Turistas vão pagar entrada em Veneza a partir do verão de 2022

  • Lusa
  • 21 Agosto 2021

Será a primeira cidade do mundo com entrada paga e sujeita a reserva. O 'bilhete' pode custar entre três e 10 euros.

Turistas em viagem a Veneza, Itália, devem reservar estadia e pagar para entrar na cidade possivelmente já no verão de 2022, segundo noticiou este sábado a imprensa italiana.

A visita a Veneza, que será a primeira cidade do mundo com entrada paga e sujeita a reserva, pode custar entre três e 10 euros, dependendo do dia e do número de pessoas esperadas, segundo a imprensa italiana.

Os residentes da região do Veneza não vão pagar, embora não esteja excluído que sejam obrigados a reservar a visita, exceto crianças menores de seis anos, familiares dos residentes até ao terceiro grau e familiares de pessoas que arrendem casa no município.

A reserva será feita através de uma aplicação ou na web, com um código QR que será utilizado através de leitores ópticos torniquetes, parte de um sistema tecnológico que inclui mais de 500 câmaras de alta definição que as forças de ordem utilizaram durante a Economia do G20 em julho e uma centena de sensores via smartphones que conectam as redes móveis de quem está na cidade.

Os testes começam em setembro na ilha de Tronchetto, onde está localizado o comando da polícia local e onde todo o território é controlado digitalmente.

Nos primeiros dez dias de agosto chegaram a Veneza pessoas de 136 países diferentes, registando-se picos de 85 mil visitantes em 5 de agosto e de 80 mil em 18 de agosto, enquanto nos restantes foram quantificados entre 50 e 60 mil, embora ainda longe dos números pré-pandemia, quando a média de verão era de 110 mil visitantes diários, de acordo com Il Corriere della Sera.

A cobrança tem gerado polémica, com muitos a consideram tratar-se de “uma medida inconstitucional e contrária à legislação europeia”, como o conselheiro Marco Gasparinetti, para quem algo assim “poderia ser feito para uma área limitada, como a Praça de São Marcos, mas não numa cidade inteira, e supõe a consagração” de Veneza como parque temático.

“A medida que poderá entrar em vigor a partir do verão de 2022 não serve para programar os fluxos, é apenas uma forma de ganhar dinheiro. E nós venezianos vamos desobedecer, porque não temos intenção de nos deixar registar na nossa passagem pelos torniquetes”, afirmou La Stampa.

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ASAE multa 38 restaurantes e bares só esta sexta-feira

  • Lusa
  • 21 Agosto 2021

Cinco dos estabelecimentos fiscalizados, durante uma operação na passada sexta-feia à noite, foram “suspensos temporariamente, por incumprimento das regras estabelecidas”.

A Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) instaurou 38 processos de contraordenação numa operação de fiscalização a estabelecimentos de restauração e bebidas na sexta-feira à noite.

A operação fiscalizou 163 operadores económicos em dez concelhos de norte a sul do país, tendo registado 38 infrações puníveis com coima, “no cumprimento das regras aplicáveis no contexto da pandemia da doença da covid-19”, segundo a mesma fonte.

Cinco estabelecimentos foram “suspensos temporariamente, por incumprimento das regras estabelecidas”.

A operação da ASAE, com a colaboração da PSP e da GNR, visou as localidades de Ovar, Ponte de Lima, Vila Real, Águeda, Albergaria-a-Velha, Oliveira do Bairro, Castelo Branco, Nazaré, Quarteira e Vilamoura, no concelho de Loulé, e Albufeira.

Das 38 contraordenações instauradas, 19 foram “por falta de observância do dever de apresentação e detenção de certificado digital ou testes covid, por parte de clientes”, seis por “inobservância das regras de funcionamento dos estabelecimentos de restauração e similares”, três “por falta de observância do dever de solicitação e verificação, por parte dos responsáveis de estabelecimentos, do certificado digital ou testes Covid”, duas por “falta de observância das regras de ocupação, de lotação, de permanência e distanciamento físico” e uma por “venda de álcool a menores”.

A ASAE garante que “continuará a desenvolver ações de fiscalização, no âmbito das suas competências, em todo o território nacional”, para garantir o “cumprimento das regras de saúde pública determinadas pela situação pandémica”.

O Governo anunciou na passada sexta-feira que Portugal vai deixar de estar em estado de calamidade devido à evolução da pandemia, passando a estado de contingência no que diz respeito às medidas para conter a covid-19, permitindo o levantamento de algumas restrições.

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Nos jogos da Liga, ainda nenhum estádio chegou à lotação permitida

  • Joana Abrantes Gomes
  • 21 Agosto 2021

Após duas jornadas, o estádio do Porto, com 50.033 lugares, foi aquele que recebeu mais adeptos (15.429). No entanto, o número fica abaixo de 1/3 de lotação que é permitida.

