O dia em direto nos mercados e na economia – 12 de julho

  • ECO
  • 12 Julho 2023

Ao longo desta quarta-feira, 12 de julho, o ECO traz-lhe as principais notícias com impacto nos mercados e nas economias. Acompanhe aqui em direto.

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EDP Brasil vai sair de bolsa após OPA que deu à EDP controlo de 88% do capital

  • Lusa
  • 12 Julho 2023

Preço oferecido aos acionistas minoritários da EDP Brasil foi de quase 24 reais por ação (cerca de 4,4 euros), correspondendo a um investimento potencial total de 5.770 milhões de reais.

A oferta pública de aquisição (OPA) da EDP sobre a EDP Brasil resultou na aquisição de 185.169.240 ações, correspondentes a 31,86% do capital da empresa brasileira, informou a EDP em comunicado enviado à CMVM.

Com a liquidação do leilão, que ocorrerá em 14 de julho de 2023, remanescerão em circulação 55.699.225 ações ordinárias de emissão da EDP Brasil, que representam 9,58% do seu capital social total, informa no comunicado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

“Considerando a aquisição realizada no leilão, a EDP passará a deter 510.895.234 ações ordinárias de emissão da EDP Brasil, que representam 87,91% do seu capital social total”, adianta.

A elétrica destaca que, com o resultado da OPA, dá um passo importante na concretização da sua estratégia, permitindo a simplificação da sua estrutura empresarial e proporcionando uma maior flexibilidade na gestão da sua presença integrada no mercado Brasileiro.

A OPA de 100% sobre a EDP Brasil é financiada por um aumento de capital de 1.000 milhões de euros, colocado junto de investidores institucionais, e 600 milhões de euros têm já o compromisso de investimento dos principais acionistas, incluindo o grupo China Tree Gorges (CTG).

O preço oferecido aos acionistas minoritários da EDP Brasil foi de quase 24 reais por ação (cerca de 4,4 euros), correspondendo, assim, a um investimento potencial total de 5.770 milhões de reais (cerca de 1.040 milhões de euros).

A retirada bolsista da EDP Brasil deverá estar concluída no segundo semestre de 2023.

A EDP Renováveis Brasil foi fundada em 2009 e tem 1,1 gigawatts (GW) de renováveis em atividade.

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Quase 70% das empresas de nearshore têm modelo híbrido. Mas maioria não tem política de compensação de despesas

Fazer frente aos desafios relacionados com a atração e retenção de talento exige uma mudança de cultura, que, em muitos casos, ainda está por fazer, considera a APDC.

A maioria das empresas que prestam serviços nearshore a partir do mercado nacional (67%) tem um modelo de trabalho híbrido, mas mais de 70% não tem nenhuma política de compensação de despesas implementada, e apenas 17% atribui um valor fixo mensal, conclui o estudo “Nearshore Portugal – Tendências na gestão de talento”, da Associação Portuguesa para o Desenvolvimento das Comunicações (APDC) e AON, a que o Trabalho by ECO teve acesso. Fazer frente aos desafios relacionados com a atração e retenção de talento exige uma mudança de cultura, em muitos casos, ainda por fazer.

“As empresas revelam uma evolução e uma consciencialização maiores para o que precisam de implementar em termos de novas estratégias de captação e retenção de talento qualificado. Por exemplo, 67% já têm implementados modelos de trabalho híbridos e apenas 2% voltaram ao presencial a 100%, com horário de trabalho. No entanto, também evidenciam o muito que ainda terão de evoluir e progredir neste campo”, comenta Sandra Fazenda Almeida, diretora executiva da APDC, em declarações ao Trabalho by ECO.

“Não há ainda, para citar um exemplo, uma política de compensação de despesas nos modelos híbridos ou de teletrabalho em 70% dos casos”, continua a responsável.

Fonte: “Nearshore Portugal – Tendências na gestão de talento”, APDC e AON

A grande maioria das empresas inquiridas (91%) admite, contudo, ter feito uma auscultação interna aos colaboradores, no qual conclui que a maioria dos funcionários prefere um modelo de trabalho híbrido (45%), seguido do trabalho remoto (27%), e, por último, trabalho presencial no escritório (2%).

Sobre a flexibilidade de horário de trabalho, 40% das empresas considera reforçar a flexibilidade de horários e 27% está a analisar essa possibilidade (sendo que cerca de 23% não prevê intervir neste âmbito).

Olhando para os números, Sandra Fazenda Almeida, apesar de considerar que existe uma evolução positiva, considera que o tema da compensação é um “work in progress”.

“Haverá organizações mais maduras, sobretudo as de grande dimensão e subsidiárias de grandes multinacionais, já que têm capacidade, know-how e flexibilidade para avançar mais depressa neste contexto. Startups de base tecnológica também já têm características no seu ADN, até porque já nascem com as gerações mais novas e 100% digitais, que lhes permitem oferecer um conjunto de compensações e benefícios que vão ao encontro das expectativas dos recursos humanos que pretendem contratar ou manter nas suas equipas”, considera.

Acredito que a generalidade dos líderes das empresas sabem que as mudanças na estratégia da captação e retenção de talento são incontornáveis, mas a questão vai mais fundo, exige uma mudança de cultura que ainda está por fazer, em muitos casos.

Sandra Fazenda Almeida

Diretora executiva da APDC

“Contudo, nas demais, este é um processo que apenas está a começar, porque a generalidade das organizações ainda está a tentar perceber as mudanças que estão a ocorrer no mercado de trabalho e que vão continuar”, continua a diretora executiva da APDC.

