Acionistas da Media Capital contrariam ERC e elegem Mário Ferreira como “chairman”

Apesar de a ERC ter avisado que não reconhecerá as deliberações tomadas nesta assembleia-geral, os acionistas da Media Capital decidiram manter a reunião e aprovar todos as propostas na agenda.

Os acionistas da Media Capital reuniram esta terça-feira e aprovaram todos os pontos da agenda, incluindo um novo Conselho de Administração presidido pelo empresário Mário Ferreira, com Paulo Gaspar como vice-presidente e a apresentadora Cristina Ferreira sendo uma de vários vogais.

A realização da assembleia-geral manteve-se, mesmo depois de a Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) ter decretado na segunda-feira a “suspensão imediata do exercício dos direitos de voto” dos novos acionistas do grupo e alertado que não reconhecerá as deliberações tomadas na mesma. O regulador alegou “falta de transparência” nas referidas participações.

Mas a mesa da assembleia-geral “discorda” da posição da ERC e tomou a decisão de “prosseguir” com a reunião esta terça-feira, como estava previsto. “Os acionistas inscritos na presente assembleia-geral indicaram atempadamente a sua intenção de participação, demonstraram a titularidade das suas ações nos termos da lei e apresentaram os respetivos documentos de representação. Os documentos apresentados não suscitam qualquer dúvida quanto à titularidade de cada uma das participações sociais”, considerou a mesa da assembleia-geral numa posição entretanto divulgada.

Assim, “não há, salvo o devido respeito pela posição da ERC, dúvidas quanto à idoneidade das entidades titulares do capital social ou de participações qualificadas” e “não é ao presidente da mesa da assembleia-geral que cabe adotar medidas cautelares para assegurar o efeito útil dos processos que correm termos na entidade reguladora ou supervisora”, lê-se na referida posição, que terá sido transmitida aos acionistas no arranque da assembleia-geral.

O novo Conselho de Administração da Media Capital marcou, entretanto, uma conferência de imprensa para esta terça-feira à tarde, a realizar-se em Lisboa. O Conselho tem Mário Ferreira como presidente, Paulo Gaspar como vice-presidente, e sete vogais: Avelino Gaspar, Cristina Ferreira, João Serrenho, Luís Cunha Velho, Miguel Osório Araújo, Paula Paz Dias Ferreira e Rui Freitas.

A eleição do novo Conselho de Administração surge num momento-chave da História da Media Capital. A Prisa deixou de ser acionista do grupo há poucas semanas, tendo a sua participação a um conjunto alargado de investidores, depois de, em maio, ter fechado também a venda de mais de 30% do capital da empresa à Pluris Investments de Mário Ferreira. O empresário também é acionista do ECO.

Dá-se ainda numa altura em que, a par do processo da ERC, a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) concluiu ter havido concertação entre a Pluris e a Prisa, forçando Mário Ferreira a lançar uma Oferta Pública de Aquisição sobre quase 70% do grupo que controla a TVI.

A assembleia-geral desta terça-feira elegeu ainda o novo Conselho Fiscal, presidido por Sofia Cerveira Pinto, tendo como vogais Filipe Caldeira e Marisa Costa Brito, bem como Bruno Rodrigues como suplente. Foi ainda eleito novo revisor oficial de contas, nova mesa da assembleia-geral (presidida por Carlos do Nascimento Lucena) e Comissão de Remuneração dos Órgãos Sociais (com Avelino Gaspar à cabeça).

Aprovada foi também a proposta de alteração aos estatutos da sociedade. Entre as mudanças está a redução do número mínimo de membros do Conselho de Administração de sete para cinco, e é dada autorização ao board para um aumento de capital até 15 milhões de euros “a exercer pelo prazo de três anos”.

A reunião de acionistas esteve para realizar-se a 28 de outubro. Porém, nessa altura, ainda não tinha sido apresentada qualquer proposta para os novos órgãos sociais, pelo que a mesma foi, então, suspensa.

(Notícia atualizada pela última vez às 14h00 com posição da mesa da assembleia-geral)

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Media Capital rejeita alegações do regulador sobre CEO

  • ECO
  • 23 Novembro 2020

CMVM considera que Manuel Alves Monteiro, atual CEO do grupo que detém a TVI, não deveria ter sido nomeado administrador independente. A Media Capital rejeita essa conclusão.

A Media Capital discorda dos entendimentos da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) em relação ao estatuto de Manuel Alves Monteiro, CEO do grupo que detém a TVI e que vai ser substituído na assembleia geral agendada para terça-feira, 24 de novembro.

Em comunicado enviado ao mercado, a Media Capital diz “rejeitar os entendimentos da CMVM” quando o regulador diz que Manuel Alves Monteiro não devia ter sido designado para administrador independente da Media Capital no dia 15 de abril, isto porque “à data da sua designação exercia funções em empresas de acionista titular de participação qualificada”.

A Media Capital esclarece que tal não é verdade, pois, embora Manuel Alves Monteiro fosse administrador da Mystic Invest, detida em cerca de 60% pela Pluris Investments (de Mário Ferreira), esta última só veio a adquirir ações da sociedade em 14 de maio, após a sua designação.

Para o regulador, Manuel Alves Monteiro, atual CEO do grupo, também não deveria ter sido designado administração não executivo pois “passou a exercer funções executivas imediatamente após a sua cooptação”. A Media Capital também não concorda com este ponto, e adianta que a designação de Manuel Alves Monteiro para administrador-delegado só veio a acontecer a 16 de julho, data a partir da qual deixou de exercer as outras funções que tinha no grupo.

No mesmo comunicado, a Media Capital explica que Manuel Alves Monteiro foi nomeado para assumir o cargo de membro da comissão de auditoria na mesma data em que foi cooptado para administrador da sociedade, esclarecendo que a sua designação para membro da comissão de auditoria pressupunha a sua qualificação como administrador independente e como administrador não executivo.