A primeira liga de futebol arrancou mais uma época no dia 6 de agosto. Com ela, os adeptos regressaram aos estádios, depois de 17 meses de bancadas vazias. A presença de público nas bancadas está condicionada, limitada a 1/3 da lotação do estádio, por causa da pandemia. No entanto, mesmo com esta redução, os clubes têm tido dificuldade em alcançar os 33% de lotação permitida.

Com duas jornadas jogadas, e após cada equipa do principal escalão do futebol português já ter jogado pelo menos uma vez “em casa”, nenhum estádio atingiu ainda o máximo de lotação permitida pela DGS. Só o Benfica foi capaz de vender todos os bilhetes disponíveis, mas num jogo a contar para a Liga dos Campeões.

Segundo a informação disponível no site da Liga Portugal, referente à época 2021/2022 da primeira liga, o FC Porto foi o clube que conseguiu, até agora, a maior percentagem de adeptos em estádio. Com uma lotação de 50.033 lugares, o Estádio do Dragão recebeu 15.429 adeptos no primeiro jogo, quando poderia receber até 16.510 pessoas, de acordo com as regras sanitárias em vigor. Corresponde a uma percentagem de 30,84% da lotação máxima do estádio.

Segue-se o Vitória SC, que alcançou 29,28% de adeptos no primeiro jogo da época, ou seja, 8.824 adeptos. O Estádio D. Afonso Henriques, com capacidade para 30 mil adeptos, pode receber, de momento, até 9.900 visitantes.

O FC Famalicão surge com a terceira maior percentagem de público até à data nesta época. Tendo recebido o Porto na última jornada, o Estádio Municipal de Famalicão acolheu 26,38% de massa adepta (1.388 pessoas), sendo que, para chegar aos 33% de lotação, teria de sentar 1.751 pessoas nas bancadas, onde existem 5.307 lugares.

Já o Benfica e o Sporting tiveram, respetivamente, 21,81% e 17,96% do terço de lotação permitida nos estádios. O Estádio da Luz, por ser o que tem maior capacidade em Portugal (65.642), é aquele que pode receber o maior número de adeptos ao abrigo da lotação máxima permitida pela DGS.

No entanto, os adeptos que marcaram presença no jogo contra o Arouca foram apenas 13.973, de um total de 21.661 que o clube da Luz poderia ter recebido neste momento. O estádio do Sporting, por seu lado, recebeu 9.066 visitantes na primeira jornada, quando pode acolher, de momento, até 16.531 pessoas.

Alargando a análise a outras competições, as “águias” conseguiram vender todos os bilhetes disponíveis para o encontro da passada quarta-feira, dia 18 de agosto, com o PSV Eindhoven, referente à primeira mão do play-off da Liga dos Campeões. Ou seja, a ocupação das bancadas do Estádio da Luz foi de 33%, precisamente a limitação definida pela DGS devido à pandemia.

A percentagem máxima de lotação permanecerá, pelo menos, até ao final de agosto, altura que antecede o início da segunda fase de desconfinamento. Até lá, os titulares de bilhetes só podem entrar nos estádios com teste negativo à Covid-19 — PCR até 72 horas antes do jogo ou antigénio até 48 horas antes –, ou certificado digital da Covid-19 que comprove a vacinação completa ou a recuperação da doença.

Contudo, de acordo com o decido pelo Governo no Conselho de Ministros de 29 de julho, os limites de lotação poderão terminar quando a taxa de vacinação completa da população atingir os 85%. Se se confirmar o que é esperado, os estádios portugueses poderão encher a partir de outubro.

Cartão do Adepto é outra condicionante

A Covid-19 não é, porém, a única condicionante à presença de público nos estádios. Nesta época, chegou também o Cartão do Adepto, um documento válido por três anos e emitido para maiores de 16 anos, desenhado para combater a violência e o racismo nos eventos desportivos.

Os adeptos que queiram ver as suas equipas nos jogos “fora de casa” terão de ser portadores deste cartão, que tem um custo de 20 euros e permite aceder às Zonas de Condições Especiais de Acesso e Permanência de Adeptos (ZCEAP), ou seja, o local onde ficam os adeptos das equipas visitantes. Porém, os adeptos podem também comprar bilhetes para outras zonas dos estádios.

Questionada pelo ECO sobre o que explica as baixas assistências nos primeiros jogos da liga, fonte oficial da Liga Portuguesa de Futebol Profissional explicou que, “atualmente, os adeptos ainda estão numa fase de se habituarem a várias exigências, como a apresentação de um dos três certificados digitais (vacinação, recuperação ou teste), para além de um natural receio existente na participação em eventos de grande massa”.

Para esta entidade, a retoma dos espetadores aos estádios é não só um “desafio dos clubes” como também da Liga, assentando, “principalmente nesta primeira fase, na capacidade de se transmitir a todos os adeptos que ir a um estádio é seguro e que é um passo essencial para os clubes que apoiam”.

Sobre a reavaliação da lotação permitida nos estádios, a Liga afirmou que mantém reuniões periódicas com a DGS, que decidirá “em função daquilo que for a evolução epidemiológica do país”.

