Assunção Cristas é eleita sócia e Miguel Ventura nomeado of counsel da VdA

Miguel Ventura é nomeado of counsel e responsável pela área de Governance.

Assunção Cristas é eleita sócia e Miguel Ventura nomeado of counsel da Vieira de Almeida (VdA).

Assunção Cristas passou a integrar o colégio de sócios da VdA. Responsável pela plataforma de serviços integrados ESG até à data como of counsel, “Assunção Cristas destaca-se pela sua vasta expertise nas matérias que aí se inserem e com a sustentabilidade em geral, sendo uma referência no setor”, segundo comunicado do escritório.

Miguel Ventura é nomeado of counsel e responsável pela área de Governance. “Com um track record ímpar nesta área, Miguel Ventura assume a liderança desta prática na VdA“, diz a mesma fonte.

Estas nomeações refletem “uma importância estratégica de áreas fundamentais da atividade económica e o foco da VdA nos seus clientes e em continuar a assegurar uma assessoria jurídica de excelência alinhada com as exigências do mercado”, disse o mesmo comunicado.

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Hoje nas notícias: contratação coletiva, TGV e Savannah

  • ECO
  • 31 Janeiro 2024

Dos jornais aos sites, passando pelas rádios e televisões, leia as notícias que vão marcar o dia.

Em 2023, o número de trabalhadores potencialmente abrangidos por instrumentos de regulamentação coletiva de trabalho e por aumentos salariais publicados recuou face ao ano anterior. Afinal, a IP candidatou-se a mais 146 milhões de fundos europeus para o TGV. E a auditoria legal à Savannah concluiu que “não houve uso indevido do dinheiro da empresa” no âmbito do processo Influencer. Conheça as notícias em destaque na imprensa nacional esta quarta-feira.

Contratação coletiva recua no primeiro ano do acordo de rendimentos

No ano passado, o número de trabalhadores potencialmente abrangidos por instrumentos de regulamentação coletiva de trabalho (IRCT) e por aumentos salariais publicados recuou face ao ano anterior e ficou abaixo do pré-pandemia. Em 2023 entrou em vigor o Acordo de Rendimentos, que inclui um incentivo aos aumentos salariais em sede de IRS que está ligado às às subidas decididas em negociação coletiva.

Leia a notícia completa no Jornal de Negócios (acesso pago)

Portugal candidatou-se a mais 146 milhões de fundos europeus para TGV

Na primeira fase do projeto da linha de alta velocidade entre Porto e Lisboa, a Infraestruturas de Portugal (P) candidatou-se a 875 milhões de euros de fundos europeus. Contas feitas, são mais 146 milhões do que os 729 milhões inicialmente previstos. A gestora pública das estradas e ferrovia portuguesas submeteu a candidatura no dia anterior ao final do prazo, que terminou na segunda-feira.

Leia a notícia completa na Rádio Renascença (acesso livre)

Auditoria à Savannah afasta irregularidades no caso Influencer

A auditoria legal à Savannah Resources, do projeto da mina de lítio do Barroso, conduzida por um escritório de advogados concluiu que “não houve uso indevido do dinheiro da empresa” e que “não existem indícios de conduta errada por parte da empresa” no âmbito do caso Influencer.

Leia a notícia completa no Jornal Económico (acesso pago)

Número de estrangeiros a correr ao SNS continua a aumentar

O número de estrangeiros a serem atendidos no Serviço Nacional de Saúde (SNS) está a aumentar, à boleia do turismo e da imigração. A maioria são brasileiros, mas há hospitais a atender doentes de largas dezenas de nacionalidades, desde a Nova Zelândia até às Ilhas Virgens Americanas, passando pelo Uzbequistão ou pelo Gabão. Gestores hospitalares pedem financiamento.

Leia a notícia completa no Jornal de Notícias (acesso condicionado)

PAN admite cobrar mais contrapartidas ao PSD para manter apoio na Madeira

A porta-voz do PAN reitera que o acordo de incidência parlamentar assinado entre a deputada Mónica Freitas e o PSD Madeira está a ser renegociado e admite que o partido vai pedir mais contrapartidas. Em entrevista ao Público, Inês Sousa Real escusa-se a revelar quais, mas adianta que não serão apenas “mais medidas”.

Leia a entrevista completa no Público (acesso condicionado)

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Saúde lidera, com 48,11%, as matrículas de Formação Profissional

  • Servimedia
  • 31 Janeiro 2024

As cinco famílias profissionais de FP mais procuradas são Saúde, Administração e Gestão, Informática e Comunicações, Serviços Socioculturais e à Comunidade e Eletricidade e Electrónica.

Os níveis médios e superiores têm cada vez mais procura em Espanha. O crescimento do número de alunos que decidem fazer um curso técnico deve-se à maior procura do mercado de trabalho por formados em FP.

O último relatório do Observatório da Formação Profissional da CaixaBank Dualiza mostra que, nos últimos cinco anos letivos, a Formação Profissional tem apresentado um crescimento constante. Desde o ano letivo de 2017-2018, observa-se que mais de 800.000 alunos estão estudando FP, e atualmente esse número chega a 1.027.367 alunos.

Este aumento nas matrículas tem sido diferente entre os diferentes setores profissionais que compõem a FP. De fato, o relatório indica que as cinco famílias profissionais de FP mais procuradas são Saúde, Administração e Gestão, Informática e Comunicações, Serviços Socioculturais e à Comunidade e Eletricidade e Eletrónica.

Estes dados estão refletidos em centros de ensino de referência em Espanha, como o Cesur, centro de FP líder no país, onde também se observa uma preferência marcante pelas formações da família profissional de Saúde, que lidera com expressivos 48,11% das suas matrículas em 2023.

Dentro dessa área, algumas das opções mais destacadas nos seus centros são o Curso Superior de Imagem para o Diagnóstico e Medicina Nuclear, que se posiciona com sólidos 6,65% de matrículas, seguido de perto pelo curso de Curso Médio de Cuidados Auxiliares de Enfermagem, com 5,91%. Essa tendência reflete a crescente importância atribuída aos serviços de saúde de primeira linha e à necessidade de profissionais capacitados para o diagnóstico e atendimento precoce.

Além dessas opções, observa-se um interesse marcante em cursos mais especializados, como o Curso Superior de Laboratório Clínico e Biomédico (5,52%), o Curso Médio de Farmácia e Parafarmácia (4,78%) e o Curso Superior de Anatomia Patológica e Citodiagnóstico (4,72%).

