Rendibilidade das empresas bate recorde no final de 2022

Empresas estão mais rentáveis e menos dependentes do capital alheio.

A rendibilidade das empresas portuguesas atingiu os 9,2% no quarto trimestre do ano passado, registando o valor mais elevado desde, pelo menos, 2006, quando começa a série do Banco de Portugal.

Medida pelo rácio entre os resultados antes de amortizações, depreciações, juros e impostos (EBITDA) e o total do ativo, a rendibilidade das empresas portuguesas sobe há oito trimestres consecutivos, depois de ter registado um período de queda por conta da crise pandémica, superando a taxa máxima de 9% que tinha registado em 2007.

De acordo com os dados divulgados esta quarta-feira pelo Banco de Portugal, a rendibilidade do ativo nas empresas privadas aumentou em praticamente todos os setores de atividade, com destaque para os setores dos transportes e armazenagem e do comércio, que tiveram aumentos de 4,4 e de 3 pontos percentuais, respetivamente, em relação ao quarto trimestre de 2021.

A exceção foi o setor da construção, que teve uma redução da rendibilidade do ativo de 0,1 pontos percentuais relativamente ao ano anterior.

No setor público, a rendibilidade das empresas fixou-se em 7,4% do ativo, que compara com os -4,5% no final de 2021.

Rendibilidade das empresas sobe para 9,2%

Fonte: Banco de Portugal

Ainda segundo o Banco de Portugal, o ano passado ficou marcado por um reforço da autonomia financeiras das empresas, que atingiu os 41,9% no último trimestre, um máximo desde 2006 (início da série). A autonomia financeira de uma empresa mede-se pelo peso do capital próprio no total do ativo.

A autonomia financeira das empresas privadas reduziu-se em termos homólogos nos setores da eletricidade e da construção, observando-se aumentos nos restantes setores.

Já em relação ao período pré-pandemia (quarto trimestre de 2019), o aumento da autonomia financeira “foi transversal a todos os setores de atividade”.

Em sentido contrário, o peso dos financiamentos obtidos no total do ativo baixou de 31,7% para 30,1%. “Para esta redução contribuíram os empréstimos de instituições de crédito e sociedades financeiras, bem como os empréstimos de empresas do grupo”, explica o regulador financeiro.

A autonomia financeira das empresas públicas cresceu de 31,7% para 35,3%, e o peso dos financiamentos obtidos no total do ativo diminuiu de 37,1% para 31,6%.

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Portugal regista défice comercial de 94 milhões no café

Indústria portuguesa exportou 121 milhões de euros de café torrado e solúvel em 2022, com as importações a valeram 215 milhões. Do total de 88 operadores neste setor, 90% têm menos de 50 empregados.

As importações de café voltaram a subir 2,9% no ano passado, atingindo um total de 215 milhões de euros. Em conjunto, França e Espanha, que são os principais países de origem, pesam quase dois terços (64%) nas compras portuguesas deste produto.

Apesar de a subida percentual (6,1%) até ter sido superior em 2022, igualmente na comparação homóloga, as exportações de café torrado e solúvel valeram “apenas” 121 milhões de euros, conduzindo a um défice setorial de 94 milhões de euros.

Espanha, França, Reino Unido e Suíça, que são quatro países com uma forte presença de emigrantes, são os melhores mercados para o café português. Do total da produção em solo nacional, quase 25% tem como destino os mercados internacionais, mostram os dados da Informa D&B.

Dominado pela Delta, que emprega mais de mil trabalhadores e está presente tanto no canal de alimentação como no Horeca (hotelaria e restauração), o setor do café em Portugal é constituído por um total de 88 operadores, sendo que 90% das empresas têm menos de 50 funcionários. Norte, Lisboa e Alentejo são as principais zonas geográficas.

De acordo com o estudo divulgado esta quarta-feira pela consultora, o valor das vendas de café em Portugal atingiu os 590 milhões de euros em 2022, representando um crescimento de 8,3% face ao ano anterior. Um valor que, sublinha, “mantém o mercado do café numa rota de crescimento” retomada em 2021, depois da quebra verificada no primeiro ano da pandemia.

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Comissão de inquérito é “novela mexicana” que está a assassinar a TAP, diz sindicato

SITAVA afirma que trabalhos da CPI se têm desenrolado "ao nível de uma novela mexicana de 'terceiríssimo' nível" e acusa deputados de estarem mais preocupados com caça ao voto.

