Governo diz que texto final da COP28 dá sinal de “esperança” à política climática

  • Lusa
  • 13 Dezembro 2023

Ministro do Ambiente afirmou que este acordo, “do ponto de vista daquilo que é o texto e a sua ambição”, está “muito mais em linha” com o que diz a ciência, com uma linguagem “do fim dos fósseis”.

O ministro do Ambiente, Duarte Cordeiro, considerou que o acordo alcançado hoje na Cimeira do Clima “fecha com chave de ouro” a participação de Portugal na COP28 e dá uma perspetiva de esperança.

“O facto de termos conseguido uma declaração fecha com chave de ouro a participação de Portugal na COP, mas dá-nos também uma perspetiva de esperança, que é muito necessária na política climática”, disse Duarte Cordeiro, no Dubai.

As declarações, à agência Lusa, surgem, após ter sido conseguido um acordo para desbloquear as negociações sobre o clima no Dubai, apelando ao abandono dos combustíveis fósseis, para alcançar a neutralidade carbónica até 2050.

Duarte Cordeiro afirmou que esta declaração, “do ponto de vista daquilo que é o texto e a sua ambição”, está “muito mais em linha” com o que diz a ciência, com uma linguagem “do fim dos fósseis”.

O governante destacou o facto de, no que diz respeito ao fim dos subsídios fósseis, ter sido retirada do texto inicial ”alguma da linguagem que abria alçapões para a sua utilização”, tendo o texto sido alinhado “com aquilo que era o mandato da União Europeia”.

Reconheceu que não é exatamente o que a União Europeia queria, mas “é um compromisso” e destacou a consagração, na declaração, de compromissos relativamente aos oceanos:

O ministro realçou que para Portugal “foi importante” que a declaração consagrasse ”aspetos relativos aos oceanos”.

“Sem a consagração internacional dos oceanos, depois, nós não conseguimos fazer migrar para os planos nacionais o impacto que os oceanos podem ter, desde logo na capa na captura de carbono”, referiu.

Já a secretária de Estado da Energia, Ana Fontoura Gouveia, considerou que o dia de hoje é “muito feliz”.

“Na verdade, 30 anos depois, 28 COP depois, começámos finalmente o fim dos combustíveis fósseis e, por isso, temos de estar muito contentes por termos conseguido que 197 países decidissem em conjunto, por unanimidade, começar este caminho de afastamento dos combustíveis fósseis e também dotar os países mais vulneráveis, que estão mais expostos às alterações climáticas, dos meios para se defenderem, para se protegerem e para assegurarem a qualidade de vida dos seus cidadãos”, afirmou a governante.

A presidência da COP28, a cargo dos Emirados Árabes Unidos (EAU), propôs hoje um novo acordo para desbloquear as negociações sobre o clima no Dubai.

O documento, com publicação aguardada durante toda a noite pelos negociadores desta Conferência da ONU sobre Alterações Climáticas (COP28), propõe, pela primeira vez na história destes encontros, mencionar todos os combustíveis fósseis, principais responsáveis pelas alterações climáticas, numa decisão a adotar por todos os países.

O texto apela à “transição dos combustíveis fósseis nos sistemas energéticos, de forma justa, ordenada e equitativa, acelerando a ação nesta década crucial, a fim de alcançar a neutralidade de carbono em 2050 em acordo com recomendações científicas”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Acionistas que se dizem lesados há 20 anos querem por ação coletiva contra o BCP

  • Lusa
  • 13 Dezembro 2023

Um grupo de ex-acionistas que comprou ações do BCP há cerca de 20 anos e teve perdas lançou um movimento para criar uma associação de lesados e avançar com uma ação contra o banco.

Um grupo de ex-acionistas que comprou ações do BCP há cerca de 20 anos e teve perdas devido à queda dos títulos lançou um movimento para criar uma associação de lesados e avançar com uma ação contra o banco.

“Temos tido muitos contactos, uns 200, dos quais infelizmente haverá grande número que não tem condições para avançar, em muitos casos porque as pessoas já não têm os documentos. Temos para já 100 a 120 casos que podem avançar para ação coletiva e mais devem aparecer até janeiro”, disse um dos promotores do movimento, António Lima, à Lusa.

Este ex-empresário já pôs o BCP em tribunal por considerar que foi enganado quando comprou ações entre 2001 e 2003, pela prestação de informação falsa pelo banco na venda de ações próprias, e o processo terminou (transitou em julgado) este ano com o banco condenado a pagar-lhe mais de 400 mil euros.

António Lima explicou que para o seu processo judicial ter tido sucesso foi fundamental os tribunais terem dado como provado que ex-administradores do BCP (Jorge Jardim Gonçalves, Filipe Pinhal e António Rodrigues) cometeram o crime de manipulação de mercado entre 1999 e 2007 e considerou que isso também será essencial para o movimento que agora iniciaram.

Disse ainda que a sentença do seu processo explicita que os investidores têm um prazo de 20 anos para pedir indemnizações, determinando esse tempo por o intermediário financeiro ter praticado a “violação dos deveres de informação” com “culpa grave”.

António Lima disse à Lusa que não irá reclamar mais nada e que a indemnização compensa a diferença entre compra e venda de ações mas não compensa por, devido a isso, ter tido a vida em “pantanas” durante anos (falência de empresa, imóveis arrestados, o nome na ‘lista negra’ do Banco de Portugal) e que decidiu encabeçar este movimento para ajudar outras pessoas na mesma situação.

“Eu acordei para a vida em 2014 [com uma notícia sobre uma empresa dos Açores que pedia indemnização ao BCP por ter comprado ações], andei até aí sem saber o que fazer. Eu e os meus camaradas de desgraça estamos interessadíssimos em divulgar ao máximo, algumas pessoas já faleceram mas há herdeiros, para dar hipótese a esses lesados“, afirmou, explicando que foi por isso que decidiram pagar publicidade em jornais a anunciar a “Prazovinte – Associação de Lesados do BCP” com um e-mail de contacto e anunciando “Há 20 anos para reclamar” e “Junte-se a nós”.

A associação ainda não existe formalmente, mas os promotores contam criá-la no início do próximo ano e avançar com a ação coletiva.

