Projeções, ecrãs táteis e comentadores. É assim que as televisões vão seguir a noite eleitoral

As principais estações generalistas e de informação vão acompanhar a noite eleitoral com sondagens à boca das urnas e comentadores variados. E competir para ver quem tem o melhor ecrã "touch".

Depois de darem palco a dezenas de debates entre os candidatos ao longo deste mês, as televisões vão ser o meio escolhido por muitos eleitores para seguir os desenvolvimentos da noite eleitoral. São elas que avançam os resultados de sondagens à boca das urnas e transmitem os discursos dos vencedores e vencidos.

Para estas legislativas antecipadas, RTP1, SIC e TVI, bem como RTP3, SIC Notícias e CNN Portugal estão a preparar emissões especiais na esperança de vencerem as audiências este domingo à noite. O escrutínio provisório logo à noite vai consolidar também a tendência de recurso a ecrãs táteis para análise do detalhe dos resultados, uma “moda” norte-americana que é cada vez mais seguida pelas estações portuguesas.

No canal público, a emissão especial arranca às 18h num simultâneo RTP1 e RTP3. Será conduzida por José Rodrigues dos Santos, Ana Lourenço e João Adelino Faria. “Nesta emissão especial estaremos em direto de todas as frentes partidárias, de norte a sul do país, com uma vasta equipa da RTP mobilizada para que a informação chegue rapidamente aos telespetadores”, promete.

O grupo RTP planeia também apresentar a “grande sondagem” do Centro de Estudos e Sondagens de Opinião da Universidade Católica com as primeiras projeções dos resultados eleitorais”. Ao longo da noite, a emissão contará com resultados atualizados, análise e opinião, com a presença de dois painéis de comentadores políticos e um painel de dirigentes de todos os partidos com representação parlamentar.

Entre os nomes que a RTP vai trazer ao pequeno ecrã durante a emissão estão Pedro Adão e Silva, João Soares e Miguel Poiares Maduro. No plano partidário, a estação deverá contar com Augusto Santos Silva (PS), André Coelho Lima (PSD), João Oliveira (CDU), Marisa Matias (BE), Cecília Anacoreta Correia (CDS), Tânia Mesquita (PAN), João Caetano Dias (IL), António Tanger Corrêa (Chega) e Ricardo Sá Fernandes (Livre).

Já o grupo Impresa promete para este domingo “a maior cobertura de uma noite eleitoral”. Logo pelas 11h30, a SIC Notícias foca a ida às urnas. A emissão passa para simultâneo com a SIC generalista às 13h, num jornal apresentado por João Moleira. A tarde eleitoral é acompanhada pelos pivôs Teresa Dimas e Miguel Ribeiro, mas só na SIC Notícias.

Mais ao final do dia, SIC e SIC Notícias voltam a fundir emissões, com o canal generalista a comprometer-se em “manter a emissão” no ar “até que os portugueses saibam os resultados finais”. Madrugada dentro são Rosa Pinto e Rodrigo Pratas quem comandará o programa.

“Os repórteres da SIC estarão em todas as sedes e locais de interesse do país que permitam perceber em tempo real todas as mudanças do dia decisivo, numa operação que envolve todos os meios técnicos da estação”, escreve a Impresa num comunicado. A estação de Paço de Arcos vai contar com a equipa de sondagens do ICS/ISCTE com “trabalho de boca das urnas feito pela GfK/Metris”, com Pedro Magalhães e António Gomes à cabeça. Como comentadores principais, a SIC conta com José Miguel Júdice, Luís Marques Mendes, Ana Gomes e Francisco Louçã.

Quem tem, quem tem… o melhor ecrã tátil

Nestas eleições, a Impresa e a Media Capital vão também competir com ecrãs táteis que permitem uma análise mais detalhada aos resultados, seguindo uma tendência da televisão norte-americana. Depois das experiências nas duas últimas eleições, a SIC vai fazer regressar o ecrã gigante que será operado por Bento Rodrigues. É um Microsoft Surface Hub 2S de 85 polegadas, especifica a empresa.

“À semelhança do que já tinha acontecido nas últimas Presidenciais e nas Autárquicas, a estação [SIC] volta a apostar na utilização extensiva de um ecrã touch que tem permitido a qualidade e diversidade na informação exibida”, avança a Impresa.

Mas a TVI e a CNN Portugal vão igualmente a jogo na competição dos ecrãs táteis gigantes, tendo como trunfo a magic wall original, imortalizada pelo jornalista John King nas eleições dos EUA. O ecrã tátil na noite eleitoral é uma das imagens de marca da CNN Internacional e será “importada” pela Media Capital para Portugal, pela primeira vez este domingo.

“Numa emissão conjunta, a TVI e a CNN Portugal vão acionar todos os dispositivos de informação, bem como os seus profissionais para fazer a cobertura da noite eleitoral. Para a noite de dia 30 de janeiro está a ser preparado o mais moderno e tecnologicamente avançado estúdio de informação do país”, explica a Media Capital num comunicado.

A emissão no domingo das eleições vai ser conduzida pelos jornalistas Judite Sousa, José Alberto Carvalho, Pedro Mourinho, João Póvoa Marinheiro e Sara Pinto. Já a magic wall ficará à responsabilidade de Pedro Benevides, permitindo uma análise mais detalhada aos resultados que forem sendo conhecidos, círculo a círculo.

