Itália continua a deixar investidores fora da bolsa
Apetite pelo risco continua a ser baixo. Há dois motivos: OPEP e Itália. Amanhã o cartel decide se corta ou não a produção. No domingo, os italianos vão às urnas num referendo decisivo para Renzi.
OPEP e Itália. São estes os dois principais fatores que deverão condicionar as negociações nos mercados acionistas. Os primeiros momentos de negociação mostram que os investidores estão com pouco apetite para assumir risco. Descem as ações europeias e Lisboa acompanha o desinteresse generalizado, com o PSI-20 a cair 0,24% para 4.416,04 pontos.
Apenas duas cotadas seguiam em alta no arranque da sessão na praça portuguesa: BPI e Corticeira Amorim. No caso da produtora de cortiça, ficou esta segunda-feira decidida a distribuição de um dividendo extraordinário de oito cêntimos, a ser liquidado a partir de 16 de dezembro, algo que está a dar suporte à cotada liderada por António Rios de Amorim.
Do lado negativo, as maiores quedas pertenciam à Semapa (-2,38%), Sonae Capital (-1,54%) e Nos (-1,13%). Também a Galp cedia 0,84% para 12,35 euros, com a cotação da petrolífera nacional a acompanhar a evolução negativa dos preços do petróleo nos mercados internacionais por causa da OPEP que teima em não chegar a um entendimento para baixar a produção global de ouro negro.
Galp continua lado a lado com preço do brent
No plano europeu, Itália continua a centrar todas as atenções. Além do referendo à Constituição do próximo domingo, e que poderá implicar o abandono de Matteo Renzi do cargo de primeiro-ministro do país, a situação dos bancos continua a deter a preocupação dos investidores. Há o receio de que o clima de instabilidade política venha a contagiar negativamente o sistema financeiro italiano já de si bastante frágil.
“Os investidores europeus estarão centrados em dois temas: o comportamento do petróleo e do setor bancário italiano“, referiram os analistas do BPI no Diário de Bolsa. “Uma operação que os investidores irão atentamente acompanhar é a conversão de 4.300 milhões de obrigações do Monte dei Paschi di Siena em ações. Esta operação está inserida no processo de recapitalização do banco. A operação de conversão de dívida em ações termina na sexta-feira e poderá ser um bom barómetro sobre o sentimento dos investidores em relação à banca italiana”, acrescentaram os analistas.
"Os investidores europeus estarão centrados em dois temas: o comportamento do petróleo e do setor bancário italiano. Uma operação que os investidores irão atentamente acompanhar é a conversão de 4.300 milhões de obrigações do Monte dei Paschi di Siena em ações. Esta operação está inserida no processo de recapitalização do banco. A operação de conversão de dívida em ações termina na sexta-feira e poderá ser um bom barómetro sobre o sentimento dos investidores em relação à banca italiana.”
Apenas a bolsa de Paris apresentava ganhos muito tímido esta manhã, quando as perdas nos principais índices do Velho Continente eram na ordem dos 0,5%. Destaque para o FTSE Mib de Milão, cuja queda de 0,19% se seguia a um tombo de 2% registado ontem. E as ações do Monte dei Paschi recuperavam 6% depois de ontem ter afundado 14%.
(notícia em atualizadas às 8h25)
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