Contam com a ajuda de advogados para, entre os casos que lhes chegam, fazer a destrinça dos que têm condições para entrar numa ação coletiva.

Em 2008, houve um processo de mediação entre o BCP e acionistas que se consideravam lesados pelo banco, com intervenção da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

Questionado sobre se essa mediação poderá pôr em causa as ações do movimento, António Lima disse que a opinião dos advogados é que não pois então só puderam participar pequenos acionistas com determinadas condições, deixando de fora muitos eventualmente interessados. A Lusa contactou fonte oficial do banco BCP, que não comentou o assunto.

O BCP nasceu em 1985 promovido por um conjunto de empresários e liderado por Jardim Gonçalves. O banco teve momentos de grande crescimento, desde logo por aquisições (comprou o Banco Português do Atlântico, o Pinto & Sotto Mayor e o Banco Mello).

O afastamento de Jardim Gonçalves deu-se em 2005 (sucedendo-lhe Teixeira Pinto) e poucos anos depois dá-se uma luta pelo poder no banco, com fações de acionistas rivais.

Jardim Gonçalves viria a ser acusado em vários processos, o mais grave por crime de manipulação de mercado (por factos ocorridos entre 1999 e 2007) com a utilização de sociedades offshore detidas pelo banco para influenciar o volume e os valores das ações. O fundador do BCP sempre garantiu estar inocente e que houve uma “tomada de assalto” ao banco, incluindo pelo poder político.

Os principais acionistas do BCP são atualmente o grupo chinês Fosun (29,95%) e a petrolífera angolana Sonangol (19,49%). O banco tem muita dispersão em bolsa, com mais de 100 mil acionistas. Além de Portugal, o banco liderado por Miguel Maya tem uma importante operação na Polónia e está presente em Moçambique.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Idade da reforma portuguesa pode vir a ser quinta mais alta da OCDE

Um em cada quatro dos países da OCDE já atualizam a idade da reforma em função da esperança média de vida, à semelhança do que acontece em Portugal desde 2014. República Checa e Noruega estudam-no.

Estamos a viver mais, mas à boleia também estamos a trabalhar durante mais tempo. E essa tendência deverá agravar-se nos próximos anos. Dos 38 países que compõem a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), 20 deverão ver a idade normal da reforma aumentar no futuro, revela o relatório “Pensions at a Glance”. Portugal está incluído nesse grupo, sendo que a idade de acesso à pensão praticada por cá está a caminho de ser a quinta mais elevada entre esses países.

“No futuro, com base na legislação já em vigor, a idade normal da reforma média na OCDE aumentará dois anos para 66,3 anos para um homem que entre no mercado de trabalho em 2022″, é sublinhado no estudo divulgado esta quarta-feira.

Deverá ser a Dinamarca o país da OCDE com a idade da reforma mais elevada no futuro, prevendo-se uma subida dos atuais 67 anos para 74 anos. Seguem-se a Itália e a Estónia, com uma idade da reforma futura de 71 anos.

Os próximos lugares da tabela deverão ser ocupados pelos Países Baixos e pela Suécia (ambos com 70 anos), seguindo-se a Finlândia e a Eslováquia (ambos com 69 anos).

O oitavo lugar da tabela deverá ser ocupado por Portugal, que praticará, portanto, a quinta idade da reforma mais elevada68 anos — da OCDE, de acordo com as projeções anunciadas. A confirmar-se, em causa estaria uma subida de 2,4 anos face à idade média com que hoje os trabalhadores passam efetivamente à reforma em Portugal (65,6 anos).

Ora, esses oito países que deverão ter as idades da reforma mais elevadas no futuro têm algo em comum: todos fazem depender a evolução desse mínimo etário da trajetória da esperança média de vida.

Em Portugal, até 2013 a idade da reforma estava em 65 anos, mas em 2014 aumentou para 66 anos e passou a ser atualizada em linha com os ganhos da esperança média de vida aos 65 anos.

Daí que por causa da mortalidade causada pela pandemia a idade da reforma tenha caído em 2023 e que, com um novo aumento da esperança média de vida, já seja certo que esse mínimo etário vai aumentar em 2025.

No conjunto da OCDE, um em cada quatro países já atualizam a idade da reforma em função da esperança média de vida, adianta o “Pensions at a Glance”, que dá conta que esse elo foi criado nos últimos dois anos na Eslováquia e na Suécia.

Já na República Checa e na Noruega tal está agora a ser discutido, depois de comissões dedicadas à avaliação dos sistemas de pensões o terem proposto em 2022.

Por outro lado, apesar de ligar a idade da reforma à esperança média de vida, a Grécia está a contar com uma subida desse mínimo etário menos expressiva do que a registada nos países já referidos, mantendo-se abaixo da média da OCDE. “Isto é explicado pelo facto de a reforma antecipada estar disponível sem penalizações para quem tem uma carreira de, pelo menos, 40 anos”.

Por cá, quem complete 40 anos de descontos para a Segurança Social aos 60 anos de idade tem direito a antecipar a pensão com menos cortes: fica isento do corte associado ao fator de sustentabilidade (que deverá ser de 15,8% em 2024), mas continua a sofrer a penalizar de 0,5% por cada mês antecipado face à idade da reforma.

Outro dado relevante sobre o sistema português que consta do relatório “Pensions at a Glance” diz respeito à esperança média de vida restante no momento da saída do mercado de trabalho: em Portugal é de 17,5 anos para os homens e 22,6 anos para as mulheres, abaixo dos 18,4 anos para os homens e dos 22,8 anos para as mulheres registados no conjunto da OCDE.

Apesar das reviravoltas, reformados portugueses acabaram por receber mais do que ditado pela lei

Apresentação pública do balanço da atividade das áreas da Economia, Finanças Públicas e Emprego, no Ministério da Economia e do Mar - 30DEZ22

No relatório divulgado esta manhã, a OCDE faz questão de tomar nota do que aconteceu no último ano com as atualizações das pensões em Portugal. Face aos elevados níveis da inflação, o Governo, em vez de aplicar plenamente esta lei em janeiro, decidiu fatiar as atualizações regulares.

