agora o PNEC revisto renova a potência para 0,20 GW, até ao final da década.

Feitas as contas, o Governo ambiciona chegar ao final da década com 47 GW de capacidade de produção de eletricidade de várias fontes energéticas, um passo face aos 32 GW que se estimava inicialmente, no PNEC original, e um salto quando comparado com os 23 GW de potência instalada atualmente.

No documento, o Governo assegura ainda que no âmbito da Estratégia Nacional do Hidrogénio, que a capacidade prevista de eletrolisadores até 2030 irá duplicar, saltando de de 2,5 GW para 5,5 GW até ao final da década. Desta forma, explica o gabinete de Duarte Cordeiro, o país será capaz de descarbonizar a indústria nacional, atrair novas indústrias e, ainda, exportar este gás renovável para a União Europeia, “contribuindo assim para a segurança de abastecimentos no espaço europeu”.

A versão preliminar esta sexta-feira apresentada foi enviada à Comissão Europeia, tal como tinha sido pedido aos 27 Estados-membros no âmbito do reforço das metas climáticas e energéticas comunitárias, para 2030. Segundo as contas do Governo, a estratégia de transição energética de Portugal representa 75 mil milhões de euros de investimento em projetos de produção de energia verde (eletricidade e gases renováveis).

(Notícia atualizada pela última vez às 16h11)

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Famalicão tem 328 mil euros para ajudar famílias a pagar rendas

Município de Famalicão investe 328 mil euros no apoio à renda de famílias do concelho. As ajudas monetárias variam entre os 50 e os 100 euros.

A Câmara Municipal de Famalicão vai ajudar 342 famílias do concelho a pagar as rendas das habitações. A concessão destes apoios, atribuídos no âmbito do programa municipal “Casa Feliz – Apoio à Renda” representa para a autarquia famalicense um investimento de aproximadamente 328 mil euros.

Os apoios são divididos em três escalões: o escalão A corresponde a um apoio mensal de 100 euros e foi atribuído a 113 candidatos, o subsídio mensal relativo ao escalão B é de 75 euros e foi atribuído a 183 pessoas, e o escalão C corresponde a um apoio mensal de 50 euros e foi distribuído por 46 candidatos.

“Em Famalicão estamos atentos àquelas que são as reais necessidades das pessoas e o Casa Feliz tem sido, ao longo dos anos, um bom exemplo do quanto a Câmara Municipal está focada nos seus cidadãos, nomeadamente no bem-estar e qualidade de vida”, afirma o social-democrata autarca Mário Passos, em comunicado, relembrando ainda que a área social representa a maior fatia do plano e orçamento para 2023 da Câmara Municipal.

Conferência Famalicão.30. - Estratégia de Desenvolvimento de V. N. Famalicão para 22-30 - 13JAN23
Presidente da Câmara de Vila Nova de Famalicão, Mário PassosRicardo Castelo/ECO

A viver num T1 arrendado em Famalicão, Maria Amélia é uma das beneficiárias do programa “Casa Feliz”. “São 75 euros por mês que, no fim das contas, representam uma ajuda muito boa. É o segundo ano que me candidato e, felizmente, o segundo como beneficiária”, conta Maria Amélia, citada na mesma nota da autarquia.

Este foi também o valor do apoio atribuído pela autarquia a Mariana Silva, residente na freguesia do Louro. “É uma ajuda grande para a minha família que tem perdido rendimentos por força das licenças que temos metido para acompanhar a minha filha que enfrenta problemas de saúde”, sustenta a moradora.

Em 2022, o investimento da autarquia fixou-se nos 292 mil euros, beneficiando 303 famílias.

Para além da vertente de apoio às rendas, em vigor desde 2012, recorde-se que o programa Casa Feliz arrancou em 2005 com uma vertente de apoio às obras. De acordo com a autarquia, com este projeto “as famílias que mais precisam têm acesso a um apoio financeiro até cinco mil euros para a realização de obras de reparação da habitação, proporcionando as condições mínimas de bem-estar”.

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Parlamento elege novos membros para a Entidade Reguladora da Comunicação Social

  • Lusa
  • 30 Junho 2023

As eleições para a ERC estiveram agendadas várias vezes desde abril passado, mas foram adiadas por atraso do PSD na indicação dos seus nomes, que só foram tornados públicos no início deste mês.

O parlamento elegeu esta sexta-feira, por voto secreto, com maioria superior a dois terços, a lista conjunta apresentada pelo PS e PSD com quatro novos membros para o Conselho Regulador da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC).

Segundo os dados anunciados em plenário pela mesa da Assembleia da República, para a ERC, em 196 votantes, a lista composta por Helena Sousa (PS), Telmo Gonçalves (PS), Pedro Gonçalves (PSD) e Carla Martins (PSD), obteve 141 votos a favor, 43 brancos e 12 nulos.

