CTT voltaram a falhar todos os indicadores de qualidade do correio em 2022

A história repete-se. Em nove dos 22 indicadores de desempenho, os CTT ficaram aquém do objetivo por mais de dez pontos percentuais. Mas, desta vez, a empresa não será castigada com descida de preços.

Os CTT CTT 0,13% voltaram a falhar todos os indicadores de qualidade do serviço postal universal no ano passado, à semelhança do que tem acontecido nos últimos anos. Porém, desta vez, a empresa já não vai ser castigada com um corte nos preços do correio, ao contrário do que aconteceu noutras alturas.

“Constata-se que todos os IQS [indicadores de qualidade de serviço] se encontram aquém dos respetivos objetivos de desempenho fixados para o ano 2022″, nota o relatório da Anacom divulgado este mês. Os dados ainda vão ser alvo de uma “posterior avaliação”, sublinha o documento. A empresa tem-se queixado de que as metas traçadas pela Anacom são “impossíveis” de cumprir.

Os desvios são significativos (ver tabela abaixo). Num dos indicadores, relativo à demora de encaminhamento dos envios de correspondência não prioritária, a meta definida pelo regulador é de 96,3%, mas os CTT só cumpriram 75,9%, um desvio superior a 20 pontos percentuais. Em nove dos 22 indicadores, fixados pela Anacom em abril de 2021, os CTT falharam por mais de dez pontos.

Já se esperava que a empresa liderada por João Bento falhasse todos os indicadores de qualidade do serviço postal universal. A empresa entende que os objetivos do regulador não são realistas e as falhas têm-se sucedido de ano para ano. A consequência tem sido a imposição de cortes obrigatórios nos preços do correio. Mas não será desta vez.

Em 2022, entrou em vigor o novo contrato de concessão do serviço postal universal, assinado entre o Governo e a empresa e fechado por ajuste direto. Nas negociações, o Governo aceitou incluir na lei outra forma de compensação além da descida dos preços, nomeadamente a definição de obrigações de investimento. Isso agradou aos CTT, que argumentam que tal permite melhorar a qualidade do serviço e garantir a sustentabilidade financeira do mesmo.

A concessão vai mais além e estipula que, até serem desenhados novos indicadores, os CTT nunca serão sujeitos ao mecanismo de compensação pelo corte nos preços. Ora, aqui, houve outra novidade. Se, antes, era a Anacom que definia os indicadores de qualidade, agora, o regulador tem de apresentar uma proposta ao Governo, que tem a palavra final. Até 23 de janeiro, o regulador ainda não tinha apresentado qualquer proposta para mudar as regras, mantendo-se as que estavam em vigor na reta final da anterior concessão.

O contrato prevê que, “apurada a existência de incumprimento dos objetivos de desempenho dos indicadores de qualidade de serviço”, os CTT têm de apresentar ao Governo, “no prazo máximo de 90 dias, um plano de investimento que identifica as ações e os investimentos para melhoria das falhas verificadas, os quais devem beneficiar diretamente a prestação dos serviços abrangidos pela concessão e/ou os utilizadores finais”.

Os Correios, por seu lado, começaram a preparar-se cedo para esta eventualidade. Em março de 2022, a nove meses do final do ano, o presidente executivo, João Bento, foi questionado por um analista acerca deste assunto. O gestor respondeu que havia investimento que a empresa podia “tornar elegível” para o propósito das obrigações.

Carregue para ampliar | Fonte: Anacom

Anacom deu desconto. Indicadores podiam ser piores devido à Covid-19

Apesar dos desvios significativos nos indicadores de qualidade em 2022, o relatório da Anacom expõe que as leituras podiam ter sido ainda piores. É que os CTT pediram ao regulador para deduzir dos registos as expedições realizadas nos meses de janeiro e fevereiro. A justificação foi o impacto da pandemia.

A Anacom aceitou dar esse desconto e reconheceu “que o impacto da pandemia associada à Covid-19” se qualificava como “situação de forma maior cujo desencadeamento e evolução foi manifestamente externo à capacidade de controlo dos CTT”. Desta forma, os valores “refletem o pedido de dedução” feito pela empresa, mas devem ser “interpretados como indicativos”.

Mesmo assim, os CTT deram seis justificações à Anacom para o incumprimento. Além do impacto da variante Ómicron do coronavírus, a empresa menciona “dificuldade crescente na contratação de pessoal” e de “adaptação das equipas dos centros de distribuição postal” na implementação de medidas para aumentar a produtividade, uma greve geral ocorrida em junho, os incêndios em alguns concelhos em julho e agosto e perturbações nas ligações e capacidade de transporte para as regiões autónomas.

CTT confirmam obrigações de investimento em termos “por definir”

Em reação ao ECO, já depois da publicação desta notícia, fonte oficial dos CTT insiste que “alguns” dos indicadores definidos pela Anacom “são impossíveis de cumprir e outros muito difíceis de cumprir de forma reiterada”. A empresa confirma também que vai ser sujeita a obrigações de investimento em termos que ainda estão “por definir”.

“De facto, este tema já foi alvo de uma sentença do tribunal arbitral, constituído para discutir os seus impactos, sentença essa que reconheceu que a decisão da Anacom de 2018 [que apertou os indicadores] consubstanciou uma alteração anormal das circunstâncias, causando danos no valor de cerca de dois milhões de euros aos CTT” pela “exigência adicional” que impunham. “Constitui a primeira confirmação de que a razão nos assiste”, defende a mesma fonte.

A empresa vai mais longe, fornecendo alguns detalhes sobre os motivos que dificultaram o cumprimento dos indicadores. Por exemplo, no plano dos recursos humanos, os CTT indicam que a Covid-19 fez aumentar o “absentismo” na empresa e resultou no “maior número de ausências por infeção da Covid-19 nos primeiros meses do ano” passado.