A diversificação dessas opções evidencia a resposta proativa do setor educativo à demanda por habilidades especializadas e técnicas no campo da saúde. Além disso, segundo dados do Ministério da Inclusão, Segurança Social e Migrações, no seu relatório de afiliados à Segurança Social em 2022, cerca de 2 milhões de pessoas trabalham na Espanha no setor de saúde. Dessa forma, essa escolha não apenas responde às oportunidades de emprego, mas também à motivação dos alunos por carreiras que desempenham um papel vital na melhoria da saúde pública.

Segundo o Cesur, os cursos de FP em informática obtêm quase 14% das matrículas, sendo a segunda família profissional mais procurada nos seus centros. “A procura por formados em FP dessa área tem crescido nos últimos anos, especialmente porque as empresas e o emprego nesse setor têm aumentado em ritmo acelerado, de modo que há vagas não preenchidas”, afirma Julia Torrejón, diretora do Cesur Málaga Este.

Estes dados reforçam o papel da Formação Profissional, emergindo como uma opção educativa cada vez mais relevante e atraente, oferecendo aos alunos oportunidades concretas de desenvolvimento profissional. Dessa forma, o Cesur compromete-se a oferecer programas educativos inovadores e atualizados, proporcionando aos alunos as habilidades e conhecimentos necessários para se destacarem num mundo de trabalho em constante transformação. Além disso, o Cesur valoriza a formação profissional, oferecendo instalações de alto nível, equipadas com tecnologia e máquinas de última geração, além de contar com os melhores profissionais do setor para orientar e treinar os alunos.

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O dia em direto nos mercados e na economia – 31 de janeiro

  • ECO
  • 31 Janeiro 2024

Ao longo desta quarta-feira, 31 de janeiro, o ECO traz-lhe as principais notícias com impacto nos mercados e nas economias. Acompanhe aqui em direto.

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LALIGA Impulso resultará na criação de quase 50.000 postos de trabalho em toda a Espanha

  • Servimedia
  • 31 Janeiro 2024

O projeto LALIGA Impulso, que conta com 44 clubes afiliados da LALIGA EA SPORTS e da LALIGA HYPERMOTION, já recebeu 1.028 milhões de euros dos quase 2.000 milhões de euros que a CVC irá investir.

Nesse sentido, os clubes já estão investindo parte dos fundos na atualização e construção de novas infraestruturas, na profissionalização das suas estruturas organizacionais, assim como em projetos de digitalização ou internacionalização.

Esses investimentos não terão apenas um impacto nos clubes em si ou no setor do futebol, mas se estenderão às suas localidades, impulsionando a economia local de cada cidade. Além disso, em vista da Copa do Mundo de 2030, as cidades que possuírem instalações mais preparadas poderão se beneficiar do retorno económico gerado pela realização de partidas deste campeonato nos locais escolhidos.

A nível nacional, o LALIGA Impulso irá gerar aproximadamente 50.000 postos de trabalho, entre diretos e indiretos, e terá um impacto fiscal de 1.274 milhões de euros em diferentes impostos, como o IVA, o imposto de renda e a seguridade social.

Em relação às comunidades autónomas, a Comunidade de Madrid será a que mais receberá fundos, distribuídos entre seis dos seus clubes (Atlético de Madrid, Getafe, Rayo Vallecano, Leganés, Alcorcón e Fuenlabrada). Eles receberão um total de mais de 370 milhões de euros, que serão utilizados em projetos como a nova Cidade do Desporto do Atlético de Madrid, a reforma para a criação do novo Estádio do Getafe CF, e a ampliação da cidade desportiva do SD Leganés. Essas iniciativas gerarão milhares de empregos diretos associados, bem como melhorias nas suas respetivas áreas, impulsionando a produtividade dessas regiões.

Andaluzia é a segunda comunidade que receberá mais fundos deste plano. Mais de 367,5 milhões de euros serão injetados pelas LALIGA Impulso nas províncias de Sevilha, Granada, Almería, Málaga e Cádiz, através de seis dos seus clubes (Sevilla FC, Real Betis, UD Almería, Granada CF, Málaga CF e Cádiz CF).

Assim, os dois clubes de Sevilha planeiam melhorias nos seus estádios que serão realizadas nos próximos anos, gerando centenas de empregos e atraindo turistas para a região. Os demais clubes também trabalham com a mesma intenção, como o projeto da UD Almería com as reformas do Power House Stadium, ou o plano do Cádiz CF para a construção da Sportech City, que inclui um novo estádio na Baía de Cádiz e um centro de dados, entre outros espaços para a cidade de Cádiz.

No caso da Comunidade Valenciana, serão 338,5 milhões de euros destinados aos cinco clubes afiliados ao plano Impulso: Valencia, Villarreal, Levante, Elche e Eldense. Todos eles estão investindo esses fundos na profissionalização das suas estruturas internas, o que implica na criação de novos postos de trabalho, bem como na modernização dos seus estádios, como é o caso da Cerâmica do Villarreal, que já está concluída, ou do Novo Mestalla do Valencia CF, a grande joia da coroa do clube ché.

O norte do país também será impactado a longo prazo pela chegada dos fundos da CVC. Mais de 250 milhões de euros serão destinados ao País Basco para a Real Sociedad, Alavés, SD Eibar e SD Amorebieta, dinamizando o futebol local e gerando benefícios para suas respetivas comunidades.

Por sua vez, a Galiza receberá mais de 100 milhões de euros nos cofres do RC Celta, CD Lugo e Racing de Ferrol, possibilitando um crescimento a curto e médio prazo para as equipas galegas que não teria sido possível sem essas receitas dentro desses prazos.

O Girona CF, atual líder da LALIGA EA SPORTS, também está implementando diferentes projetos de crescimento graças aos fundos do LALIGA Impulso, que, juntamente com os que receberá o Espanyol, totalizam mais de 109 milhões de euros, que terão impacto nas suas respetivas áreas de influência e, portanto, na economia local.

O investimento realizado pelos clubes participantes do plano Impulso em todas as regiões da Espanha está revertendo de forma positiva em diferentes aspetos, não apenas económicos, mas também na imagem internacional do país, projetando uma competição moderna e referência no futebol mundial. Um dos detratores iniciais, a RFEF, decidiu desistir das disputas judiciais contra este projeto.

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Portugal tem de “pedalar” mais de 3.000 quilómetros para concretizar estratégia das ciclovias

Ainda existe um longo caminho a percorrer até que as principais metas do ENMAC 2030 sejam alcançadas. A nível de ciclovias, Portugal não sai do mesmo quilómetro há cinco anos.

Em 2019, o Conselho de Ministros acordou em acelerar o recurso à mobilidade ciclável, tendo aprovado uma estratégia composta por 51 medidas, entre elas, o objetivo de construir 10.000 quilómetros de vias cicláveis até 2030. Até 2025, a meta a concretizar seria metade desse valor. Mas a um ano do fim do prazo, o Executivo admite ter apenas “cerca” de 1.800 quilómetros construídos, estando muito longe do objetivo pretendido.