Ou seja, em outubro de 2022 transferiu um suplemento para os pensionistas. Depois, em janeiro, fez aumentos nas reformas, mas não tão expressivos quanto resultariam da lei. E no verão avançou com novas subidas das pensões, de modo a garantir que estas atingiam mesmo os valores que teriam tivesse o Governo cumprido a lei logo em janeiro.

Estas reviravoltas foram altamente criticadas pela oposição, mas a OCDE sublinha que, somando os aumentos feitos em janeiro com as subidas ad hoc (o suplemento de outubro e a subida intercalar do verão), os pensionistas com reformas mais baixas “receberam mais do que se a lei tivesse sido logo seguida”.

Já para 2024, o Governo assegurou que irá aplicar plenamente a fórmula logo a partir de janeiro: as pensões vão subir entre 5% e 6%, conforme calculou o ECO e já confirmou o Executivo, num diploma publicado em Diário da República.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Mulheres na CCA ganham mais que homens e igualam na gestão de equipas

Segundo o Relatório de Sustentabilidade da CCA, em 2022, as mulheres ganharam, no total, mais 1% dos que os homens na firma. Já 50% encontrava-se no nível de gestão.

Em 2022, as mulheres ganharam, no total, mais 1% dos que os homens no escritório de advogados CCA. Segundo o Relatório de Sustentabilidade divulgado pela firma, 46% das advogadas eram sócias de capital e departamento e 47% estavam no Board, Equipa Executiva e Partners. 50% encontrava-se no nível de gestão – management level, incluindo aqui as coordenações de departamento e de áreas de suporte.

“No ano em que a CCA Law Firm aderiu ao Pacto Global das Nações Unidas, passando assim a adotar e a comprometer-se com os 10 princípios deste pacto, o relatório evidencia o destaque dado aos temas da Diversidade, Equidade, Inclusão e Pertença, bem como da Saúde Mental, como forma de promover o trabalho digno e a redução das desigualdades entre as suas pessoas, além de várias medidas para combater as alterações climáticas e contribuir para a sustentabilidade do planeta”, sublinham.

Ao nível do work-life balance, o escritório destacou os dois dias adicionais de férias, bem como os dois dias de teletrabalho por semana e as tardes livres à sexta-feira durante o verão, que “contribuíram para o aumento do nível de satisfação das pessoas”.

Por outro lado, no que toca à Diversidade, Equidade, Inclusão, Pertença e Saúde Mental, a CCA destacou as várias conferências que foram organizando ao longo do ano, num total de 446 horas, o desenvolvimento do primeiro questionário interno, com 80% de participação das pessoas.

Foi também realizado o primeiro questionário interno sobre Saúde Mental, com o impacto do ambiente de trabalho e a informalidade na CCA a serem avaliados em 9/10“, revelaram. O escritório informou ainda que foram dadas no total cerca de 242 horas de formação nas áreas de Diversidade, Equidade, Inclusão, Pertença e Saúde Mental.

Por fim, no que concerne à governance, com a adoção ao Pacto Global das Nações Unidas (UN GLOBAL COMPACT), a CCA comprometeu-se também com os 10 princípios, tendo também implementado um canal interno de denúncias, o SafeChannel. A firma fez ainda a revisão de diversos documentos institucionais com linguagem inclusiva.

“Transformar a forma como os serviços jurídicos são prestados, é o nosso propósito, e, para tal, temos de estar conscientes dos desafios atuais da profissão, ambientais, sociais e económicos. Na CCA Law Firm assumimos um papel ativo e responsável como parte da solução destes problemas“, sublinhou Rita Trabulo, diretora de Inovação e Conhecimento da CCA.

Para a diretora, parte dessa responsabilidade é “dar a conhecer a todos os stakeholders” o estado de arte dos seus desafios e compromissos. “Passo a passo, peça a peça, somos parte da solução e fazemos a diferença. Com esta partilha queremos também provocar um impacto positivo nos nossos stakeholders. Afinal de contas… somos todos parte da solução”, acrescentou.

A segunda edição do Relatório de Sustentabilidade da CCA Law Firm destaca os compromissos e esforços em áreas como direitos humanos, gender gap, consumo energético ou pegada carbónica, durante o ano 2022, e dá a conhecer os seus compromissos futuros.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Portugal tem “potencial” para atrair mais de 500 milhões de investimento em terrenos agrícolas e florestais

  • Ana Petronilho
  • 13 Dezembro 2023

Terrenos com projetos focados em culturas permanentes, como o olival, amendoal, vinha e pomares de fruto estão a despertar o interesse de investidores dos EUA, Espanha, França, Reino Unido e Holanda.

Até hoje, o volume de investimento em terrenos agrícolas e florestais é “pouco visível e pouco estruturado”, sendo que em 2023 o número de transações fechadas neste segmento deverá atingir um valor acima de 300 milhões de euros. Mas, segundo a JLL, este número fica aquém do “potencial” investimento acima dos 500 milhões de euros que Portugal pode vir a atrair “nos próximos dois anos”, segundo o estudo “Natural Capital” da consultora, realizado em parceria com a Consulai, uma consultora especializada nos setores agroalimentar, agrícola e florestal, que traça o retrato detalhado deste mercado a nível nacional.

Tratam-se de investimentos em terrenos com projetos focados em culturas permanentes, como o olival, amendoal, vinha e pomares de fruto, que Gonçalo Ponces, head of development & Natural Capital da JLL, explica ao ECO que estão a despertar o interesse “de diferentes perfis de investidores, como family offices, fundos de pensões, seguradoras e alguns investment managers, de países maioritariamente da “América do Norte e Europa, de onde se destacam Espanha, França, Reino Unido e Holanda”.

Entre os terrenos agrícolas, estes investidores estão a olhar, sobretudo, para os terrenos localizados nas principais zonas de regadio, “onde se inserem os perímetros do Alqueva, Idanha-a-Nova e Ribatejo”. Para os terrenos florestais, as zonas de maior interesse são as zonas Centro e a Norte, “com maior presença de pinheiro manso e eucalipto”, refere ainda Gonçalo Ponces.

Ao ECO, o responsável na JLL lembra ainda que estes projetos “obrigam a compromissos de capital iniciais significativos, até à maturidade do ativo biológico, e a uma exploração eficiente com uma visão de longo prazo”, e que, por isso, os negócios “de dezenas e centenas de milhões de euros dependem da dimensão das herdades e do estágio em que os projetos agrícolas se encontram”.

