Marcelo critica pacote de habitação: “É uma lei cartaz”

  • ECO
  • 21 Março 2023

Presidente da República vê o pacote de medidas a "proclamar determinados princípios programáticos, mas a ideia não é propriamente que passem à prática".

O Presidente da República considera que, “tal como está concebido”, o pacote de medidas para a habitação é “inoperacional” e “inexequível”. “Quer no ponto de partida, quer no ponto de chegada“, completou Marcelo Rebelo de Sousa, que falava no programa “Redação Aberta” da CMTV, citado pelo Correio da Manhã (acesso pago).

O Chefe de Estado compara o programa “Mais Habitação” às “chamadas leis cartazes”. “São leis que aparecem a proclamar determinados princípios programáticos, mas a ideia não é propriamente que passem à prática“, explicou, acrescentando que “no curtíssimo prazo, [uma lei cartaz] é um polo de fixação por aquilo que promete”.

“Significa que se levantaram expectativas que se frustram instantaneamente”, disse, sobre a proposta em fase final de consulta pública. “Era preferível não ter levantado as expectativas, pois existindo um problema real e sendo a aparente solução inexequível, era melhor não termos falado nisso“, concluiu ainda Marcelo Rebelo de Sousa.

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TAP volta aos resultados positivos cinco anos depois, com lucro de 65,6 milhões

Cinco anos depois, a companhia voltou aos resultados positivos. Companhia aérea terminou o exercício de 2022 com receitas recorde de 3,5 mil milhões de euros e um resultado operacional inédito.

A TAP voltou aos resultados positivos, cinco anos depois. A companhia aérea terminou o exercício de 2022 com lucros de 65,6 milhões de euros e receitas de 3,5 mil milhões, um novo recorde. O resultado operacional saltou para uns inéditos 268,2 milhões. Números positivos que ajudarão, por certo, o Governo a atrair interessados para a privatização.

É preciso recuar a 2017 para encontrar um ano com contas positivas na transportadora. Nessa altura, a TAP SA, dona da companhia aérea, fechou o exercício com um lucro de 100,4 milhões. Já a holding, a TAP SGPS, ficou-se pelos 21,2 milhões, devido a perdas noutras subsidiárias, como a Manutenção e Engenharia Brasil.

Com o resultado de 2022, a TAP põe fim a um longo ciclo de prejuízos, que atingiram os 1.600 milhões no ano passado, devido ao impacto da pandemia. Perdas que levaram ao resgate da companhia com a injeção de 3,2 mil milhões em ajudas de Estado e à aplicação de um plano de reestruturação, com milhares de despedimentos e cortes nos salários.

“Durante o quarto trimestre de 2022 a TAP foi capaz de gerar as receitas trimestrais mais elevadas da sua história e uma rentabilidade recorde, apesar dos contínuos desafios operacionais”, destaca Christine Ourmières-Widener, CEO da TAP, citada no comunicado divulgado pela empresa.

“Durante o primeiro ano completo do Plano de Reestruturação, a TAP gerou um lucro operacional que é um recorde histórico para a empresa. A TAP gerou também um lucro líquido positivo muito forte, tendo em conta o seu nível de alavancagem”, acrescenta a ainda presidente executiva da companhia aérea. O plano de reestruturação só previa o regresso da companhia aérea aos lucros em 2025.

Mesmo transportando menos passageiros e operando menos aeronaves do que em 2019, a TAP conseguiu um novo recorde nos rendimentos operacionais, que totalizaram 3.485 milhões, mais 151% do que no período homólogo. As receitas cresceram de forma expressiva em quase todos os segmentos: 187,9% nas passagens, 143,6% na manutenção e 9,4% na carga e correio.

Os gastos operacionais subiram 11,8% para os 3.316,8 milhões, com o aumento superior a 200% nas despesas com combustível e nos gastos operacionais de tráfego. Os custos com pessoal subiram 11,6%, com a contratação de 779 novos trabalhadores. Ainda assim, o custo operacional por lugar-quilómetro (CASK) oferecido diminuiu 10,7% em comparação com o ano anterior, baixando para 7,04 cêntimos.

O resultado operacional cifrou-se em 268,2 milhões de euros, também um recorde, marcando uma forte inversão face à perda de 1.489 milhões de 2021. A margem de rentabilidade operacional foi de 7,1%. Os resultados antes juros, impostos, depreciações e amortizações (EBITDA) foi de 778 milhões com a margem a alcançar os 22,3%.

O bom desempenho anual beneficiou da evolução do negócio entre outubro e dezembro. A TAP teve lucros de 156,4 milhões de euros no último trimestre de 2022, ampliando o resultado positivo que tinha alcançado entre julho e setembro, de 111 milhões de euros. As receitas superaram ligeiramente os mil milhões.

A companhia aérea transportou 13,8 milhões de passageiros em 2022, mais 136,1% do que no ano anterior, mas ainda longe (81%) dos 17 milhões contabilizados em 2019. O número de voos operados atingiu 74,9% dos níveis registados no ano anterior à pandemia e a capacidade oferecida 87%. Já a taxa de ocupação (80%), ficou encostada à de 2019. A companhia aérea tinha no final de dezembro 93 aeronaves em operação.

A transportadora aérea tinha uma dívida líquida e 2.740 milhões no final de 2022, menos 47 milhões do que em dezembro do ano anterior. Com a melhoria das contas, o endividamento é agora de 3,5 vezes o EBITDA, um rácio melhor do que o registado em 2019 (5,2 vezes). A liquidez em tesouraria é de 1.043 milhões.

Estas são as últimas contas de Christine Ourmières-Widener à frente da empresa. A demissão da gestora francesa que entrou em junho de 2021 para presidência executiva da TAP e do chairman, Manuel Beja, foi anunciada a 6 de março pelo ministro das Finanças, na sequência das conclusões do relatório da Inspeção-Geral de Finanças sobe o processo de rescisão com a antiga administradora Alexandra Reis.

A CEO e o chairman devem deixar a companhia até ao final do mês. O novo presidente executivo será Luís Rodrigues, o líder da SATA, devendo assumir o cargo em meados de abril.

(notícia atualizada às 8h50)

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Galp contesta na Justiça imposto sobre o petróleo do Governo Lula

  • ECO
  • 21 Março 2023

Trata-se de uma taxa de 9,2% aplicada às exportações de petróleo bruto. Petrolíferas contestam medida extraordinária.

