HDI Seguros compra parte das operações da Sompo no Brasil

  • ECO Seguros
  • 26 Maio 2022

Ganhos de quota na região de São Paulo, sinergias e diversificação de portefólio explicam o movimento da filial brasileira da HDI. A sucursal local da Sompo vai focar-se no segmento corporate.

A HDI, seguradora com posições de relevo no Brasil em coberturas de linhas comerciais, automóvel e habitação, acordou aquisição das operações de retalho da Sompo naquele mercado, nomeadamente seguros do ramo de Automóvel, Vida, Empresarial, Habitacional e Condomínio.

A compra serve objetivo da HDI Seguros de reforçar posicionamento e diversificar portefólio, explica a filial brasileira do grupo alemão controlado pela Talanx AG. Com a consolidação, a companhia melhorará a respetiva participação de mercado no ranking geral do ramo Automóvel, no segmento Residencial, fortalecendo-se também entre as maiores do Brasil em soluções empresariais.

“São três pilares que fizeram mais sentido para nós nesta aquisição: a maior participação na cidade de São Paulo, a sinergia e a diversificação em vários ramos”, afirmou Eduardo Dal Ri, CEO da HDI Seguros, cita o Estadão. Números da HDI Seguros indicam emprego de 1,4 mil pessoas e uma carteira de 2,5 milhões de segurados geridos através de uma rede com perto de 70 filiais e escritórios distribuídos pelo Brasil.

A transação será totalmente paga em dinheiro, estimando-se que o valor ultrapasse os mil milhões de reais (cerca de 193,8 milhões de euros). Culminando negociações que se prolongaram por alguns meses, a aquisição permite à HDI Seguros, sediada em São Paulo, reforçar quota sobretudo no ramo automóvel (que já representa 85% da carteira da HDI) e crescer em outros ramos de não Vida, onde passará a ser sétima entre as maiores do mercado.

Após a transação, a filial brasileira da Sompo vai focar-se em soluções de corporate, uma vez que o segmento de retail será transferido para a HDI. Só no ramo automóvel, a adquirente estima subir da sexta para a quarta posição do ranking, assumindo uma carteira de 2,3 milhões de clientes, acrescentando 600 mil ao número de segurados auto que gere atualmente. Com a integração, a HDI vai acolher mais de 700 funcionários da Sompo Seguros, acedendo ainda a uma rede de corretores e parcerias com bancos.

A conclusão da transação, prevista ser finalizada em 2023, depende ainda das aprovações das autoridades brasileiras da concorrência (Cade) e Supervisão dos seguros (Susep), além de confirmação das respetivas sociedades dominantes, na Alemanha e no Japão.

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Grupo Verspieren fatura mais 5% em 2021. Consolidações em Portugal são oportunidade para crescer

  • ECO Seguros
  • 26 Maio 2022

Com o grupo a atingir 425 milhões de euros em volume de negócios em 2021, a subsidiária Portugal contribuiu com cerca de 13% da receita agregada na operação internacional da corretora francesa.

Rogério Dias, Administrador Executivo em Portugal: “Estão muitas fusões e aquisições a acontecer (…), iremos agarrar esta grande oportunidade.”

O grupo Verspieren, empresa de capital familiar e 140 anos de atividade na corretagem, alcançou 425 milhões de euros em volume de negócios em 2021, registando crescimento de 4,9% face ao ano anterior e a superar perspetivas da sociedade de controlo (Verspieren SA). Consolidando mais de 20 empresas com soluções para todas especialidades da corretagem em seguros, a companhia afirma que beneficiou de bom desempenho na generalidade das carteiras, em particular junto da construção, setor que também impulsionou a atividade ibérica.

“Ultrapassámos os nossos objetivos com quase 5% de crescimento, enquanto tínhamos previsto 3%”, afirmou Pierre-Anthony Verspieren, Presidente e CEO do grupo. Entre filiais generalistas e de especialidade, a companhia que assume posicionamento de liderança em França destaca evolução, boa parte a crescer dois dígitos, da Collecteam, Assurances Deleplanque, Cabinet Branchet, Verspieren Credit & Finance, o grupo SAAM Verspieren e, em especial a Verspierem Côte d’Azur (dedicada ao setor hoteleiro), cujo volume de negócios aumentou 60%.

A operação internacional, com 28,4 milhões de euros em volume de negócios agregado, as filiais estrangeiras cresceram 3% em 2021, “impulsionado principalmente pelo grupo espanhol Alkora em resultado do crescimento externo e o desenvolvimento do negócio da construção. O volume de negócios das filiais estrangeiras representou 7%” do total do grupo em 2021.

A Verspieren Portugal e suas participadas fecharam o ano de 2021 com um volume de negócios próximo de 3,83 milhões de euros, ou cerca de 13,5% da receita gerada na atividade internacional da companhia que soma mais de duas décadas de operação no mercado português. “As soluções internacionais do Grupo Verspieren diferenciam-nos face à maioria dos concorrentes, que não possuem a mesma diversidade e vantagem competitiva. Iremos reforçar a nossa posição nos próximos 5 anos, consolidando o nosso portfólio com novas parcerias com o canal de agentes e expandir para outros setores o valor acrescentado do notável trabalho já desenvolvido pelas nossas equipas em setores como a Engenharia e Construção,” disse Rogério Dias, Administrador Executivo da Verspieren Portugal, em comentário ao ECOseguros.

