Maioria não quer Galamba, nem eleições. Mas PSD já lidera sondagens

  • ECO
  • 2 Junho 2023

A direita amealha um total de 46,2% das intenções de voto dos portugueses (34,4% sem o Chega), enquanto a esquerda conta atualmente com 41,3%, pelo que a direita não conseguiria a maioria sem o Chega.

A primeira sondagem ICS/ISCTE para o Expresso e a SIC revela que a maioria dos portugueses acha que António Costa “fez mal” em não ter aceitado a demissão de João Galamba e que Marcelo Rebelo de Sousa “fez bem” em não derrubar o Governo. Mas, apesar de a maioria dos portugueses não desejar eleições, o PSD lidera pela primeira vez as sondagens de acordo com o barómetro da Intercampus para o Correio Correio da Manhã e Jornal de Negócios. Uma liderança conseguida não pelo crescimento nas intenções de voto, mas devido a uma queda do Partido Socialista, penalizado pela mais recente crise política.

Para 64% dos inquiridos foi um erro António Costa ter mantido João Galamba no Governo e só 17% acha que Costa “fez bem” em não demitir o ministro das Infraestruturas (19% dos inquiridos ou não sabe ou não responde). Mesmo entre os inquiridos que simpatizam com o PS, 42% dizem que Costa fez mal em manter o ministro.

Por outro lado, a maioria dos portugueses (53%) aprova a decisão de Marcelo Rebelo de Sousa em não ter dissolvido o Parlamento e e optar por estar mais atento e interveniente. Em sentido oposto, 22% disse que o Chefe de Estado deveria ter dissolvido o Parlamento e convocado eleições. Já 13% preferia que o Presidente da República tivesse demitido o Governo sem convocar eleições.

O alongar da crise política já começa a fazer moça e as sondagens traduzem o descontentamento. O PSD está pela primeira vez à frente do PS nas intenções de voto, com 24,1% contra 22,4% em abril, revelou o barómetro da Intercampus para o Correio da Manhã e Jornal de Negócios. A ultrapassagem não se deve a um crescimento dos social-democratas, mas antes a uma queda de 3% do Partido Socialista, face ao mês anterior.

Os partidos à direita somam um total de 46,2% de intenção de voto, sendo que sem o Chega a direita reuniria apenas 34,4% dos votos. O partido liderado por André Ventura, no entanto, registou uma queda de 1,4%.

Já a esquerda conta atualmente com 41,3% das preferências dos inquiridos. A queda do PS parece beneficiar o Bloco de Esquerda que cresceu 2,3% e ultrapassou a Iniciativa Liberal (embora este partido também tenha crescido quase 1%).

Para ver as fichas técnicas da referidas sondagens siga os links: barómetro da Intercampus; sondagem ICS/ISCTE

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Executivo vai criar base de dados que lista gestores impedidos de exercer funções

  • ECO
  • 2 Junho 2023

Proposta de lei já deu entrada na AR e o objetivo é “assegurar a proteção de todas as pessoas que interagem com sociedades ou sucursais e prevenir comportamentos fraudulentos ou abusivos”. 

O Governo vai criar uma base de dados na qual passarão a constar as informações sobre pessoas singulares que estejam inibidas para o exercício do comércio, para a ocupação de cargos de direção ou administração de empresas, bem como para a administração de patrimónios de terceiros, avança o Jornal de Negócios (acesso pago).

Esta base de dados de inibições vai também incluir as destituições judiciais de titulares de órgãos sociais transitadas em julgado. A proposta de lei do Executivo já deu entrada na Assembleia da República, sendo que o objetivo é “assegurar a proteção de todas as pessoas que interagem com sociedades ou sucursais e prevenir comportamentos fraudulentos ou abusivos”.

Ao Jornal de Negócios, fonte oficial do Ministério da Justiça explica que esta proposta resulta da transposição de uma diretiva comunitária, de 2019, e que “não tem impacto para as empresas”, ou seja, “não implica obrigações para particulares ou empresas”. “É fundamental para a segurança dos operadores empresariais podermos verificar no momento da sua designação se os gerentes e administradores não praticaram atos dolosos no seu passado que levaram à sua inibição”, defende ainda o bastonário da Ordem dos Notários, ao mesmo jornal.

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Governo estuda criar novo escalão de IRS

  • ECO
  • 2 Junho 2023

O Governo está a estudar a hipótese de criar um novo escalão no IRS, no âmbito do Orçamento do Estado para 2024.

O Governo está a estudar a hipótese de criar um novo escalão no IRS, no âmbito do Orçamento do Estado para 2024 (OE2024), avança o Correio da Manhã (acesso pago).

A intenção já tinha sido assumida pelo ministro das Finanças e está a ser acompanhada com simulações para a redução das taxas de IRS, tendo em vista a cumprir o objetivo de reduzir a carga fiscal sobre o trabalho. “É seguro que o IRS vai baixar”, afirmou fonte do Executivo, ao jornal, acrescentou que “o que conta é o resultado final”. O ministro das Finanças anunciou a intenção de rever o IRS na apresentação do Programa de Estabilidade. Fernando Medina anunciou uma redução da carga fiscal todos os anos até 2027. Mas depois no Parlamento fez questão de sublinhar que só baixará impostos quando tiver segurança para o fazer. “Baixaremos os impostos quando tivermos a segurança de o fazer sem gerar dificuldades futuras”, disse aos deputados.