“É entendimento da sociedade que, ainda que fosse de considerar Manuel Alves Monteiro como administrador não independente, o que, como se referiu, se rejeita, tal facto não afeta a validade das deliberações tomadas na única reunião da comissão de auditoria ocorrida com a sua presença, a qual teve lugar no dia 19 de maio de 2020, porquanto se encontravam igualmente presentes na referida reunião os dois outros membros da referida comissão de auditoria e todas as deliberações aí tomadas o foram também com os votos favoráveis deste dois outros membros”, diz a Media Capital.

Este esclarecimento surge numa altura em que a CMVM e a Pluris Investments têm entendimentos diferentes em relação à decisão do regulador de obrigar a empresa de Mário Ferreira a lançar uma oferta pública de aquisição (OPA) obrigatória sobre 69,78% da Media Capital.

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Mário Ferreira vai presidir administração da Media Capital. Cristina Ferreira é vogal

Já é conhecida a proposta para novo conselho de administração da Media Capital. Mário Ferreira deverá ser presidente e Paulo Gaspar deverá ser vice. Apresentadora Cristina Ferreira será vogal.

Concluída a venda da participação da Prisa a um conjunto alargado de investidores, já é conhecida uma proposta para os novos órgãos sociais da Media Capital. O empresário Mário Ferreira, o maior acionista, será o presidente do Conselho de Administração, enquanto Paulo Gaspar, segundo maior acionista, será o vice-presidente.

A proposta, feita em conjunto pelos novos acionistas, e que deverá ser aprovada na reunião de 24 de novembro, inclui ainda sete vogais, entre os quais a apresentadora Cristina Ferreira, mas também João Serrenho, Luís Cunha Velho, Miguel Osório Araújo, Paula Dias Ferreira e Rui Freitas.

Esta proposta para os órgãos sociais, que inclui ainda nomes para a mesa da assembleia-geral, para o Conselho Fiscal, para a Comissão de Remuneração e para os auditores das contas, surge numa altura em que se sabe que Manuel Alves Monteiro vai deixar de ser o presidente executivo da Media Capital, poucos meses depois de ter assumido o cargo indicado pela Prisa. Agora que os espanhóis saíram do capital, Alves Monteiro será substituído de forma transitória por Luís Cunha Velho, que também terá assim assento no board da empresa.

A 28 de outubro, os acionistas da Media Capital reuniram em assembleia-geral, mas a mesma foi suspensa por não existir uma proposta para os órgãos sociais.

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Com quebra de 22% nas receitas, Media Capital antecipa “reforço do posicionamento” no setor

  • Lusa e ECO
  • 9 Novembro 2020

O grupo Media Capital viu os rendimentos consolidados descerem 22% até outubro, para 104,6 milhões, comparativamente com 2019. Mas antecipa um "reforço" do "posicionamento competitivo" no setor.

Os rendimentos consolidados da Media Capital desceram 22% até outubro deste ano, para 104,6 milhões de euros revelou a dona da TVI, num comunicado à CMVM. Porém, apesar do “ano muito difícil”, o presidente executivo, Manuel Alves Monteiro, antecipa “um reforço” do “posicionamento competitivo” do grupo no setor.

“Durante os primeiros dez meses do corrente ano, em resultado do efeito conjugado da pandemia e da redução (em termos acumulados) de quota de audiência do principal canal televisivo (TVI – canal generalista) face ao período homólogo, os rendimentos operacionais do grupo foram negativamente afetados, nomeadamente ao nível da publicidade”, indicou a empresa, numa nota sobre o desempenho operacional e financeiro e perspetivas.

Segundo a Media Capital, estes impactos “tiveram maior incidência nos meses de março a junho, período em que o mercado publicitário relevante do grupo Media Capital (TV FTA, TV Cabo, Rádio e Digital) recuou de forma agregada 17%, 45%, 44% e 19% face ao período homólogo, respetivamente”. O grupo recordou ainda o “efeito adverso da pandemia no mercado de publicidade”.

Apesar do ano 2020 ser marcadamente um ano muito difícil, o grupo soube ser resiliente e alcançou resultados operacionais e financeiros bastante positivos nestes primeiros dez meses do ano.

Manuel Alves Monteiro

Presidente executivo da Media Capital

A empresa, que foi vendida pela espanhola Prisa a vários investidores portugueses nas últimas semanas, registou uma queda do EBITDA (resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de 13,4 milhões de euros nos primeiros dez meses de 2019 para 6,8 milhões de euros negativos no mesmo período de 2020, referiu o grupo.

“Destaque para os últimos quatro meses, onde o EBITDA se encontrou consistentemente acima dos valores registados em 2019, suportado pela recuperação dos rendimentos operacionais e pela redução dos gastos operacionais face ao período homólogo”, salientou a Media Capital, que viu os gastos operacionais, antes de depreciações e amortizações, recuarem 8%, alcançando 111,4 milhões de euros até outubro, lê-se na mesma nota.

O grupo deu ainda conta do endividamento financeiro líquido do período em análise, que “devido a uma cuidada gestão de tesouraria” diminuiu 7,3 milhões de euros desde junho de 2020 (de 93,5 milhões de euros para 86,2 milhões de euros)”.

“Neste ambiente, e consciente da sua relevância e responsabilidade enquanto grupo de media de excelência e referência em Portugal, foram tomadas as medidas operacionais e estratégicas adequadas por forma a corresponder aos difíceis desafios, garantindo em simultâneo a qualidade da cobertura jornalística e dos restantes conteúdos ao público em geral, bem como a execução das necessárias medidas de segurança sanitária”, garantiu a empresa.

A Media Capital ressalvou que “estas iniciativas acarretam um inevitável agravamento de gastos, com o concomitante impacto negativo em termos de rentabilidade, que encontra justificação atendendo ao papel do grupo na sociedade”.

Paralelamente, “foram encetadas medidas de eficiência operacional para acomodar parte do impacto económico negativo” e “que englobaram a redução de gastos de outras naturezas e de despesas de capital, bem como uma gestão especialmente atenta do fundo de maneio”, disse o grupo.

