CNN Portugal importa “magic wall” dos EUA para cobrir noite das eleições

  • ECO
  • 25 Janeiro 2022

A Media Capital vai seguir os resultados das eleições no domingo numa emissão conjunta TVI/CNN Portugal. O canal de informação vai "importar" dos EUA a famosa "magic wall" imortalizada por John King.

A TVI e a CNN Portugal estão a preparar uma emissão conjunta para acompanhar os resultados das legislativas na noite de 30 de janeiro, anunciou a Media Capital. O grupo vai “importar” dos EUA o “ecrã tátil gigante celebrizado pelo pivô americano da CNN John King durante a cobertura e análise das eleições norte-americanas nos últimos anos”.

“Numa emissão conjunta, a TVI e a CNN Portugal vão acionar todos os dispositivos de informação, bem como os seus profissionais para fazer a cobertura da noite eleitoral. Para a noite de dia 30 de janeiro, está a ser preparado o mais moderno e tecnologicamente avançado estúdio de informação do país”, avançou a Media Capital num comunicado.

A emissão no domingo das eleições vai ser conduzida pelos jornalistas Judite Sousa, José Alberto Carvalho, Pedro Mourinho, João Póvoa Marinheiro e Sara Pinto”. A “magic wall” — isto é, o ecrã tátil imortalizado pela CNN internacional — ficará à responsabilidade de Pedro Benevides, permitindo uma análise mais detalhada aos resultados que forem sendo conhecidos, círculo a círculo.

É na CNN Portugal que a emissão arranca mais cedo. O canal de informação do grupo, lançado no ano passado, “fará a cobertura das legislativas desde a abertura das urnas”. “A partir das 17h, começa então a contagem decrescente para a emissão no estúdio especialmente concebido para o efeito. Já a noite ficará marcada pela cobertura, em simultâneo, da CNN Portugal e da TVI”, lê-se no comunicado da empresa. Esta será a primeira noite eleitoral a ser seguida pela CNN nacional.

Anselmo Crespo, diretor de informação da TVI, promete uma “noite eleitoral única, completamente diferente de tudo o que já foi feito em Portugal”. Nuno Santos, diretor geral da CNN Portugal, recorda que a cobertura política é “uma marca da CNN”. “Estamos a preparar uma programação especial com mais de 20 horas ao vivo para este domingo, onde os portugueses vão ter a oportunidade de assistir a uma nova forma de acompanhar a noite eleitoral”, diz, citado na mesma nota.

Para já, a Media Capital não levanta a cortina aos nomes dos comentadores que ajudarão a escrutinar os resultados das legislativas na televisão. Refere apenas que “a análise dos resultados prossegue noite dentro com alguns dos mais respeitados comentadores de política nacional”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Media Capital confirma que grupo alemão quer comprar rádios, incluindo a Comercial

A Media Capital confirmou à CMVM que os alemães da Bauer mostraram-se interessados em comprar as rádios do grupo, onde se inclui a Rádio Comercial.

O grupo Media Capital confirmou à CMVM que os alemães da Bauer estão interessados em comprar as cinco rádios da empresa, designadamente a Rádio Comercial, M80, Cidade FM, Smooth FM e Vodafone FM.

“Em face das notícias hoje divulgadas na imprensa, o Grupo Media Capital confirma ter recebido uma manifestação de interesse em relação ao seu negócio das rádios, provinda da Bauer, um grande operador de rádio europeu”, avançou a empresa num comunicado.

O Jornal de Negócios noticiou esta sexta-feira que a Media Capital e uma subsidiária da Bauer estão a negociar uma transação envolvendo a totalidade das cinco rádios. De acordo com a publicação, o negócio pode ser realizado por 50 milhões de euros.

Apesar de confirmar o interesse da Bauer nas rádios do grupo, a Media Capital, que também controla a estação televisiva TVI e a produtora Plural, assegura que “não foram apresentadas quaisquer ofertas vinculativa e é prematuro dizer neste momento que será alcançado algum acordo”.

A empresa lembra ainda que qualquer operação deste tipo estará sempre dependente, também, da autorização da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC). A Rádio Comercial é a mais ouvida pelos portugueses, de acordo com o Bareme Rádio da Marktest.

Já depois da publicação desta notícia, a Bauer disse à agência Lusa que, enquanto “uma das grandes operadoras de rádio europeias”, procura sempre melhorar a oferta, pelo que está “atenta a qualquer oportunidade”. Mas recusou comentar o interesse na compra das rádios da Media Capital.

(Notícia atualizada pela última vez às 15h43 com reação da Bauer)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Nuno Santana substitui Miguel Osório na administração da Media Capital

  • ECO
  • 2 Junho 2021

A Biz Partners passa a ser representada pelo empresário dos eventos e restauração na administração da dona da TVI.

Miguel Osório deixou o cargo de administrador da Media Capital, tendo sido substituído por Nuno Santana, indicou a dona da TVI num comunicado ao mercado.