Acerca do Cartão do Adepto, o presidente da Liga, Pedro Proença, disse, na última terça-feira, em Matosinhos, que se trata de “uma imposição legal e que a Liga está a cumprir uma normativa imposta pelo Governo”. “Sabemos de antemão os inconvenientes que o cartão tem e, em devida altura, já colocámos as nossas questões, mas vamos todos ter de nos habituar“, considerou o antigo árbitro português.

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Merkel esperava resistência “mais forte” do exército afegão

  • ECO e Lusa
  • 21 Agosto 2021

A chanceler alemã disse que o exército afegão "entrou em colapso num fôlego", reconhecendo que o Ocidente avaliou mal a resistência ao avanço dos talibãs.

A chanceler alemão, Angela Merkel, admitiu este sábado que as forças da NATO avaliaram mal a resistência do exército afegão à investida dos talibãs para regressar ao poder em Cabul. “Esperávamos que a resistência fosse mais forte”, disse, durante um evento para a campanha das legislativas alemãs, depois de reconhecer que o “exército entrou em colapso num fôlego”.

Merkel afirmou que o Ocidente conseguiu garantir que o Afeganistão não seja um foco de terrorismo global, como era em 2001, mas reconheceu que a missão internacional era mais ambiciosa e terminou em fracasso.

“Agora não há ameaça terrorista do Afeganistão. Mas a missão era mais ampla, queríamos uma vida mais livre e melhor para todos, especialmente para mulheres e meninas. Não conseguimos isso”, declarou.

Por isso, apelou a uma reflexão sobre o que pode fazer o Ocidente neste tipo de missões, como pode alcançá-lo e ver ao que não pode aspirar.

A chanceler alemã classificou a situação atual no Afeganistão de “dramática e trágica” desde a tomada do poder pelos talibãs no domingo, com a sua entrada em Cabul.

Merkel frisou que o objetivo atual da Alemanha é “salvar pessoas” na operação de evacuação, “cidadãos alemães, cidadãos de outros países da NATO [na sigla em português OTAN, Organização de Trabalho do Atlântico Norte] e, sobretudo, aqueles que ajudaram” a Alemanha, disse em referência aos colaboradores locais.

A Alemanha retirou do Afeganistão cerca de 2.000 pessoas, a maioria das quais se encontra em território nacional.

Os talibãs conquistaram a capital do Afeganistão, Cabul, no domingo, culminando uma ofensiva iniciada em maio, quando começou a retirada das forças militares norte-americanas e da NATO do país.

As forças internacionais estavam no país desde 2001, no âmbito da ofensiva liderada pelos Estados Unidos contra o regime extremista (1996-2001), que acolhia no seu território o líder da Al-Qaida, Osama bin Laden, principal responsável pelos atentados terroristas de 11 de setembro de 2001.

A tomada da capital põe fim a uma presença militar estrangeira de 20 anos no Afeganistão, dos Estados Unidos e dos seus aliados na NATO, incluindo Portugal.

Depois da tomada do poder, as forças talibãs proclamaram o Emirado Islâmico, em Cabul, tendo afirmado desde o princípio da semana que não procuram exercer atos de vingança contra os antigos inimigos e que estão dispostos para “a reconciliação nacional”.

Os talibãs já disseram que há “muitas diferenças” na forma de governar, em relação ao seu período anterior no poder, entre 1996 e 2001, quando impuseram uma interpretação da lei islâmica que impediu as mulheres de trabalhar ou estudar e que puniu criminosos de delito comum com punições severas como amputações ou execuções sumárias.

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45 mil pessoas vacinadas na manhã de sábado

  • ECO
  • 21 Agosto 2021

A grande maioria tem entre os 12 e 15 anos, de acordo com o vice-almirante Gouveia e Melo, que destaca o "exemplo" destes jovens e das famílias.

Cerca de 45 mil pessoas, a grande maioria entre os 12 e 15 anos, foram vacinadas contra a Covid-19 até às 11h45 da manhã deste sábado, avançou o coordenador da task force, durante uma visita a um centro de vacinação em Alcabideche, concelho de Cascais. Gouveia e Melo destacou o “exemplo” destes jovens e famílias.

Para este fim-de-semana estão inscritas 110 mil pessoas para vacinação, de acordo com os últimos dados da task force. O número de agendamentos corresponde a apenas um quarto do universo de jovens entre os 12 e 15 anos.

O vice-almirante admite, ainda assim, estar “emocionado” e “contente” com a “lição de civismo” desta faixa etária e dos respetivos pais. “Tudo se torna mais leve e sentimo-nos reanimados”, disse.

Os centros de vacinação abriram este sábado e domingo, pela primeira vez, as portas aos adolescentes, mas a task-force decidiu também manter a “Casa Aberta” a maiores de 16 anos — esta modalidade funciona em horários limitados e dispensa a marcação prévia, exigindo apenas a obtenção de uma senha digital através do portal do Ministério da Saúde.

