EDP vende défice tarifário por 562 milhões de euros

A EDP vendeu mais uma parcela do défice tarifário de 2021, desta vez por 562 milhões de euros.

A EDP anunciou esta terça-feira em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) que a SU Eletricidade vendeu 32,1% do défice tarifário de 2021 relativo ao sobrecusto com a produção em regime especial (renováveis) por um montante de 562 milhões de euros.

Este défice tarifário resulta do diferimento por 5 anos da recuperação do sobrecusto de 2021 com a aquisição de energia aos produtores em regime especial (incluindo os ajustamentos de 2019 e 2020)”, explica a empresa liderada por Miguel Stilwell d’Andrade em comunicado. Esta venda permite antecipar o encaixe deste valor que lhe é devido pelo sistema elétrico.

A SU Eletricidade (ex-EDP Universal) é o comercializador de último recurso do sistema elétrico português, sendo detido a 100% pela EDP, e opera no mercado regulado para menos de um milhão de consumidores.

Com esta operação, a EDP já terá vendido mais de 75% do défice tarifário de 2021, de acordo com os cálculos do ECO com base nos comunicados da empresa ao mercado. Ao todo, a elétrica já encaixou mais de 1,3 mil milhões de euros com o défice tarifário de 2021.

Este sobrecusto que gerou o défice tarifário diz respeito ao diferencial do custo da energia adquirida a produtores em regime especial com tarifa fixa, “baseado em acordos estabelecidos no passado quando a energia elétrica estava muito mais cara antes da crise financeira de 2008”. A redução da fatura da eletricidade no passado reflete-se nos custos atuais uma vez que a diferença tem de ser devolvida às empresas.

(Notícia atualizada às 18h58 com mais informação)

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Banco de Fomento lança dois programas de capitalização de 650 milhões

Programa de Recapitalização Estratégica tem uma dotação de 400 milhões de euros e não 300 como estava inicialmente previsto e o Programa Consolidar vai ter uma dotação de 250 milhões.

O Banco Português de Fomento (BPF) lançou esta terça-feira os dois primeiros programas de apoio à capitalização de empresas, com uma dotação global de 650 milhões de euros, assegurados pelo Plano de Recuperação e Resiliência.

O Programa de Recapitalização Estratégica e o Programa Consolidar são os dois que avançam já e têm por objetivo apoiar a solvabilidade e resiliência financeira de empresas nacionais estratégicas e o investimento produtivo, em crescimento e consolidação empresarial, explica a instituição liderada por Beatriz Freitas em comunicado, mas que foi avançado em primeira mão ao Público.

O Programa de Recapitalização Estratégica tem uma dotação de 400 milhões de euros e não 300 como estava inicialmente previsto, quando foram publicadas em Diário da República as regras do Fundo de Capitalização e Resiliência (FdCR). O programa visa repor os capitais próprios de empresas de interesse estratégico nacional, com foco em médias empresas, small mid caps e mid caps, para níveis pré-pandemia.

Os investimentos são feitos através de investimento direto e/ou garantias usando instrumentos de capital ou, preferencialmente, empréstimos participativos ou outros instrumentos de quase-capital, este programa visa ajudar a suprir o hiato de financiamento que, atualmente, deverá ser superior a dois mil milhões de euros em matéria de capitalização e a oito mil milhões de euros em termos de empréstimos.

Os empréstimos são feitos a dez anos, mas pode haver exceções quando devidamente justificadas, “nomeadamente dado o interesse estratégico e a impossibilidade de prever uma saída no prazo definido no ponto anterior, as operações poderão prever prazos mais longos”, pode ler-se na ficha técnica do produto.

Já o programa Consolidar vai ter uma dotação de 250 milhões de euros para apoiar a subscrição de fundos de capital de risco para investimento em PME e mid caps, que sofreram com a pandemia, mas economicamente viáveis e com potencial de recuperação. “O Programa Consolidar pretende promover o crescimento, expansão, consolidação de projetos empresariais, bem como o desenvolvimento de novas áreas de negócio e novos produtos, através da restruturação dos respetivos modelos de negócio e a profissionalização e reforço da equipa de gestão dos beneficiários finais”, explica a ficha deste produto.

O banco explica que será dada prioridade aos intermediários financeiros cuja política de investimento privilegie investimentos no setor da indústria, agrobusiness, saúde, comércio, turismo, transportes e logística, e serviços. Por outro lado, o investimento nos fundos de capital de risco terá condições de investimento iguais às dos investidores privados em cada fundo de capital de risco, nomeadamente um investimento mínimo de dez milhões de euros e máximo de 50 milhões; comparticipação máxima de 70% da dotação total de cada fundo de capital de risco; comparticipação privada de pelo menos 30% do capital total subscrito de cada fundo de capital de risco e uma dimensão mínima de cada fundo de capital de risco de 40 milhões de euros.

O Banco de Fomento detalha ainda que o financiamento máximo por beneficiário final pode ser de até 25% do capital subscrito pelo fundo de capital de risco e um máximo de 25 milhões de euros, mas que esses “montantes poderão ser potenciados por possíveis operações de co-investimento com outros investidores”. Por outro lado, “as operações no beneficiário final devem ter pelo menos 70% do montante investido com recurso a instrumentos de capital e quase-capital, “seja através de ações ordinárias ou preferenciais e/ou prémios de emissão, financiamentos classificados entre capital próprio e dívida, ou uma combinação de ambos”.

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Vendas da Sonae MC sobem 6,3% para 5.362 milhões de euros em 2021

O volume de negócios da Sonae MC atingiu os 5.362 milhões de euros, segundo os números das vendas preliminares do ano passado.

