Ex-CEO da TAP beneficia do regime de residente não habitual

Gestora revela no processo que moveu contra a TAP que beneficia deste regime fiscal mais favorável que permite, durante dez anos, pagar 20% de IRS, independentemente do valor do salário.

A ex-CEO da TAP é beneficiária do regime de residente não habitual, que permite o acesso a regras fiscais mais favoráveis durante dez anos, pagando, por exemplo, 20% de IRS, independentemente do valor da remuneração.

“Enquanto detentora do estatuto de residente não habitual, a Autora [Christine Ourmières-Widener] beneficiava de uma taxa fixa de 20% em sede de IRS, que lhe permitia ter uma liquidez que não conseguirá obter no futuro”, revela o processo que moveu em setembro contra as duas empresas do universo TAP – a TAP S.A. e a TAP SGPS – e a que o ECO teve agora acesso. O ECO sabe ainda que a gestora francesa ainda mantém este regime, tendo em conta que, apesar de trabalhar desde julho para um grupo de aviação francês, o Dubreuil, que detém as companhias aéreas Air Caraibes e a low cost French Bee, continua com residência fiscal em Portugal.

No processo de 151 páginas da advogada Inês Arruda, que junta 146 documentos como prova documental, lê-se ainda que foi por “exigência” da TAP que passou a residir em Portugal, sendo esta uma condição para a sua contratação na companhia, com um salário de 504 mil euros anuais a que se somam 30 mil euros anuais para despesas de alojamento, acrescidos ainda de um pacote de “benefícios ou complementos remuneratórios” de 55 mil euros anuais. Fora destes valores está ainda o bónus anual, que seria pago caso fossem cumpridos os objetivos de desempenho. E, no verão de 2022, Christine Ourmières-Widener comprou casa na região de Lisboa, como disse, nessa altura, em entrevista ao ECO.

No processo lê-se ainda que com a saída da TAP e a contratação do grupo Dubreuil, a gestora passou a ter “também” residência em Paris, o que representa uma subida do custo de vida tendo em conta que “passará a ter bastante mais encargos com a manutenção de duas casas e com deslocações mais frequentes”.

Christine Ourmières-Widener explica ainda, através da ação contra a TAP, que decidiu “manter a casa que havia comprado em Portugal, pela incerteza da sua vida atual e o custo que teria com a amortização integral do empréstimo, passando a ter também residência em Paris”. Informação que a gestora ainda aguarda, “caso decida vender a sua casa em Portugal, pelo que também este custo deverá ser relegado para liquidação de sentença, pois não é possível apurar até ao momento”.

Os benefícios dos residentes não habituais

Para já, a empresária continua a beneficiar do regime fiscal para residentes não habituais, criado em 2009 para atrair reformados e trabalhadores estrangeiros ou portugueses emigrados há mais de cinco anos com profissões de elevado valor acrescentado.

Neste regime especial, os trabalhadores estrangeiros que optem por residir em Portugal ou os portugueses que tenham estado emigrados mais de cinco anos beneficiam de uma redução do Imposto sobre Rendimentos das Pessoas Singulares (IRS) durante dez anos, podendo pagar um IRS de 20%, independentemente do rendimento que auferem. Os pensionistas pagam 10% de IRS, sendo que, até 2020, estavam isentos.

Para aceder a este regime, os residentes não habituais têm de ter residência fiscal em Portugal e permanecer no país mais de 183 dias, seguidos ou interpolados, no período de um ano, bem como ter habitação própria ou casa arrendada, com a intenção de a ocupar como morada habitual.

Treze anos depois, o Governo decidiu acabar, no final deste ano, com estas regras, mantendo apenas o regime para os professores e investigadores do Ensino Superior. Uma decisão anunciada em outubro pelo primeiro-ministro, que defende que este é um regime que “já não faz sentido”, apontando como um dos motivos para esta decisão a inflação dos preços das casas, assumindo que se atingiram valores “insustentáveis”.

Esta decisão do Executivo foi alvo de um coro de críticas, e não só do setor imobiliário. O governador do Banco de Portugal e ex-ministro das Finanças, Mário Centeno, fez saber que não está “completamente” convencido de que programas como o dos residentes não habituais seja o problema do mercado habitacional, ressalvando que o fim da mesma “é uma questão política”.

Mais tarde, em novembro o PS aprovou no Parlamento uma proposta de alteração ao Orçamento do Estado para 2024 que suaviza o fim do regime dos residentes não habituais, através de um regime transitório que vigora no próximo ano para quem até 31 de dezembro apresentar provas que já tinha planos para vir trabalhar ou viver em Portugal.