“Para minimizar os efeitos das ausências uma vez mais a empresa recorreu a alternativas de contratação, tais como, contratação de trabalhadores, trabalho temporário e trabalho suplementar, sendo, contudo, este esforço impactado pelas dificuldades verificadas na contratação de trabalhadores e na produtividade que não é equiparável a de um recurso com experiência no ofício. Além disso, foram sentidas, ao longo do ano, fortes dificuldades na contratação de pessoal, que foram transversais a várias empresas e setores de atividade, gerando constrangimentos operacionais, afetando a distribuição, não obstante o recurso a soluções alternativas, como sejam, a utilização de trabalho suplementar e de trabalho temporário”, refere fonte oficial da empresa.

Depois, no caso das dificuldades nas ligações com as regiões autónomas, a empresa refere que, no caso dos Açores, “os principais constrangimentos verificaram-se na ligação Continente-Terceira, devido à redução da periodicidade dos voos para este destino, e nas ligações interilhas, principalmente para o Pico e São Jorge, derivado da falta de capacidade de transporte da SATA Air Açores, que se agravou durante o verão, fruto do aumento do transporte de passageiros”. No caso da Madeira, os CTT destacam as dificuldades no transporte para o Funchal, que se deveram “à falta de capacidade de transporte da TAP em determinados dias da semana”.

“Os CTT estão, assim, sujeitos a obrigações de investimento, mas os respetivos termos em concreto estão por definir”, confirma fonte oficial do grupo.

A 1 de março de 2023, os CTT subiram os preços do correio em 6,58%, nos termos de uma nova fórmula de atualização anual de preços que foi negociada e acordada com a Anacom e com a Direção-Geral do Consumidor.

O ECO contactou o Ministério das Infraestruturas acerca das obrigações de investimento a que os CTT estarão sujeitos, mas não tinha obtido resposta até ao fecho deste artigo.

(Notícia atualizada pela última vez às 16h49)

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Galamba convoca setor portuário para preparar renováveis offshore

Com o Governo a preparar o primeiro leilão de energia eólica offshore, o ministro das Infraestruturas chamou três dezenas de empresas e de associações para fazer um levantamento das “necessidades".

O Ministério das Infraestruturas convocou cerca de três dezenas de empresas e de associações para avaliar as “necessidades de desenvolvimento das infraestruturas portuárias” para a fase de construção de centros eletroprodutores baseados em fontes de energia renováveis offshore e para a criação de uma fileira industrial nesta área.

Nesta reunião, agendada para a próxima sexta-feira à tarde em Lisboa, poucas horas depois de ser ouvido na CPI à TAP, estará em discussão, segundo a convocatória que foi enviada pela tutela, o modelo mais adequado para o desenvolvimento da cadeia de valor e dos portos nacionais, o levantamento das principais necessidades infraestruturais e a avaliação do interesse e capacidade das empresas para suprir as necessidades do leilão.

O primeiro leilão de energia eólica offshore, que o primeiro-ministro, António Costa, já disse que quer realizar até ao último trimestre deste ano, terá como objetivo atingir os 10 gigawatts de capacidade até 2030. Na semana passada, a secretária de Estado da Energia, Ana Fontoura Gouveia, assegurou que “os trabalhos técnicos estão a decorrer para que depois o leilão possa decorrer com segurança” e “envolvendo, necessariamente, as unidades locais neste esforço que é partilhado por todos”.

Neste encontro organizado por João Galamba deverá ser ultimado o relatório final do subgrupo liderado pela Associação dos Portos de Portugal (APP) – e que junta representantes de outros organismos, como a Direção-Geral de Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos (DGRM) –, que foi constituído no âmbito de um despacho publicado em setembro de 2022 e que criou um grupo de trabalho interministerial para planear e operacionalizar estes novos centros offshore.

Nesse diploma, que curiosamente foi assinado também por João Galamba, mas enquanto secretário de Estado da Energia – cargo que ocupou até substituir Pedro Nuno Santos no início deste ano –, ficou definido que esse grupo de trabalho, que junta as áreas do mar, da energia e das infraestruturas, deve entregar um relatório com “contributos e recomendações” ao Governo até ao dia 31 de maio de 2023.

Reforma e greves a caminho

Esta reunião com os operadores ligados à atividade portuária acontece numa altura em que a tutela das Infraestruturas está a preparar uma reforma para os portos nacionais, que no ano passado ainda carregaram menos carga do que antes da pandemia. Essas alterações deverão passar por um aumento para 75 anos do prazo máximo das concessões portuárias, envolver uma simplificação legislativa e por um novo modelo de governação portuária, incluindo uma lógica de especialização de cada porto e a promoção da competitividade externa.

Já assegurado pelo Governo, no âmbito desta reforma, está igualmente o “reconhecimento da especialização dos trabalhadores portuários e promoção da respetiva valorização profissional”. Depois de ter paralisado os portos nacionais no final do ano passado, o Sindicato Nacional dos Trabalhadores das Administrações Portuárias (SNTAP) já apresentou um novo pré-aviso de greve parcial para vários dias a partir de 25 de maio, contestando que Galamba não cumpriu a promessa de aumentos salariais feita após assumir o cargo.

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Líderes da oposição admitem derrota de Erdogan na Turquia

  • Lusa
  • 14 Maio 2023

Os presidentes das câmaras municipais de Ancara e Istambul admitiram a possibilidade de o candidato da oposição Kemal Kiliçdaroglu vencer as presidenciais turcas na primeira volta das eleições.

Os presidentes das câmaras municipais de Ancara e Istambul admitiram a possibilidade de o candidato da oposição Kemal Kiliçdaroglu vencer as presidenciais turcas na primeira volta das eleições. Os dois dirigentes do Partido Republicano do Povo (CHP, social-democrata e nacionalista), que apoia a candidatura do adversário de Erdogan na corrida presidencial e que nas eleições municipais de 2019 recuperou ao Partido da Justiça e do Desenvolvimento (AKP, no poder) as câmaras dos dois principais municípios do país, falavam esta noite em conferência de imprensa na sede do CHP, em Ancara, salientando que Kemal Kiliçdaroglu lidera nas principais cidades.

