Leasing, Factoring e Renting batem recorde histórico em 2023

  • Lusa
  • 30 Abril 2024

Em 2023, o “único sinal negativo” surgiu na locação financeira imobiliária, embora o crescimento de 20,5% no leasing mobiliário mais que tenha compensado esse decréscimo.

As três áreas de negócio representadas na Associação Portuguesa de Leasing, Factoring e Renting financiaram a economia em 47.800 milhões de euros em 2023, mais 5,9% em termos homólogos e um máximo histórico, revelou esta terça-feira a associação do setor.

O financiamento dos três setores (leasing, factoring e renting), que representa mais de 90% do mercado português, mostraram em 2023 “um crescimento homólogo de 5,9% no apoio dado à economia nacional”, refere a ALF em comunicado, adiantando que, no ano em análise, o “somatório de 47.800 milhões de euros equivale a cerca de 20% do Produto Interno Bruto (PIB) português” e constitui um novo máximo histórico.

A nota divulgada refere ainda que os três setores fecharam 2023 com ganhos, desde os 5% do valor de créditos tomados do factoring, aos 53% do valor das viaturas novas contratadas em renting, passando ainda pelos 8,5% do reforço do valor dos investimentos em leasing. “Os 47.800 milhões de euros resultantes da soma dos contratos de leasing e renting, juntamente com as faturas adquiridas pelas factors em 2023, representam um aumento de quase 2.700 milhões de euros, face a 2022”.

“Este aumento é composto por um crescimento de 350 milhões de euros na produção de renting, 200 milhões no leasing e uns expressivos 2.100 milhões de euros no factoring”, adianta. O presidente da ALF, Luís Augusto, considerou que “o ano 2023 desafiou todas as previsões, conjugando um segundo conflito com impacto na Europa, a incerteza na política monetária do Banco Central Europeu (BCE), e, em Portugal, a queda de um Governo com maioria e convocação de eleições antecipadas”.

“Apesar de tudo, o financiamento especializado revelou um crescimento robusto, contribuindo para o crescimento da economia portuguesa”, destacou, citado no comunicado, concluindo que os números de 2023 “contrariam eventuais visões pessimistas” e as projeções da ALF para 2024, o ano do seu 40.º aniversário, “reforçam o papel do financiamento especializado no apoio à formação do PIB” português.

Quanto ao factoring, que em 2021 valia 34.500 milhões de euros e no ano seguinte atingiu os 42.000 milhões de euros, encerrou 2023 com um total de 44.200 milhões de euros em faturas tomadas. Em apenas dois anos, o desempenho do factoring aumentou em 18%, equivalente a cerca de 10.000 milhões de euros, destacando-se ainda o confirming (gestão dos pagamentos das empresas junto dos seus fornecedores), que registou um crescimento de 7,4%, para um acréscimo de 1.370 milhões de euros face ao ano anterior, e para o factoring internacional.

O factoring à importação, que consiste no apoio ao pagamento de faturas de um cliente nacional ao seu fornecedor estrangeiro, superou o valor de 2022 em 51%, passando de 360 milhões de euros para os 544,6 milhões. Quanto ao factoring à exportação, que proporciona apoio no recebimento de faturas de clientes localizados no estrangeiro, cresceu 2,4%, para cerca de 121 milhões de euros a mais que no ano anterior, totalizando 5.150 milhões de euros.

Já o factoring doméstico, a modalidade com recurso manteve-se estável, face a um crescimento de 4,3% da modalidade sem recurso. Por sua vez, o renting colocou 36 mil viaturas novas em circulação nas estradas portuguesas, num valor que superou os mil milhões de euros, um crescimento de 53% face aos 667 milhões de euros de contratos novos em 2022.

A atual frota em circulação contratada através de renting alcançou os 2.480 milhões de euros em valor, crescendo 18% face 2022, sendo que em número de viaturas são agora 133.748 unidades ligeiras a circular nas estradas portuguesas, das quais mais de 80% da categoria de passageiros. Em 2023, o “único sinal negativo” surgiu na locação financeira imobiliária, embora o crescimento de 20,5% no leasing mobiliário mais que tenha compensado esse decréscimo.

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Portugal com 440 praias, marinas e embarcações com Bandeira Azul em 2024

  • Lusa
  • 30 Abril 2024

"Portugal destaca-se enormemente nas praias do interior. Somos, a nível mundial, o segundo país com mais praias de interior [fluviais], com 49, mais do dobro de Espanha e de Itália", diz a associação.

Portugal conta este ano com 440 praias, marinas e embarcações com Bandeira Azul, mais oito que em 2023, tornando-se o segundo país do mundo com maior número de praias fluviais galardoadas, anunciou esta terça-feira a Associação Bandeira Azul Europa.

O anúncio foi feito no Aquário Vasco da Gama, no Dafundo, concelho de Oeiras, distrito de Lisboa, pelo presidente da Associação Bandeira Azul da Europa, José Archer, que adiantou que na próxima época balnear vão hastear a Bandeira Azul 398 praias, distribuídas por 103 municípios. Uma praia distinguida com Bandeira Azul obedece a vários critérios, entre os quais a qualidade da água e espaço (ordenamento), segurança e serviços, vigilância e sensibilização das pessoas (educação ambiental).