É na CNN Portugal que a emissão arranca mais cedo. O canal de informação, que chegou ao país no final do ano passado — substituindo a TVI24 — e acompanha pela primeira vez umas eleições portuguesas, fará a cobertura das legislativas desde a abertura das urnas. “A partir das 17h começa então a contagem decrescente para a emissão no estúdio especialmente concebido para o efeito. Já a noite ficará marcada pela cobertura, em simultâneo, da CNN Portugal e da TVI”, lê-se no comunicado da empresa.

Como comentadores principais, a TVI e CNN Portugal contam com Pedro Santana Lopes e Sérgio Sousa Pinto. No “painel partidário”, estarão Bernardino Soares, Manuela Ferreira Leite, Fernando Medina, Joana Mortágua e Diogo Pacheco Amorim. A Media Capital promete ainda “projeções de boca de urna, atualizadas ao longo da noite eleitoral”, por parte da Pitagórica.

“Com um estúdio especialmente concebido para a emissão deste domingo e recorrendo às potencialidades da ferramenta da magic wall, a TVI e a CNN Portugal abrem um novo capítulo na cobertura das noites eleitorais no país”, garante a Media Capital.

Estas legislativas antecipadas têm sido apontadas como das mais imprevisíveis dos últimos anos, com as sondagens a colarem PS e PSD e a incerteza quanto aos cenários de governação que podem emanar dos resultados. Este sufrágio foi espoletado pelo chumbo da proposta de Orçamento do Estado para 2022 do Governo PS no final do ano passado, depois de o PCP ter recusado viabilizar o documento. Em conjunto com o voto contra da bancada do Bloco levou à decisão do Presidente da República de dissolver a Assembleia, convocando eleições.

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PS conquista maioria absoluta com 117 deputados

  • ECO
  • 30 Janeiro 2022

As votações ao longo do dia, as reações, a abstenção, as primeiras projeções das televisões, até aos resultados finais. Acompanhe aqui as legislativas.

Em plena pandemia, os portugueses foram às urnas este domingo para escolherem a composição da nova Assembleia da República. As eleições foram precipitadas pelo chumbo do Orçamento do Estado no Parlamento no final do ano passado, sendo que os portugueses deram ao PS de António Costa a maioria absoluta que este pediu.

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Da máscara à caneta: as regras que deve seguir para ir votar este domingo

A DGS definiu várias regras para a votação na eleições legislativas, como a utilização obrigatória de máscara cirúrgica ou FFP2, o tipo de caneta ou o horário recomendado para o voto dos isolados.

Os portugueses voltam às urnas este domingo para decidir uma nova “geometria” política para a Assembleia da República, numas eleições que foram antecipadas na sequência do chumbo do Orçamento do Estado para 2022. Estas são as terceiras eleições realizados em período de pandemia e há novas regras a ter em conta.

Para estas eleições legislativas, haverá 13.821 secções de voto, espalhadas pelos 308 municípios do continente e regiões autónomas, que contarão com o apoio de cerca de 70 mil membros de mesa. As urnas abrem às 8h e encerram às 19h, sendo que depois desse período “só podem votar os eleitores que se encontrem na assembleia de voto”, segundo a Comissão Nacional de Eleições.

Tendo em conta que Portugal tem batido sucessivos recordes de infeções por Covid, o Governo decidiu reforçar as medidas de segurança sanitária para o voto eleitoral, com o objetivo de proteger todos os envolvidos no processo. A Administração Eleitoral reduziu “o número de eleitores inscritos por cada secção de voto para 750”, distribuiu mais de 100 toneladas de material sanitário pelas 308 câmaras municipais, entre máscaras FP2 e cirúrgicas (25 por cada secção de voto), álcool gel (seis embalagens por cada secção de voto), batas, luvas e viseiras.

Por outro lado, há também outras medidas a ter em conta para os eleitores. Além do documento de identificação civil, é obrigatório que os eleitores usem uma máscara cirúrgica ou, em alternativa, uma máscara FFP2 para irem votar. Ou seja, ficam excluídas as máscaras comunitárias ou sociais. “Caso o cidadão não disponha de máscara, a equipa deve providenciar uma máscara cirúrgica ou máscara FFP2, que o eleitor colocará após desinfeção das mãos, com produto desinfetante de mãos”, indica ainda o parecer da Direção-Geral da Saúde.

A entidade liderada por Graça Freitas recomenda ainda que os eleitores desinfetem as mãos “antes e após a manipulação dos envelopes” e que utilizem uma caneta própria. Quanto à caneta que utiliza, a escolha é de cada um, mas a ministra da Administração Interna já havia alertado que seria preferível utilizar-se uma esferográfica em detrimento de uma caneta permanente, dado que estas últimas podem gerar dificuldades. Ao ECO, a CNE explicou que ao utilizar-se uma caneta de tinta permanente há maior probabilidade de a tinta não secar, o que poderá inviabilizar o voto, dado que o boletim não pode ter mais nenhum registo para além do que está no quadrado.

