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YouTube removeu mais de 35 mil vídeos carregados na UE por desinformação em 2023

  • Lusa
  • 9 Maio 2024

A plataforma divulgou também funcionalidades para ajudar os eleitores a encontrar "notícias e informações" confiáveis nas eleições europeias e reforçar a transparência sobre conteúdos gerados por IA.

O YouTube removeu no ano passado “mais de 35.000 vídeos carregados a partir da União Europeia” (UE) por violarem as suas políticas de desinformação, divulgou a plataforma de partilha de vídeos da Google.

“Além de remover conteúdo que viola as nossas políticas, também acompanhamos a percentagem de visualizações do conteúdo que viola políticas no YouTube antes do mesmo ser removido”, adianta a tecnológica, salientando que, no quarto trimestre de 2023, “este conteúdo representou 0,11% – 0,12% das visualizações” na plataforma, de acordo com uma publicação online da tecnológica.

Isto “significa que em cada 10.000 visualizações no YouTube, entre 11 e 12 eram conteúdos que violavam as nossas regras da comunidade“, prossegue a plataforma.

“Vamos continuar a investir neste trabalho, em que a IA [inteligência artificial] ajuda a aumentar ainda mais a velocidade e a precisão dos nossos sistemas de moderação de conteúdo“, assevera o YouTube.

Além disso, “operações de influência coordenadas não são permitidas no YouTube, independentemente dos pontos de vista políticos que apoiam“.

Nesse sentido, “trabalhamos em estreita colaboração com o Grupo de Análise de Ameaças (TAG) da Google para identificar estes tipos de campanhas no YouTube e encerrar os seus canais”, adianta, referindo que “isto pode incluir tentativas de interferência nas eleições“, nomeadamente as europeias de junho.

“Por exemplo, tal como a TAG partilhou, antes das recentes eleições portuguesas, encerrámos sete canais do YouTube ligados a indivíduos na Argentina, no âmbito das nossas investigações em curso sobre as campanhas de desinformação“, recorda.

Através do TAG, “também partilhámos informações sobre as ameaças com autoridades policiais, tais como a Europol”.

O YouTube vai continuar a “trabalhar em conjunto com os governos, com a indústria e ONG em toda a União Europeia e não só nestes esforços, e não apenas em períodos eleitorais”. E, “à medida que entramos no último mês da campanha de 2024, equipas dedicadas do YouTube e da Google irão continuar a aperfeiçoar e a melhorar estes esforços, tendo sempre em mente o nosso objetivo principal: ligar as pessoas a conteúdo de alta qualidade e a proteger a nossa plataforma”, remata.

YouTube apresenta funcionalidades para eleitores encontrarem notícias confiáveis

A plataforma divulgou também um conjunto de funcionalidades para ajudar os eleitores a encontrar “notícias e informações” confiáveis nas eleições europeias e reforçar a transparência sobre conteúdos gerados por IA.

A um mês das eleições europeias, o YouTube divulga os “esforços” que está a fazer para ajudar as pessoas “dentro e fora da Europa a encontrar notícias e informações eleitorais úteis e confiáveis”, desde pesquisar o local de voto a compreender as posições dos candidatos.

“Para as eleições do Parlamento Europeu de 2024, seguem-se algumas funcionalidades que irão surgir à medida que ligamos os eleitores à informação e ao contexto de que necessitam para se manterem informados”, em que, por exemplo, “para as pesquisas ou vídeos relacionados com a votação, um painel de informações direciona os espetadores na UE para as funcionalidades da Google: ‘como votar’ e ‘como se registar para votar'”, refere o YouTube.

Na pesquisa por informação sobre os candidatos às europeias será exibido um painel de informações na parte superior dos resultados da pesquisa, destacando informações do candidato, como o seu partido político, e uma hiperligação para a Pesquisa Google, por exemplo.

Na parte inferior do painel de informação poderá existir uma hiperligação para o canal oficial do candidato, adianta a plataforma.

“Nas últimas semanas da campanha, na página inicial do YouTube, iremos mostrar lembretes sobre onde e como votar” e no dia das eleições os espetadores “vão poder visualizar um painel de informações sobre os resultados eleitorais que será exibido na parte superior dos resultados da pesquisa ou abaixo dos vídeos relacionados com as eleições europeias”.

De acordo com o YouTube, “este painel de informações vai ter uma hiperligação para a funcionalidade dos resultados eleitorais da Google, permitindo que as pessoas acompanhem os resultados eleitorais em tempo real”.

Também na página inicial do YouTube será disponibilizada “uma hiperligação que mostra, em direto, os resultados” das eleições.

Tudo isto baseia-se nas nossas funcionalidades atuais que destacam as informações provenientes de fontes confiáveis, tais como meios de comunicação social, nos resultados de pesquisa, na página inicial e no painel ‘A seguir'”, aponta.

O YouTube recorda que as suas políticas determinam o que não é permitido na plataforma e aplicam-se a todo o conteúdo, independentemente do idioma ou do ponto de vista político.

