Marcelo espera “solução equilibrada” sobre tempo de serviço dos professores. Senão tem de “devolver diploma ao Governo”, avisa

O Chefe de Estado espera que o "Governo dê passos no sentido" de se encontrar "uma solução que permita iniciar o próximo ano letivo num clima mais sereno"

O Presidente da República diz que está a aguardar que o diploma, que visa corrigir as assimetrias decorrentes dos dois períodos de congelamento da carreira dos professores, chegue ao Palácio de Belém, mas espera que seja encontrada uma “solução equilibrada”, de modo a que o próximo ano letivo seja “mais sereno”. “Se é uma solução que não é equilibrada tenho de devolver diploma ao Governo”, avisa Marcelo Rebelo de Sousa.

“Os jovens, os pais, outros encarregados de educação, funcionários e professores, nesta altura o que querem é que depois destes anos letivos que vivemos, se chegue ao fim deste ano letivo e se chegue a uma solução de paz para que o próximo ano letivo possa ser preparado e possa começar de uma forma que corresponda às expectativas de todos”, afirmou o Chefe de Estado, em declarações transmitidas pelas RTP3, a partir de Londres.

Para tal, Marcelo Rebelo de Sousa defende que é preciso “ter a questão dos professores” resolvida, instando, deste modo, a encontrar-se uma “solução equilibrada para todas as partes”. Nesse sentido, o Presidente da República adianta que está à espera que chegue o diploma relativo à recuperação do tempo de serviço dos professores, que foi aprovado a 18 de maio pelo Executivo sem ter tido a “bênção” dos sindicatos, e que vai ouvir os sindicatos para decidir se promulga ou não o diploma.

O Chefe de Estado espera que o “Governo dê passos no sentido” de se encontrar “uma solução que permita iniciar o próximo ano letivo num clima mais sereno”. Mas deixa o aviso: “Se é uma solução que não é equilibrada tenho de devolver diploma ao Governo”, atira.

Quanto às greves convocadas aos exames e avaliações nacionais, o Presidente da República relembra que este é um “momento decisivo” e com um “certo stress psicológico” dos alunos, pelo que pede um “esforço de todos” para que tudo corra “sem prejuízo” para os educandos.

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Ferries entre Setúbal e Troia continuam suspensos

  • Lusa
  • 14 Junho 2023

Na madrugada da passada segunda-feira ocorreu uma avaria num cilindro hidráulico, de que resultaram danos na rampa de acesso aos ferries e que impedem o normal funcionamento da infraestrutura.

As carreiras dos ferries que asseguram as ligações entre Setúbal e Troia “continuam suspensas” devido à avaria que ocorreu no cais de embarque das Fontaínhas, não sendo ainda possível prever quando será retomada a operação, indicou a Atlantic Ferries.

Em comunicado, a Atlantic Ferries, concessionária do transporte fluvial entre as duas margens do rio Sado, adianta que na madrugada de segunda-feira ocorreu uma avaria num cilindro hidráulico, de que resultaram danos na rampa de acesso aos ferries e que impedem o normal funcionamento da infraestrutura e de toda a operação de transporte de viaturas entre Setúbal e Troia.

A empresa garante que promoveu as diligências necessárias para resolver o problema, mas salienta que se trata de uma operação que envolve meios pesados e que não é possível adiantar uma data para a conclusão dos trabalhos que já estão em curso.

A reparação em causa envolve meios pesados e intervenientes diversos, num contexto (marítimo) que acarreta dificuldades acrescidas, não sendo ainda possível prever com exatidão quando poderá ser retomada a operação”, justifica a Atlantic Ferries na nota, prometendo averiguar a origem da avaria.

Ainda segundo a empresa, a avaria foi “uma situação imprevisível, não obstante a manutenção preventiva a que estes equipamentos são sujeitos, pelo que conforme procedimento em vigor será alvo de investigação e tratamento”. O transporte de passageiros entre Troia e Setúbal continua a ser assegurado normalmente por ‘catamarans’, que utilizam outro cais de embarque, perto do jardim da Beira-Mar, em Setúbal.

A Atlantic Ferries assegura também o transporte de passageiros entre o cais dos ferries (de Troia) e a marina de Troia através de um transfer de autocarro.

Enquanto não forem retomadas as ligações dos ferries, os automobilistas que pretendam deslocar-se com as viaturas de Setúbal para Troia, ou no sentido contrário, terão de fazer a travessia do Sado pelas pontes rodoviárias em Alcácer do Sal, o que implica um percurso acrescido de muitas dezenas de quilómetros.