As eleições para a ERC estiveram agendadas várias vezes desde abril passado, mas foram adiadas por atraso do PSD na indicação dos seus nomes, que só foram tornados públicos no início deste mês.

Esta eleição, que se faz por voto secreto dos deputados, requer uma maioria de dois terços, o que obriga a um acordo entre os grupos parlamentares do PS e do PSD.

A Constituição estabelece que a Assembleia da República designa quatro dos cinco membros da ERC, sendo o quinto elemento, o presidente da entidade, cooptado entre os designados pelo parlamento.

O Conselho Regulador da ERC cessante, presidido por Sebastião Póvoas, assumiu funções em 14 de dezembro de 2017, num mandato de cinco anos que terminou no final do ano passado.

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Apple volta a passar fasquia dos três biliões de dólares na bolsa

Valor de mercado da marca voltou a superar três biliões de dólares esta sexta, num ano em que as ações da empresa já acumularam escalada de 45%. Apple já tinha conseguido o feito em 2022.

A fabricante do iPhone ultrapassou novamente uma capitalização em bolsa de três biliões de dólares (trillion, em inglês). Na abertura de Wall Street desta sexta-feira, os títulos da Apple avançaram 0,9%, para 191,14 dólares, acumulando uma escalada de 45% desde o início do ano.

Não é a primeira vez que a Apple consegue este feito. A tecnológica tinha sido a primeira empresa a superar este marco no início de 2022, depois de, em agosto de 2018, também ter sido a primeira cotada a chegar à liga do bilião.

A notícia não surpreendeu, contudo, os investidores, que já esperavam que a tecnológica ultrapasse este marco no início da sessão, depois de, na quinta-feira, ter ficado muito perto desse nível.

“A razão pela qual a Apple tem tido um desempenho superior há mais de uma década não é porque os investidores estejam a ser imprudentes, mas porque está a executar uma estratégia de negócios que funciona, o seu plano de receitas está a funcionar e o seu envolvimento com o consumidor está a ficar cada vez mais forte”, afirma Jonathan Curtis, diretor de gestão de carteiras do Franklin Equity Group, citado pela Bloomberg.

“O balanço é fenomenal. A empresa paga dividendos que podem continuar a crescer, tem um programa de recompra ativo e uma estrutura de negócios semelhante à dos produtos de consumo básico. Tudo isto alimentado por um dispositivo para o qual as pessoas olham quatro horas por dia”, acrescenta Curtis.

A força da gigante tecnológica está a impulsionar o Nasdaq, que também arrancou a sessão pintado de verde. O índice tecnológico valoriza 0,95%, para 13.719,98 pontos.

A juntar ao excelente desempenho das ações da Apple, também os sinais de desaceleração da inflação nos Estados Unidos estão a animar os investidores em Wall Street. O índice de referência S&P 500 iniciou a última negociação da semana a somar 0,59% para 4.422,44 pontos, enquanto o industrial Dow Jones subia 0,43%, para 34.269,92 pontos.

(Notícia atualizada pela última vez às 15h00)

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Alcobaça aprova plano que prevê investimento de 45 milhões de euros em habitação

  • Lusa
  • 30 Junho 2023

Município de Alcobaça investe cerca de 45 milhões de euros até 2028 para resolver carências de habitacionais de mais de 400 famílias, no âmbito da Estratégia Local de Habitação.

A Estratégia Local de Habitação do concelho de Alcobaça, aprovada pela Assembleia Municipal, prevê até 2028 um investimento de cerca de 45 milhões de euros para resolver carências de habitacionais de mais de 400 famílias.

O documento, que faz um diagnóstico das carências existentes no acesso à habitação e define a estratégia de intervenção adotar pela Câmara Municipal de Alcobaça, no distrito de Leiria, determina a necessidade de “desenvolver uma resposta habitacional digna para 426 famílias“, num total de 1030 pessoas.

A freguesia de Alcobaça e Vestiaria é aquela que concentra mais famílias (94) em situação de carência habitacional, a que se seguem Pataias e Martingança (62); Coz, Alpedriz e Montes (60), Aljubarrota (45) e Benedita (32).

O Vimeiro, com apenas sete agregados sinalizados, é a freguesia menos problemática em termos de carências habitacionais, seguida de Bárrio (11), Turquel e Évora de Alcobaça (15), Alfeizerão e Maiorga (17), Cela (23) e S. Martinho do Porto (28).

O concelho tem situações emergentes e é preciso avançar com alguma urgência.

Hermínio Rodrigues

Presidente da Câmara Municipal de Alcobaça

O diagnóstico, apresentado na Assembleia Municipal, revela que destas 426 famílias “356, correspondente a 882 pessoas, poderão encontrar uma solução habitacional através do Programa 1.º Direito“, ao qual a autarquia admite apresentar candidaturas, que entre investimento público e privado poderão ascender 45 milhões de euros.

