AXA teve exposição limitada ao Credit Suisse

  • ECO Seguros
  • 20 Março 2023

"O Grupo tem uma exposição limitada ao Credit Suisse de cerca de 0,6 mil milhões de euros, incluindo obrigações cobertas e obrigações séniores", garantiu a seguradora.

A seguradora francesa AXA teve uma “exposição limitada” de cerca de 0,6 mil milhões de euros, 639,5 milhões de dólares, ao banco suíço Credit Suisse, disse a companhia nesta segunda-feira.

“A AXA não tem qualquer exposição aos AT1 (Additional Tier 1) do Credit Suisse, ou ao capital do banco suíço. O Grupo tem uma exposição limitada ao Credit Suisse de cerca de 0,6 mil milhões de euros, incluindo obrigações cobertas e obrigações séniores. A AXA tem menos de 20 milhões de euros de exposição ao banco AT1s,” disse a seguradora em comunicado anunciado pela agência Reuters.

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Seguradoras pressionam fabricantes de automóveis elétricos

  • ECO Seguros
  • 20 Março 2023

Companhias alertam que prémios de seguro de elétricos vão subir, à medida que as vendas aumentarem, a menos que os fabricantes facilitem o acesso a data das baterias e reparem packs.

Seguradoras e peritos da indústria automóvel dizem que os prémios de seguro de veículos elétricos continuarão a subir à medida que as vendas aumentarem, a menos que os fabricantes facilitem o acesso aos dados (data) das baterias dos veículos elétricos (VE) e a packs de reparação, que, afirmam, são apenas ligeiramente danificados em colisões.

A agência Reuters informou que os fabricantes de automóveis defendem que os seus packs de baterias de VE são reparáveis e poucos estão dispostos a partilhar o acesso aos dados das baterias.

A Ford Motor Co. disse ter simplificado o processo de reparação de módulos de bateria e melhorado o processo de substituir o tabuleiro do pack de baterias, nos casos em que o exterior do veículo se encontre danificado.

A General Motors Co. disse que as suas novas baterias Ultium foram concebidas para serem reparadas ao nível do módulo, o que é “significativamente menos dispendioso do que substituir todo o conjunto de baterias”. Permite o acesso de terceiros aos dados da bateria.

A Nissan Motor Co. afirmou que os módulos individuais nos seus veículos elétricos podem ser substituídos. Quando questionados sobre o acesso a dados de terceiros, um porta-voz disse: “os concessionários Nissan têm toda a formação e ferramentas especiais necessárias para assegurar a qualidade ou as necessidades de reparação de baterias de VE”.

A Renault disse que os módulos nos seus veículos elétricos podem ser reparados em “centros de baterias” especialmente designados e não respondeu a questões sobre o acesso a dados de terceiros.

A Stellantis declarou que não repara baterias após acidentes em que os airbags sejam ativados e acrescentou que acredita firmemente na privacidade de dados.

A Tesla Inc. foi na direção oposta com o seu Modelo Y, construído no Texas, cujo novo pack de baterias estruturais foi descrito por especialistas como tendo “capacidade de reparação zero”. A marca não respondeu a nenhum pedido de comentários, segundo a Reuters.

Para muitos VE, não há forma de reparar ou mesmo de avaliar packs de baterias ligeiramente danificados após acidentes, forçando as companhias de seguros a anular os carros com poucos quilómetros – levando a prémios mais elevados e a ganhos inferiores ao custo de se tornarem elétricos.

Os packs de baterias estão a acumular-se em parques de sucata em alguns países, uma lacuna anteriormente não relatada, e dispendiosa, no que era suposto representar uma “economia circular”.

“Estamos a comprar carros elétricos por razões de sustentabilidade”, disse Matthew Avery, diretor de pesquisa da empresa de inteligência de risco automóvel Thatcham Research. “Mas um VE não é muito sustentável se tivermos de deitar fora a bateria após uma pequena colisão“.

As baterias podem custar dezenas de milhares de dólares e representar até 50% do preço de um VE, o que muitas vezes torna antieconómica a sua substituição.

Os VE constituem apenas uma fração dos veículos na estrada, o que dificulta a obtenção de dados de toda a indústria, mas a tendência para veículos com baixas emissões, com zero de quilometragem para serem eliminados, com pequenos danos, está a crescer. A decisão de Tesla de tornar os packs de baterias “estruturais” – parte da carroçaria do carro – permitiu-lhe reduzir os custos de produção, mas criou o risco de empurrar esses custos para consumidores e seguradoras.

A Tesla não se referiu a quaisquer problemas com as seguradoras a anularem os seus veículos. Mas, em janeiro, o CEO Elon Musk disse que os prémios das companhias de seguros de terceiros “em alguns casos eram excessivamente elevados“.

 

 

 

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Ana Jorge será a nova provedora da Santa Casa da Misericórdia

  • ECO
  • 20 Março 2023

Antiga ministra da Saúde terá sido convidada pela ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social para ser a próxima provedora da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa e terá aceitado o convite.