Num balanço qualitativo do ano passado, o grupo familiar que é referência na corretagem em França confirma que, por efeito da pandemia de Covid-19, “as empresas tiveram que rever os seus compromissos e garantias. O impacto deste processo foi claramente mais pronunciado para alguns setores de atividade do que para outros,” acrescentou em comunicado.

Em 2022, estamos a prestar especial atenção ao aconselhamento e prevenção aos nossos clientes. Estamos a tentar antecipar, tanto quanto possível, as próximas renovações, especialmente as renovações intercalares a 1 de Julho, e permanecemos cautelosos face às incertezas económicas,” acrescentou Pierre-Anthony Verspieren.

A 1 de janeiro de 2022, as tendências estavam de acordo com as observações feitas pelo Grupo no Outono passado e à medida que o calendário avança “os orçamentos ou prémios estão a aumentar, as franquias estão a aumentar e as capacidades estão a ser reduzidas.” Além disso, “em certas linhas, o próprio princípio da segurabilidade está a ser questionado,” nota a corretora francesa adiantando dois pontos que “são hoje muito sensíveis: o seguro cibernético, especialmente para segurados de primeira viagem, e a cobertura de bens e responsabilidades expostos na Rússia e no conflito atual,” refere o mesmo comunicado.

Felizmente para as nossas previsões de crescimento, estão muitas fusões e aquisições a acontecer em Portugal, pelo que iremos agarrar esta grande oportunidade.,” acrescentou ainda Rogério Dias.

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Encontro APS Dia 1: Recessão é possível, mas bancos e seguros estão preparados

Nuvens negras no horizonte mas reguladores e empresas financeiras estão confiantes na sua capitalização e na sua experiência de vivências em tempos turbulentos.

O primeiro dia do 18º Encontro de Resseguros, organizado pela Associação Portuguesa de Seguradores, provocou sentimentos contraditórios. O cenário de recessão pairou sempre, mas a certeza dos oradores presentes no Hotel Palácio do Estoril foi de, ao contrário das últimas grandes crises, o setor financeiro estar bem preparado para enfrentar um próximo mau momento.

José Galamba de Oliveira, presidente da APS, que o futuro depende de “como os seguradores compreenderem os novos riscos”.APS

José Galamba de Oliveira, presidente da APS, em mensagem inicial lembrou que poderão acontecer eventos “imprevistos e improváveis”, nada de novo para a indústria seguradora. No entanto prevê que se desenha um contexto económico adverso e que dependerá dos seguradores “compreenderem atempadamente os novos riscos”.

Haegeli: “O cenário escureceu, o risco de recessão é real”

A propósito da construção de cenários económicos falou em seguida Jérôme Jean Haegeli, o Chief Group Economist da resseguradora Swiss Re, reconhecido pelos seus aprofundados estudos económicos. Três aspetos foram relevantes: uma fotografia da situação atual designada C-R-7, uma homenagem aos anfitriões, significando o C crises nos preços ao consumidor (inflação), clima e os seus riscos e crise no consumo. O R vem de resiliência, da capacidade do setor financeiro absorver os choques externos a si e o 7 surge como um valor percentual do atual nível de inflação em Portugal.

Jérôme Haegeli, chief economist da Swiss Re, atribui probabilidade relevante para uma recessão global.APS

Em relação aos cenários económicos possíveis Haegeli apresentou um que considerou 55% a 75% provável que é o estabelecido pela Swiss Re, não diferindo muito dos cenários que considerou “consensuais” entre as instituições económicas. A resseguradora suíça prevê menor crescimento económico mas com a inflação a voltar a alguma normalidade em 2023. No entanto não exclui (20 a 30% de possibilidade) uma recessão global ou um retrato, não tão negativo, de uma estagflação (crescimento económico anémico em ambiente inflacionário) semelhante à verificada no mundo nos setenta e oitenta do século XX que tem entre 5 e 10% de probabilidades de acontecer. Para o economista um cenário positivo apenas conta com 8% de hipótese de se tornar realidade.

Aconselhando um 3º Bretton Woods, depois de lembrar a data em que foi anunciado o Choque Nixon de 1971, com o cancelamento unilateral da convertibilidade internacional direta do USD em ouro e que precedeu um longo período de estagflação, referiu que o anúncio de subida das taxas de juro o deixa contente, mas que outras medidas como o aperto monetário (em contraste com quantitative easing hoje em vigor) ainda não começou, tal como ainda não começou a verdadeira volatilidade dos mercados financeiros. Para Haegeli os bancos centrais estão atrasados em relação ao combate à inflação e considera que “só com taxas reais de juro positivas os mercados financeiros poderão recuperar”.

APS, APB e APFIPP: Desta vez capitalizados e preparados

O painel “O setor financeiro na era da imprevisibilidade”, reuniu segurador, banqueiro e gestor de fundos de investimentos na vontade de situar as respetivas atividades nos cenários previsíveis no curto e médio prazo.