As metas definidas na Estratégia Local de Habitação, para vigorar até 2028, apontam para uma estimativa de investimento de privados na ordem dos 26,1 milhões de euros para a reabilitação 193 habitações.

Ao município caberá um investimento superior a oito milhões de euros, na reabilitação de 51 fogos de habitação social; a aquisição de um terreno e a construção de 40 novos fogos, com um custo estimado de 5,8 milhões de euros e ainda apoio ao arrendamento na ordem dos 3,2 milhões de euros.

A aprovação da estratégia abre a possibilidade do município se candidatar ao 1.º Direito – Programa de Apoio ao Acesso à Habitação; solução defendida na Assembleia Municipal pelo presidente da autarquia, Hermínio Rodrigues (PSD), alegando que “o concelho tem situações emergentes e é preciso avançar com alguma urgência“.

O documento foi aprovado por maioria, com uma abstenção do “Nós, Cidadãos”.

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Estrada da Beira (EN17) é o novo trajeto turístico das Rotas de Portugal

  • Lusa
  • 30 Junho 2023

Criada rota turística da Estrada da Beira (EN17), envolvendo a Turismo Centro de Portugal e os municípios da região e o Clube Escape Livre.

O Clube Escape Livre (CEL) anunciou, esta sexta-feira, a criação da rota turística da Estrada da Beira (EN17), envolvendo a Turismo Centro de Portugal e os municípios da região.

“Muito à frente no seu tempo, a Estrada da Beira, retratada no projeto Rotas de Portugal do CEL, não atravessa as sedes dos concelhos que ainda hoje serve, passando ao lado e otimizando a mobilidade através de um percurso sem paragens ou perturbações. Um modelo que é obrigatório para as grandes redes viárias”, afirma o clube em comunicado.

Com este “desenho menos habitual”, a estrada nacional 17 permite “entrar e sair, de forma breve, do seu traçado para conhecer as pérolas gastronómicas, vínicas e paisagísticas da região entre Coimbra e Celorico da Beira“, sublinha.

Logo nos primeiros quilómetros da EN17, vai encontrar a rota das Aldeias de Xisto. Depois, antes de chegar a Celorico, visitamos a aldeia histórica de Linhares da Beira e, com um pequeno esforço, [podemos] visitar o Piódão. Finalmente, chegados a Celorico da Beira, duas mãos cheias de quilómetros levam-nos a outras duas aldeias históricas a não perder: Trancoso e Marialva.

Clube Escape Livre

“Mas se a pode começar já percorrer com a ajuda do Escape Livre, muito em breve — graças à concertação dos diferentes municípios que a estrada atravessa, reunidos através da Comunidade Intermunicipal (CIM) da Região de Coimbra, da CIM das Beiras e Serra da Estrela e da Entidade Regional de Turismo do Centro de Portugal — irá nascer um projeto mais estruturado desta rota“, adianta.

A iniciativa vai “intensificar a experiência de todos os viajantes, permitindo que tirem ainda mais partido da viagem e das diferentes regiões”.

“Nada melhor do que ficar a conhecer, palmo a palmo, a famosa Estrada da Beira, que liga o litoral ao interior, de Coimbra a Celorico da Beira, numa tira de alcatrão com 132 quilómetros de aventura inesquecível”, elogia o Escape Livre, que nesta promoção conta com apoio da rede turística Aldeias Históricas de Portugal e da marca de automóveis Seat.

O projeto Rotas de Portugal continua, assim, “com a sua missão de dar a conhecer (…) as belas estradas que ligam o país ao interior de Portugal e os recantos de gastronomia, vinhos e cultura encravados nos quilómetros da tira de asfalto que aproxima o litoral do interior”, congratula-se, explicando que os novos itinerários são criados “em concertação com os diferentes municípios e comissões vitivinícolas“.

No caso da EN17, são 132 quilómetros que ligam quatro aldeias históricas, três regiões vitivinícolas (Bairrada, Dão e Beira Interior) e 11 municípios Coimbra, Miranda do Corvo, Lousã, Vila Nova de Poiares, Penacova, Arganil, Tábua, Oliveira do Hospital, Seia, Gouveia e Celorico da Beira.

“Logo nos primeiros quilómetros da EN17, vai encontrar a rota das Aldeias de Xisto. Depois, antes de chegar a Celorico, visitamos a aldeia histórica de Linhares da Beira e, com um pequeno esforço, [podemos] visitar o Piódão. Finalmente, chegados a Celorico da Beira, duas mãos cheias de quilómetros levam-nos a outras duas aldeias históricas a não perder: Trancoso e Marialva”, realça o CEL.

A gastronomia, conclui, “será companhia ao longo dos 132 quilómetros de estrada, que deverá ser percorrida com a tranquilidade necessária para despertar os sentidos da vista, olfato, sabor e tato, acompanhada pelos sons da terra e do ar puro” das Beiras, com apoio da Google Maps, recomenda.