O Sindicato dos Trabalhadores da Aviação e Aeroportos (SITAVA) compara a comissão parlamentar de inquérito (CPI) à tutela pública da gestão da TAP a uma “novela mexicana”, que está a denegrir a empresa e os seus trabalhadores.

A comissão parlamentar de inquérito não pode ser arma para assassinar a TAP“, diz o título do comunicado divulgado esta manhã pelo maior sindicato que representa o pessoal de terra da companhia aérea, comparando os trabalhos da CPI a “uma novela mexicana de ‘terceiríssimo’ nível“.

“É vê-los uns contra os outros, a ver quem descobre o ‘escândalo maior’ e ganha a dianteira, na mira de sacar mais uns votos num qualquer ato eleitoral que lhes surja pela frente”, continua o SITAVA.

"É vê-los uns contra os outros, a ver quem descobre o ‘escândalo maior’ e ganha a dianteira, na mira de sacar mais uns votos num qualquer ato eleitoral que lhes surja pela frente.”

SITAVA

O sindicato diz que a comissão de inquérito “foi transformada autêntica ‘lavandaria de roupa suja’ em que os visados não são os sujeitos que nela intervieram, mas sim a empresa e logo os seus trabalhadores”.

Para o SITAVA a CPI deveria ter sido criada para “investigar os muitos e clamorosos erros de gestão que a TAP tem sofrido ao longo da sua vida, com gravíssimos prejuízos para a empresa e para os trabalhadores”, em particular a venda de 61% à Atlantic Gateway de David Neeleman e Humberto Pedrosa.

A estrutura sindical defende que se deveria “investigar principalmente, o que aconteceu com aquela espécie de privatização tentada em 2015, onde uns ‘investidores’ cooptados à pressa se limitaram a emprestar à TAP dinheiro que era da própria empresa e que durante os anos que por cá estiveram (de 2015 a 2020), além dos obscenos ordenados que aprovaram para si próprios, ainda sacaram muitos milhões de euros para os seus bolsos com contratos de prestação de serviços e pré-reformas, como está hoje amplamente demonstrado e divulgado pela comunicação social”.

O SITAVA manifesta-se ainda contra nova venda do capital a privados, considerando que “seria criminoso abrir qualquer processo de privatização”. “Os trabalhadores da TAP (…) sabem que não há TAP sem hub em Lisboa e que a única forma de o garantir é uma TAP com a adequada presença pública no seu capital. A posição estratégica da TAP não pode ficar nas mãos e à mercê de um qualquer grupo económico que imponha a sua lei”, acrescenta.

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Ensino superior garante salário 114% mais alto do que 3.º ciclo do ensino básico

A remuneração aumenta com a idade, refletindo a acumulação de experiência. Mas o diferencial é ainda mais notório quando analisado o grau de escolaridade.

O grau de escolaridade e a idade são dos fatores que fazem aumentar o salário médio dos portugueses, ainda que o primeiro proporcione o maior diferencial. Em 2021, quem tinha completado o ensino superior ganhava, em média, um ordenado de 2.414 euros brutos mensais, mais 114,4% (ou seja, 1.288 euros) do que aqueles que tinham, no máximo, o 3.º ciclo do ensino básico, isto é, até ao 9.º ano. Para estes, o salário médio situava-se nos 1.126 euros, revelam os dados divulgados esta quarta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

Já os profissionais que tinham completado o ensino secundário ou pós-secundário não superior recebiam 1.358 euros de salário, mais 20,6% do que aqueles que tinham, no máximo, o 9.º ano.

“A ordem de grandeza destas diferenças não varia muito nos três anos [2019-2021], apesar do prémio salarial de escolaridade ter descido relativamente a 2019, quando foi de 22,3% e 118,4%, respetivamente”, conclui o gabinete de estatísticas.

A remuneração também aumentou consoante a idade do profissional. Em 2021, o salário médio bruto mensal de uma pessoa entre os 35 e os 44 anos era de 1.510 euros, superior em 19,6% ao ordenado de um jovem adulto entre os 25 e os 34 anos (1.263 euros).

um profissional na faixa etária dos 65 aos 74 anos ganhava, em média, 1.808 euros brutos. Um valor superior em 43,2% quando comparado com o vencimento dos jovens.