Acrescem ainda outros desafios, decorrentes da atual situação económica e social, “que complicam ainda mais a tomada de decisões”. “Acredito que a generalidade dos líderes das empresas sabem que as mudanças na estratégia da captação e retenção de talento são incontornáveis, mas a questão vai mais fundo, exige uma mudança de cultura que ainda está por fazer, em muitos casos.”

“Há uma grande distância entre o que pensam as lideranças e o que quer o talento, pelo que, não havendo receitas nem caminhos únicos, terá de se encontrar uma solução de equilíbrio, construída com base em trade-offs. Com a certeza de que quem avançar mais rápido e souber ouvir, motivar e reter as suas pessoas será quem estará mais bem posicionado para fazer frente aos múltiplos desafios do mercado”, alerta ainda.

49% das empresas não preveem alterações na compensação

Contudo, tendo em conta o atual contexto, metade das empresas nem sequer antecipa alterações ao nível das compensações e benefícios aos seus trabalhadores. E mesmo ao nível das estratégias de bem-estar e resiliência, o relatório indica o muito que há ainda que progredir.

Quase metade (49%) das empresas não prevê alterações ao nível da compensação face ao atual contexto económico, dá conta o estudo. No entanto, 25% realizou ajustes aos planos de incentivos; 24% aumentaram o salário base; 18% manteve os níveis de pagamento; 9% congelou ou adiou ajustes salariais não estatutários ou aumentos meritocráticos; e 2% reduziu os bónus.

Fonte: “Nearshore Portugal – Tendências na gestão de talento”, APDC e AON

Analisando a estrutura de benefícios atual do setor de nearshore em Portugal, observamos ainda que a maioria das empresas tem investido em subsídio de refeição (96%), seguro de saúde (91%) e plano de benefícios flexíveis (67%). O seguro de acidentes pessoais ocupa a quarta posição (62%), seguido do seguro de vida (45%).

Não obstante, para as empresas que ainda não o tenham feito, está prevista a implementação a curto prazo de benefícios como planos de benefícios flexíveis (16%), planos de pensões (11%) e ginásio e subsídio de transporte (9%).

Já olhando especificamente para as políticas de saúde e bem-estar, as empresas destacaram como iniciativas já implementadas “incentivar colaboradores a ficarem em casa em situação de doença” (84%), “disponibilizar descontos para membros de ginásios” (51%) e “disponibilizar snacks saudáveis no escritório” (45%).

Quanto às iniciativas a implementar, surgem como prioridade as seguintes: disponibilização de snacks saudáveis no escritório (31%), implementação de walking meetings (29%) e acesso a descontos para membros de ginásio, assim como incentivos à deslocação a pé ou de bicicleta para o trabalho (27%).

Por último, relativamente às iniciativas cuja implementação não está prevista, destaque para: programas de cessação de tabagismo (73%), acesso a fisioterapeuta e aulas de ginástica no local de trabalho (71%), assim como de nutricionista (69%).

Há uma grande distância entre o que pensam as lideranças e o que quer o talento, pelo que, não havendo receitas nem caminhos únicos, terá de se encontrar uma solução de equilíbrio, construída com base em trade-offs. Com a certeza de que quem avançar mais rápido e souber ouvir, motivar e reter as suas pessoas será quem estará mais bem posicionado para fazer frente aos múltiplos desafios do mercado.

Sandra Fazenda Almeida

Diretora executiva APDC

A mesma análise foi realizada ao nível da saúde mental e emocional. Realização de eventos sociais, como festas de verão ou de Natal (90%), criação de iniciativas ecológicas (65%) e promoção da consciência e aconselhamento em saúde mental (57%) são as iniciativas que as empresas admitem ter já implementado.

Agora, estão de olhos postos na implementação de workshops de gestão de stress, de planeamento tributário, de planeamento financeiro básico e gestão financeira e de primeiros socorros para saúde mental (29%); de dias de voluntariado e serviço comunitário (27%); e de sessões de mindfulness (25%), admitem.

Por outro lado, entre as iniciativas cuja implementação não está prevista, estão as aulas de meditação no local de trabalho (69%), os workshops de planeamento tributário (57%) e os workshops de planeamento financeiro básico e gestão financeira (51%).

Atuais desafios na gestão de talento

A capacidade de atração de talento — “num mercado onde a procura excede largamente a oferta e a concorrência é cada vez mais feroz, quando falamos de qualificações tecnológicas” — é, atualmente, o primeiro grande desafio ao nível da gestão de talento, elenca a responsável da APDC.

Sandra Fazenda Almeida, diretora executiva da APDC

“O segundo desafio é, claramente, a capacidade de saber reter esse mesmo talento na organização, o que passa por um conjunto de compensações e benefícios que vão muito além do salário em si”, explica.

Sandra Fazenda Almeida destaca a necessidade de uma alteração profunda da cultura de empresa em matéria de recursos humanos. “Com o qual a generalidade das empresas se estão a confrontar, num processo que é tudo menos fácil”, admite.

“As estratégias empresariais têm de evoluir rapidamente para se adequarem às profundas alterações que aconteceram nos anos mais recentes no mercado de trabalho, como resultado de um mix de fatores. Falamos dos novos modelos de trabalho, sejam híbridos ou totalmente remotos, ou de novas políticas de compensação. Ou ainda da necessidade de formação permanente, que valorize as pessoas, e de saber como gerir as diferentes gerações, que têm expectativas distintas.”

Fonte: “Nearshore Portugal – Tendências na gestão de talento”, APDC e AON

De acordo com o estudo, adaptabilidade (56%), espírito crítico (55%) e criatividade (53%) são as soft skills mais difíceis de recrutar, enquanto cibersegurança (58%), cloud computing (55%) e data analytics (51%) são as hard skills mais complicadas de recrutar.

