Governo adia conferência de imprensa sobre voto dos eleitores em isolamento

  • Lusa
  • 18 Janeiro 2022

A conferência de imprensa de Van Dunem, Lacerda Sales e Graça Freitas foi adiada uma vez que o parecer da PGR sobre o voto de eleitores em isolamento não foi entregue.

A conferência de imprensa da ministra da Administração Interna sobre o voto dos eleitores em isolamento devido à covid-19 prevista para esta terça-feira foi adiada porque o parecer do Conselho Consultivo da Procuradoria-Geral da República (PGR) não chegou.

Ao meio da tarde, o Ministério da Administração Interna (MAI) anunciou que Francisca Van Dunem daria, cerca das 19:00, uma conferência de imprensa sobre o voto dos eleitores em isolamento com a presença do secretário de Estado Adjunto e da Administração Interna, Antero Luís, e da Diretora-Geral da Saúde, Graça Freitas.

Mais de uma hora depois os assessores de imprensa do MAI avisaram os jornalistas de que a conferência de imprensa tinha sido adiada porque o parecer do Conselho Consultivo da PGR não tinha chegado.

Segundo fonte do MAI, o Conselho Consultivo da PGR reuniu-se esta terça-feira e deliberou sobre o parecer, mas o documento ainda não chegou às mãos do Governo.

A nova conferência de imprensa ainda não tem nova data marcada.

O Governo pediu um parecer ao conselho consultivo da Procuradoria-Geral da República para saber se o isolamento no quadro da covid-19 impede o exercício do direito de voto ou se poderá ser suspenso para esse efeito.

Em 10 de janeiro, a ministra da Administração Interna disse que o parecer urgente pedido pelo Governo à PGR “versa sobre duas dimensões específicas”: “A forma de compatibilizar direitos constitucionais que são aqui conflituantes, por um lado, o direito ao sufrágio, depois, por outro lado, a proteção da saúde pública”.

“Uma segunda dimensão: o de saber se no exercício do direito que tiver preponderância se pode ou não haver algumas limitações e, em caso afirmativo, quais“, acrescentou. O Governo aguarda assim por este parecer para tomar “as iniciativas adequadas”.

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Búlgara LEV Ins quer iniciar atividade seguradora em Portugal

  • António Ferreira
  • 18 Janeiro 2022

Fundada em 1996 e controlada pelo grupo Lev Corporation, a seguradora tem suporte de investidores israelitas. Lidera em não-Vida na Bulgária e está a estender operação aos mercados UE.

A entidade de supervisão de seguros da Bulgária notificou a congénere de Lisboa sobre as intenções da companhia. Os planos da Lev Ins para Portugal visam exercício de atividade em regime de livre prestação de serviços (LPS), abrangendo seguros de ramos não-Vida, entre os quais Acidentes, Automóvel, Incêndio e outros danos gerais, conforme os códigos indicados na página do regulador búlgaro.

A búlgara Financial Supervision Commission (FSC) já deu nota à Autoridade de Seguros (ASF) das intenções da LEV Ins DA (Lev Ins). Embora ainda sem registo publicado no portal do organismo português, a notificação da FSC à homóloga ASF já foi feita, assegura o portal de informação que acompanha atualidade económica na região do sudeste europeu SeeNews (conteúdo em inglês).

Fundada em 1996 e controlada pela Lev Corporation, a companhia tem suporte financeiro de investidores israelitas (Rahiti Meir Classic Ltd). Dinâmica na estratégia de crescimento, a seguradora diversifica carteira de produtos e soluções de cobertura e expande na UE. Em setembro de 2021, informação disponível no website do supervisor búlgaro indica que, além da Alemanha, a Lev Ins planeava estender operações à Lituânia, Letónia e Estónia. Em 2020 iniciou operação na Grécia e em Espanha, revela histórico da seguradora que tem Valentin Iliev como Diretor Executivo.

Segundo destaca na sua página eletrónica, a Lev Ins está a subir há cinco anos consecutivos no ranking das maiores da região sudeste da Europa, posicionando-se 16ª entre as 100 maiores de 2020, conforme a lista produzida pela plataforma SeeNews. De acordo com a estatística do regulador búlgaro, a companhia detinha uma quota superior a 13% nos seguros de não-Vida, posicionada como a maior por volume de prémios emitidos no final do 3º trimestre de 2021.