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Turistas franceses ultrapassam os espanhóis nas dormidas em Portugal em maio

  • Joana Abrantes Gomes
  • 30 Junho 2023

O alojamento turístico em Portugal continua a superar os números registados antes da pandemia. Em maio, teve um total de 2,8 milhões de hóspedes e 7,1 milhões de dormidas.

As dormidas de turistas espanhóis em Portugal caíram 3% em maio face a igual mês de 2019, o que levou Espanha a perder representatividade entre os principais mercados emissores, para uma quota de 6,4%, e a ser ultrapassada por França (quota de 10%), mesmo com a queda de 4,6% de dormidas de turistas franceses no mesmo período.

Os dados constam das estatísticas rápidas do Instituto Nacional de Estatística (INE) sobre a atividade turística em maio, publicadas esta sexta-feira, que indicam ainda que as dormidas de residentes franceses (5,3%) tiveram um crescimento homólogo superior às de residentes espanhóis (4,5%).

Dormidas pelos principais mercados emissores

Fonte: Instituto Nacional de Estatística (INE)

Ao todo, o setor do alojamento turístico contabilizou 2,8 milhões de hóspedes e 7,1 milhões de dormidas no quinto mês do ano, valores que traduzem aumentos de 12,1% e de 10%, respetivamente, em relação a maio de 2022. Os mercados externos totalizaram a larga maioria de dormidas (4,8 milhões, mais 13,6% face a maio de 2019), enquanto o mercado interno contribuiu com 1,8 milhões de dormidas (+0,4%). Estes aumentos foram, contudo, menores do que os registados no mês anterior (+7,7% nos hóspedes e +16,9% nas dormidas).

Comparativamente ao mesmo mês de 2019, verificaram-se crescimentos de 8,2% nos hóspedes e de 9% nas dormidas (+10,2% nos residentes e +8,6% nos não residentes), o que representa também um abrandamento face ao aumento registado em abril (+14,3%; +20,8% nos residentes e +11,8% nos não residentes).

Por segmento, as dormidas na hotelaria (82,1% do total) aumentaram 8,9% (+7,7% face a maio de 2019). Também nas dormidas em estabelecimentos de alojamento local (peso de 14,6% do total) se verificou um cenário semelhante, com um crescimento de 15,9% (+10,2% face a maio de 2019), enquanto as de turismo no espaço rural e de habitação (quota de 3,3%) aumentaram 12,1% (+46,5% comparando com maio de 2019).

Segundo o INE, todas as regiões registaram aumentos nas dormidas. Com 27,7% das dormidas, o Algarve voltou a superar a Área Metropolitana de Lisboa (26,9%), à qual se seguiu o Norte (17,2%). No entanto, face a maio de 2019, as dormidas de residentes aumentaram em todas as regiões — especialmente no Norte (+22,8%), na Madeira (+21,5%) e nos Açores (+12,7%) — menos no Algarve (-0,7%).

No mês em análise, a taxa líquida de ocupação por cama nos estabelecimentos de alojamento turístico (49,9%) aumentou 1,7 pontos percentuais em maio, mas ficou ligeiramente abaixo do valor observado no mesmo mês de 2019 (50,1%). Por outro lado, a taxa líquida de ocupação por quarto (61,9%) aumentou 3,1 pontos percentuais, ficando acima do valor registado no mês homólogo de 2019 (59,6%).

Resultados gerais do setor de alojamento turístico

Fonte: Instituto Nacional de Estatística (INE)

De referir ainda que a estada média nos estabelecimentos de alojamento turístico (2,52 noites) diminuiu 1,9%, sendo que entre os residentes (1,85 noites) teve um decréscimo de 1,5% e entre os estrangeiros que visitam Portugal (2,86 noites) caiu 4%.

No acumulado dos primeiros cinco meses do ano, o INE observou que o alojamento turístico registou 10,7 milhões de hóspedes e 26,5 milhões de dormidas, que correspondem a aumentos homólogos de 25,7% e 23,9%, respetivamente. Face ao período pré-pandemia, o número de dormidas aumentou 12,8%, crescendo 17,4% nos residentes e 10,9% nos não residentes.

Canadá continua a ser o mercado com maior crescimento

Entre os dezassete principais mercados emissores (87,3% do total de dormidas de não residentes), com exceção da Finlândia (-8,9%) e dos Países Baixos (-0,4%), todos registaram crescimentos.

As dormidas de residentes no Reino Unido (20% do total das dormidas de não residentes em maio) aumentaram 4% relativamente a maio de 2019. O mercado alemão (quota de 11,95%) teve um crescimento de 2,9%.

Em destaque esteve o mercado do Canadá, que teve o maior crescimento face a maio do ano passado (+66,3%). Mas o mercado norte-americano também continua a evidenciar-se, tendo crescido 34,6% em termos homólogos e 67,2% em relação ao mesmo mês de 2019.

