Hoje nas notícias: Supremo, Novobanco e CSI

  • ECO
  • 10 Maio 2024

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

Nunca houve tantos candidatos à presidência do Supremo Tribunal de Justiça. Mais 24 mil idosos deverão beneficiar do complemento solidário após as mexidas aprovadas na quinta-feira pelo Governo. Estas são algumas das notícias em destaque na imprensa nacional esta sexta-feira.

Há um número recorde de candidatos à presidência do Supremo

Nunca houve tantos candidatos à presidência do Supremo Tribunal de Justiça. Cinco juízes conselheiros manifestaram disponibilidade para ascenderem ao topo da instituição, em substituição de Henrique Araújo, que sai por limite de idade no início de junho. Três dos candidatos — Cura Mariano, José Lameira e Nuno Gonçalves — têm 67 anos, pelo que, se um deles for o eleito, não cumprirá a totalidade do mandato, pois será obrigado a jubilar-se aos 70. As outras candidaturas são de mulheres, designadamente Graça Amaral e Leonor Furtado, que são as únicas que podem cumprir a totalidade do mandato. Em caso de vitória, será a primeira vez que uma mulher ocupa esta função.

Leia a notícia completa no Expresso (acesso pago).

FdR e Estado podem receber 163 milhões de dividendos num acordo com Novobanco

A Lone Star e o Fundo de Resolução estão a negociar o fim do Acordo de Capitalização Contingente antes de 2025. O argumento mais forte usado pelo maior acionista do Novobanco são os dividendos que o Fundo de Resolução e a Direção-Geral do Tesouro e das Finanças receberiam e, segundo as contas do Jornal Económico, o atual rácio de capital permitiria distribuir 50% dos lucros de 2022 e 50% dos lucros de 2023. Isto significa que o Fundo de Resolução ganharia 85 milhões de euros em dividendos do banco e o Estado receberia 78 milhões, calcula o jornal.

Leia a notícia completa no Jornal Económico (acesso pago).

Alterações no complemento solidário para idosos beneficiam mais 24 mil pessoas

O Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social estima que o universo de beneficiários do Complemento Solidário para Idosos, que atualmente é de cerca de 140 mil pessoas, aumente em 24 mil pessoas a partir de junho em resultado das medidas aprovadas esta quinta-feira pelo Governo. Enquanto mais 22.500 idosos vão passar a receber a prestação social na sequência do aumento de 50 euros por mês, a eliminação do rendimento dos filhos como fator de exclusão para a sua atribuição deverá abranger outros 1.500 idosos.

Leia a notícia completa no Público (acesso pago).

Governo diz que Portugal pode ser suspenso do Espaço Schengen

O Governo considera que Portugal corre o risco de ser suspenso do Espaço Schengen devido a um atraso na instalação dos equipamentos necessários para a entrada em vigor dos novos sistemas de controlo de fronteiras na União Europeia. Os testes e a validação dos equipamentos em causa têm de ocorrer até julho — data em que os Estados-membros têm de fazer uma declaração de prontidão –, mas os procedimentos ainda não estão concluídos. O ministro da Presidência, António Leitão Amaro, realça o “enorme problema” para o turismo português que uma suspensão pode trazer, responsabilizando o anterior executivo pelo atraso.

Leia a notícia completa no Expresso (acesso pago).

Novo Governo suspende até 2025 lei que trava vendas de imóveis

O Governo aprovou na quinta-feira uma alteração à lei do cadastro predial que suspende até janeiro do próximo ano duas normas cuja aplicação está dependente da criação e entrada em funcionamento de uma plataforma informática que ainda não existe. A lei em causa entrou em vigor em novembro de 2023 e lançou a confusão em sete concelhos do território nacional (Loulé, Oliveira do Hospital, Paredes, Penafiel, São Brás de Alportel, Seia e Tavira) onde, desde então, não é possível registar negócios jurídicos relacionados com imóveis.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago).

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Banco polaco do BCP lucra menos 50% no início do ano

Bank Millennium, que é detido em 50,01% pelo BCP, viu o resultado líquido afundar para o equivalente a 29,7 milhões de euros no período de janeiro a março.

O resultado líquido do Bank Millennium na Polónia, que é controlado pelo banco português BCP, registou uma queda de 50% no primeiro trimestre, em comparação com igual período do ano passado, totalizando 128 milhões de zlótis, o equivalente a 29,7 milhões de euros. A notícia chegou esta sexta-feira através de um comunicado remetido à CMVM pelo BCP.

“Os resultados do Bank Millennium no primeiro trimestre de 2024 mantiveram-se condicionados pelos encargos relacionados com a carteira de créditos hipotecários denominados em francos suíços que totalizaram 824 milhões de zlótis antes de impostos (190,9 milhões de euros)”, refere a nota.

No trimestre, a margem financeira do banco cresceu 7% em termos homólogos. O número de clientes particulares ativos subiu 122 mil e superou os três milhões, com os depósitos a aumentarem 16%. Os empréstimos a este segmento mantiveram-se estáveis.

Do lado dos clientes empresariais, notou-se uma queda de 6% no crédito a empresas, embora os depósitos neste segmento tenham aumentado 4% no período. O banco notou ainda uma redução de 11% no volume de negócio de factoring e de 4% no leasing.

Ao nível das comissões, a receita líquida decresceu 1%. Os proveitos core somaram 6% no trimestre em comparação com janeiro a março do ano passado. O rácio de loans-to-deposits fixou-se nos 65,3%.