A Galp juntou-se ao grupo de petrolíferas que, no Brasil, recorreram ao tribunal para contestar o imposto sobre o petróleo do Governo de Lula da Silva, avança o Público (acesso condicionado). Este imposto extraordinário sobre a exportação de petróleo bruto pode custar à Petrogal Brasil cerca de 50 milhões de euros.

O imposto foi criado em fevereiro e aplicado logo, mas está a ser contestado, para além da Galp, pela Shell, Total, Repsol e Equinor. As petrolíferas querem que seja declarada a ilegalidade deste imposto temporário. Trata-se de uma taxa de 9,2% aplicada às exportações de petróleo bruto, sendo uma “medida provisória” proposta pelo atual ministro das Finanças do Brasil, Fernando Haddad.

No seguimento do anúncio, Galp comunicou ao mercado que este tinha “um impacto potencial de cerca de 50 milhões de euros na Petrogal Brasil”. A Petrogal Brasil é detida em 70% pela Galp e em 30% pela chinesa Sinopec, representando uma grande fatia dos lucros da petrolífera portuguesa devido à exploração de petróleo em águas ultraprofundas da costa brasileira.

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Hoje nas notícias: Pacote de Habitação, TAP e Galp

  • ECO
  • 21 Março 2023

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

O Presidente da República considera que pacote de medidas do Governo para a habitação é “inexequível”. A sociedade de advogados da TAP alertou a CEO da companhia para problemas políticos e financeiros de um acordo para a saída de Alexandra Reis no valor de 1,4 milhões e chegou a propor outras opções. E a Galp está a contestar judicialmente o imposto sobre o petróleo aplicado pelo Governo brasileiro. Conheça estas e outras notícias em destaque na imprensa nacional esta terça-feira.

Marcelo critica pacote de habitação: “É uma lei cartaz”

O Presidente da República declarou na segunda-feira que, “tal como está concebido”, o pacote de medidas para a habitação é “inoperacional”. “Quer no ponto de partida, quer no ponto de chegada”, completou Marcelo Rebelo de Sousa, que falava no programa “Redação Aberta” da CMTV. Para o Chefe de Estado, o programa “Mais Habitação” é “inexequível e comparou-o às “chamadas leis cartazes”. “São leis que aparecem a proclamar determinados princípios programáticos, mas a ideia não é propriamente que passem à prática”, explicou.

Leia a notícia completa no Correio da Manhã (acesso pago)

CEO da TAP foi avisada para riscos da indemnização a Alexandra Reis

A sociedade de advogados da TAP — a SRS, que entretanto já foi demitida — chegou a alertar a CEO da companhia que um acordo com as condições propostas por Alexandra Reis seria “inaceitável”, representando eventuais riscos financeiros e políticos. Face ao pedido de indemnização de 1,4 milhões de euros, a SRS apresentou outras opções a Christine Ourmières-Widener, entre as quais a rescisão unilateral que não implicaria indemnização, segundo consta num e-mail enviado por César Sá Esteves, sócio da sociedade de advogados, à CEO da TAP no dia 28 de janeiro de 2022.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago)

Galp contesta na Justiça imposto sobre o petróleo do Governo Lula

A Galp juntou-se ao grupo de petrolíferas que recorreram ao tribunal para contestar o imposto sobre o petróleo do Governo de Lula da Silva. Este imposto extraordinário sobre a exportação de petróleo pode custar à Petrogal Brasil cerca de 50 milhões de euros. O imposto foi criado em fevereiro, mas está a ser contestado, para além da Galp, pela Shell, Total, Repsol e Equinor.

Leia a notícia completa no Público (acesso condicionado)

Presidente do Tribunal Constitucional recusa sair até ser encontrado substituto

Já são três os juízes do Tribunal Constitucional que se mantêm em funções apesar de já terem terminado o mandato, sendo um deles o presidente. João Pedro Caupers, “terminado o seu mandato, assegura as funções até à sua substituição, cumprindo o procedimento previsto na Lei e garantindo assim a estabilidade necessária ao funcionamento do Tribunal Constitucional”, explica o seu gabinete.

Leia a notícia completa no Diário de Notícias (acesso pago)

Preços do McDonald’s devem subir 5% este ano

Os preços dos restaurantes da McDonald’s devem ficar mais caros em 5% este ano, segundo a recomendação da marca. No entanto, os franquiados podem decidir os preços. A diretora-geral em Portugal admite que “toda a cadeia produtiva sofreu aumentos muito significativos”, mas aponta que a recomendação da marca é uma subida de preços abaixo da inflação da restauração.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso indisponível)

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O dia em direto nos mercados e na economia – 21 de março

  • ECO
  • 21 Março 2023

Ao longo desta terça-feira, 21 de março, o ECO traz-lhe as principais notícias com impacto nos mercados e nas economias. Acompanhe aqui em direto.

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Recrutamento sem barreiras. Estas empresas querem garantir igualdade de oportunidades

Há empresas empenhadas em atrair talento diverso, em melhorar as acessibilidades e em reforçar a formação. Objetivo? Capacitar quem tem algum tipo de deficiência para integrar o mercado de trabalho.

Desde o passado dia 1 de fevereiro que, com a nova lei das quotas, as empresas com mais de 100 trabalhadores são obrigadas a cumprir a quota para trabalhadores com deficiência. Mas algumas empresas já estavam, muito antes disso, a percorrer o seu caminho rumo a um mercado de trabalho mais inclusivo e que garante igualdade de oportunidades. Há quem esteja empenhada em atrair talento mais diverso, quem já esteja focada em melhorar a acessibilidade e quem trabalhe para incluir estes profissionais no mercado de trabalho. Esta terça-feira assinala-se o Dia Mundial da Síndrome de Down.

Com quase 100 colaboradores com algum tipo de deficiência ou incapacidade, num total de 3.273 pessoas, sempre que integra um novo trabalhador com deficiência, o El Corte Inglés (ECI) faz o levantamento das necessidades de adaptação do seu posto de trabalho. O objetivo é garantir que todos conseguem desempenhar a sua função sem qualquer barreira física.

“Foi através da integração de um carpinteiro, que se desloca de cadeira de rodas, que melhorámos toda a acessibilidade no armazém de Alcochete, onde se insere a carpintaria”, conta Paula Lobinho, responsável pela área da diversidade, inclusão e parcerias institucionais do ECI Portugal.

“Foi construída mais uma rampa de acesso na entrada principal de funcionários, uma casa de banho adaptada e mais próxima da carpintaria, identificado um lugar de estacionamento, e também desenhado um circuito interno para que a sua deslocação dentro do armazém fosse realizada de forma mais segura”, descreve.