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Dove apela a que influenciadores fiquem off durante 24 horas

Segundo a Dove, as redes sociais estão a afetar nocivamente a saúde mental de dois em cada cinco jovens em Portugal e nove em cada 10 já foi exposto a conteúdos de beleza tóxicos nestas plataformas.

De forma a assinalar o Dia Mundial das Redes Sociais (celebrado esta sexta-feira), a Dove desafia os influencers a desligarem-se destas plataformas, pelo menos durante 24h, como “forma de manifesto contra a toxicidade online a que somos expostos diariamente”.

O desafio foi feito através de uma carta aberta, dirigida a algumas das principais agências de marketing de influência em Portugal, acompanhada por uma petição internacional que tem como objetivo “tornar as redes sociais mais seguras e positivas“.

A carta enviada foi escrita na primeira pessoa por Catarina Cabrera, uma influenciadora portuguesa e embaixadora da Dove, que é desde jovem impactada negativamente pela pressão das redes sociais na sua saúde mental.

Catarina Cabrera expõe na carta “como é que os conteúdos tóxicos das redes sociais a têm deixado vulnerável ao longo dos anos e explica como é que tem lutado para contrariar os efeitos nocivos destas plataformas na sua autoestima”, explica-se em nota de imprensa.

Ao mesmo tempo, o texto apela a que os influenciadores em Portugal unam esforços para fazer das redes sociais “espaços mais conscientes, de entreajuda e empáticos”, repto ao qual se juntam as também embaixadoras da Dove, Carolina Deslandes e Catarina Raminhos.

“Cada vez mais jovens dizem-se viciados nas redes sociais e oito em cada 10 admite mesmo que prefere comunicar com outras pessoas através destas plataformas do que pessoalmente. Consideramos que estes dados são preocupantes e é por isso que lançámos esta iniciativa: queremos que os jovens percebam como é importante haver momentos em que se desconectam dos ecrãs para viverem um presente onde não existem filtros”, diz Maria Matos, responsável pelo Projeto Pela Autoestima de Dove em Portugal, citada em comunicado.

A mesma acrescenta ainda que a marca faz um apelo direto aos influenciadores, “porque sabemos que estes têm, hoje em dia, o poder de influenciar a autoestima dos jovens e consideramos que também eles devem ser responsáveis pela promoção de conteúdos mais saudáveis e positivos nas redes sociais, incentivando a beleza real e inclusiva em lugar da beleza estereotipada”.

Segundo a Dove, as redes sociais estão a afetar nocivamente a saúde mental de dois em cada cinco jovens em Portugal, e nove em cada 10 já foi exposto a conteúdos de beleza tóxicos nestas plataformas.

“Mais do que expor a problemática das redes sociais na saúde mental dos jovens, a Dove quer levar a cabo uma mudança efetiva e é por isso que já avançou este ano com uma petição internacional, cujo objetivo é regulamentar as redes sociais no Parlamento Europeu, balizando que comportamentos devem ser admitidos nestas plataformas e que comportamentos devem ser considerados nocivos e repensados“, adianta-se ainda em comunicado.

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Nos investe mais de três milhões nos Açores para duplicar antenas 5G

  • Lusa
  • 30 Junho 2023

Rede móvel 5G da Nos "já cobre todas as ilhas dos Açores", tendo a empresa duplicado o número de estações base no arquipélago no último ano, num investimento acima dos três milhões de euros.

“A partir deste momento, a cobertura de 5G passa a englobar cerca de 96% da população dos Açores, estendendo-se o serviço à totalidade dos 19 concelhos que compõem o arquipélago em paralelo ao desenvolvimento da rede no continente”, adianta a Nos.

A rede móvel 5G da Nos “já cobre todas as ilhas dos Açores”, tendo a empresa duplicado o número de estações base no arquipélago no último ano, num investimento acima dos três milhões de euros. Em comunicado esta sexta-feira divulgado, a Nos refere que a cobertura total das ilhas dos Açores abre “novas perspetivas de desenvolvimento e transformação digital na região”.

Este marco “ficou completo com a instalação de um site 5G na ilha do Corvo, tendo a empresa duplicado o número das suas estações base no arquipélago, no último ano, através de um investimento de mais de três milhões de euros”, refere a empresa liderada por Miguel Almeida.

É uma revolução que a Nos está a liderar em Portugal, desde o primeiro minuto, e, por isso, nos orgulhamos de contar com a maior e melhor cobertura 5G do país, com este enfoque recente aqui no arquipélago. Esperamos com isto ajudar a encurtar a distância entre esta região e todos os outros pontos do país.

Manuel Ramalho Eanes

Administrador da Nos

A cobertura “final da população do Arquipélago está prevista para breve, com a conclusão do plano de implementação desta rede móvel na região”, acrescenta.