Segundo o Tribunal de Contas (TdC), o número de beneficiários do regime fiscal para residentes não habituais subiu mais de 50% nos últimos cinco anos. Em 2018 eram pouco mais de 25 mil os inscritos e em 2022 o número ascendia a mais de 74 mil.

No parecer entregue pelo TdC em outubro no Parlamento sobre a Conta Geral do Estado em 2022, através deste regime fiscal, o Estado deixou de receber 1.360 milhões de euros em receita. E deste valor, cerca de 430 milhões dizem respeito a um conjunto de apenas 50 contribuintes com este estatuto.

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Trabalhadores da distribuição em greve dias 23 e 24 por atualização da tabela salarial

  • Lusa
  • 13 Dezembro 2023

"Como é possível que depois de um ano que já se verifica muito lucrativo, a APED diga que as empresas do setor recusam negociar a melhoria das condições de trabalho?", questiona o Sitese.

O Sindicato dos Trabalhadores do Setor de Serviços (Sitese) anunciou esta quarta-feira uma greve nas empresas de distribuição em 23 e 24 de dezembro, em protesto contra a falta de atualização da tabela salarial, apesar do ano “muito lucrativo”.

Como é possível que depois de um ano que já se verifica muito lucrativo, a APED [Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição] diga que as empresas do setor recusam negociar a melhoria das condições de trabalho e de vida dos seus trabalhadores? Como é possível que as empresas e os seus representantes queiram manter as injustiças que diariamente se verificam nos locais de trabalho, com as funções acumuladas indevidamente, o desrespeito pela antiguidade, a desorganização de horários, folgas e férias”, sustenta o sindicato em comunicado.

Considerando esta posição das empresas de distribuição uma “atitude quase provocatória” que “obriga os trabalhadores a lutar”, o Sitese diz ter enviado ao Governo e aos parceiros sociais um aviso prévio de greve nas empresas filiadas na APED para os dias 23 e 24 de dezembro. “Nos dias 23 e 24 de dezembro os trabalhadores do setor da grande distribuição vão demonstrar que a sua dignidade não é um presente de Natal, é um direito”, enfatiza.

A agência Lusa contactou a APED, estando a aguardar um comentário por parte da associação. Segundo o sindicato, o que tem vindo a acontecer é que “as empresas aumentam os salários internamente porque a qualquer momento podem mudar de estratégia, mudar os trabalhadores, mudar a estratégia comercial e ‘começar de novo’, com condições de trabalho ainda piores”.

Dizem as empresas que acumulam os lucros que não há condições para rever o contrato coletivo de trabalho [CCT]”, acusa, argumentando que o CCT “é um fator de estabilidade, mas é visto, claramente, pelas empresas como um fator concorrencial, preferindo cada uma tratar do ‘problema’ dentro da sua casa”.

O resultado, segundo o Sitese, é que, “dentro do mesmo setor, há diferentes condições de trabalho, diferentes formas de organização dos horários, diferentes salários e diferente conciliação do trabalho com a vida pessoal e familiar”, sendo que “essas diferenças funcionam sempre em prejuízo dos trabalhadores”.

Consequentemente, denuncia, os trabalhadores, “como não têm um contrato coletivo que lhes garanta segurança profissional, estão sujeitos a pressões – e cada vez mais casos de assédio são tornados públicos e relatados aos sindicatos – para assegurarem o seu emprego”.

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Comissão Europeia retém 800 milhões do terceiro e quarto cheque do PRR

Portugal falhou a aprovação dos estatutos das ordens profissionais, a transferência de competências na saúde e a criação dos centros de responsabilidade integrada nos hospitais. Tem agora seis meses.

A Comissão Europeia reteve cerca de 800 milhões de euros do terceiro e quarto cheque do Plano de Recuperação e Resiliência, porque, no momento da sua avaliação do cumprimento das metas e marcos, Portugal não cumpria três das 47 a que se comprometeu, anunciou esta quarta-feira a ministra Marina Vieira da Silva.

Em causa está a aprovação dos estatutos das ordens profissionais, a transferência de competências na área da saúde, “porque há um conjunto de contratos de descentralização de competências por assinar”, e a criação dos centros de responsabilidade integrada nos hospitais. Assim Portugal vai receber, para já, 2,6 mil milhões de euros e tem seis meses para dar provas de cumprimento destas medidas, para depois receber o montante que agora ficou retido. Mas a expectativa do Executivo é que sejam “cumpridas nas próximas semanas”.