Segundo os autarcas, e de acordo com um balanço provisório dos resultados quando estavam contados os votos de 91.930 assembleias, num total de 190.000, Kiliçdaroglu liderava com 47% dos votos expressos, contra 43% para o Presidente cessante, Recep Tayyip Erdogan, que tenta o terceiro mandato.

Ekrem Imamoglu, presidente da câmara de Istambul e ‘estrela ascendente’ do CHP, indicou que na sua cidade o candidato da oposição está acima dos 50%, enquanto em Ancara garante 49%, contra 44% para Erdogan. “De acordo com os dados que estamos a receber, é provável que as eleições presidenciais terminem na primeira volta”, indicou.

Imamoglu e o seu homólogo de Istambul, Mansur Yavas, salientaram ainda estarem “habituados” ao facto de o AKP reivindicar vitórias antecipadas que depois não se confirmam — numa alusão aos escrutínios municipais de 2019 — e garantiram que se verifica uma “descida significativa dos votos no Governo”.

O presidente da câmara de Istambul prometeu que iriam “telefonar a todas as agências para corrigir os resultados“, condenando quem “está a manipular os resultados e não tem esse direito”, numa alusão à agência oficial Anadolu. Imamoglu acrescentou ainda que o Governo “está a reter os votos para atrasar os resultados” e apelou ao “povo para não acreditar nesses resultados”. “Estamos do lado da democracia, aceitaremos todos os resultados, mas os últimos dados indicam uma clara subida da nossa votação”, disse.

Ao ser questionado sobre o resultado das legislativas, Mansur Yavas disse que de momento apenas estão concentrados no escrutínio presidencial.

As assembleias de voto para eleger um Presidente e um parlamento na Turquia encerraram às 15:00 de hoje (17:00 locais), tendo as eleições decorrido sem incidentes.

Desde as 08h00 locais (05h00 em Lisboa), cerca de 61 milhões de eleitores puderam exercer o seu direito de voto nas 192.000 urnas distribuídas pelas 81 províncias do país, com um sexto dos eleitores a votarem na região de Istambul.

A adesão às urnas não foi divulgada, mas vários órgãos de comunicação social avançam que a afluência às urnas será mais elevada do que o habitual, num país em que normalmente ultrapassa os 80%.

O Conselho supremo eleitoral vai anunciar os resultados provisórios na noite de hoje, mas a contagem final oficial apenas será divulgada na próxima sexta-feira.

Para as eleições legislativas concorrem 24 partidos, a maioria em coligações para tentarem ultrapassar a barreira mínima dos 7% que permite a eleição de deputados para a Grande Assembleia Nacional (Parlamento), com 600 lugares.

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GamaLife lança seguro de Vida para subscritores dos 55 aos 79 anos

  • ECO Seguros
  • 14 Maio 2023

A seguradora volta a focar o mercado sénior com um novo produto com prémios a começar em 10 euros por mês para responder a situações de incapacidade parcial como fraturas, queimaduras ou amputações.

A GamaLife acaba de lançar um novo seguro de Vida para residentes em Portugal com idade entre os 55 e os 79 anos especialmente focado “em situações de incapacidade parcial causada por acidente, tão frequentes em idades mais avançadas, tais como as fraturas, as queimaduras e as amputações”, refere a seguradora.

O Vida Segura Sénior, que será comercializado pelo Novobanco, é um contrato de Seguro de Vida Individual celebrado pelo período de um ano, sendo tacitamente renovado por idênticos períodos, até aos 85 anos de idade do segurado. Pode ser subscrito entre os 55 e os 79 anos de idade da pessoa segura.

Em caso de lesões causadas por acidente, o seguro garante o pagamento do capital seguro de acordo com a lesão sofrida. Estes sinistros incluem perda sensorial ou de mobilidade, queimaduras, amputações, fraturas e traumatismos graves sendo atribuído um valor de indemnização por cada tipo de ocorrência.

Em caso de internamento hospitalar do Segurado por Lesões resultantes de Acidente, o produto atribui um subsídio diário de internamento hospitalar por lesões por acidente de 100 euros e em caso do internamento em unidade de cuidados intensivos de 200 euros por dia.

Em caso de morte, será paga uma indemnização de acordo com a sua idade atuarial variando entre os 3.000 euros se o sinistro ocorrer entre os 55 e os 59 anos e os 300 euros entre os 80 os 84 anos.

Os prémios aumentam com a idade começando nos 10,02 euros por mês para subscritores de 55 anos, atingindo os 47,1 euros mensais para os 84 anos, data limite de permanência.

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RGA re juntou seguradores portugueses

  • ECO Seguros
  • 14 Maio 2023

A resseguradora que é uma das maiores do mundo, reuniu em Lisboa com seguradores portugueses a propósito dos 50 anos de vida da companhia americana que gere 3,4 milhões de milhões de euros.

A RGA re International Ibérica reuniu em Lisboa os principais seguradores independentes em Portugal para celebrar os 50 anos da RGA – Reinsurance Group of America, uma das maiores resseguradoras do mundo e que está a operar na península desde 2000 com atividades em Portugal desde 2004.

Responsáveis pelo negócio em Portugal: Francisco Ramirez, Senior Business Developer Adriano de Matteis, Managing Director, Southern Continental Europe, Liliana Rodrigues, Senior Business Developer e Juan Carlos Ibarra, Director Business Development Iberia.

O encontro, realizado no Museu Nacional de Arte Antiga, em Lisboa, contou com a presença de Adriano de Matteis, Managing Director, Southern Continental Europe, que após uma recente reorganização interna inclui Portugal, Espanha, França e Itália, tendo estado igualmente presentes Francisco Ramirez, Senior Business Developer Liliana Rodrigues, Senior Business Developer Juan Carlos Ibarra, Director Business Development Iberia.