Ana Jorge, antiga ministra da Saúde, é a nova provedora da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML), avança o Correio da Manhã (acesso livre). A médica terá sido convidada para suceder a Edmundo Martinho, cujo mandato termina no final do ano, e terá aceitado o convite.

No início deste mês, a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social tinha revelado que iria nomear uma nova equipa de gestão para a SCML, cuja tutela está sob a alçada deste Ministério, sublinhando que “a equipa que está na Mesa da Santa Casa está terminar o mandato e alguns já terminaram”, disse Ana Mendes Godinho durante uma audição regimental na Assembleia da República.

Nessa altura, o Dinheiro Vivo tinha adiantado que apesar de o mandato de Edmundo Martinho terminar só em novembro, a substituição deveria ocorrer já em final de abril.

Especialista em pediatria, Ana Jorge foi ministra da Saúde nos Governos de José Sócrates e é atualmente presidente da Cruz Vermelha Portuguesa. Entre 2016 e 2021, a socialista esteve à frente do projeto de transformação do antigo hospital militar da Estrela, da SCML, numa unidade de cuidados continuados, mas foi afastada pelo atual provedor.

 

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Centenas de professores protestam junto à ponte 25 de abril

  • Lusa
  • 20 Março 2023

"O nosso tempo tem de ser totalmente recuperado, ainda que possa ser de forma faseada, como já aconteceu", defendem os professores, num novo protesto junto à ponte 25 de abril.

Algumas centenas de professores estão concentrados no viaduto do Pragal, junto à ponte 25 de abril, num protesto em defesa da escola pública. A concentração, organizada pelo movimento “Missão Escola Pública” arrancou por volta das 18:23, uma hora simbólica que faz referência aos seis anos, seis meses e 23 dias de tempo congelado que os docentes exigem ver recuperado.

Centenas de professores protestam junto à ponte 25 de abrilLusa

Mais abaixo, à saída da ponte 25 de abril, onde o trânsito fluiu com os constrangimentos habituais da hora de ponta, condutores iam cumprimentando os manifestantes com o som tímido de algumas buzinas. Pelas 19:00, o protesto arrancou em marcha com destino até ao Cristo Rei e, no caminho, os professores vão entoando palavras de ordem já conhecidas de todos após vários meses de contestação, como “A escola unida jamais será vencida”, “Não paramos” e “Costa, escuta, a escola está em luta”.

Acima de tudo, explicou à Lusa uma das organizadoras, está em causa aquilo que os professores consideram ser a desvalorização da sua carreira, em termos salariais, de progressão e de condições de trabalho.

“A carreira não é atrativa, temos os professores a reformar-se e os que entram não conseguem corresponder ao número de vagas e de horários”, sublinhou Cristina Mota, professora de Matemática da Escola Secundária de Pinhal Novo, acrescentando que, em consequência, há todos os anos milhares de alunos que ficam sem professor a pelo menos uma disciplina, com prejuízos para as aprendizagens.

Quanto ao tempo de serviço, Cristina Mota concorda com aquilo que tem vindo a ser dito por todas as organizações sindicais do setor: os professores não abdicam. “O nosso tempo tem de ser totalmente recuperado, ainda que possa ser de forma faseada, como já aconteceu”, afirmou, sublinhando que tem de ser assim para todos os docentes, e não apenas para alguns.

Cristina Mota faz parte do movimento “Missão Escola Pública”, que surgiu depois de um outro protesto e de forma desassociada de qualquer sindicato, perante uma necessidade de “continuar com outras formas de luta”. Recordando que na semana passada o Governo aprovou o novo regime de recrutamento, que esteve a ser negociado com as organizações sindicais, mas não mereceu acordo, a professora entende que os docentes não estão a ser ouvidos e, por isso, “são precisos mais protestos”.

Já no largo junto ao santuário do Cristo Rei, os docentes voltaram a concentrar-se numa mancha de gente, decorada com faixas, cartazes e algumas velas e cravos vermelhos, em frente a uma instalação onde se lia a palavra “Escola”, iluminada por lâmpadas.

“Percebemos que chegamos a uma embocadura em que a necessidade fundamental é dignificar, antes de mais, os profissionais da educação, restituindo-lhes valores essenciais como o respeito e a autoridade”, defendeu Ana Mercedes, também do movimento, numa intervenção em frente a centenas de colegas.

Considerando que a educação não é uma prioridade do Governo, “porque não quer”, Ana Mercedes afirmou que a resposta aos problemas que professores e alunos enfrentam nas escolas cabe a toda a sociedade. “Escolher a educação, porque dela depende o futuro do nosso país, é a decisão mais acertada”, defendeu.

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Conheça quem controla os seguros em Portugal

A administração da ASF tem nova divisão de pelouros depois da chegada dos reforços Adelaide Cavaleiro e Diogo Alarcão. Com os 20 experientes diretores, saiba quem passou a fazer o quê.