Na verdade, os quilómetros construídos parecem estar estanques uma vez que, quando a estratégia foi anunciada há cinco anos, o Ministério do Ambiente já estimava que existissem cerca de dois mil quilómetros de ciclovias a nível nacional. De acordo com os dados da Federação de Ciclistas Europeia, atualizados em setembro último, existiam naquela altura 1.024,9 quilómetros de ciclovias. Mas além destas, existem 707,3 quilómetros de pistas destinadas às deslocações por bicicletas que são partilhadas com peões e outros 92 quilómetros de faixas cicláveis. Ao todo, existem 1.824,20 quilómetros de vias cicláveis em Portugal.

Pistas cicláveis em PortugalFederação Europeia de Ciclistas

Até ao final do ano, as metas para 2025 das ciclovias da Estratégia Nacional para a Mobilidade Ativa Ciclável (ENMAC) exigem que sejam construídos mais 3.200 quilómetros (mais 8.200 quilómetros até 2030), mas do lado do Ministério do Ambiente e da Ação Climática é atirada essa responsabilidade para os municípios.

Ao ECO/Capital Verde, o gabinete liderado por Duarte Cordeiro admite que a estratégia está aquém do previsto, mas salienta que “a este respeito, a construção de ciclovias é competência dos municípios“, argumentando terem sido alocados verbas de fundos europeus para esse propósito. Segundo fonte oficial do MAAC, do Portugal 2020 foram canalizados cerca de 200 milhões de euros e do Portugal 2030 está em curso a reserva de 240 milhões de euros, isto além dos 300 milhões previstos no Portugal Ciclável, financiando pelo Fundo Ambiental.

A Federação Portuguesa de Cicloturismo e Utilizadores de Bicicleta (FPCUB), que tem assento no conselho consultivo da ENMAC, partilha da mesma opinião, acusando a Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) “de não dar resposta à parte que lhe compete” tornando-se, desta forma, numa “entrave ao desenvolvimento da estratégia”.

“A ANMP tem-se recusado a dar avanço a algumas das ações que ficaram incumbidas de serem eles a fazer por alegarem falta de capacidade técnica”, explica o vice-presidente da associação ao ECO/Capital Verde, Mário Meireles. “Embora a estratégia seja nacional, têm que ser os municípios a construir as ciclovias”, frisa.

O ECO/Capital Verde questionou a ANMP sobre o assunto mas até à publicação deste artigo não foi possível obter uma resposta.

Meireles aponta que autarquias como a de Lisboa e Aveiro podiam ser fortes catalisadoras na promoção da mobilidade suave sustentável, salientando que a capital estava a dar “passos largos” na construção de ciclovias, “mas parou”. Por seu turno, diz, a norte do país, na Veneza de Portugal, por ser um território amplamente plano e por ser casa de uma das maiores fábricas de bicicletas elétricas do país, a Unibike, também podia ser uma cidade que “puxasse pelo país”. No entanto, tal não se verifica ainda que a câmara tenha reforçado a frota das Bugas, as bicicletas de uso partilhado do concelho, em 2023.

Faltam recursos nas entidades-chave da estratégia

Para a Associação pela Mobilidade Urbana em Bicicleta (MUBI) a culpa pelo atraso na execução da estratégia é, também, do Governo central, por se tratar de uma estratégia definida a nível nacional.

“As autarquias têm um papel fundamental na mobilidade urbana e de curta distância, sim, mas falta toda uma parte a montante que passa por formar técnicos e capacitar entidades, que nunca foi feito” critica o coordenador no Núcleo de Políticas Públicas da MUBi, Rui Igreja. Neste campo, acrescenta, o Governo tem falhado “largamente”. “Têm tentado fazer omeletes sem ovos”, atira.

Segundo o responsável, existe uma falta de recursos técnicos e financeiros para concretizar todas as 51 medidas previstas no ENMAC, que além da criação de infraestruturas, passa também por estratégias de comunicação, alteração de legislação e investigação científica. Em entidades como Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR), a Direção-Geral de Ensino Superior (DGES) e o Instituto da Mobilidade e dos Transportes (IMT), exemplifica o responsável da MUBI, “nunca foram contratadas pessoas”, “nem destinadas verbas”, tal como prevê a ENMAC.

“As verbas dos fundos europeus são apenas destinadas à construção de ciclovias — e muitas delas com erros graves de projeto e de construção”, alerta. E, quanto às verbas previstas no Orçamento do Estado para 2024 (cerca de um milhão de euros) estas aparentam ser insuficientes, diz. “Uma rotunda de trânsito em Aveiro custa o dobro. Na República da Irlanda, que tem metade da população de Portugal, investe-se um milhão de euros por dia na mobilidade ciclável”, refere o coordenador da MUBI. Para o responsável, o ideal seria alocar, pelo menos, 10% do orçamento destinado aos transportes para este tipo de deslocação.

Mas além das verbas, “trata-se de saber usar esse dinheiro”. Por seu turno, o vice-presidente da FPCUB defende que sejam criados instrumentos de financiamento diversificados para os municípios que permitam acelerar algumas das metas na estratégia sem que tenham de recorrer a orçamentos próprios para que isso aconteça. “Se houver financiamento do Governo, os municípios vão atrás”, garante.

Sinistralidade em contraciclo com metas

Outro dos objetivos previstos na estratégia prende-se com a redução em 25% da sinistralidade até 2025, e em 50% até 2030. Mas de acordo com a FPCUB encontra-se hoje em “níveis catastróficos”.

Segundo o Ministério do Ambiente e da Ação Climática, que cita os dados da ANSR, “a sinistralidade rodoviária com ciclistas aumentou no período entre 2019 e 2022”. Quanto aos dados definitivos de 2023, estes ainda não estão disponíveis.

Relativamente à quota modal, isto é, o peso das deslocações em bicicletas no total das deslocações no meio urbano, o MAAC revela não ter dados que “permitam uma correta aferição das metas”, mas recorda que nos Censos de 2021, do Instituto Nacional de Estatística (INE), a quota modal das deslocações pendulares era de 0,6%. Até 2025, a ENMA prevê que esse valor seja de 4% e até 2030 a ambição é chegar aos 10%.

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EastBanc vai converter a Embaixada no Príncipe Real em hotel num investimento de 20 milhões

  • Ana Petronilho
  • 31 Janeiro 2024

Promotora de origem americana revela ao ECO que vai investir 70 milhões nos próximos quatro anos, sendo a habitação acessível uma aposta.

