Um comentador, uma ex-ministra e ex-líderes. Quem são os candidatos às europeias?

PS e PSD surpreenderam na escolha dos cabeças de lista para as próximas eleições europeias, que colocarão um comentador, um diplomata, ex-líderes políticos e um estreante na corrida às urnas.

Tendencialmente menos participadas, mas, desta vez, com importância redobrada dado o contexto político nacional e internacional, os partidos preparam uma segunda ida às urnas este ano.

As eleições europeias são por norma encaradas como um “teste” ao partido que está no Governo. E após uma vitória ligeira nas legislativas e apenas dois meses de governação, o PSD de Luís Montenegro – que volta a ir coligado com o CDS-PP às urnas europeias – terá que arregaçar as mangas para garantir que é o partido vencedor, e colocar alguma distância entre o PS (principal partido da oposição e que tem o mesmo número de deputados que o PSD na Assembleia da Republica) e do Chega (que se tornou na terceira força política e que deverá continuar a crescer neste sufrágio, à semelhança dos partidos populistas europeus).

No dia 9 de junho, mais de 10 milhões de portugueses são chamados às urnas para eleger 21 deputados para o Parlamento Europeu. Ao todo, a próxima legislatura contará com mais 15 eurodeputados para um total de 720 deputados. Por cá, os cabeça de lista dos principais partidos já são conhecidos (resta saber o PAN que deverá dar a conhecer a sua escolha na quinta-feira). Saiba quem são.

Aliança Democrática

Sebastião Bugalho

Comentador político, independente mas acarinhado pelo CDS (e agora do PSD, também), Sebastião Bugalho encabeça o elenco da AD às eleições europeias. A escolha era improvável, uma vez que Rui Moreira, presidente da Câmara Municipal do Porto, era o nome mais falado na comunicação social. No entanto, o autarca terá recusado o convite para ser o número dois de Bugalho, isto no mesmo dia em que as contestações de vários empresários do Norte se fizeram ouvir.

O jovem comentador é assim a escolha de eleição de Luís Montenegro para a próxima ida às urnas, que promete ser exigente para o PSD numa altura de afirmação política e governativa. Nas últimas eleições europeias, o PSD garantiu a eleição de seis eurodeputados para o Partido Popular Europeu (PPE), família partidária europeia dos sociais-democratas. A sondagem de março do Ipsos para a Euronews apontam, neste momento, para uma possível eleição de oito eurodeputados.

O comentador político e jornalista de 28 anos é formado em Ciência Política pelo Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica, e filho dos jornalistas João Bugalho e Patrícia Reis, editora da revista Egoísta. Deu os primeiros passos no jornalismo aos 19 anos, mas foi a fazer comentário político que ganhou maior protagonismo. Fê-lo na TVI24, tendo passado mais tarde para a CNN Portugal. Desde o ano passado, que se tornou num dos analistas políticos da SIC Notícias e, simultaneamente, no Expresso, ambos do grupo Impresa.

Além da análise política, o jovem foi também um dos nomes escolhidos por Assunção Cristas, antiga líder do CDS-PP, para as eleições legislativas de 2019. Depois de ter falhado a eleição – e de Cristas se ter demitido do cargo da liderança, seguindo-lhe Francisco Rodrigues dos Santos –, Bugalho foi convidado para substituir Ana Rita Bessa na Assembleia da Republica. No entanto, o comentador político não aceitou o convite.

Sebastião BugalhoHugo Amaral/ECO

 

Ana Miguel Pedro Soares, assessora do CDS-PP no Parlamento Europeu, é a primeira candidata indicada pelo partido para integrar a lista da Aliança Democrática (AD) às eleições europeias, concorrendo em terceiro lugar, atrás de Paulo Cunha.

Partido Socialista

Marta Temido

Apontada como possível candidata às autarquias pelo PS, a ex-ministra da Saúde é, agora, a escolha dos socialistas para as eleições europeias, com Francisco de Assis e Ana Catarina Mendes a surgirem como número dois e três da lista de candidatos.

Especializada, com carreira feita na área da Saúde e militante do PS desde 2021 – o próprio António Costa lhe entregou nas mãos o cartão do partido –, Marta Temido tornou-se numa protagonista improvável entre os socialistas depois de ter coordenado, juntamente com a Direção-Geral de Saúde, o combate à pandemia da Covid-19, em 2020, tendo chegado mesmo a ser confrontada com a possibilidade de suceder a António Costa como secretário-geral do PS.

Não tenho essa aspiração [política]”, garantiu numa entrevista à RTP 1, no ano passado.

Mas o protagonismo político rapidamente se desvaneceu. Embora tenha resistido às pressões da pandemia, foi incapaz de aguentar a sucessão de casos que evidenciaram uma degradação contínua do Serviço Nacional de Saúde, à pressão política e à contestação setorial liderada, na altura, pelos médicos e enfermeiros. A pressão sobre Marta Temido atingiu o seu ponto mais alto com a morte de uma grávida que foi transferida por haver falta de vagas na neonatologia do Hospital de Santa Maria.

Na demissão, que chegou numa madrugada de agosto, em 2022 – seis meses depois de o Governo tomar posse – Temido admitia ter deixado “de ter condições para se manter no cargo“. A saída foi aceite por António Costa (na altura primeiro-ministro) e pelo Presidente da República.

Saiu de cena durante uns meses, mas o seu nome continuava a ser uma opção nos bastidores socialistas para suceder a Moedas na Câmara de Lisboa, nas eleições autárquicas de 2025. Em 2023, foi eleita com 99% dos votos para presidente da comissão política concelhia de Lisboa do PS.