A ministra garante que “este é um dia feliz” para Portugal, tendo em conta a decisão da Comissão Europeia que permite a Portugal “avançar para mais um envelope financeiro”, e reiterou que o Governo está a fazer todos os possíveis, apesar das circunstâncias para cumprir as metas como que se comprometeu junto de Bruxelas.

Mariana Vieira da Silva, que esteve esta quarta-feira na cerimónia de lançamento da criação da USF Ribeiro Sanches, em São Brás, no concelho da Amadora, sublinhou que este contratempo será transitório já que o Presidente da República promulgou na terça-feira o diploma dos centros de responsabilidade integrada nos hospitais, portanto é uma medida que está “em vias de ser cumprida”, dado que a entrada em vigor se fará proximamente. No momento em que a Comissão fez a sua avaliação a medida ainda estava para promulgação.

Já no que toca ao veto de algumas das ordens profissionais por parte de Marcelo Rebelo de Sousa, Mariana Vieira da Silva recordou que “existe uma maioria na Assembleia da República que pode confirmar a aprovação dos estatutos das ordens profissionais que estão ainda em falta”. “Com isso, no início de janeiro completaremos uma das metas que a Comissão Europeia considera em suspenso“, sublinhou a ministra da Presidência, que tem a tutela dos fundos europeus.

Mariana Vieira da Silva sublinhou aos jornalistas que “o que importa é a generalidade das medidas com investimento em curso, na habitação energia, agendas mobilizadoras” e o facto de “44 metas terem sido dadas como terminadas”. “Temos hoje 22% do PRR já aprovado pela Comissão. Portugal é um dos três países que já viu avaliado o seu quarto pedido de pagamento“, sublinhou a responsável.

“Quando nos comparamos com os países europeus, Portugal é um dos que está mais acelerado no cumprimento do PRR”, acrescentou, recusando responder a quaisquer questões em torno do agendamento da consulta da gémeas luso-brasileiras que receberam um tratamento inovador no SNS pelo ex-secretário de Estado da Saúde, Lacerda Sales, por não querer “criar ruído no momento da investigação e do inquérito”.

“Temos agora de nos concentrar totalmente no quinto pedido de pagamento, porque é esse o ritmo que o PRR nos obriga”, disse Mariana Vieira da Silva, recordando que “para o terceiro e quarto pedidos de desembolso estavam em causa 47 metas e marcos em avaliação e no próximo ano são 72“. “O trabalho é por isso urgente”, sublinhou.

Questionada sobre se é possível cumprir medidas associadas ao quinto desembolso de 3,19 mil milhões de euros como a entrada em vigor do pacote legislativo relativo à reorganização da Administração Pública, estando o Governo em gestão, Mariana Vieira da Silva disse apenas que a expectativa do Executivo “é deixar tudo preparado para que possa ser dada como cumprida”.

Essas medidas seriam aprovadas em dezembro por isso estão muito avançadas para poderem ser aprovadas. Se não for possível, ficarão, em qualquer caso prontas”, sublinhou. Trabalharemos sempre com o Presidente da República e com o principal partido da oposição de que o país não perca nenhuma oportunidade“, garantiu.

“Não há nenhuma razão para olharmos para umas eleições, mesmo que tenham sido inesperadas e entendermos que vão prejudicar o país”, frisou a ministra, reiterando que o Governo “vai trabalhar até ao último dia para que as metas e marcos do quinto pedido estão em condições de poderem ser dadas como concluídas”.

(Notícia atualizada com mais informações)

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Mota-Engil liquida empréstimo milionário para entrar em grupo industrial espanhol

Através da filial mexicana e em parceria com a Prodi, grupo português completa injeção de 90 milhões na cotada Duro Felguera. Segue-se um aumento de capital e o pedido ao regulador para evitar OPA.

A Mota-Engil e grupo mexicano Prodi acabam de completar a injeção de 90 milhões de euros na Duro Felguera, o primeiro passo para a entrada como novos acionistas da cotada espanhola que em 2021 recebeu um apoio público temporário no valor de 120 milhões de euros. Depois dos primeiros 30 milhões em outubro, desembolsaram esta semana a segunda tranche de 60 milhões de euros.

Numa assembleia geral extraordinária realizada em abril, 98% dos acionistas tinham já aprovado a realização de um aumento de capital de 90 milhões de euros através de um empréstimo da Mota-Engil México (40 milhões) e do grupo industrial mexicano especializado em projetos de infraestruturas públicas (50 milhões), que detém também uma participação de 49% na filial do grupo português.