Concentração de trabalhadores em rendimentos baixos

Embora a distribuição do rendimento bruto mensal em Portugal, em qualquer um dos anos em análise, seja assimétrica positiva, é possível notar uma concentração de trabalhadores em rendimentos baixos. Em 2019, o intervalo de remuneração que agregava a maior proporção de trabalhadores era o dos 750 euros a menos de 800 euros. Já em 2021, o intervalo com a maior proporção de colaboradores era o que compreendia ordenados entre os 850 euros e os 900 euros.

A média de remuneração bruta mensal nos anos em análise, por sua vez, aumentou do intervalo remuneratório de 1.300 euros a 1.350 euros para o que contempla vencimentos entre os 1.400 euros e os 1.450 euros, sendo os valores exatos de 1.347 euros e 1.445 euros, respetivamente.

De igual modo, é possível identificar o intervalo que contém a mediana de rendimento, ou seja, a remuneração que divide os 50% de trabalhadores que recebem até àquele valor e os 50% que recebem acima do mesmo. Também neste caso se observa um aumento com a passagem do intervalo de 950 euros a 1.000 euros, em 2019, para o de 1.050 euros a 1.100 euros, em 2021 (972 euros e 1.050 euros são os valores exatos, respetivamente).

“Sendo a mediana inferior à média confirma-se que a distribuição da remuneração bruta mensal em Portugal em qualquer dos anos em análise é assimétrica positiva, havendo uma concentração de trabalhadores em rendimentos baixos”, destaca o INE.

Nota-se uma persistência na concentração em torno de remunerações muito baixas e uma pequena deslocação da mancha de valores para a direita, o que é consistente com o aumento médio das remuneracões de 7,3%, entre 2019 e 2021.

(Notícia atualizada com mais informação às 12h37)

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Comboios a levitar, programar micro robôs? FCT Nova abre portas a alunos do secundário

A faculdade estima receber cerca de oito mil estudantes no campus da Caparica. Inscrições ainda estão abertas. Evento decorre a 19 de abril.

A NOVA School of Science and Technology | FCT NOVA vai voltar a abrir as portas para a sua a 15.ª edição da feira anual da faculdade destinada a estudantes do secundário. São esperados cerca de oito mil estudantes a 19 de abril no campus da Caparica. Nesta edição será possível colocar um comboio a levitar, soldar uma impressão 3D de metal ou programar um micro robô.

“A EXPO FCT é o nosso principal momento de contacto direto com os alunos do secundário, uma grande amostra da oferta educativa e do potencial ilimitado da ciência, tecnologia e engenharia. Queremos demonstrar a esta geração que está prestes a entrar na faculdade o impacto real que o conhecimento tem na sociedade, e que de certa forma está ao alcance destes jovens transformar Portugal e alcançar um futuro melhor”, reflete José Paulo Santos, subdiretor responsável pela comunicação da FCT NOVA, citado em comunicado.

Os estudantes que participarem no dia aberto vão conhecer os laboratórios, os professores, a oferta educativa e percorrer as mais de 100 atividades de ciência, tecnologia e engenharia do campus da Caparica. Colocar um comboio a levitar por repulsão magnética, analisar o corpo humano através de radiação infravermelha, fazer a extração de DNA de um morango, programar um micro robô e criar uma fechadura contactless são algumas das atividades.

Além dos departamentos, a Associação dos Estudantes, a Biblioteca, e o Laboratório de e-Learning e FabLab, estão também a organizar várias atividades para os visitantes, como uma demonstração de como fazer cerveja artesanal, uma atuação do grupo de teatro da faculdade, ou iniciação à modalidade de tiro com arco.

Para mais informações e inscrições, consulte este link.

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Altice escolhe Nokia para o núcleo da sua rede 5G em Portugal

Dona da Meo decidiu que será a empresa finlandesa a desenvolver o núcleo (core) da sua rede 5G em Portugal, um passo importante para desbloquear todo o potencial da quinta geração.

A Altice Portugal anunciou a escolha da Nokia, uma empresa europeia, para desenvolver o núcleo (core) da sua rede 5G em Portugal, revelou a dona da Meo, em comunicado de imprensa. As duas empresas já estabeleceram “uma parceria estratégica para o fornecimento e integração do Core 5G Stand Alone“, refere a mesma nota.

Em Portugal, à semelhança de outros países, o 5G tem sido desenvolvido recorrendo numa lógica non-standalone, o que significa que o núcleo da rede, que pode ser visto como o cérebro da mesma, ainda é um núcleo de quarta geração (4G). À medida que as operadoras vão desenvolvendo a infraestrutura, é natural que migrem para um núcleo 5G, com toda a inovação que estes permitem.