No entanto, o partido terá optado por seguir um rumo diferente, apostando na candidata de 50 anos para encabeçar uma lista do PS às europeias que não conta com nenhum repetente da legislatura anterior. Em 2019, os socialistas conseguiram eleger nove deputados. A sondagem do Ipsos indicam que os socialistas arriscam, no entanto, perder um lugar no hemiciclo europeu.

A ministra da Saúde, Marta Temido, fala aos jornalistas no final da XIX sessão de apresentação sobre a “Situação Epidemiológica da COVID-19, no Infarmed, em Lisboa, 13 de abril de 2021. MÁRIO CRUZ/LUSAMÁRIO CRUZ/LUSA

Chega

António Tânger Corrêa

Depois das legislativas, o partido de André Ventura espera um “resultado histórico” nas eleições europeias. Esse resultado deverá vir à boleia de António Tânger Corrêa, ex-embaixador de Portugal e vice-presidente do Chega, com origens no CDS-PP, que foi nomeado cabeça de lista do partido às eleições europeias.

O nome do candidato foi dos primeiros a ser anunciado, depois de André Ventura ter confirmado o nome na Convenção do Grupo Identidade e Democracia (ID), família partidária europeia, em Roma. “Vamos a estas eleições europeias para vencer, depois do resultado histórico que alcançamos a 10 de março e depois de termos vencido o círculo da emigração”, disse o líder do Chega, na altura.

Sobre António Tânger Corrêa – que já foi candidato pelo Chega há dois anos para membro do Conselho de Estado, mas sem sucesso – Ventura argumenta “ter o currículo, a experiência política e o conhecimento do mundo internacional para ser o protagonista” da candidatura.

O diplomata de 71 anos, foi embaixador de Portugal durante várias décadas, em países como a Bósnia, Sérvia, Israel, Egito, Qatar, Lituânia, e primeiro secretário da embaixada portuguesa em Pequim. Ademais, foi cônsul-geral de Portugal em Goa, em 1996, e no Rio de Janeiro, em 2005.

Esta será a estreia do Chega no boletim de voto eleições europeias, embora o partido tenha ido coligado com o Partido Popular Monárquico, Partido Cidadania e Democracia Cristã e Democracia 21, em 2019, sob o nome Basta!. A sondagem do Ipsos indica que o Chega poderá eleger até três deputados para o Parlamento Europeu.

Iniciativa Liberal

João Cotrim de Figueiredo

João Cotrim Figueiredo, ex-presidente da Iniciativa Liberal e deputado, foi o nome escolhido pelos liberais para ser o cabeça de lista às eleições europeias. O empresário virado político era o nome mais provável a ser apresentado pela IL depois de o próprio, em 2022, ter anunciado que ia deixar a presidência do partido.

Os analistas políticos entendem que Cotrim Figueiredo é o nome mais consensual e capaz de conquistar o melhor resultado na corrida do partido à Europa, dada a sua popularidade e alcance mediático. O liberal foi o primeiro deputado do partido a ganhar assento parlamentar na Assembleia da República, em 2019, ano de estreia da Iniciativa Liberal nas eleições legislativas.

Com formação obtida em Londres e em Lisboa, Cotrim Figueiredo, hoje com 62 anos, fez carreira no mundo empresarial. Liderou a Compal entre 2000 e 2006 e a Nutricafés de 2003 a 2006. Seguiu-se a Privado Holding, dona do BPP, e a direção-geral da TVI de 2010 a 2011. Na área do turismo, o liberal foi presidente do conselho diretivo do Turismo de Portugal entre 2013 e 2016 e, em 2015, foi eleito vice-presidente da European Travel Commission. Também desempenhou funções de administrador na Jason Associates e na Faber Ventures.

Em 2019, a Iniciativa Liberal falhou a eleição de Carlos Arroja, que encabeçava a lista de candidatos composta também por Catarina Maia e Carlos Guimarães Pinto, como números dois e três. A sondagem de março da Euronews aponta para a possibilidade de os liberais conseguirem eleger pelo menos um deputado para o hemiciclo de Estrasburgo.

Livre

Francisco Paupério

Depois de uma eleição envolta em polémica, e de alegada “viciação externa” na primeira volta das eleições primárias – aberta a qualquer cidadão, desde que este assine a carta de princípios deste partido, respeite o código de ética e assine um “acordo de compromisso” –, Francisco Paupério foi o nome escolhido para encabeçar a lista do Livre na corrida às Europeias. O investigador de 28 anos, terá conseguido a eleição com 58% dos votos, graças ao apoio de eleitores não militantes. Já os membros e apoiantes do Livre colocaram-no em terceiro lugar.

Natural de Leça da Palmeira, em Matosinhos, Paupério é formado em biologia, com especialização em bioinformática, pelas Faculdades de Ciências das Universidades do Porto e Lisboa, estando atualmente a concluir o doutoramento em Biologia Integrativa e Biomedicina no Instituto Gulbenkian de Ciência.

Embora não tenha experiência política, e a sua estreia tenha gerado alguma controvérsia dentro do partido, o candidato do Livre para as Europeias diz-se “honrado” pela oportunidade. A número dois da lista do Livre às Europeias será Filipa Pinto.

Esta será a segunda tentativa do Livre às eleições europeias, depois de em 2019 ter falhado a eleição de um candidato.

Bloco de Esquerda

Catarina Martins

A ex-coordenadora do Bloco de Esquerda (BE) será cabeça de lista do partido às eleições europeias. “Não há melhor pessoa” para fazer a “luta contra a extrema-direita”, considerou Mariana Mortágua que sucedeu à ex-coordenadora na liderança do partido, em 2023, depois de o BE ter conseguir eleger apenas cinco deputados para Assembleia da República, nas legislativas de 2022.