A RGA re oferece em Portugal serviços e produtos em resseguro em seguros de Vida e resseguro de longevidade e apresentou recentemente os seus resultados trimestrais a nível mundial em que registou ativos de 89 mil milhões de dólares e 3,4 biliões de dólares de valores ressegurados.

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Ex-presidente do supervisor dos seguros é o novo vice-presidente da UNA

José Almaça é o novo vice-presidente da UNA Seguros, concretizada que está a injeção de capital de 40 milhões de euros por parte da China Tianying para fortalecer a solvência das seguradoras do grupo.

José Almaça, ex-presidente da ASF, entidade reguladora do setor segurador, vai ser vice-presidente da UNA seguros na sequência da reorganização da administração desta companhia, confirmou a ECOseguros Nuno David, CEO das seguradoras UNA, numa altura em que o grupo acaba de realizar uma operação de aumento de capital no valor de 40 milhões de euros.

Presidente da ASF até 2019, José Almaça regressa aos seguros através dos chineses da CTNY.

A injeção de capital destinou-se a repor níveis mais adequados de solvência depois de, em 2022, a companhia de ramos reais UNA Seguros ter registado prejuízos de 18 milhões de euros, afetando a UNA Vida com uma imparidade de 3,6 milhões de euros.

O reforço de fundos foi feito pela Firion Investments, uma sociedade espanhola detida pela China Tianying (CNTY), grupo estatal chinês em expansão mundial na área das indústrias ambientais, que em 2018 comprou aos franceses do Groupe Assurance Mutuelles Agricole as seguradoras Groupama que esta detinha em Portugal, alterando a sua marca para UNA. Neste momento, a participação da CTNY tem no cimo da cascata a Firion Investments, com sede em Madrid, que detém a totalidade da portuguesa Benefits and Increases, SGPS, que por sua vez controla 100% da UNA Vida, sendo esta detentora a 100% da UNA Seguros.

Presidente a ASF desde 2012 a 2019, foi durante o mandato de José Almaça que aconteceram duas importantes entradas de investidores chineses nos seguros em Portugal: a Fosun no capital da Fidelidade em 2014 e a China Tianying com a aquisição das seguradoras Groupama.

Após ter abandonado o cargo na ASF, José Almaça, que também é professor catedrático da Universidade Autónoma de Lisboa, integrou o conselho de administração do Millennium Private Bank, unidade do banco português na Suíça. E é, desde 2022, presidente do Conselho de Remunerações e Previdência do Millennium bcp, tendo sido proposto para este cargo pela Fosun – que detém quase 30% do capital do banco – e pela angolana Sonangol que controla quase 20% do Millennium bcp.

A UNA Seguros registou um crescimento significativo dos seus negócios, mais que duplicou a sua quota de mercado desde 2019 para 2022, sendo atualmente a 28ª maior seguradora do país e a 14ª dos ramos Não Vida. Com 66 milhões de euros de prémios emitidos no ano passado – uma subida de 37% face a 2021-, é a 7ª maior em multirriscos industrial, a 10ª em acidentes de trabalho, a 11ª em seguros de saúde e a 12ª em automóvel.

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Scholz diz que Ucrânia “faz parte da família europeia”

  • Lusa
  • 14 Maio 2023

Scholz falou ao entregar a Zelensky o Prémio Internacional Carlos Magno, que lhe foi atribuído em conjunto com o povo da Ucrânia

O chanceler alemão, Olaf Scholz, afirmou este domingo, em Aachen, na presença do Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, que a Ucrânia “faz parte da família europeia”.

A guerra fez com que as pessoas em toda a Europa tomassem consciência de uma coisa: a Ucrânia faz parte da nossa família europeia”, disse Scholz ao entregar a Zelensky o Prémio Internacional Carlos Magno, que lhe foi atribuído em conjunto com o povo da Ucrânia.

“A guerra de agressão da Rússia aproximou a União Europeia e a Ucrânia mais que nunca”, acrescentou o líder alemão.

Segundo os organizadores, o prémio reconhece que a sua resistência à invasão russa é uma defesa “não só da soberania do seu país e da vida dos seus cidadãos, mas também da Europa e dos valores europeus”.

Presente na cerimónia, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, referiu que Zelensky e o povo ucraniano “estão a lutar pelos valores e pela obrigação que este prémio representa”.

“Ao fazê-lo, estão também a lutar pela nossa própria liberdade e pelos nossos valores. A democracia e o Estado de direito, a liberdade de expressão e a liberdade de criar o seu próprio destino”, acrescentou.

Ursula von der Leyen e Volodymyr Zelensky© European Union, 2022

Após conversações oficiais em Berlim, Zelensky e Scholz viajaram juntos para Aachen, no ocidente da Alemanha, para a entrega do prémio.

Embora os líderes alemães tenham expressado um forte apoio à Ucrânia, os eleitores alemães estão divididos sobre se o país deve fornecer mais armas, particularmente caças avançados do tipo que Kiev está a pedir aos seus aliados.

A UE concedeu a Kiev o estatuto de candidato oficial em junho de 2022, mas exige mais reformas, nomeadamente na luta contra a corrupção. Bruxelas estima que as conversações para a entrada na UE demorem entre seis a 10 anos a contar desde o seu início, enquanto Kiev pretende uma integração mais rápida.

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700 reitores discutiram em Valência os desafios do ensino. Três ideias que vão marcar o futuro da educação

Cerca de 700 reitores, de um total de 14 países incluindo Portugal, reuniram em Valência para discutir os desafios e oportunidades no ensino superior. Um deles é a Inteligência Artificial.