Nos primeiros nove meses de 2021, o mercado búlgaro ultrapassou um equivalente a 1,2 mil milhões de euros em volume bruto de prémios de seguro, apontando crescimento de 12,7% face ao homólogo do ano anterior. O setor de não Vida, largamente mais representativo na estrutura do mercado, progrediu 9%, enquanto o volume bruto de prémios de Vida avançou 34%.

Lev Ins é líder local em não-Vida com quota superior a 12%, enquanto a Allianz Bulgaria Life dominava no negócio de Vida, com participação a corresponder a cerca de um terço do mercado (31%).

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Reino Unido prepara-se para deixar de pagar testes à Covid a partir de junho

  • ECO
  • 18 Janeiro 2022

As autoridades de saúde do Reino Unido preparam-se para deixar de comparticipar a 100% os testes à Covid aos cidadãos, a partir de junho.

O governo do Reino Unido prepara-se para deixar de comparticipar a 100% os testes à Covid aos cidadãos. A intenção consta de um documento interno e a medida deverá ser aplicada a partir de junho, segundo a Reuters (acesso condicionado, conteúdo em inglês).

Segundo a Reuters, esta medida já estava a ser planeada pelo governo britânico, contudo, foi adiada no início desde ano, na sequência do aumento de casos associados à variante Ómicron.

Desde abril de 2021 que no Reino Unido os testes à Covid estão disponíveis gratuitamente para pedidos online ou nas farmácias. Só entre 30 de dezembro de 2021 e 5 de janeiro de 2022, foram feitos mais de oito milhões de testes, o maior número semanal registado desde o início da pandemia, segundo a Agência de Segurança da Saúde do país.

O Ministério da Saúde britânico recusou-se a dizer quanto é que esta medida já custou aos cofres do Estado do Reino Unido, mas, uma fonte próxima indicou que uma caixa de sete testes pode chegar a custar 30 libras (cerca de 35,90 euros à taxa de câmbio atual).

Esta terça-feira foi também conhecido que a Alemanha estará a ponderar mudar a estratégia de testagem atual, sendo que a confirmar-se, o objetivo é fazer apenas testes PCR a pessoas sintomáticas e aos grupos vulneráveis. Esta intenção surge numa altura em que os laboratórios estão no limite de capacidade.

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Companhias aéreas suspendem alguns voos para os EUA por causa do 5G

Em causa estão receios sobre as consequências da 5G nos aviões, devido a possíveis perturbações nos instrumentos de bordo.

Algumas companhias aéreas decidiram cancelar ou suspender voos para os Estados Unidos, depois de alertas de dirigentes de dez transportadoras aéreas norte-americanas para preocupações sobre o potencial “caos” que pode resultar da presença da tecnologia de internet móvel 5G junto dos aeroportos.

Em causa estão companhias aéreas internacionais como a Emirates, do Dubai, a All Nippon Airways e a Japan Airlines, do Japão, e a indiana Air India, segundo avança a CNN (acesso livre, conteúdo em inglês).

A Emirates disse que ia suspender voos para nove aeroportos dos EUA, enquanto a Air India vai suspender o serviço entre o aeroporto de Delhi e São Francisco, Chicago e JFK, bem como um voo de Mumbai para Newark. Já a ANA e a Japan Airlines decidiram cancelar alguns voos para os EUA programados para usar aeronaves Boeing 777, mas vão operar alguns voos com Boeing 787.

Os responsáveis do setor aéreo têm receios quanto às consequências da 5G nos aviões devido a possíveis perturbações nos instrumentos de bordo.

As empresas de telecomunicações americanas Verizon e AT&T iam expandir o serviço de telecomunicações 5G na quarta-feira, mas com esta situação, a Verizon concordou em adiar temporariamente a ativação de algumas torres perto de aeroportos importantes. A imprensa norte-americana indica que a AT&T também terá concordado com um adiamento.

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Incerteza e silêncio entre os patrocinadores de Djokovic

Depois da derrota legal na Austrália, a Lacoste já admitiu rever com o tenista os acontecimentos das últimas semanas com Djokovic. Em causa estão 30 milhões de dólares anuais em patrocínios.