Formada na área das Humanidades, Catarina Martins chegou a ser considerada com uma das dirigentes políticas de esquerda de maior influência na Europa. Em 2015, a revista norte-americana Politico, colocou a ex-dirigente do partido em 27º lugar num ranking das 28 personalidades que “estão a definir a política na Europa”, elegendo-a como a “cara da Esquerda” que “abanou a cena política lisboeta dominada por homens”.

Recorde-se que foi durante o mandato de Catarina Martins que o Bloco de Esquerda alcançou o seu melhor resultado eleitoral de sempre, elegendo 19 deputados, superando o meio milhão de votos e obtendo 10,19% nas eleições legislativas de 2015. Foi nesse ano, também, que o partido juntamente com o PCP, integrou a solução governativa apresentada na altura por António Costa, secretário-geral do PS, que serviu para derrubar Pedro Passos Coelho do Governo.

Deputada desde 2009, Catarina Martins, hoje com 50 anos, também abdicou do seu assento na Assembleia da República, em 2023, tendo sido substituída por Isabel Pires.

Na última legislatura, o Bloco de Esquerda conseguiu eleger dois eurodeputados para o Parlamento Europeu, sendo agora a missão dos bloquistas de assegurar essa representação no hemiciclo. A sondagem da Euronews indica que os bloquistas conseguirão eleger apenas um deputado.

 

Partido Comunista

João Oliveira

Apontado como o possível sucessor de Jerónimo de Sousa, em 2022, João Oliveira foi o nome escolhido pelos comunistas para garantir que o PCP – muitas vezes confrontados com os seus ideais anti-Europa – conseguem manter a sua representação no Parlamento Europeu.

O ex-líder parlamentar (2013-2022), eleito desde 2005 pelo círculo eleitoral de Évora, não foi reeleito nas eleições legislativas de 2022, dado que a CDU (coligação que junta o PCP e os Verdes) perdeu, para o PSD, o assento que tinha pelo distrito de onde é natural. Ainda assim, o advogado de 44 anos mantém-se como membro da Comissão Política do Comité Central do PCP, sendo considerado uma das figuras mais mediáticas entre os comunistas.

Nas eleições europeias de 2019, a CDU conseguiu 6,88% dos votos, elegendo dois eurodeputados. O cabeça de lista foi João Ferreira, que acabou por ser substituído por João Pimenta Lopes em 2021, ao fim de 12 anos no Parlamento Europeu. A mais recente sondagem do Ipsos indica que PCP arrisca falhar a eleição de deputados.

PAN

O partido com assento parlamentar ainda não apresentou a lista de candidatos às eleições europeias. O momento deverá acontecer esta quinta-feira, 25 de abril, após a votação da Comissão Política Nacional do PAN.

Mas também não é líquido que o partido liderado por Inês de Sousa Real volte a conseguir eleger. Nas últimas eleições, em 2019, Francisco Guerreiro garantiu um assento no hemiciclo (com 5,08% dos votos), mas no ano seguinte desvinculou-se do partido por “divergências políticas com o partido. Desde então, a representação do PAN no hemiciclo português tem estado sob ameaça.

Em 2019, também houve eleições legislativas, tendo o partido conseguido eleger quatro deputados para a Assembleia da Republica, menos um face a 2015, ano em que obteve o melhor resultado sob liderança de André Silva (entretanto desvinculado do PAN). Em 2022, reduziu-se à deputada única Inês de Sousa Real, tendo conseguido mais 38 mil votos, em 2024, insuficiente para eleger um segundo deputado. E uma vez que as eleições europeias são, tendencialmente, menos participadas, o risco do cabeça de lista do partido ficar de fora são elevadas.

As sondagens a nível europeu também sugerem resultados nesse sentido, tendo levado a Francisco Guerreiro e ao Volt a defender que o PAN deveria ir coligado com o partido (e com o Livre, que já recusou o convite) às eleições europeias para maximizar as suas chances de eleição. A Comissão Política Nacional do PAN também deverá manifestar-se sobre esse assunto na quinta-feira, mas ao que o ECO apurou, o partido de Inês de Sousa Real não terá sequer respondido ao convite do Volt Portugal.

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Época de resultados no PSI arranca esta semana com a Jerónimo Martins

  • ECO
  • 23 Abril 2024

A época de resultados do primeiro trimestre no principal índice da Euronext Lisboa arranca com a Jerónimo Martins esta sexta-feira e encerra com a Ibersol no final de maio.

Com a chegada de maio abre-se mais uma época de resultados do primeiro trimestre entre as empresas do principal índice da Euronext Lisboa. O pontapé de partida caberá à Jerónimo Martins JMT 0,09% , com Pedro Soares dos Santos a fazer as honras num evento agendado para esta sexta-feira, 26 de abril.

As previsões dos analistas que acompanham a retalhista antecipam uma queda homóloga de 13,5% dos lucros, com a empresa a passar de um resultado líquido de 140 milhões de euros no primeiro trimestre de 2023 para 121 milhões de euros no primeiro trimestre deste ano.

Em abril haverá ainda lugar para a apresentação das contas da Galp Energia GALP 0,94% que, no domingo, anunciou uma “potencial importante descoberta comercial” num bloco de exploração ao largo da Namíbia onde a Galp estará à procura de compradores para ficarem com metade da sua posição.

As restantes 15 empresas só apresentarão as suas contas em maio, inclusive a Mota-Engil, que retomará a 21 de maio a apresentar contas trimestrais da sua operação, depois de algum tempo a divulgar apenas contas semestrais e anuais.

A última empresa do PSI a apresentar contas será a Ibersol, no dia 31 de maio. Contudo, a temporada de resultados poderá estender-se mais uns dias, dado que, até ao momento, a Greenvolt ainda não divulgou quando irá apresentar as suas contas.