A EastBanc, de Anthony Lanier, conhecido por ter recuperado o bairro de Georgetown, em Washington, vai converter o Palácio Ribeiro da Cunha (conhecido como Embaixada) num hotel com 50 quartos. Um investimento que ronda os 20 milhões de euros, revelou ao ECO Tiago Eiró, diretor-geral da EastBanc em Portugal, sendo que neste valor estão incluídos apenas os custos com as obras.

Por definir está ainda a rede hoteleira que vai explorar a nova unidade, localizada em frente ao jardim do Príncipe Real, onde até agora funcionavam várias lojas e um restaurante. O Palácio Ribeiro da Cunha vai funcionar como porta principal de entrada do hotel e serão recuperados os edifícios adicionais no logradouro e as antigas cavalariças.

Mas este é apenas um dos oito projetos em curso que representam um investimento total de 70 milhões de euros, previstos para os próximos quatro anos, refere ainda Tiago Eiró

Com o foco na habitação acessível, este ano o EastBanc vai arrancar com obras de requalificação em dois edifícios na mesma zona da cidade lisboeta. É o caso do Projeto da Rua da Alegria 76, que vai ser transformado em 31 apartamentos e moradias, numa lógica de build to rent. “Gostávamos muito de construir mais habitação acessível. Nos Estados Unidos desenvolvemos projetos de habitação em zonas nobres das cidades”, vinca Tiago Eiró, que confessa que lhe faz “confusão” a falta de casas na baixa de Lisboa, sobretudo para os jovens.

Outro dos projetos a arrancar com obra em 2024 é o Anjos Urban Palace, no Palacete Anjos, localizado ao lado do Palácio Ribeiro da Cunha. Neste imóvel de seis pisos, com data de 1875 e onde esteve instalada a sede da Escola Superior Colonial, e, posteriormente, uma dependência do Banco de Portugal, vão funcionar escritórios e retalho. Este projeto vai ser apresentado ao mercado em março com as obras a terminar no verão de 2025. A aposta neste imóvel é justificada por Tiago Eiró pela “falta de escritórios em edifícios bons e bem localizados em Lisboa”

No portefólio de 20 imóveis do EastBanc em Lisboa, avaliados em cerca de 130 milhões, entra ainda um edifício na Rua da Rosa (uma das principais ruas do Bairro Alto), que foi comprado em dezembro de 2022 a um proprietário particular, por um “preço competitivo”, diz o CEO da promotora. Também este imóvel vai ser transformado em oito apartamentos, estando previsto o arranque das obras em 2025.

Na calha está ainda a reabilitação do edifício anexo ao Museu Nacional de História Natural e Ciência e o Casario Poente, junto ao Museu Botânico na Rua da Escola Politécnica, para ser transformado numa residência universitária, além de espaços de restauração, comércio e serviços. Este projeto nasce de um contrato de concessão assinado com a Universidade de Lisboa, por um período de 30 anos.

Além da residência com 60 quartos e 75 camas, distribuídos por três pisos, a EastBanc será responsável pela reabilitação do espaço da Biblioteca e Sala do Conselho, que será para uso da universidade, assim como da Sala e Biblioteca Vandelli, também destinada a sala de estudo para os estudantes da nova residência da Universidade de Lisboa.

Interesse no Porto e noutras zonas de Lisboa

Há mais de 20 anos que a EastBanc tem vindo a investir, sobretudo, no Príncipe Real, numa lógica de dar uma nova vida ao bairro e à comunidade. Mas isso não impede que a promotora venha a investir em outras zonas de Lisboa ou até mesmo no Porto. “Há muita coisa para se fazer e tenho vontade de investir mais. Temos olhado para o Porto, onde o licenciamento é mais célere que em Lisboa”, sublinha o CEO Tiago Eiró.

E dentro de Lisboa, a promotora de origem americana tem interesse em bairros onde pode “acrescentar valor”, sendo o caso de Alcântara, o Cais de Sodré/Santos ou a zona do Beato/Marvila.

Além disso, o CEO revela que, ainda na capital, planeia investir “num grande projeto de habitação, retalho e escritórios”, tendo apresentado propostas para a compra de vários terrenos e imóveis, mas que não se concretizaram. Foi o caso da Portugália, na Avenida Almirante Reis, para a sede do Novobanco na Avenida da Liberdade, ou o terreno que o Novobanco tem à venda junto às Amoreiras.

Assumindo-se como “otimista”, Tiago Eiró prevê um ano com um mercado dinâmico, sobretudo no segundo semestre, com obras e projetos a “acelerar” depois da entrada em vigor do simplex do licenciamento a 4 de março.

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Desemprego está a subir, mas economistas ainda não veem motivo para alarme

Há seis meses que o desemprego registado pelo IEFP está a subir. E em 2023 os despedimentos coletivos chegaram ao nível mais elevado desde o arranque da pandemia. Economistas recomendam monitorização.

Depois de vários meses a dar provas de resiliência, o mercado de trabalho português fechou o ano de 2023 com sinais que “merecem atenção”. Desde 2013 que não havia tantos despedimentos coletivos. Há seis meses que o número de desempregados inscritos no Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP) não para de crescer. E no penúltimo mês do ano o lay-off chegou a máximos de quase duas décadas. Os economistas explicam que o abrandamento da economia justifica este cenário e antecipam que o desemprego deverá continuar a subir ao longo de 2024.

Vamos por partes. O IEFP terminou 2023 com 317 mil desempregados inscritos. Nos primeiros meses do ano, o número de indivíduos registados nos centros de emprego ainda encolhera, apesar dos múltiplos desafios que já se faziam sentir, da inflação aos juros. Mas em julho o caso mudou de figura e, desde então, o desemprego registado pelo IEFP não tem parado de aumentar (ver gráfico abaixo).

Há seis meses que o desemprego registado pelo IEFP está a subir

Fonte: IEFP

Em dezembro, por exemplo, a subida em cadeia foi de 1,7%, o equivalente a mais 5.000 indivíduos inscritos no IEFP do que no mês anterior. Já em termos homólogos, o salto foi de 3,5%, ou seja, Portugal terminou 2023 com mais 10.654 inscritos do que tinha finalizado 2022.

“Há dois fatores interligados que contribuem para esta situação”, identifica Paulo Marques, coordenador do Observatório do Emprego Jovem e professor do ISCTE. “O abrandamento da atividade económica ao longo do último ano (em Portugal e na União Europeia) e a política monetária do Banco Central Europeu, que tem vindo a contribuir para uma diminuição do consumo e do investimento privado”, detalha.

João Cerejeira, professor da Universidade do Minho, e Pedro Braz Teixeira, diretor do gabinete de estudos do Fórum para a Competitividade, concordam com essa leitura e salientam que esses são números que merecem ser monitorizados. Mas, para já, não são motivo de alarme.