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Iberis Capital contrata Paulo Faria para liderar tecnológica de Matosinhos

Participada em 60% pela private equity, que investiu 3,5 milhões através do fundo Bluetech I, a Infos fornece soluções de software, infraestruturas tecnológicas e serviços de consultoria para PME.

Com mais de três décadas de experiência em cargos de gestão no setor tecnológico, com passagem por empresas como a IBM, a Alert ou a Critical Software ou a Decskill, além de ter sido cofundador da Porto Tech Hub, Paulo Faria foi a escolha da Iberis Capital para assumir a presidência executiva da Infos.

Paulo Faria, CEO da INFOS

Fundada em 1990, sediada em Matosinhos e com presença em vários países europeus, em Marrocos e Angola, a Infos fornece soluções de software, infraestruturas tecnológicas e serviços de consultoria para PME, focadas nos setores do têxtil, vestuário, calçado, retalho, distribuição e dos produtos industriais. É participada em 60% pela private equity, que investiu 3,5 milhões de euros na empresa através do fundo Bluetech I.

Em comunicado, a gestora de fundos de private equity e venture capital destaca que, sob a liderança de Paulo Faria, o plano estratégico da Infos para o triénio 2023-2025 propõe “iniciar um novo ciclo de crescimento alavancado na consolidação da liderança nos setores em que a empresa já opera e na expansão para novos setores de atividade económica e geografias, através de potenciais aquisições que promovam sinergias e o aumento da carteira de clientes”.

Luís Quaresma, cofundador e partner da Iberis Capital, fundada em 2017 e baseada em Lisboa, fala num “marco importante para o futuro” da empresa. “A profunda experiência do Paulo Faria na área do software e tecnologias de informação em diversos setores de atividade será fundamental para alavancar o crescimento da Infos para que possamos oferecer soluções cada vez mais eficientes e inovadoras aos nossos clientes”, salienta o gestor.

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Governo trabalha com municípios para resolver problema da habitação

  • Lusa
  • 14 Junho 2023

Ministra da Habitação disse que o 1º direito "não depende do PRR" e que é um programa de ajuda aos municípios de financiamento e também cofinanciamento para responder às necessidades habitacionais".

A ministra da Habitação, Marina Gonçalves, assegurou esta quarta-feira em Loulé, no Algarve, que o Governo está a trabalhar com todos os municípios do país para resolver os problemas de falta de habitação.

Nós temos todos os municípios a trabalhar no mesmo sentido e isso é muito importante. Aquilo que na verdade nós estamos a fazer diferente face ao passado é ter o Estado, [através de] o IHRU [Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana] com um programa estrutural que é o 1.º Direito“, disse Marina Gonçalves.

A ministra da Habitação explicou que este programa “não depende do PRR [Plano de Recuperação e Resiliência], mas que é um programa de ajuda aos municípios de financiamento e também cofinanciamento para responder às necessidades habitacionais, seja das famílias menores rendimentos, seja da classe média”.

A responsável tinha assistido pouco antes à assinatura do auto de consignação de 64 fogos de habitação no Loteamento da Clona, perto da Mina de Salgema, projeto integrado na Estratégia Local de Habitação de Loulé. “Começámos a trabalhar há alguns anos e os frutos desse trabalho começam a aparecer”, realçou, por seu lado, o presidente da Câmara de Loulé, Vítor Aleixo.

A Câmara de Loulé pretende apoiar 1.400 agregados familiares no acesso à habitação até 2030 através da construção de novos fogos e reabilitação de outros, parte dos quais ao abrigo de um acordo assinado em 2020 com o Governo. Do total de agregados que o município estima apoiar durante esta década estão já previstas soluções para 320 agregados familiares elegíveis e 100 enquanto beneficiários diretos, num total de 420 agregados, ao abrigo do acordo entre o IHRU e o município.

O investimento total previsto é de 43,7 milhões de euros: o IHRU comparticipa 15,4 milhões de euros, está previsto um empréstimo bonificado de 25,5 milhões de euros, sendo os restantes 2,7 milhões financiados pela autarquia. Entre os projetos previstos está a aquisição de oito lotes de terreno na cidade de Loulé para a construção de 128 fogos para arrendamento apoiado e acessível e, ainda, a aquisição de imóveis no centro histórico para reabilitação.

Na freguesia de Almancil está programado o desenvolvimento de 21 fogos em lotes de propriedade do município e, na freguesia de Quarteira, decorrem ações de prospeção e reuniões com proprietários para a aquisição de terrenos, adiantou. O plano local de habitação prevê ainda a reabilitação do Bairro Municipal Frederico Ulrich, composto por 48 fogos e um projeto de moradias unifamiliares em Salir, entre outros.