“Temos políticas rigorosas contra o discurso de incitamento ao ódio, contra o assédio e ciberbullying, contra o incitamento a conteúdo violento e contra certos tipos de desinformação eleitoral” e, por exemplo, “removemos conteúdos que induzam em erro os eleitores sobre como votar ou que incentivem a interferência no processo democrático“, sublinha.

“A nossa equipa global de revisores, com recurso a uma combinação com a tecnologia de [machine learning] aprendizagem de máquina, aplica estas políticas em grande escala, 24 horas por dia, sete dias por semana” e o “nosso Intelligence Desk também tem trabalhado ao longo dos meses para estar à frente das questões e tendências emergentes que poderão afetar as eleições da UE, tanto dentro como fora do YouTube”, explica.

A plataforma também aposta no reforço da transparência sobre conteúdo gerado por IA. “Reconhecemos que os maus atores podem tentar explorar ferramentas de IA generativa durante o período eleitoral — é por isso que estamos a garantir que existem vários níveis de transparência e de proteções, inclusivamente para as próximas eleições europeias”, salienta.

Agora exigimos que os criadores divulguem se o vídeo que estão a carregar contém conteúdo alterado ou sintético e se é realista” e, “depois, vamos adicionar um marcador de transparência ao conteúdo realista, sintético ou alterado, para que os espetadores tenham um contexto importante”.

Para o conteúdo eleitoral, “o marcador vai surgir no próprio vídeo e na descrição do mesmo” e, em certos casos, “também podemos adicionar um marcador mesmo quando o criador não o divulga, especialmente se o uso de conteúdo alterado ou sintético tiver o potencial de confundir ou induzir em erro os espectadores”.

“Esta é uma área crítica na qual temos vindo a investir há algum tempo”, assevera o YouTube.

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Carlos Moedas é mandatário nacional da AD para as eleições europeias

Autarca de Lisboa é mandatário nacional da Aliança Democrática nas eleições europeias e Ana Gabriela Cabilhas a mandatária para a juventude. Programa coordenado pela eurodeputada Lídia Pereira.

Carlos Moedas é o mandatário nacional da Aliança Democrática (coligação que junta PSD, CDS-PP e PPM) às eleições europeias. Já Ana Gabriela Cabilhas, recém-eleita deputada, que discursou pelo PSD na Assembleia da República na cerimónia do 25 de abril, será mandatária para a juventude. Ambos vão estar presentes e discursar esta tarde na apresentação do programa eleitoral coordenado por Lídia Pereira, eurodeputada e vice-presidente do Partido Popular Europeu (PPE).

A apresentação do programa da AD vai ser assegurada pelo ex-comentador televisivo Sebastião Bugalho, cabeça de lista escolhido por Luís Montenegro para as eleições europeias. A apresentação do manifesto eleitoral da coligação está agendada para às 18h desta quinta-feira, no Centro Cultural de Belém (CCB), em Lisboa.

As eleições europeias estão agendadas para o dia 9 de junho, estando disponível o recurso ao voto antecipado (2 de junho) ou em mobilidade (poderá votar em qualquer mesa de voto do país e no estrangeiro). Portugal tem a capacidade de eleger 21 eurodeputados, de um total de 720 (mais 15 do que nas última legislatura). Nas últimas eleições, o PS elegeu nove eurodeputados, o PSD seis, o Bloco de Esquerda e PCP dois, cada, e o CDS e o PAN um eurodeputado.

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Britânicos compram Camac e transferem produção de pneus para Santo Tirso com investimento de 20 milhões

Grupo SPC transfere a unidade de produção de pneus de desportos motorizados de alta performance do Reino Unido para Santo Tirso, o que representa um investimento de 20 milhões de euros.

O grupo britânico SPC, considerado o principal fabricante europeu de compostos de borracha, vai transferir a unidade de produção de pneus de desportos motorizados de alta performance do Reino Unido para Santo Tirso, o que representa um investimento de 20 milhões de euros.

“O projeto prevê a aquisição de ativos da Avon Tyres Motorsport, atualmente detida pelo Grupo Goodyear, transferindo a produção do Reino Unido para Portugal, passando a comercializar através de uma nova marca, a Nova Tyres“, anuncia o Banco Português de Fomento (BPF) em comunicado.

Paralelamente, o investimento permitirá à Nova Motorsports adquirir a CNB/CAMAC – Companhia Nacional de Borrachas, que era até agora a única fabricante nacional de capitais portugueses, realizando um processo de “turnaround”. O BPF explica que “este processo visa ampliar a sua capacidade industrial e orientar a produção para produtos diferenciados e de maior valor acrescentado, consolidando o know-how técnico necessário para competir globalmente e fortalecer a presença da Nova Motorsports no automobilismo internacional”.