São sinais a indicar necessidade de monitorização, mas não propriamente alarme. A economia está a desacelerar e deverá permanecer fraca até ao final do 1º semestre de 2024, podendo recuperar a partir daí, com a descida de taxas de juro pelo BCE.

Pedro Braz Teixeira

Diretor do gabinete de estudos do Fórum para a competitividade

Outro dado que ajuda a sentir o pulso do mercado de trabalho são os despedimentos coletivos. E em 2023 atingiram-se máximos desde 2020. Em concreto, foram comunicados 431 destes despedimentos, mais 101 do que no ano anterior. Ou seja, é preciso recuar ao início da pandemia — altura em que por força das restrições associadas à crise pandémica muitas empresas reduziram os seus postos de trabalho — para encontrar um valor mais elevado.

A estes números soma-se ainda a evolução do lay-off, regime que permite aos empregadores em crise suspenderem os contratos de trabalho ou reduzirem os horários dos trabalhadores, ao mesmo tempo que recebem uma ajuda da Segurança Social para o pagamento dos salários.

Em novembro, quase 16 mil trabalhadores foram abrangidos por este regime, o valor mais elevado de toda a série estatística, que arranca em 2006. Entretanto, em dezembro, o universo de trabalhadores cobertos pelo lay-off recuou (para 9.782), mas mantém-se bem acima dos valores que tinham sido registados nos primeiros meses de 2023 (ver gráfico abaixo).

Lay-off atingiu máximos de quase duas décadas em novembro

Fonte: Segurança Social

O diretor do gabinete de estudos do Fórum para a Competitividade explica a evolução destes dois indicadores (despedimentos coletivos e lay-offs) com a reestruturação da economia e a subida das taxas de juro, “que tem pressionado muitas empresas”. E antecipa que, após o primeiro semestre de 2024, a economia deverá começar a ganhar ritmo, o que poderá dar outro ânimo ao mercado de trabalho.

Desemprego nos setores expostos ao estrangeiro merecem maior atenção

Nem todos os setores de atividade estão a viver da mesma forma este período de desafios. Enquanto os setores ligados à procura interna não têm sofrido um abrandamento considerável, alguns dos ligados às exportações — como o setor da moda — têm enfrentado “choque externos“, o que ajuda a explicar o agravamento do desemprego, retrata João Cerejeira.

Ora, de acordo com o IEFP, dos três grandes setores, foi na indústria que mais cresceu o número de indivíduos registados como candidatos a um novo emprego. Enquanto aí houve um salto de 6,4%, em termos homólogos, nos serviços o aumento foi de 4,9% e na agricultura foi de 2,9%.

Dentro da indústria, as atividades ligadas aos produtos de couro e ao vestuário estão em destaque, com aumentos, respetivos, de 76,8% e 15% dos desempregados inscritos em dezembro de 2023 face a dezembro de 2022. “São setores exportadores, muito afetados pelo clima económico nos principais destinos das exportações portuguesas“, salienta Paulo Marques.

E também no lay-off e nos despedimentos coletivos a indústria aparece em realce. Os dados disponibilizados recentemente pelo Ministério do Trabalho ao Jornal de Negócios mostravam que a indústria explica três quartos dos lay-offs. E os números da Direção-Geral do Emprego e das Relações do Trabalho dão conta que foi o setor das indústrias transformadoras o que mais despedimentos coletivos comunicou em dezembro.

2024 deverá ser sinónimo de mais desempregados

Apresentação das novas medidas do Governo para mitigar o aumento do custo de vida - 24MAR23

Os três economistas ouvidos pelo ECO concordam entre si: com a economia a abrandar, o desemprego deverá continuar a subir. Estima-se, assim, um aumento da taxa de desemprego em 2024, ainda que não expressivo. “Antecipo um aumento ligeiro da taxa de desemprego, de entre 6,5% e 6,6% em 2023 para entre 6,6% e 6,8% em 2024“, prevê Pedro Braz Teixeira.

Já o coordenador do Observatório do Emprego Jovem acrescenta que setores muito intensivos em trabalho — como o do alojamento e restauração — deverão continuar a criar emprego, daí que, apesar dos desafios, o desemprego deva aumentar apenas ligeiramente, e não ao ritmo observado, por exemplo, durante a crise financeira de 2008.

Entre as várias instituições, o Banco de Portugal é, neste momento, o mais pessimista: vê o desemprego a chegar a 7,1% em 2024. Em comparação, o Governo, no Orçamento do Estado para este ano, apontou para uma taxa de desemprego de 6,7%. Já o Conselho das Finanças Públicas e a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico têm as projeções mais otimistas, prevendo uma taxa de 6,3%, isto é, abaixo do registado em 2023.

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5 coisas que vão marcar o dia

  • ECO
  • 31 Janeiro 2024

INE vai divulgar dados sobre as empresas, o desemprego e a evolução dos preços e o CFP a sua avaliação sobre previsões do Ministério das Finanças. Lá fora, o Fed vai anunciar as suas decisões.

Os investidores de Wall Street ficarão a conhecer as decisões da Reserva Federal (Fed) norte-americana. Cá dentro, o INE vai divulgar os dados relativos à demografia das empresas portuguesas, à taxa de desemprego em dezembro e à evolução dos preços dos produtos e serviços em janeiro. Além disso, também o Conselho de Finanças Públicas marcará o dia com a divulgação da “Avaliação das previsões macroeconómicas e orçamentais do Ministério das Finanças”.

Quão resilientes estão as empresas em Portugal?

O Instituto Nacional de Estatística (INE) vai divulgar esta quarta-feira os dados relativos à demografia das empresas portuguesas em 2022. A análise tem em conta o nascimento e morte das empresas, assim como, a sua resiliência ao longo do tempo. O organismo nacional de estatística divulgou que em 2021 nasceram 187.036 empresas, o que representou um aumento de 21,2% face a 2020.

INE publica taxa de desemprego referente a dezembro

O Instituto Nacional de Estatística (INE) vai divulgar esta quarta-feira as estimativas mensais de emprego e desemprego referentes a dezembro de 2023. Novembro foi o terceiro mês consecutivo em que a taxa de desemprego se manteve nos 6,6%, acima do valor registado há um ano (6,5%) e também do que tinha sido verificado em relação há três meses (6,3%).

Evolução dos preços em janeiro

Será divulgada uma estimativa da evolução dos preços de janeiro face ao mês anterior pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), esta quarta-feira. A entidade de estatística nacional estimou que em dezembro os preços desceram 0,5%, sendo o terceiro mês consecutivo com quedas em cadeira.