Com este anúncio, a Altice Portugal dá um importante sinal no sentido de se estar a preparar para dar o passo seguinte na sua rede 5G em Portugal, que culminará com a migração para um 5G standalone, desbloqueando todo o potencial desta tecnologia. A escolha da Nokia é relevante ainda na medida em que acompanha os apelos das instituições europeias para que as operadoras evitem usar equipamentos de fabricantes chineses nas suas redes de telecomunicações, como é o caso da Huawei.

Há mais de três anos, o ECO noticiou em primeira mão que a Huawei já estava, à partida, excluída do núcleo do 5G em Portugal. Foi noticiado que a Altice Portugal estaria a fazer testes com várias empresas, incluindo a Ericsson (europeia) e a Cisco (americana).

“A Nokia, empresa multinacional de infraestruturas de telecomunicações e fabricante europeu de equipamentos, será responsável pelo desenvolvimento da rede Core 5G, incluindo a evolução para uma arquitetura nativa na cloud, onde as funções de rede são implementadas como micro-serviços, numa lógica de negócio de serviços modulares”, aponta a Altice Portugal em comunicado.

“O novo core móvel 5G Stand Alone permitirá à Altice Portugal disponibilizar serviços inovadores 5G, tais como network slicing [um tipo de arquitetura de rede], serviços de baixa latência e serviços IoT [Internet das Coisas, vulgo, sensores ligados à internet], de forma massiva, nas comunicações de clientes dos segmentos de consumo e empresarial. Por outro lado, irá também fornecer maiores níveis de segurança, utilizando algoritmos de encriptação reforçados para um aumento da privacidade”, remata a empresa liderada por Ana Figueiredo.

Por fim, a Altice Portugal salienta que os serviços assentes na próxima fase do 5G “darão uma garantia de cobertura nacional, utilizando a rede móvel pública da Altice”. “Esta oferta inovadora de alto desempenho visa satisfazer as necessidades de comunicações críticas de indústrias, organismos públicos, cidades e empresas, onde a automação e a grande intensidade de ativos são aspetos críticos”, conclui.

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Euribor sobe a três, seis e 12 meses e no prazo mais curto para um novo máximo

  • Lusa
  • 12 Abril 2023

As Euribor subiram esta quarta-feira nos três prazos: a três meses para 3,126%, a seis meses para 3,430% e a 12 meses para 3,654%.

A taxa Euribor subiu esta quarta-feira a três, a seis e a 12 meses em relação a terça-feira. No prazo mais curto, pela quarta sessão consecutiva, para um novo máximo desde dezembro de 2008.

A Euribor manteve-se esta quarta-feira acima de 3% nos três prazos, a três meses a subir para um quarto máximo consecutivo, a seis meses a 0,031 pontos percentuais do máximo verificado em 9 de março e a 12 meses a 0,324 pontos percentuais do máximo também verificado em 9 de março.

  • A taxa Euribor a 12 meses, que atualmente é a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável, avançou esta quarta-feira, ao ser fixada em 3,654%, mais 0,072 pontos e contra o máximo desde novembro de 2008, de 3,978%, verificado em 9 de março. Segundo o Banco de Portugal, a Euribor a 12 meses já representa 43% do stock de empréstimos para habitação própria permanente com taxa variável, enquanto a Euribor a seis meses representa 32%. Após ter disparado em 12 de abril de 2022 para 0,005%, pela primeira vez positiva desde 05 de fevereiro de 2016, a Euribor a 12 meses está em terreno positivo desde 21 de abril de 2022. A média da Euribor a 12 meses avançou de 3,534% em fevereiro para 3,647% em março, mais 0,113 pontos.
  • No prazo de seis meses, a taxa Euribor, que entrou em terreno positivo em 6 de junho, também subiu esta quarta-feira, para 3,430%, mais 0,074 pontos, contra o máximo desde novembro de 2008, de 3,461%, verificado também em 9 de março. A Euribor a seis meses esteve negativa durante seis anos e sete meses (entre 6 de novembro de 2015 e 3 de junho de 2022). A média da Euribor a seis meses subiu de 3,135% em fevereiro para 3,267% em março, mais 0,132 pontos.
  • A Euribor a três meses, que entrou em 14 de julho em terreno positivo pela primeira vez desde abril de 2015, subiu esta quarta-feira pela quarta sessão consecutiva, para um novo máximo desde dezembro de 2008, ao ser fixada em 3,126%, mais 0,018 pontos do que na terça-feira. A taxa Euribor a três meses esteve negativa entre 21 de abril de 2015 e 13 de julho último (sete anos e dois meses). A média da Euribor a três meses subiu de 2,640% em fevereiro para 2,911% em março, ou seja, um acréscimo de 0,271 pontos percentuais.