Para Manuel Ramalho Eanes, administrador da Nos, citado em comunicado, “o 5G abre um mundo de possibilidades à população açoriana, rumo a uma sociedade mais digital, mais sustentável e com maior desenvolvimento económico”.

Esta “é uma revolução que a Nos está a liderar em Portugal, desde o primeiro minuto, e, por isso, nos orgulhamos de contar com a maior e melhor cobertura 5G do país, com este enfoque recente aqui no arquipélago. Esperamos com isto ajudar a encurtar a distância entre esta região e todos os outros pontos do país”, remata.

“Depois da primeira TV por subscrição nos Açores, e do maior Wi-Fi público na cidade de Ponta Delgada, é com uma imensa satisfação que posso dizer que já entregamos 5G nas nove ilhas do arquipélago”, refere, por sua vez, o diretor-geral da Nos Açores, Camilo Moniz. Aliás, sustenta, “isto representa uma enorme oportunidade para a região e um marco incrível para a Nos, sendo um ótimo espelho da nossa evolução aqui, que nos permitiu, por exemplo, duplicar o número de clientes nos últimos cinco anos“.

A Nos adianta que, “ao longo de mais de três décadas” na região, “investiu mais de 83 milhões de euros, contando, neste momento, com quatro data centres [centros de dados]”.

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Combustíveis descem na próxima semana. Gasolina fica 2,5 cêntimos mais barata e gasóleo dois cêntimos

Na próxima semana, quando for abastecer, deverá pagar 1,479 euros por litro no gasóleo simples e 1,647 euros por litro na gasolina simples 95.

Os combustíveis vão descer na próxima semana. Fonte do mercado avançou ao ECO que o litro de gasóleo, o combustível mais usado em Portugal, deverá descer dois cêntimos e o de gasolina deverá descer 2,5 cêntimos, na próxima semana.

A partir de segunda-feira, quando for abastecer, deverá passar a pagar pagar 1,479 euros por litro de gasóleo simples e 1,647 euros por litro de gasolina simples 95, tendo em conta os valores médios praticados nas bombas à segunda-feira, divulgados pela Direção-Geral de Energia e Geologia (DGEG). É preciso recuar a 15 de maio para encontrar preços da gasolina mais baratos.

Estes preços já têm em conta os descontos aplicados pelas gasolineiras e a revisão das medidas fiscais temporárias para ajudar a mitigar o aumento dos preços dos combustíveis. Mas os valores ainda deverão sofrer alterações porque “a redução da carga fiscal de 28 cêntimos por litro de gasóleo e de 30 cêntimos por litro de gasolina em junho” só está em vigor até ao final deste mês. É expectável que o Ministério das Finanças emita esta sexta-feira um novo comunicado no qual faça uma nova revisão dos apoios.

Os preços podem ainda sofrer alterações para ter em conta o fecho das cotações do petróleo brent esta sexta-feira e o comportamento do mercado cambial. Mas também porque os preços finais resultam da média dos valores praticados por todas as gasolineiras. E é de recordar que os preços cobrados ao consumidor final podem variar consoante o posto de abastecimento.

Esta evolução dos preços dos combustíveis surge depois de, esta semana, ter havido uma subida de 1,9 cêntimos no gasóleo e uma decida de 1,3 cêntimos na gasolina. Um comportamento muito próximo do que esperado pelo mercado que antecipava uma descida de um cêntimo no litro de gasolina e uma subida de dois cêntimos nos preços do gasóleo.

Os preços do brent sobem 0,05% esta sexta-feira para os 74,38 dólares por barril, e caminham para uma ligeira subida semanal, depois de ser conhecido que os stocks de crude estão nos dez milhões de barris. Tudo aponta que haja também um ligeiro ganho mensal, que, a verificar-se, será o primeiro deste ano, no entanto, a nível trimestral, a tendência é de queda — a quarta consecutiva.

Evolução do preço do Brent em Londres

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CMVM suspende negociação da Cofina. Ações disparam 16% com MBO

Regulador da bolsa suspendeu a negociação das ações da Cofina, quando estavam a disparar 16%, após ECO ter noticiado que os gestores do grupo vão avançar para a compra e que Ronaldo será acionista.

O regulador da bolsa suspendeu a negociação das ações da Cofina, quando estavam a disparar mais de 16%, depois de o ECO ter noticiado que o MBO (managemente buy out) vai avançar e que Cristiano Ronaldo será um dos acionistas de referência do grupo que detém o Correio da Manhã.

A Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) “aguarda pela divulgação de informação relevante ao mercado” para levantar a suspensão, segundo justifica num comunicado publicado no seu site.