Carlos Mota Santos, CEO da Mota Engil, em entrevista ao ECO - 06NOV23
Carlos Mota Santos, CEO da Mota-EngilHugo Amaral/ECO

Segundo um comunicado enviado à comissão do mercado de valores do país vizinho (CNMV), a Mota e a Prodi vão pedir a isenção de lançamento de uma Oferta Pública de Aquisição (OPA) pela totalidade da empresa das Astúrias. É que, em conjunto, ficarão com cerca de 55% do capital, bem acima dos 30% exigidos pelo regulador. Assim que estiver concretizada a operação para capitalizar os empréstimos, a Prodi ficará com cerca de 31% e a Mota-Engil México com até 24%.

Fundada em 1858, a Duro Felguera, sediada no Parque Científico e Tecnológico de Gijón, começou na siderurgia e na extração de carvão, mas está hoje especializada na implementação de projetos para os setores energético e industrial, assim como na fabricação de equipamentos. Está estruturada em várias unidades de negócio, desde as energias convencionais às renováveis e ao hidrogénio verde, passando pela mineração, petróleo e gás, instalações industriais, segurança digital e sistemas logísticos.

Em fevereiro, quando a Duro Felguera anunciou à CNMV a assinatura do memorando de entendimento para um financiamento total de 90 milhões de euros, sublinhou que a Mota-Engil México e com o grupo Prodi pretendiam tornar-se “sócios industriais de forma permanente”, comprometendo-se a manter as suas participações por um período mínimo de quatro anos.

A captação de sócios industriais tinha sido precisamente uma das condições impostas à empresa asturiana – no primeiro semestre do ano registou lucros de 1,6 milhões de euros e um volume de negócios de 141,1 milhões – para poder receber apoios do Estado espanhol ao abrigo do chamado Fundo de Apoio à Solvência de Empresas Estratégicas (FASEE).

Em 2023, tal como no ano passado, a América Latina será a região que mais irá contribuir para o volume de negócios consolidado da Mota-Engil, continuando o México a ser o mercado com maior peso dentro do grupo. “E vai manter o nível de atividade para 2024 e, perspetivamos, para 2025, eventualmente com reequilíbrio entre mercados. Ou seja, provavelmente com o crescimento do Brasil nos próximos dois anos”, estimou o presidente executivo Carlos Mota Santos, em entrevista ao ECO.

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Chega vai avançar com comissão de inquérito ao caso das gémeas na próxima legislatura

  • Joana Abrantes Gomes
  • 13 Dezembro 2023

André Ventura considera que auditoria realizada pelo Hospital Santa Maria revela que houve interferência "abusiva" do poder político no caso das gémeas que receberam tratamento milionário.

O Chega anunciou esta quarta-feira que vai avançar com uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) sobre o caso do tratamento milionário das gémeas luso-brasileiras no início da próxima sessão legislativa.

Segundo o líder do partido, André Ventura, a auditoria interna realizada pelo Hospital de Santa Maria, que revelou que as duas primeiras consultas das crianças foram marcadas na sequência de um telefonema da secretaria de Estado da Saúde, confirma que se tratou de um “ato de abuso de poder” no sistema de saúde.

“Houve, no decurso de um processo que devia ser absolutamente clínico, uma interferência política. Nós precisamos de saber se isto foi um caso único, se isto acontece amiúde ou frequentemente, e porque é que aconteceu neste caso“, afirmou Ventura, em declarações aos jornalistas na Sala dos Passos Perdidos, na Assembleia da República.

Para o presidente do Chega, tendo a consulta sido marcada através de um telefonema de um secretário de Estado, só pode ter sido por António Lacerda Sales ou por Jamila Madeira, os dois secretários de Estado da Saúde da altura. “Jamila Madeira disse que não conhecia sequer o caso; os factos apontam, por isso, para que Lacerda Sales tenha tido alguma intervenção”, conclui.

Além dos intervenientes políticos, André Ventura quer chamar ao Parlamento os pais das gémeas — através de meios digitais, uma vez que se encontram no Brasil –, considerando que “é o mínimo que podem fazer depois de o sistema de saúde ter contribuído com milhões de euros para o tratamento dos seus filhos”.

Ainda que estejam em falta as conclusões da Inspeção-Geral das Atividades em Saúde (IGAS) e do Ministério Público, o líder do Chega argumenta que, neste caso, “uma família economicamente poderosa no Brasil conseguiu convencer algum agente político ou não político português a influenciar o Governo português e que essa influência se materializou numa decisão do secretário de Estado em marcar uma consulta“.