O BCP nota ainda que os custos do Bank Millennium, que detém em 50,01%, aumentaram 15% no trimestre. Mas fala também num “aumento expressivo dos rácios de capital, que se fixaram em 18% no que respeita ao Rácio de Capital Total (TCR) e em 14,9% no que respeita a rácio T1”.

Na terça-feira, o Bank Millennium anunciou que o prolongamento das moratórias no crédito à habitação na Polónia deverá ter um impacto negativo até 247 milhões de zlótis (57,2 milhões de euros) nos seus resultados.

O governo polaco prorrogou as moratórias de crédito para mutuários de créditos hipotecários denominado em zlótis por mais quatro meses. Este programa já esteve em vigor em 2022 e 2023 e destina-se a ajudar famílias em situação de debilidade financeira. Contudo, estes apoios deverão penalizar as contas do Bank Millennium.

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Fluidra fecha a semana com uma subida acumulada de 13% e atinge o seu nível mais elevado desde 2022, após a apresentação de resultados

  • Servimedia
  • 10 Maio 2024

A Fluidra tornou-se um dos principais protagonistas da semana bolsista, com uma subida de 6% e uma revalorização acumulada de 13% na semana em que apresentou as contas do primeiro trimestre.

Estes ganhos levaram a empresa ao seu nível mais elevado dos últimos dois anos, na casa dos 23 euros por ação.

A empresa de equipamentos e soluções conectadas no setor da piscina e do bem-estar atingiu vendas de 527 milhões de euros e um EBITDA de 118 milhões de euros no primeiro trimestre do ano e reconfirmou as suas orientações para o ano de 2024. Estes resultados estão em linha com as expectativas e foram recebidos de forma positiva por analistas e investidores.

Neste sentido, a Alantra e a JP Morgan subiram a sua recomendação sobre a empresa de neutral para buy, na sequência da apresentação das contas da Fluidra. “Melhorámos a nossa recomendação sobre a empresa porque acreditamos que é a melhor opção para apostar numa recuperação residencial entre as empresas europeias de bens de equipamento. É um ponto de entrada atrativo, com a correção dos inventários já ultrapassada e os sinais de uma dinâmica comercial positiva em abril, que nos dão uma visão mais clara do caminho para a recuperação”, explicou a empresa americana.

A Alantra baseia a sua visão positiva da Fluidra na “sua liderança num setor de crescimento secular, um negócio altamente rentável com capacidade para expandir as margens, espaço para crescer num mercado fragmentado e um sólido historial de fusões e aquisições”.

A Alantra é um dos analistas mais positivos em relação às ações da Fluidra, fixando o seu preço-alvo em 25,2 euros por ação, o que representa um potencial de valorização de cerca de 10% face ao nível atual.

Outra das entidades que aconselha a aquisição das suas ações é o Barclays, que mantém a sua recomendação de compra devido à “melhoria sequencial do negócio apoiada pela recuperação do gasto em construção residencial e pela normalização da indústria, além da capacidade de expandir as margens graças ao poder de fixação de preços e à poupança de custos”.

Das 17 entidades que seguem a empresa, sete aconselham a compra das suas ações, seis mantêm-nas em carteira e apenas quatro as vendem.

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As reformas regulamentares vão ao encontro do consenso do sector imobiliário, que apela a uma maior planificação para impulsionar o investimento na habitação

  • Servimedia
  • 10 Maio 2024

Estas foram algumas das principais conclusões da terceira edição das Land Talks, uma conferência organizada pela Serviland e pela Asprima sobre o mercado fundiário e a gestão urbana.

Conseguir uma mudança de paradigma no setor com todas as reformas normativas que estão a ser promovidas pela administração territorial e nacional foi um dos pontos de maior convergência entre os representantes da administração pública e os profissionais do setor imobiliário e da promoção do país durante a terceira edição das Land Talks, um encontro organizado pela Serviland e pela Asprima, ao qual assistiram mais de 200 pessoas.

Neste quadro de diálogo entre profissionais dos setores público e privado, Borja Goday, CEO da Servihabitat e presidente da Serviland, defendeu um sistema flexível, capaz de responder às diferenças e às necessidades territoriais e adaptado a uma necessária parceria público-privada.

Carolina Roca, presidente da Asprima, sublinhou que “é essencial que todos os novos regulamentos avancem” e destacou a evolução da plataforma LandCAM, que “monitoriza os desenvolvimentos urbanos da CAM e permite prever os terrenos que vão ser carregados anualmente”.

PLANEAMENTO E RESPONSABILIDADE

Ernesto Tarazona, CEO da Serviland, presidiu à mesa redonda com os representantes máximos dos principais promotores do país, que concordaram em estar otimistas quanto ao bom andamento do setor e à evolução dos últimos anos para que deixe de ser visto como um setor especulativo e seja entendido como um vetor essencial para o país em termos de acessibilidade à habitação. David Martínez, CEO da AEDAS Homes, salientou que “temos um setor sólido, solvente e fiável, pelo que devemos crescer mantendo a disciplina, o rigor e a responsabilidade para continuar a atrair capital”.

Alberto Prieto Ruiz, Diretor Geral da Coral Homes, “é imperativo simplificar e poder prever prazos e procedimentos para atrair investimento” e foi categórico ao afirmar que “precisamos de um negócio modelável e de segurança jurídica a longo prazo”. Borja Garcia-Egotxeaga, CEO da Neinor Homes, alertou para o facto de o planeamento não estar a ser feito com vista ao futuro, pelo que “planear e medir” são dois conceitos-chave para enfrentar os próximos anos e continuar a trabalhar em soluções.