A ministra da Habitação tinha visitado durante a manhã o concelho de Olhão, também no distrito de Faro, onde se inteirou do estado dos projetos que vão permitir a cerca de 360 famílias da cidade o acesso a uma habitação condigna até 2026.

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Pela primeira vez em 15 meses a Fed não mexe nas taxas de juro

É a primeira vez desde março de 2022 que a Reserva Federal norte-americana não aumenta a taxa de juro. Porém, Jerome Powell revela que até ao final do ano poderá ainda haver novas subidas.

A Reserva Federal norte-americana (Fed) foi ao encontro do que era esperado pelo mercado e decidiu fazer uma pausa no ciclo de subidas das taxas de juro. Após 15 meses de sucessivos de subidas do preço do dólar, o banco central dos EUA liderado por Jerome Powell manteve a Fed Funds inalterada no intervalo 5%-5,25%.

“A manutenção do intervalo de objetivo estável nesta reunião permite ao Comité avaliar informações adicionais e as suas implicações para a política monetária”, refere o regulador norte-americano.

A decisão entre os membros do Comité de Política Monetária da Fed (FOMC) para manter a taxa de juro inalterada foi unânime, de acordo com o comunicado da Fed. No entanto, dois membros indicaram que não preveem aumentos este ano, enquanto quatro antecipam uma subida e nove, ou seja, metade do comité de governadores preveem a ocorrência de mais duas subidas.

Jerome Powell destacou que “pode fazer sentido que as taxas ainda possam subir, mas a um ritmo mais moderado”, tudo com o intuito de controlar a inflação.

“É provável que se verifiquem novos aumentos das taxas este ano”, referiu Jerome Powell na sua intervenção na conferência de imprensa, após a divulgação da decisão da Fed, salientado que estão “fortemente empenhados em alcançar uma inflação de 2%” e que esse objetivo “ainda está longe de ser alcançado.”

Além disso, Powell destacou que “pode fazer sentido que as taxas possam subir, mas a um ritmo mais moderado”, tudo com o intuito de controlar a inflação. Segundo o presidente da Fed, “se não mantivermos uma estabilidade dos preços não conseguiremos garantir uma estabilidade do mercado de trabalho.

Todavia, Powell, em conferência de imprensa, sublinhou que nada foi decidido em relação à reunião de julho e que a FOMC irá “continuar a toma decisões reunião a reunião.”

A expectativa de novas subidas é também refletida nas previsões dos analistas. Segundo a ferramenta FedWatch do CME Group, 63% dos analistas consideram que na próxima reunião do FOMC, que será realizada a 25 e 26 de julho, haverá lugar a um aumento de 25 pontos base e apenas 34% dos especialistas considera que, na reunião de julho, a Fed voltará a manter a taxa inalterada.

O discurso da Fed também vai no sentido de que ainda é muito cedo para cortes na taxa de juro no final deste ano ou mesmo no início de 2024, como muitos analistas antecipavam. “Indicadores recentes sugerem que a atividade económica continuou a expandir-se a um ritmo modesto”, salienta a Fed, sublinhando ainda que “os ganhos do mercado de emprego têm sido robustos nos últimos meses e a taxa de desemprego tem-se mantido baixa”, mas ressalva que “a inflação mantém-se elevada.”

Além disso, o comunicado da Fed nota que continuará a reduzir o seu balanço, nomeadamente de títulos do Tesouro e de títulos de dívida de agências e de títulos hipotecários de agências, tal como descrito nos seus planos anteriormente anunciados. “O Comité está fortemente empenhado em fazer regressar a inflação ao seu objetivo de 2%”, destaca o FOMC no comunicado.

Apesar de continuar a situar-se no intervalo mais elevado desde setembro de 2007, foi a primeira vez que o FOMC manteve inalterada a taxa de juro desde que iniciou uma política monetária restritiva em março de 2022, marcado por subidas constantes da taxa de juro, que elevou a taxa de 0,25% para os atuais 5,25%.

O comunicado da Fed nota ainda que “o sistema bancário dos EUA é sólido e resistente”. No entanto, Powell sublinha que “não sabemos a extensão total das consequências da turbulência do sistema bancário”, que resultou no resgate do Signature Bank e do Silicon Valley Bank em março.

A cerca de 30 minutos de ser conhecida a decisão da Fed, o dólar estava a desvalorizar 0,6% contra um cabaz de moedas (dollar index), enquanto o índice acionista S&P 500 estava a valorizar 0,10% e o tecnológico Nasdaq subia 0,13%.