Nos atuais nove escalões de IRS, constata-se que o maior intervalo de rendimentos ocorre nos 6.º, 7.º e 8.º escalões, pelo que a eventual criação de um novo escalão terá como objetivo fazer ajustamentos nesses intervalos de rendimentos. Para já, não há ainda nenhuma decisão sobre a solução que será adotada para a redução do IRS, sublinhou a mesma fonte do Governo.

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Hoje nas notícias: IRS, lista negra e sondagens

  • ECO
  • 2 Junho 2023

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

O Governo está a estudar a hipótese de criar um novo escalão no IRS, no âmbito do Orçamento do Estado para 2024, Além disso, o Executivo vai criar uma base de dados que vai conter a lista de gestores impedidos de exercer determinadas funções. Sondagem revela que a maioria dos portugueses não quer Galamba no Governo nem eleições antecipadas. Conheça estas e outras notícias nas manchetes nacionais desta sexta-feira.

Governo estuda criar novo escalão de IRS

O Governo está a estudar a hipótese de criar um novo escalão no IRS, no âmbito do Orçamento do Estado para 2024 (OE2024). A intenção está a ser acompanhada com simulações para a redução das taxas de IRS, tendo em vista a cumprir o objetivo de reduzir a carga fiscal sobre o trabalho.

Leia a notícia completa no Correio da Manhã (acesso pago)

Base de dados vai listar gestores impedidos de funções

O Governo vai criar uma base de dados na qual passarão a constar as informações sobre pessoas singulares que estejam inibidas para o exercício do comércio, para a ocupação de cargos de direção ou administração de empresas ou para a administração de patrimónios de terceiros. Por outro lado, vai também incluir as destituições judiciais de titulares de órgãos sociais transitadas em julgado.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago)

CEO do BPI apela a entendimento político e vê “sentido descendente” na inflação

O CEO do BPI, João Pedro Oliveira e Costa, apelou a um entendimento entre as principais forças políticas e disse considerar que a maioria dos governantes são “bons e bem-intencionados”. Oliveira e Costa apontou ainda o dedo a cerca de 23 mil milhões de euros que “foram canalizados essencialmente para bancos que desapareceram”. Embora diga ser difícil prever quando será o pico da inflação, o CEO do BPI considera que “é provável” que este “possa resvalar um pouco mais para o final do ano”. Mas, “claramente, estamos num sentido descendente”, afirma.

Leia a entrevista completa no Jornal Económico (acesso pago)

Maioria dos portugueses não quer Galamba no Governo nem eleições antecipadas

Quase dois terços dos portugueses (64%) considera que o primeiro-ministro “fez mal” em não aceitar a demissão de João Galamba e mais de metade (53%) defende que o Presidente da República “fez bem” em não dissolver a Assembleia da República, dando origem a eleições antecipadas, de acordo com a sondagem do ICS/ISCTE para o Expresso e a SIC.

Leia a notícia completa no Expresso (acesso pago)

Mesmo sem crescer PSD ultrapassa PS na preferência dos portugueses

O PSD está pela primeira vez à frente do PS nas intenções de voto da população portuguesa, com 24,1% contra 22,4%, revela o barómetro da Intercampus. A ultrapassagem não se deve a um crescimento dos social-democratas, mas antes a uma queda de 3% do Partido Socialista, face ao mês de abril.

Leia a notícia completa no Correio da Manhã (acesso pago)

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O dia em direto nos mercados e na economia – 2 de junho

Ao longo desta sexta-feira, 2 de junho, o ECO traz-lhe as principais notícias com impacto nos mercados e nas economias. Acompanhe aqui em direto.

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Multivision aposta na saúde mental com programa Open Mind

Duas dezenas, de um total de mais de 200 trabalhadores, já estão a usufruir do programa que tem como objetivo a promoção do bem-estar da equipa.

Ajudar os colaboradores a conseguir um melhor equilíbrio entre a vida profissional e pessoal, aumentando o seu bem-estar, levou a Multivision a avançar com um programa de promoção da saúde mental, assegurando a consultora de TI o pagamento de sessões de psicoterapia. Vinte colaboradores, de um total de mais de 260, já aderiram ao Open Mind.

“O Open Mind surgiu com o objetivo de proporcionarmos às nossas pessoas um conjunto de ferramentas que lhes permitam ter as melhores condições para lidarem com os assuntos que são importantes para estas, bem como equilibrar a sua vida pessoal e profissional, o que certamente terá impacto positivo na forma como desempenham o seu trabalho diariamente”, justifica João Paulo Batista, HR manager da Multivision, ao ECO Trabalho.

Acreditamos que com uma equipa estável, motivada e com acesso às melhores práticas de saúde mental, conseguiremos também alcançar melhores resultados do ponto de vista da gestão de pessoas e do negócio“, reforça o responsável.

O programa dá “continuidade à estratégia de orientação para as nossas pessoas, reforçando a nossa preocupação com a saúde mental daqueles que connosco colaboram e assumindo um papel ativo a este respeito”, pretendendo ainda a companhia com esta iniciativa “criar vantagens competitivas sustentáveis para a empresa, tendo como fonte o bem-estar dos nossos colaboradores, a melhoria das condições de trabalho e o reforço da produtividade.”