Paul Hallas, CEO da SPC, e Ramon Puente, promotor do projeto da Nova Motorsports e ex-CEO da Racing Motorbike Company, frisam a escolha de Portugal para estabelecer uma empresa global de fabrico de pneus para desportos motorizados graças ao acordo alcançado com o Banco de Fomento, que “apoiou fortemente para a aquisição da Camac e a deslocalização do Reino Unido das diferentes máquinas e ferramentas.”

O investimento, enquadrado no âmbito do Programa de Coinvestimento Deal-by-Deal do Fundo de Capitalização e Resiliência (FdCR), atrai capital estrangeiro diretamente para Portugal e assegura produção 100% nacional, contribuindo para gerar emprego e promover o desenvolvimento na região de Santo Tirso.

Do montante financiado, 9,9 milhões de euros são investidos pelo FdCR e dez milhões pelo coinvestidor SPC JEVSA, S.L.U, empresa participada do Grupo SPC, através de realização de capital social e emissão de obrigações convertíveis por ambos os investidores.

Este investimento representa um importante apoio ao setor industrial nacional, ao impulsionar a reestruturação e revitalização de uma empresa na região Norte através da captação de investimento estrangeiro, ao qual se associa o Fundo de Capitalização e Resiliência”, afirma Ana Carvalho, CEO do Banco Português de Fomento.

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Continente, Delta e Pingo Doce são as marcas mais relevantes para o consumidor

Das 20 marcas mais relevantes para o consumidor, 10 são nacionais, revela o Estudo do Consumidor 2024, iniciativa da Superbrands Portugal conduzida pela empresa de análise e estudos de mercado Amint.

Continente, Delta Cafés e Pingo Doce são as três marcas portuguesas consideradas mais relevantes pelos consumidores. Os resultados são do Estudo do Consumidor 2024, iniciativa da Superbrands Portugal conduzida pela empresa de análise e estudos de mercado Amint.

De acordo com o estudo, das 20 marcas mais referenciadas pelos consumidores, 10 são nacionais: Continente – que ocupa o primeiro lugar em termos de referenciação geral -, Delta Cafés, Pingo Doce, Meo, Mimosa, EDP, Worten, Nos, Galp e SuperBock.

Alargando a análise a marcas globais, Continente, a Adidas e a Nike são as três marcas que lideram o Top 20 em termos de referenciação geral, que é ainda composto por Delta Cafés, Samsung, Pingo Doce, Nestlé, Apple, Zara, Meo, Lidl, Coca-Cola, Vodafone, Mimosa, EDP, Mercedes, Worten, Nos, Galp e Super Bock.

É notório um crescimento significativo das marcas de origem portuguesa no top de referência espontânea. Se no ano passado tínhamos sete marcas nacionais no Top 20, este ano esse número subiu para 10. Portanto, é com imensa satisfação que assistimos ao momento em que este Top passa a ser 50% ocupado por marcas nacionais”, refere a propósito Pedro Diogo Vaz, country manager da Superbrands Portugal.

“Apesar de sermos um país que valoriza muito as marcas internacionais, esta evolução demonstra o reconhecimento e a relevância que os consumidores dão às marcas nacionais, bem como a importância que as empresas nacionais devem dar à valorização das suas marcas”, prossegue o responsável, citado em comunicado.

Para o estudo, apresentado esta quinta-feira na Universidade Católica, foi pedido aos consumidores para, de forma espontânea, indicarem as três marcas que consideram mais importantes e relevantes em termos de notoriedade, marcas únicas, confiança, identificação e satisfação das necessidades.

Das 20 marcas, o Continente é a única que está sempre mencionada no top 3 destas cinco dimensões, só não liderando no ranking de notoriedade, no qual é ultrapassado pela Adidas e pela Nike. Segue-se a Nike, com três aparições no Top 3, e a Adidas e a Delta Cafés, com duas aparições cada uma.

Retalho, alimentação, desporto, tecnologia e telecomunicações agregam em conjunto 79% das referências. Numa comparação com os dados do Estudo do Consumidor de 2020, observa-se que os setores que mais aumentaram a sua presença no Top 20 foram alimentação, desporto, telecomunicações e energia. O setor que mais desceu foi o da tecnologia, destaca a Superbrands Portugal.

Analisando por gerações — silent generation (1928-1945), baby boomers (1946-1964), geração X (1965-1980), millennials (1981-1996) e geração Z (1997-2012) –, a marca Continente surge no Top3 do ranking geral nas cinco gerações. Por sua vez, Nestlé, Vodafone, Delta e Meo aparecem em uma geração e a Delta, Samsung, Pingo Doce e Adidas estão no Top 10 das cinco gerações.

As marcas de retalho têm o maior peso entre as cinco gerações, as marcas de alimentação têm um peso significativo, especialmente entre os baby boomers, e as marcas de tecnologia entre os millenials.

Para o Estudo do Consumidor 2024 realizaram-se um total de 1.000 entrevistas com uma margem de erro absoluto no caso do cálculo de uma proporção associado a esta amostra de ± 3,2%. A empresa que realizou o trabalho de campo foi a Multidados, entre o 10 de janeiro e o 15 de fevereiro de 2024.