O responsável considerou uma “boa notícia” o número de praias, marinas e embarcações com Bandeira Azul “ter voltado a crescer”, apontando que nas praias se está “resvés para chegar às 400”. José Archer destacou também o “contínuo crescimento das praias do interior”, admitindo que são “naturalmente muito mais sensíveis, mais difícil de atingir e manter”.

“Portugal destaca-se enormemente nas praias do interior. Somos, a nível mundial, o segundo país com mais praias de interior [fluviais], com 49, mais do dobro de Espanha e de Itália é um número que merece realce”, acrescentou. Já em termos de praias costeiras, o responsável sublinhou que o número de praias da costa portuguesa com Bandeira Azul “está totalmente consolidado”, sublinhando que se vai “crescendo há medida que se vai conseguindo designar novas praias”.

Em relação à perda da Bandeira Azul, José Archer disse que todas as situações, em relação ao ano passado, tiveram em conta a qualidade da água, sendo que no caso da Zambujeira do Mar está relacionada com o impacto do festival de verão que decorre na localidade do sudoeste alentejano, no concelho de Odemira, distrito de Beja.

Nas praias fluviais “mais sensíveis”, acrescentou, basta “a montante haver algum acidente ou derrame e acaba por ter um impacto na qualidade da água”. “São situações pontuais, que é uma pena porque acabam por ficar um ano sem poder hastear a Bandeira Azul, também é um alerta para o comportamento das pessoas que às vezes uma atitude imprudente leva a que o esforço de uma comunidade vá por agua abaixo”, referiu.

A nível internacional, Portugal ocupa o segundo lugar no que diz respeito a embarcações ecoturísticas galardoadas, com 23, tendo sido igualmente distinguidas 19 marinas. Nestas duas categorias registaram-se mais duas distinções que no ano passado. A cerimónia oficial de hastear da primeira Bandeira Azul em praia costeira vai decorrer na praia da Fontinha, no Porto Santo, na Madeira, em 01 de junho.

O primeiro hastear de Bandeira Azul em praia fluvial vai realizar-se em Agroal, Ourém, no distrito de Santarém, em 07 de junho. Já a primeira marina onde será hasteada a Bandeira Azul será no Porto de Recreio da Calheta, na Madeira, no dia 31 de maio.

As praias costeiras e fluviais distinguidas estão distribuídas pelo Norte (89, mais duas do que no ano passado), Centro (48, mais uma), Tejo (75, menos uma), Alentejo (38, menos uma), Algarve (86, mais uma), Açores (45, mais uma) e Madeira (17, mais uma). O Programa Bandeira Azul é um programa de educação para o desenvolvimento sustentável, promovido em Portugal pela Associação Bandeira Azul da Europa, secção portuguesa da Fundação para a Educação Ambiental.

A época balnear de cada ano é definida em portaria, publicada em Diário da República, que identifica as águas balneares e a definição da respetiva época, considerando-se até lá que, a nível nacional, decorre de 1 de maio até 30 de outubro.

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Decathlon distribui 1,5 milhões pelos trabalhadores

Decathlon Portugal decidiu distribuir 1,5 milhões de euros pelos seus 1.800 trabalhadores. Valor será recebido em ações, mas parte pode ser alocada noutra forma de poupança ou em dinheiro.

A Decathlon anunciou esta terça-feira que vai distribuir 1,5 milhões de euros dos seus lucros pelos seus trabalhadores em Portugal. O valor será recebido em forma de ações, mas metade poderá ser alocado noutra forma de poupança ou em dinheiro, indica a empresa.

“Para a Decathlon Portugal e respetivas equipas este é um momento marcante, pois a distribuição de 1,5 milhões de euros pelos seus colaboradores traduz o empenho coletivo e a motivação que cada um coloca no seu trabalho para o sucesso da marca”, assinala a empresa, numa nota enviada às redações.

Com 1.800 trabalhadores no país, a Decathlon garante que desde 2010 tem distribuído “parte do sucesso económico” com os empregados, o que tem tornado “cada colaborador coproprietário”.

Em reação, João Manuel Rodrigues, diretor de recursos humanos da Decathlon Portugal, defende “que nada se consegue sem o bem-estar de equipas implicadas” e assinala que a distribuição de resultados agora anunciada “é também uma forma de recompensar o trabalho e responsabilização de cada um, de associar cada colaborador ao nosso sucesso coletivo e ao crescimento da marca”.

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Alvo espanhol da química Bondalti vê lucros afundarem 76% no arranque do ano

Numa altura em que está em curso a OPA lançada pela empresa química do grupo José de Mello, a empresa catalã reporta uma queda de 76% nos lucros no primeiro trimestre face à "fraca" procura europeia.

A gigante espanhola Ercros viu os lucros afundarem 76% no primeiro trimestre, para três milhões de euros, numa altura em que está em curso uma oferta pública de aquisição (OPA) da Bondalti sobre 100% das ações da empresa química. A empresa explica que os resultados acontecem “num contexto de ajustamento conjuntural” e são justificados com a “fraca” procura europeia.