A saúde mental tem forte impacto na produtividade das pessoas, com efeitos nos resultados das empresas, como revela um estudo recente da Ordem dos Psicólogos. Colaboradores que se debatem com este tema de saúde, juntamente com stress e o presentismo, resultam em perdas de mais de 5 mil milhões de euros para as empresas nacionais. O mesmo estudo aponta que investir em saúde mental pode levar a um aumento de 30% na produtividade.

20 pessoas abriram-se ao Open Mind

Desde outubro, data de arranque, 20 pessoas, de um total de 260 colaboradores, já aderiram ao programa. “É um número de participantes muito interessante, face ao nosso heartcount (número de colaboradores). O tema da saúde mental ainda está envolto em estigmas e tabus, pelo que, provavelmente, nem todos se sentem confortáveis em aderir”, comenta João Paulo Batista.

“Algumas pessoas ainda desvalorizam os temas da saúde mental e não entendem os reais benefícios destes programas. Estamos a trabalhar para desmistificar o tema, pelo que acreditamos que a adesão seja crescente, conforme tem vindo a registar-se”, acrescenta.

Algumas pessoas ainda desvalorizam os temas da saúde mental e não entendem os reais benefícios destes programas. Estamos a trabalhar para desmistificar o tema, pelo que acreditamos que a adesão seja crescente.

João Paulo Batista

HR manager da Multivision

O Open Mind é um programa “evolutivo” estando previstas “ações e iniciativas supletivas” mas, por agora, passa pela “aplicação de um questionário individual de avaliação de riscos psicossociais, para identificação de áreas a trabalhar pelo colaborador e mapeamento de medidas a adotar pela Multivision”, descreve o responsável de pessoas. Paralelamente, “cada colaborador tem ao seu dispor sessões de acompanhamento psicoterapêutico, da forma que considerarem mais conveniente e com a frequência que for acordada com o/a psicoterapeuta.”

Com vários meses do programa já a decorrer que impactos têm sido sentidos? “Tratando-se de um programa que produz efeitos a médio prazo, os impactos no bem-estar das nossas pessoas ainda não foram mensurados. Sê-lo-ão quando tiverem decorridos cerca de nove meses de implementação do programa”, adianta, estando a decorrer um questionário de satisfação junto aos colaboradores.

“O investimento realizado depende necessariamente da adesão por parte dos colaboradores e das necessidades individuais daqueles que participarem nas sessões de psicoterapia. A regularidade de acompanhamento difere de pessoas para pessoa. Assim, o investimento não é linear. O mesmo varia mensalmente, sendo que a Multivision não coloca quaisquer limites orçamentais para este efeito“, garante o HR manager quando questionado sobre o investimento que a consultora tem alocado a este programa.

Modelo de trabalho 100% presencial

A consultora de IT defende um modelo de trabalho 100% presencial, contrariando a lógica de trabalho num setor onde o trabalho remoto ou híbrido ganhou uma forte disseminação.

“Potenciar as sinergias decorrentes do trabalho em equipa e cooperação” e, com isso, “capitalizar os benefícios que resultam das dinâmicas de grupo, team building e experiências singulares que proporcionamos aos nossos colaboradores, no escritório” são dois dos motivos que levaram a empresa a esta decisão, explica o HR manager. Mas não só. Com a adoção deste modelo, a Multivision pretende igualmente “fazer emergir a cultura que desejamos”, bem como “moldar os estilos de liderança que preconizamos”.

“A empresa tem vindo a adotar medidas de work-life balance, proporcionando uma experiência diferenciadora no nosso escritório”, garante o responsável quando questionado sobre se o feedback dos colaboradores levou a alguma alteração ao modelo de trabalho.

“As novas instalações (10.º piso) foram desenhadas e estão a ser construídas no sentido de reunir um conjunto de características que proporcionem uma experiência ao colaborador orientada para momentos de relaxamento, diversão e lazer“, exemplifica.

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Governo quer levar o comboio a Salamanca pela Linha do Douro

Em resposta a deputados do PSD, Ministério das Infraestruturas assume que manifestou ao Governo de Espanha interesse na ligação internacional até Salamanca pela Linha do Douro.

Portugal assume que quer levar o comboio a Salamanca através da Linha do Douro. O Ministério das Infraestruturas assume o objetivo em resposta a um grupo de deputados do PSD. Até agora, a cidade de Castela e Leão apenas surgia como destino da futura linha de alta velocidade a partir de Aveiro.

“Nas cimeiras luso-espanholas ocorridas, este Governo tem manifestado o interesse na ligação internacional pela Linha do Douro até Salamanca“, refere a resposta do gabinete liderado por João Galamba publicada no início desta semana na página do Parlamento.

Oficialmente, o Governo não tem falado no assunto nas últimas cimeiras ibéricas. Nas declarações conjuntas de 2020, 2021 e 2022, a futura linha de comboio entre Aveiro e Salamanca tem ficado inscrita nas declarações conjuntas de Portugal e Espanha após a reunião. No documento de 2023, a cidade de Castela e Leão não surge no documento emitido pelos dois países.