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Banco de Inglaterra mantém taxa de juro nos 5,25% por pressão da inflação

Pela sexta vez consecutiva, a instituição liderada por Andrew Bailey manteve a taxa de juro da libra nos 5,25% e afasta para já um corte da taxa de juro.

O Banco de Inglaterra anunciou esta quinta-feira que decidiu manter pela sexta vez consecutiva a taxa de referência em 5,25%. Na reunião que terminou na quarta-feira, o Comité de Política Monetária votou, por maioria de 7-2, a favor da manutenção da taxa bancária em 5,25%. “Dois membros preferiram reduzir a taxa bancária em 0,25 pontos percentuais, para 5%”, revela o Banco de Inglaterra em comunicado.

Esta votação sugere que há uma consideração ativa no seio do Banco de Inglaterra quando ao início de uma redução da taxa de juro, apesar de a maioria ter optado por manter a taxa atual. “É provável que tenhamos de reduzir a taxa de juro bancária nos próximos trimestres”, refere Andrew Bailey, presidente do Banco de Inglaterra, em conferência de imprensa. A discussão reflete as previsões de que a inflação retornará perto da meta de 2% no curto prazo, o que poderia justificar uma abordagem menos restritiva no futuro se as condições económicas permitirem.

No entanto, Andrew Bailey ressalva que ainda é precoce fazer qualquer corte na taxa de juro. “Ainda não chegámos a um ponto em que possamos reduzir a taxa base”, refere o líder do Banco de Inglaterra aos jornalistas, após a apresentação da decisão do Comité de Política Monetária, sublinhando ainda que “espero que a inflação aumente ainda este ano.”

“A política monetária terá de permanecer restritiva durante um período suficientemente longo para que a inflação regresse ao objetivo de 2% de forma sustentável a médio prazo, conforme o mandato do Comité de Política Monetária”, justifica o Banco de Inglaterra para manter a taxa de juro da libra no valor mais elevado desde 2008, mostrando com isso uma abordagem cautelosa face à evolução recente da inflação no Reino Unido.

Taxa de juro do Banco de Inglaterra“Desde o outono passado que o Comité considera que a política monetária deve ser restritiva durante um período prolongado, até que o risco de a inflação se tornar mais elevada do que o objetivo de 2% se dissipe”, lê-se no comunicado da instituição de liderada por Andrew Bailey.

O presidente do Banco de Inglaterra destacou ainda que, “desde fevereiro, a inflação dos salários e dos serviços tem sido superior às expectativas e isso deve dar-nos que pensar, mas não deve ser interpretada de forma exagerada.”

O Banco de Inglaterra refere que a inflação, medida pelo Índice de Preços no Consumidor (IPC) a 12 meses desceu para 3,2% em março, contra 3,4% em fevereiro, “prevendo-se que a inflação medida pelo IPC regresse a um nível próximo do objetivo de 2% a curto prazo, mas que aumente ligeiramente no segundo semestre do corrente ano, para cerca de 2,5%, devido à dissipação dos efeitos de base relacionados com a energia.”

Também a sustentar a decisão do Banco de Inglaterra estão alguns dados relacionados com o crescimento da economia inglesa. “Após uma ligeira fraqueza no ano passado, o PIB do Reino Unido deverá ter aumentado 0,4% no primeiro trimestre de 2024 e 0,2% no segundo trimestre”, lê-se no comunicado.

Andrew Bailey sublinha que “não está excluída nem prevista uma descida da taxa de juro do banco em junho” e que o Banco de Inglaterra “não tem quaisquer preconceitos quanto ao nível e à rapidez com que irá reduzir as taxas.”

“Apesar da retoma durante o período de previsão, prevê-se que o crescimento da procura continue a ser inferior ao crescimento da oferta potencial durante a maioria desse período”, refere o Comité de Política Monetária sublinhando ainda que “prevê-se que surja uma margem de folga económica durante 2024 e 2025 e que esta se mantenha depois disso, refletindo em parte a continuação da orientação restritiva da política monetária.”

A decisão do Banco de Inglaterra não foi de todo inesperada pelos mercados, que antecipam agora uma redução da taxa em junho com uma probabilidade de 50% “e, embora um primeiro corte em agosto esteja praticamente totalmente descontado, o número de cortes esperados no total este ano é de cerca de dois contra seis no início do ano”, refere Rhys Herbert, economista sénior do Lloyds Bank numa nota enviada esta manhã aos clientes do banco inglês.

Mas para isso acontecer será necessário que a inflação se mantenha de forma sustentável nos 2%. “O Comité de Política Monetária continua a estar preparado para ajustar a política monetária, conforme justificado pelos dados económicos, para que a inflação volte a atingir o objetivo de 2% de forma sustentável”, refere o Banco de Inglaterra em comunicado.

Quanto à possibilidade de o primeiro corte da taxa de juro surgir na reunião do Comité de Política Monetária em junho, Andrew Bailey ressalva que “não está excluída nem prevista uma descida da taxa de juro do banco em junho” e que o Banco de Inglaterra “não tem quaisquer preconceitos quanto ao nível e à rapidez com que irá reduzir as taxas.”