“Estes resultados foram alcançados num contexto de ajustamento conjuntural, com a procura europeia a continuar a dar sinais de fraqueza e com mercados muito voláteis e sujeitos a forte concorrência“, lê-se no comunicado da empresa catalã, divulgado esta segunda-feira. No mesmo documento, a Ercros dá nota que, até março, o volume de negócios diminuiu 15,7%, para 188 milhões de euros.

Relativamente ao EBITDA (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado, a empresa química terminou o primeiro trimestre com 14,33 milhões de euros, igualmente uma quebra face aos 30,33 milhões de euros do período homólogo. Apesar da quebra nos lucros, a Ercros garante manter uma “posição financeira sólida”, com 141 milhões de euros de liquidez.

Foi a 5 de março que a empresa química do Grupo José de Mello, através da subsidiária Bondalti Ibérica, com sede em Barcelona, lançou uma OPA sobre 100% das ações da espanhola Ercros, especializada na produção e venda de produtos químicos e farmacêuticos.

A oferta comunicada ao regulador espanhol é de 3,6 euros por ação. O valor total da operação ronda os 329 milhões de euros, calcula a empresa portuguesa, que pretende retirar as ações da Ercros da bolsa espanhola. O grupo industrial catalão emprega atualmente 1.350 pessoas e tem três divisões: cloro, produtos químicos e farmacêutica.

Do país vizinho já começaram a chegar os sinais de que a empresa nacional, presente em Espanha há mais de 20 anos, não terá vida fácil. Primeiro, foi o conselho de administração a assinalar que a OPA foi “não solicitada” e “não acordada” previamente. Poucos dias depois, o advogado madrileno Víctor Manuel Rodríguez Martín, que liderou importantes revoltas de pequenos investidores à frente da Ercros, tornou-se o maior acionista deste grupo industrial, passando a controlar mais de 6%, considerando que a oferta “é baixa e aproveita a debilidade da empresa”.

Mesmo com esta alteração na estrutura acionista, o poder continua a estar concentrado na mão dos pequenos investidores. Menos de 21% das ações correspondem a participações superiores a 3% do capital. Apesar de o advogado ser o maior investidor individual, o casal Joan Casas Galofré e Montserrat García Pruns controla em conjunto junto perto de 10% do capital. Surgem como os principais beneficiários da oferta, caso decidam aceitar os termos propostos pela empresa lusa. Se venderem na OPA encaixam 31 milhões de euros. Já o fundo norte-americano Dimensional Fund, participado pelo ex-ator e governador Arnold Schwarzenegger, detém 4,99%.

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Dois projetos portugueses entre os vencedores do novo banco do hidrogénio da UE

  • Lusa
  • 30 Abril 2024

Entre estes sete projetos vencedores de um leilão que atraiu 132 propostas no total estão duas iniciativas portuguesas: da Galp (Petrogal) e da MadoquaPower2X.

Dois projetos portugueses entre sete foram selecionados pela Comissão Europeia no primeiro concurso lançado pelo Banco Europeu de Hidrogénio, que mobilizará cerca de 720 milhões de euros para produção de hidrogénio renovável na União Europeia (UE).

A informação foi divulgada esta terça-feira pelo executivo comunitário em comunicado, com a instituição a dar conta de que “atribui hoje quase 720 milhões de euros a sete projetos de hidrogénio renovável selecionados no primeiro concurso lançado pelo Banco Europeu de Hidrogénio”, que “produzirão hidrogénio renovável na Europa”, que é usado por setores como o do aço, produtos químicos, navegação e fertilizantes.

Entre estes sete projetos vencedores de um leilão que atraiu 132 propostas no total estão duas iniciativas portuguesas, da Galp (Petrogal) e da MadoquaPower2X, estando em causa, respetivamente, 216 quilotoneladas e 511 quilotoneladas de hidrogénio ‘verde’ para um período de 10 anos.

O projeto da Galp (Green2Green II) tem uma capacidade de 200 megawatts elétricos, poderá evitar a liberação de 1.477 quilotoneladas de dióxido de carbono (CO2) em 10 anos e tem um preço de 0,39 euros por quilograma. Já o projeto MadoquaPower2X (MP2X) tem uma capacidade de 500 megawatts elétricos, poderá evitar a liberação de 3.494 quilotoneladas de CO2 em 10 anos e tem um preço de 0,48 euros por quilograma.

Bruxelas observa na nota que os sete proponentes vencedores “planeiam produzir simultaneamente 1,58 milhões de toneladas de hidrogénio renovável ao longo de 10 anos, evitando mais de 10 milhões de toneladas de emissões de CO2”. Estão localizados em quatro países europeus, entre os quais Portugal, Espanha, Noruega e Finlândia, com preços que variam entre os 0,37 e 0,48 euros por quilograma de hidrogénio renovável produzido.