Confiantes: Galamba de Oliveira (APS), Vitor Bento (APB) e João Pratas (APFIPP), e o moderador Pedro Guerreiro.APS

José Galamba de Oliveira afirmou que “o setor segurador já demonstrou, na anterior crise financeira e durante a pandemia, capacidade de adaptação e resiliência”. Desta vez o presidente da APS, o desafio encontra os gestores bem capitalizados destacando o regime Solvência II como ter contribuído para o fortalecimento da robustez financeira das seguradoras. Lembrou outras crises financeiras em que os segurados reduziram coberturas para poder manter apólices e defende que o setor deve disponibilizar “seguros a preços acessíveis e com escala”.

“ A banca precisa de estar à altura”, referiu Vitor Bento, presidente da Associação Portuguesa de Bancos (APB), frisando que este setor já foi importante, durante a pandemia, no amortecimento dos impactos em outros setores de atividade. Considerou que a banca portuguesa está pouco exposta à guerra, mas não a uma crise mundial que daí decorra. Congratula-se pelo fim das taxas de juro negativas, “uma anormalidade” qualificou. Não acredita na estagflação mas coloca a possibilidade de uma recessão.

João Pratas, presidente da Associação de Associação Portuguesa De Fundos De Investimento Pensões E Património (APFIPP), revelou apreensão quanto ao futuro: “Não estou otimista em relação ao futuro próximo”, disse em relação ao seu setor, a instabilidade reforça “a aversão ao risco existente em Portugal, as pessoas preferem colocar o dinheiro debaixo do colchão, isto é nos bancos”.

Os oradores tocaram ainda O PEPP, os mecanismos complementares de reforma, o presidente da APS voltou a mostrar preocupação com o fundo de Catástrofes Naturais que devia começar pelo risco sísmico, lembrando que apenas 16% das casas em Lisboa têm cobertura para terramotos.

Reguladores: Mais que à guerra, atenção às criptomoedas, cibersegurança e clima

O último painel do dia juntou os reguladores. Filipe Aleman Serrano administrador da Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF), Luis Laginha de Sousa, administrador do Banco de Portugal (BdP) e Rui Pinto, administrador da Comissão do Mercado de valores Mobiliários (CMVM) debateram “Os desafios da Supervisão Financeira.

Descansados: Luís Laginha de Sousa (Banco de Portugal), Filipe Serrano (ASF) e Rui Pinto (CMVM).APS

Laginha de Sousa referiu que todo o cenário existente no início deste ano foi bastante alterado, devido à guerra na Ucrânia e na inflação. No entanto já existiam desafios como a falta de crescimento económico “traz mais problemas que aqueles que resolve”, todas as questões da cibersegurança e as alterações climáticas em que colocou grande ênfase quer nos danos climáticos quer na diminuição da biodiversidade.

Filipe Serrano afirmou que os rácios de solvência das seguradoras estão bons e as empresas preparadas para subidas de taxas de juro e inflação. Lembrou o papel que, enquanto grande investidor, os seguros têm na canalização de investimentos na área ESG e louvou os esforços das companhias portuguesas na adoção das normas IFRS 17, que vão permitir às seguradoras portuguesas “ficar na linha da frente europeia quanto a transparência e comparabilidade das suas contas”.

O administrador da CMVM, Rui Pinto, focou a falta de investimento e de financiamento das empresas no mercado de capitais, a questão das criptomoedas, em crescimento significativo há cinco anos e a necessidade de lidar com o fenómeno. “Os valores em criptomoedas são comparáveis aos que existiam no mercado sub-prime antes da crise”, alertou, mas considera que a sua contribuição não afeta tanto a estabilidade financeira uma vez que “não há muitos canais de ligação entre os mercados de capitais e as criptomoedas”.

O 18º Encontro da APS prossegue esta sexta feira com painéis a abordar a Inteligência Artificial e os ciber riscos, sendo encerrado pelo Vice Presidente da Câmara Municipal de Cascais, Miguel Pinto Luz.

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Novo grupo de trabalho quer atrair novos operadores para aeroporto do Porto

  • Lusa
  • 26 Maio 2022

"O Norte tem constituído um grupo de trabalho regional para apresentar propostas ao Governo no sentido de ver reforçada a conectividade aérea da região", diz fonte do grupo.

Um grupo de trabalho regional vai definir mecanismos e incentivos para atrair novos operadores para o aeroporto Francisco Sá Carneiro, no Porto, e apresentar propostas ao Governo para reforçar a conectividade aérea da região Norte, foi anunciado esta quinta-feira.

“O Norte tem constituído um grupo de trabalho regional para apresentar propostas ao Governo no sentido de ver reforçada a conectividade aérea da região“, disse à Lusa fonte do grupo de trabalho. O grupo de trabalho é constituído pelos presidentes da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte (CCDR-Norte), da Câmara do Porto, Câmara da Maia, do Conselho Regional do Norte, do Turismo do Porto e Norte de Portugal (TPNP) e da Associação Empresarial de Portugal (AEP).

“Este grupo de trabalho está já organizado, estando em fase de agendamento a primeira reunião”, revelou a fonte, destacando que as principais motivações do grupo são a vocação industrial e exportadora da região, a internacionalização das suas empresas, a atratividade turística e as relações de cooperação com a diáspora portuguesa no mundo.