Atualmente, do lado português, a Linha do Douro funciona entre Ermesinde e a estação do Pocinho, depois de os comboios terem deixado de seguir até Barca d’Alva desde 1988. Do lado espanhol, a linha funciona entre a fronteira e La Fuente de San Esteban, já na província de Salamanca.

Do lado português, não faltam os anúncios para que os comboios voltem a Barca d’Alva: em 10 de maio, o Governo pôs a concurso o projeto para reativar a linha ferroviária entre o Pocinho e Barca d’Alva, cujo prazo de execução é de dois anos e seis meses para um percurso de 28 quilómetros. Depois desta etapa, as obras apenas poderão ir a concurso em 2026, num investimento que será superior a 75 milhões de euros.

Também por eletrificar estão os troços Marco-Régua e Régua-Pocinho. No caso do Marco-Régua, o concurso público para as obras será lançado na próxima semana, com o preço base de 118 milhões de euros, adiantou o ministro João Galamba aos autarcas da Comunidade Intermunicipal do Douro na segunda-feira, a poucos dias de as cerimónias do 10 de junho decorrerem na cidade da Régua.

Entre a Régua e o Pocinho, os concursos para lançar o projeto serão divididos em três partes. Na próxima semana será lançado um projeto para colocar as catenárias na linha e um projeto para substituir pontes, no valor de cerca de 2,5 milhões de euros; em julho será colocado em concurso público o projeto geral da obra, orçado em 1,5 milhões de euros.

Com as obras a avançarem nas três frentes, Portugal tenta demonstrar a Espanha que há interesse em que os comboios voltem a atravessar a fronteira no Douro. Do lado de Espanha, parte do percurso foi transformada num trilho pedonal, o Camino de Hierro.

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Lionesa compra mais seis edifícios por dois milhões no centro do Porto para polo cultural e turístico

O grupo liderado por Pedro Pinto comprou por cerca de dois milhões um conjunto de seis edifícios devolutos na Rua do Cativo, na zona da Batalha, para ali construir novo polo cultural e turístico.

O grupo Lionesa vai ter um novo projeto no centro histórico do Porto. O grupo de Pedro Pinto – dono do centro empresarial em Matosinhos onde está a investir 100 milhões de euros, detentor de 51% da famosa livraria Lello e que está a revolucionar a Rua do Loureiro com projetos culturais e de comércio – comprou por cerca de dois milhões de euros um conjunto de seis edifícios devolutos na Rua do Cativo, na zona da Batalha, para construir um novo projeto turístico e cultural.

Pedro Pinto conta ao ECO que os edifícios foram comprados com um projeto de habitação coletiva já aprovado pela Câmara do Porto, mas o futuro dos imóveis será outro. “Não somos promotores e não nos identificamos com esse projeto. Não será esse o projeto final pensado” para aquele local. O empresário conta que “será entregue na Câmara um novo projeto” focado em comércio cultural e turismo, que deverá avançar “depois de 2025”.

Antes disso, o grupo que conta cerca de duas décadas de atividade quer terminar até ao próximo ano os projetos que tem em marcha no Mosteiro de Leça e planeia inaugurar no final de 2025 o polo cultural na Rua do Loureiro. Naquela artéria, situada junto à estação ferroviária de São Bento, está a requalificar 20 edifícios para receber exposições culturais e residências artísticas, e outros serão transformados em apartamentos turísticos de luxo.

No entanto, ainda este ano, em setembro, os edifícios adquiridos na Rua do Cativo, descrita como uma “zona de luxo da cidade medieval”, vão ser palco de uma exposição de artistas portuenses do século XIX e do início do século XX. “Temos uma parceria com um museu da cidade e vamos aproveitar as 36 janelas e as 18 portas” dos edifícios para “fazer nascer uma exposição”, frisa Pedro Pinto.

Na última versão do licenciamento aprovado pela Câmara do Porto, cujo titular é a Respalda (empresa de engenharia do grupo Lionesa), o projeto previa “unificar e ampliar os seis edifícios para construir habitação coletiva e comércio no piso térreo”, num imóvel que “terá cinco pisos acima do solo e um piso subterrâneo”, por onde vão estar distribuídos 12 fogos, a que se somam oito lugares de estacionamento.

No total, de acordo com a documentação consultada pelo ECO, tem uma área de construção prevista de 2.265 metros quadrados. O empresário nortenho indica, porém, que deste licenciamento irá aproveitar apenas a área de construção.

O ECO sabe que a data da escritura dos seis imóveis é de 20 de outubro de 2022. Segundo a Câmara Municipal do Porto, “encontra-se em curso desde 2018 um pedido de licenciamento de obras” para aquele empreendimento, tendo sido a última versão validada pela autarquia liderada por Rui Moreira a 17 de fevereiro deste ano.

Em resposta ao ECO, a Câmara diz que o projeto de arquitetura “recolheu parecer favorável de todas as entidades consultadas”, mas que durante a execução da obra a Respalda teria ainda de realizar uma “intervenção arqueológica, contemplando sondagens de avaliação prévia, acompanhamento em fase de obra e registo de edificado” e apresentar uma “nota técnica ou relatório preliminar das sondagens prévias, com as medidas de minimização de impacte arqueológico a adotar em fase de obra”.