A especulação em torno dos patrocínios de Novak Djokovic tem aumentado, e as opiniões dividem-se, desde que a Lacoste expressou vontade em “rever” os acontecimentos das últimas semanas na Austrália com o tenista. Até ao momento, é a única marca a manifestar-se, avançou a CNN (acesso gratuito, e conteúdo em inglês).

Depois do Tribunal Federal australiano cancelar o visto do tenista sérvio, ordenar a sua deportação e proibir a sua entrada no país durante três anos, Djokovic ficou impedido de defender o seu título no Australia Open. “Assim que possível, entraremos em contato com Novak Djokovic para rever os acontecimentos que acompanharam a sua estadia na Austrália”, adiantou a francesa Lacoste, em comunicado.

Em causa estão patrocínios no valor de 30 milhões de dólares anuais, ou 26 milhões de euros, segundo estimativas da Forbes (acesso condicionado, e conteúdo em inglês). Djokovic ainda terá a oportunidade de disputar o ‘Grand Slam‘ no Open de França, mas apenas se tiver vacinado, avançou o governo francês. Os acontecimentos na Austrália, e o alerta do governo francês, levantaram dúvidas quanto à participação dos não vacinados no circuito da temporada de ténis.

Resta a dúvida se as marcas vão retirar o apoio ao tenista sérvio, ou permanecer em silêncio. Em questão estão marcas como a relojoeira suíça Hublot, a têxtil ASICS ou a fabricante automóvel Peugeot. “Novak Djokovic é a sua própria pessoa”, comentou a suíça Hublot, acrescentando que a marca irá continuar a sua parceria com o tenista. Já o banco austríaco Raffeissen esclareceu que “enquanto patrocinador, está a observar de perto a situação atual”, avançou a Associated Press (acesso gratuito, e conteúdo em inglês).

Pablo Burillo, diretor do MBA em Gestão de Entidades Desportivas da Universidade Europeia em Espanha, admite que “as marcas criam uma personalidade através das pessoas que patrocinam, elas tornam-se humanas através dos atletas”, acrescentando que, deste modo, as marcas “procuram personalidades com valores semelhantes aos que querem transmitir”. Por outro lado, Francesc Cruces, diretor do Mestrado em Gestão Desportiva da EAE Business School, em Espanha, refere que “às vezes” as marcas procuram aliar-se justamente a este tipo de personalidades, avançou a Cinco Días (acesso gratuito, e conteúdo em espanhol).

Para o consultor de marketing desportivo no Reino Unido, Tim Crow, os patrocinadores necessitam primeiro de avaliar se Djokovic agiu de forma ilegal, ou imoral, antes de invocarem mau comportamento como razão para cancelar o contrato. Já Ceyda Mumcu, professora de Gestão Desportiva na Universidade de New Haven, nos Estados Unidos, refere que caso o tenista continue a jogar, e vença, haverá menos pressão para os patrocinadores o abandonarem, avança a Associated Press.

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Mais de 181 mil inscritos para voto antecipado em mobilidade

  • Lusa
  • 18 Janeiro 2022

O número de cidadãos eleitores, que se inscreveram para o voto antecipado no próximo domingo, é de 181.124, segundo dados oficiais.

Mais de 181 mil eleitores inscreveram-se até às 19:00 desta terça-feira para votar antecipadamente em mobilidade em 23 de janeiro, nas eleições legislativas, segundo dados do Ministério da Administração Interna (MAI) enviados à agência Lusa.

O número de cidadãos eleitores, que se inscreveram para o voto antecipado em mobilidade, é de 181.124, segundo os dados registados pela Administração Eleitoral (AE), indica o MAI.

Os eleitores recenseados no território nacional podem inscrever-se até quinta-feira para votar antecipadamente em mobilidade no domingo, 23 de janeiro, uma semana antes das eleições legislativas, marcadas para 30 de janeiro.

Nesta modalidade, os eleitores inscrevem-se num local de voto à sua escolha num município do continente ou das regiões autónomas dos Açores e da Madeira, através de meio eletrónico em www.votoantecipado.mai.gov.pt ou por correio enviado para a Secretaria-Geral do Ministério da Administração Interna.

Nas anteriores legislativas, em 2019, mais de 50.000 eleitores votaram antecipadamente, uma semana antes das eleições, enquanto nas presidenciais de 2021, já durante a pandemia de covid-19, 197.903 portugueses exerceram o seu direito uma semana antes da data do ato eleitoral.