Sem revelar o valor por projeto, a Comissão Europeia adianta que os sete projetos irão receber subvenções que variam entre oito milhões e 245 milhões de euros, tendo de começar a produzir hidrogénio renovável no prazo de cinco anos. Em novembro passado, a instituição lançou oficialmente o Banco Europeu de Hidrogénio, com um primeiro leilão orçado em 800 milhões de euros.

Definido está que, nesta primeira ronda, os projetos selecionados recebam a subvenção atribuída para além das receitas de mercado que geram com as vendas de hidrogénio, durante um período máximo de 10 anos, mas uma vez assinados os contratos é necessário começar a produzir hidrogénio renovável no prazo de cinco anos.

A ideia é que, com este banco, a Comissão Europeia assegure um financiamento necessário inicial de três mil milhões de euros para cobrir o risco da compra e venda de hidrogénio ‘verde’. Para a primavera de 2024, está prevista a segunda ronda de leilões do Banco Europeu do Hidrogénio. A UE estipulou como meta a de produzir 10 milhões de toneladas de hidrogénio ao nível nacional até 2030, no âmbito do plano energético REPowerEU.

A financiar o Banco Europeu do Hidrogénio estão as receitas provenientes do regime de comércio de licenças de emissão da UE entre 2020 e 2030, num orçamento estimado em 40 mil milhões de euros, e o Fundo de Inovação da UE. Esta iniciativa visa apoiar a produção doméstica de hidrogénio da UE e reduzir as importações de hidrogénio renovável de parceiros internacionais.

O hidrogénio ‘verde’ é proveniente de fontes renováveis, pelo que não emite CO2 e liberta quantidades diminutas de poluentes atmosféricos, e pode ser utilizado como matéria-prima, combustível e vetor de transporte ou armazenamento de energia e aplicado nos setores da indústria, dos transportes, da energia e dos edifícios.

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Trabalhadores do comércio em greve no 1º de Maio

  • Lusa
  • 30 Abril 2024

Os trabalhadores têm ritmos de trabalho “intensos e horários desregulados”, operando até 18 horas diárias, sete dias por semana, incluindo feriados, indicam sindicatos.

Os trabalhadores do comércio vão estar em greve esta quarta-feira, reivindicando melhores salários e a valorização geral das carreiras, anunciaram esta terça-feira dois sindicatos representativos do setor.

“No próximo dia 01 de maio, Dia Internacional do Trabalhador, os trabalhadores do comércio, escritórios e serviços de Portugal estarão em luta por mais salário, menos horário, valorização das carreiras e profissões, e pelo combate à precariedade”, indicou, em comunicado, o CESP – Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal, afeto à CGTP. De acordo com a estrutura sindical, estes trabalhadores têm ritmos de trabalho “intensos e horários desregulados”, operando até 18 horas diárias, sete dias por semana, incluindo feriados.

Para o sindicato, o comércio tem de fechar em todos os feriados nacionais, bem como ao domingo, e a partir das 22:00. Os trabalhadores exigem igualmente a redução do horário de trabalho para as 35 horas semanais. “Os salários e carreiras dos trabalhadores do comércio não podem continuar a perder poder de compra – exigimos o fim da estagnação profissional, e a atualização salarial dos contratos coletivos de trabalho sem perda de direitos”, vincou.

O Sindicato dos Trabalhadores do Setor dos Serviços (Sitese), que pertence à UGT, também anunciou hoje a greve dos trabalhadores do comércio, escritórios e serviços, nomeadamente das empresas filiadas na Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição (APED), entre as 00:00 e as 24:00 de 01 de maio.

O setor exige o respeito pelo Dia Internacional do Trabalhador e contesta a precariedade de vínculos e horários. Os trabalhadores reclamam ainda aumentos salariais e o respeito pela negociação coletiva. A estrutura sindical acusou também a APED de não se querer sentar à mesa de negociações “de forma honesta e com a intenção de rever as condições de trabalho no setor”.

Para o Sitese, a postura da APED revela que as condições de trabalho “não lhe causam qualquer preocupação e os trabalhadores não podem ficar indiferentes a isso”. A Lusa contactou a APED e aguarda uma resposta.

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“Cabal esclarecimento”. Partidos reagem à exoneração na Santa Casa

  • Lusa
  • 30 Abril 2024

A esquerda pede que o Governo de Montenegro mostre os seus planos para a Santa Casa. Já o Chega defende uma auditoria à instituição.

Os partidos reagiram esta terça-feira à exoneração “com efeitos imediatos” da administração da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML), que o primeiro-ministro recusa ser um “saneamento político”. A esquerda pede que o executivo mostre quais os planos para a Santa Casa. Já o Chega defende uma auditoria à instituição

O Governo justifica a decisão por a equipa “se ter revelado incapaz de enfrentar os graves problemas financeiros e operacionais da instituição”. A SCML era atualmente dirigida pela ex-ministra da Saúde socialista Ana Jorge, que exercia funções de provedora há cerca de um ano, sendo a restante Mesa da SCML constituída por uma vice-provedora e quatro vogais.

“Infelizmente, esta decisão tornou-se inevitável por a Mesa, agora cessante, se ter revelado incapaz de enfrentar os graves problemas financeiros e operacionais da instituição, o que poderá a curto prazo comprometer a fundamental tarefa de ação social que lhe compete”, justificou o executivo em comunicado.