Para o futuro, a empresa diz que “é através da continuação da melhoria dos contextos externo e interno que o grupo antecipa um reforço do seu posicionamento competitivo no setor e um desagravamento substancial dos comparativos financeiros nos restantes meses de 2020, antecipando um valor anual de EBITDA ajustado de gastos com reestruturação a tender para zero para o corrente ano”.

A Media Capital garante que tem em implantação uma nova estratégia “existindo uma forte expectativa de que o grupo saberá recuperar níveis históricos de rentabilidade já exibidos em exercícios passados”.

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Um a um, conheça os novos donos da Media Capital

O grupo espanhol Prisa desfez-se finalmente das ações da Media Capital, após vários negócios falhados nos últimos anos. Está fechada a nova estrutura acionista da dona da TVI e da rádio Comercial.

Está fechada a nova estrutura acionista da Media Capital. Depois de várias tentativas falhadas, a Prisa acaba de concluir a alienação de todas as ações que detinha na dona da TVI, depois de ter falhado operações com a Altice Portugal e com a Cofina nos últimos anos.

Do outro lado desta operação de venda de títulos em blocos está um conjunto de investidores que darão à Media Capital uma nova estrutura acionista diversificada. Estes tinham acordado em setembro comprar as ações que eram da Prisa, e as transações foram executadas no início desta semana, segundo vários comunicados enviados à CMVM.

Com a saída de cena dos espanhóis, o empresário Mário Ferreira, através da Pluris Investments, detém agora a maior “fatia” das ações, seguindo-se uma holding fundada pelo empresário Paulo Gaspar, filho do presidente do grupo Lusiaves. Há também novos rostos nos mercados de capitais, como a apresentadora Cristina Ferreira e o cantor Tony Carreira… e até desistências, como a do cantor Pedro Abrunhosa.

Pluris Investments – 30,22%

Holding controlada por Mário Ferreira e participada também pela esposa do empresário, Paula Dias Ferreira. O dono da Douro Azul, comprou 30,22% da Media Capital à Prisa em meados deste ano, por 10,5 milhões de euros. Está agora sob escrutínio regulatório.

A CMVM encontra-se inclinada para decidir que o investidor tem agido em concertação com a Prisa e a ERC admite ter havido alteração não autorizada de domínio no grupo de media português. Ambos os processos poderão ter consequências imprevisíveis.

(Mário Ferreira também é acionista do ECO.)

Mário Ferreira é agora o principal acionista da Media Capital.

Triun SGPS – 23%

Tinha acordado em setembro ficar com 20% da Media Capital, mas acabou por reforçar a aposta. A Triun, liderada pelo empresário Paulo Gaspar (filho do presidente da Lusiaves e também administrador do grupo), é agora o segundo maior acionista da dona da TVI.

No controlo da empresa estão ainda outros membros da família, nomeadamente Mariana da Mota Francisco Gaspar e Francisco Miguel da Mota Gaspar.

Biz Partners – 11,9725%

É um consórcio alargado de investidores que tinha chegado a acordo com a Prisa para a compra desta posição. No entanto, desde que o acordo foi anunciado, houve alterações relevantes na estrutura do mesmo:

  • HiperGo (Miguel Osório Araújo) – controla 33,4099% da Biz Partners, o que corresponde a uma posição indireta de cerca de 4% na Media Capital.
  • IBG (Isabel Rodrigues de Sá) – controla 16,7049% da Biz Partners, o que corresponde a uma posição indireta de cerca de 2% na Media Capital.
  • Castro Group (Paulo Pereira de Castro) – controla 16,7049% da Biz Partners, o que corresponde a uma posição indireta de cerca de 2% na Media Capital.
  • Capitais Privados (João Martins de Barros) controla 16,4753% da Biz Partners, o que corresponde a uma posição indireta de cerca de 1,97% na Media Capital.
  • Regimidia (Tony Carreira) controla 8,3525% da Biz Partners, o que corresponde a uma posição indireta de cerca de 1% na Media Capital.
  • Benecar Automóveis (Nuno Faustino da Silva) – controla 8,3525% da Biz Partners, o que corresponde a uma posição indireta de cerca de 1% na Media Capital.

Anteriormente, neste consórcio, estavam ainda a Tensai Indústria (Manuel João Preto), a Pelican Score Investimentos (Bruno Ribas Esteves de Albernaz) e a Palpitevalor (Patrícia Dantas de Oliveira). Estes investidores terão, assim, desistido do negócio.

Tony Carreira faz parte do consórcio Biz Partners que controla agora quase 12% da Media Capital.José Sena Goulão/Lusa

CIN – 11,2%

A CIN é agora a terceira maior acionista da Media Capital. Detém 11,2% do grupo de media português. (A CIN também é acionista do ECO.)

Zenithodyssey – 10%

É um consórcio de vários investidores que chegou a acordo com a Prisa para comprar 16% da Media Capital. Contudo, a CIN, que participava no consórcio, acabou por seguir a solo, pelo que a Zenithodyssey passa, assim, a deter 10% da Media Capital, após revistas as condições do negócio com a Prisa. A estrutura da sociedade é a seguinte:

  • Polopiqué (Luís Guimarães) – controla 45% da Zenithodyssey, o que corresponde a uma posição indireta de cerca de 4,5% na Media Capital. (A Polopiqué também é acionista do ECO.)
  • Volume Volátil (Filipe Barbosa Carvalho) – controla 20% da Zenithodyssey, o que corresponde a uma posição indireta de cerca de 2% na Media Capital.
  • Zafgest (Rui Costa Freitas) – controla 17,5% da Zenithodyssey, o que corresponde a uma posição indireta de cerca de 1,75% na Media Capital.
  • Alfredo & Carlos (Alfredo Alves Pereira e Carlos Alves Pereira) – controla 17,5% da Zenithodyssey, o que corresponde a uma posição indireta de 1,75% na Media Capital.
Luís Guimarães, presidente da Polopiqué e principal acionista da Zenithodyssey.Nuno Oliveira/Portugaltextil

Abanca – 5,05%

Até agora, era o maior dos pequenos acionistas da Media Capital. O banco espanhol esteve para se desfazer da posição na primeira Oferta Pública de Aquisição (OPA) lançada pela Cofina sobre a Media Capital e planeava participar no aumento de capital da dona do Correio da Manhã.