As Euribor começaram a subir mais significativamente desde 4 de fevereiro de 2022, depois de o Banco Central Europeu (BCE) ter admitido que poderia subir as taxas de juro diretoras este ano devido ao aumento da inflação na Zona Euro e a tendência foi reforçada com o início da invasão da Ucrânia pela Rússia em 24 de fevereiro de 2022.

Na última reunião de política monetária, em 16 de março, o BCE voltou a subir em 50 pontos base as taxas de juro diretoras, acréscimo igual ao efetuado em 2 de fevereiro e em 15 de dezembro, quando começou a desacelerar o ritmo das subidas em relação às duas registadas anteriormente, que foram de 75 pontos base, respetivamente em 27 de outubro e em 8 de setembro. Em 21 de julho de 2022, o BCE aumentou, pela primeira vez em 11 anos, em 50 pontos base, as três taxas de juro diretoras.

As taxas Euribor a três, a seis e a 12 meses registaram mínimos de sempre, respetivamente, de -0,605% em 14 de dezembro de 2021, de -0,554% e de -0,518% em 20 de dezembro de 2021. As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 57 bancos da Zona Euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.

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Fábrica de carnes de Famalicão recebe primeiro investimento do Programa Consolidar

A Campicarn, de Vila Nova de Famalicão, recebeu o primeiro investimento com fundos do Programa Consolidar com a injeção de mais de seis milhões da capital de risco Growth Partners.

A Campicarn foi a primeira empresa a receber fundos do Programa Consolidar, lançado no ano passado pelo Banco Português de Fomento, através de um investimento de mais de 6,4 milhões de euros por parte da sociedade de capital de risco Growth Partners Capital.

O investimento foi realizado pelo fundo III – Growth Iberia na CampI&D, que pertence ao grupo de Vila Nova de Famalicão (distrito de Braga) ligado ao comércio de carnes e gado vivo, com mais de três décadas de existência.

Com um total de 181 trabalhadores, a Campicarn registou um volume de vendas de 96,9 milhões de euros em 2021, um crescimento de quase 13% em relação a 2020. Fechou aquele ano com lucros de 2,4 milhões de euros, de acordo com a base de dados de empresas InformaDB.

“Com este acordo, vamos a ajudar a empresa a atingir os seus objetivos de crescimento e de afirmação como uma referência no setor, que é o que tentamos fazer com todas as empresas do nosso portefólio, nomeadamente ao nível da expansão Ibérica”, destaca José Maria Cantero, presidente da Growth Partners Capital, num comunicado enviado às redações.

Do lado do Banco de Fomento, a CEO Ana Carvalho vê “com satisfação” a concretização do primeiro investimento do Consolidar. “É nossa expectativa e pretensão que muitos mais investimentos se concretizem a curto prazo”, adiantou a responsável.

É nossa expectativa e pretensão que muitos mais investimentos se concretizem a curto prazo.

Ana Carvalho

CEO do Banco Português de Fomento

A Growth Partners Capital foi uma das 14 sociedades de capital de risco selecionadas para gerir fundos de 500 milhões de euros do Programa Consolidar, um dos programas de investimento do Fundo de Capitalização e Resiliência (FdCR), gerido pelo Banco Português de Fomento e criado no contexto do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) para capitalizar e expandir pequenas e médias empresas, além de midcaps.

Segundo a informação partilhada esta quarta-feira pelo BPF, dez sociedades já assinaram contrato, totalizando uma subscrição do FdCR no valor de 345,2 milhões de euros — e uma taxa de execução do instrumento, em termos de contratações, na ordem de 70%. As restantes quatro selecionadas pelo BPF ao abrigo do presente Programa, por especificidades particulares e únicas de cada situação, mantêm-se em processo de contratação, anuncia a instituição.

Na sequência destas contratações foram, entretanto, realizadas as primeiras três transferências de capital do FdCR para os Fundos de Capital de Risco geridos pela Growth Partners Capital, Core Capital e HCapital, totalizando 8,3 milhões de euros.

Miguel Herédia e José Maria Cantero, da Growth Partners Capital.