A Biz Partners, que detém 11,97% do grupo de media, passa assim a ser representada no conselho de administração pelo empresário do setor dos eventos e restauração. Nuno Santana é dono e fundador da empresa de eventos e marketing NIU, produtora com a TVI do Wonderland Lisboa, e é sócio do Grupo Praia, proprietário dos restaurantes Praia no Parque, Praia na Villa e Praia – Sea, Salt & Pepper.

A Biz Partners agrupa vários acionistas que entraram na dona da TVI em novembro de 2020, entre eles Miguel Osório, que foi administrador executivo da Sonae MC e CEO da Candando, a rede de supermercados lançada por Isabel dos Santos em Angola.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Dona da TVI financia-se em 8 milhões com emissão de dívida privada

A Media Capital obteve um financiamento de oito milhões de euros em obrigações, valor colocado por via de uma oferta particular.

A Media Capital e a TVI financiaram-se em oito milhões de euros por via de uma emissão de obrigações realizada por oferta particular, fora do mercado. A informação consta num ato societário publicado pela empresa.

O registo dá conta de uma “emissão de obrigações grupada com o valor nominal global de oito milhões de euros, em conjunto com a TVI e Media Global [subsidiária MEGLO], sendo todas as emitentes responsáveis solidariamente pelo reembolso da totalidade das obrigações emitidas por cada uma das emitentes”. A operação foi registada a 14 de maio.

O ECO contactou a Media Capital no sentido de apurar o motivo deste financiamento, bem como quem foram os signatários das novas obrigações, visto ter sido uma operação realizada fora do mercado. Encontra-se a aguardar resposta também relativamente à taxa de juro desta operação.

A emissão da Media Capital surge numa altura em que a principal concorrente da TVI, a SIC, está no mercado para emitir 30 milhões de euros junto de pequenos investidores. A estação de Paço d’Arcos promete um juro de 3,95% e parte da operação é realizada por via da troca de títulos de dívida emitidos em 2019.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Grupos de media portugueses pressionam Google a partilhar receitas

Impresa, Media Capital e RTP pressionaram publicamente a Google a partilhar receitas com os media. Diretor-geral da multinacional no país responde que "não há pote de ouro no final do arco-íris".

Da esquerda para a direita: Bernardo Correia (Google), Hugo Figueiredo (RTP), Luís Cunha Velho (Media Capital) e Francisco Pedro Balsemão (Impresa).Hugo Amaral/ECO

Responsáveis da Impresa, Media Capital e RTP defenderam esta quarta-feira que as grandes plataformas digitais, como o Google e o Facebook, devem remunerar os grupos de media pelos seus conteúdos. Em resposta, o líder da Google em Portugal considerou que os apelos destes grupos assentam em “vários mitos”.

Meses depois de as duas grandes tecnológicas norte-americanas terem cedido e firmado acordos de partilha de receitas com grupos de media na Austrália e em vários países da Europa, o tema foi central no painel “Estado da Nação dos Media”, um dos momentos altos do congresso anual da Associação Portuguesa para o Desenvolvimento das Comunicações (APDC).

Questionado acerca do tópico, Francisco Pedro Balsemão, presidente executivo da Impresa, que controla a televisão SIC e o jornal Expresso, começou por admitir que “o papel desempenhado pelas redes sociais e grandes agregadores” é “muito importante”. Mas ressalvou que o modelo de negócio da comunicação social tem sido “destruído” face à ameaça dos dois “players dominantes”. “O que é um modelo de negócio possível deixa de o ser quando há esta hegemonia”, apontou.

O líder da Impresa acusou ainda as plataformas como o Google de serem “árbitros” de um mercado em que também são “jogadores”, tendo, por isso, um “duplo papel”. “Por um lado, são árbitros. Por outro, estão a concorrer com as plataformas de media. Têm um incentivo para desenvolver algoritmos para se favorecerem a si mesmos”, criticou.

Francisco Pedro Balsemão destacou ainda que, no primeiro trimestre, a Google “teve um crescimento de 36%” face ao mesmo trimestre de 2020 e que “todos os GAFA” (acrónimo para Google, Amazon, Facebook e Apple) “subiram muitíssimo por mérito próprio, mas também à custa de nós”, afirmou, referindo-se aos grupos de media e criadores de conteúdo.

“Para nós, media privados, claro que queremos que aconteça [a partilha de receitas]. Que um valor seja atribuído aos nossos conteúdos. Um valor justo, digno, pago pelas grandes plataformas”, rematou.

Também Luís Cunha Velho, administrador da Media Capital — grupo que controla a TVI, a rádio Comercial e a produtora Plural –, concordou com a premissa de que Google e Facebook devem pagar à comunicação social pela utilização que fazem dos seus conteúdos: “Os conteúdos cada vez mais vão ser o foco principal, custam dinheiro e precisam de ser pagos.” Por isso, destacou que é necessário “encontrar modelos que trabalhem de certa maneira os algoritmos no sentido de não desviar os conteúdos em que nós gastamos dinheiro para outro tipo de sites e devices que fogem ao nosso controlo.”