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5 coisas que vão marcar o dia

Audição de João Nuno Mendes na comissão de inquérito à TAP, comércio de bicicletas em 2022 e taxa de desemprego nos Estados Unidos são os destaques na agenda desta sexta-feira.

Audição de João Nuno Mendes na comissão de inquérito à TAP, comércio de bicicletas em 2022, taxa de desemprego nos Estados Unidos, dados da economia de Espanha, França e Reino Unido e ainda fim do prazo para agricultores pedirem apoios relativos ao aumento de custos são os destaques na agenda desta sexta-feira.

Audição de João Nuno Mendes na CPI da TAP

A semana de audições na comissão parlamentar de inquérito relativa à gestão da TAP termina com a presença de João Nuno Medes. A partir das 10 horas, o atual secretário de Estado das Finanças, desde dezembro de 2022, ex-secretário de Estado do Tesouro e coordenador do grupo de trabalho criado para a negociação do auxílio de emergência à TAP vai responder às perguntas dos deputados.

Comércio de bicicletas na Europa

Pelas 10 horas, serão divulgados os dados do comércio de bicicletas na Europa ao longo de 2022, por parte do gabinete de estatísticas Eurostat. Graças às várias fábricas no norte e centro do país, Portugal tem-se afirmado como um dos principais exportadores de velocípedes na Europa.

Fim de prazo para agricultores

Os agricultores têm até esta sexta-feira para confirmarem o interesse em apoio face à subida de custos de produção. Os apoios são atribuídos no âmbito do Pacto para a Estabilização e Redução dos Preços dos Bens Alimentares, medida excecional e temporária de compensação pelo acréscimo de custos de produção da atividade agrícola e pecuária.

Taxa de desemprego nos Estados Unidos

Antes da abertura das bolsas, será divulgada a taxa de desemprego nos Estados Unidos relativa ao mês de maio. Os dados serão cruciais para avaliar a resistência do mercado de trabalho por conta das medidas tomadas pela Reserva Federal (Fed) para conter o aumento da taxa de inflação desde o início da Guerra na Ucrânia.

Produção industrial em França

Durante a manhã, será divulgado o índice de produção industrial em França relativo a abril, com a comparação relativa ao mês anterior e a abril de 2022. O dado poderá perceber se a indústria está a conseguir superar a inflação alta nos bens e equipamentos numa altura em que os preços da energia começam a recuar face ao pico de 2022.

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Investimento em construção não caía tanto desde 2014

As contas nacionais trimestrais revelam que o investimento em construção caiu 6,5% em termos homólogo, no primeiro trimestre do ano. Queda não era tão forte desde os -6,6% no arranque de 2014.

É preciso recuar ao primeiro trimestre de 2014 para encontrar uma contração maior do investimento na construção. Este mau desempenho (-6,5%), que deixa os economistas algo perplexos, atirou mesmo a rubrica do investimento (Formação Bruta de Capital Fixo) para terreno negativo.

As contas nacionais trimestrais revelam que, no primeiro trimestre do ano, a FBCF caiu 0,1% em termos homólogos. Desde o segundo trimestre de 2020, em plena pandemia, que não se registava uma contração (-9,3%) deste indicador, mas nessa altura a culpa recaiu sobre os investimentos em equipamento de transporte (-66,9%) e outras máquinas e equipamentos (-18,3%). Agora a responsabilidade é assumida na totalidade pelo setor da construção com uma contração de 6,5%. O setor não tinha um comportamento tão mau desde o primeiro trimestre de 2014.

Os economistas contactados pelo ECO admitem que este desempenho possa ser explicado pelos concursos públicos que ficam desertos, pela redução das obras no segmento residencial dadas as incertezas introduzidas pelas alterações legislativas e até mesmo pela subida das taxas de juros que torna a compra de casa mais difícil para as famílias portuguesas.

“O mercado pode estar a antecipar uma quebra na compra de casas por parte das famílias, porque a subida das taxas de juro faz com que uma família com 900 euros de rendimento disponível pudesse suportar um empréstimo a 30 anos de 300 mil euros. Agora essa mesma família só poderá ficar pelos 160 mil euros”, explica ao ECO Pedro Brinca.

“Nos 94 a 95 contratos já adjudicados para a construção de casa unifamiliares, houve uma desistência de mais de 50% por incapacidade de financiamento”, corroborou ao ECO, Alberto Cravo. O presidente do grupo Patrilar garante que as desistências se fizeram sentir de igual forma de norte a sul do país, fruto do aumento das taxas de juro.

Claro que a este abrandamento por parte dos privados pode ser contraposto o plano de habitação pública financiado pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), sublinha. O PRR é, aliás, um grande impulsionador das obras em Portugal, mas para já não há reflexo nas estatísticas.

A reprogramação do PRR veio trazer ainda mais atrasos”, sublinhou Pedro Braz Teixeira. “Há mais de seis meses que se falam de atrasos e desde então as coisas já deviam ter mudado”, defende o economista recordando que são inúmeros os casos de “concursos públicos lançados, mas que ficaram desertos por serem praticados preços impossíveis”. “Talvez agora com a reprogramação”, que em parte veio responder ao aumento de custos resultantes da inflação, “sejam lançados concursos com preços mais razoáveis e isso tenha reflexo”, afirmou o economista-chefe do Fórum para a Competitividade. O PRR vai pagar 19% do agravamento do preço dos investimentos, mas o restante terá de ser suportado pelo Orçamento do Estado.