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Número de nascimentos cai no primeiro trimestre após subir desde 2022

  • Lusa
  • 9 Maio 2024

Após ter estado a subir desde 2022, o número de nascimentos em Portugal caiu no primeiro trimestre para 20.575, menos 490 do que no mesmo período do ano anterior.

O número de nascimentos em Portugal caiu no primeiro trimestre para 20.575, menos 490 do que no mesmo período do ano passado, após ter estado a subir desde 2022, revelam esta quinta-feira dados baseados no “teste do pezinho”.

Os dados, divulgados pelo Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge (INSA) à Lusa e que reúnem a quase totalidade dos nascimentos em Portugal, demonstram que o número de bebés rastreados voltou a cair depois de ter atingido, no mesmo período de 2023, o valor mais elevado (21.065) desde o início da pandemia de Covid-19, em março de 2020.

O ano de 2023 tinha fechado com mais 2.328 bebés estudados comparativamente ao ano de 2022, totalizando 85.764, de acordo com os dados do Programa Nacional de Rastreio Neonatal (PNRN), coordenado pelo INSA.

Os dados deste ano indicam que janeiro foi o mês que registou o maior número de nascimentos (7.683), seguido de fevereiro (6.651) e de março, com 6.241 bebés.

Neste primeiro trimestre, Lisboa foi o distrito com mais exames realizados (6.316), seguido do Porto (3.597), Setúbal (1.656), Braga (1.561), Faro (1.075) e Aveiro (899). O menor número de testes foi observado no distrito de Bragança (122), seguido de Portalegre (134) e da Guarda (165).

O “teste do pezinho” permitiu identificar, em 2023, 150 casos de doenças raras entre os 85.764 bebés estudados, dos quais 54 são de doenças hereditárias do metabolismo, 50 de hipotiroidismo congénito, seis de fibrose quística, 34 de drepanocitose e seis de atrofia muscular espinal.

Coordenado pelo INSA, através da sua Unidade de Rastreio Neonatal, Metabolismo e Genética, do Departamento de Genética Humana, o PNRN rastreia, desde 1979, 28 patologias, tendo até final de 2023 identificado 2.692 casos de doenças raras, na sequência do rastreio realizado a 4.224.550 recém-nascidos.

Segundo o instituto, a identificação da doença possibilitou que “todos os doentes iniciassem de imediato um tratamento específico, evitando défice intelectual e outras alterações neurológicas ou extraneurológicas irreversíveis, com a consequente morbilidade ou mortalidade”.

Apesar de não ser obrigatório, o programa tem atualmente uma taxa de cobertura de 99,5%, sendo o tempo médio de início do tratamento de cerca de dez dias. O “teste do pezinho” é efetuado a partir do terceiro dia de vida do recém-nascido, através da recolha de umas gotículas de sangue no pé da criança.

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Custos de construção desaceleram em março. Preços dos materiais caem há 12 meses consecutivos

  • Joana Abrantes Gomes
  • 9 Maio 2024

Os custos de construção de habitação nova aumentaram 2,1% em março, mas menos do que no mês anterior. Os preços dos materiais estão há 12 meses em terreno negativo.

Os custos de construção de habitação nova aumentaram 2,1% em março, face ao mesmo mês de 2023, revelou esta quinta-feira o Instituto Nacional de Estatística (INE). Mas a subida é menor do que a registada no mês passado, com o indicador a ser pressionado pela queda do preço dos materiais, em terreno negativo pelo 12.º mês consecutivo.

A subida de 2,1% do Índice de Custos de Construção de Habitação Nova do INE representa uma desaceleração de 0,4 pontos percentuais em relação à subida registada em fevereiro. O indicador é influenciado pelo preço dos materiais, que tem estado em queda, e pelo custo da mão-de-obra.

De acordo com os dados do gabinete estatístico, em março, o preço dos materiais caiu 1,3% (-0,4% no mês anterior), uma trajetória de queda iniciada em abril do ano passado. Já o custo da mão-de-obra teve uma subida homóloga de 6,7%, mais 0,3 pontos percentuais do que em fevereiro.

Variação Homóloga do Índice de Custos de Construção de Habitação Nova:

Fonte: INE

O custo da mão-de-obra contribuiu com 2,9 pontos percentuais (2,7 pontos percentuais no mês anterior) para a formação da taxa de variação homóloga do Índice de Custos de Construção de Habitação Nova e os materiais com -0,8 pontos percentuais (-0,2 pontos percentuais em fevereiro), explica o INE.

O aço para betão e perfilados pesados e ligeiros, a chapa de aço macio e galvanizada e os materiais de revestimentos, isolamentos e impermeabilização são os materiais que mais contribuíram negativamente para a variação agregada do preço, ao registarem descidas de cerca de 15% no mês em análise, seguidos dos tubos de PVC e os produtos para instalações elétricas, com reduções de cerca de 10%.