A Growth Partners ficou responsável pela maior dotação possível no âmbito do programa: 50 milhões de euros. Este montante será investido no Fundo Growth Iberia, que já conta com diversos investidores privados, que representarão, pelo menos, 40% da dotação do fundo.

A sociedade portuguesa diz ter outros investimentos em fase avançada de negociação, prevendo vir a concretizar um montante adicional de dez milhões de euros até ao final do primeiro semestre de 2023. Desde 2019, a Growth Partners Capital já investiu mais de 90 milhões de euros em Portugal e tem atualmente mais de 170 milhões de euros em ativos sob gestão, devendo fechar o ano de 2023 com 200 milhões de euros.

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Formação e robotização são “áreas em falta” na região de Aveiro

No âmbito do projeto INOV@IERA, criado para reforçar o apoio aos empreendedores da região de Aveiro, foram identificadas as principais dificuldades ao fomento da inovação empresarial.

Formação, programação, robotização, economia circular, environmental, social e governance. Estas são algumas das áreas de negócio que estão “em falta” no tecido empresarial da região de Aveiro.

A escassez destas áreas de negócio foi detetada no âmbito do projeto INOV@IERA, que tem como objetivo fomentar o empreendedorismo e a inovação empresarial da região.

“É um longo ciclo até conseguirmos ter sucesso, pois não é fácil empreender em Portugal. Este tipo de projetos, como o INOV@IERA são um empurrão para darmos os primeiros passos, para ajudar na preparação da ideia e do plano de negócio e até mesmo pelo networking e partilha de experiência”, disse Pedro Conceição, co-owner da In Cycles, empresa de referência da região de Aveiro.

Citado em comunicado, Pedro Conceição aconselha ainda os “empreendedores a juntarem-se a outros para, em parceria, criarem novas soluções e, desta forma, também conseguirem fazerem evoluir o mercado e a economia”.

O projeto INOV@IERA faz ainda a ponte entre o tecido empresarial e empreendedores, assim como estimula a criação e a “concretização de soluções inovadoras e mais eficazes, eficientes e sustentáveis”.

Foi a 5 de abril, no âmbito deste projeto, que o Curia Tecnoparque recebeu as primeiras Jornadas Empresariais, promovidas pela Câmara de Comércio e Indústria do Distrito de Aveiro (AIDA CCI), em parceria com a Comunidade Intermunicipal da Região de Aveiro (CIRA) e a Universidade de Aveiro. As jornadas serviram ainda para apresentar um portefólio de ideias de negócio para a região de Aveiro.

De acordo com a Incubadora de Empresas da Região de Aveiro (IERA), o INOV@IERA foi criado para “reforçar o apoio prestado aos empreendedores da Região de Aveiro, apostando numa abordagem inovadora, não só ao nível da sensibilização e capacitação, mas também através da cooperação com empresas recém-criadas e já existentes, contribuindo para a sua adaptação à mudança”.

Com um custo elegível na ordem dos 407 mil euros, o projeto conta com cofinanciamento dos programas CENTRO 2020 e Portugal 2020, através do Fundo Social Europeu.

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Randstad prepara dia aberto em 20 cidades portuguesas. Quer desenvolver a carreira de 2.000 pessoas

O projeto decorrerá de abril a outubro e terá lugar em 20 cidades portuguesas. O primeiro local a estrear a iniciativa será Leiria, já no próximo dia 18 de abril.

A Randstad prepara-se para lançar um novo projeto, os “Randstad Open Days”, que contempla a existência de dias abertos em todas as suas delegações do país, de abril a outubro. O principal objetivo da iniciativa é abrir portas aos candidatos que procuram emprego através dos serviços da consultora de RH. A Randstad estima impactar mais de 2.000 pessoas, ajudando-as a desenvolver o seu potencial e carreira. O primeiro Open Day é já a 18 de abril, em Leiria.

“Consideramos que para continuar a trabalhar nos nossos objetivos de desenvolvimento de talento e expansão, focados no ativo mais importante – as pessoas – é fundamental estarmos próximos. É importante que consigamos criar momentos de partilha e experiências que permitam aos candidatos adquirir mais contactos, conhecimentos, conhecer os valores da Randstad e esclarecer todas as suas dúvidas com os nossos especialistas. Trabalhamos no sentido de criar a melhor experiência aos nossos candidatos, para que as pessoas encontrem os empregos certos”, afirma Isabel Roseiro, diretora de marketing da Randstad Portugal, em comunicado.