Foi através da integração de um carpinteiro, que se desloca de cadeira de rodas, que melhorámos toda a acessibilidade no armazém de Alcochete, onde se insere a carpintaria. Foi construída mais uma rampa de acesso na entrada principal de funcionários, uma casa de banho adaptada e mais próxima da carpintaria, identificado um lugar de estacionamento, e também desenhado um circuito interno para que a sua deslocação dentro do armazém fosse realizada de forma mais segura.

Paula Lobinho

Responsável pela área da diversidade, inclusão e parcerias institucionais do ECI Portugal

Mas a realidade é distinta da vivida na companhia espanhola de retalho. Os números mostram, contudo, que ainda há muito por fazer para incluir pessoas portadoras de deficiência no mercado de trabalho. Segundo dados Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, em 2021, as empresas privadas criaram 3.713 vagas para pessoas com deficiência, mais 65% que no ano anterior, ou seja, 1.469 vagas. Ainda assim, o número de pessoas empregadas não atinge sequer 25% do total de pessoas com deficiência inscritas nos centros de emprego.

Dados do relatório do Observatório da Deficiência e Direitos Humanos (ODDH) mostram ainda que, entre 2016 e 2019, a taxa de desemprego na população com deficiência baixou 8,8%, mas com a pandemia ocorreu uma subida de 11,6%. Em 2020, o desemprego de longa duração aumentou 21,7% face a 2019 e, em 2021, aumentou cerca de 7,6% face a 2020.

Já a taxa de risco de pobreza ou exclusão social era, em 2021, de 30,5% para agregados familiares com pessoas com deficiência. Quase o dobro do estimado para a generalidade da população (18,8%), de acordo com os números publicados pelo ODDH.

Atração de talento diverso

No setor tecnológico, a Microsoft abriu 100 vagas para talento diverso no mercado nacional. A ação de recrutamento surgiu no âmbito de um programa piloto em três países – Portugal, Roménia e Egipto – e que deverá, posteriormente, “ser estendido a outros países”, explica Guilherme Castro Caldas, EMEA lead – connected support delivery e disability ERG Portugal lead na Microsoft.

“Quisemos, essencialmente, dar visibilidade ao tema. O objetivo é sensibilizar e recrutar. Através de um vídeo com testemunhos de quatro colaboradores voluntários, demonstrámos que, independentemente dos perfis, do background, das histórias de vida ou até das deficiências, há espaço para o talento diverso na Microsoft e que esta é uma organização na qual podem trazer tudo o que são para o trabalho”, detalha o responsável.

O balanço é positivo. “Temos recebido, cada vez mais, candidaturas de pessoas com perfis e talento diversos, o que nos diz que estamos no caminho certo“, acredita. Questionada sobre o número de pessoas com deficiência que emprega atualmente, a tecnológica norte-americana não adiantou valores, justificando que não tem esses números, pois as pessoas não são obrigadas a comunicar às entidades empregadoras se têm deficiência.

Por força da política fiscal em Portugal, a empresa só tem essa informação quando existe uma deficiência relativa a 60% de incapacidade. Em Portugal, contudo, o Employee Resource Group de Disability – colaboradores aliados que apoiam e promovem iniciativas dentro e fora da tecnológica – já tem mais de 80 membros. Só em 2021, este grupo informal organizou sete iniciativas internas, com cerca de 150 colaboradores a assistirem às sessões de sensibilização.

Também o Café Joyeux, que chegou a Portugal no final de 2021 para instalar o seu primeiro café fora de França, na Calçada da Estrela, em Lisboa, e que hoje já conta dois cafés em território nacional, está enfocado em captar talento diverso. O estabelecimento solidário tem um objetivo ambicioso: empregar cerca de uma centena de pessoas com dificuldades intelectuais e de desenvolvimento, como a trissomia 21 ou o autismo desafios, até 2026. Pretende fazê-lo através da abertura de outros cafés-restaurantes, bem como da contratação de talento para eventos.

Esta terça-feira, para assinalar o Dia Mundial da Síndrome de Down, o Café Joyeux desafia todos os portugueses a calçarem meias diferentes em cada pé. Com este pequeno gesto simbólico, o Café Joyeux quer mostrar que a diferença é capaz de enriquecer as equipas. “E é uma mais-valia e que nos traz ainda mais alegria às nossas vidas”, assegura o Café Joyeux.

Formação. Chave para inclusão

A Gleba Moagem & Padaria uniu recentemente forças com a Academia Semear para promover sessões de formação teórico-práticas de padaria para os alunos da academia, bem como oferecer estágios de formação profissional.

“As experiências práticas em contexto real de trabalho ao longo da formação são a chave do sucesso para a confiança da pessoa e das empresas na integração socioprofissional. Portanto, nada melhor do que ‘pormos a mão na massa’ numa padaria como a Gleba, que não só valoriza e respeita os métodos ancestrais de confecionar o pão, como tem uma grande aposta na sustentabilidade, valores com os quais nos identificamos”, refere Carmen Vale de Gato, responsável pela inclusão socio-profissional da Academia Semear.

As experiências práticas em contexto real de trabalho ao longo da formação são a chave do sucesso para a confiança da pessoa e das empresas na integração socioprofissional.

Carmen Vale de Gato

Responsável pela inclusão socio-profissional da Academia Semear

Fundada em 2014, a Academia Semear desenvolve programas que visam a inclusão socioprofissional no setor agroalimentar, nomeadamente produção agrícola, indústria alimentar e comércio, através de formação certificada, para pessoas com dificuldade intelectual e do desenvolvimento. O objetivo é proporcionar a estes jovens experiências reais em contexto laboral, contribuindo assim para a sua integração profissional.

Já a Microsoft tem também apostado na formação em diversidade e inclusão para todos os colaboradores da tecnológica. É atualmente parte do leque de formação obrigatória. Além disso, as pessoas envolvidas nos processos de recrutamento são também capacitadas com formação adicional, guias e outras recomendações para garantir que o processo corresponde a todas as necessidades dos candidatos.

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Do colapso ao banco “mais seguro”, como os empreendedores nacionais viveram a falência do SVB

Três empreendedores nacionais com operação nos Estados Unidos contam ao ECO o dia seguinte à falência do SVB e o impacto que pode ou vir a ter no ecossistema.