Em sentido inverso, o INE destaca o cimento, o betão pronto e as obras de carpintaria com crescimentos homólogos de cerca de 5%.

No que diz respeito à variação em cadeia, a taxa de variação mensal do índice foi de -0,3% em março, 0,8 pontos percentuais inferior à de fevereiro, tendo o custo dos materiais descido 0,9% e o da mão-de-obra subido 0,4%.

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Abreu Advogados promove oito advogados a sócios e sócios contratados

Gonçalo Malheiro, Maria Inês Assis, Nuno Luís Sapateiro, Diogo Belard Correia, Joana Maldonado Reis, Madalena Bernardes Coelho, Sara Soares e Susana A. Duarte foram os advogados promovidos.

A Abreu Advogados promoveu três advogados a sócios – Gonçalo Malheiro, Maria Inês Assis e Nuno Luís Sapateiro – e cinco a sócios contratados – Diogo Belard Correia, Joana Maldonado Reis, Madalena Bernardes Coelho, Sara Soares e Susana A. Duarte.

“A decisão da Abreu Advogados está em linha com o crescimento sustentado da sua atividade e com a política de promoção do mérito, assim como com o reconhecimento do trabalho desenvolvido pelos seus advogados ao longo do ano“, referem em comunicado.

Segundo a firma, estas promoções reconhecem a “qualidade” e a “excelência” do trabalho desenvolvido por cada um dos advogados.

“Ao longo dos nossos 30 anos, a Abreu tem feito uma forte aposta no seu crescimento sustentado, na renovação geracional e na dinâmica do seu colégio de sócios. Este espírito, que cultivamos quotidianamente, promove a abertura, potencia ideias e respostas novas e faz sobressair pessoas que são essenciais ao desenvolvimento do nosso trabalho da forma mais completa e diferenciadora”, explicou a managing partner Inês Sequeira Mendes.

Para a líder, os novos sócios e sócios contratados são exemplos do “espírito dinâmico”. “Cada um deles demonstrou o maior empenho, rigor e dedicação para com os nossos clientes e com a afirmação e crescimento da sociedade. Os resultados excecionais que acabámos de alcançar mostram que seguimos na direção certa”, acrescentou.

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Universidade de Aveiro desenvolve fato de proteção contra fogo em parceria com a GNR

Acordo com GNR vai testar e validar no terreno os protótipos do fato ignífugo, em contexto de treino e simulação por parte dos sapadores florestais. Universidade de Aveiro já fez o pedido de patente.

A Universidade de Aveiro (UA) está a desenvolver, em parceria com a GNR, um novo fato de proteção contra o fogo que tem a particularidade de conter uma camada adicional de proteção térmica – essencial para mitigar os riscos de queimaduras e promover ativamente a circulação do ar, reduzindo a transpiração e expulsando o ar quente.

“Estas características inovadoras permitem baixar a temperatura corporal e evitar problemas de stress térmico, exaustão prematura e mobilidade reduzida”, explica a academia aveirense através de um comunicado enviado às redações.

O fato ignífugo foi desenvolvido na Universidade de Aveiro por Filipe Bento (investigador) e por Francisco Providência (designer e docente), ambos membros do Departamento de Comunicação e Arte (DeCA).

Cabo Vanessa Melro (GNR), Joana Dias Coimbra (UACOOPERA), Francisco Providencia (professor do DeCA-UA), Brigadeiro General José Ricardo Gomes Rodrigues (Comandante da UEPS-GNR), João Veloso (Vice-reitor da UA), Filipe Bento (investigador do DeCA), Tenente Coronel David Pinheiro Martins (GNR)Universidade de Aveiro

A UA garantiu os direitos de propriedade industrial ao proteger estes desenvolvimentos tecnológicos através de um pedido de patente e de desenho ou modelo. Realça ainda que o pedido de patente “permite proteger o seu design inovador, bem como a invenção que promove a circulação eficaz do ar quente entre o equipamento e o corpo humano. Com saídas estrategicamente posicionadas, o sistema dissipa o calor para o exterior, promovendo maior conforto e eficiência”.

O protocolo assinado com a GNR, assinado a 15 de março, permitirá o teste e validação no terreno de protótipos do fato ignífugo, em contexto de exercício de treino e simulação, pelos sapadores florestais da Unidade de Emergência de Proteção e Socorro. A validação desta tecnologia junto dos elementos da guarda, alega a instituição de ensino superior, irá permitir a sua maturação tecnológica e fomentar a implementação no setor dos EPI (equipamentos de proteção individual), através da cooperação com entidades públicas ou privadas.

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Indústria e automóvel dão “melhor ano de sempre” ao software do grupo Sendys

Grupo liderado por Fernando Amaral obteve “o maior volume de negócios de sempre", atingindo os 9,8 milhões de euros, impulsionado pela produção industrial e grandes projetos na área automóvel.