Durante três dias, o futuro do ensino superior discutiu-se na cidade de Valência. Cerca de 700 reitores de 14 países, dos quais cerca de 30 de Portugal, rumaram à cidade espanhola para desenhar o que poderá ser o futuro da formação. Há que encontrar uma resposta aos novos desafios (e riscos) colocados pela inteligência artificial, novas soluções para aprendizagem ao longo da vida e responder à necessidade de adaptar os atuais modelos de ensino, apontaram no V Encontro Internacional de Reitores da rede Universia, na Cidade das Artes e das Ciências.

“Enfrentamos enormes desafios sociais e ambientais que exigem urgentemente soluções criativas, inovadoras e transformadoras. É (na universidade) que se formam os cidadãos que vão liderar as mudanças. Profissionais que necessitam de atualizar continuamente os seus conhecimentos e competências ao longo da vida, de modo a gerir com sucesso ambientes imprevisíveis”, lê-se na “Declaração de Valência sobre Universidade e Sociedade”, apresentada no final do encontro e subscrita por todos os intervenientes.

“Para o efeito, devem complementar as competências tecnológicas com outras disciplinas de ordem superior, como a inteligência emocional, a flexibilidade e o pensamento global. A par de todos estes conhecimentos, a relevância da perspetiva humanista, que fomenta valores como a solidariedade e a ética, é cada vez mais necessária num mundo que aspira a ser justo, equitativo e sustentável.”

Comitiva portuguesa que esteve presente no encontro em Valência.

 

Das várias ideias que emergiram do encontro sobre o futuro da formação, destacamos três.

Aprendizagem ao longo da vida

“Alargar a oferta de aprendizagem às diferentes etapas da vida adulta, ampliando e flexibilizando os formatos educativos das nossas universidades para que se adaptem às diferentes necessidades educativas de públicos numerosos e diversos”. Este foi um dos primeiros compromissos expressos na Declaração de Valência. Num momento em que as novas tecnologias já entraram pelo mercado de trabalho adentro, independente do setor, é fundamental que os profissionais sejam capazes de atualizar-se de forma a acompanhar a transformação do digital. Apostar na formação ao longo da vida, nomeadamente através do upskilling e reskilling, de forma a não deixar ninguém para trás, é uma prioridade, e as instituições do ensino superior devem contribuir mais ativamente para a solução.

“Os trabalhos estão a mudar. Provavelmente 15% dos trabalhos que conhecemos hoje em dia não vão existir, e, provavelmente, os que vão existir, se não formamos, se não fizermos reskilling e upskilling junto dos profissionais, eles não vão estar à altura de desempenhá-los”, defendeu Alexandra Brandão, global head of HR do banco Santander, durante a sua intervenção num dos painéis do evento sobre formar da maneira integral. “Os alunos que entram nas empresas são alunos para a vida”, acrescentou a gestora de pessoas, salientando que, no banco espanhol, uma das primeiras skills que está a a ser pedida ao talento jovem é uma atitude e mentalidade de desenvolvimento, de formação contínua.

Capacidade de questionar, pensamento lateral, empatia, multidisciplinaridade foram algumas das competências que Alexandra Brandão destacou como fundamentais no atual contexto do mercado de trabalho e considerou mesmo que “talvez não sejam assim tão soft skills”, como costumamos defini-las. Ao nível das competências mais técnicas, a global head of HR do Santander salientou que as competências digitais são imprescindíveis e já transversais a qualquer setor.

Qualquer revolução implica uma reorganização do mercado de trabalho, e esta não é exceção.

Nuria Olivier

Diretora de ciência de dados na Data-Pop Alliance, assessora científica principal no Instituto Vodafone e cofundadora e vice-presidente do European Laboratory for Learning and Intelligent Systems

Uma preparação que deve, desde logo, começar nas universidades, mas continuar ao longo da vida. “Como já ouvi aqui, a universidade está longe de ser algo que deveria terminar aos 22 anos”, disse.

“É inevitável. Qualquer revolução implica uma reorganização do mercado de trabalho, e esta não é exceção”, disse, por sua vez, Nuria Olivier, diretora de ciência de dados na Data-Pop Alliance, assessora científica principal no Instituto Vodafone e cofundadora e vice-presidente do European Laboratory for Learning and Intelligent Systems. E relembrou que, ao contrário das revoluções anteriores no mercado laboral, esta está a ter impacto “sobretudo nas profissões mais qualificadas, desde a medicina à advocacia, passando pelas indústrias criativas”.

Sara Harper, por sua vez vez, levantou ainda outra questão. “Os adultos acima dos 40/50 anos têm a inteligência cristalizada, capacidades de liderança, pensamento lateral, capacidade de análise… Não deveríamos estar preocupados em ter uma mão de obra acima dos 40 anos”, defendeu a docente na Universidade de Oxford e especialista em demografia, incentivando a comunidade universitária a abandonar a ideia de que os profissionais acima dos 50 anos não são tão hábeis para as novas tecnologias como as gerações mais jovens.

Universidades “valentes, mas responsáveis”

A ideia de que o modelo mais clássico de formação está ultrapassado, ou pelo menos tem de ser renovado e adaptado às novas necessidades de alunos e ao mercado de trabalho, também ficou clara. “Precisamos de cursos de curta duração, upskilling e reskilling. Adaptar a formação”, afirmou Nuria Olivier. Salas de aula ou anfiteatros, com um modelo de ensino expositivo através de um power point que se apresenta aos alunos, estão a perder terreno, dando lugar a um modelo mais colaborativo e, sobretudo, personalizado.

Para a professora de Oxford, os estudantes serão, cada vez mais, os responsáveis pelo seu percurso educativo, com planos curriculares mais personalizados do que nunca. As universidades, por sua vez, têm de abraçar a interdisciplinaridade. “As universidades têm de mudar para este conceito, em vez de ser cada professor a dar a sua disciplina”, afirmou. Aliás, este foi mesmo um dos compromissos assumidos na Declaração de Valência: “Aumentar a interdisciplinaridade na investigação e promover a transferência e a ampla divulgação dos seus resultados em benefício da sociedade.”