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Vendas de seguros cresceram 35% em 2021, ultrapassaram os 13 mil milhões de euros

  • ECO Seguros
  • 18 Janeiro 2022

O ramo Vida subiu 70%, os ramos Não Vida quase 5%, a indústria seguradora em Portugal teve um bom segundo ano de pandemia. Prémios de seguros de saúde aumentaram 80 milhões de euros.

Os dados finais da produção de seguros em 2021, divulgados esta terça-feira pela Associação Portuguesa de Seguradores (APS), confirmam um bom ano para a indústria seguradora que atingiu 13,1 mil milhões de euros de prémios emitidos no total do conjunto do ramo Vida e dos ramos Não Vida.

Ainda longe do recorde de 16 mil milhões atingidos em 2010, ou dos mais recentes 14,2 mil milhões de 2013, as companhias de seguros aproveitaram o entusiasmo do canal bancário na mudança de paradigma dos clientes do ramo Vida quanto a risco, quando estes começaram a aceitar investir em produtos que não garantem rendimento, nem mesmo o capital empatado.

O interesse dos clientes pelos produtos unit-linked, ligados a ativos, de maior ou menor risco, a cujo valor estão indexados, levou à quase duplicação, face a 2020, dos investimentos em produtos de capitalização, seguros financeiros que em 2021 obtiveram vendas superiores a 4,7 mil milhões de euros. Também os PPR registaram uma procura 70% superior ao do ano anterior obtendo mais de 1,9 mil milhões de euros de novas entradas de poupanças.

Mais discreto foi o crescimento dos seguros de risco puro, os habitualmente ligados a operações de crédito à habitação ou ao consumo, que refletiram alguma estabilidade na pandemia, subindo vendas mas em apenas 3,4%. No geral o ramo Vida encontrou caminho para prosperar em ambiente de baixas taxas de juro e, se cresceu 69,5% face a 2020, também apresentou 11% de subida se comparado com 2019.

Ramos Não Vida: Saúde e Responsabilidade Civil em destaque

O conjunto dos ramos Não Vida, voltou ao seu crescimento relacionado com o crescimento do próprio PIB nacional. O ramo automóvel, o mais volumoso em prémios, subiu apenas 1,3%, mas já os seguros de saúde, que seguem em trajetória independente de sucesso, cresceram 8,4% em vendas, verificando-se uma subida de 17% em prémios emitidos nos dois anos de pandemia.

O ramo de seguros de acidentes de trabalho ainda não atingiu os mil milhões de euros por ano, embora tenha crescido 6,6% em 2021 e tenha saído dos dois primeiros anos de pandemia com um valor de vendas 8% superior.

Os seguros incêndio e outros danos, onde se incluem os populares multirriscos de habitação, comerciais e industriais registaram crescimento significativo, tal como os seguros de responsabilidade civil, embora estes produtos estejam ainda em fase inicial de afirmação no mercado das coberturas não obrigatórias.

No total, o valor dos prémios emitidos pelas seguradoras em Portugal foi de 13.144.959.000 euros, valor 34,8% superior a 2020 e 10% mais que em 2019. Para este total o ramo Vida contribuiu com 7.659.724.000 euros, valor superior em 69,5% relativamente a 2020 e 11% mais que em 2019. Os ramos Não Vida atingiram 5.485.235.000 de prémios, superando o valor de 2020 em 4,9% e o de 2019 em 8%.

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Lloyd’s of London assina a sua maior transformação digital em 20 anos

  • António Ferreira
  • 18 Janeiro 2022

O hub londrino de seguros promete cerca de 800 milhões de libras em poupanças aos operadores do mercado. Entretanto, o impacto da Covid nos hábitos de trabalho abre cenário de mudança de instalações.

A Lloyd’s of London, a DXC Technology e a International Underwriting Association (IUA) confirmaram o contrato de associação que vai assegurar a transformação digital de toda infraestrutura tecnológica e o processo de negócio daquele que foi o primeiro mercado mundial de transação de riscos comerciais, (re)sseguro global e coberturas especiais.