A Sonae MC viu o volume de negócios crescer 6,3% para 5.362 milhões de euros em 2021, registando um incremento na base comparável de lojas de 3,4%, segundo as vendas preliminares anunciadas pela empresa esta terça-feira, em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

A empresa sublinha que este desempenho foi “obtido em cima do crescimento de 2020 e sustentado em todos os segmentos de negócio”, tendo recebido também o contributo das “fortes vendas durante a época festiva”. Além disso, ocorreu num “contexto de inflação alimentar reduzida (inferior a 1%), apesar da tendência crescente no final do ano”.

Os supermercados são a rubrica mais relevante para o volume de negócios da Sonae MC, tendo registado um crescimento homólogo de 5,9%. Mas o maior aumento face ao ano passado foi verificado nos novos negócios de crescimento e outros, cujo volume de negócios subiu 16,5% para os 885 milhões de euros. Tal foi potenciado pela “normalização dos hábitos dos consumidores e os esforços de expansão”.

É ainda de sublinhar que as vendas online aumentaram cerca de 30%. Já no que diz respeito à expansão da rede, em 2021, a empresa “abriu 64 lojas próprias (das quais 12 lojas de proximidade Continente Bom Dia), adicionando 25 mil metros quadrados de área de venda”. Assim, no final do ano, o parque de lojas da Empresa era composto por 1.343 unidades (incluindo franquias).

A Sonae MC salienta ainda que os volumes do mercado de retalho alimentar em Portugal “continuaram a aumentar, num contexto de recuperação económica e gradual normalização do consumo, apesar de ainda marcado pela incerteza e pelas restrições associadas à pandemia”.

(Notícia atualizada às 18h48)

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Semana de 4 dias, salário mínimo e precaridade. As propostas dos partidos para o trabalho

Depois de ter sido uma das chaves para a reprovação do OE2022, a lei laboral assume agora particular relevo nos programas eleitorais dos partidos. As propostas são muitas e variadas.

Nos programas eleitorais apresentados para a ida às urnas deste domingo, há muitas e variadas propostas dirigidas ao mundo do trabalho. Há quem queira aumentar o salário mínimo para mil euros, mas também quem queira acabar com ele, substituindo-o por vários valores definidos município a município. Há quem queira travar os despedimentos, mas também quem queira reduzir a sua complexidade. O ECO sistematiza as promessas em cinco grandes pontos.

Como deverá evoluir o salário mínimo?

A evolução do salário mínimo nacional é uma das questões que todos os anos divide as forças políticas e na campanha para as eleições de 30 de janeiro não está a ser diferente.

Se, por um lado, o PS quer que a trajetória da retribuição mínima mensal garantida conste de um acordo de médio prazo firmado em sede de Concertação Social, “evoluindo em cada ano em função da dinâmica do emprego e do crescimento económico com o objetivo de atingir pelo menos os 900 euros em 2026“, por outro o PSD não fixa uma meta numérica para a evolução do salário mínimo nacional e defende que esta deve ser discutida com os parceiros sociais, em linha com a inflação e os ganhos de produtividade.

Já o Bloco de Esquerda entende que, ao longo da legislatura, o salário mínimo nacional deverá ser atualizado a um “ritmo anual de, pelo menos, 10%“, de modo a “diminuir a diferença em relação ao salário mínimo de Espanha”, que hoje está situado em 965 euros mensais (a 14 meses).

Também à esquerda, a CDU quer que a retribuição mínima mensal garantida suba, já este ano, para 800 euros, sendo que acabou de ser atualizada (em janeiro) para 705 euros. Esta coligação defende, depois, um novo aumento para 850 euros “a curto prazo”.

Por sua vez, o PAN propõe aumentar “gradualmente” o salário mínimo nacional acima da inflação e da variação do salário médio do ano anterior, “fixando-o, pelo menos, em 905 euros no termo da legislatura”, ou seja, mais cinco euros do que a meta dos socialistas.

À direita, a Iniciativa Liberal avança com uma proposta diferente: quer substituir o salário mínimo nacional por um salário mínimo municipal, que passaria a ser aprovado em Assembleia Municipal por sugestão do executivo camarário.

E o que quer o Livre? Para o partido de Rui Tavares, a retribuição mínima mensal garantida deveria atingir os mil euros até ao final da legislatura, mais 100 euros que o objetivo traçado pelo PS.

De notar que, nos seus programas eleitorais, nem o CDS-PP nem o Chega têm propostas sobre esta matéria.

Propostas para combater a precariedade

O combate à precariedade é um dos temas em destaque nas propostas dos vários partidos para o mercado de trabalho.

Depois de a Agenda do Trabalho Digno ter recebido “luz verde” em Conselho de Ministros poucos dias antes do chumbo da proposta de Orçamento do Estado para 2022, o PS quer agora aprová-la na Assembleia da República até julho deste ano, caso saia vitorioso da ida às urnas de 30 de janeiro. Neste pacote de alterações à lei laboral, constam várias medidas que visam combater a precariedade, como a melhoria da regulação do trabalho temporário, a criminalização do trabalho não declarado, o reforço dos poderes da Autoridade para as Condições do Trabalho e a regulação do trabalho nas plataformas digitais — criando-se uma presunção de laboralidade adequada a esta realidade.

Além disso, os socialistas prometem “implementar a contribuição adicional por rotatividade excessiva“, taxa que já consta do Código do Trabalho desde 2019, mas não saiu do papel até ao momento, uma vez que ainda é preciso que o Governo publique um decreto regulamentar. O PS quer, também, “aprofundar as exigências dos estágios profissionais apoiados, de modo a reforçar os critérios de aprovação das candidaturas, a ligação com a empregabilidade direta dos jovens por parte das empresas e os níveis das bolsas praticadas, e ainda melhorar a regulação dos estágios não apoiados, de modo a prevenir abusos”.