O Sendys Group, que integra as software houses portuguesas Alidata e Sendys, registou no ano passado um volume de negócios de 9,8 milhões de euros, o que representa um crescimento de 8% face a 2022. O grupo liderado por Fernando Amaral emprega 160 pessoas.

O “melhor ano de sempre” é justificado com a implementação de projetos de transformação digital e digitalização de processos em Portugal e nos países africanos de língua oficial portuguesa (PALOP). A faturação foi distribuída por Portugal (5,5 milhões), Angola (2,1 milhões), Moçambique (0,9 milhões) e por um conjunto de outros mercados (0,6 milhões).

Entre os fatores que mais contribuíram para o crescimento sustentado do grupo, frisa, estiveram o alargamento da quota de mercado nos setores da manutenção e produção industriais e em grandes projetos na área automóvel — onde, além de Portugal, surge em destaque o mercado moçambicano, no qual diz ter múltiplos projetos em pipeline.

O grupo realça, em comunicado, além do desempenho das marcas Sendys (vocacionada para serviços e financeiro) e Alidata (setor industrial e automóvel), osoftware de gestão na cloud (Masterway) com “grande crescimento em todos os mercados, particularmente nos PALOP”. Acrescenta ainda a marca mais internacional do grupo, a Sendys Explorer, solução de printing e gestão documental já implementada em mais de cem países dos cinco continentes.

Fernando Amaral, CEO do Sendys Group Sendys Group

Fernando Amaral, chairman do Sendys Group, afirma que “esta performance reflete a confiança dos clientes, a segurança das soluções, o empenho dos colaboradores e a visão da equipa de gestão”. “É muito motivador para continuarmos o nosso trabalho, no ano em que as duas software houses nacionais mais antigas ainda em atividade, a Alidata e Sendys, que integram o nosso grupo, comemoram 40 anos“, completa o gestor.

Para 2024, o Sendys Group quer “continuar a crescer em linha com os anos anteriores, particularmente nas áreas de mobilidade, manutenção, produção industrial, oficinal, e ainda de serviços, nas soluções de gestão documental, arquivo digital, customer relationship management, business process management, manutenção e printing“.

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Tribunal de Contas Europeu critica Portugal por fazer auditorias aos fundos só com base nas autodeclarações dos beneficiários

Tribunal constatou que autoridades de auditoria se basearam exclusivamente nas autodeclarações dos beneficiários para verificar critérios de elegibilidade sem corroborar a fiabilidade das informações.

O Tribunal de Contas Europeu chamou a atenção de Portugal por fazer as auditorias aos fundos europeus, baseadas apenas nas autodeclarações dos beneficiários. No relatório anual de 2022, do Tribunal de Contas Europeu, divulgado esta terça-feira, o órgão fiscalizador critica o facto de as autoridades de auditoria nacionais de alguns países não contrastarem as autodeclarações dos beneficiários com fontes fiáveis e comprovadas.

Em vários Estados-membros (Dinamarca, Grécia, Espanha, Croácia, Malta, Portugal e Eslovénia), o Tribunal constatou que as autoridades de auditoria se basearam exclusivamente nas autodeclarações dos beneficiários para verificarem os critérios de elegibilidade e outros requisitos, tais como: a capacidade técnica dos proponentes, o seu estatuto de pequena e média empresa (PME), as condições para a atribuição do estatuto de “jovem NEET”, a composição dos agregados familiares, o cumprimento do limiar de minimis, a inexistência de duplo financiamento e a ausência de conflitos de interesses”, lê-se no relatório.

O Tribunal constatou ainda, no âmbito da sua auditoria às autodeclarações incluídas numa subamostra, que “as autoridades de auditoria em causa não solicitaram nem verificaram outros elementos comprovativos para corroborar a fiabilidade das informações declaradas”. “Essas verificações teriam ajudado a garantir a proteção dos interesses financeiros, mantendo simultaneamente o trabalho de auditoria dentro de limites razoáveis, o que permitiria às autoridades de auditoria detetarem autodeclarações incorretas ou incompletas”, acrescenta.

Em Portugal, a auditoria aos fundos europeus é feita, em última instância, pela Inspeção Geral de Finanças. Mas é à Agência para o Desenvolvimento e Coesão que compete a o grosso das auditorias. Ao nível dos vários programas é suposto também ser feita alguma auditoria interna. O ECO pediu uma reação à Agência, mas não obteve resposta até à publicação deste artigo.

Questionada pelo ECO sobre os reparos feitos pelo Tribunal de Contas Europeu, o Ministério das Finanças, que tutela a IGF, explicou que estes estavam relacionados com a “composição dos agregados familiares na atribuição de bolsas a estudantes universitários”. “As autoridades nacionais apresentaram à Comissão Europeia o trabalho desenvolvido para confirmação da regularidade da composição dos agregados familiares, abordagem desenvolvida em linha com normas de auditoria internacionalmente aceites”, explicou fonte oficial do Ministério das Finanças.