O ECO avançou esta manhã que Cristiano Ronaldo vai ser acionista de referência do grupo Cofina, grupo de media que controla a CMTV, o Correio da Manhã e o Jornal de Negócios, entre outros, no âmbito do processo de Management Buy Out (MBO) que está a ser liderado por Luís Santana e Octávio Ribeiro, de acordo com uma fonte que acompanha as negociações. A proposta formal ainda não foi apresentada aos atuais acionistas da Cofina, nomeadamente Paulo Fernandes, mas está na fase final de conclusão. O valor do negócio deve rondar os 70 milhões de euros, um valor de referência para o um acordo que esteve em cima da mesa com a Media Capital.

Oficialmente, ninguém faz comentários sobre a operação, que está em preparação há meses.

Cofina dispara 16%

Antes da suspensão, as ações da Cofina estavam a disparar 16,1% para 0,36 euros, um desempenho que atira o grupo de media para uma capitalização bolsista de 37 milhões de euros.

A Cofina teve um resultado líquido de 10,451 milhões de euros em 2022, um EBITDA operacional de 13,6 milhões de euros e um EBITDA de 8,9 milhões de euros.

(Notícia atualizada às 12h52)

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Funchal recebeu 7º debate ECO Local/Novo banco

  • Local Online
  • 30 Junho 2023

O sétimo debate ECO Local/novobanco aconteceu ontem, no Funchal, onde vários especialistas refletiram sobre os diferentes desafios e oportunidades para o crescimento económico da região.

O Master Novobanco do Funchal recebeu ontem, dia 29 de junho, o sétimo debate ECO Local/novobanco. O estado da economia da região e os desafios a enfrentar foram os temas do evento, que contou com a moderação de André Veríssimo, redator principal do ECO.

O evento começou às 17h00 e teve como convidados Pedro Calado, Presidente da Câmara do Funchal; Bruno Freitas, CFO da hotéis Savoy; Carlos Soares Lopes, CEO da Startup Madeira; e Luis Ribeiro, Administrador do novobanco.

Entre os desafios que a região autónoma da Madeira está a enfrentar, Luis Ribeiro começou por falar sobre a qualificação dos recursos humanos: “Temos um nível de escolaridade bem mais baixo do que os indicadores do país. Cerca de 8,1% da população não tem nenhum nível de ensino completo e isso é, de facto, um desafio muitíssimo importante. Se somarmos a isso o facto de que só existem 28 diplomados por cada mil habitantes (quando a média do país anda nos 82), isto mostra que há um desafio na qualidade dos recursos humanos e nas suas competências”.

Além disso, o administrador do novobanco também mencionou a prevalência de micro empresas na região como um desafio. “Existem cerca de 30 mil empresas na região com um bom crescimento desde 2013. Mas 96% das empresas são micro, 3% são pequenas, 1% são médias e há 24 empresas grandes, 22 das quais no Funchal”. O responsável acrescentou que “estas empresas têm um bom nível de autonomia financeira, superior à média nacional, mas têm uma maior vulnerabilidade relativamente aos custos financeiros porque também têm níveis de rentabilidade mais baixos“.

1.8 mil milhões de euros de investimento na Madeira

Como solução, Luis Ribeiro sugeriu a canalização do investimento de uma forma estrutural. “No PT2020 foram aprovados 6800 projetos na Madeira, cerca de 1.8 mil milhões de euros, dos quais 4300 projetos e mil milhões de euros foram aqui no município do Funchal”, afirmou, acrescentando que, na perspetiva do Novobanco, é importante canalizar o investimento para a criação de valor adicional, nomeadamente na área tecnológica e de empresas que possam trazer outro nível de crescimento para a região.

Por sua vez, Pedro Calado, presidente da Câmara Municipal do Funchal, garantiu que, com a pandemia, a região autónoma da Madeira percebeu que não podia depender só do setor do turismo, que representa 25% do PIB, e, nesse sentido, começou logo a apostar na área tecnológica, na informática, na robótica, “que hoje já se aproximam muito da faturação que temos na hotelaria e turismo”.

O autarca referiu, por isso, que é necessário apostar numa diversificação da oferta que passe, obrigatoriamente, pela tecnologia. Isto porque, apesar da Madeira ter produtos característicos da região que podem ser exportados, como a banana, o vinho e os bordados, o facto de ser uma região pequenina, tira-lhe a capacidade produtiva e exportadora para poder dinamizar um segmento de mercado internacional. “Nós temos que orientar bem e escolher determinados nichos de mercado onde colocar os nossos produtos regionais, com qualidade e com preço porque não conseguimos produzir em massa. E um fator determinante tem de ser a área tecnológica”, disse.

Perda de jovens para o exterior

Metade dos nossos jovens universitários vão para o continente estudar. Nós temos de ter capacidade de trazê-los de volta, mesmo depois de experiências internacionais. E trazê-los de volta por duas razões – uma para trazer conhecimento e outra para terem filhos cá”, afirmou Carlos Lopes, CEO da Startup Madeira.