Trata-se de um “marco fundamental” na construção do Futuro no Lloyd’s, “um mercado de seguros centrado em dados, automatizado e rentável. Em mais de 20 anos, é a primeira vez que a infraestrutura tecnológica que sustenta o mercado londrino será completamente renovada.,” afirma o hub de seguros.

Caberá à DXC liderar o processo tecnológico de remodelação de toda a informática do mercado e implementar uma nova plataforma digital baseada na cloud (AWS), substituindo sistemas analógicos antigos e automatizando processos que, até agora, continuam a ser manuais.

Com o modelo de trabalho híbrido adotado em consequência das restrições resultantes da pandemia de Covid-19, “ficou demonstrado o esforço de modernização no Lloyd’s of London. Agora, com o compromisso conjunto da DXC, da Lloyd’s e de todo o mercado londrino, temos a capacidade de transitar para uma solução de plataforma única, através da qual o mercado beneficiará de processamento e contabilidade automatizados, com redução substancial dos custos operacionais, oferecendo aos clientes um serviço melhor e muito mais rápido,” afirma John Neal, CEO do Lloyd’s of London.

Anunciado primeiro em maio de 2021, e agora reforçado também com o acordo da LMALloyd’s Market Association, importante associação de participantes e operadores do mercado, o contrato acaba de ser confirmado e é peça central do plano estratégico – “Blueprint Two” – concebido para concretizar o projeto de transformação e futuro do Lloyd’s of London, deixando para trás o que a própria organização designou então como “Lloyd’s-isms,” ou seja, o escolho de vícios tradicionais largamente assente nos processos em papel.

No mesmo comunicado, Mike Salvino CEO da DXC Technology, reforça: “A nova plataforma digital irá transformar radicalmente o modelo de operação de todo o mercado londrino.”

O projeto de transformação digital do Lloyd’s terá 2 anos de execução e será financiado com recurso a emissão de dívida realizada em 2020. Proporcionará aos participantes do mercado poupanças estimadas de 800 milhões de libras esterlinas (3% dos custos operacionais do hub londrino). Concretizar a agenda de digitalização do Lloyd’s representará cerca de 960 milhões de euros (ao câmbio do dia) em redução de custos de operação através de ganhos de eficiência e menos burocracia no final da automação de processos, libertando os operadores do mercado (seguradoras, corretores, managing agents e sindicatos) para tarefas que acrescentam valor ao negócio através de produtos e serviços mais inovadores, mais alinhados com as necessidades dos clientes, segundo o pdf do projeto Blueprint Two, divulgado em novembro de 2020.

O hub londrino representa cerca de 7% do mercado mundial do (re)seguro comercial, emprega mais de 45 mil pessoas distribuídas por instalações no Reino Unido e um volume bruto de prémios emitidos estimado em mais de 110 mil milhões de dólares.

Mudança de instalações é objeto de ponderação cuidada

Em consequência da pandemia, a menor utilização do espaço imobiliário pago fez com que muitas organizações repensem gastos e ponderem a continuidade (ou não) de ocupação das instalações, sobretudo em localizações mais caras para escritórios. Este é o caso do icónico edifício nº1 da Lime Street, em Londres, de estrutura tubular metálica, vista do exterior.

Lloyd’s of London, 1 Lime Street, centro de LondresiStock

Projetada pelo arquiteto Richard Rogers (falecido em 2021), o imóvel é a casa do mercado Lloyd’s of London desde 1986. Inaugurado nesse ano, o prédio que mede pouco mais de 90 metros de altura teve custo estimado de 75 milhões de libras esterlinas (segundo valor reportado na data). O imóvel foi adquirido pelo Commerzbank em 2005, por 231 milhões de libras. Oito anos depois, a seguradora chinesa Ping An pagou 260 milhões de libras pelo nº1 da Lime Street, uma das vias mais visitadas da city.

A Lloyd’s of London tem um contrato de leasing para uso do edifício até 2031, com cláusula que permite à locatária exercer opção em 2026. Segundo o Financial Times (FT), a Lloyd’s explicou: “à medida que nos adaptamos a novas estruturas e formas flexíveis de trabalho, continuamos a pensar cuidadosamente nas necessidades futuras para os espaços e serviços de que o nosso mercado necessita”.