No entanto, após ser conhecida a decisão da Fed, Wall Street pintou-se de vermelho, com os principais índices a contabilizarem perdas, com destaque para a queda de 0,6% do Nasdaq e do S&P 500 e para a desvalorização de 1,2% do Dow.

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Efeitos dos fogos do Canadá devem chegar a Portugal a partir de domingo

  • Lusa
  • 14 Junho 2023

O IPMA refere que "as concentrações destes poluentes são inferiores aos limites legais estabelecidos e, por isso, não deverão representar qualquer ameaça para a saúde humana".

Os gases e as partículas emitidos pelos incêndios florestais do Canadá devem chegar à Península Ibérica a partir de domingo, mas sem qualquer ameaça para a saúde humana, indicou esta quarta-feira o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

Num comunicado sobre os incêndios no Canadá e os efeitos em Portugal, o IPMA dá conta de que os fogos florestais, que há semanas assolam o Canadá, têm emitido para atmosfera “quantidades significativas de gases e partículas que são transportados e dispersos pelos ventos”.

Segundo o IPMA, uma circulação ciclónica, associada a uma depressão centrada a noroeste dos Açores, terá promovido o transporte a larga escala destes poluentes, principalmente monóxido de carbono, ao longo do Atlântico Norte, que chegaram à região dos Açores na passada terça-feira.

No entanto, refere que “as concentrações destes poluentes são inferiores aos limites legais estabelecidos e, por isso, não deverão representar qualquer ameaça para a saúde humana”. O IPMA avança que estes poluentes vão continuar a ser transportados e devem chegar à Península Ibérica a partir de domingo, mas em concentrações menores que nos Açores.

O IPMA recorda ainda que, na semana passada, o Instituto Norueguês de Investigação Ambiental e do Clima confirmou a presença de partículas com origem nos incêndios do Canada em amostras de ar recolhidas no Observatório de Birkenes, a Sul da Noruega.

Portugal enviou hoje para o Canadá uma força conjunta composta por 140 operacionais para ajudar a combater os incêndios florestais, que vai intervir na província do Québec. Milhares de bombeiros de vários países do mundo combatiam hoje os 458 fogos ativos no Canadá, sendo a região mais afetada a província do Québec.

Desde o início do ano, considerado inédito em matéria de incêndios florestais, já arderam mais de 4,6 milhões de hectares no Canadá.

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Capital de risco ActiveCap investe em fábrica de vidro em Cantanhede

Após investir no papel da Firmo, nos suplementos desportivos da Zumub ou nos capacetes da Nexxpro, ActiveCap entra no capital da transformadora de vidro Cristalmax, fundada em 1994 por Máximo Silva.

A ActiveCap – Capital Partners, liderada por Pedro Correia da Silva, João Ferreira Marques e Francisco Martins, decidiu avançar para a compra de uma participação minoritária na Cristalmax, uma empresa industrial fundada em dezembro de 1994 e sediada em Murtede, no concelho de Cantanhede, especializada na transformação e comercialização de vidro plano.

A sociedade gestora do Fundo ActiveCap I – Portuguese Growth Fund (PGF) já notificou a Autoridade da Concorrência da aquisição de “participações representativas de capital social e de direitos de voto” da sociedade Cristalmax – Indústria de Vidros, S.A. e da sua participada em França.

Caso seja aprovada pela entidade agora liderada por Nuno Cunha Rodrigues, esta operação confere o controlo conjunto da empresa do distrito de Coimbra à capital de risco – já investiu na empresa de material de escritório Firmo e Staples, na empresa de suplementos desportivos Zumub ou na Nexxpro (capacetes para motociclismo) – e à holding Maxtrends, que tem como único ativo a Cristalmax.

Em comunicado, a Cristalmax e a ActiveCap falam numa “parceria para o investimento na capacidade produtiva e no crescimento da fábrica”, em contrapartida de uma participação minoritária, com a capital de risco a ajudar no “desenvolvimento e crescimento” da empresa. Máximo Silva (fundador) e Ana Margarida Silva mantêm-se como principais acionistas.

A experiência industrial extensa dos acionistas maioritários no setor vidreiro, assim como a capacidade de inovação da empresa, também foram decisivos. Aliado a isto, há um elevado potencial de crescimento, num setor que é bastante dinâmico.