Gouveia e Melo estima que falta administrar um milhão de primeiras doses da vacina contra a Covid, numa altura em que Portugal já tem mais de 70% da população completamente vacinada. Com esta meta a ser atingida antes do previsto, o Governo decidiu iniciar a segunda fase de desconfinamento já na próxima segunda-feira, 23 de agosto.

(Notícia em atualização às 12h34)

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📹O que é o programa “Vale Eficiência”? Perguntou ao Google, nós respondemos

Já arrancou o programa “Vale Eficiência” que vai entregar a famílias em situações de carência energética “cheques” para financiar obras nas habitações.

O objetivo do programa “Vale Eficiência”, inscrito no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), é financiar obras contra a pobreza energética. Os cheques podem ser aplicados na troca de janelas ou portas, no revestimento de paredes e até na compra de equipamentos. Mas quem se pode candidatar? Qual o valor dos cheques? Saiba mais no vídeo:

http://videos.sapo.pt/pKPjOYZk5v5zLMAbtJzq

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Editoras com boas expectativas para a Feira do Livro de Lisboa

  • Lusa
  • 21 Agosto 2021

Para a Feira do Livro de Lisboa, que decorre entre 26 de agosto e 12 de setembro, as editoras antecipam um aumento do número de visitantes e vendas.

As editoras preparam-se para mais uma edição da Feira do Livro de Lisboa com algumas novidades e sobretudo confiantes num aumento do número de visitantes e vendas, devido à melhoria da situação pandémica e ao abrandamento das medidas restritivas.

A Feira do Livro de Lisboa vai decorrer entre 26 de agosto e 12 de setembro, quase em simultâneo com a do Porto, que começa apenas um dia mais tarde, situação que não afeta os diferentes grupos editoriais, quer estejam ou não presentes nos dois eventos, uma vez que a primeira é uma feira de “editores” e a segunda de “livreiros”, pelo que não se podem considerar concorrentes.

Esta é a ideia geral partilhada pelas editoras, numa ronda feita pela Lusa, que apurou ainda, em respostas enviadas pelos responsáveis de comunicação, que haverá novidades como o regresso de eventos suspensos em 2020, promoções superiores às praticadas anteriormente, novos pavilhões e até um sistema de compra inovador.

O grupo editorial 2020 – que congrega chancelas como Elsinore, Cavalo de Ferro, Vogais ou Topseller – diz acreditar que, depois de uma edição atípica no ano passado, “ambos os eventos vão alcançar praticamente os níveis de 2019 no que respeita ao número de visitantes e consequente recuperação de vendas”.

No ano passado, por motivos de saúde pública, o grupo tomou a decisão de fechar os pavilhões, não permitindo a circulação no seu interior assim como suspendeu sessões de autógrafos e eventos, iniciativas que este ano regressam, com as medidas sanitárias obrigatórias, face ao “número de contágios bem mais baixo e com a vacinação a bom ritmo”.

As grandes novidades deste grupo são que, pela primeira vez, terá promoções até 70%, e a continuação da feira, após o encerramento, no seu site.

Este ano, a 2020 e a Penguin Random House fundiram-se, mas os dois grupos editoriais ainda se vão apresentar nos seus tradicionais espaços distintos, sendo expectável que na edição de 2022 tenham já uma presença unificada.

Assim, a 2020 manterá a sua presença numa praça com 20 pavilhões, em Lisboa, e uma representação de dois pavilhões no Porto.

Quanto ao grupo Penguin Random House, tem “muitas” expectativas em relação à edição deste ano da Feira do Livro de Lisboa, uma vez que se estreia com a coleção Penguin Clássicos, num ‘stand’ exclusivo, onde é possível encontrar os primeiros setes títulos editados e que estarão no mercado a partir de terça-feira.

Além disso, à semelhança de anos anteriores, o grupo contará com dois pavilhões dedicados ao infantil, outros dois com as chancelas Arena, Objectiva e Suma de Letras, e ainda um duplo pavilhão para a Alfaguara e a Companhia das Letras, “os dois selos mais fortes da editora na Feira do Livro”.

Outra novidade que a editora tem para este ano é a presença pela primeira vez na Feira do Livro do escritor Filipe Melo, autor de “Balada para Sophie”, banda desenhada premiada, lançada pela Tinta-da-China, mas que passou a ser editada pela Companhia das Letras.

O grupo editorial estará presente em ambas as feiras do livro, mas com uma presença maior na Feira de Lisboa, onde consegue ter mais pavilhões e mais autores, estando no Porto representado pela livraria Flâneur, parceira das últimas edições do certame naquela cidade.

O grupo Almedina, que este ano quer “destacar ainda mais” as suas editoras e o seu catálogo, vai lançar, juntamente com a SIBS/MBway, um sistema de “compra ‘express’”.

A Almedina vai estar presente apenas na Feira de Lisboa, com 12 pavilhões e uma praça, que terá zonas para as edições jurídicas, para as não jurídicas e para as “oportunidades”.