Leia, abaixo, as reações dos partidos:

PCP acusa Governo de estar mais preocupado “com lugares” do que com Santa Casa

O PCP acusou esta terça-feira o Governo de estar mais preocupado “com a mudança de lugares” do que com a situação da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, exigindo que o executivo revele a sua estratégia para a instituição.

Em declarações aos jornalistas na Assembleia da República, a líder parlamentar do PCP, Paula Santos, considerou que a exoneração da mesa da SCML revela que o Governo está “mais preocupado com a mudança de lugares e de cadeiras do que propriamente com a situação da instituição”.

“É isto que marca todos estes desenvolvimentos e que exige naturalmente um cabal esclarecimento: por um lado, sobre a situação da instituição. Por outro, também perceber afinal de contas qual é a perspetiva e a estratégia que o atual Governo tem para a instituição”, afirmou. Paula Santos considerou que “o Governo está a fazer aquilo que criticava noutros” e sublinhou que o que está a acontecer na SCML não contribui em nada “para que se conheça e perceba qual é a situação da instituição”.

Questionada se considera que a provedora demissionária da SCML, Ana Jorge, se deve manter no cargo, Paula Santos referiu que o importante é que a gestão da instituição seja transparente, “independentemente de quem esteja com essa responsabilidade em concreto”.

“Estamos a falar de uma instituição que tem muitos e muitos trabalhadores, que prestam apoio a muitas e muitas pessoas, e toda esta situação que estamos a assistir, com todos estes desenvolvimentos, não contribuem para o esclarecimento que é necessário. É preciso transparência”, sustentou.

Já interrogada se considera que Pedro Mota Soares – que, segundo a revista Sábado, será o próximo provedor da SCML – tem condições para assumir o cargo, a líder parlamentar comunista respondeu: “A questão é: qual é a perspetiva que o Governo tem para aquela instituição?”. “Não houve referências relativamente a essa matéria. O que se conheceu no final do dia de ontem [segunda-feira] e durante o dia de hoje, até este momento, é de facto mais uma discussão de lugares e de cadeiras do que propriamente da situação em concreto”, referiu.

BE defende que Governo deve esclarecer o plano que tem para a Santa Casa

O Bloco de Esquerda (BE) defendeu que o Governo deve esclarecer o plano e os objetivos que tem para a Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) e disponibilizou-se para aprovar qualquer audição sobre o tema. Em declarações aos jornalistas no parlamento, a deputada do BE Isabel Pires salientou que, após a exoneração da mesa da SCML, o esclarecimento “mais importante neste momento é político: qual é o plano que o Governo PSD/CDS tem para a SCML”.

“Ainda não ficou claro. O Governo apenas tem comentado a questão dos nomes e do porquê desta exoneração. O que nós precisamos de saber, até porque não é uma instituição qualquer – tem uma envergadura não só financeira, mas um impacto social muito grande –, é o que está realmente em causa”, sustentou.

Isabel Pires lembrou que os problemas financeiros da instituição “já vinham de trás”, e já se sabia que as contas de 2021 e 2022 “tinham tido problemas”, salientando que a Assembleia da República já tinha tido audições no ano passado precisamente para “tentar perceber o que é se passava com as contas” da SCML. “Esse trabalho de audição foi sendo feito e nós obviamente acompanharemos todos os pedidos de audição que surgirem neste âmbito, porque está na nossa génese querermos obter todos os esclarecimentos”, indicou.

Questionada sobre se o ex-ministro e ex-dirigente do CDS Pedro Mota Soares – que, segundo a revista Sábado, será o próximo provedor da SCML –, tem condições para assumir o cargo, Isabel Pires respondeu que por enquanto se trata apenas de uma projeção, que não se sabe se se irá concretizar ou não.

“A única coisa que podemos dizer sobre Pedro Mota Soares é que eu creio que muita gente no país ainda se lembra do tempo em que ele era ministro da Segurança Social [entre 2011 e 2015, durante o Governo de Passos Coelho] e não é propriamente um tempo de boa memória. Portanto, obviamente que nos pode deixar preocupados”, disse, apesar de ressalvar que “não está nada confirmado”.

Chega exige auditoria às contas da Santa Casa e admite estender audições a Santana Lopes

O Chega exigiu esta terça uma auditoria às contas da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML) focada na exploração de jogos e nos investimentos internacionais, e admitiu estender as audições parlamentares ao antigo provedor Pedro Santana Lopes. Estas posições foram transmitidas pelo deputado Jorge Galveias, numa conferência de imprensa em que considerou compreensível a decisão do Governo de exonerar a Mesa da SCML liderada pela antiga ministra socialista Ana Jorge.

O Chega é um partido que se pauta pela transparência e pela seriedade. Estamos perante uma situação grave. Exigimos uma auditoria às contas dos últimos anos, que deverá estar focada essencialmente nos pontos relativos ao investimento internacional e nos jogos Santa Casa”, declarou. Ainda segundo o deputado do Chega, o seu partido vai chamar ao parlamento” Ana Jorge “e ex-provedores como Edmundo Martinho para que se tire a limpo o que realmente aconteceu e quais as reais condições de funcionamento da SCML”, declarou.