Edward Roekaert Embrechts, reitor da Universidad Peruana de Ciencias Aplicadas (UPC – Peru), concordou que as gerações de hoje pedem cada vez mais uma formação com maior liberdade e poder de escolha, e admitiu ser urgente mudar a forma como as instituições universitárias ensinam hoje em dia. “Até porque começam a aparecer instituições mais ágeis e com programas, muitas vezes, mais pertinentes. Se queremos competir com estas instituições, temos de mudar a forma como operámos até aqui”, considerou.

Tenho de admitir que nem mesmo uma universidade como Oxford está, neste momento, preparada para dar a formação e as competências de que os alunos irão precisar.

Sara Harper

Docente na Universidade de Oxford e especialista em demografia

Uma mudança que parece ser necessária em todas as geografias do globo. “Tenho de admitir que nem mesmo uma universidade como Oxford está, neste momento, preparada para dar a formação e as competências de que os alunos irão precisar. Não é só uma questão técnica, de sabermos usar ferramentas como a Inteligência Artificial, é pensar nas questões éticas que se levantam e como vamos trabalhar lado a lado com algo não humano. As instituições estão a olhar para isso, mas tudo se mantém como se estivéssemos no século XX. Estão um pouco paradas no tempo”, referiu Sarah Harper.

Apesar de todos os avanços e da oportunidade de inovação à nossa frente, uma das ideias mais presentes ao longo deste encontro entre reitores foi sobre a necessidade de regulação da Inteligência Artificial. “Qualquer produto que vamos consumir tem de ser regulado e avaliado previamente, sejam medicamentos, comida… Porque é que os serviços digitais, que até são, muitas vezes, usados por crianças de dois anos, não estão a passar por essa regulamentação?”, questionou Nuria Oliver. “Temos de garantir que esta tecnologia é segura.”

Nem que, para isso, seja preciso avançar mais devagar, acrescentou Pilar Manchón, responsável pela estratégia de pesquisa de IA conversacional no Google AI, que partilhou o painel sobre a contribuição da universidade para a revolução tecnológica com Oliver Nuria. “Estamos a evoluir muito rápido. Não queremos parar, queremos estar sempre à frente. Mas, afinal, o que é que realmente importa? O ser humano. Devemos pensar em ser mais humanos com a IA. Não devemos de deixar de fazer as coisas de forma responsável, mesmo que isso implique ir mais devagar. Devemos ser valentes, mas responsáveis.”

Não temos de travar a investigação, temos é que garantir que o seu uso [das novas tecnologias] é seguro. A sociedade não tem de ser a cobaia.

Pilar Manchón

Responsável pela estratégia de pesquisa de IA conversacional no Google AI

“Neste momento, esta direção não está muito clara. Não temos de travar a investigação, temos é que garantir que o seu uso [das novas tecnologias] é seguro. A sociedade não tem de ser a cobaia”, acrescentou a especialista.

Abraçar todos os eixos da mobilidade

A mobilidade e a internacionalização foram também ideias que vários palestrantes salientaram durante os painéis de debates. E isso ficou expresso na Declaração de Valência, com os reitores a comprometerem-se a “facilitar diferentes formas de mobilidade para os estudantes e académicos das nossas universidades — incluindo a mobilidade geográfica, virtual e intersetorial — a fim de promover o intercâmbio e o enriquecimento cultural, bem como uma educação aberta e inclusiva”.

O reitor da Universidade Nova de Lisboa, João Sàágua, durante a sua intervenção no painel debate “Criando novos marcos e redes para a mobilidade”, admitiu que criar um ambiente internacional é uma prioridade no campus da Nova. “É importante que os estudantes tenham uma visão ampla do mundo, e mais humana. A mobilidade é ótima para isso”, sustentou.

Fernando León García, reitor da CETYS Universidad Mexico, que também fez parte do painel, defendeu a mesma ideia. “Não se pode considerar uma formação completa, se não tem algum tipo de internacionalização”, disse.

Não se pode considerar uma formação completa, se não tem algum tipo de internacionalização.

Fernando León García

Reitor da CETYS Universidad Mexico

Já a presidente da Universidade Santa Cecília (UNISANTA), no Brasil, relembrou ainda, num painel sobre formar de maneira integral, que, além de um público intercultural, as universidades vão conviver cada vez mais com “um público intergeracional”.

*O ECO Trabalho viajou a Valência (Espanha) a convite do Santander

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Portugal com saldo positivo na balança comercial com a Islândia a partir de 2022

  • Lusa
  • 14 Maio 2023

António Costa realiza uma visita oficial à Islândia na segunda-feira, país em relação ao qual, desde 2018, Portugal tem também vindo a registar um aumento médio das importações na ordem dos 6,6%.

Portugal passou a ter uma balança comercial positiva com a Islândia a partir de 2022, após quatro anos de saldos negativos, registando um aumento médio das exportações de 18,7%, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE). Este é o enquadramento económico da visita que o primeiro-ministro, António Costa, realiza na segunda-feira à Islândia, país em relação ao qual, desde 2018, Portugal tem também vindo a registar um aumento médio das importações na ordem dos 6,6%.

A visita oficial à Islândia terá uma agenda dominada pela cooperação na área das energias renováveis, tendo também depois neste país, na terça e na quarta-feira, uma cimeira do Conselho da Europa.

Segundo fonte diplomática nacional, esta será a primeira visita de um chefe do Governo português à Islândia e a primeira visita de alto nível desde a deslocação do então Presidente da República Mário Soares em 1993.

O convite para esta deslocação surgiu na sequência de um encontro entre António Costa e a primeira-ministra islandesa, Katrin Jakobsdóttir, que ocorreu à margem da Conferência dos Oceanos das Nações Unidas, em Lisboa, em junho do ano passado.

António Costa chega a Reiquiavique ao fim da manhã de segunda-feira e terá logo a seguir um almoço de trabalho com a primeira-ministra da Islândia, em que estará em análise o aprofundamento da cooperação bilateral.