Para este ano, a Leya espera alcançar resultados de vendas “pelo menos equivalentes” aos do ano passado, que foram “bastante positivos”, apesar de um calendário diferente do habitual e do contexto de pandemia.

“Contamos, também, com uma maior afluência de público, especialmente num cenário em que muitas pessoas se encontram já vacinadas”, refere o grupo.

O número de pavilhões será idêntico ao dos anos anteriores (14), mas haverá algumas alterações na configuração da praça, que permitirão ter mais espaço para sessões de autógrafos, que este ano serão em maior número, tal como os eventos de lançamentos, as conversas e os debates.

Na Feira do Livro do Porto não terá representação própria, mas os seus livros estarão disponíveis.

Para Porto Editora e a Bertrand Círculo, que pertencem ao mesmo grupo e estarão reunidas no mesmo espaço, com 28 pavilhões, a expectativa quando à edição deste ano é “positiva”, atendendo a que no ano passado, com todos os constrangimentos impostos por uma situação pandémica mais grave do que a atual, “a feira correu bem”.

“Este ano, em que beneficiamos de uma conjuntura sanitária mais favorável, acreditamos que a Feira do Livro de Lisboa poderá correr melhor do que em 2020, ainda que distante da afluência e dos números das edições anteriores”, afirmam os editores.

Para isso, contribuirão as novidades que o grupo preparou, como um pavilhão dedicado em exclusivo ao autor português, o pavilhão da Círculo de Leitores, cujo catálogo está a partir de agora acessível a qualquer leitor, quando antes era exclusivo para sócios.

A agenda para aqueles dias será preenchida por dezenas de sessões de autógrafos, lançamentos de livros, oficinas, conversas entre escritores e ‘sprints’ de leitura, e uma cobertura ‘online’ constante através do site www.autoresquenosunem.pt e nas redes sociais.

A presença da Tinta-da-China não será diferente da do ano passado: terá cinco pavilhões em Lisboa, e no Porto os seus livros estarão à venda nos espaços da Exclamação e da Essência do Livro.

Também esta editora admite que em 2020, “ao contrário das expectativas, a feira correu muito bem, representando até uma melhoria em relação ao ano anterior”.

“Por isso, vamos mais uma vez para a feira com boas expectativas, de que as pessoas ainda queiram ler e comprar livros”, afirma, sublinhando que se correr mal, será um ano negro para o mercado do livro, já “tão fustigado e tão pouco apoiado ao longo da pandemia”.

Para o Grupo Presença, que terá um espaço próprio com 14 pavilhões e uma praça central, as expectativas para este ano estão “alinhadas com a edição anterior”, tanto em termos de afluência como de venda.

“Aquilo a que nos propomos é, num ambiente seguro e com as devidas regras de segurança e higiene que os tempos nos exigem, proporcionar aos nossos leitores uma experiência rica”, com venda de livros que não se encontrariam noutras ocasiões, presença de alguns autores e descontos até 50%.

Também este grupo não terá representação própria na Feira do Livro do Porto, mas marcará presença através de parceiros.

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Angola continua em recessão este ano, estima a Standard & Poor’s

  • Lusa
  • 21 Agosto 2021

"A perspetiva económica para os próximos 12 meses é ensombrada pelo declínio na produção de petróleo, bem como pela lentidão no processo de vacinação", prevê a Standard & Poor's.

A agência de notação financeira Standard & Poor’s considera que Angola deverá manter-se novamente em recessão este ano, regressando ao crescimento apenas em 2022, salientando a queda na produção petrolífera e a lentidão na vacinação.

“A perspetiva económica para os próximos 12 meses é ensombrada pelo declínio na produção de petróleo, bem como pela lentidão no processo de vacinação contra a covid-19, com menos de 3% da população com pelo menos uma dose de qualquer vacina“, dizem os analistas da S&P na nota que acompanha a decisão de manter o rating em CCC+, no princípio deste mês.

Na análise, a S&P diz esperar “uma ligeira contração de 0,2% do PIB este ano, no seguimento de uma queda de 5,1%” no ano passado, que foi o quinto ano consecutivo de crescimento negativo, e espera que em 2022 Angola regresse ao crescimento, registando uma expansão económica de 2%, que sobe para 2,5% e 2,8% nos dois anos seguintes.

Para a S&P, o crescimento económico positivo será, no entanto, insuficiente para chegar a todos os cidadãos, já que o crescimento da população será maior que o da economia.

“Em parte devido aos efeitos da taxa de câmbio e ao crescimento rápido da população, estimamos que o PIB per capita declinou de 2.600 em 2019 para cerca de 1.800 dólares em 2020, e ficará abaixo dos níveis de 2019 nos próximos quatro anos”, escrevem os analistas.

Relativamente ao petróleo, a S&P antevê uma média de 1,19 milhões de barris por dia entre 2021 e 2024, o que compara com os 1,28 milhões em 2020 e os 1,42 milhões de 2019, o que é “mais baixo que a quota de produção de 1,27 milhões de barris diários para Angola em 2021 porque as atividades suspensas de perfuração e a redução da manutenção e dos investimentos pelas companhias petrolíferas em 2020 reduziu a produção de campos velhos e tecnicamente complexos”.