Em relação à decisão do Governo de exonerar a equipa de Ana Jorge, o deputado do Chega disse entendê-la “perfeitamente, uma vez que não consegue ter acesso à informação necessária para o bom funcionamento da SCML”. “Se a senhora ex-provedora não lhe faz chegar todos os dados necessários, é natural que o Governo não se sinta confortável e que deseje substitui-la”, acrescentou.

Outros partidos, como a Iniciativa Liberal e o PS, já tinham tomado a iniciativa de chamar ao parlamento Ana Jorge e o seu antecessor no cargo, Edmundo Martinho, mas o partido liderado por André Ventura admite, “se necessário”, incluir o antigo provador Pedro Santana Lopes, atual presidente da Câmara da Figueira da Foz.

(artigo atualizado às 18h10 com mais reações políticas)

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Ainda não é desta: Acusação de Mexia, Manso Neto, Pinho e João Conceição adiada

MP pediu adiamento do prazo, pela segunda vez. Depois dos requerimentos dos advogados dos arguidos, juiz avisa os procuradores: se usarem os emails declarados nulos, "haverá consequências".

A acusação de António Mexia, João Manso Neto, João Conceição e Manuel Pinho volta a ser adiada. Em causa o pedido de prorrogação do prazo – pela segunda vez – feito pelos procuradores do caso EDP/CMEC, que, segundo avança o Observador, o vice-procurador-geral Carlos Adérito Teixeira já terá na sua mesa. Os procuradores Carlos Casimiro e Hugo Neto solicitam mais algumas semanas de prazo para conseguirem terminar o despacho de encerramento de inquérito.

O prazo para deduzir uma acusação ou um arquivamento terminava esta terça-feira, 30 de abril. Mas, apesar da investigação durar há quase 12 anos, ainda não é desta que o MP vai decidir. Este é o segundo pedido de prorrogação do prazo. A 15 de março, já o Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) pedia mais 50 dias para decidir se acusava os arguidos.

Pedido que foi aceite pelo vice-PGR e que surgiu após um incidente processual. Os procuradores recusaram aplicar o acórdão do Supremo Tribunal de Justiça (STJ) que anulou a apreensão das caixas de correio eletrónico de António Mexia e João Manso Neto. Os advogados de defesa decidiram apresentar uma queixa-crime contra o procurador Carlos Casimiro e solicitaram ainda formalmente ao DCIAP o afastamento de Casimiro e de Neto da investigação.

O ECO/Advocatus questionou o gabinete da PGR, Lucília Gago, no sentido de saber se o prazo de 30 de abril seria cumprido ou se haveria um pedido de prorrogação, mas não obteve qualquer resposta.

Agora, este segundo pedido de prorrogação surge devido aos requerimentos enviados pela defesa de João Conceição, de Mexia e Manso Neto, na sexta-feira. Os advogados de defesa de António Mexia e João Manso Neto pediram à Procuradoria-Geral da República que esclareça se os magistrados vão mesmo insistir em deduzir uma acusação ou se pediram uma nova prorrogação do prazo.

Os advogados invocam a nulidade dos emails decretada pelo juiz de instrução a 17 de abril. Dizem então os advogados João Medeiros, Rui Costa Pereira e Inês Almeida Costa que – caso o faça – “o Ministério Público estaria dolosamente a frustrar e a violar, em toda a medida processual útil, uma decisão judicial a que deve obediência”.

Defendendo que “seria mesmo – e por isso não queremos acreditar que seja ou possa vir a ser – um golpe de Estado judiciário, através do qual o Ministério Público, achando-se acima de decisões jurisdicionais e lançando mão de manobras que, se acaso proviessem das defesas, seriam taxadas, no mínimo, como inadmissível chicana, agiria como se decisões não houvesse, que há, ou que não estivesse obrigado a cumpri-las, como está, Assim, aliás, pouco ou nada contribuindo para o prestígio da justiça em geral e do Ministério Público –prestígio, de resto, como é sabido, que bem preciso é, sempre, e agora em particular”.

Dizendo que, caso o MP o faça, estará a incorrer numa série de “ilícitos disciplinares”, bem como num crime de violação de
correspondência e de prevaricação.

Horas antes, os advogados de João Conceição enviaram também um requerimento ao juiz de instrução do processo, alertando que, caso o MP insista em usar os emails considerados inválidos como prova para a acusação, estará a cometer o crime de desobediência à lei, de violação de correspondência e de prevaricação, pedindo ao juiz de instrução para que este tome de forma urgente “medidas processuais adequadas e necessárias” para evitar a inclusão desses emails no despacho de acusação.

Rui Patrício e Tiago Geraldo pediram ainda que o magistrado informe os procuradores do DCIAP titulares do processo de que incorrerão num crime de desobediência, defendendo que, a acontecer, o país estaria perante um “golpe de Estado judiciário”.