Assumindo existir uma “preocupação” no sentido de “uma remuneração justa”, Luís Cunha Velho assegurou que a Media Capital não é “contra” as grandes plataformas. Mas apelou a que seja atribuído “real valor” ao conteúdo dos media. O gestor afirmou ainda esperar que, “mais tarde”, os media venham “a ser remunerados em relação a isso”.

Do lado do serviço público, Hugo Figueiredo, administrador da RTP, indicou que este é um “tema mundial” e defendeu que o “jornalismo é um dos principais garantes da democracia”. Por isso, negociar com as plataformas acordos que prevejam pagamentos pelos conteúdos dos media “são medidas importantes para a RTP”.

“Todas as medidas que contribuam para que a qualidade do jornalismo são sempre bem-vindas. Não interessa a ninguém que os operadores do setor dos media sejam obrigados a cortar custos repetidamente, o que depois, claramente, tem uma influência enorme na qualidade dos conteúdos e, por via indireta, que a democracia venha a sofrer porque não tem informação de qualidade”, destacou.

“Existe alguma obrigatoriedade de estar no Google? Não existe”

Em contrapartida, a Google, representada no painel pelo diretor-geral em Portugal, Bernardo Correia, não concorda que tenha de pagar aos media pelos seus conteúdos. E tentou quebrar o que disse serem “vários mitos” em que assentam os apelos dos media.

Começando pela “ideia de que o Google rouba conteúdos ou está a fazer dinheiro com conteúdos” alheios, o responsável assegurou que “não rouba conteúdos a ninguém”. “O Google cria links e canaliza tráfego”, gerando oito biliões de cliques por mês para sites de notícias. “As pessoas não leem notícias no nosso site”, retorquiu.

De seguida, o gestor afirmou: “Existe alguma obrigatoriedade de estar no Google? Não existe. Qualquer publisher pode sair. Basta pôr no site uma coisinha muito simples chamada ‘no follow’, que nós lemos”, argumentou.

Bernardo Correia, diretor-geral da Google Portugal, considerou que os apelos dos grupos de media assentam em “vários mitos”.Hugo Amaral/ECO

Bernardo Correia disse ainda que os oito biliões de cliques “têm valor económico” para os grupos de media e que é por isso que lhes “interessa lá estar”. “Não usamos conteúdo. Pomos links e fazemo-lo em massa. O valor desse tráfego é enorme para os media”, defendeu.

O responsável continuou, assegurando que a empresa não gera receitas com publicidade com conteúdos noticiosos e que apenas o promove porque “é relevante para o utilizador”. “O Google News não tem anúncios”, explicou, indicando que a empresa faz negócio com outro tipo de pesquisas, como quando um utilizador procura por um produto no Google, como uma televisão.

“Não existe aquele pote de ouro no final do arco-íris que muitas vezes a indústria [dos media] acha que existe”, garantiu.

Mais à frente no painel, e num piscar de olho aos gestores da Impresa, Media Capital e RTP, Bernardo Correia disse que não são os grandes grupos de media que estão em dificuldades: “É o jornalismo local que está ameaçado”, contrapôs. Por isso, prometeu que vai “passar muito tempo” nos próximos meses a “suportar jornalismo local e independente”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Auditor fixa preço da Media Capital em 72,5 cêntimos, acima da oferta de Mário Ferreira

O auditor independente que avaliou a Media Capital fixou uma contrapartida mínima de 72,5 cêntimos. Mário Ferreira pagará até 43,6 milhões pelas restantes ações da empresa que ainda não detém.

Está fixada a contrapartida mínima pelas ações da Media Capital, no âmbito das duas Ofertas Públicas de Aquisição (OPA) em curso sobre a dona da TVI. O auditor independente designado pela CMVM determinou um preço de referência de 72,5 cêntimos, acima dos 67 cêntimos oferecidos por Mário Ferreira através da Pluris Investments, mas também da contrapartida máxima de 41,5 cêntimos que condicionava a OPA da Cofina sobre 94,69% do capital da empresa.

A informação foi anunciada esta terça-feira pela CMVM: “No seu relatório, o auditor refere que ‘em nossa opinião, o valor do capital próprio da Media Capital ascende a 61.313.996 euros, o que representa cerca de 0,725 euros por cada ação'”, refere a entidade liderada por Gabriela Figueiredo Dias, numa nota informativa publicada ao final da tarde.

Isto significa duas coisas. Por um lado, o preço da OPA da Pluris vai ser superior ao mínimo que tinha sido oferecido por Mário Ferreira. Depois de ter sido obrigado pelo supervisor a lançar esta oferta, o empresário tinha proposto pagar não menos do que 67 cêntimos por cada ação que ainda não detém (num total de 69,78% do capital da dona da TVI), mas, nos termos da lei, teria sempre de oferecer a contrapartida definida por este auditor acrescida de 2%.