Já o PSD “defende o aprofundamento da fiscalização e o combate à utilização injustificada de formas precárias e segmentadas de trabalho“, mas não dá mais detalhes sobre o que faria a este respeito, se conseguisse a vitória nas eleições legislativas. Propõe, por outro lado, uma “aposta firme” na criação de incentivos à inserção dos jovens e desempregados no mercado de trabalho.

À esquerda, o BE defende a aprovação de uma nova lei de combate ao trabalho temporário e ao falso outsourcing, através nomeadamente da limitação dos fundamentos e da duração do trabalho temporário para um máximo de seis meses, da obrigação de vinculação à empresa utilizadora ao fim de meio ano, da aplicação das regras das convenções coletivas da empresa aos trabalhadores em outsourcing, da possibilidade de quem está nessa situação ser representado pelas organizações da empresa utilizadora, da proibição da empresa que extingue um posto de trabalho contratar para funções equivalentes alguém em outsourcing e da proibição da externalização de funções relativas ao objeto social central da empresa.

Ainda no que diz respeito à precariedade, os bloquistas querem fixar a obrigação de celebrar contratos com as plataformas digitais, quando há presunção de contrato, sem intermediários, bem como a revogação do alargamento do período experimental para jovens à procura do primeiro emprego e desempregados de longa duração — ou seja, defendem a reversão de uma das medidas mais polémicas da revisão de 2019 do Código do Trabalho. Sugerem ainda a restrição de utilização de contratos a prazo apenas às situações de substituição temporária e de pico ou sazonalidade de atividade e a eliminação das exceções legais que permitem a sucessão de contratos a termo.

Além disso, o BE defende a “limitação da utilização abusiva de estágios apoiados pelo Instituto do Emprego e Formação Profissional“, com a criação da obrigação de as empresas integrarem, pelo menos, um em cada três estagiários e com o “reforço da fiscalização relativa aos falsos estágios e à utilização de estágios sucessivos para ocupar funções permanentes nas empresas”.

Por outro lado, o Chega propõe a criação de incentivos para as empresas que “contratem sem termo certo jovens ou jovens que tenham emigrado há, pelo menos, dois anos para combater a precariedade laboral e o recurso abusivo a estágios”.

A CDU, por sua vez, promete, no seu programa eleitoral, combater a precariedade, com a “garantia de que a um posto de trabalho permanente corresponda um contrato de trabalho efetivo“.

À direita, a Iniciativa Liberal defende o combate à segmentação do mercado de trabalho, “entre contratos a termo e contratos de prestações de serviços, por um lado, e contratos sem termo, por outro”.

Já o PAN entende que é preciso reforçar o número de efetivos da Autoridade para as Condições do Trabalho, “assegurando uma fiscalização e intervenção mais eficaz que impeça o recurso à contratação de trabalhadores com vínculo precário para o desempenho de funções permanentes, bem como o não cumprimento da promoção da igualdade remuneratória entre homens e mulheres por trabalho igual ou de igual valor”.

O partido de Inês Sousa Real quer, além disso, reforçar os incentivos à conversão de estágios em contratos sem termo, através do cofinanciamento, nos primeiros seis meses, dos contratos permanentes.

No combate à precariedade, o Livre quer o reforço da capacidade da Autoridade para as Condições do Trabalho, “com a finalidade de erradicar os estágios não remunerados ou pagos abaixo do salário mínimo”, bem como de eliminar os “falsos contratos de trabalho no Estado com o nome de Contratos de Inserção do IEFP, limitar a subcontratação no Estado apenas a situações justificadas e que garantam que os trabalhadores subcontratados gozam de condições contratuais comparáveis à Administração Pública”.

Este partido defende também a “erradicação dos falsos recibos verdes e dos falsos estágios“, a regulação do recurso ao trabalho temporário, a restrição dos contratos a prazo a funções comprovadamente temporárias e o combate ao recurso abusivo ao estatuto de bolseiro.

O CDS-PP não tem propostas sobre esta matéria.

“Mais tempo para viver”

A expressão “mais tempo para viver” é do PAN, mas está espelhada, de um forma ou de outra, na maioria dos programas dos partidos para as eleições legislativas, numa altura em que a discussão sobre a conciliação da vida profissional, pessoal e familiar tem conquistado cada vez mais terreno.

Neste âmbito, os socialistas prometem “promover um amplo debate nacional e na Concertação Social sobre novas formas de gestão e equilíbrio dos tempos de trabalho, incluindo a ponderação da aplicabilidade de experiências como a semana de quatro dias em diferentes setores e o uso de modelos híbridos de trabalho presencial e teletrabalho, com base na negociação coletiva”.

Também os bloquistas querem abrir a porta à semana de quatro dias, ideia que já foi testada noutros países, mas que as confederações patronais já avisaram, conforme escreveu o ECO, que não tem “pernas para andar” em Portugal, pelo menos, nos próximos anos.

Sobre o tempo de trabalho, o Bloco de Esquerda defende ainda a redução do horário de trabalho para 35 horas, a reposição do pagamento integral das horas extra — ou seja, eliminado a “herança” da troika neste ponto –, a limitação e regulação da figura da “isenção de horário” e da generalização da laboração contínua e a “devolução dos três dias de férias “retirados pela direita” — isto é, o partido de Catarina Martins quer que os trabalhadores tenham 25 dias de férias por ano.