E este é precisamente um dos maiores entraves ao crescimento deste mercado. Gonçalo Ponces diz que há “dificuldade em encontrar projetos com uma escala que justifique o investimento mínimo de alguns destes players” tendo em conta que o país tem um território “pequeno” onde “existem muitas terras divididas em pequenas parcelas, muitas propriedades rurais sem registo ou com muitos proprietários”. Por essa razão, “a perspetiva de investimento e produção alimentar tende a ser ibérica”.

Mas, apesar de estar ainda “a dar os primeiros passos” no investimento destes ativos, há um “elevado potencial de crescimento” no país onde Gonçalo Ponces acredita existir a capacidade para dinamizar transações acima dos 500 milhões de euros “nos próximos dois anos”.

De acordo com este estudo, “o complexo agroflorestal representa 5,1% do PIB nacional, num país que dispõe de mais de 560 mil hectares de áreas de regadio”.

No setor agrícola, “as culturas permanentes mais relevantes são o olival, a vinha e o amendoal, ao passo que em termos de culturas anuais, o país evidencia-se pelas plantações de cereais para forragem, tomates para transformação e arroz. No setor florestal, que cobre 3,2 milhões de hectares, 26% da área é dedicada ao eucalipto, 22% ao pinheiro-bravo e 22% à cortiça.

A nível europeu, segundo o estudo, em 2023, este mercado envolveu 5.3 mil milhões de euros, o que representa “um crescimento de 200% face aos 1.8 mil milhões de euros” captados em 2022. O número traduz “52% do total” de investimento captado a nível mundial tendo sido registado um investimento de 10.2 mil milhões de euros.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Conselho e Parlamento Europeu alcançam acordo sobre lei para trabalhadores da Uber e Glovo

  • Lusa
  • 13 Dezembro 2023

Conselho e Parlamento Europeu chegaram a acordo provisório sobre uma diretiva europeia para melhorar as condições de trabalho dos trabalhadores das plataformas digitais, como Uber e Glovo.

Os colegisladores da União Europeia (UE), Conselho e Parlamento Europeu, chegaram esta quarta-feira a acordo provisório sobre uma diretiva europeia para melhorar as condições de trabalho dos trabalhadores das plataformas digitais, como Uber e Glovo, dois anos após proposta.

Em comunicado, o Conselho da UE indica ter chegado, juntamente com os eurodeputados, a “acordo provisório sobre uma proposta de diretiva para melhorar as condições de trabalho dos trabalhadores das plataformas digitais”, estando em causa novas regras para trabalhadores das plataformas, como motoristas da Uber ou estafetas da Glovo.

“Se o acordo alcançado hoje [quarta-feira] for confirmado por ambas as instituições antes de passar pelo procedimento formal de adoção, ajudará milhões de trabalhadores a ter acesso a direitos laborais”, salienta a estrutura que junta os Estados-membros da UE.

O Conselho sublinha que a nova diretiva “introduz duas melhorias fundamentais: ajuda a determinar o estatuto de emprego correto das pessoas que trabalham para plataformas digitais e estabelece as primeiras regras da UE sobre a utilização de sistemas de algoritmos no local de trabalho”.

Previsto está que, nos termos do acordo, estes trabalhadores sejam considerados empregados de uma plataforma digital (por oposição a trabalhadores independentes) se tiverem limites máximos para o montante de dinheiro, supervisão do seu desempenho, controlo da distribuição ou atribuição de tarefas, controlo das condições de trabalho e restrições à liberdade de organização do trabalho.

Nos casos em que se aplica a presunção legal, caberá à plataforma digital demonstrar que não existe qualquer relação de trabalho. Este acordo tem agora de ser adotado formalmente pelos colegisladores da UE.

Lei portuguesa já prevê presunção laboral

O acordo alcançado esta quarta-feira surge depois de, em junho passado, os ministros do Trabalho da UE terem chegado a uma posição comum sobre a nova lei europeia para proteger os trabalhadores das plataformas eletrónicas, iniciando-se um mês depois, em julho, negociações com o Parlamento Europeu para uma “luz verde” final sobre a matéria.

Numa entrevista à Lusa, divulgada em maio, o comissário europeu do Emprego, Nicolas Schmit, admitiu divergências entre os países da UE sobre o estatuto dos trabalhadores das plataformas digitais, mas disse esperar a nova lei comunitária estivesse negociada até final do ano. Em causa está a proposta da Comissão Europeia apresentada há dois anos.

Em Portugal, no âmbito da Agenda do Trabalho Digno, está prevista a presunção de laboralidade entre o trabalhador e a plataforma, que será feita diretamente com as empresas e não com intermediários, deixando para os tribunais a decisão final sobre a vinculação.

Estima-se que existam mais de 28 milhões de trabalhadores das plataformas digitais na UE, número que poderá atingir 43 milhões em 2025.

A grande maioria destes trabalhadores são independentes, mas pelo menos 5,5 milhões têm erradamente este estatuto, situação que Bruxelas quer inverter, combatendo o falso trabalho por conta própria para que estes trabalhadores tenham proteção laboral.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

ANA recupera em 10 anos o que Vinci investiu na concessão que dura 50

  • ECO
  • 13 Dezembro 2023

Lucros da ANA entre 2013 e 2022 superam o que a Vinci teve de investir depois de assinar a concessão dos aeroportos portugueses com o Estado. Dispõe agora de 40 anos para acumular mais-valias.

A ANA, concessionária dos aeroportos portugueses, lucrou 1.437 milhões de euros entre 2013 e 2022. Significa que, em menos de uma década, os franceses da Vinci conseguiram amortizar todo o investimento de 1.200 milhões de euros que tiveram de realizar ao abrigo do contrato de concessão com o Estado português, tendo ainda 40 anos para poderem acumular mais-valias.

A notícia é avançada pelo Público esta quarta-feira, com base no estudo sobre a concessão assinado por uma equipa liderada por Fernando Alexandre, da Universidade do Minho, para a Comissão Técnica Independente (CTI) que analisou as possíveis localizações para o novo aeroporto. Contudo, o jornal recorda que, a partir do décimo ano da concessão, o contrato prevê o pagamento ao Estado de uma percentagem crescente até 10% do valor da receita bruta.