“A aplicação lenta do Portugal 2020 a que se somou a falta de um arranque atempado do Portugal 2030 explica o atraso no lançamento das obras a que se soma uma falta de dimensão técnica para atender à vontade que Portugal tem de querer fazer”, sublinhou ao ECO o bastonário da Ordem dos Engenheiros. “Tendo em conta os défices que existem, Portugal corre o sério risco de não ter dimensão técnica para atender a todas as solicitações”, acrescentou Fernando de Almeida Santos, recordando que a Ordem está a trabalhar para reconhecer a reciprocidade da profissão no Brasil e agora na Colômbia. “Uma espécie de diplomacia económica da engenharia para virada para a captação de talento”, brinca, garantindo que estão a fazer a sua parte, mas “são necessárias políticas fortes de emigração, que não podem ser apenas setoriais. Precisamos de gente”, frisa.

Fernando de Almeida Santos lamenta que as obras do aeroporto não arranquem, tal como não arrancam muitas das obras da ferrovia ou da habitação social, enumera. Tudo projetos que até têm financiamento comunitário assegurado.

Estes atrasos já levaram o presidente da AICCOPN a manifestar a sua preocupação de que para cumprir prazos sejam lançados concursos públicos de grande dimensão que acabarão por favorecer as empresas estrangeiras. “O pior que pode acontecer é dizerem que temos de entregar as obras de qualquer forma porque senão perdemos fundos europeus, e consequentemente se opte por processos de concursos chave na mão ou de um só lote em vez de cinco”, disse Reis Campos, citado pelo Jornal de Negócios. Uma preocupação que o novo presidente da CIP também levou ao Presidente da República.

“As empresas nacionais não podem ficar de fora [do PRR], perdendo para grandes companhias internacionais de muito maior dimensão”, alertou Armindo Monteiro. Por isso, a CIP defendeu junto de Marcelo Rebelo de Sousa “a necessidade de serem alteradas as regras na esfera da contratação de obras públicas”. “A forma como estão organizadas as diversas componentes” da bazuca “obstaculiza a participação de empresas nacionais”, porque “muitas vezes” estão em causa “pacotes que implicam investimentos avultados”.

Ângela Fernandes reconhece que “nos meses de dezembro, janeiro e fevereiro se verificou uma redução no lançamento de concursos públicos, mas desde então houve uma avalanche”. A administradora da DST garante que “neste segundo trimestre já se sente uma cadência no lançamento dos concursos” e considera que o abrandamento sentido nos primeiros meses do ano até são “naturais” já que “nas áreas apoiadas pelo PRR muita coisa estava na gaveta à espera de financiamento”. “Mas há muitas oportunidades”, frisa, reconhecendo que as residências de estudantes são uma área que ainda está muito atrasada”.

Para a responsável, que também é coordenadora do departamento estudos e propostas, o pico das obras apoiadas pelo PRR deverá fazer-se sentir “em meados de 2024”, “partindo do princípio que os projetos têm um prazo de execução de um a dois anos”.

Ângela Fernandes aponta que “o mercado residencial está dinamizado pela necessária resposta aos problemas da habitação”. Mas Pedro Brinca recorda que o pacote Mais Habitação também trouxe incerteza ao mercado, nomeadamente para as construções destinadas ao Alojamento Local. O economista da Nova SBE admite ainda a possibilidade de uma redução do investimento em reabilitação urbana para Alojamento Local já que não são admitidas novas licenças até 2030.

Investimento a descer há sete trimestres

A contração homóloga de 6,5% setor da construção ajuda também a explicar o mau comportamento da rubrica investimento (formação bruta de capital), a única que teve um contributo negativo para a evolução de 2,5% do Produto Interno Bruto. É preciso recuar ao terceiro trimestre de 2020, em plena pandemia, para encontrar um valor mais baixo (-7,8%).

De acordo com os dados do Instituto Nacional de Estatística, o investimento está a descer há sete trimestres consecutivos e nem os fundos europeus parecem animar esta componente do PIB. A razão? “Em grande medida”, o “comportamento da variação de existências, que registou um contributo para a variação homóloga do PIB de -1,2 pontos percentuais (-0,2 p.p. no quarto trimestre), num contexto em que se verificou uma aceleração das exportações de bens e serviços e um abrandamento das importações de bens e serviços”, justifica o INE.

Ou seja, “com as exportações de bens acima do esperado, e a procura efetiva também, esgotam-se os inventários para dar resposta a este pico de procura”, diz Pedro Brinca. E se com a disrupção das cadeias de abastecimento a estratégia foi construir stocks para poder continuar a produzir cerca e dois meses sem novos abastecimentos, mas agora já não é tanto assim, acrescenta. Os inventários tiveram uma redução de 435,5 milhões de euros no primeiro trimestre.