Com as operações a caírem por terra, o Abanca continua dono dos mesmos 5,05% da Media Capital, através da subsidiária NCG Banco.

Juan Carlos Escotet, presidente do grupo Abanca, que já era acionista da Media Capital.Abanca

Fitas & Essências – 3%

É controlada por Stéphane Rodolphe Picciotto, administrador da Confetil e Eurextil. Assume agora uma posição de 3% na Media Capital, em linha com o que tinha acordado com a Prisa.

António Carvalho – 1,7975%

O investidor privado António Carvalho também assinou um acordo com a Prisa para ficar com 2% da Media Capital. Mas acabou por ver a sua posição diluída para um patamar abaixo do necessário para ser considerada uma posição qualificada. Controla agora cerca de 1,8% da Media Capital.

Manuel Ferreira Lemos – 1%

O empresário Manuel José Lemos de Ferreira Lemos, que é presidente do conselho de administração do Hospital Terra Quente, do Hospital de Bragança e do Hospital Privado de Chaves, vai ficar com 1% do grupo de media.

Cristina Ferreira – 2,5%

Em 2018, surpreendeu os portugueses ao passar da TVI para a SIC. Em 2020, repetiu a façanha, deixando o grupo Impresa e regressando à Media Capital, agora como diretora e, também, como acionista. Cristina Ferreira, através da DoCasal Investimentos, consumou a compra de 2,5% do grupo, como já era esperado.

Também tem sido um dos nomes apontados para o novo Conselho de Administração do grupo, que deverá ser nomeado numa assembleia-geral a 24 de novembro, mas ainda não se conhece a proposta para os órgãos sociais.

Cristina Ferreira já é dona de 2,5% da Media Capital.Paula Nunes

Free float – 0,26%

Dispersas na bolsa de Lisboa estão, por fim, 0,26% das ações da Media Capital.

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Prisa já vendeu 43,27% da Media Capital por 24,73 milhões de euros

A Prisa já executou a venda da maioria da sua posição na Media Capital. Recebe 24,73 milhões de euros pelas ações, ficando a faltar vender 21,2% da empresa.

A Media Capital tem novos acionistas. Numa nota enviada à CMVM, a espanhola Prisa confirma que executou esta segunda-feira a venda de 43,27% da Media Capital, ficando a faltar a alienação dos restantes 21,2% para completar a venda total das ações que detém no grupo de comunicação social e produção audiovisual português.

Está já confirmado que a Triun SGPS, do empresário Paulo Gaspar, administrador da Lusiaves, é um dos novos acionistas. O grupo confirmou à CMVM deter agora 23% da Media Capital, uma posição reforçada face aos 20% que a Triun tinha acordado inicialmente comprar à Prisa.

Foi também confirmado, num outro comunicado, que a Prisa também firmou a venda de 11,9725% da Media Capital à Biz Partners, um consórcio de vários investidores onde se inclui o conhecido cantor Tony Carreira. A holding é maioritariamente detida (em pouco mais de 33,4%) por uma empresa controlada por Miguel Osório Araújo.

“A transação foi levada a cabo através de transferências de blocos de ações independentes por um preço total de 24.732.919,96 euros”, informa a Prisa, de um total de 36,85 milhões de euros que a Prisa vai receber pela venda da totalidade dos 64,47%.

A Prisa vai ainda mais longe, garantindo que a operação avalia a Media Capital em 150 milhões de euros e tem em conta “um prémio de 63% face ao preço por ação oferecido pela Cofina na sua operação pública voluntária pelas ações da Media Capital”.

O grupo espanhol que também detém o El País refere, em nota enviada à CMVM, que este desinvestimento na Media Capital “vai significar uma perda contabilística nos resultados individuais e consolidados da Prisa de aproximadamente 48,5 milhões de euros”.

A identidade dos demais compradores da posição da Prisa deverá ser conhecida nas próximas horas. Entre eles estarão os nomes dos investidores que foram assinando contratos com a Prisa em setembro para a compra de ações da Media Capital, e onde se inclui, por exemplo, a apresentadora Cristina Ferreira, que entretanto voltou à antena da TVI.

O ECO sabe que os restantes 21,2% que a Prisa ainda não vendeu deverão ser vendidos em breve a dois acionistas, nomeadamente à CIN, que ficará com 11,2%, e a um consórcio encabeçado pela Polopiqué, que ficará com os restantes 10%.

Na nova composição acionista da Media Capital, a Pluris Investments deverá, assim, ficar com a maioria das ações, num total de 30,22% adquiridos em meados deste ano pelo empresário Mário Ferreira (que também é acionista do ECO).

(Notícia atualizada pela última vez às 20h26)

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Triun reforça aposta e compra 23% da Media Capital

  • ECO
  • 2 Novembro 2020

A Triun fechou a compra de 23% da Media Capital, um reforço face aos 20% que tinha acordado comprar aos espanhóis da Prisa.

A Triun já concretizou a entrada no capital da dona da TVI. Mas a empresa liderada por Paulo Gaspar, administrador da Lusiaves, adquiriu 23% da Media Capital, e não os 20% que estavam inicialmente acordados com os espanhóis da Prisa.

“A Triun […] informa que em virtude da aplicação dos referidos dispositivos legais que lhe são imputáveis, [adquiriu] um total de 19.437.996 de ações, representativas de 23% do capital da sociedade e direitos de voto da sociedade Grupo Media Capital”, lê-se num comunicado enviado à CMVM. O ECO sabe que as vendas da posição da Prisa em vários blocos poderão ser anunciadas nas próximas 24 horas.