“Este processo é dos mais graves que pode acontecer numa democracia: chama-se corrupção. Temos o preenchimento pleno das condutas típicas dos atos de abuso de poder e de corrupção“, acusou André Ventura.

(Notícia atualizada pela última vez às 17h30)

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Aer Lingus e Allianz Partners continuam parceiros em seguros de viagem

  • ECO Seguros
  • 13 Dezembro 2023

Os clientes da companhia aérea em Portugal continuarão a ter oferta de seguros de viagem multirriscos da Allianz Partners até 2027 para todos os destinos da transportadora.

Os clientes da companhia aérea de bandeira irlandesa Aer Lingus continuarão a ter acesso a coberturas de seguros multirriscos da Allianz Partners, fornecidos pela companhia aérea em 12 mercados na Europa e nos Estados Unidos, até março 2027. Esta informação foi avançada pela companhia aérea, esta terça-feira, no comunicado que revela que as duas empresas renovaram a sua parceria.

Portugal é um dos países europeus onde a parceria se faz sentir, assim como na Bélgica, República Checa, França, Alemanha, Irlanda, Itália, Países Baixos, Polónia, Espanha, Suíça, Reino Unido.

Os clientes podem adquirir produtos e serviços de proteção de viagens quando reservam a sua passagem aérea no site da Aer Lingus, pelo telemóvel ou através do Manage My Booking para reservas existentes.

A cobertura de seguro de viagem multirrisco é oferecida para todos os destinos da companhia dos mercados mencionados. Alguns dos benefícios dos seguro são, nomeadamente, o cancelamento da viagem, atrasos e interrupções da viagem, perda de ligações, assistência médica no estrangeiro e proteção da bagagem. Além disso, a Allianz Partners oferece uma linha direta de assistência em viagem 24 horas por dia, 7 dias por semana, para os clientes.

Segundo a seguradora, a parceria, que teve início em 2008 alcança “outro patamar” com a usufruto de serviços avançados na plataforma digital, oferecidos pela Allianz Parners que visa melhorar a experiencia do cliente ao personalizar ofertas de seguro de viagem “estendidas aos clientes da Aer Lingus em vários mercados”.

Jean-Marc Pailhol, Diretor-Geral de Parcerias Estratégicas Globais e membro do Conselho de Administração da Allianz Partners, afirma que a empresa pretende formar parcerias com as principais companhias aéreas do mundo, dizendo que “o nosso compromisso conjunto continua a ser o desenvolvimento e a oferta de produtos e soluções de proteção de viagens que satisfazem as necessidades em constante mudança dos clientes e proporcionam tranquilidade aos viajantes. Na Allianz Partners, estamos empenhados em apoiar as principais companhias aéreas de todo o mundo, criando soluções para o futuro das viagens.”

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Bruxelas dá luz verde ao terceiro e quarto cheque do PRR, avança Costa

António Costa revelou que em causa estão "cerca de 2 mil e 600 milhões de euros que serão desbloqueados", dado que Bruxelas considerou que "a generalidade das medidas foram dadas por cumpridas". 

O primeiro-ministro demissionário revelou que a Comissão Europeia aprovou terceiro e quarto cheque para Portugal no âmbito do Plano Recuperação e Resiliência (PRR), sendo que, para já, foram desbloqueados cerca de 2,6 mil milhões de euros.

Hoje é um dia particularmente importante desse ponto de vista porque a Comissão europeia brevemente anunciará que aprovou o terceiro e quarto pedidos de pagamento de Portugal no âmbito do Plano Recuperação e Resiliência“, afirmou António Costa, em declarações transmitidas pela RTP3, a partir de Bruxelas.

De acordo com o chefe de Governo demissionário em causa estão “cerca de 2 mil e 600 milhões de euros que serão desbloqueados”, dado que Bruxelas considerou que ” a generalidade das medidas foram dadas por cumpridas”. No entanto, o António Costa adianta que houve três que “não foram dadas por cumpridas”, mas que “estão em vias de ser cumpridas”.

“Uma tem que ver com a importantíssima reforma das Ordens Profissionais, [que é] fundamental para assegurarmos maior liberdade de acesso à profissão, maior liberdade no exercício da profissão e, sobretudo, para que os jovens tenham maior oportunidade de aceder às profissões reguladas”, elencou o primeiro-ministro, lembrando que o Presidente da República “vetou alguns desses diplomas”, mas “já promulgou cerca de 14”.