Ou seja, “o investimento (Formação Bruta de Capital) diminui 6,1% em termos homólogos, mas a FBCF (Formação Bruta de Capital Fixo) diminui “apenas” 0,1%”, sublinhou ao ECO fonte oficial do INE. “De entre as componentes que integram a FBCF, apenas a construção diminuiu”. Mas, “o Investimento corresponde à soma da FBCF, Aquisições Líquidas de Objetos de Valor e da Variação de Existências. Dado que a FBCF diminuiu 0,1%, o principal contributo para a redução do Investimento deve-se ao contributo negativo das variações de existências”, acrescentou a mesma fonte.

(Notícia atualizada com as declarações de mais uma construtora e novamente com as declarações do bastonário da Ordem dos Engenheiros)

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Carlos Alexandre acusado de não acatar decisões do Tribunal da Relação

CSM diz apenas que ainda não tem os factos todos, depois da Relação o acusar de violar o acatamento de decisões dos tribunais superiores. Ivo Rosa tem contra si um processo por esse mesmo motivo.

O Tribunal da Relação de Lisboa acusou o juiz de instrução Carlos Alexandre de não acatar uma decisão de um tribunal superior, ao ter mantido, a 28 de outubro de 2022, o arresto da pensão de Manuel Pinho, arguido no caso EDP. O que aconteceu quinze dias depois dos juízes desembargadores – com graduação superior à de Carlos Alexandre, à data – terem decretado que essa pensão do ex-ministro da Economia deveria ser ‘libertada’.

Questionado pelo ECO, o Conselho Superior da Magistratura (CSM) não quis esclarecer se iria ser aberta uma averiguação disciplinar, à semelhança do que fez com o juiz de instrução Ivo Rosa, em 2022, que tem contra si dois processos disciplinares por esse mesmo motivo. “O CSM não conhece ainda o integral contexto dos factos, estando a acompanhar a situação no âmbito das suas competências”, disse apenas fonte oficial do órgão responsável pela ação disciplinar dos magistrados judiciais.

No acórdão da semana passada do TRL, a que o ECO teve acesso, os juízes dizem que houve uma “violação do dever de acatamento das decisões proferidas em via de recurso pelos tribunais superiores”, previsto no artigo 4º da Lei de Organização do Sistema Judiciário. Esta conclusão está presente na decisão da semana passada, em que o Tribunal da Relação de Lisboa deu razão a uma parte do recurso apresentado pelo antigo ministro da Economia Manuel Pinho no âmbito do processo EDP. Assim, o arguido vai voltar a receber a reforma de 26 mil euros líquidos mensais.

Foram ainda devolvidos ao antigo ministro da economia diversos bens, que tinham sido apreendidos durante uma busca domiciliária, como dois quadros, duas fotografias, um conjunto de garrafas de vinho e uma mesa de flipper. O arresto do valor total da pensão bem como dos bens tinha sido decretado pelo juiz Carlos Alexandre no final do ano passado.

Juiz Carlos AlexandreJOÃO RELVAS/LUSA © 2018 LUSA

Resta agora saber se o CSM vai exercer o seu poder disciplinar da mesma forma que fez com Ivo Rosa, que tem neste momento dois processos disciplinares contra ele, um deles precisamente por ter alegadamente violado o dever de acatamento de decisões de tribunais superiores. Processos esses que o impediram, até agora, de subir a juiz desembargador do Tribunal da Relação de Lisboa. Ao contrário de Carlos Alexandre – até aqui também juiz de instrução criminal no Ticão, tal como Ivo Rosa – que iniciará funções na Relação, já em setembro deste ano.

Processos disciplinares de Ivo Rosa

Em março, o CSM adiantou que a decisão relativa a um dos processos disciplinares instaurados ao juiz Ivo Rosa deverá ser conhecida até setembro “no máximo”. Num briefing aos jornalistas relativo a um balanço de atividade do CSM, que decorreu na sede deste órgão de gestão e disciplina dos juízes, em Lisboa, o presidente do conselho, Henrique Araújo, disse que “até setembro, no máximo” será conhecida a decisão relativa ao processo disciplinar em fase mais avançada de avaliação pelo CSM instaurado ao juiz Ivo Rosa, que tem dois processos disciplinares a correr neste órgão. As decisões para um e outro processo deverão ser conhecidas “em momentos distintos”, acrescentou Henrique Araújo.

No final de junho de 2022, o CSM concluiu o inquérito que deu origem ao processo disciplinar a Ivo Rosa, tendo disso dado conhecimento ao então juiz do Tribunal Central de Instrução Criminal (TCIC). O procedimento disciplinar tem na base o apuramento de factos que poderão configurar “infração do dever de obediência à Constituição e à lei” e “interferência ilegítima na atividade jurisdicional de outro magistrado”.

Ivo Rosa, juiz de instrução do TCICMARIO CRUZ/POOL/LUSA

Em causa estão acórdãos da Relação de Lisboa que revogaram e criticaram a legalidade de decisões tomadas por Ivo Rosa que interferiam e anulavam decisões jurisdicionais de outros magistrados, designadamente Carlos Alexandre, outro dos juízes do TCIC.

Entretanto, Ivo Rosa ficou colocado no Tribunal da Relação de Lisboa (TRL), no âmbito do movimento judicial ordinário para os Tribunais da Relação, mas a vaga para a promoção do magistrado está dependente deste processo disciplinar e da eventual sanção.