A resposta do juiz de instrução veio esta terça-feira. Segundo o despacho de Nuno Dias Costa – a que o ECO/Advocatus teve acesso – o magistrado recusou o pedido dos advogados de Conceição para que ordenasse ao MP que não usasse esta correspondência na acusação, mas não deixa de deixar um aviso: esta decisão “não implica que não haja consequências a extrair de um eventual não acatamento de decisões judiciais”, não só no processo na fase de instrução mas também no julgamento. E acrescenta: as consequências podem também a nível extraprocessual.

O juiz cita o artigo da Constituição em que é dito que “as decisões dos tribunais são obrigatórias para todas as entidades públicas e privadas e prevalecem sobre as de quaisquer outras autoridades”

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BBVA volta à carga para uma fusão com Sabadell que pode criar mega banco em Espanha

BBVA já confirmou que manifestou o interesse junto do Sabadell para negociar uma possível fusão que irá criar um mega banco espanhol.

O BBVA está novamente interessado em fundir-se com o Banco Sabadell, a quem já transmitiu o interesse em “iniciar negociações para explorar uma possível fusão entre ambas as entidades”, segundo informou esta terça-feira ao mercado. Adiantou mesmo que já nomeou os assessores para avançar com a operação.

Poucos minutos mais tarde, o Sabadell confirmou o interesse do banco concorrente e acrescentou, em comunicado, que às 13h43 desta terça-feira (12h43 em Lisboa) recebeu “uma proposta escrita indicativa do BBVA” para uma fusão. “Todos os aspetos da proposta serão analisados adequadamente”, frisou o banco.

Em reação as estas movimentações, as ações do Sabadell estão a disparar mais de 6% para 1,87 euros, enquanto o BBVA afunda 6,7% para 10,17 euros.

A notícia de uma eventual fusão foi avançada inicialmente pela cadeia britânica Sky News, apontando que o BBVA já contratou os assessores financeiros, entre eles o JPMorgan, numa operação em que será realizada através da troca de ações.

Se for bem-sucedida, a fusão irá criar um mega banco em Espanha. O BBVA apresenta uma capitalização em bolsa de 63,6 mil milhões de euros, enquanto o Sabadell tem um market cap de cerca de 9,5 mil milhões.

Em 2020 as duas entidades tentaram uma fusão que não chegou a um bom porto por falta de entendimento em relação ao preço.

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Ana Jorge “desiludida” com a forma “rude e caluniosa” como foi afastada da Santa Casa

  • ECO
  • 30 Abril 2024

Numa carta aos trabalhadores, a provedora denuncia a forma "rude e caluniosa" com que foi justificada a sua exoneração da Santa Casa. Garante que vai contar a sua verdade "em tempo e em sede própria".

Ana Jorge já reagiu ao afastamento da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML). Numa mensagem enviada aos trabalhadores da instituição, a provedora mostra-se “desiludida” com a forma “rude e caluniosa” com que foi justificada a sua exoneração da administração da SCML.

A antiga ministra da Saúde destacou os 11 meses “muito duros” que passou no cargo, fazendo questão de contrariar os argumentos usados pelo Executivo para a afastar do cargo. “É por isso – pelo tanto trabalho, desenvolvido em tão pouco tempo e pelo plano de reestruturação sólido que desenhámos e que queríamos implementar – que hoje não me sinto tão triste. Por isto, só por isto”, disse.

Ana Jorge garante ainda que vai contar a sua verdade “em tempo e em sede própria”, mas sublinha na mesma missiva, citada pelo Observador, que serviu a SCML com a mesma entrega e espírito de missão com que desempenhou funções públicas e cívicas ao longo da sua carreira.

Na segunda-feira, o Governo decidiu exonerar com “efeitos imediatos” os membros da mesa da SCML, bem como Ana Jorge, por “se ter revelado incapaz de enfrentar os graves problemas financeiros e operacionais da instituição, o que poderá a curto prazo comprometer a fundamental tarefa de ação social que lhe compete”.

Pela voz de Tiago Barbosa Ribeiro, vice-presidente da bancada parlamentar, o Partido Socialista defendeu esta manhã que a exoneração da provedora da Santa Casa, Ana Jorge, tem como único objetivo colocar no cargo “pessoas mais politicamente alinhadas e domesticáveis” pelo Governo do PSD.

Em reação, o primeiro-ministro descartou que haja qualquer “saneamento político”. “É preciso desdramatizar. Vamos tentar escolher uma equipa que dê garantias de total sintonia nos propósitos e orientações do Governo e da respetiva tutela”, disse Luís Montenegro, frisando que “é normal” que quando os Governo mudam e quando as orientações de políticas são novas que haja este tipo de substituições”.

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Grupo SATA com prejuízos de 30 milhões no primeiro trimestre. Cancelamentos e aluguer de aeronaves pesaram nas contas

Receitas do grupo SATA aumentaram 24% os primeiros três meses do ano, mas contas foram penalizadas por agravamento dos custos.

O Grupo SATA teve prejuízos de 30,3 milhões de euros no primeiro trimestre, em linha com o resultado obtido no mesmo período do ano passado. Receitas cresceram 24%, mas contas foram penalizadas pelo cancelamento de voos e custos com aluguer de aeronaves.