Dias de stress seguidos de um grande “alívio” foi sentimento dos empreendedores nacionais nos Estados Unidos depois da corrida ao Silicon Valley Bank (SVB) ter levado ao colapso do banco das startups e a Reserva Federal Americana (Fed) ter garantido os depósitos a 100%. Agora é o retornar da ‘normalidade’, mas com uma aprendizagem: apostou-se em diversificar posições bancárias, diminuindo a exposição ao risco de um novo crash.

Com sede em Silicon Valley, o Chamaleon acompanhou de perto o turbilhão provocado pelo colapso do SVB. O fundo não só tinha contas no banco, como “quase metade” das empresas do seu portefólio — têm no fundo ativo cerca de 10 startups, gerindo um total de 75 milhões de dólares — tinha também depósitos nessa instituição. “Quando vimos as primeiras notícias de que podia haver uma corrida ao banco, tivemos de agir rápido. Felizmente, foi relativamente fácil resolver tudo a tempo. As nossas startups conseguiram rapidamente movimentar o capital que tinham no banco para outras contas, e nós também não tivemos qualquer problema na gestão da nossa situação”, relata Alexandre Santos.

E não foi o único empreendedor viver o colapso do SVB. “Toda a situação tem sido, no mínimo, esgotante. Especialmente para mim, vindo de fora e vivendo apenas há um ano nos Estados Unidos. O SVB foi o nosso primeiro banco, no qual confiámos por ter mais de 40 anos de historial intacto e relações profundas com startups por todo o mundo”, conta José Costa Rodrigues, cofundador e CEO da Relive, startup que opera na área imobiliária.

A Amplemarket não era cliente do banco, mas os efeitos também se fizeram sentir. “Não éramos clientes do SVB, mas um dos nossos bancos é na Califórnia e também estava sob pressão após as notícias do SVB, portanto, logo que tivemos conhecimento da situação tentamos diversificar ainda mais a nossa posição bancária abrindo mais algumas contas noutros bancos”, adianta Luís Batalha, cofundador da startup sediada em São Francisco.

O timing do colapso agravava ainda o potencial problema das startups que tinham o SBV como o seu primeiro banco: coincidia com a altura de pagamentos de salários. “É uma realidade de muitas empresas nos Estados Unidos, muitas pagam quinzenalmente os salários e isto caía, precisamente, num dos grandes ciclos de pagamento de salários. Teríamos milhares de startups sem capacidade de pagar salários a uma boa parte das pessoas que tem a trabalhar para eles quer nos Estados Unidos, quer fora dos Estados Unidos”, realça Alexandre Santos, da Chamaeleon, fundo com escritórios nos Estados Unidos, Polónia e Portugal e que, já investiu em empresas com a OutSystems, Aptoide, Sensei ou Didimo, entre outras.

Uma indefinição que muitas startups viveram durante vários dias que levou mesmo a unicórnio Remote a avançar de que iria assegurar até final de março o pagamento dos salários aos colaboradores das empresas clientes, dando-lhes mais tempo para arranjar um plano B.

O alívio chegou com a decisão da Fed de garantir 100% os depósitos. “Com a decisão da Fed — que achamos que foi a correta — a situação acalmou muito mais, o grande risco era haver um risco de contágio enorme para outros bancos. Outros bancos mais pequenos, à escala americana, ainda sofreram um pouco nos dias seguintes com quedas na Bolsa significativas e rumores de que estariam prestes a cair. Mas acho que se evitou um grande problema”, considera Alexandre Santos.

O banco está a operar business as usual até está a tentar passar a mensagem de que não há banco mais seguro onde se pode ter dinheiro porque quer os antigos depósitos, quer os novos são 100% garantidos pela Reserva Federal Americana, isso não há em mais lado nenhum.

Alexandre Santos

Cofundador da Chamaeleon

“Apesar da intervenção do Governo, a verdade é que ainda não conseguimos aceder ou movimentar alguns depósitos. Vale-nos a segurança de que o banco não irá cair, pelo que o dinheiro está salvaguardado — mas há, neste momento, muito atraso nos processamentos”, relata José Costa Rodrigues.

Algumas restrições” mas dentro da normalidade é o que descreve Luís Batalha da Amplemarket. “Pelo que conheço dos nossos clientes a situação está praticamente normalizada. Existem ainda algumas restrições relativamente a transferências internacionais, mas parece ser uma situação temporária“, diz.

“Recebemos algumas notificações deles de que podíamos ter algumas transferências canceladas porque estavam a ter alguma dificuldade, dado o volume, mas até agora tudo a funcionar de forma normal”, diz, por seu turno, Alexandre Santos.

Passada a primeira onda, tudo parece estar a regressar à normalidade. “O SVB também foi relativamente rápido a reagir a tudo isto. Na segunda-feira (da reabertura) já tinha um novo CEO indicado, a meio da semana participamos todos, numa call com o novo CEO onde explicou o que pretendia fazer e que além de garantir os depósitos, continuam a apoiar empréstimos e todos os instrumentos de dívida que têm no banco”, descreve o cofundador da Chamaeleon.

O banco está a operar business as usual até está a tentar passar a mensagem de que não há banco mais seguro onde se pode ter dinheiro porque quer os antigos depósitos, quer os novos são 100% garantidos pela Reserva Federal Americana, isso não há em mais lado nenhum“, acrescenta Alexandre Santos.

Era através (do SVB) que todos os dias transferíamos dinheiro aos nossos consultores e prestadores de serviços, ou que pagávamos salários na América. Segunda-feira às 09h00 já estava no JP Morgan Chase a abrir uma outra conta. Um banco menos ágil e tecnológico, mas sem dúvida mais tradicional e seguro.

Mas o fundo — e as startups onde participa — também retirou os seus próprios ensinamentos de tudo o que se passou. “Ainda temos lá capital, não retiramos tudo do banco ainda, até pelo cenário caricato, quase, de que lá está mais seguro do que em qualquer outro lado”, admite o cofundador da Chamaeleon, mas, “obviamente, que reforçamos a nossa capacidade e trabalhar com vários bancos, já o fazíamos, mas agora ainda mais.”

Uma estratégia que, acredita, está a ser usada pelo ecossistema. “Todos sem exceção fizeram o que nós fizemos, mesmo tendo já contas com outros bancos, repensar qual a rede que têm para terem vários níveis de risco“, aponta Alexandre Santos.

E, efetivamente, foi o que fez a Relive. O SVB “era o nosso principal banco corrente nos EUA, um banco ágil, tecnológico e fácil de operar online”, descreve José Costa Rodrigues. “Era através de lá que todos os dias transferíamos dinheiro aos nossos consultores e prestadores de serviços, ou que pagávamos salários na América. Segunda-feira às 09h00 já estava no JP Morgan Chase a abrir uma outra conta. Um banco menos ágil e tecnológico, mas sem dúvida mais tradicional e seguro”, admite.