Promoção de Carlos Alexandre a desembargador e candidatura a Procurador Europeu

Depois de, em abril deste ano, ter sido decidida a promoção a desembargador de Carlos Alexandre, que deixará o famoso Ticão no verão, soube-se há duas semanas que o juiz é também um dos candidatos à corrida do cargo de Procurador Europeu. Outro dos candidatos para substituir José Guerra no cargo europeu é o procurador José Ranito, que foi responsável pela acusação à queda do BES.

O processo de candidatura a procurador europeu reunia a 19 de abril apenas dois candidatos, um por cada conselho: o procurador José Ranito, pelo Conselho Superior do Ministério Público (CSMP), e o juiz Ivo Rosa, pelo CSM. Mas Ivo Rosa acabou por desistir.

O magistrado justificou que foi nomeado como juiz do coletivo para um caso que decorre no Tribunal Penal Internacional, em Haia, e que deverá estender-se até 2024. Assim, caso fosse eleito estaria impedido de iniciar a função de procurador europeu já a partir de julho deste ano.

No dia 22 de maio, o Conselho Superior da Magistratura anunciou que, afinal, não é só Carlos Alexandre o candidato ao cargo de Procurador Europeu. O órgão que tutela os magistrados, fez convite a toda a magistratura. E os candidatos acabaram por ser quatro: não só ao juiz que até aqui esteve no chamado Ticão, mas também a juíza Catarina Vasco Pires, Filipe Vilarinho Marques e Vítor Leitão Ribeiro. Desta feita, os candidatos a este cargo, que será ocupado por José Guerra até julho, são cinco: estes quatro juízes e apenas um procurador, José Ranito, depois do ‘finca pé’ da PGR ao recusar a selecionar mais candidatos.

Em que processo Manuel Pinho é arguido?

O caso EDP está relacionado com os Custos de Manutenção do Equilíbrio Contratual (CMEC) no qual os antigos gestores António Mexia e Manso Neto são suspeitos de corrupção e participação económica em negócio para a manutenção do contrato das rendas excessivas, no qual, segundo o Ministério Público, terão corrompido o ex-ministro da Economia Manuel Pinho e o ex-secretário de Estado da Energia Artur Trindade.

A decisão instrutória pronunciou Manuel Pinho, constituído arguido no verão de 2017, por um crime de corrupção passiva para ato ilícito, outro de corrupção passiva, um crime de branqueamento de capitais e um crime de fraude fiscal. Segundo a investigação do MP, o ex-governante teria um pacto corruptivo com o ex-presidente do Banco Espírito Santo (BES), através do qual teria recebido cerca de cinco milhões de euros para, alegadamente, favorecer os interesses do BES (que era então acionista da EDP), onde havia trabalhado antes de entrar para o governo.

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Parque Marconi à venda para pagar dívidas de 85 milhões ao Novobanco e Montepio

Administrador de insolvência do Invesfundo II mandatou a JLL para vender os mais de 80 lotes de terreno na Amadora. Venda vai reembolsar Novobanco e Montepio, que tinham financiamentos de 85 milhões.

O Parque Marconi, na Amadora, foi colocado à venda no âmbito do processo de liquidação do Invesfundo II, o fundo que juntou o BES, o Banco Montepio e o construtor José Guilherme, conhecido pela “liberalidade” de 14 milhões de euros que ofereceu a Ricardo Salgado, de acordo com as informações recolhidas pelo ECO.

Neste processo, o Novobanco (que herdou o ativo por via falência do BES em 2014) e o Banco Montepio tentam recuperar dívidas que ascenderão a 85 milhões de euros, sendo que as últimas contas do fundo, relativas a 2020, avaliavam os ativos imobiliários em cerca de 81,5 milhões.

O Invesfundo II entrou em liquidação no início do ano passado e, agora, o administrador de insolvência David Duque mandatou a consultora JLL para proceder à venda dos terrenos no Marconi Parque, comprados em 2005 – ano de constituição do fundo – ao Fundo de Pensões da Companhia Portuguesa Rádio Marconi.

São mais de 80 lotes de terreno, cujo processo de venda irá permitir reembolsar sobretudo os dois bancos, que são os principais credores entre as cerca de duas dezenas que reclamam créditos ao fundo, incluindo ainda o Estado, a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) e o próprio José Guilherme.

O relatório e contas do fundo apontava para a existência de financiamentos junto do Novobanco e do Banco Montepio de 66 milhões de euros no final de 2020, 33 milhões por cada banco, isto já considerando o perdão de dívida de quase 25% que as instituições financeiras aceitaram no Processo Especial de Revitalização (PER) acordado em 2018.

O acordo para o haircut da dívida contemplou a possibilidade de os credores receberem o montante dos créditos perdoados se a venda de ativos do fundo assim permitir – era o que o PER, que não chegou a bom porto, previa e até haveria lugar a uma mais-valia de um milhão de euros.

O Invesfundo II faz parte de uma “família” de fundos criados na década de 2000 no seio do Grupo Espírito Santo (GES) para diversas apostas no setor imobiliário. Eram nove os Invesfundos ao todo, quatro dos quais já foram fechados, e outros dois estão em processo de insolvência, incluindo este fundo.

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