São quatro administradores, 20 departamentos e 238 pessoas que asseguram o correto funcionamento do mercado segurador e fundos de pensões em Portugal. O objetivo é garantir a proteção dos tomadores de seguro, pessoas seguras, participantes e beneficiários, e a ASF – Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões – deve ainda promover a estabilidade e solidez financeira de todas as instituições sob a sua supervisão, bem como garantir padrões de conduta por parte dos operadores. Controla milhares de entidades de maior ou menor dimensão, entre seguradoras, gestoras de fundos de pensões, mediadores, corretores.

Se experiências negativas com seguradoras são raras no mundo, em Portugal não há potencial insolvência de empresas de seguros que não se tenha resolvido sem prejuízo para os segurados na história da supervisão em Portugal. E, esta já tem 115 anos, com os últimos 40 já sob a designação ISP e, desde 2015, de ASF.

Com estatuto paralelo à de uma entidade reguladora, o conselho de administração da ASF é composto por um presidente e até quatro vogais, indicados pelo membro do Governo responsável pela área das finanças. A designação dos membros da administração é precedida de audição pela Comissão de Economia e Finanças da Assembleia da República, e acompanhada do parecer da Comissão de Recrutamento e Seleção para a Administração Pública (CReSAP) relativo à adequação do perfil às funções a desempenhar, incluindo o cumprimento das regras de incompatibilidade e impedimento aplicáveis.

A nomeação é executada pelo Governo, já a sua exoneração só poderá acontecer no final do mandato, salvo situações excecionalmente negativas que levem a uma antecipação do fim do mandato. Este dura 6 anos, em princípio, mas pode prolongar-se, como aconteceu com o ex-Vice presidente Filipe Serrano, a quem foi pedido que estendesse as suas funções até à recente nomeação de Adelaide Cavaleiro e Diogo Alarcão. Por lei, não há recondução de membros da administração. Poderão voltar apenas 6 anos depois de terem saído.

Com a presidente Margarida Corrêa de Aguiar e o administrador Manuel Caldeira Cabral, são agora quatro os membros da administração, e chegou a altura de distribuir pelouros e funções. ECOseguros explica quem é quem na ASF.

Margarida Corrêa de Aguiar, a presidente.

Margarida Corrêa de Aguiar é a presidente da ASF desde junho de 2019 e ficará no cargo até junho de 2025. Licenciada em Gestão pela Universidade Livre fez formação complementar na AESE e na Católica de Lisboa. Já foi administradora da Brisa, da ERSE e da sociedade gestora de fundos de pensões do Banco de Portugal onde esteve até ingressar na ASF. Esteve envolvida nos estudos para reformar a ADSE e as pensões em Portugal e, no Governo de PSD/PP de 2002 a 2004, foi secretária de Estado da Segurança Social com o ministro Bagão Félix e adjunta do primeiro-ministro Durão Barroso.

A presidente tem como pelouros diretos as áreas de Análise de Riscos e Solvência (dirigido por Hugo Borguinho), de Autorizações e Registos (com o diretor Vicente Mendes Godinho), Política Regulatória (Maria Eduarda Ribeiro), Comunicação (Rui Fidalgo), Sistemas de Informação (Gil Salema), Proteção de Dados (João Sobreiro de Sousa), Auditoria Interna, Organização e Planeamento (Manuel Leiria) e a secretaria-geral do supervisor, com Ana Simões Correia.

Entre outras competências, tem as de certificar as entidades sujeitas à supervisão da ASF, determinar a inspeção ou a auditoria das entidades sujeitas à supervisão da ASF e requerer informações e documentos e a promoção de averiguações e exames em qualquer entidade ou local.

Ainda assegura a representação da ASF na Comissão de Coordenação de Políticas de Prevenção e Combate ao Branqueamento de Capitais e ao Financiamento do Terrorismo, no Conselho Geral do Comité Europeu do Risco Sistémico (ERSB), na Associação de Supervisores de Seguros Lusófonos (ASEL), Associação Internacional de Supervisores de Seguros (IAIS) na Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) para além da sua competência própria para representar a ASF no Conselho Nacional de Supervisores Financeiros (CNSF).

Manuel Caldeira Cabral controla a mediação

Manuel Caldeira Cabral, entrou na administração da ASF em junho de 2019, depois de ter sido ministro da Economia no governo António Costa desde 2016, termina o seu mandato em dezembro de 2024. É licenciado em Economia e Mestre em Economia Aplicada pela Universidade Nova de Lisboa e doutorado em Economia pela Universidade de Nottingham. Antes da carreira académica, trabalhou na Associação Portuguesa de Seguradores e como jornalista nos jornais Diário e Semanário Económico.