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Lince Capital processa Banco de Fomento e pede mais de um milhão de indemnização

Capital de risco deu entrada com uma ação em março na qual pedem uma indemnização de 1,1 milhões de euros, que “corresponde às comissões de gestão que "teria recebido caso tivesse sido selecionada".

A Lince Capital processou o Banco de Fomento por ter sido excluído do programa de Venture Capital e exige à instituição liderada por Celeste Hagatong e Ana Carvalho uma indemnização superior a um milhão de euros. É já a segundo empresa de capital de risco que recorre à Justiça por causa deste programa específico.

A Lince Capital, liderada por Vasco Pereira Coutinho, avançou com uma ação “por falta de prestação de esclarecimentos quanto à exclusão do Programa de Venture Capital e também por achar que o motivo de exclusão não era claro”, explicou ao ECO Afonso Próspero. “Não concordamos com as razões de exclusão”, frisou.

A capital de risco começou por “mandar emails, cartas e depois recorreu ao tribunal para que fosse prestada toda a informação”, conta o diretor jurídico da empresa. Um processo que se iniciou em meados de outubro do ano passado, quando o Banco de Fomento comunicou a decisão de exclusão da candidatura da Lince.

Perante a informação recebida por intermédio do processo, a capital de risco percebeu que foi excluída por ter recebido uma admoestação da CMVM por incumprimento de um procedimento de branqueamento de capitais. Um facto que reporta a 2018 e que Afonso Próspero considera que não pode ser, de modo algum, equiparado a constar das listas europeias de branqueamento de capitais, até porque não foram “alvo de qualquer multa” e foram “das primeiras empresas a ser supervisionada pela CMVM”. “Desde 2017 o mercado adaptou-se e educou-se, hoje está muito mais maturado”, justificou o diretor jurídico.

Em causa está ainda um outro argumento que a Lince considera “subjetivo”, mas Afonso Próspero optou por não dizer qual foi.

Agora na posse da informação – “que ainda não é completa já que uma parte está ilegível” – a capital de risco deu entrada com uma ação em março na qual pedem uma indemnização de 1.102.658 euros, que “corresponde às comissões de gestão que a empresa teria recebido caso tivesse sido selecionada”.

Afonso Próspero sublinha que a Lince tem consciência de que a possibilidade de vir a ser selecionada para o Programa de Venture Capital é muito reduzida, tendo em conta que já foram selecionadas 19 capitais de riscos que receberam 392,9 milhões de euros do Fundo de Capitalização e Resiliência. O programa foi lançado a 17 de janeiro de 2023, com uma dotação de 400 milhões de euros, mas as primeiras 16 capitais de risco só foram escolhidas em setembro, de um leque de 44 candidaturas.

Temos consciência que não se pode reverter a decisão, tendo em conta os prazos tão apertados para a execução do FdCR”, diz Afonso Próspero. “Percebemos, mas não queremos ser condescendentes”, acrescenta como justificativo de avançar com a ação.

A opção recaiu na apresentação de uma ação e não de uma providência cautelar, tal como fez a Quadrantis, porque essa seria travada por por uma resolução fundamentada para evitar que as capitais de risco já selecionadas fossem travadas nas suas eventuais chamadas de capital.

Recorde-se que o Banco de Fomento já foi alvo de mais duas contestações na Justiça, tal como o ECO avançou: uma ação interposta pela Menlo Capital para tentar suspender o programa Consolidar e outra intimação pela Cedrus Capital devido à demora na obtenção de respostas às candidaturas ao Programa Deal-by-Deal.

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Fidelidade arranca com preparativos para entrar em bolsa em 2025

O grupo segurador já arrancou com o processo para colocar o seu capital em bolsa no próximo ano, correspondendo às expectativas dos acionistas Fosun e Caixa Geral de Depósitos.

A Fidelidade confirma no relatório e contas de 2023 que está a preparar a dispersão do capital em bolsa em 2025. Já iniciou “os trabalhos necessários”, antecipando que “será um processo exigente, que irá mobilizar a nossa energia e pôr à prova a capacidade de execução da organização”, lê-se no relatório.

3ª Conferência Anual ECO Seguros - 20OUT22
Rogério Campos Henriques, CEO da Fidelidade, prepara a entrada da Fidelidade em bolsa, mas antes fará o teste com a Luz Saúde.Hugo Amaral/ECO

“Indo ao encontro das expetativas reiteradamente enunciadas pelos nossos acionistas, iniciaremos também os trabalhos necessários para colocar o capital da Fidelidade em Bolsa em 2025“, afirma a seguradora no Relatório Único Integrado de Gestão, divulgado esta segunda-feira.

“Será um processo exigente que irá mobilizar a nossa energia e pôr à prova a capacidade de execução da organização”, acrescenta a seguradora, detida em 85% pela Fosun e em 15% pela Caixa Geral de Depósitos.

A avançar, a operação seria a segunda a envolver o universo Fidelidade, depois de no passado dia 10 de abril a Luz Saúde, detida em 99% pela seguradora, ter avançado formalmente com um aumento de capital de até 100 milhões de euros através da colocação privada de novas ações junto de investidores institucionais e a admissão das ações à bolsa de Lisboa.

A própria Fidelidade irá vender parte das suas ações na Luz Saúde, mas mantendo a maioria do capital. No relatório e contas, a seguradora afirma que está “a trabalhar para colocar uma percentagem minoritária do capital da Luz Saúde em Bolsa, apenas e quando estiverem reunidas as condições de mercado adequadas”.

Em relação a investimentos para este ano, o relatório revela que o grupo quer continuar a crescer a atividade internacional, que já significa 33% dos negócios da Fidelidade, “quer através do reforço das operações atuais, promovendo maiores sinergias e a melhoria da rentabilidade, quer mediante oportunidades de crescimento que possam surgir”, conclui. O grupo está presente em 12 países da América do Sul, Europa e África.