E, mesmo no caso dos diplomas que foram devolvidos ao Parlamento, Costa lembra que há alguns em que “a Assembleia da República já agendou” os respetivos debates. “Espero que confirme esses diplomas e que isso permita, nos próximos meses, desbloquear a verba que não será paga por não termos concluído essa reforma”, antecipa.

Outra das metas que ficaram por cumprir diz respeito à criação dos centros de responsabilidade integrada nos hospitais, diploma que foi promulgado na terça-feira pelo Chefe de Estado, mas que só entra em vigor a partir de 1 de janeiro de 2024, pelo que “só aí será cumprida”.

Por fim, está ainda em causa o processo de descentralização na área da saúde, sendo que, segundo o primeiro-ministro, “a data que a CE teve em conta foi 6 de dezembro” e desde então já vários municípios assinaram o acordo. “Estamos a menos de 20 municípios para podermos receber”, referiu, acrescentando que, com a conclusão destas três questões, Portugal está “em condições” de receber as verbas em falta nos “próximos meses”.

De recordar que Portugal pediu em simultâneo o pagamento de ambos os cheques, a seguir à aprovação da reprogramação do PRR, sendo que, para o desembolso destes cheques, Portugal tinha de cumprir as mesmas 47 metas e marcos.

(Notícia atualizada pela última vez às 16h59)

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Transdev expande rede para venda de passes em 12 municípios

Cabeceiras de Basto, Fafe, Guimarães, Mondim de Basto, Póvoa de Lanhoso, Vieira do Minho, Famalicão, Vizela, Joane, Felgueiras, Santo Tirso e Braga são os concelhos abrangidos pela medida.

A Transdev vai aumentar os pontos de venda para os cinco mil assinantes dos passes transportes públicos da AVE Mobilidade, distribuídos entre quiosques, tabacarias e pastelarias, passando, assim, a ter uma maior cobertura em 12 municípios da região do Cávado e Ave, anunciou esta quarta-feira a rede de soluções de pagamentos e serviços de cobrança PAGAQUI.

Entre os concelhos abrangidos estão Cabeceiras de Basto, Fafe, Guimarães, Mondim de Basto, Póvoa de Lanhoso, Vieira do Minho, Vila Nova de Famalicão, Vizela, Joane, Felgueiras, Santo Tirso e Braga.

Além de uma maior cobertura por toda a região, este aumento de pontos de venda vai facilitar o acesso ao carregamento de passes assim como promover a dinamização económica destes agentes.

“As vantagens desta expansão não se limitam apenas à conveniência para os utilizadores, mas também incluem benefícios para os negócios locais, pois estabelecimentos, como quiosques e pastelarias, terão a oportunidade de atrair mais clientes, reforçar o vínculo com a comunidade e contribuir para a vitalidade económica da região”, garante João Bacalhau, CEO da PAGAQUI, citado em comunicado.

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Seguros em Portugal: Conheça as tendências e os salários para 2024

  • ECO Seguros
  • 13 Dezembro 2023

Os primeiros dados do estudo da recrutadora Michael Page para 2024, apontam para recursos humanos, nos seguros, mais tecnológicos e inovadores. Veja os salários que se pagam nas principais funções.

A Michael Page, empresa de recrutamento, acaba de lançar o estudo anual sobre as principais tendências do mercado de trabalho para 2024 para quadros executivos em empresas de grande dimensão em Portugal. As primeiras indicações apontam, nos vários setores, para “a importância da digitalização, da flexibilidade e novos modelos de trabalho, a par do aumento da profissionalização e surgimento de novas funções, mantendo-se a disputa pelo talento em áreas distintas como IT e Tax & Legal”, revela a consultora de recursos humanos.

Em termos salariais – afirma a Michael Page – os indicadores de mercado no contexto da atual conjuntura económica, não preveem para o próximo ano grandes oscilações relativamente a 2023 na maioria dos setores.

Quanto ao setor segurador, a consultora conclui:

  • No decorrer de 2023, manteve-se a tendência da procura por profissionais na área financeira, nomeadamente com skills ao nível de IFRS17, risco e planeamento e controlo de gestão;
  • Contratação de perfis de PMO (project management officer). A Transformação e Inovação foi área de destaque nos seguros observou-se particular crescimento nas funções de PMO Estratégico, Responsável de Gestão de Contas/Clientes e nas áreas de Marketing, sobretudo canal digital e programação CX;
  • Nas áreas técnicas, mantém-se a tendência em Área de Risco, Data Analytics e Subscrição e, nas áreas de negócio, constatou-se o reforço das áreas comerciais com particular destaque e investimento nas áreas de Employee Benefits;
  • A flexibilidade continua a ser um fator importante no recrutamento;
  • Registou-se um aumento generalizado dos pacotes salariais para todas as funções, com remunerações para funções técnicas como a de Gestor de Sinistros a partir de 16.800 euros (na zona do Porto) até 68.000 para o Atuário Sénior na zona de Lisboa. Ver tabela.