O BE promete também o reconhecimento de mais direitos a quem trabalha por turnos, nomeadamente com a definição de pausas e tempos de descanso e fins de semana, com a redução dos tempos de trabalho e com a majoração dos dias de férias.

Também à esquerda, a CDU propõe a redução da semana de trabalho para 35 horas, “sem perda de remuneração nem de outros direitos”, a consagração de 25 dias úteis de férias para todos os trabalhadores e garantia dos direitos no trabalho por turnos.

À direita, sobre o tempo de trabalho, a Iniciativa Liberal defende o reestabelecimento do banco de horas individual, figura que foi eliminada na já mencionada revisão de 2019 do Código do Trabalho. A IL quer que seja agora “ressuscitada”, passando a ser aplicada “por comum acordo entre o empregado e o empregador, podendo o horário normal de trabalho ser aumentado até duas horas por dias, 50 por semana e 150 por ano”.

Já sob o lema “mais tempo para viver”, o PAN quer repor o valor do trabalho suplementar, estabelecer o horário semanal de 35 horas para todos os trabalhadores, fixar o período de férias de 25 dias úteis (ou 30 dias úteis, no caso das pessoas com incapacidade superior a 60%), aos quais pode acrescer um dias útil por cada cinco anos acima dos 50, e consagrar a Terça-Feira de Carnaval como feriado obrigatório (atualmente, é facultativo). À semelhança do BE e da CDU, este partido também promete reforçar os direitos dos trabalhadores em regime de trabalho noturno e por turnos.

Na mesma linha, o Livre quer “aumentar o tempo disponível para todos”, com a implementação imediata das 35 horas semanais e dos 25 dias de férias, com progressão até 2030 para 30 horas semanais e 30 dias de férias anuais. Tal garante, explica o partido, “uma maior distribuição do trabalho”.

Neste ponto, o Livre sugere ainda não aumentar a idade legal de acesso à pensão de velhice e permitir a redução do horário de trabalho em função da idade do trabalhador sem perda de rendimento, em alternativa à reforma total. O partido de Rui Tavares defende ainda a promoção da flexibilidade dos horários, para a “efetiva e saudável articulação entre as esferas laboral e pessoal”.

Nos programas apresentados para as eleições de 30 de janeiro, PSD, Chega e CDS-PP não têm propostas sobre esta matéria.

Que medidas há para os trabalhadores independentes?

À parte das medidas desenhadas para os trabalhadores por conta de outrem, é importante também sistematizar as propostas que foram pensadas pelos partidos para os trabalhadores independentes, ainda que não sejam muitas.

Neste âmbito, o PS promete alargar a cobertura da contratação coletiva aos trabalhadores independentes economicamente dependentes, bem como aos trabalhadores em outsourcing, medida que faz parte da Agenda do Trabalho Digno.

Já o PSD propõe a redução para metade do prazo de garantia do subsídio por cessação de atividade. Isto “a fim de abranger os trabalhadores independentes que cessem de forma involuntário o contrato de prestação de serviços com a entidade contratante”, nos períodos de Estado de Emergência e Estado de Calamidade.

À esquerda, os bloquistas defendem a regularização dos falsos recibos verdes, “com metas concretas para obrigar à celebração de contrato a dezenas de milhares de trabalhadores, utilizando a Ação Especial de Reconhecimento do Contrato de Trabalho e com a inclusão de um critério de exclusão de empresas com falsos recibos verdes em qualquer contrato com o Estado“.

Por sua vez, a Iniciativa Liberal sugere aumentar o limite de isenção de IVA aos trabalhadores independentes, passando esse teto para 20.000 euros, “de forma a permitir maior simplicidade fiscal e reduzir custos de cumprimento de obrigações fiscais“.

Para “proteger o trabalho independente”, o Livre quer estabelecer uma retribuição horária mínima garantida de dez euros para estes portugueses, além de criar um novo estatuto de proteção do trabalho independente pela Segurança Social, ajustar a tabela de retenção para os trabalhadores independentes e reforçar a capacidade de negociação coletiva destes cidadãos.

Nem o Chega, nem a CDU, o PAN e o CDS-PP têm referências diretas aos trabalhadores independentes, nos seus programas eleitorais.

Outras ideias para um mundo do trabalho em mudança

Além dos quatro pontos já focados, os partidos prepararam também outras propostas para o mercado de trabalho português.

O PS, por exemplo, promete clarificar na lei as condições de exercício dos diretos sindicais nas empresas, além de ponderar com os parceiros sociais mecanismos de reforço da prevenção de conflitos laborais, em especial no âmbito da negociação coletiva. Quer também discutir na Concertação Social eventuais estímulos à participação de empresas e trabalhadores em associações e reavaliar a utilização do fundo de compensação do trabalho, “a fim de melhorar o seu enquadramento e impacto nas relações laborais”.

Já o PSD defende que é preciso “dissuadir as múltiplas formas de assédio no local de trabalho, como condicionantes da liberdade e ofensivas da dignidade da pessoa”, bem como apostar na formação profissional ao longo da vida, valorizar a Concertação Social e limitar a intervenção do Estado nos processos de negociação coletiva.

À esquerda, o BE quer o relançamento da contratação coletiva e do sistema coletivo de relações laborais, insistindo no polémico fim da caducidade unilateral dos instrumentos de regulação coletiva de trabalho, mas também na reposição do tratamento mais favorável ao trabalhador e no alargamento dos mecanismos de arbitragem. Os bloquistas exigem também o fim da “herança” da troika, com a reposição do valor das compensações por despedimento e das regras anteriores ao período de intervenção.