Apesar do amplo consenso sobre as inovações que estão a ser introduzidas pelas reformas regulamentares no domínio fundiário, reconhecem que “ainda há muito espaço para melhorar a partir do qual se pode continuar a trabalhar e avançar para a industrialização”, como expressou a presidente da ASPRIMA, Carolina Roca.

DIREITO FUNDIÁRIO

María Teresa Verdú, diretora-geral da Agenda Urbana e Arquitetura do Ministério da Habitação e da Agenda Urbana do Governo espanhol, reconheceu durante a sua intervenção que o atual sistema de planeamento e ordenamento se tornou demasiado rígido e complexo, aspetos que o novo regulamento pretende modificar. Entre as medidas enumeradas, destacou que “pretendemos definir o regime jurídico para distinguir entre nulidade e anulação por vícios processuais”, um ponto que aceleraria os processos de desenvolvimento e que são uma exigência constante do setor.

Já o sócio de Urbanismo e Ambiente da Pérez-Llorca, Alberto Ibort, sublinhou na sua intervenção que “a atual efervescência regulatória vai provocar alterações relevantes no setor” e, para ele, é fundamental manter o caminho da colaboração público-privada, bem como dotar o setor de segurança jurídica.

ADMINISTRAÇÃO

Durante o evento, as perspetivas de outros territórios também foram colocadas em cima da mesa para conhecer as diferentes abordagens de planeamento urbano no país. Ramón Cubián, Diretor Geral do Território do Ministério Regional do Ambiente, Agricultura e Interior da Comunidade de Madrid, explicou o trabalho que está a ser realizado na região de Madrid e antecipou que dentro de “um ano e meio ou dois haverá uma nova lei do território para a Comunidade de Madrid”. Por seu lado, Agustín Fernández, Diretor-Geral da VISOCAN, explicou que, no caso das Ilhas Canárias, as obras paradas são uma das alavancas fundamentais a ativar para promover um desenvolvimento habitacional mais sustentável e, ao mesmo tempo, mais eficaz em termos de rapidez.

A visão da situação andaluza foi dada por Violeta Aragón, secretária-geral da Associação Provincial de Construtores e Promotores da Província de Málaga, que explicou que a comunidade foi pioneira nas alterações regulamentares com a aprovação da LISTA. Aragón também defendeu o bom entendimento entre as comunidades.

Nesta terceira edição do evento, o “Prémio pela contribuição para o desenvolvimento do planeamento urbano em Espanha” foi entregue a José Mª Ezquiaga, Doutor em Arquitetura e sócio fundador da Ezquiaga Arquitetura Sociedad y Territorio SL.

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O dia em direto nos mercados e na economia – 10 de maio

  • ECO
  • 10 Maio 2024

Ao longo desta sexta-feira, 10 de maio, o ECO traz-lhe as principais notícias com impacto nos mercados e nas economias. Acompanhe aqui em direto.

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TAP registou prejuízo de 71,9 milhões no primeiro trimestre

A companhia aérea registou o segundo trimestre seguido de resultados negativos. Custos com pessoal devido a Acordos de Empresa pressionaram resultado com subida de 70,5 milhões.

Depois de um resultado negativo pouco usual no último trimestre do ano passado, a TAP prolongou as perdas com um prejuízo de 71,9 milhões de euros no primeiro de 2024, pressionada novamente pelos custos com pessoal, informou a empresa esta sexta-feira.

“No primeiro trimestre de 2024 continuámos o processo de transformação estrutural que a TAP exigia”, referiu o CEO da TAP, Luís Rodrigues, citado num comunicado divulgado no site da empresa. “O investimento nas nossas pessoas, incluindo o fim dos cortes salariais, correções da elevada inflação e os novos acordos de empresa, têm um impacto imediato no resultado, mas os benefícios continuarão a materializar-se“.

Em comparação homóloga, ou seja, face ao mesmo período de 2023, o prejuízo desceu 25,2%, ou 14,5 milhões de euros. A companhia aérea adiantou que, quando comparado com o primeiro trimestre de 2019, antes da pandemia, o prejuízo melhorou em 34,7 milhões.

As receitas operacionais totalizaram 861,9 milhões de euros, aumentando em 3,1% em comparação com o período homólogo, ultrapassando e representando 140% das receitas operacionais do primeiro trimestre de 2019, “impulsionadas principalmente pelas receitas do segmento de passageiros”. Estas registaram um aumento de 37,2 milhões (+5%) face ao primeiro trimestre de 2023 para 774,7 milhões.

No primeiro trimestre de 2024, a TAP apresentou “uma melhoria da performance operacional superando o primeiro trimestre de 2023 em várias métricas operacionais: transportou mais passageiros, aumentou a sua capacidade (+3,8%) e melhorou o load factor (+0,3 p.p.), confirmando o foco da empresa na melhoria contínua da sua operação”.

A TAP sublinhou que o PRASK — indicador que avalia as receitas obtidas por passageiro em relação ao “lugar-quilómetro” — subiu 1,2%, para 6,25 euros, enquanto o número de passageiros que a companhia transportou entre janeiro e março avançou 0,6%, para 3,53 milhões.

Tivemos a capacidade de aumentar a oferta, transportar mais passageiros e melhorar as taxas de ocupação quando comparado com o primeiro trimestre de 2023, o que se traduziu em aumento da receita, enorme redução de irregularidades, melhoria da pontualidade e regularidade numa infraestrutura aeroportuária altamente congestionada

Luís Rodrigues

CEO da TAP

“Tivemos a capacidade de aumentar a oferta, transportar mais passageiros e melhorar as taxas de ocupação quando comparado com o primeiro trimestre de 2023, o que se traduziu em aumento da receita, enorme redução de irregularidades, melhoria da pontualidade e regularidade numa infraestrutura aeroportuária altamente congestionada”, sublinhou Luís Rodrigues.