No capítulo da dívida pública, um dos principais indicadores consultados pelos investidores internacionais como barómetro da capacidade de o país honrar os compromissos financeiros, a S&P diz que Angola vai manter o rácio da dívida sobre o PIB acima dos 100% este ano, registando 106% este ano, 100% em 2022 e 99,2% em 2023.

“Prevemos que a dívida pública vá gradualmente diminuir para 90% do PIB em 2024”, lê-se na nota, que dá conta que “apesar do impacto da queda do petróleo nas finanças públicas, o Governo conseguiu controlar o défice orçamental de 1,9% no ano passado com a implementação de medidas fiscais”.

Para este ano, a subida do preço do petróleo e o efeito das medidas fiscais deverá garantir um excedente orçamental de 2,1%, que deverão ser de, em média, 0,3% do PIB entre 2022 e 2024, com o pagamento dos juros da dívida a representar em média um terço da receita fiscal nestes anos.

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Candidatos ao ensino superior ultrapassam os 63 mil, maior número desde 1996

  • Lusa
  • 21 Agosto 2021

63.878 estudantes candidataram-se à primeira fase do ensino superior público para o ano letivo de 2021-2022, mais 1.203 que no ano anterior.

Mais de 63 mil estudantes candidataram-se à primeira fase do Concurso Nacional de Acesso ao ensino superior público, o maior número desde 1996, anunciou este sábado o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior.

Um total de “63.878 estudantes candidataram-se à 1.ª fase do Concurso Nacional de Acesso (CNA) ao ensino superior público para o ano letivo de 2021-2022, representando um aumento de 1.203 candidatos face ao período homólogo de 2020 (altura em que se candidataram 62.675 estudantes)”, informou o ministério, em comunicado.

De acordo com a tutela, o número de candidatos “volta a atingir um novo máximo e é também o mais elevado desde 1996”, ano em que atingiu os 68.798.

O ministério estima que o número de novos ingressos no ensino superior “em todos os ciclos de estudos, públicos e privados, atinja cerca de 90 mil novos estudantes matriculados no próximo ano letivo de 2021/2022”, contra 87 mil no ano passado.

Estes dados incluem o CNA que, segundo o ministério, representa cerca de dois terços dos ingressos, outras formas de entrada no sistema público, formações curtas (cursos técnicos superiores profissionais) e sistema privado.

Os resultados da 1.ª fase do concurso nacional de acesso serão divulgados em 27 de Setembro, no sítio da Direção-Geral do Ensino Superior.

Para o Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, o aumento de candidatos “demonstra uma confiança crescente dos jovens e das suas famílias na formação superior, nas instituições e nas vantagens decorrentes da qualificação superior, o que assume particular relevância no contexto do processo em curso de recuperação económica e social na sequência da crise internacional associada à pandemia” de covid-19.

O ministério aponta ainda que o número crescente de candidaturas ao ensino superior público “ganha especial importância no ano em que cresceu, pelo quarto ano consecutivo, o número de diplomados pelo ensino superior, atingindo um novo máximo anual de 86 mil novos diplomas em 2019/2020”.

“Ao mesmo tempo, a taxa de escolaridade do ensino superior da população residente entre os 30 e os 34 anos atingiu os 45,5% no 2º trimestre de 2021, reforçando a tendência crescente dos últimos anos”, acrescenta-se na nota.

No documento, a tutela sublinha que o aumento de candidatos “segue em linha com o objetivo de alargar a base social de apoio ao ensino superior” e de atingir a meta de “seis em cada dez jovens de 20 anos no Ensino Superior até 2030”, “garantindo atingir 50% de graduados de educação terciária na faixa etária dos 30-34 anos”.

“A relevância da qualificação superior deve ainda ser analisada face à diminuição na taxa de desemprego dos recém-diplomados, tendo decrescido de valores médios acima de 8% no segundo semestre de 2015 para 4,6% em 2020 (diplomados de ensino público), de acordo com dados do Portal Infocursos”, frisa o ministério.

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OE viabilizado por PCP e BE? “Tem de novamente ser possível”, diz Tiago Antunes

  • ECO
  • 21 Agosto 2021

O secretário de Estado Adjunto do primeiro-ministro acredita que se "foi possível no passado" também este ano o Orçamento do Estado para 2022 vai passar à esquerda.

O Governo socialista e os partidos à esquerda, PCP e BE, vão conseguir “construir entendimentos” para o Orçamento do Estado de 2022, acredita Tiago Antunes, em entrevista ao Público (acesso pago). O Secretário de Estado adjunto do primeiro-ministro lembra que se “foi possível no passado”, também este ano, numa altura em que se procura “sair de uma crise económica e social grave”, haverá “soluções” para melhorar “a vida dos portugueses” e ajudar “o país e a economia a prosperar”.