Quando questionadas sobre se estes perfis coincidem com o desejado, 47% das empresas refere existir alinhamento entre os perfis soft & hard atuais e os pretendidos. Ao mesmo tempo, 25% diz existir pouco a algum alinhamento e 24% admite existir total alinhamento dos perfis com o que é pretendido.

Importa ainda salientar que, na perspetiva das empresas do setor nearshore inquiridas, Portugal continuará a ser um destino atrativo para outras nacionalidades (89%). Os principais pontos fortes do território nacional são a qualidade de vida (98%), as oportunidades de desenvolvimento de carreira (60%) e os packs de mobilidade disponíveis (49%), consideram.

Já os principais desafios residem no pack salarial e de benefícios (86%), nas oportunidades de desenvolvimento de carreira (58%) e na tipologia de funções a preencher (45%).

Fonte: “Nearshore Portugal – Tendências na gestão de talento”, APDC e AON

Nota para as “oportunidades de desenvolvimento de carreira”, que nesta terceira edição do estudo aparecem, simultaneamente, como um ponto forte na atração de talento de outras nacionalidades, mas também como um dos principais desafios. “Depreendemos que não existe consenso para as empresas participantes relativamente a este ponto, podendo constituir uma vantagem, mas também um risco. Também importa considerar a capacidade de cada empresa em trabalhar esta dimensão”, explica a responsável.

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MBO ou Media Capital: quem dá mais pela dona do Correio da Manhã?

Quanto vale a Cofina Media? Ronaldo & Cia. avaliam empresa em seis vezes o EBITDA. Transações na Europa são feitas por valores inferiores. Guerra com Media Capital vai esticar ainda mais avaliação.

Quanto vale a Cofina Media? Cristiano Ronaldo e companhia apresentaram uma proposta em que avaliam a empresa em 75 milhões de euros, cerca de seis vezes o EBITDA que consegue gerar por ano. É muito ou pouco? Na Europa, as transações no setor têm sido feitas por valores inferiores. Mas a entrada em cena da Media Capital deverá “esticar” ainda mais a avaliação da dona do Correio da Manhã, de acordo com os analistas.

“Se há espaço para que haja ofertas superiores? Claro que sim, uma vez que ambos os interessados podem elevar a fasquia e poderão estar dispostos a apresentar uma proposta superior”, sublinha Henrique Tomé, analista da XTB.

Métricas que relacionam a avaliação da empresa com o EBITDA (ou outros múltiplos) são frequentemente utilizadas pelo mercado, pois ajudam a comparar negócios diferentes independentemente dos valores envolvidos.

No caso da Cofina Media, fechou 2022 com um EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) de 12,4 milhões de euros no ano passado, ainda que tenha sido penalizada pelas imparidades com a liquidação da Grafedisport, lembra Henrique Tomé.

Desta perspetiva, a operação de management buy out (MBO) lançada por altos quadros da Cofina juntamente com um grupo de investidores, incluindo Ronaldo, ao incorporar um enterprise value de 75 milhões de euros, tem implícito um valor da empresa de 6,05 vezes o EBITDA que gerou no ano passado.

Este valor compara com a média de 5,4 vezes o EBITDA dos negócios que se realizaram no setor na Europa este ano, de acordo com dados disponibilizados pela Dealogic com base em mais de uma centena de transações na indústria dos media — cobrindo áreas que vão desde a imprensa a editoras de livros e música e cinema.

Ou seja, o MBO liderado por Luís Santana tem em vista recuperar o investimento na Cofina Media em pouco mais de seis anos, isto num cenário de estabilidade nas receitas e resultados, enquanto os investidores europeus são um pouco menos pacientes.

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A entrada da Media Capital em cena muda todas as contas com a promessa de “esticar” ainda mais a avaliação da Cofina Media. O grupo que detém a TVI e CNN Portugal também quer participar no processo e sugeriu um modelo de leilão: quem der mais ganha a corrida.

Depois de reduzir a sua dívida “drasticamente” no ano passado, a Media Capital ganhou músculo financeiro, aponta Carla Maia Santos, diretora de vendas da Forste. “Abriu espaço para aumentar novamente a dívida com a compra da Cofina. Vejo possibilidades de avançar com uma proposta superior a 75 milhões, mas depende do quão interessada está em ser líder de mercado”, explica.

Por outro lado, os últimos negócios dos atuais acionistas da Media Capital ajudam a perceber que são ainda mais pacientes do que Ronaldo e companhia. Quando Mário Ferreira avançou para a compra de 30% da Media Capital em maio de 2020, o negócio teve implícito um rácio de enterprise value face ao EBITDA de 6,3 vezes, de acordo com a Reuters. Já os outros acionistas como Tony Carreira, Cristina Ferreira, CIN, entre outros, entraram para a estrutura acionista da Media Capital com um múltiplo de 7,41 vezes o EBITDA.

No passado mais recente, outros negócios no setor dos media em Portugal tiveram múltiplos superiores, como a compra de 20% da agência Lusa por uma empresa de Marco Galinha (9,33 vezes) ou o negócio que a Media Capital fez com a venda das rádios aos alemães da Bauer (17 vezes).

Cada negócio é um negócio e este da Cofina Media também tem as suas características específicas e os interessados perseguem objetivos diferentes.

Para a Media Capital, com uma capitalização bolsista que não chega aos 100 milhões de euros, “tem todo o interesse em comprar a Cofina para se tornar no maior player no setor dos media e ultrapassar a Impresa”, dona da SIC, SIC Notícias e do Expresso, a nível de audiências, observa Carla Maia Santos.