Risco de contágio?

Apesar da intervenção da Fed, José Costa Rodrigues acredita que a situação do banco acabou por impactar o ecossistema local. “Sente-se bastante tensão neste momento nos EUA, com o custo de vida, a inflação, as taxas de juro a subir, os lay-offs nas grandes empresas tecnológicas (só a Meta já despediu 25% dos colaboradores). Em concreto em Austin, Texas, e na nossa indústria, o ramo imobiliário, nota-se um grande abrandamento na compra/venda de imóveis. As pessoas estão receosas de uma nova crise como a de 2008“, afirma.

Alexandre Santos mostra-se mais confiante. “Claramente, as pessoas não estiveram a olhar nos últimos dias para novas oportunidades de investimento. Mas, no nosso caso, na terça-feira já estava a ter reuniões com potenciais investimentos. Esta indústria reage muito rápido: reagiu rápido na corrida ao banco e muito mais rápido no voltar agora ao trabalho”, considera o cofundador do fundo de investimento.

“A instabilidade ainda existe, estamos numa situação de incerteza acima da média, mas em early stage essa atividade (rondas de levantamento) continua a investir, onde as coisas acalmaram é nas rondas maiores, nas scaleups etc., onde este ano nem é muito recomendado tentar levantar capital para este tipo de rondas”, diz, quando questionado sobre se a instabilidade vivida poderia afetar o investimento no ecossistema.

As empresas estão com avaliações elevadas de rondas anteriores e, neste contexto de maior instabilidade, é mais difícil ir às rondas que necessitam em avaliações decentes, se poderem evitar ir ao mercado em 2023 melhor. Mas para as startups em early stage a atividade continua muito ativa, se calhar com mais tempo para analisar as oportunidades, mas existe muita atividade até por causa da explosão de startups ligadas à inteligência artificial”, reforça. “Normalmente, as melhores alturas para investir são estas, obtém-se melhores resultados quando se investe em anos de crise.”

A rápida intervenção do governo americano, salvaguardando os depósitos e o seu acesso ainda durante o fim de semana ajudou bastante na estabilização da situação e, sobretudo, garantiu que não existiam milhares de pessoas com o risco de não receberem salários ou de serem despedidas nas próximas semanas. Se isto não tivesse acontecido correríamos o risco de ter milhares de empresas a fechar portas por uma razão que nada tem que ver com a saúde dos seus negócios.

Luís Batalha

Cofundador da Amplemarket

“Normalmente, sempre que existem picos de instabilidade como esta situação do SVB pode haver algum standby natural por parte de candidatos, investidores etc. que tentam construir o seu modelo mental do mundo após o evento antes de tomar uma decisão”, comenta Luís Batalha da Amplemarket, quando questionado sobre como o ecossistema está a reagir à falência técnica do banco. “No início da pandemia em 2020, houve um efeito semelhante, contudo passado pouco tempo os investidores voltaram a investir e com condições e montantes bastante superiores ao que tínhamos observado em 2019″, recorda.

E poderemos assistir a movimentos de contágio? “Havia um forte risco de isto ter um efeito bola de neve caso a Reserva Federal não tivesse feito nada”, reconhece Alexandre Santos.

E o mesmo considera Luís Batalha da Amplemarket. “A rápida intervenção do governo americano, salvaguardando os depósitos e o seu acesso ainda durante o fim de semana ajudou bastante na estabilização da situação e, sobretudo, garantiu que não existiam milhares de pessoas com o risco de não receberem salários ou de serem despedidas nas próximas semanas. Se isto não tivesse acontecido correríamos o risco de ter milhares de empresas a fechar portas por uma razão que nada tem que ver com a saúde dos seus negócios”, considera.

É preocupante observar o contexto macro — desde as consequências do excesso de impressão de dinheiro durante a pandemia — e a “euforia e disparates” que tal gerou — há um ano vendiam-se na internet imagens, ou NFT por centenas de milhares de dólares –, da guerra na Ucrânia sem fim à vista, até hoje ao Credit Suisse, a cair a capitalização bolsista em 25% (a maior queda em um dia da sua história), seguida da apresentação em fevereiro dos piores resultados desde a crise de 2008. Parece uma tempestade perfeita, mas só o tempo dirá“, comenta, por seu turno, José Costa Rodrigues, da Relive, quando questionado sobre se as medidas tomadas pelas autoridades norte-americanas serão suficientes para contar um efeito de contágio.

O que nos preocupa, mas não é algo específico do ecossistema empreendedor, é a questão da confiança. Tal como aconteceu em 2008, gerar-se uma situação de falta de confiança no setor financeiro é algo a evitar a todo o custo, é grave e devemos estar bem atentos a isso. Aqui é altura para Governos, reguladores, bancos centrais atuarem a fazerem com que isso possa ser evitado.

António Dias Martins

Diretor executivo da Startup Portugal

António Dias Martins, diretor executivo da Startup Portugal, mostra-se igualmente cauteloso. “O que nos preocupa, mas não é algo específico do ecossistema empreendedor, é a questão da confiança. Tal como aconteceu em 2008, gerar-se uma situação de falta de confiança no setor financeiro é algo a evitar a todo o custo, é grave e devemos estar bem atentos a isso. Aqui é altura para Governos, reguladores, bancos centrais atuarem a fazerem com que isso possa ser evitado”, aponta.

“Isso é um tema que ultrapassa o ecossistema, tal como ultrapassa as causas desta falência (do SVB). Não está relacionada com o perfil de clientes do banco, nem do seu risco, nem dos seus negócios, mas sim com as opções de gestão financeira de liquidez do banco“, reforça.

“Se nos EUA houve uma atuação que permitiu mitigar os efeitos colaterais, é importante que na Europa também isso aconteça e agora até por motivos diferentes, com o que está a acontecer com o Credit Suisse. Uma situação, não digo esperada, mas que não representa uma surpresa enorme, pois já havia indicações da situação frágil deste banco há mais de um ano”, continua. “Não há nenhum banco que resista a uma crise de confiança, os bancos não estão preparados para uma corrida aos depósitos”.

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Concurso da Linha do Douro para comboio voltar a Barca d’Alva depende das Finanças

Concurso público para reativação da Linha do Douro até à fronteira será lançado até 31 de março, acredita ministra da Coesão Territorial. Governo pode concentrar todas as obras num só concurso.