 

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Lacerda Sales reitera que não marcou qualquer consulta no SNS para gémeas luso-brasileiras

  • ECO
  • 13 Dezembro 2023

Declarações do ex-governante surgem após auditoria interna do Hospital Santa Maria revelar que as duas primeiras consultas das gémeas foram marcadas através da secretaria de Estado da Saúde.

O ex-secretário de Estado da Saúde António Lacerda Sales reiterou esta quarta-feira, em declarações à Antena 1, não ter marcado qualquer consulta para as gémeas luso-brasileiras no Serviço Nacional de Saúde (SNS), garantindo também desconhecer qualquer pedido nesse sentido.

A garantia surge depois de uma auditoria interna do Hospital Santa Maria, divulgada na manhã desta quarta-feira, concluir que a primeira consulta foi marcada na sequência de um contacto com a secretaria de Estado da Saúde, na altura tutelada por Lacerda Sales.

“É curioso porque primeiro ouvi falar que teria sido eu a marcar a consulta. Já se chegou a uma conclusão que, como tenho dito, não marquei qualquer consulta no SNS. Depois ouvi falar que existiria um e-mail, até agora, não me chegou ainda nenhum e-mail“, afirmou.

Nas declarações à rádio pública, o antigo governante lamentou ainda as “suposições” que têm sido lançadas e defendeu que é preciso que o caso seja “devidamente esclarecido”. “Só depois de analisar o relatório e de ter acesso a toda a documentação é que me poderei pronunciar com exatidão“, acrescentou.

A auditoria interna do Hospital de Santa Maria ao caso das gémeas luso-brasileiras que receberam um tratamento com o medicamento Zolgensma concluiu que as duas primeiras consultas foram marcadas através de um telefonema da secretaria de Estado da Saúde.

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Ucrânia solicita estatuto de observador associado da CPLP

  • Lusa
  • 13 Dezembro 2023

A CPLP já conta com 34 observadores associados, entre países e organizações, após a aprovação da candidatura do Paraguai, na 14.ª conferência de chefes de Estado e de Governo.

A Ucrânia manifestou, formalmente, esta semana, o seu interesse para ser país Observador Associado da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), confirmou esta quarta-feira à Lusa o secretário executivo da organização.

Recebi da embaixadora da Ucrânia em Portugal, no passado dia 11, uma carta do ministro dos Negócios Estrangeiros [Dmytro Kuleba] a manifestar formalmente o interesse do país em ser observador associado da CPLP”, afirmou à Lusa Zacarias da Costa. A informação foi avançada na noite desta terça-feira por Dmytro Kuleba, num post colocado nas redes sociais, a afirmar que “a Ucrânia pediu para ser observador associado da CPLP”.

A CPLP já conta com 34 observadores associados, entre países e organizações, após a aprovação da candidatura do Paraguai, na 14.ª conferência de chefes de Estado e de Governo.

Nesta cimeira foi também aprovado o novo regulamento dos observadores associados, que os vincula a estabelecerem “uma parceria no âmbito dos objetivos gerais” da organização de língua portuguesa – a concertação política e diplomática em matéria de relações internacionais, a cooperação em todos os domínios e a difusão e promoção da língua portuguesa.

Assim, no processo de candidatura à atribuição de categoria de observador associado da CPLP, a entidade que pretende atingir aquela categoria “apresenta a sua manifestação de interesse e exposição dos motivos da candidatura, em carta redigida em língua portuguesa, dirigida ao secretário executivo da CPLP, que a submete ao comité de concertação permanente para apreciação preliminar”.

Caso o comité – que reúne os embaixadores dos nove Estados-membros – concorde com o pedido, “o secretariado executivo solicita à entidade candidata o plano de parceria (…), que deve dar entrada no secretariado executivo até três meses antes da data da realização da conferência de chefes de Estado e de Governo”, onde será aprovada a candidatura.

A candidatura, já com o plano de parceria, “será objeto de parecer fundamentado elaborado pelo secretariado-executivo e, em matéria de promoção e difusão da língua portuguesa, pelo Instituto Internacional de Língua Portuguesa (IILP)”, de acordo com o novo regulamento.