Fed termina o encontro do ano

A Reserva Federal (Fed) norte-americana vai encerrar esta quarta-feira a reunião de dois dias do Comité do Mercado Aberto. As decisões serão anunciadas e explicadas em conferência de imprensa pelo presidente da Fed, Jerome Powell, esta quarta-feira.

CFP divulga a sua avaliação sobre as previsões macroeconómicas

O Conselho de Finanças Públicas (CFP) vai divulgar esta manhã a “Avaliação das previsões macroeconómicas e orçamentais do Ministério das Finanças”. Em dezembro, o organismo anunciou projeções sobre as finanças públicas portuguesas, onde destacou que estas deverão seguir uma trajetória relativamente estável nos próximos anos. No entanto, segundo o CFP existem riscos que ameaçam a sustentabilidade das contas nacionais, como o envelhecimento populacional, as alterações climáticas, o investimento na defesa nacional e ainda há riscos associados à possível despesa do Estado.

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Economia robusta pode adiar corte de juros da Fed

Apesar da descida da inflação, a atividade económica e o mercado de trabalho continuam sólidos nos Estados Unidos, pelo que a Fed deverá evitar o compromisso com o corte de juros já em março.

A Reserva Federal dos Estados Unidos (Fed) surpreendeu na reunião de 13 dezembro ao sinalizar uma inversão da política monetária, abrindo a porta a descidas de juros já em março. A descida da inflação e os sinais de abrandamento da economia deram confiança ao presidente Jerome Powell para efetuar um discurso inesperadamente suave.

Seis semanas depois, o Comité de Política Monetária da Fed (FOMC, na sigla em inglês) enfrenta o dilema de continuar a apontar para descidas de juros no curto prazo, colocar um travão nas expectativas de cortes já em março, ou deixar tudo em aberto para a próxima reunião. A única certeza é que vai manter as Fed Funds no intervalo de 5,25%-5,5%, o que corresponde ao nível mais elevado desde a crise financeira de 2008.

Depois da reunião de dezembro foram publicados uma série de indicadores que podem levar a Fed a adotar uma postura mais cautelosa. Isto porque a atividade económica persiste bastante robusta, o mercado de trabalho a crescer a bom ritmo e a tendência de alívio da inflação abrandou.

O PIB dos Estados Unidos cresceu a um ritmo anual de 3,3% no quarto trimestre, bem acima das expetativas dos economistas (2%), embora a abrandar face ao terceiro trimestre (4,9%). Apesar da inflação elevada e subidas de juros, o consumo das famílias continua a crescer a bom ritmo. No conjunto de 2023, a economia cresceu 2,5%, acima dos 1,9% do ano anterior, um desempenho surpreendente tendo em conta que a esmagadora maioria dos economistas apontava para uma recessão na maior economia do mundo devido à subida agressiva de juros.

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A evolução do mercado de trabalho também valida a ideia de que a maior economia do mundo continua bem distante de uma recessão. Foram criados 216 mil empregos em dezembro, acima do esperado por todos os economistas. Em 2023, os Estados Unidos criaram 2,7 milhões de postos de trabalho, o que representa uma média mensal acima de 200 mil.

Um crescimento saudável da atividade económica e um mercado de trabalho sólido não combinam com alívio da inflação. Os últimos dados sobre a evolução dos preços parecem apontar nesse sentido. O índice de preços no consumidor cresceu a um ritmo anual de 3,4% em dezembro (três décimas acima de novembro), sendo que a inflação subjacente (exclui alimentos e energia) baixou uma décima (3,9%) para mínimos de maior de 2021. O indicador preferido da Fed para medir a inflação, publicado na semana passada, ficou abaixo dos 3% pela primeira vez desde 2021.

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Investidores ainda acreditam em março e economistas apontam a junho

Os investidores chegaram a atribuir uma probabilidade em redor de 90% a um corte de juros da Fed a 20 de março, mas os últimos indicadores motivaram um recuo de expectativas. A probabilidade de redução na próxima reunião é agora inferior a 50%, com os investidores a mostrarem maior confiança num corte a 1 de maio (perto de 90%).

Entre os economistas as expectativas são mais cautelosas. Uma sondagem da Reuters mostra que o consenso (86 entre 123 economistas) aponta para que a Fed espere pelo segundo semestre para iniciar o ciclo de descida de juros, com junho a ser mais provável que maio (55 contra 31).

A média das estimativas desta sondagem da Reuters dá conta que as Fed Funds estarão em 4,25%-4,50% no final do ano, o que implica quatro cortes de 25 pontos base ao longo de 2024. Os investidores estão mais agressivos, descontando cinco a seis descidas de juros em 2024, como é possível constatar através da ferramenta FedWatch da CME (imagem em baixo). Na reunião de dezembro, os responsáveis da Fed sinalizaram apenas três cortes este ano.

Os economistas divergem no timing em que a Fed vai começar a baixar os juros, mas existe um consenso de que para garantir um abrandamento suave da economia, o banco central vai começar em breve a aliviar a política monetária, tirando partido da tendência descendente da inflação.

A Capital Economics assinala a dificuldade em reconhecer qual o desenvolvimento mais notável. Se a aceleração do crescimento da economia em 2023, ou a descida da inflação para 2% tendo em conta a anualização dos dados do segundo semestre. “Chegou a altura de os responsáveis da Fed declararem vitória e começarem a reduzir em breve a restritividade da política monetária”, refere o economista Andrew Hunter.

O Wells Fargo estima o primeiro corte de juros a 1 de maio e vê a reunião desta quarta-feira como uma oportunidade para a Fed “ganhar tempo para discernir se a inflação está mesmo num rumo sustentável em direção aos 2%” e gerar consenso de que “estão reunidas as condições para aliviar a política monetária”.

O ING também aponta a maio, assinalando que após dois trimestres de inflação a um ritmo anualizado de 2%, “será uma questão de tempo antes de a Fed avançar com cortes de juros”. Os economistas deste banco dos Países Baixos veem “riscos descendentes para a atividade económica nos próximos trimestres, face ao que é o consenso do mercado”, estimando que a taxa de juro baixará para 3,75%-4,00% no final do ano.

A Schroders estima o primeiro corte só em junho, considerando que “a política monetária está a ficar demasiado restritiva”, tendo em conta que “crescimento económico deverá abrandar e o mercado de trabalho normalizar este ano”, ao mesmo tempo que a inflação modera. “Tendo em conta o desfasamento do impacto da política monetária, a Fed não se por dar ao luxo de esperar pela confirmação de que venceu a batalha contra a inflação”, refere o economista George Brown. A Schroders espera cortes em todas as reuniões seguintes, até os juros atingirem nível neutral em torno dos 3,5%.