Pelos acordos que foram sendo anunciados pela Prisa com vários potenciais compradores durante o mês de setembro, a Triun ficaria com 20%. Entre os restantes compradores está ainda a Zenithodyssey (16%), Biz Partners (cerca de 11,97%), entre vários outros investidores, onde se inclui a apresentadora de Cristina Ferreira, que entretanto voltou à antena da TVI.

A notícia do reforço da Triun e da venda de 23% da Media Capital tinha sido avançada na tarde desta segunda-feira pelo Expresso (acesso pago).

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Sem proposta para a nova administração, AG da Media Capital foi suspensa

Os acionistas da Media Capital reuniram para decidir uma mudança nos estatutos e a nova administração. Só que ainda não havia proposta de composição e a reunião foi suspensa por um mês.

Marcada para esta quarta-feira, a assembleia-geral de acionistas da Media Capital foi suspensa sem qualquer deliberação e deverá ser retomada dentro de pouco menos de um mês. A reunião iria deliberar uma série de alterações aos estatutos da sociedade, mas também decidir os órgãos sociais para o mandato 2020-2022. Mas, sobre este último ponto, não foi apresentada qualquer proposta.

Entre as várias comunicações que entretanto foram feitas à CMVM está a proposta de alteração dos estatutos, mas não surge qualquer documento relativo a proposta para os órgãos sociais, nomeadamente à composição do que será o novo Conselho de Administração da empresa, e onde se esperava que estivesse a apresentadora Cristina Ferreira. Tal terá estado na origem da suspensão da reunião, noticiou o Expresso.

Suspensa fica ainda a deliberação sobre os estatutos, e relativamente a esta há uma proposta conhecida. Entre as mudanças está a redução do número mínimo de membros do Conselho de Administração de sete para cinco, e é dada autorização ao board para um aumento de capital até 15 milhões de euros “a exercer pelo prazo de três anos”.

Isto acontece numa altura em que a ERC está a concluir a avaliação ao negócio entre a Prisa e o empresário Mário Ferreira, averiguando se houve alteração não autorizada de domínio no grupo. Em simultâneo, a CMVM está a analisar o mesmo negócio para averiguar se há concertação entre o grupo espanhol que detém mais de 60% da Media Capital e o empresário que, através da Pluris Investments, adquiriu em meados do ano uma posição de 30,22% na dona da TVI. (Mário Ferreira também é acionista do ECO.)

Esta quarta-feira, foi revelado que a CMVM deu à Prisa e à Pluris oito dias úteis adicionais para que estas se possam pronunciar acerca do sentido provável de decisão do regulador, que está inclinado para confirmar que houve, de facto, concertação entre os dois acionistas. Mário Ferreira pode ser forçado a lançar uma Oferta Pública de Aquisição (OPA) sobre o grupo, numa altura em que está também em curso uma OPA sobre a Media Capital por parte da concorrente Cofina, dona do Correio da Manhã e da CMTV.

Mas tudo isto acontece ainda numa altura em que estão assinados entre a Prisa e um vasto conjunto de investidores acordos para a alienação dos 64,47% que os espanhóis ainda detêm da Media Capital. Entre eles está uma empresa gerida por Paulo Gaspar, filho do dono da Lusiaves, mas também da apresentadora Cristina Ferreira, que entretanto voltou à antena da TVI depois de um ano na concorrente SIC, do grupo Impresa. Pedro Abrunhosa e um consórcio do qual faz parte o cantor Tony Carreira também estão na calha para entrar na estrutura acionista da Media Capital.

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“Estreia” de Cristina Ferreira na TVI vista por 660 mil pessoas

A Media Capital já está a colher frutos da contratação de Cristina Ferreira à SIC. A estação registou um share de 34,1% esta segunda-feira com um "Você na TV" diferente do habitual.

O regresso de Cristina Ferreira à antena da TVI já está a dar frutos para a estação de Queluz de Baixo. Esta segunda-feira, a apresentadora marcou presença no seu antigo programa das manhãs, o Você na TV, ao lado de Manuel Luís Goucha, levando o canal a disparar em audiências, para um share de 34,1% no decorrer do programa, contra 18,4% registados pela SIC na mesma altura, segundo dados cedidos ao ECO pela Media Capital.

Fonte oficial da empresa destacou que a diferença entre os dois canais generalistas rivais foi de 15,7 pontos percentuais. A audiência do programa alcançou as cerca de 660 mil pessoas, contra as 357 mil que viram o canal de Paço d’Arcos. Para comparação, a estreia de Cristina Ferreira na antena da SIC em janeiro de 2019 levou o canal da Impresa a registar um share de 40,1% com o “Programa da Cristina” e uma audiência média de cerca de 653,2 mil indivíduos.

Estes resultados surgem depois de Cristina Ferreira ter decidido voltar à Media Capital, um ano depois de ter sido contratada ao grupo pela concorrente Impresa. A apresentadora esteve na base da conquista da SIC do título de líder de audiências no ano completo de 2019. Surpreendidos com nova transferência ao fim de um ano, os telespectadores portugueses sintonizaram a TVI para ver a apresentadora novamente lado a lado com o seu antigo parceiro do pequeno ecrã nas manhãs.

Cristina Ferreira vai ter o seu próprio programa na TVI, chamado “Dia de Cristina”. A Impresa reclama à apresentadora uma indemnização de 20 milhões de euros pela quebra do contrato, algo que a apresentadora rejeita. Além de rosto da televisão, Cristina Ferreira é também diretora de ficção e entretenimento, e também acionista: vai comprar 2,5% da Media Capital aos espanhóis da Prisa.

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De Cristina a Tony Carreira e Pedro Abrunhosa, já se conhecem todos os novos donos da TVI

Já são conhecidos todos os compradores da posição de 64,47% da Prisa na Media Capital. De Cristina Ferreira a Tony Carreira e a Pedro Abrunhosa, saiba quem controla quanto da "nova TVI".

A Media Capital prepara-se para uma transformação massiva na sua estrutura acionista, que acontecerá assim que a Prisa concluir a venda da posição de 64,47% da subsidiária Vertix na dona da TVI. Nas últimas semanas, o grupo foi divulgando a identidade dos novos donos, um processo que ficou concluído esta quinta-feira.