Nesse sentido, o presidente da Câmara do Funchal destacou que o governo português deveria tomar outras medidas para valorizar o talento nacional: “85% dos jovens da Madeira que acabam o ensino secundário ingressam no ensino superior e, desses 85%, há 92% que acabam a licenciatura. O problema não está nos que entram na faculdade, mas sim nos que, depois disso, saem do país. Ou seja, nós passamos 12/15 anos a investir nos jovens e depois perdemo-los porque eles ganham três vezes mais fora do que ganham aqui e isso é que está errado no nosso país”.

Por outro lado, Carlos Lopes também ressalvou a necessidade de haver uma maior abertura para ideias inovadoras.Temos um campus universitário, onde há pequenos empreendedores a tentar testar ideias de negócio, mas muitas vezes é preciso chegar às grandes empresas para que essas ideias sejam testadas. Ou seja, temos empreendedores com ambição, mas também temos de ter estruturas flexíveis, que queiram inovar, que estejam dispostas a receber capital de risco. O que torna esta junção complicado é que, por um lado, temos os investigadores, que são avaliados pela sua atividade académica, e, por outro lado, temos as empresas, que querem soluções rápidas e pensos rápidos para a inovação”, explicou.

Top 5 nos destinos mundiais para nómadas digitais

No entanto, apesar de os salários serem mais atrativos fora do país, o nomadismo digital tem permitido a cada vez mais pessoas trabalharem a partir de destinos menos lucrativos profissionalmente para outros lugares do mundo onde são melhor remunerados.

Desde a pandemia, a Madeira tem tido um enorme crescimento de nómadas digitais na região e Carlos Lopes afirmou mesmo que a ilha se encontra no “top 5 mundial como um dos destinos mais atrativos para nómadas digitais”. O responsável afirmou que esta adesão aconteceu devido ao projeto dos nómadas digitais, desenvolvido pela Startup Madeira, “que soube perceber o que eles queriam”.

“A Ponta de Sol serviu como incubadora. Até agora temos mais de 17 mil inscritos de 136 países. A idade dos inscritos varia dos 18 aos 80 anos, mas a maioria está entre os 30 e os 40 anos”, disse.

Mas, para que mais pessoas se fixem na Madeira, o preço das habitações tem um peso crucial nessa decisão. Nesse sentido, Pedro Calado explicou que, ao contrário do que muitas vezes é referido, “a habitação no Funchal não está cara por causa dos Vistos Gold ou porque foi dada a facilidade em termos de alojamentos locais”. De acordo com o autarca, “o que leva a habitação a estar cara agora é porque nos últimos 20 anos não houve construção, ou seja, se houve décadas sem construção, hoje não há habitação e a que existe torna-se cara”.

No entanto, o presidente da Câmara Municipal do Funchal referiu, ainda, que “o investimento que vai ser feito na construção de mais fogos, através do PRR, vai permitir, principalmente aos mais jovens, terem um acesso diferente à habitação”.

“Nós não teremos uma segunda oportunidade de beneficiar de tantos fundos comunitários como neste momento. O problema de Portugal não é receber fundos, mas sim saber como os utilizar e que rentabilidade quer dos projetos. E essa análise tem que ser feita muito rapidamente, bem como a diminuição da burocracia associada processo”, acrescentou.

Setor hoteleiro não pode crescer, mas pode aumentar valor

“Temos mais de cinco milhões de pessoas que nos visitam anualmente”, afirmou Pedro Calado. Este número tem vindo a aumentar, mesmo depois da pandemia, e Bruno Freitas, administrador financeiro dos hotéis Savoy, justifica essa tendência com a criação de novas linhas aéreas pós-pandemia, com deslocações ponto a ponto, que faz ponte com os principais destinos europeus.

Contudo, o responsável alertou para o facto de a Madeira não poder crescer mais em termos de espaço geográfico. “Há condições do ponto de vista estrutural que não permitem esse crescimento. A nível de volume, o crescimento está limitado pela condição física da região, mas tem que crescer em valor. E esse crescimento em valor tem-se sentido nos últimos tempos”, afirmou.

No que diz respeito ao número de camas disponíveis, a região autónoma da Madeira tem, na rede de hotéis, 30 mil camas e, na rede de alojamento local, 25 mil. Apesar de considerar que este número não poder crescer mais, Bruno Freitas garantiu que é possível aumentar o preço dos serviços: “Foram muitos anos a ter preços baixos e podemos melhorar ainda mais o nosso preço para a qualidade do serviço que nós oferecemos aos nossos turistas. E isso passa por valorizar a oferta que temos”.

O administrador financeiro do grupo Savoy referiu, ainda, que não sentem um “arrefecimento económico” porque, segundo ele, os mercados que sustentam o turismo da região são mercados tradicionais, onde há uma faixa etária que procura destinos seguros, que ainda tem um certo bem-estar económico e financeiro. “São esses que nós captamos e procuramos. O arrefecimento económico sente-se mais em destinos massificados”, concluiu.

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