Francisco Martins

Partner da ActiveCap

“Este é um investimento que resulta do posicionamento e do reconhecimento do valor acrescentado que a Cristalmax tem no setor. A experiência industrial extensa dos acionistas maioritários no setor vidreiro, assim como a capacidade de inovação da empresa, também foram decisivos. Aliado a isto, há um elevado potencial de crescimento, num setor que é bastante dinâmico”, explica Francisco Martins, partner da ActiveCap.

Constituída pelo empresário Máximo Silva há 28 anos na Zona Industrial de Murtede, onde desenvolve atividade na área da transformação, comercialização e aplicação de vidro em obra, além da filial em França, a Cristalmax exporta vidro para mais de 25 países, entre os quais Espanha, Reino Unido, Suíça, Bélgica, Brasil, Canadá, EUA, Marrocos, Angola, Moçambique, Cabo Verde ou Senegal.

“Temos uma visão e uma ambição clara para a Cristalmax: crescimento sustentado e criação de valor, alicerçado nos quase 29 anos de experiência no setor. Esta parceria vai ajudar-nos no fortalecimento da nossa posição e ambição industrial, nacional e internacional, através de investimento em equipamentos produtivos, reforço da atividade de Investigação e Desenvolvimento e aumento da capacidade produtiva com produtos e serviços diferenciadores no mercado”, contextualiza Máximo Silva, acionista principal.

A ActiveCap foi a capital de risco com melhor classificação no programa Consolidar, entre as 14 escolhidas pelo Banco Português de Fomento para gerirem os 500 milhões de euros deste programa. Vai receber 47 milhões de euros do Fundo de Capitalização e Resiliência (FdCR), a que juntará, no mínimo, 20,14 milhões em capital privado.

(Notícia atualizada a 16 de junho com comunicado da ActiveCap)

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Bolt e Raditáxis do Porto unidos em plataforma a partir de 1 de julho

  • Lusa
  • 14 Junho 2023

O responsável da TVDE da Bolt em Portugal explicou que a iniciativa surge no seguimento da parceria operada na ilha da Madeira, com a Táxis RAM.

A partir de 1 de julho a plataforma Bolt e a Raditáxis do Porto trabalharão em parceria, num projeto-piloto de seis meses, para melhorar a resposta aos pedidos de mobilidade no Porto, revelou à Lusa Nuno Inácio, daquela aplicação. O responsável da TVDE [Transporte em veículo descaracterizado] da Bolt em Portugal explicou que a iniciativa surge no seguimento da parceria operada na ilha da Madeira, com a Táxis RAM.

“Achamos que é um bom passo não só para a indústria do táxi como para a indústria da mobilidade nas cidades podermos englobar na mesma plataforma TVDE e táxis”, defendeu Nuno Inácio, falando de uma parceria em que coube à Bolt “o primeiro passo”. O projeto-piloto de “seis meses” pretende conceder a “oportunidade aos associados da Raditáxis do Porto de poderem experimentar a plataforma e ver quais são os seus benefícios”, explicou.

Na prática, a partir de julho, relatou Nuno Inácio, “o cliente entra na plataforma, faz o pedido, coloca o destino de recolha e o destino final e depois pode escolher entre as várias categorias de táxis”, que nesta fase inicial serão três: normal, que replicará o preço do taxímetro normal, light que faz a réplica dos preços na Bolt e uma última categoria, para veículos maiores, os táxis XL, que será uma réplica do taxímetro”.

“No ato, o cliente poderá escolher um TVDE ou um táxi”, acrescentou, manifestando-se convencido de que se trata de situação em que “todos ganham”. Até 1 de julho, os taxistas poderão inscrever-se na plataforma, sendo o sucesso da parceria “avaliado em janeiro de 2024”, indicou o responsável da Bolt, convicto não só de que “terá bons resultados” como “poderá ser o primeiro passo para avançar para outras cidades do país”.

Agostinho Seixas, presidente da Raditáxis do Porto, classificou à Lusa o negócio como um “passo disruptivo, pois as próprias cidades estão a crescer e a registar necessidades também elas disruptivas”.

“Seja no Porto ou em Lisboa, são duas cidades em que nada se assemelha ao que se viveu na altura dos protestos [contra a entrada em vigor das plataformas TVDE que ocorreram entre 2015 e 2018], principalmente a nível da mobilidade”, defendeu, enfatizando que “esta é uma necessidade que se apresenta como natural” no que se pensa que “seja essencial para a mobilidade do Porto”.

Afirmando-se, por isso, convicto “numa transição pacífica” dos taxistas da sua associação, “como foram todas as transições ocorridas no setor do táxi”, o dirigente da associação espera ver “envolvidos os 425 táxis do contingente da Raditáxis do Porto”.