O quadro atual é, por isso, altamente favorável para a ANA, notam ao Público fontes da CTI, apesar de não dispor de condições operacionais para prestar um serviço de qualidade aos passageiros e de ser incapaz de acolher o expectável aumento da procura no aeroporto de Lisboa. Fonte oficial da ANA respondeu ao jornal que “fará parte da solução e vai colaborar com o Estado português naquela que for a decisão tomada” para a localização do novo aeroporto.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Novo ano, novas competências para gestores e empresas

  • BRANDS' ECO
  • 13 Dezembro 2023

Final call: 2024 arranca no Iscte Executive Education com 2 mestrados e 8 pós-graduações nas áreas de gestão, marketing, finanças, saúde e novas tecnologias.

Em janeiro começam os Mestrados em Gestão Aplicada e Digital Technologies for Business do Iscte Executive Education, em regime presencial e horário pós-laboral, com duração de 1 ano. Terão também início as Pós-graduações e Applied Online Programs, com a duração de 6 meses, em horário pós-laboral. Os Applied Online Programs decorrem maioritariamente online, tornando a aprendizagem prática e flexível, com aulas síncronas e sempre com a presença do docente para lecionar, debater e esclarecer.

Com elevado reconhecimento internacional, todos os programas formativos do Iscte Executive Education dão aos participantes a possibilidade de adquirir características multifacetadas, agregar experiência profissional e desenvolver conhecimento baseado na prática, com aplicação no mundo real.

MESTRADO EM DIGITAL TECHNOLOGIES FOR BUSINESS

Um programa dirigido a profissionais que procuram conhecimento sobre tecnologias emergentes e boas práticas de gestão, que lhes permitirão desenvolver novos modelos de negócio, entregar experiências únicas aos clientes, contribuir para uma maior eficiência e eficácia operacionais e garantir o desenvolvimento de organizações mais inteligentes e sustentáveis. Coordenado por João Ferreira, este programa foi desenhado em alinhamento com as principais competências do Futuro do Trabalho.

MESTRADO EM GESTÃO APLICADA

Único no mercado português, o Mestrado em Gestão Aplicada é coordenado por José Crespo de Carvalho, Presidente do Iscte Executive Education, e conta com um corpo docente de renome. Indicado para profissionais com experiência mínima de 5 anos, permite um major numa das áreas temáticas Ciências de Dados, Recursos Humanos, Operações, Marketing, Gestão, Finanças e Contabilidade. Prevê ainda a possibilidade de desenvolvimento da dissertação / projeto no tempo total de 1 ano.

PÓS-GRADUAÇÃO EM ANALYTICS FOR BUSINESS

Os dados e a informação são um ativo estratégico das organizações, cuja rentabilização é um imperativo para a gestão. Seja para prevenir riscos ou antecipar oportunidades, o conhecimento e a análise são o catalisador para a transformação e criação de novos modelos de negócio. Com coordenação de Nuno Santos, o programa capacita os participantes para o domínio de instrumentos analíticos, ferramentas de analytics e para uma boa comunicação e interpretação de resultados de soluções analíticas. Prevê ainda a realização de um business case.

PÓS-GRADUAÇÃO EM CONTABILIDADE E FINANÇAS APLICADAS

Coordenado por Isabel Lourenço e Ana Isabel Lopes, este programa permite fortalecer conhecimentos de contabilidade financeira focados no atual SNC e nas IFRS aprovadas pela UE. Integra competências de finanças empresariais e análise de dados, ajudando a desenvolver a capacidade de análise crítica da informação reportada por empresas de qualquer parte do mundo, através da integração de métodos e técnicas para análise de decisões de financiamento e de investimento.

PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREÇÃO COMERCIAL

Pioneiro em Portugal e reconhecido a nível internacional pelo Eduniversal Best Masters Ranking 2018, o programa coordenado por Luís Justino permite aprofundar competências e adquirir uma visão global do desempenho de vendas, através do domínio de métodos e ferramentas de planeamento que possibilitam a otimização da tomada de decisões, fundamentais para a direção e liderança de equipas comerciais. Prevê a realização de um projeto em sales management.

PÓS-GRADUAÇÃO EM GESTÃO FISCAL

Com 20 edições e um imenso reconhecimento e coordenação de Irene Abreu e Paulo Dias e um corpo docente de excelência, esta pós-graduação, abrangente e altamente assente no conhecimento prático e no normativo mais atualizado do sistema fiscal português, garante aos participantes a aplicação de ferramentas práticas, cruciais para a tomada de decisão eficiente nas organizações.

PÓS-GRADUAÇÃO EM GESTÃO E MARKETING DO DESPORTO

Com Pedro Dionísio na coordenação e um corpo docente de especialistas, o programa de Gestão e Marketing do Desporto, reconhecido em 2022 pelo Eduniversal Best Masters Ranking, promove o desenvolvimento de uma visão estratégica, sólida e integrada, com um método de aprendizagem focado na análise de casos reais. Concilia uma sólida formação em marketing com uma especialização em gestão de desporto, focada na realidade do setor.

PÓS-GRADUAÇÃO EM GESTÃO PARA PROFISSIONAIS DE SAÚDE

Tendo em perspetiva as mudanças sociais, tecnológicas e organizacionais que se verificam na atualidade e em particular nas organizações de saúde, os seus líderes e gestores têm responsabilidades acrescidas na gestão e na qualidade de cuidados e serviços prestados aos cidadãos. Coordenado por Generosa do Nascimento, este programa garante uma visão integrada das diversas áreas do domínio da gestão da saúde, elevando as competências para o desempenho de funções de crescente complexidade aos três níveis de gestão: estratégico, operacional e intermédio.

PÓS-GRADUAÇÃO EM MARKETING DIGITAL

Rogério Canhoto e Pedro Dionísio são os coordenadores desta pós-graduação, que tem como objetivo preparar os participantes para a criação de uma estratégia de marketing adequada aos desafios da era digital, através do domínio dos mais recentes conceitos e ferramentas, com uma visão completa e global das melhores práticas. Contempla workshops temáticos, com grandes players do mercado, como por exemplo o LinkedIn.