Ainda sobre os despedimentos, o Bloco de Esquerda propõe que sejam todos travados, exceto aqueles que forem levados a cabo por justa causa, em empresas com resultados positivos no ano anterior. Este partido defende também a revogação da norma que impõe que o recebimento da compensação do trabalhador vale como presunção de que ele aceita o despedimento e não pode contestar a sua licitude. Por outro lado, o BE quer reconhecer no Código do Trabalho o trabalho doméstico assalariado e o trabalho profissional associado aos cuidados e consagrar aí o subsídio de alimentação para todos os trabalhadores do privado.

Outra das medidas dos bloquistas é a definição de leques salariais de referência, nos setores público e privado, para combater as desigualdades salariais. “As empresas que ultrapassem esse leque serão excluídas de qualquer apoio público e benefício fiscal, bem como excluídas da possibilidade de participar em arrematações e concursos públicos”, sugere o BE.

Também a CDU quer acabar com as “normas gravosas do Código do Trabalho“, isto é, pôr fim à caducidade da contratação coletiva e repor o princípio do tratamento mais favorável. Esta coligação defende, por outro lado, para a Administração Pública, a revogação do sistema de avaliação de desempenho (o SIADAP), a revisão da Tabela Remuneratória Única e a reposição “do poder de compra perdido” pelos funcionários públicos, medidas reivindicadas pelos sindicatos que não têm tido resposta ao longo dos anos.

À direita, a Iniciativa Liberal propõe colocar no recibo de vencimento os custos suportados pela entidade empregadora a nível de Segurança Social, de modo a demonstrar o “salário real”. A pensar no futuro, este partido quer também promover os nómadas digitais e o trabalho remoto, o que passa nomeadamente pela revisão das regras recentemente aprovadas pela Assembleia da República. A IL quer, além disso, reduzir a complexidade administrativa dos processos de despedimento individual.

E o PAN, o que defende? O partido de Inês Sousa Real quer aumentar a compensação em caso de despedimento e revogar a presunção de aceitação de despedimento coletivo em virtude da aceitação da compensação paga pelo empregador, além de propor a salvaguarda da privacidade dos trabalhadores, “não permitindo que a entidade patronal tenha acesso ao conteúdo de e-mails, nomeadamente de cariz pessoal, remetidos ou recebidos através de computador disponibilizado pelo empregador”.

Já o Livre, no capítulo dos salários, propõe fixar um rácio máximo de desigualdade remuneratória em cada empresa, organização ou setor, indexar os salários à inflação e limitar os bónus e prémios atribuídos a acionistas, “promovendo a sua distribuição a todos os trabalhadores”.

Por outro lado, este partido defende a reativação da negociação coletiva e o alargamento do leque de matérias a negociar. Quanto ao teletrabalho, o partido de Rui Tavares entende que deve ser alargado o direito aos trabalhadores com filhos ou dependentes até aos 12 anos, trabalhadoras grávidas, trabalhadores a quem seja atribuído o estatuto de cuidador não principal, trabalhadores com doença crónica ou com grau de incapacidade igual ou superior a 60% e trabalhadores-estudantes. Defende também a clarificação do pagamento, por parte do empregador, de um valor mínimo para despesas correntes, indexado ao valor do salário mínimo nacional e o pagamento do subsídio de almoço.

E com os olhos no futuro, o Livre propõe a criação de um sistema público de formação pós-laboral, “que permita a empresas e trabalhadores ganharem novas competências”, bem como de um programa de apoio à digitalização e otimização das empresas, acompanhado de um programa de recursos humanos a médio prazo. Por outro lado, este partido sugere taxar as empresas que despeçam ou extingam postos de trabalho por introdução de automação, revertendo esse valor para a Segurança Social, para um fundo específico de reconversão profissional dos trabalhadores afetados ou “mesmo para constituir uma das fontes de financiamento do Rendimento Básico Incondicional“.

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Comissão Europeia pode congelar fundos à Polónia e Hungria antes de abril

O comissário europeu do orçamento admitiu que a Comissão Europeia poderá propor o congelamento dos fundos europeus para a Hungria antes de abril, mês das eleições parlamentares húngaras.

A Comissão Europeia poderá propor o congelamento dos fundos europeus para a Hungria e a Polónia, com base nas preocupações sobre o Estado de Direito nesses países, antes de abril, ou seja, antes das eleições parlamentares húngaras que se realizam a 3 de abril. Essa possibilidade foi admitida esta terça-feira pelo austríaco Johannes Hahn, comissário europeu do orçamento, e no dia em que se sabe que o tribunal europeu irá pronunciar-se sobre o mecanismo de condicionalidade em fevereiro.

Temos de agir de acordo com as diretrizes e as regras e não podemos olhar para as datas das eleições“, disse Hahn, citado pelo Euractiv, quando questionado sobre o calendário da ação do executivo comunitário. Assim, a decisão pode chegar antes das eleições húngaras onde o Fidesz de Viktor Órban, cuja retórica passa por uma crítica feroz aos “burocratas” de Bruxelas, enfrenta uma mega coligação transversal a toda a oposição.

Esta declaração surge no mesmo dia em que se sabe que o Tribunal de Justiça da União Europeia irá divulgar a sua sentença sobre o mecanismo de Estado de Direito no dia 16 de fevereiro, segundo o Politico, após a Hungria e a Polónia terem questionado a legalidade dessa legislação aprovada a nível europeu para viabilizar a “bazuca”, argumentando que não dá certezas a nível legal e que viola os tratados europeus. A expectativa é que os juízes europeus rejeitem as ações destes dois países, na sequência do parecer dado pelo advogado-geral do TJEU de que o mecanismo de condicionalidade é legal.