É ainda recomendado que mantenha o distanciamento físico enquanto espera pela votação e que desinfete as mãos depois de votar e antes de sair do local da assembleia. Os eleitores devem também seguir os circuitos recomendados e manter as boas práticas de etiqueta respiratória, como tossir para a parte interna do cotovelo, mesmo quando estiver a usar máscara.

Por outro lado, há ainda recomendações específicas para os eleitores que estejam em confinamento obrigatório — quer seja por estarem infetados, quer seja por isolamento profilático – devido à Covid. Nesse sentido, o Governo recomenda que os isolados apenas se desloquem às assembleias de voto ao final do dia, isto é, entre as 18h e as 19h, por forma a minimizar o risco de contágio entre os restantes.

É ainda recomendado que os isolados se desloquem às assembleias de voto através de um meio de transporte individual ou a pé, sendo desaconselhado o uso de transportes públicos. Além disso, e tendo em conta que em muitos espaços não há a possibilidade de “haver circuitos diferenciados”, o Executivo apela ao bom senso dos portugueses e ao “rigoroso cumprimento das normas”.

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Francisco Sá Carneiro é o novo sócio da Vieira de Almeida

Francisco Sá Carneiro, advogado com mais de trinta e cinco anos de prática, é reconhecido pela sua expertise em fusões e aquisições, bancário e financeiro, comercial e societário.

Francisco Sá Carneiro — que em setembro assumiu a sua saída da Campos Ferreira, Sá Carneiro & Associados — vai integrar a equipa da Vieira de Almeida como sócio da área de prática de M&A.

Francisco Sá Carneiro, advogado com mais de trinta e cinco anos de prática, é reconhecido pela sua expertise em fusões e aquisições, bancário e financeiro, comercial e societário, e mercado de capitais, assessorando regularmente clientes, nomeadamente instituições financeiras e investidores, em complexas transações nacionais e internacionais nestas matérias.

João Vieira de Almeida, managing partner da VdA, sublinha a “enorme admiração” por Francisco Sá Carneiro, que considera “um dos mais reputados advogados transacionais portugueses. A sua entrada na VdA é motivo de grande orgulho e satisfação, constituindo um reforço de uma área core da firma, que conta já com enorme talento e um track record único nas fusões e aquisições em Portugal”.

Já Francisco Sá Carneiro sublinha que conhece e é “amigo do João Vieira de Almeida há mais de trinta anos e, durante esse período, tive o enorme gosto de trabalhar não só com ele, mas com inúmeros outros sócios e associados da VdA, com quem mantive uma excelente relação. Ter agora a oportunidade de me juntar ao colégio de sócios de uma firma com a reputação, capacidade, organização, profundidade e qualidade da VdA é simultaneamente um desafio e uma grande oportunidade pessoal e profissional”.

Francisco Sá Carneiro licenciou-se em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade Católica de Lisboa, tendo integrado, após a licenciatura, a Oppenheimer Wolff & Donnelly, em Bruxelas. Em 1982 integrou a João Morais Leitão & Associados, sociedade da qual foi Sócio e, em 1993, fundou a sociedade Vasconcelos, F. Sá Carneiro, Fontes & Associados. Em 2004 a firma associou-se à Uría Menéndez, da qual foi Sócio, Sócio Co-Director de Portugal (2004-2009), Membro do Conselho de Administração (2004-2009) e Membro da Comissão Executiva (2007-2009). Em 2009 fundou a Campos Ferreira, Sá Carneiro & Associados, da qual foi Sócio até 2021.

Fernando Campos Ferreira e Francisco Sá Carneiro anunciaram a sua saída da Campos Ferreira, Sá Carneiro & Associados (CS Associados) em setembro do ano passado.

Francisco Sá Carneiro tem mais de trinta e cinco anos de prática profissional, assessorando clientes e instituições financeiras, tanto portugueses como estrangeiros, em, por vezes, complexas e inovadores transações ou em assuntos relacionados com governo corporativo, estratégia e reorganização.

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Mais 75.088 pessoas com dose de reforço da vacina

  • Lusa
  • 29 Janeiro 2022

De acordo com o boletim diário de vacinação da DGS, com a vacinação primária completa contra a covid-19 há agora 8.788.976 pessoas, ou seja, mais 1.845 face ao dia anterior.

Mais 75.088 pessoas receberam a dose de reforço da vacinação contra a covid-19 na sexta-feira, situando-se o total de inoculações em 4.781.241, revelou a Direção Geral de Saúde (DGS).

De acordo com o boletim diário de vacinação da DGS, com a vacinação primária completa contra a covid-19 há agora 8.788.976 pessoas, ou seja, mais 1.845 face ao dia anterior.

Ainda em relação ao dia anterior, na sexta-feira foram também vacinadas mais 3.322 pessoas contra a gripe, elevando o total para 2.559.764.

Na sexta-feira, cinco crianças (entre os 5 e os 11 anos) tomaram uma primeira dose de vacina contra a covid-19, totalizando 301.045.

Segundo os números da DGS, do total de pessoas que já receberam a dose de reforço da vacina contra a covid-19, 92% tem 80 ou mais anos e 95% tem entre 70 e 79 anos.

Na faixa etária entre os 60 e os 69 anos, receberam o reforço 88% das pessoas e entre os 50 e os 59 há 72% de vacinados com a dose de reforço.