Os custos operacionais recorrentes atingiram 905,2 milhões, registando um aumento de 7,0% ou de 59,1 milhões em comparação com o primeiro trimestre de 2023.

“Esta variação resulta principalmente do aumento dos custos com o pessoal (+70,5 milhões ou 56,9%) devido aos novos acordos de empresa, contrabalançado pela redução do custo com combustível (menos 23,6 milhões ou 8,5%) devido a um preço mais baixo do jet fuel neste trimestre em comparação com o primeiro trimestre de 2023″, explicou a TAP.

“Importa referir que o aumento dos custos com pessoal no primeiro trimestre em comparação com o primeiro de 2023 foi impactado por custos extraordinários decorrentes de um acordo alcançado com os representantes dos pilotos e adicionalmente pela existência de reduções de remunerações em vigor em 2023, reduções essas eliminadas com a entrada em vigor dos novos acordos de empresa na segunda metade de 2023″, sublinhou a empresa.

O EBITDA — lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações — caiu 38,6% para 70 milhões. Em termos recorrentes, totalizou 83,7 milhões no primeiro trimestre, menos 30,3%.

Em 2023, apesar de a companhia aérea ter conseguido um resultado líquido anual de 177 milhões de euros em 2023, o prejuízo de 26,2 milhões no último trimestre — provocado por aumento de 121% na rubrica de custos com pessoal, para 270,4 milhões, em resultado dos novos acordos de empresa assinados com os sindicatos e o acréscimo de 25% nos custos operacionais de tráfego — penalizou o exercício.

O primeiro trimestre é sempre mais difícil para as companhias aéreas, devido à menor procura de viagens, e o deste ano foi particularmente penoso, por exemplo, para a Lufthansa e o grupo Air France – KLM, dois dos interessados na privatização da TAP que averbaram elevados prejuízos. A ordem é para conter custos.

A transportadora aérea alemã registou um prejuízo de 734 milhões de euros entre janeiro e março, mais 57% do que no mesmo período do ano passado. Já a Air France – KLM viu o resultado líquido agravar-se de um prejuízo de 344 milhões em 2023 para 522 milhões nos primeiros três meses deste ano.

Outra interessada na TAP, a IAG (dona da BritishAirways e da Ibéria), divulgou esta sexta-feira um prejuízo líquido de 4 milhões de euros no primeiro trimestre, face a 87 milhões no período homólogo. Os resultados ao nível do lucro operacional, de 68 milhões de euros, ficaram acima do consenso das expectativas dos analistas, que se situava nos 49 milhões.

“A Lufthansa teve greves, o que foi o grande problema. A Air France-KLM teve alguns problemas pontuais, mas a IAG foi ainda melhor. A IAG é o grupo com maior margem de lucro: margens de dois dígitos contra um dígito nos outros grupos em geral”, disse Alex Irving, analista da Bernstein, num email enviado à Reuters.

Expectativas positivas para Verão 2024

A TAP informou que a 31 de março o grupo apresentava “uma posição de liquidez forte” de 1.133,4 milhões de euros, um aumento de 344 milhões face ao final de 2023, no seguimento da execução da segunda tranche de aumento de capital pelo acionista em janeiro de 2024, no valor de 343 milhões. “Este valor confirma a gestão financeira disciplinada e prudente da TAP, com o objetivo de inspirar confiança nos nossos investidores”, vincou.

As expectativas para o Verão de 2024 “mantém-se positivas, com as reservas em linha com 2023, apesar do aumento de capacidade, confirmando uma procura resiliente” disse, adiantando que “igualmente em 2024, o investimento na modernização da frota irá continuar, com o phase-in de três novas aeronaves A320 NEO, confirmando o compromisso da TAP numa frota mais sustentável e eficiente”.

(Notícia atualizada às 07h43)

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5 coisas que vão marcar o dia

  • ECO
  • 10 Maio 2024

Dia fica marcado pela divulgação dos resultados da TAP no arranque do ano e pela partilha das atas da última reunião da política monetária do BCE. Destaque ainda para a assembleia geral da Galp.

Esta sexta-feira fica marcada pela divulgação dos resultados da TAP e dos dados referentes à evolução das exportações portuguesas em março. No mesmo dia, lá fora, o Banco Central Europeu partilha as atas da última reunião da política monetária.

TAP divulga resultados

A TAP prepara-se para divulgar esta sexta-feira os resultados operacionais referentes ao primeiro trimestre de 2024. A companhia aérea, que fechou o ano de 2023 com lucros de 177,3 milhões de euros, não escapou, no entanto, aos prejuízos de 26,2 milhões de euros do último trimestre do ano passado. O CEO Luís Rodrigues já tinha admitido que “2024 será um ano desafiante” e as contas dos primeiros três meses servirão de diagnóstico dessas dificuldades.

Como estão as nossas exportações?

Esta sexta-feira, o Instituto Nacional de Estatísticas divulgará as estatísticas do comércio internacional referentes ao mês de março. Em fevereiro, as exportações portuguesas apresentaram um crescimento homólogo de 2,3%, sobretudo devido ao forte impulso nas vendas de produtos alimentares e bebidas, que registaram aumentos de 14,8%.