O mecanismo permite que a Comissão Europeia suspenda ou reduza a transferência de fundos europeus caso o Estado de Direito seja desrespeitado num Estado-membro, na medida em que tal afete os interesses financeiros da União Europeia “de forma suficientemente direta”. Por exemplo, se a fiscalização nacional da execução dos fundos europeus não estiver a cumprir os requisitos europeus. Porém, a Comissão ainda não aplicou o mecanismo porque há um acordo tácito de que primeiro o TJEU terá de se pronunciar e só depois atuará.

Ainda assim, o executivo comunitário liderado por Ursula Von der Leyen enviou duas cartais informais à Polónia e à Hungria com uma lista de questões sobre as preocupações que tem relativamente ao cumprimento do Estado de Direito e a ligação desses problemas aos interesses financeiros da UE. O Parlamento Europeu, desagradado com a espera, meteu a Comissão em tribunal para exercer pressão política.

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Porto de Sines com “melhor ano de sempre” em 2021 na carga contentorizada

  • Lusa
  • 25 Janeiro 2022

Apesar do aumento da carga movimentada no porto, verificou-se “uma diminuição do número de navios recebidos”, avança o porto alentejano.

O Porto de Sines (Setúbal) anunciou esta terça-feira que registou “o melhor ano de sempre” na carga contentorizada, ultrapassando a barreira de 1,8 milhões de TEU (unidade equivalente a 20 pés) movimentados em 2021. Apesar das adversidades do contexto pandémico, o Porto de Sines registou “um crescimento homólogo expressivo no conjunto de todos os segmentos de carga”, disse a Administração dos Portos de Sines e do Algarve (APS), em comunicado.

Na carga contentorizada, o crescimento “correspondeu a 13%, o que permitiu ultrapassar a barreira dos 1,8 milhões de TEU”, assinalou. A estes resultados, acrescentou, junta-se ainda o crescimento de “10% no volume de carga movimentada”, o que corresponde a “um total de 46,5 milhões de toneladas”.

Segundo a administração portuária, além dos contentores, “destacam-se ainda os Granéis Líquidos, nos quais se inclui o gás natural liquefeito, que, com um total de 4,1 milhões de toneladas movimentadas, foi responsável pelo abastecimento da quase totalidade do país”.

No entanto, e apesar do aumento da carga movimentada no porto, no ano passado, verificou-se “uma diminuição do número de navios recebidos” no porto alentejano, o que se traduziu “numa maior eficiência logística”.

“A ferrovia continua a ser o meio terrestre privilegiado de acesso ao porto”, tendo representado, no ano passado, “64% na distribuição modal e uma operação de cerca de 6.000 comboios”. E o “tráfego de ‘hinterland‘, onde se inclui Portugal e Espanha, ultrapassou os 464.000 TEU”, acrescentou a APS.

O Porto de Sines tem em curso as obras de expansão do Terminal de Contentores de Sines (Terminal XXI), o que vai permitir “aumentar a capacidade de movimentação anual de 2,3 para 4,1 milhões de TEU”, sublinhou a entidade gestora do porto.

Para a APS, “o crescimento global registado em 2021, apesar do contexto pandémico e dos seus impactos negativos, vem reforçar a notável capacidade de resposta de todos os stakeholders do Porto de Sines”.

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Catarina Martins diz que país não abdica de “contrato forte de governação”

A coordenadora bloquista defende uma "solução de Governo com contrato pelo país", sinalizando que prefere não negociar medida a medida.

A coordenadora do Bloco de Esquerda aponta que o país “não abre mão do contrato forte de governação para Portugal”, sinalizando assim que o partido não quer uma solução na qual se negoceia cada Orçamento do Estado. Catarina Martins defende uma “solução de Governo com contrato pelo país”.

Questionada pelos jornalistas se está disponível para abdicar de um contrato a quatro anos, Catarina Martins aponta que “o que nós não precisamos é de voltar atrás”. “Uma governação em ziguezague não serve o país, degrada a condição das pessoas”, atira a coordenadora bloquista, em declarações durante uma ação de campanha.

Catarina Martins salienta assim que o país “conta com o Bloco para impor um contrato de Governo”, apontando que é isso que vai fazer no dia 31 de janeiro, dia para o qual fez um convite a António Costa para trabalhar “uma agenda de medidas e metas para quatro anos”. Quanto à resposta a este convite, a bloquista ainda não se sinalizou avanços.

“O Bloco de Esquerda como terceira força política será a chave para uma solução de Governo“, sublinha a coordenadora bloquista, apontando assim que o objetivo do partido é voltar a ter um acordo escrito, e não negociar medida a medida.

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Unilever vai cortar 1.500 postos em funções de gestão

  • Lusa
  • 25 Janeiro 2022

A mudança no modelo de organização "irá resultar na redução de funções de gestão" na posição sénior "de cerca 15% e mais 5% em funções de gestão júnior, o equivalente a cerca de 1.500 funções".

A Unilever, grupo que detém marcas como Ben & Jerry’s, Dove ou Knorr, anunciou esta terça-feira alterações ao modelo de organização, que pretende simplificar, o que representa um corte de 1.500 funções de gestão. Em comunicado, o grupo explica que pretende, com a alteração do modelo de organização, torná-lo “mais simples” e “mais focado” nas categorias de negócio.

Esta proposta de novo modelo organizacional “irá resultar na redução de funções de gestão” na posição sénior “de cerca 15% e mais 5% em funções de gestão júnior, o equivalente a cerca de 1.500 funções” em termos globais, refere a Unilever.