O reforço passa pela “adoção de incentivos e mecanismos de atração de novos operadores” para o aeroporto Francisco Sá Carneiro, no Porto. “O primeiro objetivo é o de encontrar soluções sustentáveis para a compensação das rotas e linhas não operadas pela TAP a Norte, designadamente para Estados Unidos da América (EUA), Europa e Médio Oriente”, salientou.

Antes de serem apresentadas ao Governo, as propostas serão “objeto de auscultação” às entidades intermunicipais da região e às associações empresariais.

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5G une engenheiros da NOS a criativos da THU para acelerar entretenimento digital

Operadora é o primeiro parceiro português do festival de entretenimento digital criado em 2013. Laboratório e apoio a concurso de talentos são os primeiros projetos.

Exemplo do evento principal do THU.DR

A tecnologia 5G levou a Nos a tornar-se no primeiro parceiro português do festival de entretenimento digital Trojan Horse Was a Unicorn (THU). A operadora vai apoiar o concurso de talentos e ainda vai fornecer toda a infraestrutura de rede para um laboratório sensorial e comportamental da THU, que vai nascer em Lisboa. Um projeto que, prevê a THU, deverá implicar um investimento global de cerca de dois milhões de euros, para estimular as indústrias criativas em Portugal.

O cruzamento entre arte e tecnologia não é comum. O THU permite-nos fazer isto com uma escala global, graças à rede de criativos de entretenimento digital em todo o mundo. Estamos a falar da construção de uma sociedade nova”, assinala João Ricardo Moreira, administrador da NOS, em entrevista remota, com o ECO/Pessoas.

Trata-se do primeiro parceiro nacional do festival nascido em Troia em 2013. “Ao fim de nove anos tenho finalmente um parceiro em Portugal que precisa dos artistas, apoia a criatividade e entende que temos de fazer algo diferente para criar uma indústria de entretenimento digital em Portugal”, destaca André Luís, fundador do THU, marca internacional na indústria de entretenimento digital, que tem como parceiros empresas como a Walt Disney Animation Studios, Lego, Netflix, Sony, Riot ou a Epic Games.

Por quantos anos vigora esta parceria, a NOS não detalha, mas garante ser uma “parceria de médio e longo prazo”.

O 5G é o principal mote para ligar engenheiros e criativos. “As marcas querem estar presentes no mundo digital e ter contacto com os clientes nesse novo formato. Como é o ambiente imersivo onde essas pessoas vão estar? A imersão foi desenhada por engenheiros. Mas nós já estamos a ter outro tipo de experiências. Na realidade onde as marcas vão estar presentes, é preciso trazer uma nova conceção. É um novo mundo que estamos a criar, com realidade aumentada e virtual”, nota o administrador da Nos.

Bilhete dourado para festival

O concurso para criativos é um dos dois projetos que vai ser apoiado pela operadora. O Golden Ticket é um desafio para artistas em 2D ou 3D que pretende captar ideias para uma “civilização renascida onde o 5G domina tudo”.

Entre as três categorias da iniciativa, a Nos vai patrocinar a competição para estudantes portugueses em qualquer universidade do mundo. O vencedor terá acesso ao bilhete dourado do evento principal do THU, em Troia, entre 19 e 24 de setembro: inclui entrada, alojamento, voos e todas as refeições. O segundo classificado terá entrada e refeições grátis. O terceiro lugar inclui apenas as refeições.

As inscrições para este desafio podem ser feitas até 17 de julho através desta página.

Laboratório sensorial e comportamental

A empresa de telecomunicações também vai fornecer toda a infraestrutura de rede do laboratório sensorial e comportamento que o THU vai criar no centro de Lisboa. O espaço criativo vai ocupar o antigo edifício da Bright Pixel, a incubadora de startups nascida em 2016, em parceria com o grupo Sonae, que, entretanto, focou-se na área do investimento.

“Vamos ter um contrato de 25 anos para o edifício na rua da Emenda. É um investimento de cerca de dois milhões de euros” para estimular as indústrias criativas em Portugal, assinala André Luís. Na fase inicial, serão ocupados dois dos quatro andares, com experiências gastronómicas e uma sala audiovisual de 360 graus, para tecnologia imersiva.

Os outros dois pisos, até aqui a funcionar como um hostel, serão alvo de obras, com arranque em janeiro de 2023 e duração previsto de um ano.

A Nos quer usar o laboratório para “os clientes empresariais terem contacto com a criatividade orientada para cada um dos sentidos”.

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Vista Alegre reduz prejuízo no 1.º trimestre para 300 mil euros

  • Lusa
  • 26 Maio 2022

A empresa registou um volume de negócios de 30,3 milhões de euros, mais 59,6% em termos homólogos.

A Vista Alegre registou prejuízos de 300 mil euros no primeiro trimestre deste ano, o que compara com um resultado líquido negativo de 2,3 milhões de euros um ano antes, divulgou esta quinta-feira o grupo.

Em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a Vista Alegre salienta que “o primeiro trimestre de 2022 ficou marcado, para além do impacto que se fez sentir da pandemia covid-19, também pelo ambiente de grande incerteza devido ao conflito geopolítico, com invasão da Ucrânia pelas forças militares da Federação Russa em fevereiro”.