Assim, feitas as contas ao abrigo da nova informação disponível, o empresário terá de se disponibilizar a desembolsar 73,95 cêntimos, ou um máximo de 43,6 milhões de euros caso consiga adquirir a totalidade das ações. (Mário Ferreira foi eleito, em novembro, presidente do Conselho de Administração da Media Capital e também é acionista do ECO.)

Por outro lado, o preço definido pelo auditor independente deve deitar por terra o grosso da OPA da Cofina sobre a Media Capital, que passa a cingir-se a 5,31% das ações da dona da TVI. “A Cofina informará no prazo de três dias se pretende ou não renunciar à mesma”, indica a CMVM.

Quando anunciou a revisão da oferta em agosto, depois de o supervisor ter-se recusado a pôr fim à operação que estava em curso, a Cofina propôs pagar o preço fixado pelo auditor (72,5 cêntimos) por uma “fatia” de 5,31% da empresa, impondo várias condições para adquirir os restantes 94,69%. Uma delas era a contrapartida não exceder 41,5 cêntimos, o que agora se verifica. Caso consiga adquirir os 5,31%, a dona do Correio da Manhã terá de pagar quase 3,3 milhões de euros.

(Notícia atualizada pela última vez às 18h51)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

AdC, ERC e Anacom aprovam OPA de Mário Ferreira sobre a TVI

A Pluris notificou a Autoridade da Concorrência sobre a OPA lançada sobre a Media Capital e agora recebeu a "não oposição" de todos os reguladores, incluindo a ERC.

A Autoridade da Concorrência (AdC), a Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) e a Anacom aprovaram a operação de aquisição da Media Capital pela Pluris, de Mário Ferreira. No dia 29 de dezembro, o empresário que já controla 30% da empresa dona da TVI notificou a Concorrência de uma Oferta Pública de Aquisição (OPA) obrigatória sobre os restantes 70% e agora é conhecida a resposta: “O Conselho de Administração da Autoridade da Concorrência delibera adotar uma decisão de não oposição à operação de concentração” da Pluris com a Media Capital. Uma decisão suportada também na não oposição da ERC e da Anacom.

Este parecer, que inclui também as posições da ERC e da Anacom, é particularmente importante no contexto do conflito entre Mário Ferreira e a Cofina, de Paulo Fernandes, que afirma não ter desistido da Media Capital e tem também uma OPA já anunciada e cujo registo aguarda a definição do valor de cada ação da dona da TVI por parte de um auditor independente.

Numa primeira reação ao parecer da AdC, Mário Ferreira considerou, em comunicado, que “a Pluris congratula-se com a profundidade da análise dos três reguladores e pelo equilíbrio revelado nas posições por eles tomadas“. O acionista da Media Capital sublinha que “as relações francas e abertas com as autoridades de regulação são essenciais para a estabilidade acionista e o desenvolvimento do projeto pluralista e independente dos órgãos de comunicação da Media Capital”.

A ERC, que tem direito de veto vinculativo, comunicou à Autoridade da Concorrência que não vê riscos de a operação colocar em causa os valores do pluralismo, do respeito pela independência editorial da TVI e da diversidade de opiniões. “Nem a ERC nem a ANACOM manifestaram qualquer oposição à operação de concentração“, conclui o organismo liderado por Margarida Matos Rosa sobre a OPA da Pluris, que também aguarda a definição de preço por parte do auditor independente.

A “não-oposição” da ERC tem outra relevância porque, em paralelo, decorre um processo na regulador da comunicação social sobre a operação de Mário Ferreira que permitiu a compra dos 30% que detém atualmente, e cujo decisão final ainda não é conhecida.

O grupo Pluris, recorde-se, opera nos setores de viagens e turismo, imobiliário e seguros, além de ter uma participação minoritária no ECO. E a Media Capital é a dona da TVI, Plural e Rádio Comercial, sendo estes os mercados considerados na análise da Autoridade da Concorrência e dos outros supervisores setoriais, a ERC e a Anacom.

“A Autoridade da Concorrência considera que, independentemente das delimitações plausíveis de mercados relevantes, a operação de concentração não suscita quaisquer preocupações jusconcorrenciais, tendo em conta que, por um lado, não existe sobreposição entre as atividades da Notificante e da Adquirida e, por outro, não existe qualquer relacionamento não-horizontal entre as Partes envolvidas”, refere o parecer, agora publicado.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Diretos, sondagens e até realidade aumentada. Como as televisões vão seguir a noite eleitoral

Dos diretos às sondagens, passando pelos jornalistas e pelos comentadores. RTP, SIC e TVI estão a preparar grandes operações para que possa seguir a noite eleitoral de 24 de janeiro.

Milhões de eleitores são chamados às urnas este domingo, 24 de janeiro, para escolher o próximo Presidente da República a partir de um leque de sete candidatos. Ora, como é habitual, os portugueses deverão seguir nas televisões generalistas RTP, SIC e TVI o escrutínio provisório e os resultados ao longo da noite eleitoral.