Nestes open days, a recrutadora pretende proporcionar oportunidades para encontrar o emprego certo através do esclarecimento de dúvidas com especialistas da área dos recursos humanos e também de workshops com dicas e participação em rápidas entrevistas. “Com esta iniciativa pretendemos tocar a vida profissional de mais de 2.000
pessoas, ajudando-as a desenvolver o seu potencial”, prevê a empresa.

O projeto decorrerá de abril a outubro e terá lugar em 20 cidades portuguesas. O primeiro local a estrear a iniciativa será Leiria, no próximo dia 18 de abril. Seguem-se a cidades de Figueira da Foz, Aveiro, Lisboa, Valença, Famalicão, Porto, Maia, Setúbal, Sines, Viseu, Covilhã, Ovar, São João da Madeira, Braga, Viana do Castelo, Faro, Mem Martins, Vila Franca de Xira e Funchal.

Os interessados em participar deverão realizar a sua inscrição na página da iniciativa, com a escolha do dia e local da sua conveniência.

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Limites mais rigorosos à poluição industrial evitavam 37.000 mortes

  • Lusa
  • 12 Abril 2023

Limites de poluição mais rigorosos na indústria e na energia europeias evitariam cerca de 37.000 mortes e poupariam 103 mil milhões de euros aos contribuintes em cada ano.

Limites de poluição mais rigorosos na indústria e na energia europeias evitariam cerca de 37.000 mortes e poupariam 103 mil milhões de euros aos contribuintes em cada ano, indica um estudo divulgado esta quarta-feira.

A análise, denominada “Upgrading Europe’s Air”, é da responsabilidade do “Centre for Research on Energy and Clean Air” (Centro de Investigação sobre Energia e Ar Limpo, CREA, uma organização independente registada na Finlândia) e foi divulgada pelo Gabinete Europeu do Ambiente (EEB, na sigla original), uma rede de mais de 180 organizações ligadas ao ambiente.

No novo estudo os responsáveis dizem agora que com limites de emissões poluentes mais rigorosos no setor energético e industrial evitavam-se 120.000 internamentos hospitalares devido a complicações cardíacas, mais de sete milhões de perdas de dias de trabalho e mais 10.000 mortes, comparando com a análise anterior sobre a mesma matéria.

Além de se pouparem milhões de euros em cada ano, aplicar medidas restritivas em relação à pecuária intensiva (emissões de metano por exemplo) evitariam milhares de mortes em cada ano, indica o estudo, que analisa o impacto da redução dos limites de emissões na União Europeia e no Reino Unido.

Levar as emissões geradas na Alemanha ao nível mais baixo possível tem o potencial de salvar cerca de 12.500 europeus e evitar despesas públicas até 34 mil milhões de euros. A França e a Polónia podem evitar cada uma 4.000 baixas humanas e poupar 11 mil milhões de euros dos contribuintes. Dada a natureza sem fronteiras da poluição atmosférica os benefícios afetam todo o continente, salientam os autores.

O EEB lembra em comunicado que a diretiva sobre emissões industriais está a ser revista pelo que os decisores políticos europeus “têm uma oportunidade única” para a melhorar, visto que a lei tem sido “corroída por padrões fracos e lacunas”, que têm levado a menores reduções de emissões.

A Diretiva Emissões Industriais é a principal legislação europeia para prevenir e reduzir a poluição das grandes instalações industriais, incluindo as explorações pecuárias. Em abril do ano passado a Comissão apresentou propostas para atualizar a lei, à luz do Pacto Ecológico Europeu. Em março os países chegaram a um acordo a nível do Conselho Europeu para uma “orientação geral”.

No comunicado o EEB nota que limites de emissões mais rigorosos para a indústria europeia são possíveis com as técnicas atualmente disponíveis, pelo que não há razão para atrasar a sua implementação.

E acrescenta que após a “dececionante posição do Conselho Europeu” o Parlamento Europeu deve tomar uma posição a 25 de maio, na Comissão do Ambiente, Saúde Pública e Segurança Alimentar.

A organização ambientalista avisa que não ajustar a indústria aos limites mais baixos de poluição empurrará a ambição da União Europeia de zero poluição para décadas no futuro, “sacrificando ao mesmo tempo o ambiente, a saúde das pessoas e a poupança de dinheiro público”.