Allianz Global Investors só prevê cortes de juros na segunda metade do ano, pois o “crescimento permanece surpreendentemente sólido”. O diretor global de investimentos em obrigações, Franck Dixmier, considera que “é prematuro para a Fed contemplar uma mudança na sua política monetária”, pelo que não espera que o banco central “apresente um calendário definitivo para o seu primeiro corte nas taxas de juro”.

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Inapa acelera reestruturação com fecho de armazéns logísticos e despedimentos

Distribuidora de papel com sede em Sintra reestrutura operações logísticas na Alemanha, França e Portugal. Plano inclui encerramento de instalações e uma “redução sensível no número de pessoas".

Com o negócio do papel em perda acentuada na Europa e as estimativas a apontarem para que tenha desaparecido um terço deste mercado nos últimos dois anos, o CEO da Inapa avança ao ECO que o grupo decidiu “antecipar e acelerar” o processo de reestruturação das operações logísticas na Alemanha, França e Portugal, que inclui o encerramento de vários armazéns e a redução do número de trabalhadores.

Em Portugal, o número de instalações foi reduzido para metade. Além de ter saído do escritório que ocupava no centro de Lisboa e mudado a sede da holding para Sintra, onde trabalham agora 150 pessoas, a distribuidora de papel acaba de encerrar um armazém que tinha no Porto, na zona de Campanhã, concentrando em Santa Cruz do Bispo (Matosinhos) as funções logísticas e administrativas no Norte do país.

Já no mercado alemão, que representa 60% das vendas, a empresa que tem como principal acionista a holding estatal Parpública (44,89%) vai concluir ainda este ano todo o projeto de reinstalação logística, que estava calendarizado apenas para 2025. O número de localizações baixa de 14 para 11, com Frederico Lupi a explicar que “implica a centralização em quatro armazéns principais, que passam a ser o eixo da distribuição” nas três áreas de negócio: papel, embalagem e comunicação visual.

Frederico Lupi, CEO do Grupo Inapa

Este plano para “reduzir o footprint e (…) procurar flexibilidade para garantir que [consegue] reagir às novas realidades do mercado no lado dos custos”, acrescenta o gestor, implica a saída de dezenas de trabalhadores do grupo, que emprega atualmente 1.400 pessoas. Perto de 200 estão em Portugal, incluindo uma equipa de 80 nos serviços partilhados de tecnologias de informação (IT), contabilidade ou jurídicos. Mas é na Inapa Deutschland, que tem agora cerca de 800 funcionários, menos uma centena do que há um ano, que mais está a dispensar.

Há, de facto, uma redução sensível no número de pessoas. Toda a operação logística está a ser repensada e, obviamente, isso leva a uma diminuição do efetivo”, indica o CEO. Uma reestruturação que já fechou em França, o segundo maior mercado e que no ano passado foi “a operação com mais resultados do grupo”. No papel, tal como no packaging — concentrou a sede e instalações numa infraestrutura em Dourdan –, ficou apenas com dois armazéns centrais nos arredores de Paris, que servem todo o país.

Há, de facto, uma redução sensível no número de pessoas. Toda a operação logística está a ser repensada e, obviamente, isso leva a uma diminuição do efetivo.

Frederico Lupi

CEO do Grupo Inapa

Presente em oito países com instalações e equipas locais – Portugal, Espanha, França, Bélgica, Luxemburgo, Alemanha, Turquia e Angola – e vendas regulares também nos Países Baixos e na Áustria, através da empresa alemã, o grupo faturou perto de 1.200 milhões de euros em 2022. Alemanha e França representam 85% e Portugal vale cerca de 5%. Na distribuição de papel, metade da faturação vem do segmento office (escritório) e a outra do segmento gráfico, que inclui a publicidade e a edição de jornais e revistas.

Sem adiantar os valores concretos, que o grupo fundado em 1965 e cotado na Bolsa de Lisboa desde 1980 irá reportar à CMVM nas próximas semanas, Frederico Lupi refere que depois um primeiro semestre de 2023 “difícil” e em que caiu menos que o mercado (-15% vs. -28%), tendo baixado os custos na ordem dos 12% neste período, na segunda metade do ano a Inapa teve um “comportamento mais em menos em linha com o mercado”, que terá caído à volta de 25%.

“Numa primeira fase todos nos concentrámos no efeito de destocking, ou seja, toda a cadeia de valor a libertar-se dos stocks em excesso que tinha acumulado no ano de 2022. Terá sido verdade em boa parte do ano de 2023, mas escondeu também uma quebra estrutural bastante significativa do mercado, que agora se revela”, aponta o gestor, que em junho de 2023 foi cooptado para CEO da holding, após a saída de Diogo Rezende. A expectativa para 2024 é, na melhor das hipóteses, de um “aumento muito moderado da procura”.

Das compras em França ao corte na dívida “histórica”

A par da melhoria da eficiência operacional na atividade core da distribuição de papel, o plano estratégico em vigor até 2024 previa a expansão dos outros dois negócios, por via de aquisições. Nos últimos anos, comprou a empresa francesa de embalagens Embaltec e ficou com a carteira de clientes de uma empresa que fechou; e adquiriu a JJ Loos, uma empresa especializada na comercialização de equipamento de impressão e consumíveis para comunicação visual (Viscom) em França.

Questionado sobre outras oportunidades deste género, o CEO indica que “é um esforço que nunca acaba” e que está “sempre a analisar possíveis alvos e opções”. “Elas têm de ter um fit com a nossa lógica de mercados e também um fit financeiro que nos permita encaixar. Não houve nenhuma oportunidade que se materializasse em 2023, mas é um dos pontos do nosso plano estratégico que está ainda válido em 2024, que previa um crescimento nestas duas áreas”, detalhou.

Outra das metas traçadas no plano estratégico passava pela redução da dívida numa empresa que “tem historicamente níveis de endividamento muito altos”, que já andaram na ordem dos 600 milhões de euros. “Todos os triénios está lá o objetivo de trazer a dívida para níveis sustentados. Estava nos 377 milhões de euros em 2019 [antes da pandemia] e no final de 2022 tínhamos 221 milhões. Só isso nos dá a capacidade de funcionar e de trabalhar, senão estamos sempre condicionados”, frisa.

Todos os triénios está lá o objetivo de trazer a dívida para níveis sustentados. Estava nos 377 milhões em 2019 e no final de 2022 tínhamos 221 milhões. Só isso nos dá a capacidade de funcionar, senão estamos sempre condicionados.

Frederico Lupi

CEO do Grupo Inapa

A Inapa está na lista das próximas participações a alienar pela Parpública. Alegando que é um tema que não faz parte das suas áreas de intervenção, Frederico Lupi salienta que “não [lhe] compete conhecer ou transmitir os planos futuros dos acionistas ou potenciais acionistas”. Com 38,49% em free float, na lista das participações qualificadas consta ainda a Nova Expressão, holding de Pedro Baltazar (10,85%), e o Novobanco (6,55%).