“Cada um decide por si. Nós preocupamo-nos em defender algumas condições especiais como já tinha sido feito na Madeira, conseguindo para os nossos cooperantes vantagens competitivas que de outra maneira (…) não conseguiriam ter da parte do Bolt”, assinalou Agostinho Seixas.

Questionado se a opção pela plataforma digital vai mandar para o desemprego quem trabalha nas centrais telefónicas, o dirigente respondeu que “não obrigatoriamente”, argumentando depois que “as mudanças legislativas obrigam as centrais de menor expressão a transitar para o digital, socorrendo-se de centrais maiores”.

Claramente irá haver um número de pedidos de táxis a passar por esta via tecnológica, ou seja, haverá um crescendo de chamadas em resposta a pequenas realidades, mais isoladas, e sem capacidade para funcionar 24 horas por dia e 365 dias por ano”, acrescentou. Paulo Pereira, presidente da Táxis RAM Madeira, descreveu à Lusa o projeto-piloto de dois meses operado na região autónoma já este ano, assegurando que se “for feito da mesma forma (…) será um sucesso”.

“De dia para dia as coisas funcionam cada vez melhor e as pessoas estão cada vez mais confiantes na aplicação. Hoje em dia, na Madeira, as pessoas estão mais viradas para o táxi Bolt, mais mesmo do que para os carros descaracterizados”, contou. Paulo Pereira revelou ainda que o contingente atual “é de 50 táxis Bolt” e que esperam “pela revisão da legislação regional, em 2024, para o poder aumentar”.

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Bancos portugueses têm de devolver sete mil milhões ao BCE este mês

Banca da Zona Euro enfrenta teste de resistência: terá de devolver quase 500 mil milhões de euros ao banco central. Analistas apontam maior pressão nos bancos italianos e gregos.

A banca da Zona Euro enfrenta este mês um teste importante à sua resiliência. Terá de devolver de uma assentada cerca de 500 mil milhões de euros em empréstimos baratos que pediram ao Banco Central Europeu (BCE) durante a pandemia. Sete mil milhões dizem respeito a bancos portugueses, de acordo com as informações recolhidas pelo ECO. Mas são os bancos italianos e gregos que estão mais pressionados, segundo os analistas.

Em causa estão as chamadas operações de refinanciamento de prazo alargado direcionadas (TLTRO, na sigla em inglês), um programa que o banco central lançou em 2014 para conceder liquidez aos bancos.

Na pandemia, com medo de um choque de crédito, o BCE tornou estes empréstimos ainda mais baratos para que os bancos pudessem manter condições de financiamento bancário favoráveis junto das famílias e empresas.

Três anos depois, uma grande fatia destas operações vence agora, levantando preocupações em relação ao impacto que os reembolsos de larga escala poderão ter junto de quem procura crédito bancário. São cerca de 500 mil milhões de euros, segundo a agência Bloomberg (acesso pago, conteúdo em inglês). Um reembolso que vai testar o sistema financeiro, ainda que disponham de um excesso de liquidez de cerca de quatro biliões de euros.

Para os analistas citados pela agência financeira americana, os maiores receios estão relacionados com os bancos italianos, seguidos dos gregos.

No caso de Itália, os empréstimos ainda pendentes do TLTRO superam o excesso de dinheiro que os bancos parquearam junto do BCE, o que significa que algumas instituições terão de levantar fundos de outro lado para reembolsarem o banco central.

Ao todo, 476,8 mil milhões de euros em operações TLTRO expiram no dia 28 de junho e alguns países deverão sentir um maior aperto. “Em Itália ou Grécia, os agregados são claros”, referiu Reinhard Cluse, economista do UBS, citado pela Bloomberg. “Mas mesmo noutros países poderá haver bancos que pediram mais empréstimos do que o seu excesso de reservas no BCE”, indicou.

As estimativas da Natwest Markets apontam que os bancos italianos poderão ter de levantar 35 mil milhões de euros em 2023 e outros 75 mil milhões para se prepararem para mais reembolsos dos empréstimos TLTRO no próximo ano. “Algumas instituições, sobretudo os bancos mais pequenos, poderão ficar sem liquidez a curto prazo”, frisaram os analistas da Natwest Markets.

Por cá, os bancos portugueses já fizeram grande parte do “desmame” das TLTRO no ano passado, quando devolveram 26 mil milhões (incluindo reembolsos antecipados) depois de o BCE ter agravado as condições destas operações na sequência da subida das taxas de juro. Mas ainda tinham uma exposição de cerca de 12 mil milhões, sendo que mais de sete mil milhões vencem agora. Um dos bancos que terá de devolver é o Novobanco, como já sinalizou o CEO Mark Bourke.