Local de trabalho para cerca de 5 mil participantes do mercado (representando cerca de 400 empresas), a frequência para a atividade de subscrição desenvolve-se sobretudo pela área térrea e quatros pisos por onde se distribuem os gabinetes (boxes) de negócios com varandas interiores e acesso para o átrio principal onde está a histórica Lutine Bell.

A ocupação e utilização do imóvel pela Lloyd’s tem estado sob avaliação em resultado do impacto da pandemia sobre a organização do trabalho, que reduziu a presença dos profissionais e coloca a questão da utilização eficiente (rentabilidade) dos espaços. E isso tem sido evidente no hub londrino de seguros.

A especulação sobre a possível mudança de instalações do hub de seguros mais antigo do mundo remonta a novembro de 2021, mas até ao momento não foi confirmada data de mudança nem futura localização para o Lloyd’s.

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Ventura admite que se Bloco ficar à frente do Chega é uma derrota

  • Lusa
  • 18 Janeiro 2022

“Se [o Bloco de Esquerda] conseguir ficar à frente do Chega, é uma derrota para o Chega, mas sobretudo para o país”, disse André Ventura.

O presidente do Chega, André Ventura, admitiu esta terça-feira que caso o Bloco de Esquerda se mantenha como a terceira força política isso será uma derrota para o partido que lidera. “Se [o Bloco de Esquerda] conseguir ficar à frente do Chega, é uma derrota para o Chega, mas sobretudo para o país”, disse André Ventura, antes do arranque de uma arruada em Aveiro.

André Ventura acredita que “um dos grandes problemas da direita” nos últimos dois anos e meio “foi a incapacidade de travar esse tipo de lutas”, referindo que o Chega “esteve sozinho na rua contra a narrativa do racismo”, a pedir “que se acabasse com esta ideia de que os portugueses são racistas”.

“O Chega ficou sozinho à direita. Nem PSD, nem CDS-PP, nem Iniciativa Liberal se juntaram a isso”, disse.

Essa “luta” deu votos ao partido de extrema-direita e as sondagens “indicam que as pessoas queriam que houvesse uma força assim e capaz de ter esta linguagem e falar diferente”, notou André Ventura, que foi condenado pela Relação por ofensas ao direito à honra e ao direito à imagem, considerando os juízes que houve “uma vertente discriminatória em função da cor da pele e da situação socioeconómica” dos visados, uma família do Bairro da Jamaica, a quem o líder do Chega chamou de “bandidos”.

“Eu acho que não somos um país racista. Continuo a achar que não somos um país racista”, vincou, apesar de o inquérito European Social Survey publicado em 2020 referi que “62% dos portugueses manifestam racismo”.

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CEO da Iberdrola vai a tribunal em alegado caso de espionagem

Sanchez Galan prestou depoimento no Supremo Tribunal de Espanha, à porta fechada, por alegadamente contratar o ex-chefe da polícia José Manuel Villarejo para espiar Florentino Perez do Real Madrid.

O CEO da Iberdrola, Ignacio Sanchez Galan, compareceu ao Supremo Tribunal espanhol esta terça-feira como parte de uma investigação a um alegado caso de espionagem num caso com mais de 15 anos, avançou a Reuters (acesso condicionado, e conteúdo em inglês).

Em causa está a contratação pela Iberdrola do ex-chefe da polícia José Manuel Villarejo, à frente da empresa de serviços de inteligência Cenyt. A empresa energética está a ser investigada por alegadamente contratar Villarejo para espiar Florentino Perez, o presidente do clube de futebol Real Madrid, que em 2009, e através da sua construtora ACS, tentou ter um lugar no conselho da Iberdrola.

Sanzhez Galan prestou depoimento em audiência à porta fechada, e está sob investigação por alegado suborno, violação de privacidade e fraude de documentos comerciais.

“Ficamos satisfeitos por ter a oportunidade de abordar diretamente a investigação esta semana, e continuamos a rejeitar quaisquer alegações de irregularidades em relação à contratação da Cenyt”, respondeu um porta-voz da Iberdrola, acrescentando que a empresa agiu “com total transparência”.

A investigação faz parte de um amplo inquérito às atividades de Villarejo, sendo que as suas ações no banco BBVA ainda estão a ser averiguadas, ao passo que as investigações à Repsol e Caixabank foram encerradas no ano passado.