Galp vota redução do capital social

Os acionistas da Galp reúnem-se esta sexta-feira em Assembleia Geral para votar uma redução de até 9% do capital social. A ordem de trabalhos prevê ainda que sejam votadas as contas individuais e consolidadas da empresa, e a proposta de aplicação dos resultados de 2023, que prevê a distribuição de mais de 422 milhões de euros em dividendos.

BCE divulga atas da última reunião

Esta sexta-feira, o Banco Central Europeu (BCE) vai divulgar as atas do último Conselho do BCE, no qual decidiu novamente pela manutenção das taxas diretoras. Embora não tenha alterado a trajetória das taxas de juro, a instituição liderada por Christine Lagarde deverá fazê-lo, pela primeira vez desde 2019, já em junho.

Saúde da economia britânica

Esta manhã serão divulgados um conjunto de indicadores sobre a economia britânica, entre eles, uma estimativa rápida sobre a evolução do PIB no primeiro trimestre, a produção industrial e a balança comercial. No final de 2023, os indicadores davam conta de que o Reino Unido tinha fechado o ano em recessão técnica.

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Marlons surge como a nova sensação dos “Smash Burgers” em Madrid, rivalizando com o VICIO, os do antigo vencedor do Masterchef

  • Servimedia
  • 10 Maio 2024

Marlons surgiu como uma revelação no mundo dos smash burgers em Madrid, estabelecendo-se rapidamente como um ícone de culto na capital e fazendo frente ao famoso hambúrguer VICIO de Aleix Puig.

Fundada pelos jovens Marlon Torrents e Inés Pérez de Olacoechea, esta empresa inovadora revolucionou o panorama da fast food com a sua aposta na qualidade e autenticidade, dando uma nova vida ao legado da fast food americana do smash burger.

Num curto espaço de tempo, Marlons captou a atenção de locais e visitantes com o seu famoso hambúrguer ESREK, que já vendeu mais de 100.000 unidades. A estratégia da Marlons de se concentrar em cozinhas com grande procura e apenas para entregas permitiu-lhes manter um nível de eficiência e qualidade raramente visto no setor da comida rápida.

Os smash burgers do Marlons são confecionados com uma mistura personalizada de produtos de qualidade superior, sempre frescos e provenientes de produtores e fornecedores locais. O plano de brioche é primorosamente selecionado para fundir todos os sabores do hambúrguer. Os molhos são uma reinterpretação própria de Marlon, fundindo as receitas mais autênticas das grandes casas americanas e introduzindo os “giños” nos sabores espanhóis. E a experiência Marlons não pode estar completa sem o domínio da grelha para conseguir o efeito Maillard. Este efeito é a chave do lendário “smash” para desencadear a reação química que transforma as proteínas e os açúcares da carne a altas temperaturas numa crosta estaladiça.

“O Marlons não é apenas um restaurante de hambúrgueres, é uma experiência que faz lembrar os anos dourados da fast food americana, mas com um enfoque em ingredientes frescos e de qualidade”, explica Marlon Torrents. “O nosso compromisso com a excelência e a rapidez ajudou-nos a construir uma base de clientes fiéis que consideram os nossos hambúrgueres os melhores da cidade.

Este êxito não se reflete apenas nas vendas e no crescimento explosivo da empresa, mas também no culto que gerou em torno do seu produto. Comparações com as grandes hamburguerias como VICIO, GOIKO ou Five Guys, e destacando-se de outras propostas como PINK’S, BURGER JAZZ ou FASFU, num mercado como Madrid, pioneiro na tendência em Espanha e epicentro do delivery no nosso país. Os especialistas do setor reconhecem o rápido sucesso dos Marlons e consideram que “o que os distingue é a sua capacidade de manter a simplicidade e a acessibilidade, ao mesmo tempo que oferecem um produto muito único, um ‘smash’ muito autêntico; um produto que rivaliza com as criações de chefs ou marcas mais conhecidas”.

Com três cozinhas operacionais em Madrid e planos de expansão para completar Madrid e iniciar outras cidades, a Marlons não mostra sinais de abrandamento. A marca entrou na categoria de delivery de topo em Espanha, no principal mercado de Madrid, com muito ímpeto, e está a recuperar na satisfação do consumidor através de feedback e com uma comunidade social de mais de 11.000 seguidores orgânicos.

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Quadro “Descida da Cruz”, de Domingos Sequeira, vai para o Museu Soares dos Reis

O quadro “Descida da Cruz", de Domingos Sequeira, vai estar patente ao público a partir de 1 de junho, no Museu Nacional Soares dos Reis. A obra pertence à Fundação Livraria Lello.

“Descida da Cruz”, de Domingos Sequeira.Lusa

O quadro “Descida da Cruz”, de Domingos Sequeira, vai estar patente ao público a partir de junho no Museu Nacional Soares dos Reis, avançou a Fundação Livraria Lello que primeiro exibe a obra, a 18 de maio, na sua sede no Mosteiro de Leça do Balio (Matosinhos). Este edifício também abre pela primeira vez as portas nesse dia depois de requalificado pelo arquiteto Álvaro Siza Vieira que mostra ainda a “escultura aberta” que criou.

O quadro “Descida da Cruz” vai ser, pela primeira vez, exibido no Dia Internacional dos Museus, na sede da Fundação Livraria Lello, avança esta instituição ao ECO/Local Online. A 1 de junho passa a pertencer à exposição de longa duração do Museu Nacional Soares dos Reis.