Para os bancos mais pressionados, as alternativas poderão passar pelo mercado de recompra, em que as instituições emprestam entre si com base em operações de recompra de títulos, pela emissão de obrigações ou pelo encaixe de dinheiro com os títulos de dívida da sua carteira que vencerem entretanto.

Os analistas citados pela Bloomberg duvidam que o BCE venha a introduzir uma nova facilidade para os bancos, mesmo para aqueles que tenham maior dificuldade em financiar-se nos mercados. A maioria dos economistas sondados pela agência não espera que o banco central ofereça novos financiamentos de longo prazo após o fim das TLTRO.

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André Xavier assume direção de marketing da United Investments Portugal

  • + M
  • 14 Junho 2023

Pine Cliffs Resort, Sheraton Cascais Resort, YOTEL Porto, Hyatt Regency Lisboa, Serenity e Active by Serenit são as marcas agora geridas por André Xavier.

André Xavier é o novo diretor de marketing da United Investments Portugal. O profissional tem a seu cargo o desenvolvimento e implementação da estratégia de marketing e comunicação de todo o grupo, que tem marcas como o Pine Cliffs Resort, Sheraton Cascais Resort, YOTEL Porto, Hyatt Regency Lisboa, as marcas de bem-estar de luxo Serenity e Active by Serenity e ainda a Quinta Marques Gomes, em Vila Nova de Gaia, ainda por abrir.

Este será um enorme desafio profissional não só pela atual dimensão do grupo mas também pelos novos projetos que estão em curso. A UIP é um grupo de excelência, reconhecido tanto a nível nacional como internacional, pelo que não podia estar mais entusiasmado com este enorme desafio”, refere André Xavier, citado em comunicado.

Com cerca de 10 anos de experiência em marketing, o profissional transitou da Plateform, grupo português de restauração multimarca responsável pela criação de conceitos gastronómicos, no qual ingressou em 2019. Nos oito anos anteriores integrou o grupo Multifood, onde, desde 2014, era diretor de marketing. Iniciou o percurso profissional na Zon Multimédia.

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Consultora que assessorou Neeleman recebeu 16 milhões da TAP, revela PCP

O PCP revelou na comissão parlamentar de inquérito que a companhia aérea pagou 40 milhões de euros à BCG e à Seabury desde 2015. Esta última foi também assessora de David Neeleman na privatização.

A TAP pagou 16 milhões de euros em consultoria à norte-americana Seabury, que segundo o PCP assessorou David Neeleman na compra de 61% do capital da TAP em novembro de 2015. A revelação foi feita esta quarta-feira pelo deputado Bruno Dias na audição de Hugo Mendes, ex-secretário de Estado das Infraestruturas, na comissão parlamentar de inquérito (CPI) à TAP.

A Seabury Capital, um banco de investimento com sede em Nova Iorque, assessorou David Neeleman na reprivatização da TAP em 2016, em que foi vendido 61% do capital à Atlantic Gateway (de Neeleman e Humberto Pedrosa), segundo revelou Bruno Dias, do PCP. Nos anos seguintes, a transportadora pagaria 16 milhões à mesma Seabury por serviços de consultoria.

O senhor Neeleman fez-nos pagar as assessorias ao negócio de compra da TAP. Tinha nota desta informação?”, perguntou o deputado a Hugo Mendes. O ex-secretário de Estado disse desconhecer, mas assinalou que “é uma prática comum em todas as grandes empresas e em particular nas grandes empresas de aviação em processos densos e complicados, que podem exigir reserva dentro da empresa, a contratação de empresas externas”.

A Seabury também trabalhou com Neeleman na companhia aérea brasileira Azul, de que o empresário americano era acionista. Em 2016, o banco de investimento assessorou a Azul num investimento de 450 milhões da chinesa HNA, que mais tarde entraria também para o capital da Atlantic Gateway, ficando com uma participação indireta da TAP.

“É um total de mais de 16 milhões pagos à consultora do senhor Neeleman”, afirmou Bruno Dias. Juntando os montantes pagos ao Boston Consulting Group, as somas pagas a consultoras chegam aos 40 milhões de euros, disse.

O deputado do PCP anunciou a entrega de um requerimento à TAP para envio de documentação, faturação e correspondência de David Neeleman sobre serviços prestados pela Seabury no processo de reprivatização.