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Bolsa tem novas regras a partir de domingo. O que muda no Código de Valores Mobiliários?<span class='tag--premium'>premium</span>

Entra em vigor o novo Código dos Valores Mobiliários para dar maior gás ao mercado de capitais em Portugal. Estas são as principais novidades que visam atrair empresas e investidores para a bolsa.

A bolsa tem novas regras a partir deste domingo. Entra em vigor um renovado Código dos Valores Mobiliáriospara dar maior gás ao mercado de capitais em Portugal. Há lugar a uma simplificação de algumas regras e também a uma redução dos custos regulatórios. O objetivo da revisão do código passa por atrair mais empresas e investidores e mais negócios através da praça de valores. O que muda? Estas são as principais novidades. 1. Participação qualificada sobe para 5% É simplificado o regime das participações qualificadas, com a eliminação do dever de comunicação ao mercado relativamente ao limiar de 2% de participação numa cotada. Esta exigência não existe na generalidade dos mercados europeus e agora cai no mercado português. A CMVM diz que a regra antiga tendia a afastar investidores que

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Portugueses em Madrid impedidos de votarem no consulado. Governo admite “problemas pontuais”

Portugueses em Madrid relatam que foram impedidos de votar presencialmente no consulado este sábado por não se encontrarem registados. O problema: também não receberam o voto por correspondência.

Multiplicam-se os relatos de cidadãos portugueses a residirem em Madrid que não estão a conseguir votar presencialmente no consulado de Portugal na capital espanhola para as eleições legislativas. O consulado diz que eles não estão registados para o voto presencial e que deveriam ter votado por correspondência, mas os eleitores justificam que não receberam a carta. Ao ECO, Ministério da Administração Interna fala em “problemas pontuais” na correspondência enviada para o estrangeiro, situação que está a acompanhar, e diz que Portugal já recebeu mais de 12% dos votos por correspondência de Espanha.

Efetivamente nunca recebemos a carta. Hoje fomos ao consulado para votar, demos o nosso cartão de cidadão aos funcionários, mas não foi possível. Foi-nos dito que a carta está em trânsito, algures em parte incerta”, conta ao ECO João Pita Rua, que está recenseado há mais de três anos em Espanha.

Durante o último mês, João e o seu colega Henrique Borges, registado em Espanha há quatro anos, fizeram questão de contactar o consulado em Madrid para perceberem qual seria a melhor forma de votar para o caso não receberem a carta em casa. Foi lhes dito, então, que não haveria problema pois poderiam sempre votar presencialmente no consulado durante o fim de semana de 29 e 30, relatam ambos.

“Confrontamos os funcionários do consulado com esta informação. Apenas nos disseram que o call center para onde ligamos é um serviço subcontratado e que ‘não sabem do que falam’. Como vou então exercer o meu direito de voto?”, questiona Henrique ao ECO.

Para votar no consulado era necessário ter registado até ao dia 5 de dezembro, de acordo com a Lei Eleitoral, algo que João Pita Rua e Henrique Borges não fizeram porque pensavam que iam votar por correspondência, assim como muitos outros se encontram na situação.

“Estou com mais de uma dezena de amigos e nenhum conseguiu votar no consulado”, relata Henrique Borges.

“Muitas pessoas, centenas estarão na mesma situação, pois difundimos a mensagem junto dos outros portugueses de que poderiam votar no consulado se não tivessem recebido a carta. Do consulado disseram-nos que tinham apenas algumas pessoas para votar presencialmente, apenas 14 pessoas, o que é um número muito reduzido tendo em conta uma comunidade de mais de 30 mil portugueses aqui em Espanha”, conta João Pita Rua.

Para João Pita Rua é “quase utópico” pensar que ainda vai conseguir votar. Não deixa de lamentar, ainda assim, o “sistema burocrático, pouco claro e arcaico” que não ajuda a combater o fenómeno de abstenção que costuma ser elevado no círculo eleitoral da Europa.

Após a partilha do artigo nas redes sociais, outros eleitores deram conta que experienciam o mesmo problema em Madrid e também em Maputo, Moçambique.

Governo fala em “problemas pontuais” e diz que já recebeu mais de 12% dos votos de Espanha

Contactado pelo ECO, o Ministério da Administração Interna (MAI) fala em “problemas pontuais associados à evolução ou distribuição da correspondência enviada para o estrangeiro”, os quais têm sido acompanhados “em estreita coordenação entre o Ministério da Administração Interna, o Ministério dos Negócios Estrangeiros e os CTT”.

Em relação a Espanha, lembra que foram expedidos 42.632 boletins de voto logo nos dias 2 e 3 de janeiro e que chegaram ao país nos dois dias seguintes para posterior distribuição local pela empresa Correos.

Até ao momento, acrescenta o ministério, “já foram recebidos em Portugal 5.691 envelopes contendo o boletim de voto de eleitores residentes em Espanha e que exerceram o seu direito de voto por via postal, representando 12,64% das cartas enviadas”.

São valores que comparam favoravelmente com os registados nas últimas legislativas de 2019, quando foram recebidos em Portugal 4.127 envelopes com boletins de voto oriundos de Espanha, de um total de 38.542 cartas enviadas, “o que se traduziu numa participação final de 10,70 % dos eleitores recenseados nesse país”.