Henrique Tomé considera que o grupo liderado por Luís Santana também tem argumentos para concorrer com a Media Capital. Mais do que ninguém conhece o negócio da Cofina Media por dentro, como já referiu Luís Santana, administrador executivo da empresa de media.

Enquanto se esperam pelos próximos desenvolvimentos, as ações da Cofina voltaram a disparar na sessão desta terça-feira: avançaram 10% para 0,416 euros, conferindo um valor de mercado de 42,7 milhões de euros.

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5 coisas que vão marcar o dia

  • ECO
  • 12 Julho 2023

Esta quarta-feira fica marcada pelos dados da inflação a nível nacional, e nos Estados Unidos, num dia em que Portugal regressa ao mercado obrigacionista e decorre o segundo dia da cimeira da NATO.

Na capital da Lituânia, reúnem-se, esta quarta-feira, os líderes dos 31 países da NATO, para uma cimeira que ganhou nova relevância com a Turquia a concordar em enviar ao seu Parlamento a proposta de adesão da Suécia à aliança. Por cá, serão divulgados os dados que confirmam a inflação no mês de junho, à semelhança dos Estados Unidos, numa altura em que o IGCP se prepara para anunciar um leilão de duas linhas de Obrigações do Tesouro.

INE confirma inflação de junho

O dia fica marcado pela confirmação da taxa de inflação verificada em junho pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). Naquele mês, o gabinete de estatística nacional dava conta de que a inflação foi estimada nos 3,4%, um abrandamento de 0,6 pontos percentuais em relação à taxa de maio. A confirmar-se, será a taxa mais baixa desde janeiro de 2022, ou seja, cerca de ano e meio. Além da inflação, o INE divulgará os Índices de Produção, Emprego, Remunerações na Construção, referentes a maio.

Inflação nos EUA pressiona Fed

Além de Portugal, também os Estados Unidos divulgarão esta quarta-feira os níveis de inflação. Analistas consultados pela Reuters antecipam que um abrandamento no aumento dos preços possa servir de incentivo para aliviar as pressões da próxima reunião da Reserva Federal, da qual se espera mais um aperto na política monetária. Os dados deverão sugerir um arrefecimento da inflação em junho, o que poderá influenciar a decisão de uma nova subida das taxas de juro na reunião da Fed marcada para este mês. Tanto analistas como investidores antecipam mais um novo aumento de 25 pontos base já no final do mês.

IGCP vai ao mercado

A Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública anunciou que vai realizar um leilão de duas linhas de dívida a longo prazo até 1.000 milhões de euros, esta quarta-feira, pelas 10:30 horas. A emissão vai abranger uma linha de obrigações com maturidade em junho de 2029, enquanto a outra vai vencer em outubro de 2035.

Reunião informal dos ministros da Energia na UE

Depois da última reunião entre os ministros de Energia, os 27 Estados-membros voltam a encontrar-se esta quarta-feira para debater a reforma do mercado da eletricidade, desta vez, sob a tutela da presidência espanhola do Conselho da União Europeia. O encontro decorrerá no Museo Patio Herreriano, em Espanha, e Portugal estará representado por Duarte Cordeiro, que tutela a pasta de Ambiente e Energia. Em cima da mesa de negociações estará a questão ligada à regulação do desenho do mercado da eletricidade que continua a ser o tema mais difícil de reunir consenso entre os 27.

Último dia da cimeira da NATO

Esta quarta-feira, arranca o segundo dia da Cimeira da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO, na sigla em inglês), em Vilnius, na Lituânia, na qual o primeiro-ministro António Costa estará presente. Em cima da mesa, será discutida a recente “luz verde” dada pela Turquia que permite à Suécia integrar a Aliança Atlântica, e ainda a possibilidade de a Ucrânia receber o convite oficial de adesão.

O secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, afirmou esta terça-feira que a Ucrânia será convidada para integrar a Aliança Atlântica “quando os aliados assim decidirem e as condições estiverem reunidas”, em resposta às críticas de Volodymyr Zelensky. Stoltenberg lembrou ainda que o processo de adesão nunca se baseou em calendários, mas sim em condições.

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Portuguesa Importrust enche-se de compradores de carros importados de toda a Europa

Em vez de procurar carros usados apenas em Portugal, empresa de consultoria automóvel vai às garagens europeias encontrar o modelo desejado pelos consumidores. Pretende chegar ao estrangeiro em 2024.

A Importrust procura transformar o mercado de compra de carros usados em Portugal sem ter um único automóvel em exposição… física. Apresentando-se como “empresa de consultoria automóvel”, a startup está focada na importação de carros à venda na Europa e afirma que já poupou um total de quatro milhões de euros a 780 clientes. Quatro anos depois da fundação, a empresa está a preparar-se para dar o salto para o estrangeiro.

“Os negócios tradicionais de venda de carros usados apenas têm acesso à pool de carros que estão em Portugal. A Importrust opera num mercado europeu, 80 vezes maior, com uma ampla gama de opções de compra e configurações personalizadas, pelo que conseguimos contornar os concessionários automóveis que têm stocks limitados, longas esperas para entrega das viaturas e não conseguem dar resposta a pedidos personalizados“, explica ao ECO António Eça, um dos fundadores da empresa, em conjunto com Pedro Líbano Monteiro e Afonso Pinheiro.