O primeiro concurso para reativar a Linha do Douro até à fronteira será lançado ainda este mês. A ministra da Coesão Territorial está convicta de que o Ministério das Finanças vai autorizar, no prazo de 10 dias, o concurso público para elaboração do estudo prévio e do projeto de reativação da linha entre o Pocinho e Barca d’Alva. Ana Abrunhosa admite mesmo que este concurso inclua ainda, na mesma linha, a eletrificação da ligação entre Marco de Canaveses e Régua.

Está tudo preparado para que se possa abrir o procedimento do concurso até ao final de março. Aguardamos apenas uma autorização das Finanças“, referiu a ministra, em declarações ao ECO, à margem da cerimónia sobre os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, que decorreu na segunda-feira na Alfândega do Porto.

Com o lançamento deste concurso, a Associação Vale d’Ouro espera que “possa ser apresentado um calendário realista à região e que não diga que os comboios só chegarão a Barca d’Alva daqui a sete anos, o que não será aceitável”. “Vamos construir uma linha de Alta Velocidade entre Porto e Soure até 2028/2030 e reabrir pouco mais de 20 quilómetros de linha demora o mesmo tempo?”, questiona a associação duriense.

Está tudo preparado para que se possa abrir o procedimento do concurso até ao final de março. Aguardamos apenas uma autorização das Finanças.

Ana Abrunhosa

Ministra da Coesão Territorial

No início de outubro de 2022, o então ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, estabeleceu como objetivo “lançar o concurso [público para a elaboração do estudo prévio e o projeto de reativação da Linha do Douro entre o Pocinho e Barca d’Alva] no primeiro trimestre de 2023”. A CCDR-Norte classificou o regresso dos comboios a este troço como um “projeto de interesse regional e nacional”, com a possibilidade de criar 6.455 empregos no prazo de 26 anos e, contabilizou, “por cada euro investido, o PIB aumentar em 1,4 euros”.

Pressupõe-se que a linha seja reaberta em 2027, depois de um investimento de cerca de 75 milhões de euros, calculou a Infraestruturas de Portugal, num estudo técnico de abril de 2022. Figueira de Castelo Rodrigo, Vila Nova de Foz Côa, Torre de Moncorvo e Freixo de Espada à Cinta são os quatro municípios com ganhos diretos pela reabertura da linha. Os benefícios da reabertura estendem-se ainda a outros 17 concelhos, como Vila Real, Régua, Lamego, Tarouca, Alijó e Sabrosa.

O comboio permite poupar mais de meia hora na viagem entre as duas localidades – passa de 50 para 19 minutos. O “choque positivo nas condições de mobilidade” permitirá captar passageiros que viajem de carro e de autocarro pela região, além de atrair pessoas que habitualmente não frequentam o local.

Ana Abrunhosa tem sido uma das principais defensoras do regresso do comboio ao troço de 27,11 quilómetros entre Pocinho e Barca d’Alva. “Vamos fazer a linha do Douro. É um desígnio deste território. Mal andariam os governos que não apoiassem o projeto”, referiu a ministra, em dezembro de 2021, na celebração dos 20 anos do Douro como Património da Unesco, em Lamego.

Concentração de concursos

Além do regresso do comboio a Barca d’Alva, quem mora no Douro aguarda a eletrificação dos troços Marco de Canaveses-Régua e Régua-Pocinho. Atualmente, só há corrente elétrica no percurso entre Porto-São Bento e Marco de Canaveses.

O troço seguinte, Marco de Canaveses-Régua, deveria ter sido eletrificado até ao final de 2019, segundo o plano de investimentos Ferrovia 2020, apresentado em fevereiro de 2016. Contudo, o percurso Marco-Régua ainda não tem sequer concurso público lançado. Isto é, não ficará pronto, pelo menos, até ao final de 2026. A eletrificação do trecho seguinte, entre Régua e Pocinho, pertence ao conjunto de obras do Programa Nacional de Investimentos 2030, ainda sem calendário definido.

A ministra da Coesão Territorial, perante este cenário, admite que a eletrificação do troço Marco-Régua “está no mesmo dossier” da reativação da ligação entre Pocinho e Barca d’Alva. São necessários 96,4 milhões de euros para os trabalhos entre Marco e Régua, segundo as quatro autorizações de despesa publicadas a 12 de agosto de 2022 em Diário da República.

“Podendo estar em cima da mesa (mais) um atraso na empreitada da eletrificação entre Marco e Régua, o lançamento do concurso para o projeto de eletrificação entre Régua e Pocinho e reabertura e eletrificação entre Pocinho e Barca d’Alva, pode ser uma forma de ‘acalmar’ a região. Contudo, a região não precisa de ser ‘acalmada’. Precisa de garantias efetivas de que os compromissos sucessivamente feitos por diversos intervenientes venham a ser cumpridos“, comenta ao ECO a associação liderada por Luís Almeida.

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5 coisas que vão marcar o dia

  • ECO
  • 21 Março 2023

No dia do funeral do empresário Rui Nabeiro, fundador da Delta, a TAP deve apresentar lucros relativos ao exercício do ano passado, primeira vez desde 2017.

Sem a CEO Christine Ourmières-Widener, despedida no seguimento do caso relacionado com a indemnização milionária paga a Alexandra Reis, a TAP vai divulgar os resultados positivos referentes a 2022. As perspetivas económicas e orçamentais do Conselho de Finanças Públicas vão também dominar as atenções no campo da economia.

TAP apresenta lucros inéditos desde 2017

A TAP deve revelar lucros superiores a 30 milhões de euros referentes ao exercício fiscal de 2022, naqueles que serão os primeiros resultados positivos desde 2017. No entanto, o Governo decidiu não permite que a CEO, Christine Ourmières-Widener, faça a apresentação. A gestora despedida, no cargo até ao final do mês, queria fazer uma conferência de imprensa, mas o Ministério das Finanças não autorizou.

Previsões do Conselho de Finanças Públicas

O Conselho de Finanças Públicas (CFP), organismo independente liderado por Nazaré da Costa Cabral e que fiscaliza o cumprimento das regras orçamentais em Portugal e a sustentabilidade das finanças públicas, vai publicar esta terça-feira, a partir das 15h, o documento relativo às “Perspetivas Económicas e Orçamentais 2023-2027”.

Audição sobre crédito à habitação e juros dos depósitos

A Comissão de Orçamento e Finanças vai ouvir a Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor (DECO) no âmbito de um requerimento do PSD sobre a atuação do setor bancário na comercialização ou pedidos de renegociação de crédito habitação e sobre o “desajustamento dos juros nos depósitos a prazo em face das condições de mercado”.