RTP promete sondagem às 20h

Na estação pública, a emissão dedicada às Presidenciais começa às 18h00 na RTP3, entrando em simultâneo com a RTP1 às 18h45, “até ao final da noite”, explica a empresa num comunicado. A emissão será conduzida pelos jornalistas José Rodrigues dos Santos, Ana Lourenço e Carlos Daniel.

“Às 20h00 iremos revelar a sondagem da Universidade Católica com as primeiras projeções de resultados da noite eleitoral em Portugal. Com Ricardo Ferreira Reis, diretor do Centro de Sondagens da Universidade Católica, iremos efetuar uma análise aos números que irão sendo conhecidos ao longo da emissão”, explica também a RTP.

A estação pública conta ainda com um painel de comentadores, entre os quais Pedro Adão e Silva, Pedro Norton, João Soares e Miguel Poiares Maduro. “Contamos ainda com o olhar do cartoonista André Carrilho”, diz o grupo na mesma nota.

Para a noite eleitoral, a RTP vai promover também diretos das sedes dos candidatos “para as primeiras reações às sondagens e resultados eleitorais conhecidos”. “Vamos acompanhar em direto a consagração da vitória e a sua primeira declaração ao país, após conhecido o resultado”, sublinha.

A noite deverá terminar com a análise aos resultados por parte de António José Teixeira, Domingos Andrade, Luísa Meireles e Graça Franco.

SIC com diretos das campanhas

Na noite de 24 de janeiro, os portugueses vão poder ainda acompanhar o escrutínio provisório e o resultado na SIC. Fonte oficial da estação da Impresa conta ao ECO alguns dos pormenores.

“A noite eleitoral da SIC será conduzida, como é habitual, por Rodrigo Guedes de Carvalho, Clara de Sousa e Bento Rodrigues, tendo início às 19h30, dada a particularidade destas eleições ocorrerem durante uma pandemia”, diz a referida fonte.

A SIC contará em estúdio com os comentadores Luís Marques Mendes, José Miguel Júdice e Francisco Louçã, que “acompanharão toda a evolução da noite eleitoral”. “Ricardo Araújo Pereira [humorista] participará na noite eleitoral, enquanto prepara com a sua equipa o Isto é Gozar Com Quem Trabalha da segunda-feira seguinte”, acrescenta.

Está prevista ainda a divulgação pela SIC de uma sondagem à boca das urnas, realizada pela Metris/GfK, e da responsabilidade da equipa do ICS/ISCTE. “Pedro Magalhães estará na redação e nos estúdios da SIC para comentar a evolução das sondagens, das projeções e dos resultados eleitorais”, indica a fonte da Impresa.

“Os nossos repórteres que acompanharão a campanha eleitoral em permanência estarão espalhados por todas as sedes de campanha, acompanhando minuto a minuto a noite [eleitoral]. Depois desta emissão, a SIC Notícias terá uma operação especial que será conduzida por Rosa Pinto, para fazer todo o rescaldo eleitoral. A emissão especial da tarde, que arranca às 17h, será apresentada por Marisa Caetano Antunes”, conclui.

TVI aposta na tecnologia

A outra opção para os portugueses na televisão generalista é a TVI. Contactada pelo ECO, fonte oficial da Media Capital refere que “a emissão da TVI24 vai, ao longo do dia, fazer toda a cobertura do processo eleitoral” e, pelas 19h00, “começa a emissão especial”, passando para simultâneo com a TVI às 19h50.

A emissão da TVI será conduzida pelos jornalistas Pedro Mourinho, José Alberto Carvalho, Sara Pinto e Carla Moita. Como comentadores, a estação de Queluz de Baixo contará com Paulo Portas, Miguel Sousa Tavares, Manuela Ferreira Leite, Fernando Medina e Rui Moreira.

“Estas eleições decorrem num momento único do país e assumem uma importância extraordinária para a democracia portuguesa. A informação da TVI vai cumprir a sua função e levar aos telespetadores toda a informação sobre estas eleições”, assegura Anselmo Crespo, diretor de informação, citado em comunicado.

A Media Capital garante ainda que “a TVI vai proporcionar aos espetadores uma emissão inovadora e dinâmica, com atualização dos resultados ao segundo”. “Com recurso ao grafismo e realidade aumentada, toda a tecnologia e versatilidade do estúdio de informação TVI estará ao serviço dos portugueses”, sublinha.

Fonte oficial da Media Capital aponta, por fim, que “quanto estiver resolvida a noite eleitoral, a emissão passa para a TVI24 para continuar a análise”. À meia-noite de segunda-feira, está prevista uma emissão especial da Circulatura do Quadrado.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Pluris aguarda notificação da ERC sobre processo de contraordenação

  • Lusa
  • 6 Janeiro 2021

A holding do empresário Mário Ferreira considera que a estrutura acionista da Media Capital "está estabilizada" e encontra-se à espera da conclusão do processo de contraordenação interposto pela ERC.

A Pluris Investments, do empresário Mário Ferreira, aguarda a notificação do regulador ERC sobre a conclusão da instrução do processo de contraordenação e adianta que a “estrutura acionista da Media Capital está estabilizada”.