A empresa compromete-se em entregar carros “seminovos” em 30 dias, “face à média de seis a 12 meses” dos concessionários tradicionais. A Importrust também diz estar a “profissionalizar o setor de importação automóvel”, conhecido por ser “pouco sofisticado”. “Entregamos os carros com o processo de legalização completo, manutenção feita e 100% chave na mão, muitas vezes sem nunca ter estado presencialmente com o cliente, pelo cariz digital do processo.”

António Eça é um dos fundadores da Importrust.

Por importar os carros usados da União Europeia, pagam-se menos impostos: no ISV (imposto sobre veículos), há descontos de pelo menos 10% sobre a componente da cilindrada e das emissões e dióxido de carbono, o que depois baixa o valor do IVA a pagar. O carro também fica mais barato porque a oferta no mercado europeu é superior à local. Para isso, os automóveis importados têm de ter mais de 6.000 quilómetros e mais de seis meses de matrícula: “se um destes critérios não for satisfeito, o carro é considerado novo e taxado a 23% de IVA, em cima do valor final de chave na mão que apresentamos ao cliente”.

“Não faz sentido estar a comprar um carro em Portugal quando, noutro país, consegue o mesmo modelo a um preço muito mais reduzido e de forma muito mais rápida do que se for num stand, mesmo que da marca”, assinala António Eça. Em 2022, o rácio do mercado de carros usados sobre os automóveis novos ligeiros de passageiros ascendeu aos 67,1%; ou seja, por cada três automóveis novos comprados, os portugueses foram lá fora buscar dois veículos em segunda mão.

Outra particularidade deste negócio é que o condutor não tem de ir ao estrangeiro buscar o carro. A empresa garante que envia todos os veículos através de camião, poupando milhares de quilómetros na conta da manutenção. São importados carros a gasolina, gasóleo, híbridos, elétricos e GPL.

Sem acionistas externos, a Importrust mantém-se com os sócios fundadores e tem uma equipa de 12 pessoas. Para 2024, ambiciona entrar no mercado internacional. Antes disso, pretende lançar o primeiro fundo de investimento automóvel, “permitindo o financiamento de projetos relacionados com a importação e venda de veículos”.

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Grupo IAG aberto a modelo que assegure “hub” e rotas da TAP

O grupo dono da British Airways e Iberia está disponível para assegurar a manutenção do hub e da conetividade da TAP. Até porque já o fez antes. Companhia teria também autonomia nas rotas.

Dos três grupos de aviação que já mostraram interesse na TAP, o IAG é o único que tem suscitado reservas pelo facto de no seu portefólio de companhias aéreas estar a Iberia. O peso desta última na América do Sul e a proximidade do aeroporto de Madrid são vistos como uma ameaça, mas o grupo com sede em Londres está disponível para soluções que assegurem o hub e a conectividade da TAP. A transportadora portuguesa teria ainda autonomia para delinear a sua estratégia comercial e as rotas.

A compra de uma companhia aérea de bandeira por um grupo estrangeiro presta-se à contestação devido aos receios sobre o impacto no negócio, no turismo e na economia local. Foi assim em Espanha quando a British Airways protagonizou a fusão com a Iberia, no início de 2011, que deu origem ao International Airlines Group (IAG), ou quando este avançou para a aquisição da irlandesa Aer Lingus em 2015.

Nos dois casos, foram dadas garantias de manutenção das marcas e da conectividade associada aos respetivos aeroportos principais (hubs). Com a TAP não será diferente, segundo apurou o ECO, estando o IAG disponível para adotar soluções de governança que deem garantias idênticas caso venha a adquirir a companhia aérea portuguesa. Garantias que as outras operadoras do grupo ainda não viram necessidade de acionar.

O modelo de governance do IAG assenta num conselho de administração executivo, atualmente liderado pelo espanhol Luis Gallego, com administradores para os vários pelouros e onde têm também assento os CEO de cada uma das companhias aéreas. Modelo que seria replicado para a TAP. As diferentes operadoras têm autonomia para definir a sua política comercial e rotas, mas os respetivos planos de negócio têm de ser aprovados pelo comissão executiva do grupo. Tal como as outras transportadoras, a TAP teria de competir pela alocação de capital para os seus projetos de expansão.

As companhias têm também liberdade para dialogar diretamente com os sindicatos. Recorde-se que a TAP está a negociar novos acordos de empresa, que acabam com os cortes salariais, tendo já fechado um acordo com o Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil.

Ainda que a British Airways seja a companhia dominante no IAG (pesa 59% nas vendas), a importância da Iberia (22% das receitas) no grupo e a proximidade do aeroporto da capital espanhola têm suscitado fortes reservas em relação a uma compra da TAP. “Particularmente penso que Iberia não é uma boa solução”, chegou a dizer o ministro da Economia, António Costa Silva, no Parlamento. Na semana passada, afirmou, no entanto, que o Governo não enjeita nenhum candidato. “Neste momento, estimulamos todos a apresentar propostas, incluindo a IAG, porque nestes processos há sinergias entre proponentes”, disse.

O presidente do PSD, Luís Montenegro, já expressou também reservas em relação ao grupo IAG. “Tenho muitas dúvidas de que esse seja o caminho mais apto a salvaguardar o interesse do país“, afirmou numa entrevista ao ECO no final de janeiro, apontando o risco para o aeroporto de Lisboa. Também os sindicatos têm manifestado oposição a um negócio com a dona da Iberia. “A IAG em cinco anos muda o hub para Madrid, onde tem um aeroporto grande a um terço da capacidade. Não vejo interesse para a TAP, os contribuintes e os portugueses”, afirmou a semana passada Tiago Faria Lopes, presidente do Sindicato dos Pilotos da Aviação Civil.