O MAI diz que os eleitores residentes no estrangeiro podem encontrar na página Eu Eleitor uma linha telefónica de apoio, cujo número é o 00351 213 947 101.

Por outro lado, explica ainda que o operador local (Correos) também acompanha e reporta todos os movimentos associados à distribuição dos envelopes no respetivo país, “o que permite registar onde e quando foram entregues, se foram recebidos ou foram deixados avisos para o seu levantamento em instalações postais”.

(Notícia atualizada às 18h49 com resposta do Ministério da Administração Interna)

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Áustria anuncia alívio nas medidas de contenção

  • Lusa
  • 29 Janeiro 2022

Restaurantes poderão abrir mais cedo, eventos poderão receber o dobro de espectadores do que até agora e passa a ser permitida a entrada de pessoas não vacinadas em estabelecimentos comerciais.

A Áustria anunciou este sábado o levantamento progressivo de algumas das medidas de contenção da covid-19, a partir de 05 de fevereiro, apesar do aumento do número de casos de infeção pela variante Ómicron.

Entre as medidas anunciadas pelo chanceler conservador, Karl Nehammer, estão o alargamento do horário de abertura dos restaurantes, a duplicação da lotação em eventos e a permissão de entrada de pessoas não vacinadas em estabelecimentos comerciais.

A partir de 05 de fevereiro, os espaços de divertimento noturno na Áustria passam a fechar às 24h00 e duas semanas depois será permitida a entrada de pessoas não vacinadas, se apresentarem teste laboratorial negativo.

Os não vacinados, que tiverem teste negativo, também poderão frequentar os estabelecimentos comerciais, exceto o setor da restauração.

As autoridades austríacas anunciam este alívio de medidas tendo em conta que o pico da atual vaga da covid-19, protagonizada pela variante Ómicron, de rápido contágio, deverá ser ultrapassado na primeira semana de fevereiro.

O plano foi encarado pela oposição, social-democrata, com algum receio e ceticismo, pelo elevado número de casos registado no país.

Em 20 de janeiro, o parlamento austríaco aprovou a lei sobre a vacinação obrigatória para todos os adultos, tornando-a o primeiro país da União Europeia a tomar essa medida para combater a pandemia de covid-19, apesar da violenta contestação popular.

Segundo os dados mais recentes, cerca de 72% da população de 8,9 milhões de habitantes tem, neste momento, o esquema vacinal completo, uma percentagem inferior à de França, Espanha ou Portugal.

A covid-19 provocou mais de 5,63 milhões de mortes em todo o mundo desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.

A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China.

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Portugal regista mais 59.194 casos e 39 mortos com Covid-19

Desde o início da pandemia, há quase dois anos, o país contabiliza um total de 2.566.551 infeções e 19.827 óbitos.

Portugal registou mais 59.194 casos de Covid-19 nas últimas 24 horas, tendo morrido ainda mais 39 pessoas com a doença, de acordo com o boletim da Direção-Geral de Saúde (DGS) deste sábado.

Desde o início da pandemia, há quase dois anos, o país contabiliza um total de 2.566.551 infeções e 19.827 óbitos.

Os números mostram uma tendência de alguma estabilização em relação à situação pandémica nas últimas duas semanas, embora os especialistas apontem para que Portugal venha a registar um pico de casos apenas nas próximas semanas.

Com eleições legislativas marcadas para este domingo, são 591.969 as pessoas que se encontram atualmente infetadas, mais 12.599 em relação ao balanço anterior. Outros 611.042 correspondem a casos em situação de vigilância pelas autoridades de saúde, mais 16.660 casos do que ontem. Aos infetados e pessoas em situação de isolamento devido à Covid-19 não há restrições para saírem de casa para votar, embora o Governo tenha recomendado votarem a partir das 18h00.

Apesar da subida do número de casos, desceram os internamentos: são menos 28 pessoas internadas, havendo um total de 2.292 internamentos, dos quais 153 estão em unidades de cuidados intensivos (UCI).

A região Norte continua a liderar no número de casos (24.655 casos), tendo registado oito óbitos. A região de Lisboa e Vale do Tejo foi a região com mais mortes (17), contabilizando 17.263 casos diários.

Quanto à matriz de risco, o mapa mantém o país em zona vermelha. O valor do Rt, que mostra quantas pessoas cada infetado contagia em média, está em 1,16 a nível nacional, e 1,17 no continente. A incidência (média de novos casos por 100 mil habitantes nos últimos 14 dias) está em 6.130,9 casos por 100 mil habitantes a nível nacional e em 6.108,7 casos por 100 mil habitantes no continente

(Notícia atualizada às 14h33)

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Marcelo pede “mudanças de fundo” na economia para não “encharcar com milhões as areias de um deserto”

Em pleno dia de reflexão, Marcelo deixou uma mensagem de apelo ao voto numa eleições que "são verdadeiramente diferentes" para Portugal e para os portugueses.

O Presidente da República pediu “mudanças de fundo” na economia para recuperar o país do choque “tão abrupto e prolongado” da pandemia nos últimos dois anos. Sem essas mudanças, Portugal estará a “encharcar com milhões” aquilo que considera ser “as areias de um deserto” que o país arrisca atravessar, segundo Marcelo.