O presidente da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) afirmou na terça-feira que está “neste momento” a decorrer a “fase final da instrução do processo de contraordenação” que envolve o empresário Mário Ferreira e a Prisa.

Em comunicado, a Pluris refere que “aguarda a notificação no âmbito desse processo, após a qual se pronunciará, defendendo firmemente as suas convicções, em conformidade com o Direito, sem prejuízo de procurar encontrar soluções que possam atender às preocupações suscitadas pelo regulador, de forma proativa e cooperante”.

Acrescenta que o processo de contraordenação “versará sobre uma realidade já apreciada pela CMVM [Comissão do Mercado de Valores Mobiliários], a pedido da própria Pluris e que terminou em 3 de novembro de 2020, com a venda da participação remanescente da Vertix [Prisa] a um conjunto de investidores nacionais”.

(…) Julgamos que o necessário e enérgico empenho dos acionistas para garantir a sustentabilidade da empresa, em matérias de estabilidade do projeto e viabilidade financeira, não deve ser entendida como uma alteração de domínio (…).

Pluris Investments

A Pluris salienta ainda que a Media Capital “atravessava um momento particularmente difícil, desamparada que ficou com o nefasto insucesso de uma oferta pública de aquisição”.

Nesse sentido, e face ao “contexto de emergência empresarial, julgamos que o necessário e enérgico empenho dos acionistas para garantir a sustentabilidade da empresa, em matérias de estabilidade do projeto e viabilidade financeira, não deve ser entendida como uma alteração de domínio para efeitos das Leis da Rádio e da Televisão, como teremos oportunidade de procurar demonstrar nesse processo”, adianta a Pluris, que detém 30,22% da dona da TVI.

“As regras relativas à soma dos direitos de voto inerentes às ações detidas pela Pluris e pela Vertix/Prisa, determinada pela CMVM para efeitos da necessidade de lançamento de uma OPA [oferta pública de aquisição], não podem ser exportadas para outros regimes legais”.

Atualmente, acrescenta a holding de Mário Ferreira, “a estrutura acionista da Media Capital está estabilizada” e “cada acionista é independente dos demais e a Pluris, com 30% do capital social, não exerce qualquer domínio isolado ou conjunto” sobre a dona da TVI.

Por isso, existem “condições para que a empresa prossiga o seu caminho, contribuindo para a diversidade e o pluralismo informativos, de forma independente de outros grupos de comunicação social e de quaisquer interesses específicos, como se tem verificado”, considera.

“Sem prejuízo de os processos de contraordenação não serem aptos a declarar a nulidade de negócios privados (que só podem ser assim declarados por um tribunal), a Pluris realça que a opinião de distintos jurisconsultos vai no sentido de que a consequência jurídica da conclusão de um negócio que consubstancie uma alteração de domínio de operadores de rádio e/ou de televisão sem autorização da ERC não afeta a validade desse negócio”, refere ainda.

A Pluris aponta que o parecer do Centro de Pareceres da Universidade Católica Portuguesa, elaborado a seu pedido, “é claro ao declarar que ‘uma decisão da ERC que considere existir alteração de domínio não autorizada não é suscetível de ferir de invalidade um negócio jurídico’, entendimento anteriormente confirmado em parecer do professor Paulo Mota Pinto, que refere que ‘não está aqui em causa um vício num elemento interno ou intrínseco do negócio, que causa a sua invalidade (nulidade), mas antes a falta de uma autorização administrativa'”.

A empresa de Mário Ferreira sublinha que, “sem conceder em relação à sua convicção profunda nesta matéria, tem mantido um diálogo construtivo com a ERC, tendo submetido à consideração do regulador propostas para atender às suas preocupações, que estarão por este a ser analisadas”.

A posição pública da Pluris, acrescenta, empresa que “tem pautado a sua atuação pela discrição e o respeito às autoridades reguladoras (ERC, CMVM e AdC), só se verifica porque continuam a ser publicadas notícias parciais, incompletas ou mesmo inverídicas, de forma concertada e sem declarações de interesses associadas, que se reciclam de forma a ocupar permanentemente o espaço mediático, confundindo o público e procurando afetar a serenidade e ponderação dos decisores”.

“Neste momento está a decorrer a fase final de instrução do processo de contraordenação que foi anunciado” e em que “são arguidos uma pessoa singular e uma pessoa coletiva”, afirmou na terça-feira o presidente da ERC, Sebastião Póvoas, que falava na comissão parlamentar de Cultura e Comunicação, no âmbito da audição da ERC para apresentação do relatório sobre as suas atividades de regulação de 2019, bem como o relatório de atividades e contas de 2019.

Em 15 de outubro último, o Conselho Regulador da ERC deliberou a instauração de um processo de contraordenação contra a Vertix/Prisa e Pluris Investments/Mário Ferreira pela “existência de fortes indícios de ocorrência de uma alteração não autorizada de domínio nos operadores que compõem o universo da Media Capital”. Cabe à ERC autorizar a alteração de domínio, caso tal não aconteça existe nulidade do negócio.