Na Azores Airlines, que opera as rotas internacionais e entre os Açores e o continente, os prejuízos agravaram-se em 2,9 milhões de euros, para os 25,6 milhões. Já na SATA Air Açores, que faz as ligações entre ilhas, o resultado líquido teve uma melhoria de 2,3 milhões, para um prejuízo de 4,7 milhões, indica a companhia aérea em comunicado.

O número de passageiros transportados pelas duas companhias aumentou 21% no primeiro trimestre, face ao período homólogo, para 447 mil. O que impulsionou a receita em 24% para os 68,9 milhões de euros. O crescimento foi maior da Azores Airlines (31,5% para 47,1 milhões) do que na SATA Air Açores (10,5% para 21,7 milhões).

O Resultado Operacional antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (EBITDA) registou uma melhoria na Azores Airlines, mas manteve-se no vermelho: -8,5 milhões. O Grupo SATA justifica com “o incremento significativo dos custos com irregularidades (motivadas, em grande parte, por condições meteorológicas adversas, mas também pelos Acordos de Empresa extremamente restritivos) e ACMI [aluguer de aeronaves]“. Na SATA Air Açores, o EBITDA aumentou 400 mil euros, ficando quase em terreno positivo (-0,8 milhões).

Os custos operacionais aumentaram 24,6%, para 55,6 milhões de euros na Azores Airlines. Na SATA Air Açores “assistiu-se a um acréscimo mais significativo dos custos comerciais (+27%), dos custos com manutenção (+9%) e dos custos com pessoal (+8%)”, refere o comunicado.

A SATA salienta que “que entraram ao serviço da Azores Airlines no primeiro trimestre de 2024 duas novas aeronaves A320 NEO, fazendo estas parte do plano de renovação da frota, com tecnologia de última geração, representando um salto significativo em termos de eficiência operacional e consequente redução do impacto ambiental”.

Estas são as últimas contas apresentadas por Teresa Gonçalves, que assumiu a liderança executiva do Grupo SATA em março, substituindo Luís Rodrigues, que saiu para a presidência da TAP. A CEO apresentou a demissão no início de abril, com efeitos a partir do fim do mês (hoje), alegando “motivos pessoais”.

Em declarações à Lusa, a presidente cessante da SATA afirmou que a empresa está a “conseguir crescer muito em receitas” e a fazer um “percurso consistente de melhoria”, com base nos resultados relativos ao primeiro trimestre do ano. “De um modo geral, a SATA está na boa trajetória e está efetivamente a conseguir crescer, a conseguir receitas, a conseguir crescer muito em receitas”, disse Teresa Gonçalves.

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Filho de Costa demite-se de presidente de junta em Lisboa por “falta de condições pessoais e políticas”

Renúncia foi comunicada por Pedro Costa através de uma carta dirigida aos munícipes de Campo de Ourique. Autarca diz que "chegou ao limite" face ao silêncio da Câmara liderada por Carlos Moedas.

Pedro Costa, filho do ex-primeiro ministro António Costa, anunciou que vai renunciar ao cargo de presidente da Junta de Freguesia de Campo de Ourique, após incompatibilidades com a Câmara de Lisboa, liderada por Carlos Moedas.

Sinto que cheguei ao meu limite face ao silêncio da Câmara Municipal, disse o autarca através de uma carta dirigida aos munícipes de Campo de Ourique. “É difícil dar a cara junto dos eleitores com a falta de informação de que disponho e sinto que é impossível, com a energia que me resta, garantir as prioridades certas para a freguesia de Campo de Ourique. Este ponto de encontro entre a falta de condições pessoais e políticas é a pedra de toque da decisão que aqui partilho“.

É difícil dar a cara junto dos eleitores com a falta de informação de que disponho e sinto que é impossível, com a energia que me resta, garantir as prioridades certas para a freguesia de Campo de Ourique. Este ponto de encontro entre a falta de condições pessoais e políticas é a pedra de toque da decisão que aqui partilho.

Pedro Costa

Presidente da Junta de Freguesia de Campo de Ourique

Na carta, citada pela CNN Portugal, pede “desculpa pelo tom pessoal” mas sublinha que é necessário ser o “sincero possível” com quem lhe confiou o mandato na freguesia de Campo de Ourique. E quis anunciá-lo desta maneira “antes de o fazer formalmente à presidente da Assembleia de Freguesia”.

Pedro Costa, presidente da presidente da Junta de Freguesia de Campo de OuriqueFacebook Pedro Costa

Pedro Costa realça ainda que “um autarca deve reconhecer o final do seu ciclo quando esgota a sua criatividade para procurar respostas, insistir junto dos responsáveis para que aceitem soluções ou priorizem investimentos”, concluindo ainda a “honra e orgulho” que sente por ter estado à frente da freguesia lisboeta.

O cargo vai ser ocupado por Hugo Ferraz de Abreu Vieira da Silva ao qual Pedro Costa deseja “a maior das sortes”, destacando que “não duvida de que terá o engenho e a arte de garantir modelos eficazes para projetar Campo de Ourique para o futuro”.

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