Tem a seu cargo o Departamento de Compras e Património (com o diretor Gil Salema), o departamento de Estatística (José Pavão Nunes) e a Unidade de Apoio ao Fundo de Acidentes de Trabalho (com Célia Gomes Matos). Com o diretor Mário Ribeiro, tem ainda a supervisão do departamento de Mediação e Novos Canais, que faz a supervisão das atividades de mediação de seguros, a monitorização da publicidade associada às atividades de seguros e fundos de pensões, o acompanhamento da evolução dos novos canais de distribuição bem como a identificação e enquadramento do desenvolvimento tecnológico e digital.

Representando a ASF na Associação de Supervisores de Seguros da América Latina (ASSAL), ainda assegura na ASF a recolha, tratamento e publicação de dados estatísticos sobre a atividade seguradora, resseguradora, de mediação de seguros e de fundos de pensões, bem outros elementos informativos para fins estatísticos. Na gestão do Fundo de Acidentes de Trabalho, pode renunciar ou ceder créditos, perdoar dívidas e o pagamento ou aceitação de dações em pagamento. Pode ainda garantir a colocação de riscos de acidentes de trabalho antes recusados pelas seguradoras.

Adelaide Cavaleiro, na AR

Adelaide Cavaleiro é recente administradora da ASF, tendo iniciado funções em dezembro do ano passado e estando nomeada até junho de 2028. Licenciada em Matemática Aplicada pela Universidade Clássica de Lisboa, tem Curso de Atuariado e MBA pela Católica. Antes da ASF, foi diretora executiva da BBVA Asset Management em Portugal.

Tem responsabilidade direta sobre o Departamento Financeiro (com a diretora Carla Maria Ferreira) e sobre a Supervisão Prudencial de Empresas de Seguros (com Ana Cristina Santos) fiscalizando o sistema de governação, as provisões técnicas, os requisitos de capital, os investimentos, os fundos próprios e os deveres de reporte. Assegura a supervisão financeira dos corretores de seguros e dos mediadores de resseguro. Compete-lhe ainda, com o diretor Jorge Carriço, a Supervisão Prudencial de Fundos de Pensões e das sociedades gestoras de fundos de pensões.

Para além de, entre outras responsabilidades diretas, arrecadar e gerir as receitas da ASF, representa o supervisor no Conselho Consultivo da Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

Diogo Alarcão vem do setor privado

Diogo Alarcão começou na administração da ASF em dezembro último e tem mandato até dezembro de 2028. Licenciado em Direito pela Faculdade de Direito de Lisboa, tem pós -graduação em Administração Comunitária pelo College of Europe, Bruges, Bélgica e foi CEO da Mercer Portugal, do grupo Marsh.

Compete-lhe orientar e gerir a área de Desenvolvimento de Recursos Humanos (com o diretor Armando Pinheiro Santos), o departamento jurídico (João Santa Rita) e a unidade de apoio ao Fundo de Garantia Automóvel (FGA) com Isabel Carrola. Tem ainda à sua responsabilidade direta, com o diretor Eduardo Farinha Pereira, o departamento de Supervisão Comportamental, destinado a vigiar a conduta de mercado das empresas de seguros e das sociedades gestoras de fundos de pensões, de analisar e tratar as reclamações dirigidas à ASF e desenvolver iniciativas de informação, formação e literacia financeira.

Entre as suas funções, está o desencadeamento dos procedimentos sancionatórios e as punições, em caso de infrações a normas legais ou regulamentares, aprovar a adoção das medidas cautelares, denunciar às entidades competentes as infrações cuja punição não caiba no âmbito das atribuições da ASF e cobrar coimas. Deve ainda assegurar a prestação de informação, orientação e apoio aos tomadores de seguros, segurados, subscritores, participantes, beneficiários e lesados bem como assegurar a cooperação com a Direção -Geral do Consumidor (DGC) e com as associações de consumidores na divulgação e dinamização dos direitos e interesses dos consumidores no setor. Deve assegurar a divulgação semestral de dados estatísticos sobre as reclamações dos tomadores de seguros, segurados, subscritores, participantes, beneficiários e lesados e assegurar a análise e a resposta às reclamações apresentadas. Assegura a prática, pela ASF, de todos os atos necessários no âmbito da gestão do Fundo de Garantia Automóvel, representando o mesmo e exercendo todos os seus direitos e obrigações, incluindo a renúncia ou a cessão de créditos, o perdão de dívidas, o pagamento ou aceitação de dações em pagamento.

Finalmente, Diogo Alarcão assegura, a partir de agora, a representação da ASF no Conselho Consultivo da Entidade Reguladora da Saúde.

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Marcelo defende mais jovens e imigrantes no poder político

  • Lusa
  • 20 Março 2023

Presidente da República disse que "os representantes dos migrantes em Portugal, que são 700 mil, não têm representação em praticamente nenhuma esfera significativa do poder". "

O Presidente da República defendeu esta segunda-feira que é fundamental renovar os sistemas políticos com a participação de jovens e que os imigrantes em Portugal deveriam também estar mais representados nos órgãos de poder político.