Na apreciação das candidaturas à categoria de observador associado são considerados, pelo novo regulamento, muitos outros aspetos que não constavam do regulamento até agora em vigor, como a contribuição da entidade candidata para a promoção dos objetivos da CPLP, por meio da demonstração de ações específicas, as propostas para implementação conjunta de iniciativas ou cofinanciamento de programas, projetos e ações pontuais, descritas no plano de parceria.

Outras matérias que devem constar são as relações político-diplomáticas existentes entre a entidade candidata e a CPLP, e entre aquela e os Estados-membros, a história comum, entendida como a identificação da presença e/ou relacionamento entre os Estados-membros da CPLP e a entidade candidata no passado, a sua proximidade geográfica com um ou mais países membros da organização e as relações inerentes a essa proximidade, bem como a partilha de traços culturais, para além da língua portuguesa, com a comunidade, a presença de diásporas dos países da CPLP no seu território, bem como a existência de acordos já firmados com a CPLP ou os seus Estados-Membros.

Para manter a sua categoria de observador associado, a entidade ou país está sujeita ao cumprimento do estabelecido neste novo regulamento, bem como à continuidade das condições que determinaram a sua atribuição. Para que a parceria avance, o regulamento determina também o acompanhamento da sua execução. Pelo regulamento anterior, os Estados que pretendiam adquirir a categoria de observador associado teriam apenas de partilhar os respetivos princípios orientadores da CPLP.

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Ex-futebolista de Guimarães “chuta” na indústria têxtil para fintar lesões e pandemia

Lesões e pandemia ditaram o fim do "sonho" de Miguel Soares no futebol. Habituado aos rolos de tecido da pequena fábrica de confeções do avô em Guimarães, viu na moda uma oportunidade de negócio.

Miguel Soares, 23 anos, sempre sonhou ser futebolista e chegou a fazer parte dos plantéis de formação do Moreirense, do Vizela e do Vitória de Guimarães. No entanto, as lesões irreversíveis e a pandemia da Covid-19 ditaram o fim da carreira no futebol. Consciente que o futebol não seria o caminho a seguir, chegou a entrar num curso de comércio interacional no Instituto Superior de Contabilidade e Administração do Porto (ISCAP), mas três semanas depois decidiu congelar a matrícula para se dedicar ao setor têxtil.

Viu na indústria têxtil uma oportunidade de negócio, já que cresceu “entre os rolos de tecido” da pequena fábrica de confeções do avô em Guimarães. “Já tinha um conhecimento na área e sempre estive ligado à moda, de alguma forma”, conta Miguel Soares ao ECO/Local Online. Em 2020 criou a BYMS que, desde o lançamento, contabiliza já ter vendido mais de 1.200 peças, desde t-shirts e camisas, a calções e boxers, entre outros produtos.

O jovem empreendedor é responsável pelo design das peças, produção, controlo de qualidade e envio. A produção é subcontratada em pequenas confeções de Guimarães. Os produtos são unissexo e estão à venda na loja online e numa loja multimarca na Bélgica. Os produtos da BYMS já chegaram à Suíça e França.

Na lista de clientes diz ter o músico Fernando Daniel ou o futebolista João Neves, do Benfica. “Fiquei muito surpreendido e quando vi a encomenda do João Neves e pensei que não era possível. Tirei um print e enviei-lhe uma mensagem através do Instagram e tive a sorte de ele responder a dizer que tinha sido mesmo ele. Fiquei muito feliz e fiz questão de entregar-lhe as peças pessoalmente”, relata.

A mais recente criação é o fato desportivo “Milenário”, inspirado na tradição do futebol português e num café com mais de 70 anos. “Foi o primeiro café em Guimarães e foi neste espaço que nasceu a ideia de fundar o Vitória Sport Clube”, explica o fundador da BYMS, que por estes dias joga no Grupo Desportivo União Torcatense “para manter viva a paixão, fazer exercício e distrair-se um pouco”.

Num futuro próximo, Miguel Soares quer levar a marca além-fronteiras e apostar na internacionalização, “principalmente em países onde a cultura do futebol esteja enraizada, como Espanha, Itália ou Inglaterra”. Os “valores que a marca defende são os mesmos que procurava no futebol: a união e a camaradagem”, acrescenta.

Outro plano passa por criar eventos que estejam ligados ao futebol, como torneios para “perceber melhor a comunidade” e obter feedback sobre o posicionamento da marca e qual o caminho a seguir. “Não queremos ser mais uma marca. Pretendemos criar uma ligação com o consumidor e criar uma comunidade internacional que goste de futebol”, afirma Miguel Soares.

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