O Grupo Fidelidade emitiu 5.207 milhões de euros em prémios de seguros em 2023, o que representa um crescimento de 1,7% face ao ano anterior. Daquele montante, 56% é proveniente do ramo Vida.

O resultado líquido aumentou 2,6% para 180,3 milhões de euros. Como resultado técnico, obteve um rácio de combinado de 93,8%, menos 5 pontos que em 2022, indicando uma melhoria da rentabilidade dos seus negócios seguradores. No final de 2023 tinha 17.365 milhões de euros de ativos sob gestão, carteira cujo investimento rendeu 2,7%.

O ativo líquido no final de 2023 era de 20,3 mil milhões de euros e os capitais próprios, excluindo interesses minoritários, de 2,7 mil milhões.

A rentabilidade líquida dos capitais próprios foi de 6,9% no ano passado, mais 0,2 pontos percentuais que um ano antes. Em 2023, o grupo distribuiu dividendos de cerca de 220 milhões de euros aos seus acionistas.

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Miguel Albuquerque anuncia voto contra à lista da AD às Europeias

  • Lusa
  • 22 Abril 2024

"É um erro estratégico" da direção, declarou Albuquerque, à entrada para o Conselho Nacional do partido, em Lisboa.

O presidente do Conselho Nacional do PSD, Miguel Alburquerque, afirmou esta segunda-feira que vai votar contra a lista de candidatos da coligação AD ao Parlamento Europeu devido à posição “não elegível” da candidata da Madeira, Rubina Leal.

“É um erro estratégico” da direção, declarou Albuquerque, à entrada para o Conselho Nacional do partido, em Lisboa, onde anunciou este voto contra. De acordo com uma lista a que a Lusa teve acesso, ainda não confirmada oficialmente, Rubina Leal, deputada na Assembleia Legislativa da Madeira, terá sido colocada no nono lugar na lista da AD. Nas eleições europeias de 2019, o PSD elegeu seis deputados.

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Associação da GNR diz que MAI garante atribuição do suplemento de missão

  • Lusa
  • 22 Abril 2024

"A ministra garantiu que [o suplemento de missão] vai ser atribuído e é por causa disso que nós estamos nestas reuniões", disse César Nogueira.

O presidente da Associação dos Profissionais da Guarda (APG/GNR) disse esta segunda-feira que a ministra da Administração Interna garantiu a atribuição do suplemento de missão, mas não apresentou na reunião qualquer valor, remetendo para novo encontro em 2 de maio. “A ministra garantiu que [o suplemento de missão] vai ser atribuído e é por causa disso que nós estamos nestas reuniões”, disse aos jornalistas César Nogueira no final da reunião com a ministra da Administração Interna, Margarida Blasco.

O presidente da APG sublinhou também que Margarida Blasco assumiu o compromisso de que os militares da Guarda Nacional Republicana “não vão ficar prejudicados”, nem “penalizados” em relação aos inspetores da Polícia Judiciária. “Assumiram um compromisso que vão apresentar no próximo dia 2 e nós esperamos que de facto fique resolvido e não seja necessário outras reuniões, apesar de existir uma reunião já agendada para 15 de maio”, disse.

Explicando que a equipa do Ministério da Administração Interna (MAI) não apresentou qualquer valor para o suplemento de missão, César Nogueira disse que o MAI vai apresentar os números na reunião de 2 de maio. “Esperamos não ser necessário uma próxima reunião para além do dia 2”, precisou, frisando que a questão prioritária para os militares da GNR é a atribuição de um suplemento idêntico ao dado pelo anterior Governo aos inspetores da PJ.

O presidente da associação mais representativa da Guarda sustentou que os militares da GNR “não podem ser tratados de forma diferente” em relação aos inspetores da PJ. Questionado sobre o motivo de a ministra não ter apresentado qualquer valor hoje, o representante dos guardas respondeu que a equipa do MAI ainda está tratar dos valores por categoria e postos.

César Nogueira explicou que os militares da GNR defendem que o atual suplemento da força de segurança e risco, que tem uma componente fixa de 100 euros e outra variável de 20% do ordenado, seja substituído pelo suplemento de missão, que deve ser de 15% do vencimento base do que está estipulado para o diretor nacional da PJ, totalizando 1.026 euros.

Além da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia, Margarida Blasco esteve reunião com a Associação Nacional de Sargentos da Guarda (ANSG), Associação Sócio Profissional Independente da Guarda (ASPIG), Associação Nacional Autónoma da Guarda (ANAG) e Associação Nacional de Oficiais da Guarda (ANOG). A ministra está agora reunida com os sindicatos da PSP.

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Marta Temido é cabeça de lista do PS para as europeias. Assis é o número dois

A ex-ministra da Saúde foi o nome escolhido pelo PS para encabeçar a lista de candidatos às eleições europeias, de 9 de junho. Francisco de Assis é o número dois. Veja aqui a lista.

Marta Temido foi o nome escolhido pelo PS para encabeçar a lista de candidatos socialistas às eleições europeias, segundo fonte oficial do partido.

Tal como o PSD, a escolha de cabeça de lista dos socialistas chega por surpresa, uma vez que a ex-ministra da Saúde do Governo de António Costa, era apontada como provável candidata à Câmara Municipal de Lisboa para as eleições autárquicas, de 2025. O PS terá recuado na decisão e escolhido a presidente da concelhia de Lisboa para liderar a lista de candidatos às próximas eleições europeias.