Em pleno dia de reflexão, e após semanas de ausência mediática enquanto decorria a campanha, o Presidente da República divulgou este sábado uma mensagem a propósito das eleições deste domingo, que considera ser “verdadeiramente diferentes” por várias razões.

Mais do que tudo, tentou mobilizar os portugueses a irem às urnas “sem temores nem inibições” para votarem “em consciência e em segurança a pensar em Portugal”. “Votar é uma maneira de dizer que estamos vivos e bem vivos”, vincou. Deu o seu próprio exemplo do que vale o seu voto: “Amanhã eu lá estarei, como sempre, com o meu um [voto] em milhões, a dizer o que penso sobre os próximos anos para Portugal, anos de saída de uma penosa pandemia, de urgente reconstrução da economia, da sociedade, do ambiente, da vida das pessoas, de difíceis desafios europeus, e de tensão mundial como já não existia há quase 20 anos“.

Porque é que estas eleições são diferentes das anteriores? Marcelo deixou sete reflexões:

  1. São diferentes porque são primeiras eleições parlamentares realizadas em pandemia e acontecem depois de, pela primeira vez em democracia, o Parlamento ter chumbado um Orçamento do Estado. Marcelo diz que estas eleições confirmam “o domínio de três temas”: “a própria pandemia e saúde, a urgente melhoria das condições de vida, a próxima fórmula governativa por cada qual preconizada“.
  2. No plano da economia, as eleições são diferentes porque confirmam que para responder ao choque “tão abrupto e prolongado” da pandemia, “recuperar a economia, mitigar pobreza e as desigualdades” exigem “mudanças de fundo” para não se correr “o risco de ser encharcar com milhões as areias de um deserto”.
  3. Marcelo também diz que estas eleições abrem uma porta “oportuna” para se refletir sobre o dia de reflexão, tendo em conta que muitos portugueses já votaram antecipadamente. O Presidente diz que o dia de reflexão foi “pensado para outra época e para outras preocupações”, sugerindo que deve ser reavaliado em futuros atos eleitorais.
  4. Para Marcelo, as eleições vierem também confirmar que faz falta uma lei da emergência sanitária, de que o próprio falou há um ano, e vierem ainda sublinhar “a necessidade da revisão da lei eleitoral, tão rígida que exclui votação fora de domingos e feriados e não permite horários flexíveis, assim fechando portas a situações excecionais”, referindo-se indiretamente à impossibilidade de um calendário de votos mais alargado para acondicionar a situação de milhares de infetados e isolados por causa da Covid-19.
  5. O Presidente destacou a importância dos “numerosos e mobilizadores debates e entrevistas” com os vários candidatos a estas eleições, a “audiência sem precedentes” que registaram e que “aconselham cuidado acrescido naqueles que pensam regressar no futuro a poucos e seletivos debates audiovisuais”. Aqui Marcelo deixou um elogio “ao elevado empenhamento dos partidos e seus dirigentes e ao profissionalismo dos jornalistas”.
  6. Marcelo deixou ainda uma nota sobre uma campanha “serena” e que soube adaptar-se à circunstância da crise pandémica e que contou “de novo com a participação de mais jovens”. O Presidente da República lembrou que “há certos meios e estilos” de fazer campanha “que passaram e dificilmente voltarão a ser como eram”, talvez referindo-se à forte aposta nas redes sociais.
  7. Ainda sobre a campanha, Marcelo congratula-se pelo “respeito pela diversidade e até calorosa solidariedade em situações e episódios mais sensíveis, tudo sem violência individual ou coletiva”.

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Como a crise Rússia-Ucrânia está a afetar os preços do gás na Europa

  • Joana Abrantes Gomes
  • 29 Janeiro 2022

A iminência de um conflito na fronteira da Rússia com a Ucrânia está a ter consequências sobre o fornecimento e os preços do gás na Europa, por ser largamente dependente do gás russo.

As tensões entre a Ucrânia e a Rússia – e, consequentemente, com o Ocidente – estão no seu ponto mais alto desde a anexação da Crimeia por Moscovo em 2014. Os EUA e os seus aliados da NATO acreditam que a Rússia mobilizou cerca de 100 mil tropas para preparar uma invasão militar do leste da Ucrânia e, nessa eventualidade, já avisaram que vão impor pesadas sanções. Mas Putin pode retaliar, encerrando os gasodutos que transportam gás russo para a Europa, o que terá consequências sobre os efeitos para o abastecimento e os preços do gás no continente europeu.

A Europa é muito dependente do gás russo?

Cerca de 35% do gás natural da Europa tem origem na Rússia. A maioria é fornecida através de gasodutos: o Yamal, que atravessa a Bielorrússia e a Polónia até chegar à Alemanha; o Nord Stream 1, que tem ligação direta à Alemanha; e outros gasodutos que atravessam território ucraniano.

Os mercados internos de gás do continente europeu estão ligados por uma rede de gasodutos interconectados. Nem todos os países são fornecidos diretamente pela Rússia, mas se países como a Alemanha, o maior consumidor de gás russo, recebem menos da Rússia, devem substituí-lo a partir de outros países – por exemplo, da Noruega, o segundo maior fornecedor de gás para a Europa.