“A Comissão acolheu e concordou integralmente com a informação transmitida pelas autoridades nacionais, tendo partilhado inequivocamente essa mesma posição, que assumiu como sua no processo de contraditório final que exerceu com o Tribunal de Contas Europeu, facto que levou o próprio Tribunal de Contas Europeu a decidir modificar a sua posição, não quantificando a constatação inicial“, acrescentou a mesma fonte. À semelhança do que acontece com o Tribunal de Contas nacional os visados têm sempre o direito ao contrário antes da publicação dos relatórios. Ainda assim, o Tribunal de Contas Europeu optou por manter o alerta a Portugal.

O tribunal avança que “em quatro operações examinadas faltavam informações ou documentos comprovativos, mas nenhuma delas foi quantificada“. “Em Portugal, a autoridade de auditoria apresentou ao Tribunal uma confirmação das universidades participantes relativa aos registos e créditos obtidos cuja data era posterior aos trabalhos de auditoria no terreno. Com base nestes elementos, o Tribunal decidiu não quantificar o erro”, lê-se no relatório, que dá nota de que a Comissão ia “fazer o seguimento” do caso.

Fonte oficial do Ministério de Joaquim Miranda Sarmento revelou que “a própria Comissão Europeia efetuou posteriormente uma auditoria para confirmação da informação transmitida pelas autoridades nacionais, tendo concluído pela segurança do sistema”.

Num relatório onde constata que a “Comissão Europeia regista as verbas mal gastas com rigor e rapidez”, mas “muitas vezes demora demasiado tempo a recuperar o dinheiro”, sobretudo na área da agricultura, onde a percentagem de despesas recuperadas é especialmente baixa, o Tribunal de Contas Europeu admite que os “erros adicionais detetados” representam “insuficiências no trabalho das autoridades de auditoria que a Comissão nem sempre conseguiu corrigir antes de aceitar as contas”.

Para o tribunal existem vários tipos de insuficiências, por exemplo, no que diz respeito ao trabalho das autoridades de auditoria para verificarem a elegibilidade dos projetos, o respeito pelas regras do mercado interno, o risco de fraude e de conflito de interesses e a elegibilidade das despesas (como custos de pessoal, OCS, grandes projetos e se o beneficiário realmente efetuou e pagou os custos declarados), incluindo os casos em que o Tribunal constatou que a autoridade de auditoria não realizou controlos suficientes das informações fornecidas pelos beneficiários ou em que faltavam aspetos fundamentais dos sistemas de gestão e de controlo para funcionarem bem. Um ponto no qual apontou o dedo a Portugal.

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Montenegro quer tornar Portugal num “contribuinte líquido” da UE

  • Lusa
  • 9 Maio 2024

“Precisamos de fazer um uso muito criterioso dos fundos à nossa disposição”, defende também o primeiro-ministro, fazendo a autocrítica de que país não os aproveitou “suficientemente”.

O primeiro-ministro assumiu esta quinta-feira como “objetivo nacional” que Portugal deixe de ser país da coesão e passe a contribuinte líquido da União Europeia (UE), defendendo que só com autocrítica e um investimento criterioso dos fundos pode chegar ao “pelotão da frente”.

Luís Montenegro abriu esta quinta-feira a conferência “Europa, que futuro?”, que integra o ciclo de “Conferências da RTP/Sociedade Civil”, que decorre no Centro Cultural de Belém, e assinala o Dia da Europa.

Na sua intervenção, Montenegro recordou que quando Portugal aderiu à então Comunidade Económica Europeia o seu PIB per capita era de 58% da média europeia e hoje é de 75%, salientando, contudo, que a maior aproximação foi feita até ao ano 2000, quando chegou aos 71%.

“O que quer dizer que o ritmo nos primeiros 15 anos foi de brutal aproximação e o ritmo dos 20/25 [anos] seguintes foi praticamente de estagnação”, referiu.

O primeiro-ministro defendeu que o país “não pode eternizar esta trajetória” e tem de “mesmo de estar na linha da frente”. “Temos mesmo de fixar como objetivo nacional deixarmos de ser um país da coesão, temos de ter como ambição para Portugal sermos um contribuinte líquido da União Europeia e estarmos solidários com aqueles que chegam de novo“, defendeu.

Caso contrário, alertou, Portugal vai eternizar “uma situação de dependência”, e estar “sempre à espera de uma ajuda”. “Para isso precisamos de fazer um uso muito criterioso dos fundos à nossa disposição. Temos de fazer essa autocrítica: não aproveitámos suficientemente, devíamos ter hoje melhores resultados face aos apoios que tivemos nos últimos anos“, disse.

Montenegro defendeu que o país tem de olhar com esse “espírito de autocrítica” para a execução dos fundos comunitários do PRR e do PT2030. “Um país que invista de forma estratégica e não a pensar no efeito imediato como por vezes acontece, em que temos de gastar o dinheiro se não vamos perdê-lo: esta não é mentalidade de quem quer estar no pelotão da frente“, referiu, retomando uma expressão muito usado pelo antigo primeiro-ministro e Presidente da República Cavaco Silva.

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