Funeral de Rui Nabeiro

O funeral do empresário Rui Nabeiro, fundador do grupo Nabeiro – Delta Cafés, que morreu no domingo aos 91 anos, está marcado para esta terça-feira em Campo Maior. A cerimónia do comendador começa às 12h com uma missa de corpo presente na Igreja Matriz, seguindo depois o cortejo fúnebre em direção ao cemitério municipal.

Moção de censura ao Governo espanhol

No dia em que o presidente chinês, Xi Jinping, prossegue a visita à Rússia, no plano internacional vai estar igualmente em destaque o início do debate da moção de censura ao Governo espanhol, apresentada por 52 deputados do Vox (extrema-direita). A votação deve ter lugar na quarta-feira, sendo necessária uma maioria absoluta numa votação pública para a aprovação.

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Mike Davis procura investidores para “vestir” mais lojas

Após perder na pandemia quase 50% das vendas e o acordo com um fundo de investimento, Mike Davis volta ao mercado para “levantar" três milhões de euros e financiar plano de crescimento a cinco anos.

Uma década depois de assumirem o controlo partilhado da Mike Davis, que até 2013 tinha Carlos Barbosa, presidente do Automóvel Club de Portugal (ACP), como maior acionista, Filipe Soares Franco e Luís Aranha preparam-se para lançar uma operação para financiar o crescimento da empresa de vestuário. Uma “pretensão antiga” e que esteve quase a avançar antes da pandemia – chegou mesmo a ter “um acordo assinado com um fundo de investimento” –, mas “a Covid-19 e as condições de mercado” acabaram por cancelar essa primeira iniciativa.

“Durante o ano de 2023 iremos estabilizar uma parte importante da operação e pretendemos levantar um valor importante, que nos permita financiar capital fixo e circulante para os próximos cinco anos. Temos neste momento o objetivo de levantar três milhões de euros, e em breve iremos estruturar as condições desta operação”, avança ao ECO o presidente executivo, Luís Aranha, sublinhando que estão igualmente “abertos a parcerias estratégicas que [lhes] permitam acelerar a expansão e o crescimento” da empresa do Porto, fundada em 1976.

Foi em 2013, quando a Mike Davis estava mergulhada num ciclo negativo, de vendas a cair, lojas desatualizadas, dívidas à banca a crescer e prejuízos a acumularem-se, que este empresário que iniciou a carreira na Vista Alegre e viveu mais de duas décadas na Ásia – liderou as operações da Pernod Ricard e da Nina Ricci no Japão –, se aliou ao amigo de infância e ex-presidente do Sporting, que já detinha uma quota de 17%. Nos primeiros cinco anos, atesta, a Mike Davis conseguiu registar “um crescimento notável”, chegando a 2017 com quase 15 milhões de euros de faturação.

Luís Aranha, CEO da Mike DavisHugo Amaral/ECO

No entanto, as más notícias voltaram no ciclo seguinte. Primeiro, a retalhista atravessou “um período muito difícil em resultado de problemas do fornecedor de malha circular em 2018 e 2019”. “Depois de organizada uma nova recuperação, fomos apanhados pela Covid e em 2020 e 2021 perdemos quase 50% da faturação, com sete meses com as lojas fechadas e os restantes a trabalhar com as limitações que são conhecidas”, prossegue Luís Aranha.

E em 2022, quando esperava uma “recuperação mais forte”, as restrições pandémicas impostas pelo Governo e o início da guerra na Ucrânia vieram causar “perturbações de monta no mercado”. Apesar de o arranque do ano passado ter sido “muito fraco” em termos comerciais, conseguiu recuperar parte do negócio nos meses seguintes e chegou ao fim do último exercício a aproximar-se novamente dos dez milhões de euros de vendas. Acima do patamar dos sete milhões para que tinha caído nos dois anos anteriores, mas ainda abaixo do registo pré-pandemia.

Os prejuízos [nos anos de pandemia] foram avultados porque não tivemos quase nenhuma ajuda do Estado, à exceção de um pequeno apoio ao layoff simplificado. Pelo contrário, neste percurso difícil, o Estado afastou-se da resolução do problema dos lojistas, em particular no caso dos shoppings, e beneficiou os grandes grupos imobiliários.

Luís Aranha

CEO da Mike Davis

“Sobrevivemos [nos últimos três anos] porque temos um grupo de fornecedores que nos apoiou e porque os acionistas apoiaram também a empresa, mantendo o investimento em lojas novas, em renovação de lojas e coleções, e protegendo os colaboradores da empresa. Os prejuízos foram avultados porque não tivemos quase nenhuma ajuda do Estado, à exceção de um pequeno apoio ao lay-off simplificado. Pelo contrário, neste percurso difícil, o Estado afastou-se da resolução do problema dos lojistas, em particular no caso dos shoppings, e beneficiou os grandes grupos imobiliários, sediados na sua maioria fora de Portugal”, critica Luís Aranha.

A Mike Davis tem atualmente seis lojas em centros comerciais e quatro em outlets, que seguem o mesmo tipo de contratos. E os valores dessas rendas continuam a aumentar, continua, porque os shoppings têm “o controlo do negócio”. O empresário denuncia que “são propriedade de grandes empresas que gerem a fiscalidade como melhor lhes convém e mantém horários que prejudicam de forma clara o comércio de rua e os pequenos comerciantes”. “Mas ninguém faz nada. Estão aliados aos grandes grupos e marcas internacionais, como a Inditex, a H&M e outros, o que lhes permite gerir o negócio de forma parcial”, desabafa.

“Duas a quatro novas lojas por ano” até 2027

Depois de no ano passado ter fechado os dois espaços que tinha nos principais shoppings de Braga (Braga Parque e Nova Arcada) e ter aberto uma loja de rua na mesma cidade minhota, uma em Lisboa (Rua Nova do Almada, no Chiado) e outra em Loulé (Outlet do Mar Shopping), a empresa terminou 2022 com um total de 27 lojas em Portugal: 22 próprias e cinco franquiadas, e emprega 110 pessoas. Tem igualmente clientes com espaços multimarca, mas o peso na faturação é “pequeno”.

Luís Aranha assegura ao ECO que a Mike Davis tem em curso um plano de expansão – o mesmo que já tinha em 2019, mas que teve de interromper por causa da Covid –, que prevê a abertura de “duas a quatro novas lojas por ano nos próximos cinco anos”. “E pensamos duplicar a faturação durante este período e melhorar a performance financeira da empresa, mas precisamos igualmente de encontrar parceiros”, acrescenta.