Esta obra de Domingos Sequeira esteve envolta em polémica desde o final de 2023, altura em que a Direção-Geral do Património Cultural autorizou a saída do quadro do país, contrariando pareceres de especialistas.

“Descida da Cruz” faz parte de um grupo de quatro pinturas de Domingos Sequeira – “Ascensão”, “Juízo Final” e “Adoração dos Magos” – criadas durante os seus últimos anos de vida, em Roma, onde morreu em 1837.

A reabilitação do Mosteiro faz parte de um projeto dos donos do Lionesa Business Hub (LBH), em Matosinhos, que custou dez milhões de euros. Contempla ainda a escultura aberta do arquiteto Álvaro Siza Vieira e o Jardim do Pensamento da autoria do arquiteto paisagista Sidónio Pardal. Este último tem conclusão prevista para 2025, segundo avançou o CEO Pedro Pinto ao ECO/Local Online.

No dia 18 de maio, as visitas ao mosteiro para ver o quadro serão conduzidas por estudantes da Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto (FAUP) e pela Casa da Arquitetura. O espaço volta a reabrir a 22 de junho já com a programação até ao final do ano.

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CEO antecipam queda da economia portuguesa em 2024

Apesar de estarem menos pessimistas que em 2023, a maioria dos líderes mantém uma visão negativa para a evolução da economia nacional e global, e estão mais pessimistas que os seus pares europeus.

Os líderes e empresários portugueses mantêm uma visão conservadora para a evolução da economia em 2024. A maioria dos 80 CEO questionados pela PwC para o “CEO Survey” de 2024 continua a antecipar uma contração da economia portuguesa e global em 2024. Ainda assim, há mais empresários a perspetivar uma evolução positiva do PIB este ano, quando comparado com o inquérito realizado o ano passado.

Segundo os resultados do inquérito, os CEO estão menos pessimistas este ano quanto às perspetivas de crescimento da economia global e nacional. Cerca de um quinto dos líderes inquiridos em Portugal acreditam que 2024 trará um aumento do PIB mundial, traduzido num crescimento de 4 pontos percentuais face ao ano anterior.

Dos 80 CEO portugueses sondados pela PwC para o relatório “CEO Survey” deste ano, 14% acredita que a economia vai manter-se estável em 2024, contra apenas 5% no ano passado,

Da mesma forma, também “aumentou o número de líderes que projetam que o cenário se irá manter sem alterações”, refere o 27.º “CEO Survey”, um inquérito internacional realizado pela PwC que inclui mais de 80 gestores portugueses e que será apresentado esta sexta-feira, em Lisboa, numa iniciativa conjunta da PwC e do ECO, que contará com a presença do ministro da Economia, Pedro Reis, Isabel Vaz, CEO do Grupo Luz Saúde, José Theotónio, CEO do Grupo Pestana, e Pedro Leitão, CEO do Banco Montepio.

Dos 80 CEO portugueses sondados pela PwC, 14% acredita que a economia vai manter-se estável em 2024, contra apenas 5% no ano passado, e 67% (80% em 2023) ainda vê a atividade económica a contrair este ano.

Olhando para o caso concreto da economia nacional, que no ano passado surpreendeu com um dos crescimentos mais elevados a nível europeu, cerca de 63% dos líderes projeta um recuo do crescimento da economia portuguesa durante os próximos 12 meses. No entanto, também em 2023 as previsões dos empresários (75%) apontava para uma contração do PIB nacional.

No que diz respeito às expectativas para a economia mundial, os empresários portugueses estão mais pessimistas que os líderes na Europa e a nível global. A maioria (44%) dos líderes europeus acredita que a economia mundial poderá recuperar em 2024, enquanto 27% prevê uma estabilização, e 39% antecipa mesmo uma queda do PIB. Os resultados globais mostram que 38% dos CEO vê a economia global a crescer este ano, contra 18% em 2023.

Líderes empresariais menos preocupados com a inflação

Depois de um período marcado pela escalada da inflação, que se refletiu em custos de produção e preços de matérias-primas mais elevados, a descida do índice de preços no ano passado, aproximando a taxa de inflação da meta dos bancos centrais, veio reduzir as preocupações dos CEO em relação a este tema.

“Em Portugal verifica-se uma redução das preocupações com a inflação (-8 pontos percentuais) e com a volatilidade macroeconómica (-10 pontos percentuais ), apesar de estes fatores continuarem a fazer parte do top 3″, refere o relatório.

O “CEO Survey” mostra que atualmente são as ciberameaças que estão no topo da agenda das preocupações dos CEO nacionais (mais 5 pontos percentuais face ao ano anterior), uma tendência em linha com outros países da Europa Ocidental, nomeadamente França e Alemanha.

“Destacamos, contudo, o aumento significativo da preocupação com a ameaça imposta pelas alterações climáticas, que foi apontada nesta edição por 20% dos líderes portugueses (um aumento de 11 pontos percentuais)”, lê-se no documento. Além disso, apesar de continuarem preocupados com vários temas, os CEO sentem que os seus negócios estão menos ameaçados no curto prazo.

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IRS, pensionistas e demissões marcam primeiro mês de Governo

O Executivo já avançou com algumas medidas, mas está "mais fragilizado" diante da polémica com as contas públicas e a coligação negativa entre PS e Chega, segundo politólogos consultados pelo ECO.