PÓS-GRADUAÇÃO ONLINE EM CORPORATE FINANCE

Este programa dota os seus participantes da capacidade de implementação de uma análise integrada da gestão de tesouraria, tanto na perspetiva da gestão de riscos de crédito, de taxa de juro e de câmbio, como na otimização de fluxos financeiros. Com coordenação de João Pedro Nunes, este programa explora ainda áreas de inovação financeira ao nível das opções reais e dos derivados financeiros, avaliação de empresas, implementação de estratégias de fusão ou aquisição de empresas.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Hoje nas notícias: ANA, transportes públicos e ferrovia

  • ECO
  • 13 Dezembro 2023

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

ANA lucrou 1.437 milhões de euros entre 2012 e 2023. Queixas contra transportes públicos atingem novo recorde nos primeiros seis meses. Estas são algumas das notícias em destaque nos jornais esta quarta-feira.

ANA pagou em dez anos concessão dos aeroportos que vai durar meio século

Os franceses da Vinci assinaram em 2012 um contrato de concessão com o Estado para assumirem, através da ANA Aeroportos, o controlo de todos os aeroportos portugueses durante 50 anos. O contrato teve um custo de 1.200 milhões de euros, pago em duas prestações. Ora, entre 2013 e 2022, a ANA lucrou 1.437 milhões de euros. Ou seja, os aeroportos já produziram resultados líquidos que permitiram à Vinci amortizar o investimento na íntegra, sendo que a empresa ainda tem 40 anos para poder acumular mais-valias.

Leia a notícia completa em Público (acesso pago).

Queixas contra transportes públicos atingem um novo recorde

As queixas contra transportes públicos registaram um novo recorde nos primeiros seis meses do ano. Em média, registaram-se 86 queixas por dia, mais 41 face ao período homólogo. Os Transportes Metropolitanos de Lisboa e a CP são os principais visados, acumulando, respetivamente, 15.494 e 3.096 reclamações dos utilizadores. As reclamações prendem-se, principalmente, com cancelamentos e supressões de transportes e pedidos de reembolso.

Leia a notícia completa em Jornal de Notícias (acesso pago).

Maior obra ferroviária em 100 anos derrapa 38 milhões

A nova linha entre Évora e Elvas, considerada a maior obra ferroviária construída nos últimos 100 anos em Portugal, já custa mais 38 milhões de euros do que o previsto quando as obras foram adjudicadas, num total de 377 milhões euros. A derrapagem nos custos tem a ver com trabalhos complementares, o regime extraordinário de revisão de preços criado em 2022 e até a reposição do equilíbrio financeiro de contratos, devido à alteração anormal e imprevisível das circunstâncias.

Leia a notícia completa em Jornal de Negócios (acesso pago).

Carneiro diz ter melhores condições para travar a direita

José Luís Carneiro, candidato a secretário-geral do PS, prometeu dialogar com o centro e com a esquerda caso seja escolhido pelo partido para travar as eleições Legislativas, afirmando ter “as melhores condições para impedir a direita de ganhar as eleições”. Numa entrevista à RTP, o ainda ministro da Administração Interna foi questionado sobre o episódio no qual ligou ao presidente da estação pública a respeito de um cartoon sobre racismo na polícia. Carneiro recusou que com o contacto tenha sido uma tentativa de censura, defendendo “a liberdade de expressão”, garantindo que o fez numa tentativa de “desenvolver um diálogo de cooperação institucional” de forma a “tranquilizar a direção e o comando” da GNR e PSP.

Leia a notícia completa no site da RTP (acesso livre).

Instituto dos Registos e Notariado vai terminar 2024 com mais de cinco mil trabalhadores

O secretário de Estado da Justiça revelou que os serviços do Registo vão ser reforçados com a entrada de mais 470 novos trabalhadores até 2024, garantindo assim que o Instituto dos Registos e Notariado (IRN) terminará o próximo ano com mais de cinco mil trabalhadores. Pedro Ferrão Tavares dá ainda conta de investimentos na melhoria do equipamento de trabalho com um envelope do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) para a transformação digital, com 95% do valor previsto já a ser executado.

Leia a notícia completa em Jornal Económico (acesso pago).

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

O dia em direto nos mercados e na economia – 13 de dezembro

  • ECO
  • 13 Dezembro 2023

Ao longo desta quarta-feira, 13 de dezembro, o ECO traz-lhe as principais notícias com impacto nos mercados e nas economias. Acompanhe aqui em direto.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

O princípio do fim. COP28 alcança acordo que visa “transição para o abandono” dos combustíveis fósseis

Tal como o primeiro rascunho, texto final deixa cair o compromisso para um fim gradual dos combustíveis fósseis, substituindo-o por uma "transição para o abandono".

Após uma ronda de negociações pela madrugada dentro, o plenário da cimeira do clima das Nações Unidas (COP28), a cargo dos Emirados Árabes Unidos (EAU), aprovou um acordo histórico que defende um abandono dos combustíveis fósseis para alcançar a neutralidade carbónica até 2050.

O acordo do Balanço Global (Global Stocktake), aprovado no plenário da cimeira por cerca de 200 países, “reconhece a necessidade de reduções profundas, rápidas e sustentadas das emissões de gases com efeito de estufa” e apela a que as partes contribuam para uma “transição para o abandono dos combustíveis fósseis nos sistemas energéticos, de uma forma justa, ordenada e equitativa, acelerando a ação nesta década crítica, de modo a atingir emissões líquidas nulas até 2050, em conformidade com a ciência”.

O acordo é histórico. É a primeira vez que as delegações na COP não só fazem referência aos combustíveis fósseis no texto final, como também defendem uma “transição” para o seu fim, embora não sejam definidos objetivos vinculativos para tal.

Do fundo do meu coração, obrigado. Percorremos junto um longo caminho num curto espaço de tempo. Trabalhámos arduamente para garantir um futuro melhor para o nosso povo e para o nosso planeta. Devemos estar orgulhosos dos nossos feitos históricos. O meu país, os Emirados Árabes Unidos, orgulha-se do papel que desempenhou ao ajudar-vos a avançar”, afirmou esta quarta-feira o presidente árabe da COP, Sultan Al-Jaber, durante a sessão plenária.