Questionado sobre se teme ou antecipa algum tipo de instabilidade em resultado dessa operação de venda, respondeu que a sua função é “assegurar o desenvolvimento estratégico e operacional do grupo, procurando assegurar o melhor retorno para os acionistas e seu ecossistema”. “Procuramos também assegurar a transparência e consistência da informação disponível no mercado. O processo de compra e venda de ações é uma questão que não faz parte da nossa atividade corrente”, completou.

Não falta papel, mas vem aí nova subida de preços

Depois do disparo em 2022, influenciado sobretudo pelos custos da energia na sequência do início da guerra na Ucrânia, os preços do papel não desceram no mercado europeu, com os produtores locais a optarem por reduzir capacidade e readaptar a oferta à procura. E no início deste ano, os fornecedores avançaram mesmo com novos aumentos de 5% a 7%, nomeadamente no produto de escritório, com o mesmo argumento da subida dos custos da pasta de papel.

“Tipicamente, os produtores anunciam o aumento de preços, 20 e tal dias depois começa a chegar ao mercado e vemos como ele reage e se tem adesão. Estamos ainda nesse processo, mas aparentemente estão a ser aceites por toda a cadeia de valor. Os aumentos de preço estão a chegar ao consumidor final”, descreve Frederico Lupi. Sobre a possibilidade de novos aumentos intercalares durante este ano, com aconteceu em 2022, diz que “a expectativa não é essa, de todo”. “Aliás, arrancámos o ano com a ideia de que os preços iam ficar estáveis”, acrescentou.

Instalações da Inapa em Sintra

Já no que toca ao abastecimento de papel, depois de há dois anos o então CEO ter admitido ao ECO dificuldades em “dar resposta a todas as solicitações”, chegando ao ponto de recusar encomendas maiores por falta de papel, o sucessor de Diogo Rezende garante que a Inapa, um dos líderes europeus do setor, “não tem qualquer problema”, beneficiando de uma estratégia de multisourcing e das “relações privilegiadas com praticamente todos os produtores”.

Embora reconheça que haja agora “alguma especulação” e “pressão nos preços” por causa da crise no Mar Vermelho — por via das matérias-primas provenientes da Ásia, da importação de papel de escritório da Indonésia e das restrições que já atingem o setor químico alemão — e esta questão seja “ainda um grande ponto de interrogação”, Lupi insiste que a indústria do Velho Continente tem capacidade de produção suficiente e não equaciona a possibilidade de vir a faltar papel para vender.

Mais antiga e assumida é a “ameaça da digitalização”, por via da redução do consumo de papel, evidenciando o antigo chief operating officer (COO) que “a transformação digital está aí e afeta-nos a todos”. Por outro lado, procura beneficiar nas operações, lembrando que este movimento não se limita à substituição do papel por um ecrã de computador. “Tem muito mais a ver com a Internet das Coisas ou a interligação com os fornecedores e clientes para haver esquemas diretos e informatizados de faturação e encomendas”, exemplifica o gestor.

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Portugal atraiu mais investimento estrangeiro em 2023. Captou 3,5 mil milhões

Investimento Direto Estrangeiro (IDE) em 2023 superou o que tinha sido captado no ano anterior, revelou o ministro da Economia em gestão ao ECO.

Portugal voltou a superar em 2023 o nível de investimento estrangeiro produtivo captado. Foram 3,5 mil milhões de euros que a Aicep reportou o ano passado, avançou ao ECO o ministro da Economia.

“A Aicep, em termos de Investimento Direto Estrangeiro produtivo, reportou, para 2023, 3,5 mil milhões de euros, acima do que tínhamos alcançado em 2022”, disse António Costa Silva, numa reação aos dados do Produto Interno Bruto publicados esta terça-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

Em 2022, a Aicep tinha angariado 47 projetos de investimento produtivo, que representaram 7.233 postos de trabalho e 2,44 mil milhões de euros em termos de Investimento Direto Estrangeiro, tal como divulgado no final de dezembro de 2022.

Mas esta é apenas uma das vertentes do investimento. Na estimativa rápida do PIB (ainda sem grandes detalhes sobre as várias rubricas do Produto) divulgada esta terça-feira, o INE revela que houve “uma desaceleração do consumo privado e do investimento”, ainda que a procura interna tenha apresentado “um contributo positivo para a variação anual do PIB, embora inferior ao observado no ano anterior”.

Costa Silva pede cautela na análise dos dados. “Em 2022, o investimento subiu globalmente cerca de 3%. Em 2023, apesar de ter desacelerado em alguns setores, manteve a trajetória de crescimento”, sublinha. “Temos de ter algum cuidado a analisar o investimento”, recomenda.

Fonte: Instituto Nacional de Estatística

“Acho que estamos a ter capacidade de continuar a atrair IDE. E, por outro lado, o que estamos a executar ao nível do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), sobretudo no âmbito das agendas mobilizadoras, tem sido transformador para o país”, sublinha.

O ministro da Economia admitiu que está “preocupado com os efeitos da instabilidade política nos investidores”, porque “nunca” “o Governo da República e das duas regiões autónomas” estiveram “numa situação como esta”. “Isto é preocupante, porque a estabilidade política é fulcral para o desenvolvimento da economia e para continuarmos a captar investidores”, sublinhou, recordando que Portugal tem “um grande pipeline de investimentos”, por isso, está concentrado em tranquilizar os investidores.

Há conversações avançadas com múltiplos investidores para ver se o país consegue reindustrializar-se e abraçar esta onda de transformação, sobretudo para as indústrias verdes, como o aço verde e outras”, revela Costa Silva. “E aí noto algum nervosismo”, admite. “O meu trabalho tem sido serenar e tranquilizar os investidores”, sublinha.

Na opinião de Costa Silva, além da instabilidade política outra das ameaças ao desempenho da economia nacional são as incertezas que existem a nível internacional que “podem criar um cenário diferente”. A “estagnação económica da Alemanha, que é uma grande preocupação, e de outros países da Zona Euro, e a turbulência geopolítica, com três guerras simultâneas que podem voltar a criar uma pressão inflacionista significativa”, são os principais fatores de risco elencados pelo ministro da Economia em gestão.

“Mas se isso não ocorrer, e se as outras duas grandes tendências que se desenharam em 2013 — a descida significativa da inflação e se o Banco Central Europeu começar a descer as taxas de juro – se verificarem”, então poderão dissipar-se as nuvens sobre o desempenho da economia em 2025.

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