Opiniões que não travam o interesse do IAG, que em abril avançou para a contratação de consultores jurídicos e de comunicação, a Vieira de Almeida e a Cunha Vaz & Associados. O presidente executivo do grupo IAG, dono da British Airways e da espanhola Iberia, esteve em Lisboa a 19 de junho numa operação de charme para preparar a corrida à operação de reprivatização da TAP, como noticiou o ECO. Luis Gallego reuniu com responsáveis de várias entidades, como o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas, e o presidente da Confederação do Turismo de Portugal, Francisco Calheiros.

IAG costuma ficar com 100%. Governo quer Estado na TAP

A concretização de uma oferta vai depender do modelo escolhido pelo Governo para a reprivatização. “A TAP pode ser uma opção, mas primeiro temos de ver em que condições vai ser privatizada e se faz sentido para a nossa rede e para os nossos clientes”, disse Luis Gallego à margem da 79.ª assembleia geral da Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATO), no início de junho.

O ministro das Finanças, Fernando Medina, afirmou na sua audição na comissão parlamentar de inquérito à TAP que o diploma da reprivatização vai definir critérios de natureza estratégica para o país” e que “privilegiem o papel da TAP enquanto motor importante do crescimento económico”. O que passa pela “manutenção da hub em Lisboa, pela manutenção de uma companhia com autonomia própria e um projeto de desenvolvimento da companhia e da sua expansão”.

A TAP pode ser uma opção, mas primeiro temos de ver em que condições vai ser privatizada e se faz sentido para a nossa rede e para os nossos clientes.

Luis Gallego

CEO do IAG

O primeiro-ministro garantiu já no Parlamento que o Governo pretende que o Estado mantenha uma participação na TAP, de forma a assegurar a “estratégia adequada”.

A prática do IAG tem sido, no entanto, controlar a totalidade do capital, mesmo que a prazo. É o que acontece com o atual portefólio de companhias, que inclui também a espanhola Vueling e a low-cost LEVEL. Já este ano, o grupo fechou a compra à Globalia dos 80% que não controlava na Air Europa. A operação aguarda agora a aprovação da Direção-Geral da Concorrência da Comissão Europeia, que abriu uma investigação aprofundada.

A Qatar Investment Authority, o fundo soberano do país do Médio Oriente, é o acionista de referência do IAG, com 25% do capital, estando o restante capital disperso por fundos e outros investidores institucionais e particulares.

Os dois outros principais interessados na operadora aérea portuguesa são a Lufthansa e o grupo Air-France – KLM. A companhia alemã assumiu, durante a apresentação dos resultados de 2022, no início de março, que os alvos mais interessantes para fusões e aquisições na Europa são a TAP e a ITA, estando a negociar com o governo italiano a aquisição de 40% do capital desta última. No mês passado, a Air France – KLM respondeu ao ECO que avança para a transportadora nacional se o modelo de privatização for “atrativo“.

As 13 rotas da TAP para o Brasil, o maior mercado da América do Sul, têm sido apontadas como o principal atrativo da companhia aérea portuguesa, que é líder nas ligações daquele país à Europa, voando para 11 cidades. Se o IAG é forte nos países de língua espanhola, o Brasil representa apenas 3% da oferta.

As ligações a África também ajudariam a complementar a operação do grupo. Resta saber se a IAG conseguirá contrariar os receios que a sua ofensiva suscitam e apresentar melhores argumentos que os concorrentes. Antes disso, falta uma peça essencial: a aprovação do decreto de reprivatização, que o Governo apontou para este mês.

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Capitão Ferreira comunica que vai faltar à audição da Comissão de Defesa

  • Lusa
  • 11 Julho 2023

O ex-secretário de Estado da Defesa avisou, por email, que vai faltar à audição "alegando que lhe cabe agora responder perante a justiça".

O ex-secretário de Estado Marco Capitão Ferreira comunicou esta terça-feira que não estará presente na audição da comissão parlamentar de Defesa, na quarta-feira, tendo invocado a sua atual condição de arguido no âmbito do processo “Tempestade Perfeita”.

Fonte parlamentar adiantou à agência Lusa que a posição de Marco Capitão Ferreira, exonerado das funções de secretário de Estado da Defesa na passada sexta-feira, foi transmitida esta noite aos deputados da comissão parlamentar através de um email. “Diz que não vai comparecer à audição na quarta-feira, alegando que lhe cabe agora responder perante a justiça”, referiu a mesma fonte.

Na semana passada, o parlamento aprovou um requerimento do Chega para a audição de Marco Capitão Ferreira para prestar esclarecimentos sobre um contrato de assessoria que o próprio assinou com a Direção-Geral de Recursos da Defesa Nacional (DGRDN) antes de assumir o cargo de secretário de Estado.

Esse requerimento foi depois aprovado com a abstenção do PS. Com idêntica votação, foi também aprovado um requerimento do PSD a solicitar documentação referente a este contrato. Na sexta-feira, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, aceitou a exoneração de Marco Capitão Ferreira proposta pelo primeiro-ministro, António Costa.

O ex-secretário de Estado da Defesa foi constituído arguido no âmbito do processo “Tempestade Perfeita”, que levou a Polícia Judiciária a fazer buscas na sua residência e no Ministério da Defesa. Marco Capitão Ferreira assumiu o cargo de secretário de Estado da Defesa quando o atual Governo tomou posse, em 30 de março de 2022.

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Adão e Silva diz que ninguém pode limitar intervenção política de um governante

  • Lusa
  • 11 Julho 2023

Pedro Adão e Silva acrescentou que os ministros "têm responsabilidades políticas e devem e podem ter intervenção política".

O ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva, afirmou esta terça-feira, em Melgaço, que ninguém pode “condicionar ou limitar” a possibilidade de um membro do Governo ter intervenção política.

Questionado pelos jornalistas sobre as reações às críticas que teceu sobre a forma como decorreram os trabalhos da comissão parlamentar de inquérito à TAP, Pedro Adão e Silva acrescentou que os ministros “têm responsabilidades políticas e devem e podem ter intervenção política”.

“Essa ideia de que os ministros estão limitados naquilo que é a intervenção política é uma ideia que eu não acompanho. Os ministros têm responsabilidades políticas e devem e podem ter intervenção política e, portanto, eu não sei como é que se construiu essa ideia de que está reservado o conjunto de comentários e matérias que podem ser mencionadas por um membro do Governo”, referiu.

Pedro Adão e Silva falava sobre a polémica em torno da entrevista que deu à TSF e ao Jornal de Notícias, no passado domingo, em que considerou ter havido deputados a agir como “procuradores do cinema americano de série B da década de 80” na comissão de inquérito à TAP.

Na sequência da entrevista, o presidente da comissão de inquérito à TAP, António Lacerda Sales, considerou que as declarações do ministro foram uma “falta de respeito” e uma “caracterização muito injusta” do trabalho dos deputados, pedindo que se retrate.

Os partidos da oposição também criticaram as declarações, como o líder da Iniciativa Liberal, Rui Rocha, hoje, no encerramento das jornadas parlamentares do seu partido, que lembrou os custos da TAP, e na segunda-feira, o PCP, que considerou inadequadas as afirmações de Adão e Silva sobre a comissão de inquérito, o BE, que criticou os “comentários insultuosos”, e o líder do PSD, Luís Montenegro, que acusou o ministro da Cultura de “arrogância e pedantismo intelectual”.

Pedro Adão e Silva, por seu lado, reiterou “que talvez haja um hábito de que os membros do Governo estão limitados politicamente”. “Não sei onde é que vem essa ideia. Os membros do Governo são responsáveis políticos que têm de ter intervenção política. E foi assim que eu fiz isso”, afirmou o ministro da Cultura.

Adão e Silva sublinhou que “não vale a pena ter uma leitura estática” daquilo que disse sobre a comissão de inquérito. “Eu tenho uma preocupação, de que dei conta, aliás, em vários momentos nas últimas semanas, sobre as consequências para o funcionamento da democracia, daquilo que é a relação entre o que se passa nas instituições políticas e, em particular, no Parlamento, no contexto desta comissão parlamentar de inquérito, e a realidade mediática de hoje, que é muito diferente daquela que existia há não muito tempo. Acho que merece reflexão, e foi sobre isso que falei”, explicou.

Disse ainda que “uma das responsabilidades políticas é também ser capaz de dizer coisas com clareza e sem conversas redondas”. “Ninguém vai condicionar nem limitar aquilo que é a possibilidade de um membro do governo ter intervenção política”, rematou.

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Centro de Lisboa com fortes restrições durante a Jornada. Saiba quais as ruas fechadas ao trânsito

  • Lusa e ECO
  • 11 Julho 2023

Os constrangimentos vão verificar-se sobretudo entre o Parque Eduardo VII e o Terreiro do Paço, abrangendo vias como a Avenida da Liberdade ou a Avenida Infante D. Henrique. Conheça as restrições.

As principais artérias do centro de Lisboa vão estar fechadas ao trânsito nos dias 1, 3 e 4 de agosto devido à Jornada Mundial da Juventude, segundo um documento da Câmara a que a agência Lusa teve acesso.

Os constrangimentos vão verificar-se sobretudo entre o Parque Eduardo VII e o Terreiro do Paço, abrangendo vias como a Avenida da Liberdade, Avenida Infante D. Henrique, Avenida Fontes Pereira de Melo, Rua do Carmo, Rua Castilho, Rua da Prata e as praças dos Restauradores e do Rossio.

Campo das Cebolas, Rua Joaquim António de Aguiar, Rua Marquês da Fronteira, Avenida António Augusto de Aguiar, Praça Marquês de Pombal, Praça do Comércio, Avenida Ribeira das Naus, Largo do Corpo Santo, Rua do Arsenal, Praça do Município e Rua Nova do Almada também vão ser abrangidas.

De acordo com um plano de acessibilidades elaborado pela Câmara Municipal de Lisboa, nos dias 1, 3 e 4 de agosto, aquelas ruas, avenidas e praças estarão com “restrição absoluta à circulação rodoviária”. Haverá também restrições absolutas à circulação rodoviária na zona do Parque Tejo-Trancão nos dias 5 e 6 de agosto, nomeadamente na Via do Oriente, no Passeio do Trancão e no Itinerário Complementar n.º2 (IC2).

O plano da Câmara de Lisboa prevê também fortes restrições e condicionamentos para a zona do Passeio Marítimo de Algés no dia 6 de agosto. Além destas vias com “restrições absolutas à circulação rodoviária”, a autarquia determinou que outras ruas nas zonas do Parque Eduardo VII e do Parque Tejo-Trancão vão estar naqueles dias com a circulação automóvel “fortemente condicionada” ou com cortes pontuais de trânsito.

No documento, a Câmara de Lisboa ressalva que “não estão previstas restrições significativas” no dia 2 de agosto. Entretanto, numa nota enviada à Lusa, fonte da Câmara Municipal de Lisboa explica que estes constrangimentos não vão afetar moradores, comerciantes, trabalhadores, peregrinos e turistas, ressalvando que a circulação pedonal estará sempre assegurada.

