CGD: António Domingues pode ter perdas na equipa
As ameaças de renúncia passaram a intenções de saída por parte de alguns gestores. António Domingues pondera agora se há condições para continuar e aguarda pela decisão do Tribunal Constitucional.
Os administradores da Caixa Geral de Depósitos (CGD) podem mesmo abandonar os cargos no banco estatal. As ameaças de renúncia passaram a intenções de saída por parte de alguns gestores. António Domingues também está a ponderar se há condições para continuar a ser o presidente da Caixa.
O Jornal de Negócios avança que há a possibilidade de a equipa da CGD perder alguns gestores, caso o Tribunal Constitucional (TC) obrigue à apresentação da declaração de rendimentos e património. Isto depois de o Presidente da República e o secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares terem aumentado a pressão para que os salários sejam revelados. Apesar desta pressão, António Domingues continua a dizer que não vai entregar a declaração e aguarda pela decisão do TC. Só perante um pedido expresso pelo tribunal para entregar a declaração, o presidente da CGD decidirá o que fazer.
No Governo, espera-se que a gestão da CGD fique no banco e prossiga o plano de capitalização. Esta posição foi reforçada por Pedro Nuno Santos numa entrevista à TSF/DN. O secretário de Estado diz ainda que não “há nenhum sinal de saída dos administradores da Caixa”. O jornal diz que, no limite, o Executivo de António Costa admite que a apresentação destes documentos seja feita com a garantia de aguarda de sigilo por parte do TC. No entanto, esta hipótese não deve ser apoiada pelos juízes.
Já o Expresso noticia que o Ministério Público “aguardará que o TC conclua a apreciação de eventual omissão do dever de declarar por parte dos atuais administradores da CGD” para poder decidir se deve ou não abrir um processo. O prazo para os gestores da CGD entregarem declarações no TC terminou na sexta-feira, dia 28 de outubro. Existem agora 30 dias para serem notificados da falta.
Caixa limpa crédito malparado
A solução de António Domingues para o crédito malparado da Caixa Geral de Depósitos vai ser aplicada ainda este ano. O Jornal de Negócios diz que está em causa um reforço de imparidades que pode chegar a 1,9 mil milhões de euros a realizar de uma só vez e que vai abater diretamente aos fundos próprios do banco do Estado. Esta é uma forma de a CGD limpar a carteira de crédito sem aumentar ainda mais os prejuízos em 2016. Isto porque este encargo não passará pela conta de resultados.
O jornal diz que este plano já foi debatido com a equipa técnica do Banco Central Europeu, a entidade responsável pela supervisão direta da Caixa. Logo que o plano de capitalização esteja concluído, o que está previstos para meados de dezembro, as novas almofadas para reconhecer perdas com malparado serão registadas. O reforço das imparidades da Caixa destina-se a aumentar o nível de cobertura do crédito em risco para níveis próximos dos praticados pelos bancos mais exigentes em relação a este tema.
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