E Portugal, também importa gás natural da Rússia?

No caso de Portugal, como não tem jazidas de gás natural, importa 100% do que consome, de acordo com a Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos. As estatísticas da Direção Geral de Energia e Geologia mostram que no ano passado o gás natural chegou a Portugal através de gasoduto (via Espanha e Argélia), camião (Espanha) e navio (GNL), até ao Porto de Sines, onde é armazenado.

O regulador explica também que esse aprovisionamento de gás natural é efetuado através de contratos “take-or-pay” de longo prazo, em que os principais países fornecedores foram, em 2021, a Nigéria, os EUA, a Rússia, Espanha e a Argélia. No passado, o gás argelino tinha um peso muito maior nas importações nacionais, mas entretanto deu lugar ao shale gas norte-americano e também aumentou a dependência do mercado português do gás russo, que surge já em terceiro na tabela das importações.

O que está a acontecer com o fornecimento de gás russo à Europa?

Em 2021, os fluxos através dos três principais gasodutos da Rússia para a Europa totalizaram 37.409 gigawatts-hora por dia (GWh/d), o que representa uma queda face a 2020 (41.263 GWh/d) e 2019 (49.431 GWh/d), segundo revelam dados do Refinitiv Eikon.

A diminuição do abastecimento de gás russo em 2020 deveu-se à redução da produção económica, uma vez que os confinamentos para impedir a propagação da Covid-19 levaram a uma quebra na procura. Porém, quando as economias dos países começaram a recuperar do impacto da pandemia no ano passado, os fornecimentos à Europa não conseguiram acompanhar o aumento do consumo, o que contribuiu para os preços recorde da energia no continente.

Além disso, o fornecimento de gás através do gasoduto Yamal, que normalmente abastece o oeste europeu, têm ocorrido em sentido inverso, com fluxos que vão da Alemanha para a Polónia.

Qual o argumento da Rússia?

Em outubro, o Presidente russo, Vladimir Putin, afirmou que a crise energética na Europa não é justificada apenas por perturbações no lado da produção, atribuindo responsabilidades à área política europeia. Na altura, o líder russo defendeu que os países europeus cometeram um “erro” ao contar com compras pontuais de gás natural em vez de assegurar contratos a longo prazo, sendo que a Rússia prefere contratos de gás de longo prazo, por serem uma forma de garantir que pode manter a sua quota de mercado e assegurar um preço consistente.

A Gazprom, o maior conglomerado russo de gás natural, afirmou entretanto que está a cumprir todos os seus contratos de longo prazo, enquanto várias empresas europeias contactadas pela Reuters confirmaram que as obrigações contratuais estão a ser cumpridas.

No entanto, a nacional energética russa decidiu este mês não reservar espaço extra no gasoduto para o abastecimento de gás natural à Europa através da Ucrânia, o que deixará o mercado no limite em fevereiro. Adicionalmente, não foram feitas reservas para o mesmo mês com destino à Alemanha, através da estação de Mallnow.

Qual o impacto que a crise na fronteira ucraniana com a Rússia está a ter nos preços do gás europeu?

A escalada da tensão entre as potências ocidentais, a Ucrânia e a Rússia está a provocar uma volatilidade nos preços do gás britânico e da Europa continental – embora apenas cerca de 5% do gás do Reino Unido provenha da Rússia -, pelo que um abastecimento global de gás mais baixo da Rússia à Europa significa que menos gás estará disponível da Noruega.

Essa volatilidade nos preços diários do gás na Europa pode agravar-se perante a iminência de mudanças significativas nas expectativas de fluxos através dos principais gasodutos da Rússia ou de declarações políticas do Kremlin, sobretudo relativas à tensão militar na fronteira com a Ucrânia, até porque já há menos gás russo disponível no mercado diário, o que está a acentuar a crise global de abastecimento na Europa.

Exemplo disso foram os preços europeus do gás de referência a 6 de outubro, dia em que atingiram um recorde de 155 euros por megawatt-hora (MWh), caindo a pique no mesmo dia após Putin ter anunciado o envio de mais gás para a Europa, fechando 26% abaixo da alta, a 114 euros/MWh.

O que acontece ao gasoduto Nord Stream 2?

Como parte de possíveis sanções caso a Rússia invada a Ucrânia, a chefe da diplomacia alemã já assinalou que pode suspender o novo gasoduto Nord Stream 2, que liga diretamente a Rússia à Alemanha. Este gasoduto foi projetado precisamente para aumentar as importações de gás para a Europa, mas sublinha, simultaneamente, a dependência energética do continente face a Moscovo.

A rota, que decorre em paralelo com o gasoduto existente Nord Stream 1, permitirá duplicar a capacidade de exportação anual para 110 mil milhões de metros cúbicos, cerca de metade do total das exportações de gás da Rússia para a Europa por ano. No entanto, embora a construção do Nord Stream 2 esteja concluída, ainda não recebeu “luz verde” das autoridades alemãs para começar a funcionar.

Assim, caso o gasoduto não avance por razões políticas, as preocupações sobre o fornecimento de gás na Europa para o longo prazo irão aumentar, o que torna necessário que o continente europeu procure outras fontes de abastecimento.