Conferência "Querer e Crescer: Ideias para acelerar o crescimento de Portugal" - 20MAR23
Marcelo Rebelo de Sousa na conferência “Querer e Crescer: Acelerar o Crescimento de Portugal”, organizada pela Associação BRPHugo Amaral/ECO

Marcelo Rebelo de Sousa falava no campus de Carcavelos da Universidade Nova de Lisboa, no encerramento da conferência “Querer e crescer: acelerar o crescimento e Portugal”, iniciativa da associação Business Roundtable Portugal (BRP).

No seu discurso, o Presidente da República referiu, em tom crítico, que “os representantes dos migrantes em Portugal, que são 700 mil, não têm representação em praticamente nenhuma esfera significativa do poder”. “Não existem, são clandestinos, mesmo quando têm dupla nacionalidade”, disse.

Segundo o chefe de Estado, a sub-representação dos imigrantes “é uma questão mental” que Portugal tem de ultrapassar, assim como a da participação política dos jovens.

Marcelo Rebelo de Sousa argumentou que os jovens trazem “ideias de mais sociedade civil, de mais abertura, mais abertura internacional, mais abertura de ideias, mais abertura em termos económicos, sociais, culturais e políticos”, e contestou que se questione a sua capacidade para assumir cargos de responsabilidades.

“Os sistemas políticos fizeram-se com jovens. Todas as grandes vitórias da História de Portugal foram feitas com jovens, não com velhinhos. A democracia foi feita por quem vinte, no máximo trinta anos”, apontou.

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Lucros das seguradoras públicas alemãs afetados por preços do resseguro

  • ECO Seguros
  • 20 Março 2023

A Fitch alertou que os preços dos resseguros estão a afetar a rentabilidade das seguradoras alemãs não-vida do setor público.

De acordo com a Fitch Ratings, a rentabilidade da subscrição dos seguros não-vida das seguradoras do setor público alemão é suscetível de enfraquecer em 2023, resultado de preços de resseguro mais elevados e da inflação dos sinistros.

A Fitch prevê um rácio combinado líquido de 98% para 2022 e 99% para 2023, em comparação com uma média de 5 anos de 93% entre 2017 – 2021.

Os analistas esperam que a consolidação das seguradoras do setor público prossiga, uma vez que muitas são de pequena escala operacional.

As seguradoras do setor público alemão representam um terceiro tipo de seguradoras na Alemanha, juntamente com as sociedades por ações e as mútuas de seguros. Estas companhias fazem parte do grupo financeiro do setor público alemão Sparkassen-Finanzgruppe (Sparkassen) (A+/Stable).

A Fitch salientou que a forte posição das seguradoras do setor público se reflete numa quota de mercado agregada de 10% dentro do mercado alemão de seguros primários. Visto em conjunto, este grupo ficaria em segundo lugar no mercado de seguros primários da Alemanha.

A agência de notação financeira prevê que o crescimento dos prémios nos ramos de edifícios e propriedades seja insuficiente para compensar o aumento dos custos de resseguro e a inflação de sinistros, pelo menos até 2024.

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Putin e Xi juntos durante mais de quatro horas no primeiro encontro informal em Moscovo

  • Lusa
  • 20 Março 2023

O Presidente russo, Vladimir Putin, elogiou o "salto colossal" da China sob a liderança de Xi, acrescentando que sente um pouco de inveja.

O Presidente russo, Vladimir Putin, e o homólogo chinês, Xi Jinping, concluíram esta segunda-feira após quatro horas e meia de conversações informais no Kremlin o primeiro encontro no âmbito da visita de Estado à Rússia do Presidente chinês. Xi, que chegou esta segunda-feira à Rússia para uma visita de Estado de três dias, deixou o Kremlin após as conversações e o jantar com o qual seu colega russo o homenageou.

No início do encontro, Putin admitiu ter “estudado cuidadosamente” as propostas de Pequim “para resolver a grave crise na Ucrânia”, após o que garantiu que teriam a oportunidade de falar sobre o plano de paz chinês “cara a cara“. Na chegada de Xi à Rússia, Putin manteve o protocolo e não recebeu o homólogo chinês, Xi Jinping.

O protocolo padrão da Rússia para visitas de chefes de Estado estrangeiros exige que estes sejam recebidos no aeroporto por uma autoridade do Governo de escalão inferior. Putin enviou o vice-primeiro-ministro, Dmitry Chernyshenko, ao aeroporto de Vnukovo, na capital russa, para se encontrar com Xi depois de este descer do seu Boeing 747. Enquanto isso, o Presidente russo estava longe, no centro de Moscovo, ocupado com outros compromissos antes do seu jantar de alto nível com Xi.

No aeroporto, o Presidente chinês ouviu uma banda militar russa tocar os hinos nacionais da China e da Rússia, passando depois por uma linha de guardas honorários acompanhado por Chernyshenko. Apesar de manter o protocolo e evitar deslocar-se ao aeroporto, Putin cobriu o convidado especial de elogios quando o cumprimentou, já dentro do Kremlin, antes do jantar privado.