As alterações “estarão sujeitas a consulta” e “não esperamos que as equipas das fábricas sejam afetadas por estas mudanças”, salienta a Unilever. “Todos os custos relacionados com a nova organização serão geridos dentro dos planos de investimento de reestruturação existentes”, acrescenta.

Neste sentido, o grupo irá afastar-se da sua atual estrutura matricial e será organizado em cinco áreas de negócio distintas: beleza e bem-estar; cuidados pessoais; cuidados com o lar; nutrição; e gelados. “Cada grupo de negócio será totalmente responsável pela sua estratégia, crescimento e entrega de lucros, globalmente”, lê-se no comunicado.

“O nosso novo modelo organizacional foi desenvolvido ao longo do último ano e foi desenhado para dar continuidade ao avanço que estamos a ver no desempenho dos nossos negócios”, afirma o presidente executivo da Unilever, Alan Jope, citado no comunicado.

A mudança para cinco grupos de negócio permitir-nos-á responder melhor às tendências do consumidor e do canal, com responsabilidade clara pela entrega. O crescimento mantém-se como a nossa principal prioridade e estas mudanças irão sustentar a nossa busca por isso”, acrescentou o responsável.

Esta mudança acontece após notícias recentes de que a empresa fez uma proposta não solicitada de 50 mil milhões de libras (cerca de 59,6 mil milhões de euros, à taxa de câmbio atual) para a compra da unidade de ‘health care’ da GlaxoSmithKline que foi rejeitada, o que levou a uma queda das ações e a uma reação dos investidores.

A Unilever detém mais de 400 marcas de consumo, incluindo maionese Hellmann’s, chá Lipton, sabonete Dove e a linha de desodorizante Rexona.

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Frota zero emissões dos CTT já chega aos 400 veículos. Empresa tem dois ‘hubs’ 100% elétricos

  • Capital Verde
  • 25 Janeiro 2022

A empresa estima que os novos veículos acabados de chegar percorram cerca de 1,5 milhões de quilómetros movidos puramente a eletricidade e assim evitem 320 toneladas de CO2. 

Os CTT – Correios de Portugal acabam de receber 73 novos carros elétricos, da marca Peugeot, com uma bateria 50 kWh e uma autonomia prevista de 200 quilómetros. Os veículos recém-chegados serão distribuídos por vários centros de entrega, o que permite aos CTT a expansão da sua frota sem emissões poluentes, que passa a contar com mais de 400 veículos movidos a eletricidade, dos quais cerca de 20 híbridos.

A empresa estima que os novos veículos percorram cerca de 1,5 milhões de quilómetros movidos puramente a eletricidade e assim evitem 320 toneladas de CO2. Além disso, a empresa já encomendou também 82 motociclos para distribuição com zero emissões.

Neste momento, os CTT já operam com dois ‘hubs’ totalmente elétricos em Lisboa. Nestes Centros de Entrega – Junqueira e Arroios – a atividade regular passou a ser totalmente efetuada sem emissão de poluentes, algo que será expandido também a outros centros dos CTT, refere a empresa em comunicado.

“Temos uma das maiores e mais modernas frotas nacionais de veículos e mantemos o nosso empenho em expandi-la de forma consistente através de soluções economicamente eficientes e que contribuam para um mundo mais sustentável”, diz João Bento, CEO dos CTT.

A partir de 2012 assistiu-se a um aumento gradual de veículos elétricos na frota dos CTT, com a incorporação de bicicletas elétricas, veículos de carga especialmente adaptados à distribuição postal e veículos ligeiros de mercadorias.

Nos últimos anos houve também uma aposta nos veículos ligeiros de passageiros, o que levou a uma melhoria na média anual de eficiência na frota na ordem dos 5,5% desde 2017.

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Diário de campanha. Rui Rio já vê PS a perder as eleições

  • Tiago Lopes
  • 25 Janeiro 2022

Prossegue a campanha dos vários partidos nas redes sociais. O PSD publicou uma imagem de Rui Rio onde destaca as palavras do seu líder que pede a António Costa para não "amedrontar as pessoas".

Com o avançar da pandemia de Covid-19, os partidos foram obrigados a fazer algumas alterações nas suas campanhas. É, por isso, esperado que muitas das suas ações passem por uma comunicação mais presente nas redes sociais. O ECO vai resumir diariamente até ao dia 30 de janeiro tudo o que de mais importante foi dito pelos principais intervenientes na corrida às legislativas de 2022.

As legislativas são só no domingo, mas o líder do PSD já dá como certo que o PS vai perder as eleições. Só que “quanto mais a luta aquece, mais força tem o PS”.

Na campanha eleitoral nas redes sociais esta terça-feira, o PSD destaca as declarações de Rui Rio sobre o adversário socialista: “António Costa está na iminência de perder as eleições e podia perdê-las com dignidade e não amedrontar as pessoas”, lê-se na publicação.

Por seu turno, o PS assinalou a passagem de António Costa pelo Mercado Municipal de Matosinhos com a publicação de várias fotografias. “Que emoção ser recebido por esta gente que se faz ao mar quando o mar está bravo ou quando está chão. Até dia 30, temos de seguir este exemplo, nunca virando a cara ao combate. Quanto mais a luta aquece, mais força tem o PS! Seguimos”, lê-se na publicação.

Depois de ter passado por Guimarães, onde esteve com lesados do BES e do Banif, o líder do Chega disse estar “muito orgulhoso com o apoio” destes. “Eles sabem que, com o Chega, os grandes banqueiros corruptos não se vão ficar a rir dos portugueses”, escreveu André Ventura no Twitter.

O PAN publicou uma mensagem onde “propõe ligar as capitais de distrito através da ferrovia e criar ligações de alta velocidade para a Europa até 2030” para combater a litoralização e promover a coesão territorial.