Isso “veio agravar a escalada da subida de preços da energia (principalmente do custo do gás natural), combustíveis e das matérias-primas”, destaca a Vista Alegre.

A Vista Alegre sublinha que “a recente crise energética, agravada pelo conflito entre a Rússia e a Ucrânia, provocaram uma escalada vertiginosa dos preços do gás natural com forte impacto na estrutura de custos da Vista Alegre, na ordem dos 485%, face a 2021, levando o resultado líquido para valores negativos neste primeiro trimestre”, justifica.

Nos primeiros três meses do ano, a Vista Alegre registou um volume de negócios de 30,3 milhões de euros, mais 59,6% em termos homólogos, e o resultado antes de impostos, juros, depreciações e amortizações (EBITDA) mais que triplicou (255,9%) para 4,2 milhões de euros.

“O mercado externo representou 77,3% do volume de negócios da Vista Alegre, com 23,4 milhões de euros de vendas”, refere o grupo, destacando “o crescimento das receitas nos segmentos da faiança e grés”, que representaram respetivamente um aumento de 69% e 77%, face às receitas do período homólogo. “As receitas da porcelana atingiram os 10,3 milhões de euros, o que representa um crescimento de 44% face ao ano anterior“, adianta.

Destaque a nível internacional “para os mercados de França, Países Baixos e Alemanha, os maiores contribuidores para as vendas de produtos marca, com um crescimento de 42% face ao mesmo período homólogo”.

Apesar do contexto adverso, “a Vista Alegre, quer com o desenvolvimento ao longo dos últimos anos de um conjunto de investimentos tendentes a melhorar a eficiência dos seus processos, quer através de uma gestão mais eficiente dos consumos e dos meios de produção, tem conseguido atenuar algum deste impacto, mas esperam-se medidas governamentais urgentes de apoio ao setor da indústria de cerâmica e vidro que é dos maiores consumidores de gás natural”, salienta.

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BdP adverte para uso indevido do nome da instituição e do governador em vídeo

  • Lusa
  • 26 Maio 2022

A aplicação Tecalytic utilizou indevidamente os nomes do Banco de Portugal e do governador num vídeo, avisa a instituição.

O Banco de Portugal (BdP) avisou esta quinta-feira que o nome da instituição e do respetivo governador foram utilizados de forma indevida num vídeo que publicita uma “alegada” plataforma de investimento online, a Techalytic, e pediu prudência ao público.

“O Banco de Portugal adverte que foi divulgado na internet um vídeo (https://www.youtube.com/watch?v=4L7vHKGCOEc) que utiliza indevidamente os nomes do Banco de Portugal e do governador do Banco de Portugal para publicitar uma alegada plataforma de investimento online, identificada como ‘aplicação Tecalytic’”, lê-se numa nota.

Assim, o supervisor financeiro vincou não ter participado ou desenvolvido a aplicação mencionado ou qualquer outra solução semelhante.

A instituição liderada por Mário Centeno recomendou que o público seja prudente face a este tipo de conteúdos, “lembrando que a contratação de qualquer produto ou serviço financeiro deverá ser sempre precedida de uma cuidada verificação da legitimidade da entidade que o comercializa”.

A lista das instituições com autorização para exercer atividade financeira em Portugal está disponível no ‘site’ do BdP.

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Défice orçamental encolhe 84% para 782 milhões até abril

O Ministério das Finanças adianta que até abril as administrações públicas registaram um défice orçamental de 782 milhões de euros, o que representa uma melhoria homóloga de 84%.

No primeiro mês em que assumiu a pasta do Ministério das Finanças, Fernando Medina prosseguiu com a melhoria das contas públicas: o défice orçamental fixou-se em 782 milhões de euros até abril, menos 84% do que os 5.054 milhões de euros do mesmo período do ano passado. Os dados divulgados pelo Ministério das Finanças esta quinta-feira mostram que o saldo das administrações públicas em contabilidade pública melhora 4.272 milhões de euros face ao período homólogo.

Estes são os valores na ótica de caixa, a qual difere da ótica de compromissos (contabilidade nacional) usada nas comparações internacionais. Mais tarde, a Direção-Geral do Orçamento publicará os dados completos da execução orçamental até março.

“A execução orçamental em contabilidade pública registou um défice de 782 milhões de euros em abril de 2022, evidenciando uma melhoria de 4.272 milhões de euros face aos primeiros quatro meses de 2021, momento em que a atividade económica foi fortemente afetada por um confinamento geral“, revela o Ministério das Finanças em comunicado enviado às redações.

O mais surpreendente é que, em comparação com o mesmo período de 2019, “de forma a expurgar o efeito base causado pela pandemia”, o saldo orçamental apresenta uma melhoria de 528 milhões de euros: ou seja, até abril de 2019 — ano em que se registou o primeiro excedente orçamental em contabilidade nacional do período democrático — o défice era de 1.310 milhões de euros, o que compara com 782 milhões até abril de 2022.

Contudo, é de realçar que não se podem tirar ilações diretas entre o saldo orçamental em contabilidade pública e em contabilidade nacional, muito menos com apenas quatro meses do ano decorridos.