O ECO já tinha revelado em primeira mão que, entre os novos acionistas, estão nomes como o da apresentadora Cristina Ferreira, que regressou à Media Capital depois de um ano a trabalhar no grupo Impresa, mas também artistas portugueses como Pedro Abrunhosa e Tony Carreira. Agora, porém, é possível traçar com mais detalhe quem são os novos acionistas qualificados da Media Capital, assim como as percentagens que detêm.

Conheça os novos donos da TVI

Triun – 20%

Quando a Prisa concluir a venda da sua participação, a Triun passará a controlar 20% da Media Capital, tornando-se a segunda maior acionista do grupo, logo a seguir à Pluris Investments de Mário Ferreira. A Triun é controlada por três pessoas, tendo como presidente o filho de Avelino Gaspar, presidente da Lusiaves:

  • Paulo Alexandre Francisco Gaspar
  • Mariana da Mota Francisco Gaspar
  • Francisco Miguel da Mota Gaspar

Zenithodyssey – 16%

A Zenithodyssey assinou um contrato com a Prisa para ficar com uma posição representativa de 16% do capital e direitos de voto da dona da TVI. A sociedade é detida por várias entidades, pelo que estes 16% dividem-se da seguinte forma:

  • CIN – controla 50% da Zenithodyssey, o que corresponde a uma posição indireta de 8% na Media Capital.
  • Polopiqué (Luís Guimarães) – controla 18% da Zenithodyssey, o que corresponde a uma posição indireta de 2,88% na Media Capital.
Luís Guimarães, presidente da Polopiqué, que vai controlar 2,88% da Media Capital através da Zenithodyssey.Nuno Oliveira/Portugaltextil
  • Volume Volátil (Filipe Barbosa Carvalho) – controla 12% da Zenithodyssey, o que corresponde a uma posição indireta de 1,92% na Media Capital.
  • Zafgest (Rui Costa Freitas) – controla 10% da Zenithodyssey, o que corresponde a uma posição indireta de 1,6% na Media Capital.
  • Alfredo & Carlos (Alfredo Alves Pereira e Carlos Alves Pereira) – controla 10% da Zenithodyssey, o que corresponde a uma posição indireta de 1,6% na Media Capital.

Biz Partners – 11,9725%

A Biz Partners é um consórcio controlado por várias empresas e figuras, que concordou comprar à Prisa 11,9725% da Media Capital. A posição divide-se da seguinte forma:

  • Tensai Indústria (Manuel João Preto) – controla 20,0560% da Biz Partners, o que corresponde a uma posição indireta de cerca de 3% na Media Capital.
  • IBG (Isabel Rodrigues de Sá) – controla 16,7060% da Biz Partners, o que corresponde a uma posição indireta de cerca de 2% na Media Capital.
  • Hiper Go (Miguel Osório Araújo) – controla 16,7060% da Biz Partners, o que corresponde a uma posição indireta de cerca de 2% na Media Capital.
  • Castro Group (Paulo Pereira de Castro) – controla 16,7060% da Biz Partners, o que corresponde a uma posição indireta de cerca de 2% na Media Capital.
  • Regimidia (Tony Carreira) controla 8,3520% da Biz Partners, o que corresponde a uma posição indireta de cerca de 1% na Media Capital.
Através da Biz Partners, Tony Carreira vai controlar 1% da Media Capital.José Sena Goulão/Lusa
  • Pelican Score Investimentos (Bruno Ribas Esteves de Albernaz) – controla 8,3520% da Biz Partners, o que corresponde a uma posição indireta de cerca de 1% na Media Capital.
  • Palpitevalor (Patrícia Dantas de Oliveira) – controla 8,1220% da Biz Partners, o que corresponde a uma posição indireta de cerca de 0,97% na Media Capital.

Pedro Mendes Ferreira – 5%

A Prisa assinou com Pedro Mendes Ferreira (advogado) um contrato para a venda 5% da Media Capital. A posição será assumida por uma sociedade comercial que ainda está em constituição.

Fitas e Essências – 3%

A Fitas e Essências, controlada por Stéphane Rodolphe Picciotto, administrador da Confetil e Eurextil, vai assumir uma posição de 3% na Media Capital, depois de consumada a venda da posição da Prisa.

Cristina Ferreira – 2,5%

Através de uma empresa designada DoCasal Investimentos, a apresentadora Cristina Ferreira vai assumir o controlo de 2,5% da Media Capital. A popular figura pública surpreendeu o mercado quando anunciou a decisão de sair da SIC para regressar à TVI como diretora de ficção e entretenimento, um ano depois de ter deixado a Media Capital.

A apresentadora Cristina Ferreira regressa à TVI, agora também como acionista com 2,5% da Media Capital.Paula Nunes

Pedro Abrunhosa – 2%

O artista português Pedro Abrunhosa vai controlar 2% da Media Capital depois da venda da Prisa. A posição é assumida pela Boom Studios, empresa controlada pelo próprio e pela sua outra empresa Pedro Abrunhosa Produções Musicais.

O artista Pedro Abrunhosa vai controlar 2% da Media Capital.TIAGO PETINGA/LUSA

Manuel Ferreira Lemos – 2%

O empresário Manuel José Lemos de Ferreira Lemos, que é presidente do conselho de administração do Hospital Terra Quente, do Hospital de Bragança e do Hospital Privado de Chaves, também assinou acordo com a Prisa para ficar com 2% da Media Capital.

António Carvalho – 2%

Do mesmo modo, o investidor individual António Carvalho também assinou acordo com a Prisa para ficar com outros 2% da Media Capital.