“Os mesmos condicionamentos garantem a circulação de veículos de emergência, transporte de medicamentos, transporte de pessoas com mobilidade reduzida, acesso a assistência médica mesmo nos momentos em que os eventos acontecem”, refere a autarquia presidida pelo social-democrata Carlos Moedas. A Câmara de Lisboa explica que este plano foi desenvolvido em conjunto com a PSP e que as medidas estabelecidas “garantem que a cidade e os seus operadores económicos não vão parar”.

“Exemplo disso é a criação de duas janelas horárias para o abastecimento de todos os estabelecimentos, quer em horário noturno (das 00:00 às 07:00), quer na manhã dos eventos, em que o abastecimento poderá acontecer entre as 07:00 e as 10:00. Fora do horário dos eventos principais, acima referidos, o acesso automóvel a moradores e trabalhadores não será afetado”, indica a nota.

Veja abaixo os planos de encerramento do trânsito:

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Paris prepara cobrança de taxa mais elevada a condutores de SUV a partir do próximo ano

  • ECO
  • 11 Julho 2023

A medida foi aprovada em assembleia municipal. Em Paris, o número de SUV aumentou 60% nos últimos quatro anos e representa 15% dos 1,15 milhões de veículos privados estacionados na capital.

A Câmara Municipal de Paris deverá começar a cobrar, a partir do próximo ano, uma taxa de estacionamento mais elevada aos proprietários de SUV, como parte da estratégia de reduzir a poluição na capital.

Segundo avança o The Guardian, esta terça-feira, os pormenores desta cobrança não foram ainda anunciados, mas a dimensão, o peso do veículo e o seu motor deverão ser tidos em consideração neste novo imposto que entrará em vigor a 1 de janeiro de 2024. Ademais, indica a publicação britânica, deverão ficar isentos desta cobrança os SUV elétricos e as famílias numerosas que se deslocam neste tipo de veículo.

“A partir de 1 de janeiro de 2024, os proprietários de SUV poderão antecipar o pagamento de taxas mais elevadas para estacionar na capital francesa”, cita o The Guardian as declarações da autarquia, em comunicado.

A medida foi aprovada em assembleia municipal no mês passado perante o aumento de SUV na capital francesa. Segundo as autoridades parisienses, o número de SUV na cidade aumentou 60% nos últimos quatro anos e representa atualmente 15% dos 1,15 milhões de veículos privados estacionados em Paris todas as noites.

Além de Paris, o jornal britânico escreve ainda que em Lyon as autoridades também estão a equacionar um aumento do imposto de estacionamento em função do peso dos veículos, a partir do próximo ano.

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Lisboa vai alojar mais de 42 mil pessoas em equipamentos municipais durante Jornada

  • Lusa
  • 11 Julho 2023

"Obviamente que alguns restaurantes, por exemplo, no Parque Eduardo VII, não podem estar abertos por razões óbvias", disse também Carlos Moedas, que ainda está a trabalhar no plano de mobilidade.

A Câmara Municipal de Lisboa vai alojar mais de 42.000 pessoas em escolas e equipamentos municipais durante a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), que decorre de 1 a 6 de agosto nesta cidade, revelou esta terça-feira o presidente.

“Estamos a falar de 42.000 pessoas que vão ficar alojadas nas escolas e nos equipamentos da Câmara Municipal [de Lisboa], portanto, isso é um bom sinal”, disse Carlos Moedas (PSD) à saída da sede mundial do Imamat Ismaili, em Lisboa, onde participou numa cerimónia que contou com a presença do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.

O autarca frisou que a autarquia está a colocar os seus equipamentos à disposição para acolher “todos aqueles que vêm de fora”, pedindo às famílias que façam o mesmo com as suas casas. “Mais uma vez faço um apelo às famílias que nos estão a ouvir para também abrirem as suas casas”, pediu.

Já sobre o plano de mobilidade, Carlos Moedas assumiu estar a trabalhar com o Governo, prevendo que o mesmo seja apresentado na próxima sexta-feira. “O plano mobilidade é do Governo e, portanto, estamos à espera e em contactos“, sublinhou.

O autarca referiu estar a contactar os comerciantes e restaurantes porque é “muito importante” que os estabelecimentos estejam abertos durante a JMJ. “Temos falado com os comerciantes. Obviamente que alguns restaurantes, por exemplo, no Parque Eduardo VII, não podem estar abertos por razões óbvias, mas são poucos casos”, frisou.

Carlos Moedas lembrou que o retorno económico é de “centenas de milhões de euros”, tendo um “impacto absolutamente único” na cidade. Na segunda-feira, os comerciantes da cidade de Lisboa manifestaram-se “mais tranquilos” com o “esboço” do plano de mobilidade que lhes foi apresentado para a JMJ, uma vez que assegura a circulação dos trabalhadores do setor.

As garantias foram dadas numa reunião, organizada por elementos do Sistema de Segurança Interna e da Câmara Municipal de Lisboa, aos comerciantes e empresários.

Lisboa foi a cidade escolhida pelo Papa Francisco para a próxima edição da Jornada Mundial da Juventude, que vai decorrer entre os dias 1 e 6 de agosto deste ano, com as principais cerimónias a terem lugar no Parque Eduardo VII e no Parque Tejo, a norte do Parque das Nações, na margem ribeirinha do Tejo, em terrenos dos concelhos de Lisboa e Loures.

As JMJ nasceram por iniciativa do Papa João Paulo II, após o sucesso do encontro promovido em 1985, em Roma, no Ano Internacional da Juventude. A edição deste ano, que será encerrada pelo Papa, esteve inicialmente prevista para 2022, mas foi adiada devido à pandemia de covid-19.

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