Na opinião do gabinete de Fernando Medina, “a evolução no primeiro quadrimestre de 2022 traduz a melhoria da atividade económica e do mercado de trabalho bem como a redução dos encargos associados às medidas de prevenção e combate da Covid-19, em face da melhoria verificada na situação pandémica”.

Mais uma vez, a receita pública cresceu a um ritmo elevado, dando um salto de 15% nestes quatro primeiros meses — o que poderá já estar influenciado parcialmente pela aceleração da taxa de inflação. Já a despesa pública caiu 1,8% por causa do efeito da retirada das medidas Covid-19. Sem considerar essas medidas, a despesa primária está a crescer 2,1% em termos homólogos.

O Ministério das Finanças revela ainda que “o saldo primário, que exclui juros da equação orçamental, foi positivo em 2.042 milhões de euros“, o que compara “com um défice primário de 1.862 milhões de euros em 2021 e um excedente primário de 2.078 milhões de euros em 2019”. Nesta comparação, o excedente primário até abril de 2022 já está muito próximo do de até abril de 2019.

Crescimento da receita “resulta da recuperação da economia”

O Ministério das Finanças não faz qualquer correlação entre o ritmo de crescimento das receitas do Estado e a aceleração da taxa de inflação sentida no início deste ano, argumentando que a subida se deve à recuperação da economia.

“Com a retoma da atividade económica, a receita fiscal e contributiva aumentou 15,5% face ao período homólogo (12,6% face a 2019), destacando-se o contributo da receita fiscal (18,8% face a 2021 e 11,2% face a 2019) em particular a recuperação do IVA (+26,2% face a 2021 e +12,7% face a 2019), que evidencia a recuperação económica dos últimos meses”, assinala.

É de notar ainda o aumento da receita de transferências de capital que é influenciada pelas verbas do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) que Portugal vai recebendo da União Europeia.

Despesa desce pela retirada de medidas Covid-19

No caso da despesa pública, esta regista uma queda de 1,8% por causa da retirada de medidas relacionadas com a pandemia, o que é notório na quebra da despesa corrente. Essa evolução está “fortemente influenciada pelas reduções de 11,5% dos juros e outros encargos e de 4,8% das transferências correntes devido à diminuição do impacto com medidas Covid-19“. Expurgada desse efeito, a despesa primária cresceu 2,1% face a igual período de 2021 e 9,6% face a 2019.

As Finanças dão destaque aos salários da função pública, um dos temas que estiveram em discussão neste OE2022 com partidos a reclamarem uma atualização à taxa de inflação esperada para 2022. “As despesas com salários nas Administrações Públicas cresceram 3,2% face aos mesmos quatro meses do ano passado, destacando-se a evolução no SNS (+4,9%) e no pessoal docente dos estabelecimentos de ensino não superior (+4,9%), refletindo o aumento no número de contratações, os aumentos salariais e as valorizações remuneratórias”, lê-se no comunicado.

A despesa com prestações sociais realizada pela Segurança Social, excluindo prestações de desemprego e medidas Covid, cresceu 2%, “destacando-se o subsídio por doença (+21,7%) e as prestações de parentalidade (+16,1%)”.

Apesar de a pandemia estar mais esquecida, o impacto no saldo orçamental continua a ser considerável, na ordem dos 1.461 milhões de euros, ainda que de menor magnitude face ao período homólogo. “Concorre para este efeito as medidas extraordinárias do lado da receita que ascendem a 240 milhões de euros, destacando-se a perda de receita decorrente da prorrogação do pagamento do IVA (241 milhões) e o encaixe da revenda de vacinas contra a Covid-19 a países terceiros (-32 milhões)”, concretiza o comunicado.

(Notícia atualizada às 19h22 com mais informação)

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Governo rompe acordo com Berardo sobre coleção de arte no CCB

O Estado vai denunciar o protocolo que tinha com Joe Berardo na coleção de arte no CCB, avançou o Governo. Foi ainda criado um grupo de trabalho para avaliar a coleção Ellipse, ligada ao BPP.

O Governo denunciou esta quinta-feira o protocolo com Joe Berardo sobre a coleção de arte, revelou o ministro da Cultura Pedro Adão e Silva, em conferência de imprensa no Centro Cultural de Belém (CCB). Adão e Silva informou que não vai renovar o acordo de comodato com a Associação Coleção Berardo, sendo que a denúncia do contrato irá entrar em vigor a 1 de janeiro de 2023. A partir desta data, o Estado “passará a gerir de novo o espaço do CCB”.

“A prioridade do Estado e do Ministério da Cultura é defender o interesse público e eu entendo que é do interesse público a fruição desta coleção“, disse o ministro momentos mais tarde, em entrevista à RTP. “Temos um protocolo, mas também uma enorme indefinição judicial. Há um processo de três bancos contra a coleção e o juiz decretou o arresto das obras. Mas é um arresto muito particular e o fiel depositário é o presidente do CCB”.

Adão e Silva explicou que há uma zona de exposições no CCB que era gerida pela “fundação que resultava do protocolo” entre o Estado e a Associação Berardo. “Decidimos hoje que, a 1 de janeiro, o CCB — o Estado indiretamente — passa a gerir esse espaço. Isso não acontecia desde 2006″, apontou.