Com a ‘geringonça’ a funcionar há vários anos, Tiago Antunes diz que PCP e BE “têm métodos diferentes”, “culturas diferentes” e que o Governo, ao conhecer as “idiossincrasias mútuas”, desenvolveu uma metodologia que vai “prosseguir este ano”.

O governante nota que, na resposta à crise económica causada pela pandemia, houve “recursos muitos avultados” ao dispor da economia — entre os quais “um dos regimes mais generosos de moratórias” entre os países europeus –, “criando verdadeiros mecanismos que permitiram manter o emprego”.

Tiago Antunes lança ainda suspeitas sobre a proposta de revisão constitucional do PSD, do qual só se conhecem algumas ideias. “Verdadeiramente esconde o seu projeto de revisão”, critica o Secretário de Estado, depois de recordar que o acordo do PSD Açores com o Cheg tinha como pressuposto uma revisão constitucional. “A Constituição não pode ser uma moeda de troca e a chave da Constituição não deve ser dada a um partido como o Chega”, defende.

 

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Banca é mundo de homens? “Tento ser a melhor todos os dias”

Domitília dos Santos emigrou para os EUA há mais de 50 anos. Hoje é uma gestora de referência num dos maiores bancos mundiais. Numa indústria de homens, diz que luta para "ser a melhor todos os dias".

Não é por acaso que Domitília dos Santos é hoje, aos 66 anos, uma gestora de referência no Morgan Stanley, um dos maiores bancos do mundo. Esta portuguesa que brilha lá fora conhece melhor do que ninguém o valor do dinheiro. Aos 14 já trabalhava numa fábrica de limpeza de lençóis e toalhas de mesa para restaurantes. Como primeiro salário recebeu 85 dólares por 40 horas de serviço. Levou o dinheiro para casa e deu-o aos pais.

Tinha 12 anos quando deixou o Algarve rumo aos EUA, numa década de 60 em que muitos portugueses atravessaram o Atlântico à procura de melhores oportunidades que Portugal estava longe de conseguir oferecer.

Foi o que fez Domitília dos Santos. Apesar de ter começado a trabalhar bem cedo, não largou a escola. Estudou Ciências Políticas e História na Universidade de Drew (Bachelor of Arts, 1976) e Direito na Rutgers School of Law (Juris Doctor, 1979), ambas em New Jersey, mas pode-se dizer que a sua carreira de quase quatro décadas está ligada sobretudo à indústria financeira.

Ainda trabalhou como jurista nas Nações Unidas, em Nova Iorque, tinha então 24 anos. Porém, depressa percebeu que o seu caminho não era por ali, mas também não estava muito longe, na verdade. Afinal, Wall Street dista apenas uns blocos da sede das Nações Unidas. Como chegou até lá?

Depois de um encontro casual com um antigo colega de faculdade que trabalhava no setor financeiro descobriu um novo mundo na maior praça financeira do mundo. Foi ele quem lhe explicou os primeiros conceitos do que era a bolsa de valores e do que lá se fazia.

Foi um momento até começar a trabalhar numa grande sociedade de advogados em Wall Street durante dois anos, antes de ingressar no Merril Lynch (1983) e, um ano mais tarde, na Smith Barney como estagiária no departamento de consultadoria financeira.

“Os primeiros anos foram desafiantes, mas uma grande experiência de aprendizagem”, conta ao ECO.

Os anos foram passando e Domitília foi ganhando estatuto dentro da empresa. De estagiária a vice-presidente foram oito anos. Estávamos em 1991. Quatro anos depois foi nomeada Senior Vice President e Senior Portfolio Manager.

“Ser a melhor todos os dias”

Damos um salto até 2009, já depois da grande crise financeira que teve epicentro em Wall Street e repercussões em todo o mundo, incluindo no de Domitília dos Santos.

Nesse ano, a Smith Barney foi comprada pelo grupo Morgan Stanley, na sequência das dificuldades financeiras do Citigroup. Este último é forçado a vender os negócios não estratégicos e dá-se a fusão da Smith Barney na gestora de ativos do Morgan Stanley. Apesar de todas as circunstâncias, Domitília dos Santos considera que a transição para a nova companhia foi “muito boa”.

E é aqui que se encontra atualmente. A portuguesa lidera uma equipa de profissionais especializados em aconselhamento de gestão de ativos financeiros cunhada com o seu apelido, o The dos Santos Group. É uma espécie de gestora de ativos dentro da gigante Morgan Stanley, administrando uma carteira de clientes que Domitília dos Santos, hoje uma referência em Wall Street, foi construindo ao longo das últimas décadas.

Destaca a resiliência como uma das marcas da sua carreira. Junta-se-lhe a sua determinação de seguir em frente com os seus sonhos e objetivos, mesmo sem o apoio ou incentivo de familiares.