Atrás de Marta Temido, Francisco de Assis assume a posição número dois dessa lista, confirmando o regresso do socialista à vida política depois de ter falhado a eleição como Presidente da Assembleia da República. A integração de Assis na lista afasta desta forma a possibilidade de vir a ser o nome proposto pelo PS para suceder, daqui a dois anos, a José Pedro Aguiar Branco no cargo.

Além de Temido e Assis, o PS propõe Ana Catarina Mendes, ex-ministra dos Assuntos Parlamentares no último Governo de António Costa, como número três na lista.

À semelhança do PSD, também o Conselho Nacional do PS aprovou esta segunda-feira à noite a lista de candidatos ao Parlamento Europeu. Bruno Gonçalves, André Rodrigues, Carla Tavares e Isilda Gomes também são nomes que integram o conjunto de candidatos do PS.

A lista completa revela que não existe nenhum eurodeputado atual que se encontre no elenco de nomes, sugerindo que Pedro Nuno Santos terá optado por uma renovação total da representação socialista no hemiciclo europeu que, na última legislatura, tinha nove lugares reservados para o PS.

As eleições europeias estão agendadas para o dia 9 de junho. Portugal tem a capacidade de eleger 21 eurodeputados, de um total de 720 (mais 15 do que nas últimas eleições).

A lista de candidatos socialistas foi aprovada com 41 votos a favor, 9 contra e 4 nulos. Veja aqui:

  • Marta Temido
  • Francisco Assis
  • Ana Catarina Mendes
  • Bruno Gonçalves
  • André Rodrigues
  • Carla Tavares
  • Isilda Gomes
  • Sérgio Gonçalves
  • Miguel Lemos
  • Joana Sá Pereira
  • Pedro do Carmo
  • Inês Rodrigues
  • Jorge Conde
  • Lúcia Silva
  • Mário Balsa
  • Inês Pinto
  • Francisco Themudo
  • Margarida Cardoso
  • Ana Moreira
  • Hélio Fazendeiro
  • João Soares

Notícia atualizada pela última vez às 23h05

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PS propõe maior descida de taxas do IRS nos escalões de rendimento mais baixos

  • Lusa
  • 22 Abril 2024

Os socialistas mantêm nos 13% a taxa do 1.º escalão de rendimentos, mas defendem uma descida maior (entre 0,5 e 1,0 ponto percentual) nos três escalões seguintes.

O PS quer concentrar nos escalões de rendimento mais baixos o alívio fiscal do IRS decidido pelo Governo, defendendo uma redução maior das taxas nesses escalões do que a proposta do executivo e um reforço do mínimo de existência. No projeto de alteração do PS, a que a Lusa teve acesso, os socialistas mantêm nos 13% a taxa do 1.º escalão de rendimentos, mas defendem uma descida maior (entre 0,5 e 1,0 ponto percentual) nos três escalões seguintes.

“Face à margem orçamental inscrita pelo Governo AD, o Partido Socialista, com a presente proposta, garante aos agregados com rendimentos entre o 2.º e o 4.º escalão, que representam 1/3 do total de agregados, uma redução fiscal que mais do que duplica a decorrente da proposta do Governo“, refere a iniciativa.

Os socialistas garantem ainda que a sua proposta de alteração também reduz “a carga fiscal no 5.º e no 6.º escalão, onde se situam cerca de 10% do total de agregados”, lembrado que “os escalões superiores beneficiam do efeito da redução das taxas dos escalões inferiores”. Assim, no 5.º escalão o PS aponta para uma descida da taxa marginal dos atuais 32,75% para 32,5% (acima dos 32% contemplados na proposta aprovada pelo Conselho de Ministros), mas sobe ligeiramente o limite de rendimentos que cabem neste escalão: dos atuais 27.146 euros para 28.500 euros.

Relativamente ao 6.º escalão – que na proposta do Governo tem uma redução da taxa marginal de 3,0 pontos percentuais, ou seja, recua de 37% para 34% – o projeto do PS defende uma taxa de 36% e uma redução do limite superior (35.500 euros em vez dos 39.791 euros que estão na lei e que não são mexidos na proposta do Governo). Nos escalões seguintes, a proposta do PS é de manutenção de taxas e de ligeira descida nos limites de rendimento que cabem em cada um.

Nos cálculos, apresentados na exposição de motivos, os socialistas referem que com a sua proposta um contribuinte sem filhos e com rendimento de 1.000 euros brutos por mês terá um aumento do rendimento líquido de 55 euros por ano, enquanto com a solução do Governo o acréscimo será de 26 euros por ano.

Já se o salário desse contribuinte (mas agora com um dependente) for de 1.500 euros, o seu rendimento anual vai aumentar em 130 euros enquanto com a proposta do Governo terá mais 65 euros. O PS diz que esta proposta surge pela necessidade de “revisitar” a revisão do IRS proposta pelo Governo e dentro da margem orçamental contemplada (348 milhões de euros), para que “a justiça fiscal possa ser reforçada com um ganho maior para a classe média e para generalidade das famílias”.

Além disso, propõe ainda “um reforço do mínimo de existência em ordem a garantir ganhos mais substanciais aos rendimentos mensais em torno dos 1.000 euros”, é referido. Atualmente o valor isento de IRS (mínimo de existência) corresponde ao salário mínimo nacional (considerando os 14 meses de remuneração). A mudança nas taxas do IRS é discutida pelo parlamento na quarta-feira, havendo já propostas de alteração de outros partidos.

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Empresas em lay-off em março atingem máximos pela 6.ª vez consecutiva

  • Lusa
  • 22 Abril 2024

Em março verificaram-se mais 376 empresas em situação de lay-off e, face a fevereiro, houve mais 29 entidades empregadoras nesta situação.