Hugo Santos Mendes foi secretário de Estado das Infraestruturas de Pedro Nuno Santos entre 30 de março de 2022 e 4 de janeiro de 2023. No Executivo anterior, tinha sido Secretário de Estado Adjunto e das Comunicações, também com o ministro das Infraestruturas e Habitação, de quem foi chefe de gabinete entre 2019 e 2020. Licenciado em Sociologia e mestre em Políticas Públicas pelo ISCTE, começou a trabalhar em governos socialistas em 2006, como assessor da Ministra da Educação.

A audição do antigo braço direito de Pedro Nuno Santos é a primeira de uma série de audições de peso esta semana, as últimas da CPI. Amanhã será a vez do antigo ministro das Infraestruturas e na sexta-feira do ministro das Finanças, Fernando Medina.

A comissão parlamentar de inquérito para “avaliar o exercício da tutela política da gestão da TAP” foi proposta pelo Bloco de Esquerda e aprovada pelo Parlamento no início de fevereiro com as abstenções de PS e PCP e o voto a favor dos restantes partidos. Nasceu da polémica sobre a indemnização de 500 mil euros paga a Alexandra Reis para deixar a administração executiva da TAP em fevereiro de 2022, mas vai recuar até à privatização da companhia em 2015. Tomou posse a 22 de fevereiro, estando a votação do relatório final prevista para 13 de julho.

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Alemanha liberta primeiros fundos para adquirir escudo de defesa antimíssil israelita

  • Lusa
  • 14 Junho 2023

O sistema antimíssil Arrow 3, com um custo total de 3.990 milhões de euros, está equipado com radares, lançadores e mísseis guiados capazes de destruir alvos fora da atmosfera.

O Parlamento alemão aprovou esta quarta-feira uma primeira tranche de financiamento para a Alemanha comprar um sistema de proteção antimíssil israelita, no âmbito do programa de rearmamento após a invasão da Ucrânia, indicaram fontes parlamentares. O sistema antimíssil Arrow 3, com um custo total de 3.990 milhões de euros, está equipado com radares, lançadores e mísseis guiados capazes de destruir alvos fora da atmosfera.

Segundo a agência noticiosa France-Presse (AFP), a comissão do orçamento da câmara de deputados alemã desbloqueou os primeiros 560 milhões de euros para um acordo pré-contratual com Israel. “[O governo alemão] tem a intenção de concretizar o mais rápido possível a capacidade nacional de defesa territorial contra os mísseis com a aquisição prevista do sistema militar Arrow”, sublinhou terça-feira o Ministério das Finanças alemão, num documento destinado à comissão orçamental.

O sistema militar israelita deverá “contribuir para a proteção da Alemanha, da população e das infraestruturas críticas contra os mísseis balísticos”, justifica o mesmo documento. O Arrow 3 é utilizado nas bases aéreas israelitas desde 2017 e foi concebido para se defender contra mísseis de longo alcance, permitindo a Israel proteger-se contra ataques do Irão ou da Síria.

O sistema é capaz de intercetar mísseis balísticos acima da atmosfera, disparados a uma distância de até 2.400 quilómetros e é considerado “suficientemente eficaz” para proteger também os países vizinhos da União Europeia (UE), caso fosse instalado na Alemanha. Os mísseis Arrow têm um alcance muito maior do que o sistema de defesa aérea Patriot e o sistema IRIS-T utilizados na Alemanha até à data.

O acordo governamental com Israel deverá concretizar-se até ao final de 2023, indicou o Ministério das Finanças alemão, recordando que a construtora norte-americana Boeing participou com a empresa Israel Aerospace Industries (IAI) na criação deste sistema de armamento.

O custo total do sistema, que será entregue até ao fim de 2025, é de 3.990 milhões de euros ao preço atual. Após décadas de subinvestimento na área da defesa, a Alemanha, através do chanceler social-democrata, Olaf Scholz, anunciou uma mudança de posição, prometendo desbloquear um investimento de 100.000 milhões de euros para o efeito.

A comissão orçamental aprovou igualmente a aquisição de seis sistemas adicionais de defesa aérea Iris T SLM, de fabrico alemão, no valor de cerca de 950 milhões de euros. O Arrow 3 complementará o atual sistema de defesa antimíssil da Alemanha. O sistema poderá dar um contributo decisivo para o projeto “Escudo do Céu Europeu”.

A iniciativa de Olaf Scholz de criar um sistema europeu de defesa aérea e antimísseis através da aquisição conjunta de equipamento e mísseis já reuniu vários países do continente, mas não a França nem a Polónia.

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