Além de pedir por uma “transição” para o fim dos combustíveis fósseis, as delegações mantiveram também a linguagem acordada em cimeiras anteriores, em que se pede às nações que acelerem os esforços “no sentido da eliminação progressiva da energia a carvão“.

Durante toda a noite e madrugada, trabalhámos coletivamente para chegar a um consenso. A presidência ouviu, empenhou-se e orientou-nos. Prometi que iria arregaçar as mangas. Prometi que estaria convosco. Deram um passo em frente, mostraram flexibilidade, puseram o interesse comum à frente do interesse pessoal. Vamos terminar o que começámos. Vamos unir-nos, agir e agora cumprir”, referiu Al-Jaber, após a aprovação do acordo.

 

Presidente da 28º cimeira do clima das Nações Unidas (COP28), Sultan Al Jaber, esta quarta-feira, no discurso em plenário após a aprovação do texto final.EPA/MARTIN DIVISEK

Durante mais de 24 horas, Al-Jaber comprometeu-se em tentar “salvar” uma COP que prometeu ser um “ponto de viragem”, capaz de preservar o objetivo mais ambicioso do Acordo de Paris, adotado há oito anos: limitar o aumento da temperatura global a 1,5°C.

O caminho não parecia promissor, depois de ser dado a público o primeiro rascunho do acordo.

No texto apresentado esta segunda-feira, as delegações internacionais deixaram cair a referência a um “fim gradual” do uso e produção de petróleo, carvão e gás natural, até 2050, e até qualquer menção a combustíveis fósseis, de forma geral, indo contra as exigências de mais de uma centena de países, as Nações Unidas, ambientalistas e ativistas que pediam por uma linguagem mais vinculativa.

Na primeira versão do acordo, as delegações acordaram em reduzir tanto o consumo como a produção de combustíveis fósseis, “de forma justa, ordenada e equitativa”, de modo a atingir a neutralidade carbónica, antes ou por volta de 2050, em conformidade com a ciência. Esta alínea do acordo foi agora substituída por um “transição para o abandono dos combustíveis fósseis nos sistemas energéticos”, até 2050.

O princípio do fim do combustíveis fósseis

Esta é a primeira vez que um acordo final das cimeiras do clima menciona de forma clara o abandono dos combustíveis fósseis para evitar os piores impactos das alterações climáticas, fazendo deste o texto mais difícil que sai desta cimeira do clima. O enviado especial dos Estados Unidos para o clima, John Kerry, agradeceu os esforços conduzidos pela presidência árabe da COP28, no entanto, deixou um alerta: “Devia existir uma linguagem mais clara [no acordo] sobre a necessidade de se atingir um pico” na produção e recurso aos combustíveis fósseis.

Por sua vez, António Guterres, recorreu à rede social X (antigo Twitter) para reagir ao acordo. O presidente das Nações Unidas que tem defendido por um texto que defina um fim gradual do uso de combustíveis fósseis, até 2050, voltou a salientar que a solução, embora não tenha sido alcançada na COP28, é “inevitável”. “Quer gostem ou não, o fim gradual dos combustíveis fósseis é inevitável. Esperemos que não aconteça tarde demais“, comentou.

Teresa Ribera, ministra espanhola da Transição Ecológica e representante dos governos da União Europeia nas negociações, considera que o acordo “tem coisas boas, e coisas más”, mas que permite definir um caminho para limitar o aquecimento global em 1,5 graus Celsius, até 2050, como pede a ciência. “Gostaríamos de ver muito mais ambição, mas este acordo é um ótimo passo em frente“, referiu em declarações aos jornalistas à margem do plenário, esta quarta-feira.

Wopke Hoekstra, comissário europeu para a Ação Climática também representante dos 27 na mesa das delegações, também parabenizou o acordo, admitindo que o texto final da COP28 poderá vir a ser, pela primeira vez, consequente nas próximas décadas.

Pela primeira vez em 30 anos determinamos o início do fim dos combustíveis fosseis. Demos um passo significativo em direção para [limitar o aquecimento global em] 1,5°C. No fim do dia, isso é que importa”, declarou aos jornalistas.

Mas houve quem não aplaudisse o acordo da COP28 de pé, designadamente ativistas, organizações não-governamentais (ONG) ou académicos que estiveram presentes nas negociações durante as últimas duas semanas — e até ficaram “chocados com o facto de ter sido superado tão rapidamente”, segundo relata a repórter da BBC.

“Embora o texto da COP28 desta manhã sinalize apoio claro à ciência, de que não há espaço para combustíveis fósseis no futuro, ele é insuficiente em fornecer a escala justa, clareza e velocidade que realmente precisamos“, realçou Chiara Martinelli, diretora da ONG Rede Europeia de Ação Climática.

Da parte da associação ambientalista Zero, que esteve no Dubai a acompanhar as negociações, a cimeira do clima termina com um “sabor agridoce”, embora também reconheça que o documento aprovado define “a era do fim dos combustíveis fósseis”.

“A linguagem do documento final da COP28 apresenta uma série de lacunas que podem ser usadas a favor de países que ainda não estão alinhados com a ação climática“, alerta a ONG liderada por Francisco Ferreira. Por exemplo, detalha, não são apresentados compromissos, ou iniciativas, para as nações atingirem o pico de emissões até 2025.

“O texto apresenta referências à ciência, mas depois abstém-se de chegar a um acordo para tomar as medidas relevantes, a fim de agir em conformidade com o que o a ciência diz que temos de fazer”, apontam os ambientalistas.

O documento aprovado no plenário da COP28, enumera ainda outras medidas para ajudar a reduzir as emissões de gases com efeito de estufa, como a necessidade de triplicar as energias renováveis e a duplicar a eficiência energética até 2030, a formalização de um fundo de Perdas e Danos e inclui também referências importantes sobre o oceano, onde se reconhece a importância do restauro dos ecossistemas marinhos e das ações de mitigação e adaptação marinhas, reforçando o nexo Oceano-Clima.