A nova estrutura acionista

São muitos os novos nomes que entram na estrutura acionista da TVI. Após a consumação dos diferentes negócios, a estrutura acionista da Media Capital deverá ser a seguinte:

  • Pluris Investments: 30,22%
  • Triun: 20%
  • Zenithodyssey: 16%
    • CIN: 8%
    • Polopique: 2,88%
    • Volume Volátil: 1,92%
    • Zafgest: 1,6%
    • Alfredo & Carlos: 1,6%
  • Biz Partners: 11,9725%
    • Tensai Indústria: 3%
    • IBG: 2%
    • Hiper Go: 2%
    • Castro Group: 2%
    • Tony Carreira: 1%
    • Pelican Score Investimentos: 1%
    • Palpitevalor: 0,97%
  • Abanca: 5,05%
  • Pedro Mendes Ferreira: 5%
  • Fitas e Essências: 3%
  • Cristina Ferreira: 2,5%
  • Pedro Abrunhosa: 2%
  • Manuel Ferreira Lemos: 2%
  • António Carvalho: 2%
  • Free float (capital disperso em bolsa): 0,26%

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Cofina lança OPA geral sobre Media Capital a 41,5 cêntimos por ação

A Cofina reviu as condições da oferta em curso sobre a Media Capital, lançando uma nova oferta sobre a totalidade da dona da TVI, propondo-se a pagar 41,5 cêntimos por ação.

A Cofina lançou uma OPA sobre a totalidade da Media Capital, dona da TVI, revendo as condições de uma outra oferta que estava em curso. Nos termos da nova oferta, comunicados à CMVM, o grupo liderado por Paulo Fernandes propõe-se a pagar uma contrapartida de referência de 41,5 cêntimos por ação, sujeita a várias condições.

No documento da “alteração ao anúncio preliminar” da OPA, a Cofina indica que, “em primeiro lugar”, a oferta dirige-se a 5,31% das ações da Media Capital. Esta primeira parte da oferta está sujeita a duas condições: “o registo da oferta pela CMVM” e a “designação pela CMVM de um auditor independente para o cálculo da contrapartida da oferta”. A CMVM já confirmou que será mesmo fixado o auditor.

Em segundo lugar, a oferta dirige-se aos restantes 94,69% da dona da TVI, sujeita a ambas as condições indicadas anteriormente, mas com mais três condicionantes: o auditor tem de fixar um valor unitário de contrapartida que não exceda os 41,5 cêntimos, a Cofina tem de ficar dona de “mais de 50%” da Media Capital e a estrutura dos ativos, nomeadamente TVI, Plural Portugal, Plural Espanha e Media Capital Rádios, não pode sofrer alterações significativas, nem o grupo ser alvo de “qualquer fusão, cisão ou dissolução”.

Contas feitas, a Cofina propõe-se a pagar 41,5 cêntimos por 5,31% da Media Capital, alargando a oferta à restante parcela e pagando o mesmo valor caso o auditor não fixe uma contrapartida superior. Há também uma cláusula de sucesso de mais de 50% do capital para esta segunda parcela.

Consulte o documento da alteração da OPA:

“A contrapartida a oferecer aos titulares de até 5,31% do capital social da sociedade visada será determinada por auditor independente, e nunca será inferior a 41,5 cêntimos por ação. Para o restante capital, a oferta apenas avançará se o auditor não vier a determinar contrapartida superior a 41,5 cêntimos por ação ou se, determinando valor superior, a Cofina prescinda desta condição e ofereça a todos os acionistas o valor superior assim definido”, explica a CMVM num conjunto de perguntas e respostas sobre a operação.

“Assim, se o auditor determinar valor inferior a 41,5 cêntimos por ação, a OPA será dirigida, por esse mesmo valor, a 100% do capital social da visada. Se o auditor determinar valor superior a 41,5 cêntimos por ação, a OPA é dirigida, pelo valor definido pelo auditor, a um máximo de 5,31% do capital social ou se a Cofina renunciar à condição de preço máximo, a OPA é dirigida, pelo valor superior definido pelo auditor, à totalidade do capital social da visada”, continua a mesma entidade.

Em comunicado, a Cofina indica que “a aquisição da Media Capita” se integra “na estratégia de consolidação dos media no plano global, mantendo-se no essencial a atividade destas sociedades e das sociedades que com estes estejam em relação no domínio ou grupo, permitindo potencial o investimento na expansão digital, o lançamento de serviços inovadores e a promoção e desenvolvimento de conteúdos produzidos em Portugal, mantendo-se a Media Capital como um ativo de identidade portuguesa”.

Uma diferença inferior a meio cêntimo

A OPA revista não vai precisar de novas autorizações regulatórias, assegura a Cofina. No documento agora divulgado, a empresa que controla o Correio da Manhã esclarece que “beneficiará das autorizações regulatórias já previamente obtidas da Autoridade da Concorrência e da Entidade Reguladora para a Comunicação Social”.

Esta nova oferta surge meses depois de a Cofina ter falhado a compra da Media Capital. O grupo justificou o falhanço da operação com o insucesso do aumento de capital, abrindo um braço de ferro com a Prisa, então acionista maioritária, mas também com a CMVM. Isto porque, a 25 de março, tendo falhado o negócio com o grupo espanhol, a Cofina pediu à CMVM para extinguir a OPA sobre os restantes 5,31% da Media Capital, o que o regulador estava inclinado para rejeitar.

Num projeto de decisão anunciado em meados de maio, a CMVM revelou estar a preparar-se para forçar a Cofina a manter a OPA sobre os 5,31% da Media Capital, ao preço então fixado de 2,3336 euros por ação. Com efeito, ao rever a oferta, a Cofina “escapa” a essas condições fixadas anteriormente, propondo novas condições para ficar não com uma posição minoritária mas com a totalidade do grupo que detém a TVI.

Soma-se ainda o facto de a própria estrutura acionista da Media Capital ser já bem diferente daquela que se verificava no final do ano passado, quando foi anunciada a OPA sobre a Media Capital na sua primeira versão. O aumento de capital falhado da Cofina levou o empresário Mário Ferreira, então parceiro da Cofina na operação, a optar por avançar a solo.