Numa indústria dominada pelos homens, Domitília dos Santos diz encarar essa circunstância como sendo “muito desafiante, mas bastante agradável”. Ao mesmo tempo diz ser muito importante assumir um papel ativo no empoderamento das mulheres, não só dentro das organizações, mas na vida em geral. O que faz para lutar pela igualdade de género? “Ser a melhor que posso todos os dias”, atira.

“Estou disponível para servir o meu país”

Mais de meio século a viver fora de Portugal não belisca o sentimento português de Domitília dos Santos. Ela própria imagina-se a voltar, e não apenas para gozar a reforma. “Se a oportunidade se apresentar, estou disponível para servir o meu país da maneira que conseguir”.

Enquanto isso não acontece, mantém essa ligação através do Conselho da Diáspora Portuguesa, do qual é membro desde 2013. “É muito importante para Portugal fortalecer os laços com os países que representamos”, afirma sobre o papel desta organização.

Os feitos de Domitília dos Santos são reconhecidos por cá. Em junho de 2003, o Presidente da República Portuguesa outorgou-lhe a grau de Comendador da Ordem do Mérito.

Se a oportunidade se apresentar, estou disponível para servir o meu país da maneira que conseguir.

Domitília dos Santos

Diretora no Morgan Stanley

Há outro título que gosta de mostrar: da portuguesa com mais maratonas feitas. “Comecei a correr maratonas em 1991 como um desafio a mim mesma”. Conta ao todo com 264 maratonas e 3 ultramaratonas em 42 países. Muitos quilómetros nas pernas que já lhe valeram sustos como perder-se às duas da madrugada numa maratona de 100 milhas em Javelina, no estado americano do Arizona.

Domitília dos Santos tenta também manter uma participação cívica ativa. É patrona de comunidades artísticas em Nova Iorque (Metropolitan Opera, N. Y. Philharmonic, Met. Musuem of Art, MOMA) e do Museum of American Finance. Vê as artes como elemento de “extrema importância” na sociedade.

O ECO dá-lhe a conhecer portugueses que construíram carreiras de sucesso no estrangeiro e ocupam hoje lugares de destaque. Saiba como veem a evolução do seu setor, o que pensam do país onde trabalham e como olham para Portugal.

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Wall Street recupera, mas saldo semanal é negativo

A sessão desta sexta-feira foi positiva para os principais índices norte-americanos, depois das quedas dos últimos dias. Porém, o saldo semanal foi negativo.

Wall Street acabou em tom positivo uma semana atribulada. A preocupação com a variante Delta, com a desaceleração da economia e com os sinais da Reserva Federal sobre a retirada dos estímulos levou a quedas expressivas durante a semana, mas a sessão desta sexta-feira foi a exceção. Ainda assim, o saldo semanal é negativo para os principais índices norte-americanos.

O Dow Jones valorizou 0,65% para os 35.120,08 pontos, o Nasdaq avançou 1,19% para os 14.714,66 pontos e o S&P 500 subiu 0,81% para os 4.441,67 pontos. No conjunto da semana, o Dow Jones perdeu 1,1% do seu valor, o Nasdaq contraiu 0,7% e o S&P 500 encolheu 0,6%.

Tanto o Dow Jones como o S&P 500 atingiram máximos históricos recentemente, beneficiando da época de resultados das cotadas: estima-se que 87,4% das cotadas do S&P 500 superaram as expectativas, de acordo com os dados da Refinitiv.

A subida das ações foi transversal a vários setores — com maior valorização no setor tecnológico — com os investidores a apagarem da memória, em grande parte, os receios que tinham marcado a negociação desta semana.

À Reuters, o analista da Inverness Counsel, Tim Ghriskey, considera que houve a “realização de mais-valias” desde o início da semana e agora os investidores voltaram para comprar as ações em desconto.

Além das preocupações com a saúde da economia, os mercados estiveram também a reagir às minutas da última reunião da Fed onde ficou patente a expectativa de começar a reduzir em breve — ainda este ano — a compra de ativos no valor de 120 mil milhões de dólares mensais. Mais pormenores deverão chegar na próxima semana na conferência habitual da Fed em Jackson Hole.

A contrariar o sentimento negativo das bolsas estiveram as notícias positivas do mercado de trabalho norte-americano. O número de pedidos de subsídio de desemprego caiu na semana passada para um mínimo de 17 meses, apontando para mais um mês de crescimento do emprego, apesar da ameaça da variante Delta.

Os dados divulgados esta sexta-feira pelo Departamento do Trabalho mostraram ainda que o número de pessoas que está a receber apoio do seu Estado também desceu no início de agosto para o nível mais baixo desde março de 2020, altura que marca o início da pandemia.

Entre as cotadas, o destaque vai para as cotadas tecnológicas como a Microsoft, Cisco e Salesforce e ainda a Tesla. A fabricante de carros elétricos subiu 1% no seu dia de inteligência artificial em que apresentou um novo robô humanoide. Apesar disso, o saldo semanal da Tesla é negativo: perdeu cerca de 4% na sequência da abertura de uma investigação à sua tecnologia de piloto automático.

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