Depois do aperto de mãos, o líder da Rússia descreveu o “salto colossal” da China sob a liderança de Xi, acrescentando que sente um pouco de inveja, observação que arrancou um pequeno sorriso a Xi. O chefe de Estado chinês respondeu da mesma forma, referindo que Putin deve receber um forte apoio nas eleições presidenciais do próximo ano, embora o líder russo ainda não tenha declarado a sua intenção de concorrer.

Quatro horas depois do primeiro momento juntos, os dois líderes ainda conversavam durante um jantar de sete pratos, que incluiu frutos do mar do Pacífico, sopa de esturjão, crepes com codorniz e cogumelos e carne de veado assada com molho de cereja.

De acordo com a agência TASS, a ementa do jantar teve sete pratos, incluindo entradas, canapés, sopa, prato principal e sobremesa, que incluiu uma torta Pavlova, uma sobremesa de merengue batizada em homenagem à famosa dançarina russa Anna Pavlova, juntamente com gelado de romã.

A visita de Xi Jinping dá um importante impulso político a Putin, poucos dias depois do Tribunal Penal Internacional ter emitido um mandado de detenção contra o líder russo, acusado do alegado envolvimento em sequestro de milhares de crianças ucranianas.

Moscovo, que não reconhece a jurisdição do tribunal, considerou o mandado de captura como “legalmente nulo e sem efeito”, mas a medida aumentou ainda mais a pressão sobre o líder russo. Na visita de Estado de Xi, os dois líderes discutirão a iniciativa de paz da China para a Ucrânia e questões bilaterais, esta terça-feira.

Putin e Xi devem manter na terça-feira encontros oficiais que também contarão com a presença de altos funcionários de ambos os países. No final das negociações, são esperadas declarações conclusivas.

Os analistas apontam que a China ganhou mais poder e influência perante as sanções internacionais à Rússia e admitem que Pequim deve manter um forte apoio a Moscovo. Embora a maioria dos observadores diga que é improvável que Pequim ofereça assistência militar a Moscovo, como os EUA e outros aliados ocidentais temem, a aliança com Pequim permite que o líder russo prossiga os seus objetivos na Ucrânia.

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Seria muito útil Xi explicar a Putin alguns princípios, defende Gomes Cravinho

  • Lusa
  • 20 Março 2023

O ministro dos Negócios Estrangeiros espera que Xi explique a Putin as posições da China na "defesa da integridade territorial de todos os países, em relação à defesa da Carta das Nações Unidas".

O ministro dos Negócios Estrangeiros comentou esta segunda-feira, em Bruxelas, que “seria muito útil” que o Presidente chinês, de visita a Moscovo, explicasse ao seu homólogo russo alguns dos princípios que Pequim advoga no seu chamado “plano de paz”.

“A expectativa é que a China corresponda àquilo que têm sido as suas palavras, aquilo que têm sido as suas posições assumidas publicamente, nomeadamente em relação ao não fornecimento de armamento à Rússia, e também em relação àquilo que apelidou de plano de paz, que na realidade não é um plano, é um conjunto de posições da China”, afirmou João Gomes Cravinho, no final de um Conselho de Negócios Estrangeiros, quando questionado sobre a visita oficial de três dias que o Presidente chinês, Xi Jinping, realiza desde hoje a Moscovo.

E prosseguiu: “A nossa expectativa é que, na visita a Moscovo, o Presidente Xi Jinping explique as posições que a China assume em relação à defesa da integridade territorial de todos os países, em relação à defesa da Carta das Nações Unidas, em relação à importância da segurança nuclear, em relação à questão do apoio humanitário às populações necessitadas”.

“São pontos desse documento chinês com os quais concordamos e que pensamos que seria muito útil ele explicar ao Presidente [russo, Vladimir] Putin”, concluiu o chefe da diplomacia portuguesa.

Os Presidentes da Rússia, Vladimir Putin, e da China, Xi Jinping, iniciaram esta segunda a sua reunião informal no Kremlin com a iniciativa de paz chinesa para a Ucrânia sobre a mesa. Em fevereiro, a China deu a conhecer um “plano de paz” genérico, composto por 12 pontos, para acabar com o conflito na Ucrânia, tendo então pedido a Moscovo e Kiev para realizarem conversações.

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Espiões, fraudes, falências milionárias: os escândalos que precipitaram o fim do Credit Suisse

Como uma história de fraudes, negócios ruinosos e histórias de espiões acabou por minar a confiança numa instituição que se tornou demasiado complexa para se governar.

Outrora um dos grandes pilares da finança internacional, ao fim de mais de 160 anos o Credit Suisse acabou “engolido” pelo rival UBS a bem da confiança e da salvaguarda do resto do sistema financeiro mundial. Como é que chegou a este fim dramático?