O social-democrata Ricardo Baptista Leite escreveu no Twitter que o “PSD é o único partido com as competências e a seriedade necessárias para abrir os novos horizontes para Portugal”.

E o Bloco publicou um vídeo onde Mariana Mortágua comenta que “a direita é um museu de velhas novidades”.

Por fim, a Iniciativa Liberal publicou no Twitter um vídeo de João Cotrim de Figueiredo no Especial Eleições do programa Isto é Gozar Com Quem Trabalha, de Ricardo Araújo Pereira. “Bom dia. O Liberalismo funciona e faz falta a Portugal”, lê-se na publicação.

O “Diário de campanha nas redes” é uma rubrica diária sobre os acontecimentos que estão a marcar a campanha eleitoral nas redes sociais.

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Setor da energia e Jerónimo Martins levam PSI-20 a perdas ligeiras

  • Joana Abrantes Gomes
  • 25 Janeiro 2022

A bolsa de Lisboa contrariou as restantes praças europeias e fechou a sessão desta terça-feira em terreno negativo. Galp Energia evitou queda mais expressiva.

A bolsa de Lisboa fechou a sessão desta terça-feira a registar perdas ligeiras, ao contrário das principais praças europeias. Das 12 cotadas que fecharam no vermelho, a EDP Renováveis e o grupo Jerónimo Martins estavam entre as principais quedas do PSI-20.

Enquanto na Europa o espanhol IBEX-35 somava 0,5%, o Stoxx 600 subia 0,8%, o alemão DAX e o francês CAC-40 avançavam 0,9% e o britânico FTSE 100 valorizava 1,1%, o português PSI-20 cedia 0,38%, caindo para 5.408,58 pontos.

Para a queda da bolsa de Lisboa contribuíram, sobretudo, as perdas da EDP e da sua subsidiária EDP Renováveis, que fecharam a depreciar 1,20% e 3,23%, respetivamente. Ainda nas energéticas, os títulos da Greenvolt caíram 1,36%, para 5,81 euros, enquanto a REN recuou 0,20%, para 2,50 euros.

As ações da Jerónimo Martins, por seu lado, recuaram 1,39%, para 20,50 euros, enquanto os títulos da NOS cederam 1,31%, para 3,46 euros.

Porém, a evitar uma queda mais expressiva do índice de Lisboa está outra empresa do setor energético, nomeadamente a Galp Energia, que fechou em terreno positivo. As ações da empresa liderada por Andy Brown registaram ganhos de 4,47%, para 9,68 euros, num dia em que foi anunciado que a sua startup GoWithFlow está a desenvolver soluções de mobilidade elétrica sustentável para os Estados Unidos.

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Portugal já entregou em Bruxelas pedido para receber novo cheque da bazuca

Depois de garantir o cumprimento dos 38 marcos e metas, Portugal pediu a Bruxelas o pagamento da primeira tranche do PRR. São 1.336 milhões de euros que somam aos 2,15 já recebidos em adiantamento.

Portugal já entregou em Bruxelas o pedido formal para receber a primeira tranche do Plano de Recuperação e Resiliência. A documentação foi entregue na última meia hora, confirmou o ECO, depois do país ter garantido o cumprimento dos 38 marcos e metas a que Portugal se tinha comprometido junto da Comissão Europeia. Em causa está um cheque de 1.336 milhões de euros. A informação foi avançada em primeira mão pelo Expresso.

Este passo foi possível depois de o ministro do Planeamento, Nelson de Souza, e do comissário europeu da Economia, Paolo Gentiloni, terem assinado na terça-feira o Acordo Operacional que regula a execução do PRR. Em causa está o pagamento de 1.336 milhões de euros, que acrescem aos 2,2 mil milhões de euros de pré-financiamento que Portugal já recebeu no verão de 2021, um valor equivalente a 13% do montante total do PRR.

O cheque segundo os cálculos do Governo deverá chegar durante o primeiro trimestre de 2022. “Em termos acumulados, Portugal terá assim recebido 3.494 milhões de euros, que correspondem a 21% do valor total do PRR”, disse Nelson de Souza em comunicado enviado às redações, quando da assinatura do Acordo Operacional.

Para receber os 1,3 mil milhões Portugal tem de ter cumprido as metas e marcos acordados. E, segundo Fernando Alfaiate, presidente da estrutura de missão Recuperar Portugal, que gere o PRR português, Portugal já concretizou os 38 indicadores necessários (34 marcos e quatro metas) — equivalente a 21 reformas concretizadas e 17 investimentos lançados.

Portugal foi o primeiro Estado-membro a entregar formalmente em Bruxelas o seu plano para aceder aos fundos do Mecanismo de Recuperação e Resiliência e o primeiro a vê-lo aprovado, tendo sido ainda dos primeiros países a receber verbas, a título de pré-financiamento. Mas não é o primeiro a pedir o cheque da primeira tranche. Nessa corrida já foi ultrapassado, por exemplo, por Espanha que assinou o seu acordo operacional em novembro do ano passado e recebeu o primeiro desembolso ainda em dezembro de 2021.

Depois deste pedido formal do cheque, na sequência da assinatura do acordo, ainda é necessário cumprir mais duas etapas. A Inspeção-Geral de Finanças tem de fazer uma auditoria ao sistema de gestão e controlo e parecer prévio da Comissão de Auditoria e Controlo e depois ser emitida uma declaração de gestão da Estrutura de Missão Recuperar Portugal, explicou ao ECO fonte oficial da estrutura liderada por Fernando Alfaiate.

(Notícia atualizada com mais informação)

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