Em 3 de novembro do ano passado, a Prisa concluiu a venda de toda a sua participação na Media Capital. Em 25 de novembro, a Pluris Investments lançou uma OPA geral obrigatória sobre 69,78% da Media Capital, sendo que a contrapartida nunca será inferior a 67 cêntimos por ação, decorrente da decisão da CMVM, que considerou haver concertação entre a Prisa/Vertix e a Pluris Investments.

De acordo com a nova estrutura acionista da Media Capital, disponível no site com data de 3 de novembro, a Pluris Investments detém 30,22%, seguida da Triun, com 23%, Biz Partners (11,97%), CIN (11,20%), Zenithodyssey (10%), Fitas & Essências (3%), DoCasal Investimentos (empresa da apresentadora e diretora de entretenimento e ficção da TVI, Cristina Ferreira), com 2,5%, e NCG Banco (5,05%).

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Concorrência já foi notificada da OPA de Mário Ferreira sobre Media Capital

  • Lusa
  • 6 Janeiro 2021

A Autoridade da Concorrência já foi notificada da Oferta Pública de Aquisição (OPA) da Pluris de Mário Ferreira sobre a Media Capital, cujo lançamento foi forçado pela CMVM.

A Autoridade da Concorrência (AdC) foi notificada no final de dezembro da operação de concentração resultante da oferta pública de aquisição (OPA) obrigatória da Pluris Investment sobre a Media Capital, na sequência da deliberação da CMVM.

Num comunicado divulgado no seu site, de 5 de janeiro, a AdC torna público que “recebeu, em 29 de dezembro de 2020, uma notificação de uma operação de concentração de empresas”, a qual “resulta da Oferta Pública geral e obrigatória de aquisição de ações representativas do capital social da sociedade grupo Media Capital por parte da Pluris Investments”.

Em 25 de novembro, a Pluris Investments, do empresário Mário Ferreira, presidente do Conselho de Administração da Media Capital, lançou uma OPA sobre 69,78% da dona da TVI, com uma contrapartida que nunca será inferior a 67 cêntimos por ação, de acordo com o anúncio preliminar.

O lançamento desta OPA obrigatória sobre a Media Capital decorre da decisão da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), que considerou haver concertação entre a espanhola Prisa (grupo espanhol que era dono da Media Capital através da ‘holding’ Vertix) e a Pluris Investments (que passou a ser acionista da dona da TVI em maio).

“Com esta decisão, a Pluris entende estar a agir contra a incerteza e a instabilidade que têm revestido o processo de recuperação da Media Capital”, referiu a acionista da dona da TVI, com 30,22%, num comunicado na altura.

“Esta oferta irá permitir que outros acionistas minoritários da Media Capital possam por sua livre vontade optar permanecer ou alienar as suas participações, não se sendo forçados a acompanhar a Pluris neste caminho”, acrescentou.

A AdC refere que quaisquer observações sobre a operação de concentração devem ser remetidas à autoridade no prazo de 10 dias úteis a contar da publicação do presente aviso.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Mário Ferreira lança OPA sobre 70% da Media Capital. Paga, no mínimo, 67 cêntimos por ação

A CMVM tinha obrigado o empresário a lançar uma Oferta Pública de Aquisição (OPA) sobre a Media Capital. O anúncio preliminar foi divulgado esta quarta-feira aos investidores.

A Pluris Investments, do empresário Mário Ferreira, lançou uma Oferta Pública de Aquisição (OPA) sobre os 69,78% da Media Capital que ainda não detém. O anúncio preliminar foi divulgado aos investidores esta quarta-feira, dia em que terminava o prazo dado pela CMVM para o lançamento desta oferta. Propõe a contrapartida que for definida por um auditor independente, acrescida de 2%.

“A contrapartida oferecida pelas ações objeto da oferta, a pagar em numerário, será a que resultar da determinação do auditor independente acrescida de 2%, desde que não inferior a 0,67 cêntimos caso em que será este o valor da contrapartida”, lê-se no documento da oferta. Este auditor está também a fixar a contrapartida para a outra OPA em curso, a da Cofina, que incide sobre 100% do capital de forma condicionada.

Há uma semana, o supervisor concluiu ter havido concertação entre a Pluris e os espanhóis da Prisa, desde o período após a compra da posição por Mário Ferreira e a saída da Prisa do capital do grupo de media. A investigação da CMVM confirmou que “a implementação de tais acordos moldou, reestruturou e redefiniu muito significativamente a sociedade Media Capital”.

Face a isto, a comissão obrigou Mário Ferreira a anunciar esta OPA no prazo de cinco dias úteis, ao preço que for fixado pelo auditor acrescido de pelo menos 2%, nos termos da lei, o que agora se materializa. O empresário, que também é acionista do ECO, comprou 30,22% da Media Capital à Prisa em maio deste ano.