Na verdade, não faltaram bandeiras vermelhas nos últimos anos numa instituição – umas das 30 consideradas de risco sistémico global – que se tornou demasiado complexa para ser controlada e cuja cultura de risco era, no mínimo, negligente.

Sucessivos escândalos, coimas milionárias, prejuízos históricos com operações financeiras e até casos de espiões, tudo contribuiu para a degradação da reputação e cujos problemas tardaram em ser resolvidos.

No final, foi apanhado pela onda de instabilidade causada pela falência do Silicon Valley Bank nos EUA, e num momento em que procurava arrumar os problemas do passado e virar a página para uma segunda vida. Mas é também a maior vítima da abrupta subida das taxas de juro levada a cabo pelos bancos centrais em todo o mundo, embora deva o seu fim trágico a si próprio.

Desde a anterior crise financeira, as ações do Credit Suisse perderam quase 99% do seu valor, depois de terem sido vendidas no fim de semana por cerca 0,75 francos suíços ao UBS – só hoje perdeu 50% do valor. O negócio do resgate foi feito com desconto, avaliando o Credit Suisse, com mais de 550 mil milhões em ativos, em apenas três mil milhões de dólares, praticamente o mesmo valor do BCP.

Credit Suisse afunda para mínimos

Fonte: Reuters

Foi a solução de urgência que as autoridades helvéticas encontraram para restaurar a confiança no seu sistema financeiro, considerado como um dos mais robustos e seguros do mundo, e cujo descrédito ameaçava alastrar-se à Zona Euro e ao resto do mundo.

Com a queda do SVB a colocar o setor da banca no centro do furacão, a pressão em torno do Credit Suisse – habituado a gerir as fortunas da realeza árabe e dos oligarcas russos – intensificou-se na semana passada depois de o seu principal acionista, o Saudi National Bank, ter afirmado publicamente que não podia investir mais no banco – depois dos quatro mil milhões injetados poucos meses antes.

Só uma boia de salvação de 50 mil milhões lançada pelo banco central salvou a instituição do colapso iminente, enquanto investidores e depositantes tiravam o seu dinheiro de lá, não deixando outra alternativa aos reguladores e governo se não avançarem com resgate do banco.

“Lamento que o Credit Suisse não tenha conseguido dominar as suas próprias dificuldades – essa teria sido a melhor solução. Infelizmente, a perda de confiança dos mercados e dos clientes não pôde mais ser contida”, disse a ministra das Finanças suíça, Karin Keller-Sutter, em conferência de imprensa este domingo.

Da Archegos e Greensill

Há algum tempo que o Credit Suisse procurava mudar de vida, depois dos últimos casos quase terem dado uma machadada final na reputação do banco.

Em março de 2021, a queda da Archegos Capital – por conta de apostas arriscadas nos mercados acionistas – levou o banco a assumir uma perda de mais de 5,5 mil milhões de dólares. E, enquanto ainda geriam esta crise, os responsáveis do banco tiveram de lidar no mês seguinte com o colapso dos fundos Greensill de 10 mil milhões de dólares que ajudava a gerir.

Uma “autópsia” a estes dois escândalos veio apontar as culpas à complexidade, cultura e mecanismo de controlo do banco. O Credit Suisse teve uma “atitude indiferente em relação ao risco” e “falhou em vários momentos para tomar medidas decisivas e urgentes”, concluiu um relatório independente aos casos em relação aos quais o banco prometeu usar como “pontos de viragem” na forma como as coisas passariam a funcionar para o futuro.

Pelo meio, esteve envolvido em mais casos, como da queda frenética da chinesa Luckin Coffee, rival da Starbucks e “cliente de sonho” para o Credit Suisse, que descambou em bolsa depois de se saber que empolou artificialmente as vendas em mais de 300 milhões, e também da Wirecard.

Para ajudar na transformação, o banco chamou António Horta Osório. Seria o homem ideal depois da reestruturação empreendida com sucesso no britânico Lloyds, mas o gestor português acabaria por sair poucos meses depois quando se apercebeu que não havia vontade de mudar a cultura interna, segundo admitiu recentemente – embora, oficialmente, se apontem as razões da saída ao facto de ter violado as regras da quarentena durante a crise pandémica.

Depois dos prejuízos de sete mil milhões em 2022, o objetivo era regressar aos lucros em 2024, já devidamente reestruturado com o corte de milhares de postos de trabalho e a transformação das operações de banco de investimento.

Cinco trimestres de prejuízos milionários

Fonte: Reuters

Espiões e tragédia

Antes dos casos da Archegos e Greensill, o Credit Suisse passou por outras situações embaraçosas – como os casos de espionagem – e outras que acabaram tragicamente, afetando a imagem de um negócio que, mais do que tudo, vive da confiança dos clientes.