O Supremo Tribunal espanhol está ainda a verificar se a Iberdrola contratou Villarejo para afastar a oposição a um reator nuclear no sul de Espanha, e obter informação sobre Manuel Pizarro, antigo chairman da Endesa.

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Portugal mais perto de superar pandemia, mas longe do crescimento esperado, diz Marcelo

  • Lusa
  • 18 Janeiro 2022

"Estamos mais perto da superação da pandemia, mas longe do que sonhávamos em 2019 poder ser o nosso crescimento, a nossa correção de injustiças, o nosso acertar o passo na Europa", disse Marcelo.

O Presidente da República considerou esta terça-feira que Portugal está mais perto de superar os efeitos da pandemia de covid-19, com recuperação de exportações, redução do desemprego e controlo do défice, mas longe do crescimento sonhado em 2019.

Marcelo Rebelo de Sousa falava numa cerimónia de apresentação de cumprimentos de ano novo pelo corpo diplomático acreditado em Portugal, no Palácio de Queluz, em que apelou ao bom senso, considerando “é o bem hoje mais raro na política doméstica e na política global”.

O chefe de Estado disse aos diplomatas estrangeiros, com quem não se reunia em conjunto desde o início de 2020, que nestes “dois anos de pandemia” testemunharam em Portugal “uma crise económica abrupta com reflexos imediatos no agravamento da pobreza e das desigualdades”, mas também “a coragem dos portugueses, um dos povos mais disciplinados” no combate à covid-19.

“Puderam, finalmente, certificar a resistência do nosso tecido empresarial, recuperando nas exportações, superando em 2021 o investimento de 2019, mostrando baixas taxas de desemprego, começando a controlar rapidamente o défice, aumentando sempre que possível o turismo”, acrescentou.

O Presidente da República terminou este curto balanço declarando: “Estamos mais perto da superação da pandemia, mas longe do que sonhávamos em 2019 poder ser o nosso crescimento, a nossa correção de injustiças, o nosso acertar o passo na Europa e afirmar com mais força a nossa presença no mundo”.

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Costa rejeita pedido de desculpa a Neeleman. Rio dá razão a empresário

O ex-acionista de referência da TAP acusou o primeiro-ministro de proferir "afirmações falsas" no debate com Rui Rio, exigindo um pedido de desculpas. Costa não quis responder.

O ex-acionista da TAP David Neeleman disse esperar um pedido de desculpas de António Costa, por este ter “faltado à verdade”, no debate com Rui Rio. Já o primeiro-ministro escusou-se a comentar o assunto, dizendo “era o que faltava”, enquanto Rui Rio defendeu que era correto um pedido de desculpas.

No debate, Costa disse que se o Estado não tivesse readquirido 50% do capital da transportadora aérea nacional, a TAP teria “ido para o buraco” quando as várias empresas do acionista privado David Neeleman foram à falência. Após estas declarações, o empresário defendeu, numa nota enviada à Agência Lusa, que todas as empresas de aviação que fundou “foram e continuam a ser projetos de grande sucesso com valorizações consideráveis para os seus stakeholders, tendo demonstrado ser sustentáveis e resilientes o suficiente para sobreviver neste cenário de crise”.

António Costa “faltou à verdade e com as suas declarações afetou o meu nome e a minha reputação, pelo que espero um pedido de desculpas“, concluiu assim Neeleman. Confrontado com estas declarações pelos jornalistas, António Costa recusou falar sobre o assunto, apontando que não tem nada a dizer.

Já Rui Rio, que se envolveu também numa altercação com a TAP após declarações proferidas neste mesmo debate, colocou-se do lado de Neeleman, reiterando que “o primeiro-ministro claramente faltou à verdade ao dizer que o empresário está falido e todas as suas empresas tinham ido à falência e que a TAP se salvou porque o Estado ficou com a TAP”, em declarações transmitidas pela RTP3.

“A TAP não foi à falência porque metemos lá muito dinheiro”, apontou o presidente do PSD, defendendo assim que “é correto que Antonio Costa peça desculpa porque a reputação [de Neeleman] foi ferida e tem direito à reposição da credibilidade enquanto empresário”.

Rio acrescentou ainda que “relativamente ao futuro, é muito dinheiro dos portugueses que tem sido metido na TAP”, pelo que “a única forma airosa” de resolver a situação é “na melhor oportunidade, privatizar a TAP”.

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