O fim deste protocolo vai “permitir construir aquele que era o objetivo do Governo”, o Museu de Arte Contemporânea de Belém, “que vai integrar várias coleções e, certamente, a Ellipse. O espaço deixa de ser o Museu Berardo e a gestão passa para o CCB e isso permite integrar outras coleções”.

Por essa altura haverá condições para ter a coleção Ellipse, disse o ministro da Cultura, na conferência de imprensa. Pedro Adão e Silva avançou ainda que foi criado um grupo de trabalho para avaliar a coleção Ellipse — ligada ao BPP e ao ex-banqueiro João Rendeiro –, e recordou que os quadros de Berardo se encontram arrestados. O Governo irá ainda negociar a troca de créditos do tesouro pela coleção.

O contrato entre o Estado e Berardo iria renovar automaticamente no final deste ano e o Governo tinha até 30 de junho para o denunciar. O protocolo, assinado em 2006, estabeleceu a Fundação de Arte Moderna e Contemporânea — Coleção Berardo, contando com a participação do empresário e do Estado. O contrato tinha como objetivo a exibição de um acervo de 862 obras da coleção de arte moderna e contemporânea de Berardo.

Inquirido quanto à ação colocada por Berardo sobre os bancos, Pedro Adão e Silva admitiu não saber nada sobre o assunto. “Imagino que tenha sido uma tentativa de antecipação” da decisão do Estado, comentou. O ministro também desconhece o processo cautelar colocado por Berardo contra o ministério da Cultura e o CCB, acrescentando que o Governo não foi notificado.

O ministro da Cultura considerou ainda que se está “perante uma coleção única, de grande representatividade”, pelo que “quando os tribunais decidirem quem é o legítimo proprietário da coleção Berardo”, o Estado estará então disponível para negociar o novo protocolo. Até este processo ficar concluído, Pedro Adão e Silva admite que o que “parece defender o interesse público é denunciar o contrato” e extinguir a fundação, garantindo ainda que a decisão não surge na sequência da ação de Berardo em tribunal.

Sobre a possibilidade de o Estado comprar a coleção, na totalidade ou em parte, o ministro da Cultura esclareceu que, de momento, “isso não está em cima da mesa”, visto não ser possível adquirir um conjunto de obras arrestadas, descartando, por agora, a possibilidade de tal acontecer mais tarde.

Joe Berardo debate-se com a justiça por alegadas dívidas no valor de mil milhões de euros à banca, dívida esta que já levou a um contra processo no valor de 900 milhões sobre os bancos que o levaram a tribunal. Berardo encontra-se também sob investigação por suspeitas de burla, fraude fiscal e branqueamento de capitais.

(Notícia atualizada às 20h55 com novas declarações do ministro da Cultura)

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Já sem GreenVolt, lucro da Altri atinge quase 30 milhões no primeiro trimestre

O grupo liderado por José Soares de Pina aumentou a produção de fibras celulósicas nas três fábricas e beneficiou do crescimento das vendas num contexto de alta dos preços.

O resultado líquido do Grupo Altri atingiu cerca de 29,8 milhões de euros no primeiro trimestre deste ano, o que compara com os 12,2 milhões registados em igual período do ano passado, já sem a GreenVolt, que passou a ser considerada “operação descontinuada” em termos de reporte de informação financeira.

Em comunicado enviado à CMVM, o grupo refere que o desempenho financeiro foi “fortemente impactado” pelo volume de produção de fibras celulósicas nas três unidades industriais (Celbi, Biotek e Caima), “mas principalmente pelo crescimento das vendas num contexto de alta dos preços nos mercados internacionais”. As receitas totais ascenderam a 249,2 milhões de euros nos três primeiros meses deste ano (+46,5% em termos homólogos).

“A procura por fibras celulósicas continua a apresentar uma dinâmica muito positiva, na generalidade das geografias, com exceção da China. (…) Este contexto, associado aos reduzidos stocks, tem levado a sucessivos aumentos de preços. O preço ascendeu aos 1.200 dólares por tonelada no final do primeiro trimestre, mas desde então foram já anunciados ao mercado várias atualizações, totalizando 100 dólares”, sublinha o CEO, José Soares de Pina.

Apesar de o gás natural, os químicos e o maior nível de importação de madeira terem ditado um “acréscimo relevante dos custos de produção por tonelada”, o EBITDA atingiu 61 milhões de euros (+85,6%), com a margem EBITDA reportada a aumentar em 5,1 pontos percentuais para os 24,5%. O grupo investiu 6,8 milhões de euros no arranque deste ano, um período em que a dívida líquida foi reduzida de 344 milhões no final de 2021 para 303,3 milhões de euros a 31 de março.

Na mensagem que acompanha os resultados, o CEO destaca que este desempenho operacional e financeiro “ganha maior relevância perante o contexto adverso que enfrentámos, e continuaremos a enfrentar, de forte aumento dos preços da energia e de matérias-primas, em especial dos produtos químicos e madeira”.