Na Cimeira do Conselho da Europa, Portugal apoiará a criação de um registo de anos causados pela agressão da Rússia contra a Ucrânia. Esta será uma das principais decisões que resultará da Cimeira do Conselho da Europa, organização de onde a Federação Russa foi suspensa em 25 de fevereiro de 2022 e excluída em 16 de março do mesmo ano. Fonte diplomática nacional adiantou à agência Lusa que a concretização deste registo de danos causados pela Rússia na guerra contra a Ucrânia é considerada “um primeiro passo para a posterior criação de um mecanismo de compensação”.

De acordo com os mesmos dados, no ano passado, as exportações portuguesas totalizaram 42 milhões de euros, com um crescimento de 76,4% face a 2021, e as importações tiveram um crescimento de 28,9% também face a 2021, alcançando os 33,9 milhões de euros.

A este propósito, o Governo português refere que os valores das trocas comerciais em 2022 já se encontram “muito acima dos valores pré-pandemia”, ou seja, de 2019.

No que respeita ao comércio de bens e serviços, as trocas comerciais de Portugal com a Islândia são consideradas residuais. A Islândia é o 97.º cliente das exportações de bens portuguesas (0,02% do total) e o 93.º fornecedor das importações (0,01% do total).

Segundo o INE, em 2022 as exportações atingiram os 17,1 milhões de euros, enquanto as importações alcançaram 16 milhões de euros, resultando num saldo positivo de um milhão de euros. A balança comercial de bens apresentou assim no ano passado um coeficiente de cobertura de 106,4 %.

O executivo português destaca ainda que existem 266 empresas portuguesas a exportar para a Islândia, “um aumento significativo” face a 2017, ano em que se encontravam 217 operadores económicos portugueses neste mercado.

Nas dez maiores exportadoras estão a 5Ensesinfood (agroalimentar), a Amorim (cortiça), a Casa Santos Lima (vinhos), a Cipan (produtos farmacêuticos), a Damel e a Room2Fit (vestuário, textil), a Dux (casa e mobiliário), a Metalogalva e SN Seixas (metalomecânica).

Fonte diplomática referiu à agência Lusa que em 2022 a Islândia registou uma taxa de crescimento de 6,4% e um défice orçamental de 5,3%. A dívida pública, no ano passado, foi de 75% do PIB e a taxa de desemprego de 3,9%.

A inflação ronda atualmente os 10%, (8,8% em fevereiro de 2023 e o Banco Central da Islândia aumentou recentemente a taxa de juro de referência para 6,5%, o valor mais elevado da Europa Ocidental.

A pesca, o turismo e a fundição de alumínio são considerados os setores mais importantes para a economia islandesa.

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📹 Quanto ganha se plantar uma árvore?

O ECO pediu ajuda à Confederação Portuguesa de Agricultores (CAP) para saber quanto custa plantar uma árvore e que retorno pode retirar da mesma e preparou-lhe um vídeo com alguns exemplos.

Tem um terreno que herdou dos seus pais ou avós e não sabe o que fazer com ele? Não tem vocação de agricultor nem disponibilidade para rentabilizar a terra com uma verdadeira exploração agrícola? Tem receio de ser forçado pelo Executivo a arrendar a propriedade devido ao risco de incêndios? Fica aqui uma ideia: plante árvores.

Plantar uma árvore produz oxigénio e reduz as emissões de CO2. Mas não é só o ambiente que fica a ganhar. A floresta também é um meio de subsistência.

Provavelmente está a pensar que esta ideia vai exigir um investimento inicial enorme e que acabará por não ter qualquer retorno desse dinheiro. Pode ser verdade. Mas, nalguns casos, há apoios para plantar algumas espécies e sim, a floresta pode ser um bom investimento.

O ECO pediu ajuda à Confederação Portuguesa de Agricultores (CAP) para saber quanto custa plantar uma árvore e que retorno pode retirar da mesma e preparou-lhe um vídeo com alguns exemplos.

http://videos.sapo.pt/JsRMBAbrzVosZSCBrLUu

Uma plantação nova de pinheiro, azinho ou sobreiro custa cerca de três mil euros por hectare. Por agora não existem avisos abertos para apoios à plantação destas árvores, mas é uma questão de estar atento. A nova Política Agrícola Comum está a ser implementada e certamente que surgirão novas oportunidades.

Um pinheiro, ao fim de 20 anos está pronto para ser cortado e hoje rende cerca de 70 a 80 euros por metro cúbico, no caso da madeira de qualidade, para mobiliário.

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Estado vai deixar de dar apoios a compra de carros elétricos

O Governo admite mudar os incentivos aos carros elétricos, passando do apoio à compra para uma ajuda para fazer baixar os custos da energia nos carregamentos.

O Estado vai deixar de comparticipar a compra de carros elétricos. O incentivo à compra de automóvel elétrico, através de um pacote de ajuda do Estado, que este ano chegou aos 5,2 milhões de euros, já não deverá fazer parte do próximo Orçamento do Estado.

Em entrevista à Antena 1 e ao Jornal de Negócios, o secretário de Estado da Mobilidade Urbana, Jorge Delgado explicou que os níveis de aquisição de automóveis elétricos revelam que a compra já não está ligada ao incentivo e os apoios do Estado nunca conseguiriam acompanhar os valores da procura. O Governo pretende substituir este incentivo por medidas que permitam uma redução dos custos de carregamento.

Em março deste ano a compra de veículos elétricos aumentou 88%, em comparação com o mesmo mês o ano passado. Segundo o secretário de Estado, de futuro a intervenção do Estado tem de ser feita reduzindo o valor das taxas cobradas com o carregamento e agilizando os processos de licenciamento para aumentar o número de postos de carregamento porque há muitos investidores interessados em entrar no mercado. Atualmente estão a ser criados 30 postos por semana. Em 2023, Jorge Delgado quer que esse número chegue aos 40 ou 50 por semana.