Há planos para encontrar outras fontes de fornecimento de gás?

Esta semana, os Estados Unidos iniciaram conversações com grandes países e empresas produtores de energia para assegurar um fluxo de gás ininterrupto para a Europa durante o resto do Inverno se a Rússia invadir a Ucrânia. “Temos estado a trabalhar para identificar volumes adicionais de gás natural não russo de várias áreas do mundo; do Norte de África, do Médio Oriente à Ásia e aos Estados Unidos”, afirmou um alto funcionário da administração norte-americana, citado pela Reuters sob condição de anonimato.

Contudo, o plano de Washington é complicado devido ao facto de os maiores produtores de gás natural liquefeito (GNL) já estarem a produzir o máximo que podem, pelo que há pouco disponível para substituir os grandes volumes de gás russo que abastecem a Europa, que, segundo o mesmo funcionário, ascendem a 40 mil milhões de metros cúbicos por ano, avançou ainda a Reuters. Ainda assim, está prevista para 7 de fevereiro uma reunião entres os responsáveis políticos com a pasta da Energia da UE e dos EUA.

“Para garantir que a Europa seja capaz de atravessar o Inverno e a Primavera, esperamos estar preparados para assegurar abastecimentos alternativos que cubram uma maioria significativa do potencial défice”, disse o funcionário. Nesse sentido, considera fulcral identificar as zonas “que seriam mais afetadas pelo corte de abastecimento russo e onde o armazenamento é inferior ao de outros locais na Europa“.

A Europa, em resposta ao abastecimento de gás russo inferior ao esperado, já começou a comprar GNL aos Estados Unidos por meio de navios-tanque originalmente destinados à Ásia. A notícia da compra de gás aos norte-americanos, na altura, causou uma descida nos preços de referência do gás natural europeu.

Quais as consequências para a Europa caso Putin encerre os gasodutos? E para a Rússia?

Uma das conclusões da mais recente simulação de cenários de catástrofe elaborada pela Rede Europeia de Operadores de Sistemas de Transmissão de Gás foi que “a infraestrutura europeia de gás proporciona flexibilidade suficiente para que os Estados-membros da UE […] assegurem a segurança do fornecimento de gás”, mas na altura do exercício, não foi considerado o atual cenário de tensão nas fronteiras de Leste da Europa com a Rússia.

Ainda assim, a revista The Economist fez algumas contas para o caso de a Rússia interromper o abastecimento de gás para a Europa. Um corte total custaria à Gazprom entre 203 e 228 milhões de dólares por dia, o equivalente a 20 mil milhões em três meses.

Não se sabe se a ameaça de sanções “sem precedentes” pelo Ocidente podem ser dissuasoras para Putin, sendo que Moscovo já se habituou a viver com elas sem grandes efeitos para a sua economia, mas é preciso notar que, a hoje, nunca envolveram o principal motor da sua economia: o setor energético. Quererá o Presidente russo envolver-se num novo conflito, que, além disso, custará muitas vidas?

Para a Europa, um conflito teria o efeito de acelerar os planos para reduzir a dependência energética da Rússia, que não têm saído do papel. A comissária europeia para a Energia, Kadri Simson, já disse que há gás suficiente para satisfazer as necessidades do bloco comunitário durante a época alta da procura no Inverno até ao final de março. Contudo, resta saber quanto terão de pagar por ele, sendo que vários Estados-membros têm gastado milhares de milhões de euros em medidas para proteger a população dos preços recorde do gás, o que, por sua vez, fez subir os custos da eletricidade.

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CNE garante condições para o voto em “absoluta segurança”

  • Lusa
  • 29 Janeiro 2022

CNE assegura que estão reunidas "todas as condições para que o voto seja exercido em absoluta segurança” e disse que todos devem votar, mesmo se estiverem em isolamento devido à Covid-19.

A Comissão Nacional de Eleições (CNE) assegurou que o voto nas eleições legislativas antecipadas deste domingo “é seguro” e defendeu que todos os eleitores “devem votar, independentemente de estarem em isolamento” devido à Covid-19.

“Apesar de estas eleições ainda se realizarem no contexto da pandemia de Covid-19, estão reunidas todas as condições para que o voto seja exercido em absoluta segurança”, afirmou a substituta do presidente da CNE, Vera Penedo, sublinhando que “os locais de votação foram preparados de modo a não existirem condições favoráveis ao contágio”.

Numa conferência de imprensa realizada no auditório Almeida Santos, na Assembleia da República, em Lisboa, destacou que “foram fornecidos aos membros de mesa e demais pessoas envolvidas no processo os equipamentos de proteção individual” e apelou aos cidadãos para respeitarem as recomendações das autoridades de saúde, notando ainda que “estarão disponíveis máscaras para as pessoas que as solicitem” nas assembleias e secções de voto.

“As votações antecipadas decorreram de forma tranquila. Sublinha-se, também, que a campanha eleitoral se desenrolou sem incidentes, tendo as candidaturas tido a oportunidade de apresentar as suas propostas e programas num quadro de normalidade democrática”, referiu a dirigente da CNE, acompanhada ainda pelo porta-voz do organismo, João Tiago Machado, e pelo secretário da comissão, João Almeida.

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