Nascida num clube de ténis da Foz, na cidade Invicta, e registada com o nome de um emblemático tenista galês, a marca tem cerca de 80% do vestuário na linha masculina e contabiliza que 98% das peças de vestuário são fabricadas em Portugal – “somos a única marca no mercado que pode fazer esta afirmação e essa é uma questão estratégica”. Ainda com poucas vendas no estrangeiro, o porta-voz conta que está a “trabalhar na implementação do negócio B2B [business-to-business] através de marketplaces que possam ajudar”.

Aliás, o comércio eletrónico, que neste momento representa apenas 5% das vendas totais, é uma das áreas em que pretende “investir mais” para continuar a crescer. “Em 2023 pretendemos melhorar estes valores, como consequência do alargamento das equipas de apoio e do investimento em marketing digital. É uma área muito complexa e que exige competências muito específicas, e a contratação de colaboradores com características muito particulares”, conclui Luís Aranha.

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BCP encaixa 41 milhões com Campo Pequeno, mas ainda tem 45 milhões por recuperar

Mais de duas dezenas de credores da sociedade que reabilitou o Campo Pequeno nos anos 2000 vão receber 43 milhões da liquidação. BCP recebe a maior fatia, mas fica com 45 milhões ainda por recuperar.

Campo Pequeno, em Lisboa.MIGUEL A. LOPES/LUSA 30 julho, 2020

O BCP deverá encaixar mais de 40 milhões de euros com o Campo Pequeno, em Lisboa, mas ainda tem outros 45 milhões por recuperar no âmbito do processo de liquidação da sociedade que reabilitou aquele espaço no início dos anos 2000. Desde 2019 que o Campo Pequeno está nas mãos do empresário Álvaro Covões.

O banco liderado por Miguel Maya é o maior credor da Sociedade de Renovação Urbana do Campo Pequeno (SRUCP), que entrou em insolvência há quase uma década, em 2014, depois de ter sucumbido ao peso de uma dívida de quase 100 milhões de euros. O processo de liquidação tem-se arrastado até aos dias de hoje com quase três dezenas de credores, onde se destaca o banco com dívidas por recuperar de 86 milhões – correspondendo a cerca de 90% do total dos créditos em incumprimento.

No final de 2019, a insolvência da SRUCP conheceu um desenvolvimento importante, quando o Campo Pequeno – o principal ativo da sociedade — foi vendido ao empresário Álvaro Covões, promotor de espetáculos da Everything Is New, através da empresa Plateia Colossal, por cerca de 37 milhões de euros, de acordo com os valores reportados pela imprensa na altura.

Em 2021, numa primeira proposta de rateio parcial, a administrador de insolvência Paula Mattamouros Resendes propôs a distribuição de 29,7 milhões ao BCP, sendo o único credor que então ia receber dinheiro por conta de um crédito garantido, conforme revelou o ECO na altura. Agora, apresentou uma nova proposta junto do tribunal da Comarca de Lisboa, onde corre o processo de insolvência do Campo Pequeno, em que reforça os fundos a atribuir ao banco e juntando na lista de recebimentos mais de duas dezenas de credores da sociedade, incluindo a Opway Engenharia, que recuperará mais de um milhão de um crédito reconhecido de quase seis milhões.

No caso do BCP, a proposta vai no sentido de distribuir cerca de 41,5 milhões de euros: quase 32,2 milhões por conta da venda do Campo Pequeno e outros 9,3 milhões de euros por conta de um saldo de mais de 11 milhões que resultou da venda dos bens mobiliários. Contas feitas, o banco ficará ainda com 44,7 milhões de valor em dívida – cerca de metade do crédito por recuperar. Questionada pelo ECO sobre as expectativas de recuperação do valor remanescente, a instituição liderada por Miguel Maya não quis fazer qualquer comentário.

Para as contas da insolvência da SRUCP, este rateio faz com que fique a dever 50 milhões aos credores, cerca de metade do que devia no início do processo de insolvência.

Atualmente, o Campo Pequeno funciona como uma sala de espetáculos (na arena) e tem ainda um centro comercial e um parque de estacionamento subterrâneos, no seguimento das obras profundas que tiveram lugar nos anos 2000. O financiamento desta intervenção – que durou anos — acabou por ser demasiado pesado para as condições de exploração do espaço que reabriu em 2006, arrastando a SRUCP para a insolvência.

Antes da pandemia, a arena do Campo Pequeno contava com cerca de 3,5 milhões de visitantes por ano, de acordo com dados oficiais da própria sociedade.

(Notícia corrigida às 11h37 para referir que o Campo Pequeno é detido pelo empresário Álvaro Covões e não pelo fundo Horizon, como referido inicialmente)

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Chile fecha acordo de seguro de sismo de 630 milhões

  • ECO Seguros
  • 20 Março 2023

Um programa de seguro contra sismos, com o Banco Mundial, protege o Chile. 630 milhões de dólares para danos causados por fortes sismos são parte dos esforços para cobrir os riscos.

O Chile avançou com um programa de seguros contra sismos com o Banco Mundial, que cobre danos no valor de 630 milhões de dólares, de sismos de escala elevada, num esforço de mitigar os riscos da dívida pública de possíveis desastres naturais.

O seguro custará 4,75% do valor total do seguro em cada ano, disse o Ministério das Finanças em comunicado.

A nação sul-americana está localizada no chamado Anel de Fogo do Pacífico, uma área caracterizada por frequentes terramotos e vulcões ativos.

A cidade sul chilena de Valdivia foi atingida, em 1960, por um terramoto de magnitude 9,5, o mais intenso de que há registo, que causou mais de 1.600 mortes.

Em 2010, um terramoto de magnitude 8,8, e subsequente tsunami no Chile, matou mais de 500 pessoas e causou cerca de 30 mil milhões de dólares em danos, destruindo centenas de milhares de casas, estradas e pontes.

Este seguro permitirá ao Chile receber indemnizações pré-estabelecidas até à cobertura máxima, no caso de certos eventos sísmicos de alta intensidade parametrizados, que causem danos materiais ao país e às finanças públicas”, disse o ministério.

“Se um sismo for superior a um determinado limiar e ocorrer numa determinada zona e profundidade, o seguro prevê um pagamento específico associado ao evento, o qual, em média, ocorre aproximadamente de 70 em 70 anos“, acrescentou.

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