Desde a proposta para a descida das taxas de IRS aos decretos que aumentam e alargam o Complemento Solidário para Idosos (CSI), e que não têm de passar pelo Parlamento, às negociações para descongelar a carreira do professores e para atribuir um suplemento de risco às polícias, o Governo de Luís Montenegro já avançou com medidas importantes nos primeiros 35 dias, desde que tomou posse, e passados dois meses desde as eleições de 10 de março. Mas estes trunfos acabaram por se esfumar diante de polémicas demissões, da coligação negativa entre PS e Chega para aprovar o fim das portantes nas ex-SCUT e da confusão instaurada com as contas públicas.

Apresentação e debate do programa do XXIV Governo Constitucional na Assembleia da República - 12ABR24
Joaquim Miranda Sarmento, ministro das Finanças, Pedro Duarte, ministro dos Assuntos Parlamentares, Luís Montenegro, primeiro-ministro, na apresentação e debate do programa do XXIV Governo Constitucional na Assembleia da RepúblicaHugo Amaral/ECO

“É um arranque atribulado e num contexto em que o Governo tem muito pouca margem para deslizes. Não é um arranque desastroso mas atribulado”, salienta ao ECO André Azevedo Alves, professor do Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica. O politólogo refere-se, nomeadamente, a “nomeações que não se concretizaram”, como a de Patrícia Dantas, que ia assumir funções como adjunta do ministro de Estado e das Finanças, Joaquim Miranda Sarmento, e que acabou por não ser designada para o cargo depois de o Correio da Manhã ter noticiado que enfrenta uma acusação de um crime de fraude na obtenção de fundos europeus. “Isto é um sinal de amadorismo”, sublinha o Azevedo Alves.

O politólogo também considera “negativas as exonerações da provedora da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa”, Ana Jorge, “e do diretor nacional da PSP”, José Barros Correia. A este respeito, Paula Espírito Santo nota que “o Governo não está a conseguir passar uma mensagem de estabilidade e de harmonização com os vários setores da sociedade”.

A investigadora do Instituto de Ciências Sociais e Políticas da Universidade de Lisboa (ISCSP) considera ainda que “o Executivo está a ter alguma dificuldade de comunicação, o que depois agrava a imagem do Governo junto dos portugueses e os vários setores da sociedade”. “E essa fragilidade notou-se desde o início, desde a dificuldade em conseguir convidar secretários de Estado para o Governo desde dificuldade em eleger o Presidente da Assembleia da República, José Pedro Aguiar-Branco”, recorda.

Por outro lado, a “confusão no custo da proposta do Governo para a descida do IRS era evitável”, destaca ainda o professor da Universidade Católica. De recordar que o Executivo anunciou, inicialmente, que a redução das taxas entre 0,25 pontos percentuais (p.p.) e 3 p.p. até ao 8.º escalão do IRS iria custar 1.500 milhões de euros. Mais tarde, Miranda Sarmento acabou por esclarecer que esta fatura já contabilizava a redução do imposto, de cerca de 1.152 milhões de euros, aprovada pelo anterior Executivo.

Ou seja, afinal a despesa com esta medida é de apenas 463 milhões, dos quais 348 milhões de euros, que se irão sentir já este ano, por via da diminuição da retenção na fonte, e 115 milhões de euros, com efeitos em 2025, através dos reembolsos.

“Esta atitude fragiliza a posição do Governo face à oposição, dificulta a governabilidade e abre a porta a mais coligações negativas como aquela que se formou para aprovar o fim das portagens das ex-SCUT”, analisa André Azevedo Alves. De lembrar que o PS conseguiu fazer passar o seu projeto de eliminação da cobrança de sete antigas vias sem custos para o utilizador (SCUT) com ajuda do partido de André Ventura e à revelia do PSD e do CDS.

Paula Espírito Santo alerta que “este tipo de uniões, entre PS e Chega pode acontecer mais vezes”, porque “o Governo tem pouca força política e poucos alicerces para se fazer ouvir”. A instabilidade política que paira sobre o Executivo também pode “minar a confiança dos investidores externos”, aponta. Para além disso, “e sem uma maioria confortável no Parlamento, a oposição poderá juntar-se e aprovar mais medidas despesistas, mesmo contra a vontade do Governo, prejudicando a trajetória da dívida pública”, alerta a politóloga.

A polémica em torno das contas certas, com Joaquim Miranda Sarmento a revelar que o anterior Executivo, de António Costa, aprovou mais de mil milhões de despesa sem cabimento orçamental, valor que depois disse que, afinal, era de 2,5 mil milhões de euros também “não favorece a confiança dos portugueses junto deste Executivo”, sinaliza Paula Espírito Santo. “Parece que o Governo quer agora justificar eventuais recuos nas promessas eleitorais, parece que é uma tentativa de refrear os ânimos e as expectativas dos vários setores”, esclarece.

A investigadora ressalva que “é natural que, depois das eleições, o Governo passe a ter uma visão mais realista, menos otimista, mas não pode fazer um volte-face de forma tão repentina”. “Esta posição pode desacreditar as forças políticas que suportam o Governo em futuras eleições, seja nas Europeias, seja numas legislativas antecipadas. E isso vai reforçar a demagogia e o populismo, dando mais espaço para partidos como o Chega crescerem”, sinaliza.

Para Marco Lisi, professor no departamento de Estudos Políticos da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa (NOVA FCSH), a avaliação ao primeiro mês de Governo “tende a ser negativa por duas razões principais: a primeira é porque não se sabe quais são as prioridades do Governo e nalgumas decisões chaves em que o podia avançar – como no novo aeroporto, na execução do PRR (Plano de Recuperação e Resiliência), ou na lei sobre o lóbi – ainda não se sabe bem o que quer fazer”.