“As pressões inflacionistas que se fazem sentir são reflexo das disrupções nas cadeias logísticas que já se faziam sentir no ano passado, mas são agora exacerbadas pela invasão da Ucrânia pela Rússia, um ato condenável a todos os níveis. E esta é uma realidade que nos vai acompanhar ao longo dos próximos tempos, exigindo de todos nós uma gestão cada vez mais prudente”, completa José Soares de Pina.

Avançar a “ritmo elevado” na Galiza

Além de produzir fibras celulósicas de eucalipto, a Altri está também presente no setor de energias renováveis de base florestal, nomeadamente a cogeração industrial através de licor negro e biomassa. O grupo gere mais de 88 mil hectares de floresta em Portugal e detém três biorefinarias de pasta no país, com uma capacidade instalada que em 2021 superou 1,1 milhões de toneladas de pastas de eucalipto.

Quanto ao projeto na Galiza, que decorre de um acordo com o consórcio público-privado galego Impulsa, salienta neste comunicado que “continua a avançar a ritmo elevado”. Em abril anunciou que a biofábrica de fibras sustentáveis ficará localizada na zona de Palas de Rei, na província de Lugo, na Galiza. Os passos seguintes incluem o estudo de impacto ambiental, o início do detalhe do projeto de engenharia e viabilidade económica, e a definição da estrutura de financiamento para esta fábrica a construir de raiz e que deverá ter uma capacidade anual para 200 mil toneladas de pasta solúvel e fibras têxteis sustentáveis.

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Mais de 54 mil estrangeiros pediram a nacionalidade portuguesa em 2021

  • Lusa
  • 26 Maio 2022

O Serviço de Estrangeiros emitiu 46.855 pareceres positivos, a maioria a cidadãos de Israel e do Brasil.

Mais de 54 mil estrangeiros pediram a nacionalidade portuguesa em 2021, tendo o Serviço de Estrangeiros emitido 46.855 pareceres positivos, a maioria a cidadãos de Israel e do Brasil, segundo o Relatório Anual de Segurança Interna (RASI).

O RASI de 2021, aprovado esta semana pelo Conselho Superior de Segurança Interna e entregue na Assembleia da República, dá conta que no passado se registou uma diminuição do número de pedidos de nacionalidade portuguesa, num total de 54.288.

O relatório indica que o SEF emitiu 47.278 pareceres, 46.855 dos quais positivos e 423 negativos.

De acordo com o RASI, as nacionalidades mais representativas foram de Israel (20.252), Brasil (11.109), Cabo Verde (2.242), Ucrânia (1.285), Angola (1.277), Venezuela (1.023), Argentina (1.004), Índia (967) e Guiné-Bissau (768).

O número de pedidos efetuados no âmbito da aquisição de nacionalidade portuguesa por naturalização representou 73,5% do total e a aquisição por casamento 12,2%.

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Banca de investimento pode aumentar receitas em 70 mil milhões em três anos

  • ECO
  • 26 Maio 2022

Banca de empresas e de investimento poderão aumentar receitas em 70 mil milhões de dólares até 2024 em relação aos níveis pré-pandemia, aponta estudo da Oliver Wyman e Morgan Stanley.

Apesar da incerteza relacionada com a guerra e os riscos para a economia, o setor da banca de empresas e de investimento pode aumentar as suas receitas até 70 mil milhões de dólares nos próximos três anos, em relação aos níveis pré-pandemia, de acordo com um estudo da consultora financeira Oliver Wyman e do banco americano Morgan Stanley.

Os especialistas identificam seis mudanças estruturais em curso nos mercados globais e que, se forem aproveitadas as suas oportunidades, poderão permitir que a indústria aumente as suas receitas para 596 mil milhões de dólares até 2024, face aos 525 mil milhões registados em 2019, dentro do que consideram ser o “cenário mais plausível”.

Neste cenário, é expectável uma lenta resolução do conflito da Rússia contra a Ucrânia e também das pressões inflacionistas, que vão condicionar a recuperação de muitas economias e os níveis de atividade das empresas e de investimento.

“Existe um risco considerável de a inflação vir a perturbar o crescimento económico, e a guerra na Ucrânia levanta a possibilidade de uma nova era de grandes tensões geopolíticas e de retrocessos no processo de globalização. A grande questão que a indústria enfrenta é se poderá manter as receitas e os lucros. Temos esperança e acreditamos que a banca grossista será capaz de sustentar o crescimento das receitas e também a rentabilidade, neste caso acima dos 10% registados nos últimos anos”, refere Pablo Campos, CEO da Oliver Wyman para Espanha e Portugal.

No seu estudo anual sobre a banca grossista “Clima, moeda criptográfica e concorrência no ciclo atual”, a Oliver Wyman e a Morgan Stanley explicam que o crescimento do setor assenta em seis grandes alterações, incluindo o aumento da procura de serviços bancários grossistas pelas empresas (com potencial de 25 mil milhões de dólares) e a normalização das taxas de juro por parte dos bancos centrais (que também pode gerar receitas em 25 mil milhões).

A procura de mercados privados, a macro volatilidade, a volatilidade das matérias-primas e a oportunidades na China onshore são as outras quatro mudanças nos mercados mundiais que poderão beneficiar a banca de empresas e de investimento, de acordo com os especialistas.

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