O total de trabalhadores em lay-off voltou a ficar perto dos 11.000 em março e o número de empresas abrangidas totalizou 638, atingindo pela sexta vez consecutiva um valor máximo, segundo estatísticas da Segurança Social. “Em março de 2024, o número total de situações de lay-off com compensação retributiva (concessão normal, de acordo com o previsto no Código do Trabalho) foi de 10.827″, pode ler-se na síntese elaborada pelo Gabinete de Estratégia e Planeamento (GEP) do Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social.

Em comparação com o mês anterior, em março registou-se um decréscimo de 180 prestações de lay-off (‐1,6%) mas, na comparação com o período homólogo, houve um aumento de 6.425 prestações processadas (+146%) a trabalhadores. Quanto ao número de empresas em lay-off, os dados da Segurança Social mostram que, em março, foram processadas prestações a 638 entidades empregadoras, o número mais alto desde o início da série disponibilizada, que começa em 2006.

O número de empresas em lay-off está a atingir máximos há seis meses consecutivos, desde outubro de 2023, quando 480 entidades empregadoras estavam abrangidas. Também o número de trabalhadores abrangidos pelo lay-off está a subir há vários meses. Na comparação com o mês homólogo, em março verificaram-se mais 376 empresas em situação de lay-off e, face a fevereiro, houve mais 29 entidades empregadoras nesta situação.

Segundo o GEP, o regime de redução de horário de trabalho foi atribuído a 6.213 pessoas, enquanto no caso do regime por suspensão temporária do contrato, o número de prestações foi de 4.614. O lay-off previsto no Código do Trabalho resulta numa redução temporária dos períodos normais de trabalho ou numa suspensão dos contratos de trabalho efetuada por iniciativa das empresas em situação de crise.

De acordo com a lei laboral, os trabalhadores em lay-off com contrato suspenso têm direito a receber uma compensação retributiva mensal igual a dois terços do seu salário normal ilíquido, com garantia de um mínimo igual ao valor do salário mínimo nacional (820 euros em 2024) e um máximo correspondente a três vezes o salário mínimo.

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Sebastião Bugalho é cabeça de lista da AD para as europeias. Veja aqui a lista

O jornalista e comentador da SIC e Expresso, Sebastião Bugalho, é o nome preferido de Luís Montenegro para liderar a lista da AD às eleições europeias. Rui Moreira recusou ser número dois.

O jornalista e comentador político da SIC Notícias e Expresso, Sebastião Bugalho, é o nome escolhido para liderar a lista da Aliança Democrática (AD, coligação do PSD com CDS e PPM) às eleições europeias, confirmou esta segunda-feira Luís Montenegro, primeiro-ministro e líder do PSD, durante a reunião do Conselho Nacional do partido.

“Um jovem talentoso, que o país conhece, que é disruptivo, que estimula a confrontação democrática, com respeito democrático, e que é a expressão do que queremos: vale a pena lutar por Portugal e vale a pena ir para a Europa lutar por Portugal”, afirmou Montenegro.

Para Luís Montenegro, Sebastião Bugalho é, “com toda a honra e convicção, quem vai fazer a diferença”.

O Conselho Nacional do PSD aprovou esta segunda-feira à noite a lista de candidatos ao Parlamento Europeu e a escolha de Bugalho acabou por surpreender, depois de, nas últimas 24 horas, Rui Moreira ter sido apontado como o nome que Montenegro levaria aos órgãos do partido. O autarca terá recusado o partido para encabeçar a lista de candidatos da coligação.

Sobre as eleições europeias, o presidente do PSD afirmou que espera que se possa fazer “uma campanha de sensibilização para uma boa participação nas eleições europeias”, adiantando que “devemos estimular o país para tornar a dar o exemplo de vivacidade democrática”.

Paulo Cunha é número dois

Paulo Cunha surge como número dois da lista, seguindo-lhe Ana Miguel Pedro Soares, assessora no Parlamento Europeu, como primeiro nome dos democratas-cristãos e terceiro nome da lista da AD. O partido conseguiu incluir mais dois nomes na lista oficial, e mais três na lista de suplentes, mas ainda não são conhecidos os nomes.

Hélder Sousa e Silva aparece em quarto lugar no elenco de candidatos, com Lídia Pereira, chefe de delegação do PSD no Parlamento Europeu, a ocupar a quinta posição da lista da AD, o único nome repetente do PSD na lista.

À margem do encontro do Conselho Nacional do PSD, em Lisboa, o líder parlamentar do PSD descreveu que a lista apresentada pela AD “traz qualidade ao Parlamento Europeu, novidade face à lista anterior, mistura experiência com juventude”, e é um garante da “paridade” e “competências. A lista de candidatos, informa Hugo Soares, “foi aprovada por larga maioria” e é formada por 16 homens e 13 mulheres.

Hugo Soares reconhece que o nome de Bugalho tenha sido recebido com “surpresa”, mas ressalva estar “entusiasmado com a escolha do partido” que foi feita com “controlo e confidência total”.

Recorde-se que nas últimas eleições europeias, o PSD conseguiu eleger seis eurodeputados e o CDS-PP, um. Portugal tem a capacidade de eleger 21 eurodeputados, de um total de 720.

Sebastião Bugalho regressa assim à vida política, como independente, mas agora com o apoio de mais um partido. Em 2019, Assunção Cristas, líder do CDS-PP na altura, escolheu o jovem para integrar as listas do partido para as eleições legislativas. Não foi eleito, mas depois de Ana Rita Bessa ter renunciado ao mandato, alegando descontentamento com a direção de Francisco Rodrigues dos Santos, o comentador político foi convidado a ocupar o lugar, mas não aceitou o convite.