Christian Schaible, chefe da área de Zero Poluição na Indústria na EEB, afirmou, citado no comunicado, que “é imperativo mudar a cultura que recompensa os poluidores”.

“Os argumentos a favor de enormes benefícios públicos da poluição atmosférica evitada graças a limites estritos são absolutamente claros, não podemos dar-nos ao luxo de perder mais tempo para os poluidores escaparem às suas responsabilidades”, disse.

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Poluição do ar no centro de Lisboa ultrapassou limites nos primeiros três meses do ano

No centro de Lisboa, os níveis de dióxido de azoto foram superiores aos limites definidos pela Diretiva europeia do Quadro do Ar e Organização Mundial de Saúde.

Os valores de dióxido de azoto (NO2), um poluente atribuído principalmente à combustão dos motores a diesel, emitidos no centro de Lisboa nos primeiros três meses do ano, ultrapassaram “substancialmente” os limites europeus e internacionais.

Entre 1 de janeiro e 6 de abril, os dados, ainda sujeitos a validação final, da estação de monitorização da Avenida da Liberdade em Lisboa, apontam para a emissão de um valor médio de dióxido de azoto de 48 microgramas (μg) por metro cúbico (m3). Além de ter superado os limites internacionais, os níveis de poluição do ar na capital portuguesa ficaram 3 μg por m3 acima da média registada em 2022.

Segundo a associação ambientalista, estes valores são “substancialmente” mais elevados do que os limites propostos a nível europeu e internacional. Se, a nível europeu, a Diretiva Quadro do Ar define um limite anual de de 40 μg por m3, a nível internacional, a Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda uma redução destas emissões de 25 µg por m3 para 10 µg por m3, até 2030.

O fenómeno acontece depois de em 2020 e 2021, como consequência da pandemia e do confinamento, se ter registado uma redução nas deslocações na área metropolitana de Lisboa, tendo levado ao cumprimento imediato dos indicadores de qualidade do ar. Os dados são divulgados esta quarta-feira, Dia Nacional do Ar.

Já as estações de medição em locais de tráfego, “com valores habitualmente mais elevados”, indica a Zero, no Porto (Praça Sá Carneiro) e Braga, apontam para valores médios de aproximadamente 36 e 35 μg por m3, respetivamente, nos primeiros três meses do ano.

Esta não é a primeira vez que Portugal ultrapassa os limites da legislação europeia. Em 2021, a Comissão Europeia instou uma ação judicial no Tribunal de Justiça da União Europeia contra Portugal por exceder o valor-limite anual de NO2 nas zonas Lisboa Norte, Porto Litoral e entre o Douro e Minho. Além disso, não adotou medidas adequadas para reduzir tanto quanto possível o período de ultrapassagem desse limite.

Ambientalistas querem zonas de emissões zero em Lisboa e no Porto

A diretiva europeia do Quadro do Ar exige que, para aquelas zonas que tenham problemas de incumprimento dos parâmetros de qualidade do ar, sejam desenhados Planos de Melhoria de Qualidade do Ar e os respetivos programas de execução. Em Lisboa e Vale do Tejo, denuncia a associação ambientalista, o Plano de Melhoria da Qualidade do Ar, aprovado em 2019, está até hoje a aguardar por um programa de execução.

“O Estado não exige às autarquias a implementação das medidas necessárias e estas têm mostrado inação face aos problemas de qualidade do ar que afetam a várias zonas do país”, escreve a organização em comunicado.

A organização defende também uma atualização da Zona de Emissões Reduzidas (ZER) de Lisboa — isto é, zonas onde é proibida ou condicionada a circulação de veículos mais poluentes — criada em 2015, sendo esta a única do país. “Ou, desejavelmente, a criação de uma Zona Zero Emissões“, tanto na capital como na cidade Invicta. Nestas Zonas Zero Emissões, defendem, “apenas poderão circular transportes públicos, veículos de residentes e veículos sem emissões de forma limitada”, promovendo a mobilidade suave e uma deslocação de peões “em condições favoráveis”.

Em Portugal, a poluição do ar é responsável pela morte prematura de cerca de seis mil pessoas todos os anos. O dióxido de azoto, em concentrações elevadas, tem efeitos que vão desde a irritação dos olhos e garganta até à afetação das vias respiratórias, provocando diminuição da capacidade respiratória, dores no peito, edema pulmonar e lesões no sistema nervoso central e nos tecidos. Crianças, idosos, asmáticos e as pessoas com bronquites crónicas são os grupos mais afetados.

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