Por outro lado, “parece não existir ainda uma estratégia clara para negociar com os outros partidos do Parlamento ou pelo menos para construir alianças pontuais e isto é um problema em termos de governação, porque sem ter garantias de viabilizar as medidas do governo, é impossível projetar e implementar verdadeiras reformas de médio e longo prazo”, sinaliza o politólogo.

Apesar das pedras na engrenagem do Governo, André Azevedo Alves salienta como “positivo” o facto de “já se ter avançado em matérias importantes com negociações setoriais para o descongelamento da carreira dos professores e para o pagamento do suplemento de risco para os polícias”.

E, entre todas as propostas e anúncios, há pelo menos três medidas para os pensionistas mais pobres que avançam já, por decreto do Governo, isto é, sem necessidade de passar pelo crivo do Parlamento, onde a AD não tem uma maioria confortável: aumento do CSI em 50 euros para 600 euros já em junho; exclusão dos rendimentos dos filhos no apuramento da elegibilidade do candidato para o apoio; e medicamentos com receita 100% gratuitos para os beneficiários do Complemento Solidário para Idosos.

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MAPFRE aposta na investigação para prevenir sinistros e criar produtos

Uma vez desenvolvido um novo seguro, em alguns casos é lançado de imediato, noutros casos aguardam por não haver volume de mercado que o justifique.

Os motociclistas que utilizam airbag nas suas deslocações reduzem até 22% a probabilidade de sofrerem ferimentos graves, revela o estudo “Ergonomia e sensações no uso de um airbag de motociclista”, lançado pela Fundação MAPFRE.

Jesús Monclús, diretor de Prevenção e Segurança Rodoviária, Fundação MAPFRE, considera fundamental “melhorar a informação (quanto ao airbag para motociclistas), tanto para amadores como para profissionais que utilizam a mota como ferramenta de trabalho e como meio de deslocação para o trabalho. As empresas devem considerá-la como um equipamento de proteção individual para os seus trabalhadores.”.

No âmbito do estudo, realizou-se um teste de colisão de uma moto a 40 km/h contra um carro, com o motociclista e passageiro a utilizar airbags. A colisão foi testada no CESVIMAP – Centro de Experimentação e Segurança Viária da MAPFRE – centro tecnológico do grupo MAPFRE que investiga acidentes rodoviários e a criação de processos de reparação de automóveis mais eficientes, procurando reduzir os seus custos e focando-se na prevenção de sinistros, fornecendo ferramentas para a seguradora criar novos produtos.

O teste revelou que os airbags foram acionados corretamente, protegendo o peito, coxas, cóccix, nuca e pescoço do manequim, num teste que utilizou a velocidade que provoca 60% dos sinistros, segundo estudos internacionais, citados pela MAPFRE.

O estudo conclui haver um certo desconhecimento dos inquiridos sobre as características e aplicações deste sistema de segurança. “É fundamental melhorar a informação, tanto para amadores como para profissionais que utilizam a mota como ferramenta de trabalho e como meio de deslocação para o trabalho. As empresas devem considerá-la como um equipamento de proteção individual para os seus trabalhadores.”, disse Jesús Monclús, diretor de Prevenção e Segurança Rodoviária, Fundação MAPFRE.

Outra conclusão foi que a maioria dos inquiridos (93%) recomendaria o airbag a outros condutores deste veículo e também que 6 em cada 10 tem maior sensação de segurança (66%), sobretudo os maiores de 50 anos (70%) e usuários de megascooter (86%), isto é, motociclos com maior cilindrada e desempenho do que uma de 125 cc.

Jesús Monclús referiu ainda que 23% dos passageiros vão pior equipados que os condutores, especialmente os ocasionais e os que conduzem na cidade.

Para chegar às conclusões do estudo realizaram-se provas dinâmicas a 83 motociclistas voluntários, equipados com um airbag da Aspar Air proporcionado pelo centro, com um custo de 270 euros, e que o utilizaram nas suas deslocações, em qualquer tipo de moto sob diferentes condições meteorológicas.

CESVIMAP fonte para criar novos produtos de seguro

A partir das investigações feitas no CESVIMAP a seguradora MAPFRE desenvolve novos produtos de seguros, como, por exemplo, o seguro específico para veículos elétricos, seguro para trotinetes elétrica, disse José Maria Cancer Aboitiz, General Manager da CESVIMAP ao ECOseguros após a demonstração do crash test.

José Maria Cancer Aboitiz, General Manager da CESVIMAP, explica a complementaridade do CESVIMAP e a seguradora Mapfre, sendo o primeiro uma das formas para a empresa de seguros desenvolver novos produtos para veículos.

Ainda que “normalmente tudo o que põe em marcha em Espanha, passa de maneira natural para Portugal”, referiu Jose Aboitiz, os produtos mencionados ainda não estão disponíveis no mercado nacional, verificou o ECOseguros. Trazer estes produtos “é uma decisão que depende da direção comercial de cada país”, bastante influenciada pelo volume de mercado para cada um dos produtos.

Há, no entanto, casos em que um produto da MAPFRE estreia-se noutros países e não em Espanha. Como é o caso do seguro para veículos elétricos que foi lançado em primeiro lugar na Alemanha, meio de locomoção muito mais utilizado pelos alemães que pelos espanhóis.

Aliás, é muitas vezes com base na previsão de tendências do mercado que as investigações no centro começam. Uma vez finalizadas, “em alguns casos, o produto é lançado imediatamente, noutros casos esperamos por não haver público suficiente, ainda que já tenhamos investigado e tenhamos o conhecimento”, explica.

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