Formado em Ciência Política pelo Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica, Sebastião Bugalho, de 28 anos (faz 29 em novembro), é filho dos jornalistas João Bugalho e Patrícia Reis, editora da revista Egoísta. Deu os primeiros passos no jornalismo aos 19 anos, mas foi a fazer comentário político que ganhou maior protagonismo. Fê-lo na TVI24, tendo passado mais tarde para a CNN Portugal. Desde o ano passado, que se tornou num dos analistas políticos da SIC Notícias e, simultaneamente, no Expresso, ambos do grupo Impresa.

O jovem comentador político é o entrevistado e capa da edição especial do ECO Magazine dedicada ao 25 de Abril, em breve nas bancas.

Veja aqui a lista de candidatos pela Aliança Democrática às eleições europeias:

  • Sebastião Bugalho
  • Paulo Cunha
  • Ana Miguel Pedro Soares (CDS)
  • Helder Sousa e Silva
  • Lídia Pereira
  • Sérgio Humberto
  • Paulo Nascimento Cabral (Açores)
  • Carla Rodrigues
  • Rubina Leal (Madeira)
  • A nomear pelo CDS
  • Vânia Neto
  • Teófilo Santos
  • Nuno Matias
  • Maria Alexandra Gonçalves
  • A nomear pelo CDS
  • Ricardo Morgado
  • Felismina Barros
  • Francisco Figueira
  • Júlio Santos
  • Maria José Moreno
  • Pedro Folgado Castelo Branco

(Notícia atualizada pela última vez às 23h16)

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Associação empresarial têxtil assume jornal que era dirigido por Manuel Serrão

Instalações da publicação que tinha Manuel Serrão como diretor e Júlio Magalhães como colaborador permanente foram um dos locais das buscas da Polícia Judiciária. Ana Dinis fala numa “nova era”.

Pouco mais de um mês depois das buscas realizadas pela Polícia Judiciária por suspeitas de uma fraude com fundos europeus superior a 40 milhões de euros, a Associação Têxtil e Vestuário de Portugal (ATP) assumiu a direção do T Jornal, que tinha Manuel Serrão como diretor e Júlio Magalhães como um dos colaboradores permanentes.

Numa mensagem em que Ana Dinis, diretora-geral da ATP, assina também como editora do T Jornal, lê-se que “agora sob a direção da ATP, o [projeto] entra numa nova era, repleta de promessas e possibilidades”. “Este novo ponto de partida garante não só a continuidade do T, mas também traz consigo uma vasta experiência e um profundo conhecimento da indústria têxtil e do vestuário”, acrescenta.

Apesar de sempre ter pertencido à associação empresarial liderada por Mário Jorge Machado, esta publicação que tinha uma versão mensal em papel, além da edição digital, era dirigida por Manuel Serrão, o principal visado na chamada Operação Maestro. As instalações do jornal, que funciona nas instalações da Associação Empresarial de Portugal (AEP), em Leça da Palmeira, foram precisamente um dos locais das buscas realizadas pela PJ.

Segundo o Ministério Público, alguns dos colaboradores do jornal seriam, ao mesmo tempo, funcionários da Associação Selectiva Moda, que está no centro das investigações. E as suas remunerações seriam imputadas a projetos deste organismo, que tinha como missão a organização da participação de empresários portugueses em feiras internacionais.

Com uma tiragem mensal de 4.000 exemplares em papel, o T Jornal não era vendido em banca, mas apenas distribuído pelos assinantes. Numa publicação no LinkedIn, em que se despede como um “até sempre”, lê-se que a última edição, o número 91 do jornal, é disponibilizada aos “leitores de sempre” apenas em versão digital.

Como o ECO noticiou na semana passada, o Governo decidiu abrir um inquérito para apurar se os serviços do Estado que lidam com fundos europeus tiveram responsabilidade nas fraudes em investigação. “A Agência para o Desenvolvimento e Coesão vai realizar em estreita colaboração com a Inspeção-Geral de Finanças um inquérito rigoroso à ação de controlo das entidades que estiveram de alguma forma envolvidas na suspeita”, referiu o ministro Manuel Castro Almeida.

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Beneficiários de prestações de desemprego sobem 9% em março para 195.359

  • Lusa
  • 22 Abril 2024

Em relação ao mês anterior, registou-se em março uma redução de 2.237 beneficiários, mas, face ao mesmo mês do ano anterior, verificou-se uma subida em 16.252 beneficiários.

O número de beneficiários de prestações de desemprego em março aumentou 9,1% em termos homólogos, mas caiu 1,1% face a fevereiro, totalizando 195.359, segundo as estatísticas mensais publicadas pela Segurança Social.

Em relação ao mês anterior, registou-se em março uma redução de 2.237 beneficiários, mas, face ao mesmo mês do ano anterior, verificou-se uma subida em 16.252 beneficiários, de acordo com a síntese do Gabinete de Estratégia e Planeamento (GEP) do Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social. As prestações de desemprego são maioritariamente requeridas por mulheres, correspondendo a 110.657 beneficiárias (56,6% do total).

Tendo em conta apenas o subsídio de desemprego, o número de beneficiários totalizou 153.208, uma redução de 1% em cadeia, mas um aumento de 12,4% em comparação com o mês homólogo. O valor médio mensal do subsídio de desemprego em março foi de 641 euros, correspondendo a uma subida homóloga de 4,2%.

No caso do subsídio social de desemprego inicial, esta prestação foi processada a 11.294 beneficiários, menos 6,1% do que em fevereiro e mais 13,5% face a março de 2023. Já o subsídio social de desemprego subsequente abrangeu 22.197 beneficiários, uma diminuição de 0,8% em termos mensais e de 10,7% na comparação homóloga.

De acordo com os dados do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP), publicados na sexta-feira, o número de desempregados inscritos nos centros de emprego caiu 1,9% em março face a fevereiro, mas subiu 6% em termos homólogos, totalizando 324.616.

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