(Notícia atualizada pela última vez às 9h34)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Fed vai manter juros e descartar cortes no primeiro semestre

O mercado de trabalho robusto e a descida leve da inflação reforçam a ideia de que, ao contrário do que estão a prever os investidores, ainda não chegou a altura da Fed sinalizar cortes de juros.

A Reserva Federal dos Estados Unidos (Fed) volta, esta quarta-feira, a deixar a taxa de juro de referência no intervalo entre 5,25%-5,50%. Deverá também efetuar alterações ao seu discurso, rever em alta as projeções de crescimento económico, em baixa as estimativas para a inflação e continuar a apontar para um alívio brando da política monetária em 2024.

Quando o banco central anunciar as decisões adotadas na reunião desta tarde, estas são as “quase certezas” esperadas pela generalidade dos investidores, economistas e analistas. Mas também existem muitas incógnitas, sobretudo na forma como vai a Fed reconhecer a evolução benigna da atividade económica e da inflação, sem que a sua mensagem empole ainda mais as expectativas do mercado para o corte de juros em 2024.

É uma tarefa que não se adivinha fácil, tendo em conta que os investidores estão muito agressivos a precificar cortes das Fed Funds no próximo ano, ignorando a mensagem que o banco central tem transmitido de que a política monetária vai permanecer num nível restritivo por um período prolongado (higher for longer).

O alívio substancial da inflação para mínimos de dois anos, acompanhado de dados que evidenciam um abrandamento da economia, motivaram um ajustamento considerável nas expectativas do mercado ao longo do último mês para a evolução dos juros. Uma reação que gerou uma corrida aos ativos de risco, levando as ações em Wall Street para máximos do ano e as yields das obrigações para mínimos de agosto.

Esses desenvolvimentos representam um alívio das condições financeiras e por isso são vistos como desfavoráveis para a Fed, que vai agora tentar corrigir estas expectativas agressivas dos investidores. O mercado de futuros chegou a descontar cortes acumulados de 150 pontos base ao longo de 2024, com a primeira redução a surgir já em março.

O relatório do emprego relativo a novembro, que foi publicado na última sexta-feira (taxa de desemprego baixou para 3,7% e economia criou perto de 200 mil postos de trabalho), fez o mercado recuar na perspetiva mais agressiva de corte de juros. O relatório da inflação, publicado esta terça-feira, reforçou esta tendência. Os preços subiram em novembro face a outubro, levando a inflação homóloga a descer apenas uma décima para 3,1%. A inflação subjacente, que exclui alimentos e energia, estabilizou nos 4%, ainda o dobro da meta da Fed.

Indicadores que dão argumentos à Fed para contrariar as perspetivas dos investidores, reforçando a mensagem de que as taxas de juro não vão descer tão cedo. O banco central tem o objetivo de encaminhar a inflação para os 2% e orquestrar um abrandamento suave da economia, considerando que estabilizar os juros na primeira metade do ano será a melhor forma de atingir este propósito.

Ainda assim, o mercado está agora a precificar pelo menos quatro cortes de juros em 2024, com o primeiro alívio a ser sentido em maio (probabilidade superior a 75%). Entre os economistas as previsões são um pouco mais cautelosas, com o consenso da sondagem da Reuters a apontar para a primeira descida apenas em julho, embora a convicção seja geral de que a Fed não voltará a subir os juros depois de 11 aumentos entre 2022 e julho deste ano, num total de 525 pontos base (5,25 pontos percentuais).

Economistas divididos

Mesmo entre economistas as expectativas são bem díspares, evidenciando a incerteza que persiste para 2024. Apesar de salientar que a descida da inflação “tem sido uma surpresa encorajadora, mesmo tendo em conta as nossas estimativas otimistas”, o Goldman Sachs só vê a Fed a cortar os juros no terceiro trimestre (antes estimava nos últimos três meses de 2024).

O banco de investimento aguarda que a Fed mantenha a projeção de apenas dois cortes de juros no próximo ano, 125 pontos base em 2025 e mais 100 pontos base em 2026. Prevê que a Fed eleve a previsão de crescimento do PIB (1,6% em 2024) e baixe a projeção para a inflação subjacente (2,5% em 2024 e 2,2% em 2025).

A Capital Economics tem uma expectativa que até vai além do que esperam os mercados. Estima a primeira redução já em março, com um alívio total de 175 pontos base no próximo ano. “A Fed pode ainda não estar preparada para abandonar a indicação de aperto da política monetária, mas os mercados já não estão a comprar o mantra de higher for longer“, refere Andrew Hunter, vice economista-chefe da consultora, salientando que “independentemente do que acontecer à procura, a normalização da oferta significa que a inflação está rapidamente a regressar à meta dos 2%”.

O economista reconhece que um corte de juros de quase 2 pontos percentuais fora de uma recessão “não tem precedentes”, mas os responsáveis da Fed “temem que o impacto total do aperto da política monetária ainda não se tenha feito sentir”. Com a inflação a regressar à meta, “pensamos que o foco mudará para o objetivo de evitar uma recessão económica totalmente desnecessária”.

A Capital Economics aguarda que a Fed efetue diversas alterações na linguagem do comunicado que será emitido às 19:00 (hora de Lisboa), deixando cair a indicação de que novas subidas de juros são apropriadas e que a atividade económica continua “forte”. Na mensagem também deixará de constar a constatação de que o aperto das condições financeiras está a contribuir para pressionar a inflação, uma vez que tendência inverteu-se desde a última reunião (ações subiram e yields das obrigações desceram).

O ING tem uma perspetiva semelhante, estimando cortes de 150 pontos base em 2024 e 100 pontos base no ano seguinte. “Existe uma evidência crescente de que o aperto da política monetária e as condições de crédito mais restritivas estão a ter o efeito desejado de pressão na inflação”, mas a “Fed não vai querer ‘aprovar’ os cortes de juros significativos que estão a ser precificados nos mercados até que tenha a confiança de que a pressão nos preços foi anulada”.

Neste contexto, o ING também espera que o Sumário das Projeções Económicas das Fed aponte apenas para dois cortes de juros em 2024. “Pensamos que a Fed vai adotar uma posição mais branda, mas apenas no primeiro trimestre do próximo ano”, refere o ING.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.