Na mesma entrevista, o secretário de Estado confirmou uma derrapagem nas obras do metro de cerca de 500 a 600 milhões de euros e admitiu que poderá ser ainda maior porque há imponderáveis que podem surgir depois de começar a obra, nomeadamente a nível geológico. O secretário de Estado garante que estes custos acrescidos serão financiados em parte através do PRR e da sua reprogramação ou, em alternativa, pelo Orçamento do Estado ou pelo Fundo ambiental.

 

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Acordo judicial nos EUA confirma subornos em Angola no setor petrolífero

  • Lusa
  • 14 Maio 2023

A empresa holandesa Frank's Internacional vai ter de pagar ao Tesouro norte-americano 7,9 milhões de dólares (7,26 milhões de euros) por participar em subornos em Angola entre 2008 e 2014.

A empresa holandesa Frank’s Internacional vai ter de pagar ao Tesouro norte-americano 7,9 milhões de dólares (7,26 milhões de euros) por participar em subornos em Angola entre 2008 e 2014, segundo despacho do regulador de mercado norte-americano.

De acordo com o despacho da comissão da Securities and Exchange Comission (SEC), na sigla em inglês), a que a Lusa teve acesso, a empresa, fornecedora de materiais e serviços para a indústria petrolífera, terá de “pagar a restituição de $4.176.858 e juros de mora de $821.863 e uma sanção pecuniária civil no montante de $3.000.000 à Securities and Exchange Commission para transferência para o fundo geral do Tesouro dos Estados Unidos”, num total de quase 7,3 milhões de euros.

Em causa estão esquemas de suborno a que a companhia, com títulos cotada na bolsa de Nova Iorque, assumiu recorrer por não estar a conseguir, de outra forma, ganhar contratos em Angola.

Segundo o documento que determina a sanção contra a Frank’s, datado de 26 de abril deste ano, a SEC explica que a empresa foi informada por angolanos que tinha de criar uma consultora para onde seriam canalizados os subornos que lhe permitiriam ganhar os contratos no mercado angolano.

“Entre janeiro de 2008 e outubro de 2014, aproximadamente, a Frank’s pagou comissões a um agente de vendas em Angola, mesmo tendo em conta que os responsáveis da subsidiária da Frank’s sediados na região sabiam que havia uma grande probabilidade de o agente utilizar as comissões para subornar funcionários do governo angolano em nome da Frank’s”, acrescenta o despacho da SEC.

“De facto, alguns dos fundos foram desviados para um responsável do governo angolano para influenciar a adjudicação de contratos de serviços de petróleo e gás natural”, sublinha o documento adiantando que, durante o período relevante, a Frank’s “não dispunha de controlos contabilísticos internos adequados relacionados com a retenção e pagamento de agentes que interagiam com funcionários públicos estrangeiros em nome da empresa”.

Após o IPO (dispersão de capital em bolsa da Frank’s Internacional, que decorreu em agosto de 2013, o agente em Angola “desviou os fundos que recebeu da Frank’s Angolan Operations para contas offshore detidas por empresas cuja propriedade final não era identificável. Durante este período, depois de se tornar emissor, a Frank’s Angolan Operations obteve cinco novos contratos em Angola”, acrescenta o documento.

Naquele período, a empresa petrolífera estatal angolana, a Sonangol, atribuiu concessões a grandes empresas petrolíferas internacionais, concedendo os direitos de exploração e produção de petróleo em áreas onshore e offshore, designadas por blocos.

Até 2012, o presidente da petrolífera era Manuel Vicente, que mais tarde veio a ser vice-presidente de Angola, sendo Presidente o histórico José Eduardo dos Santos.

Na exposição do caso, a SEC diz que a Frank’s Angolan Operations, apesar de ter sido contratada por algumas das grandes empresas petrolíferas internacionais que receberam as concessões, estava a ser preterida porque as companhias não queriam contratar “fornecedores desfavorecidos pela Sonangol”, lê-se no documento.

Assim, a solução encontrada pela empresa foi angariar um agente angolano, para quem canalizaria verbas que iriam garantir que a empresa receberia novas adjudicações.

Entre 2008 e 2014, “as empresas do agente de Angola receberam “aproximadamente 5,5 milhões [cerca de cinco milhões de euros] das operações angolanas da Frank’s, uma parte dos quais foi paga a um responsável de Angola”, adianta o documento.

Mas a Frank’s recebeu “pelo menos $4.176.858 [3,7 milhões de euros]em lucros líquidos pós-IPO dos seus contratos com empresas petrolíferas em que a Sonangol era o cliente final e em relação aos quais um responsável de Angola, ou outros funcionários da Sonangol, tinham autoridade para tomar decisões”.

Num acordo prévio à decisão final da SEC, com base numa proposta da Frank’s, a empresa comprometeu-se em cooperar, incluindo através da disponibilização de testemunhas de fora dos EUA para entrevistas, apresentar voluntariamente documentos relevantes e partilhar factos descobertos durante a sua investigação interna, incluindo factos relacionados com condutas que ocorreram antes de se tornar um emitente.

As medidas de correção incluíram o despedimento dos funcionários envolvidos, o fim da relação com o agente de Angola, a melhoria dos seus controlos contabilísticos internos e o reforço do seu ambiente de controlos internos e do seu programa de conformidade na sequência da sua fusão com o Expro Group, da qual resultou a Expro Group Holdings.

“O requerido deverá, no prazo de 14 dias a contar da data de entrada do presente depacho, pagar a restituição de $4.176.858 e juros de mora de $821.863 e uma sanção pecuniária civil no montante de $3.000.000 à Securities and Exchange Commission para transferência para o fundo geral do Tesouro dos Estados Unidos, nos termos da secção 21F(g)(3) da Exchange Act”, conclui-se no documento.

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