Dias antes de a CMVM ter apresentado o referido projeto de decisão, Mário Ferreira, através da Pluris Investments, avançou para a compra de 30,22% da Media Capital à Prisa, por 10,5 milhões de euros. Ou seja, uma contrapartida ligeiramente abaixo da que é agora oferecida por Paulo Fernandes, ou 41,1 contra 41,5 cêntimos por cada título do grupo, uma diferença de 0,004 euros, isto é, menos de meio cêntimo. (Mário Ferreira também é acionista do ECO).

CMVM justifica aceitação com a pandemia

Numa comunicação ao mercado, pouco antes de conhecidos os termos da nova oferta da Cofina, a própria CMVM veio dar explicações aos investidores, justificando o ter aceitado a revisão dos termos com a alteração de circunstâncias provocada pela pandemia da Covid-19.

Informando que a Cofina pediu a revisão dos termos da oferta em curso, a CMVM indica que se verificou “a superveniência de factos, associados em particular ao contexto da pandemia de Covid-19”. Essa mudança de contexto afetou “de forma imprevisível e materialmente adversa” os fundamentos da OPA anteriormente anunciada, permitindo à Cofina invocar uma lei que lhe possibilita “revogar ou modificar” a oferta sobre a Media Capital.

Além disso, o regulador aponta que vai mesmo fixar o auditor independente para determinar “a contrapartida mínima”, considerando “os impactos decorrentes da Covid-19 e a inerente incerteza acrescida quanto ao valor da sociedade visada neste contexto”. A CMVM é clara: “Para que não subsistam dúvidas, caso o auditor venha a determinar um valor mínimo inferior ao constante […] do anúncio preliminar revisto, deverá prevalecer o valor oferecido e refletido naquele ponto do anúncio preliminar”, aponta a CMVM.

Em concreto, a Cofina apresentou três grandes explicações para a alteração à oferta: “A modificação da oferta nos termos propostos permite (i) atender ao princípio do aproveitamento dos negócios jurídicos; (ii) favorecer uma solução de mercado; (iii) reequilibrar os termos da oferta e reintroduzir a equidade subjacente ao momento do anúncio preliminar original; e (iv) salvaguardar os interesses dignos de tutela na oferta”.

Cofina pode deixar cair OPA se Mário Ferreira for forçado a lançar OPA

A pesar nesta operação está ainda a apreciação que a CMVM está a fazer “à eventual concertação entre a Prisa e a Pluris” de Mário Ferreira. Em causa está o acordo parassocial assinado entre ambas as empresas e que “contêm clausulas relativas à transmissibilidade de ações e que envolvem, conjuntamente, participação superior a 50% dos direitos de voto”.

O regulador está a analisar se “são instrumentos de exercício concertado de influência” sobre a Media Capital, o que, se assim for considerado pela CMVM, Mário Ferreira terá de lançar uma OPA sobre a restante parcela da Media Capital que ainda não detém. Por ter adquirido a posição numa OPA anterior, a Prisa não está obrigada a lançar qualquer oferta em qualquer circunstância.

Ora, se a Pluris Investments acabar por avançar, a Cofina, querendo, pode retirar a OPA. “Nesse caso, e porque o lançamento de oferta concorrente constitui fundamento de revogação de ofertas voluntárias, a Cofina pode vir a revogar a sua oferta”, avisa a CMVM.

Assim, o auditor que definirá o preço da contrapartida no âmbito da OPA da Cofina também o fará para esta OPA hipotética de Mário Ferreira, indica o regulador. “Em tal caso, e porque foi já solicitada a intervenção de auditor independente para propósito similar, no contexto da OPA modificada apresentada pela Cofina, o resultado desta avaliação aproveitará também à definição do preço mínimo a pagar pela Pluris no contexto de eventual OPA a lançar sobre a Media Capital”, acrescenta o supervisor dos mercados de capitais.

O ECO contactou Mário Ferreira no sentido de obter um comentário à oferta da Cofina e encontra-se a aguardar resposta. Contactada, fonte oficial da Prisa não quis comentar.

(Notícia atualizada pela última vez a 13 de agosto, às 13h42)

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Prisa avança mesmo contra Cofina. Recusa renegociar venda da TVI

O grupo espanhol rejeitou a proposta da Cofina de renegociar a compra e venda da Media Capital. Mantém que vai avançar contra o grupo de Paulo Fernandes para o forçar a comprar a TVI por 205 milhões.

A Prisa considera que “não é apropriado” renegociar com a Cofina o contrato de compra e venda da Media Capital, reiterando que “tenciona e vai continuar a perseguir todas as medidas e ações contra a Cofina na defesa dos seus interesses, dos acionistas e de outros afetados pela situação criada” pela dona do Correio da Manhã.

Num comunicado enviado à CMVM, a empresa justifica esta recusa por defender que “houve uma violação prévia do referido contrato pela Cofina”, nomeadamente pelo facto de o grupo de media português ter abortado o aumento de capital que iria financiar parcialmente a operação de forma “voluntária”.

O grupo liderado por Manuel Mirat “reitera o seu entendimento de que a Cofina violou o acordo […] na sequência do aborto voluntário ao aumento de capital aprovado pelos seus acionistas a 29 de janeiro de 2020”. Deste modo, “rejeita os pressupostos sobre os quais a Cofina pretende agora assentar a resolução do acordo”.

Isto acontece depois de, na sexta-feira, a Cofina ter dado “sete dias” à dona da Media Capital para renegociar o contrato, perante o deteriorar das audiências da TVI e das condições de mercado por causa do coronavírus. Numa nota enviada aos mercados, a Cofina ameaçou rasgar o contrato em caso de rejeição — uma condição que, com o comunicado da Prisa, poderá estar verificada.

Este é o mais recente capítulo do negócio da compra da Media Capital pela Cofina, uma operação que chegou a ser dada como em vias de concluída. Na semana passada, o grupo surpreendeu o mercado ao anunciar o insucesso do aumento de capital de 85 milhões de euros. Mais tarde, justificou ter falhado a operação por terem ficado por subscrever menos de três milhões de euros em novas ações.

(Notícia atualizada pela última vez às 11h05)

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