O anúncio preliminar prevê que, “para efeitos de lançamento da oferta, será necessária a obtenção das autorizações regulatórias aplicáveis em matéria de controlo de concentrações e aquisição do domínio de um grupo societário cuja atividade corresponda à da sociedade visada”, entre elas à Autoridade da Concorrência e à ERC.

Em simultâneo, é recordado que esta oferta “é lançada por imposição regulatória, na sequência da deliberação” da CMVM da semana passada.

A par do comunicado enviado à CMVM, a Pluris Investments remeteu também uma nota informativa à imprensa, onde indica que “entende estar a agir contra a incerteza e a instabilidade que têm revestido o processo de recuperação da Media Capital”. “Com esta operação, transparente e aberta ao mercado, defendemos e protegemos da incerteza milhares de postos de trabalho e um projeto comunicacional da maior relevância para a sociedade portuguesa”, acrescenta.

“Esta oferta irá permitir que outros acionistas minoritários da Media Capital possam por sua livre vontade optar permanecer ou alienar as suas participações, não se vendo forçados a acompanhar a Pluris neste caminho. Só assim será possível evitar-se mais especulação sobre um projeto que requer de forma urgente a reposição da normalidade para permitir novas perspetivas de futuro para a Media Capital”, sublinha também.

Na terça-feira, Mário Ferreira foi eleito presidente do Conselho de Administração da Media Capital em assembleia-geral de acionistas.

(Notícia atualizada pela última vez às 23h05 com mais informação)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Mário Ferreira diz que desistência da Cofina “podia ter tornado a Media Capital insolvente”

Depois de a Cofina se ter mostrado "disponível" para participar numa solução para a Media Capital, Mário Ferreira acusa a dona do Correio da Manhã de ter deixado o grupo em risco de insolvência.

A Cofina “continua disponível” para fazer parte de uma solução de viabilidade para a Media Capital, depois de o empresário Mário Ferreira ter dito, na terça-feira, que não há “plano B” para a empresa. Em reação, o maior acionista do grupo acusa a Cofina de deixar a dona da TVI em risco de insolvência após o negócio que falhou no início do ano.

“Sejamos claros: foi a nossa decisão de investir que salvou e deu viabilidade à empresa. Quem torpedeou gravemente a Media Capital foi quem, desistindo do negócio anterior, podia ter tornado a empresa insolvente”, diz ao ECO o empresário, quando questionado porque considera que a Cofina não é plano B para a Media Capital, tendo em conta que a própria dona do Correio da Manhã se mostra disponível para participar numa solução. (Mário Ferreira também é acionista do ECO.)

Na terça-feira, o empresário foi eleito presidente do Conselho de Administração da Media Capital, apesar dos apelos da ERC para que a assembleia-geral não se realizasse, por considerar existir “falta de transparência” nas participações. Numa conferência de imprensa, Mário Ferreira sugeriu que o grupo estava ao abandono desde a tentativa de compra falhada da Cofina, na qual também participou. Disse mesmo não haver plano B para a dona da TVI, alertando que, ao travar os novos acionistas do grupo, a decisão da ERC poderia “pôr em causa mais de 1.100” empregos.

Esta quarta-feira, no rescaldo da assembleia-geral, fonte oficial da Cofina recordou à Lusa que tem em curso uma Oferta Pública de Aquisição (OPA) sobre uma posição minoritária da Media Capital e apontou: “A Cofina, enquanto oferente na oferta pública de aquisição em curso, continua disponível para fazer parte de uma solução de viabilidade e crescimento para o grupo Media Capital, no respeito pela lei e pelo Estado de Direito democrático.

Fonte oficial da Cofina sublinhou ainda que “a fragilidade da situação atual do grupo Media Capital e os fatores que para ela contribuem encontram-se aprofundadamente descritos na decisão da CMVM e na deliberação da ERC, a quem caberá, eventualmente em conjunto com outros reguladores, e com os tribunais, valorar e extrair as devidas consequências das condutas em causa”. No caso da CMVM, está em causa a decisão que considerou existir concertação entre a Pluris de Mário Ferreira e a Prisa.

A resposta de Mário Ferreira não se fez esperar. “Perante a inconsistência e o desfasamento da realidade desse comunicado, posso dizer que somos proativos e abertos com todos os reguladores, respeitando sempre a lei. Ou seja, respeitar a lei quer dizer, também, proteger a liberdade de expressão, o pluralismo e a ética e deontologia do jornalismo, que é, aliás, um dos papéis da ERC. Nunca utilizámos qualquer meio de comunicação social para atacar terceiros neste processo e, muito menos, com ataques à vida pessoal.”

A Cofina tem em curso uma OPA sobre 5,31% da Media Capital, mas que pode ser alargada à totalidade das ações se forem cumpridas certas condições. Na semana passada, a CMVM obrigou Mário Ferreira a apresentar uma OPA sobre os 69,78% da Media Capital que ainda não detém, a um preço que terá de ser pelo menos 2% superior ao que for fixado pelo auditor independente para a OPA da Cofina. A Pluris de Mário Ferreira tem de anunciar a OPA até ao final desta quarta-feira.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.