Em 2015, descobriu que um gestor da área da banca privada usou um esquema fraudulento durante anos para esconder perdas dos clientes. Acabou condenado em 2018, suicidando-se dois anos depois. Uma investigação independente pedida pelo regulador suíço considerou que o banco cedeu ao mau comportamento do seu funcionário enquanto as coisas deram resultado, apesar de não ter concluído que sabia da fraude.

Mais tarde, em fevereiro de 2020, o então CEO Tidjane Thiam foi forçado a abandonar a liderança do banco na sequência de um caso de espionagem – que veio, a verificar-se depois, não tinha sido uma situação isolada.

O caso começara um ano antes, quando Thiam e Iqbal Khan, que geria a divisão de património e ambicionava liderar o Credit Suisse, se envolveram numa discussão num jantar. Semanas mais tarde, Khan acabou por pedir a demissão depois de ter sido preterido numa promoção dentro do banco, tendo encontrado depois emprego no rival UBS. A mudança causou apreensão no Credit Suisse, que mandou vigiar o antigo funcionário. Numa deslocação à baixa da cidade de Zurique, Iqbal Khan confrontou um dos investigadores privados que o seguia, expondo o caso.

Cinco outros casos de vigilância foram detetados entre 2016 e 2019, de acordo com uma investigação feita na sequência do caso Khan.

Por conta dos casos de espionagem e também por financiamento corrupto a Moçambique, o banco foi condenado a multas de mais de 500 milhões de dólares pelos reguladores do Reino Unido e dos EUA.

Agora, com a absorção pelo UBS, ficam as dúvidas se estas práticas e casos foram definitivamente eliminados, embora a queda do Credit Suisse possa representar um duro golpe para a estabilidade de um país que fez do setor financeiro uma das suas forças.

O fim do Credit Suisse é um revés para a marca Suíça. Não havia outra solução”, referiu o antigo vice-governador do Banco Central Europeu, Vítor Constâncio. “A turbulência nos mercados deve ter acabado, assim espero”.

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Fisco alerta para email fraudulento

  • Lusa
  • 20 Março 2023

O email refere que existe uma declaração de rendimentos em falta, "nas quais é pedido que se carregue num link”.

A Autoridade Tributária (AT) alertou esta segunda-feira para a circulação de uma mensagem fraudulenta, através da qual é pedido aos contribuintes que acedam a um link para enviarem a sua declaração de rendimentos, sendo depois remetidos para páginas maliciosas.

“A AT tem conhecimento de que alguns contribuintes estão a receber mensagens de correio eletrónico, supostamente provenientes da AT, referentes a uma eventual declaração de rendimentos em falta, nas quais é pedido que se carregue num link”, indicou, em comunicado.

O fisco sublinhou que estas mensagens são falsas e, por isso, devem ser ignoradas. Estes e-mails têm por objetivo levar o utilizador a aceder aos links, sendo depois remetidos para páginas maliciosas.

“Em caso algum deverá efetuar essa operação”, vincou, recomendando a leitura do folheto informativo sobre segurança informática, disponível no Portal das Finanças.

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Pilotos chegam a um “pré-acordo possível” com a TAP

  • ECO
  • 20 Março 2023

O sindicato, num voto de confiança ao novo CEO, chegou a um pré-acordo com a TAP que vai melhorar "substancialmente, agora, a posição dos pilotos".

O Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil (SPAC) anunciou esta segunda-feira, em comunicado interno, que chegou a um “pré-acordo possível com a TAP” depois de meses de negociação. Ainda que considere as medidas acordadas “insuficientes”, o sindicato avança que está de “boa fé e quer dar um voto de confiança” ao novo CEO da companhia aérea, Luís Rodrigues.

Neste acordo, os pilotos destacam várias medidas, entre as quais a “cessação da intenção do despedimento colectivo”, “o pagamento aos OPTs com funções de comando em cruzeiro” e “o pagamento da assistência geral no aeroporto e simuladores”.

Ao mesmo tempo, está prevista uma nova tabela de ajudas de custo a partir de abril e a reavaliação e a compensação em abril e maio das “rubricas com os códigos 2009 e 2089, com retroactividade a março no caso de não se chegar a acordo de novo AE [Acordo Empresa] no final de maio”.

O sindicato nota, no entanto, que a empresa cedeu “a melhores condições de trabalho” a outras classes profissionais, “indo ao encontro de expectativas mais favoráveis do que as que ainda mantém para os pilotos”.

Numa altura em que a TAP está sem CEO – a francesa Christine Ourmières-Widener foi demitida na sequência do caso da indemnização a Alexandra Reis –, os pilotos frisam que este avanço negocial é também um “voto de confiança ao novo administrador executivo”, Luís Rodrigues, no qual confiam para “inverter o sentido de desvalorização” da profissão.

O SPAC acredita que “muito há ainda a fazer”, mas que este pré-acordo melhora “substancialmente, agora, a posição dos pilotos”. Este pré-acordo vai ainda ser apresentado, discutido e votado na assembleia da empresa.

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