Microsoft comprou LinkedIn. E a Comissão aprovou

A comissária para a Concorrência, Margrethe Vestager, afirmou que "esta decisão assegura que os europeus vão continuar a ter liberdade de escolha entre as redes sociais para profissionais".

A Microsoft cedeu algumas concessões às autoridades europeias e a Comissão Europeia (CE) aprovou, com condições, a fusão da empresa com o LinkedIn. Apesar de esta aprovação implicar várias condicionantes, a empresa norte-americana já tem luz verde para adquirir a rede social para profissionais por cerca de 24,5 mil milhões de euros (o equivalente a 26,2 mil milhões de dólares).

A decisão está condicionada pelo cumprimento de uma série de compromissos destinados a preservar a concorrência entre as redes sociais para profissionais na Europa“, escreve a Comissão Europeia no comunicado divulgado esta terça-feira onde aprova a aquisição. A comissária para a Concorrência, Margrethe Vestager, afirmou que “esta decisão assegura que os europeus vão continuar a ter liberdade de escolha entre as redes sociais para profissionais”.

No entendimento da Comissão Europeia, as duas empresas tecnológicas atuam em áreas de negócio “complementares”, “exceto em pequenas sobreposições relativas à publicidade online”. Em perigo estava a incorporação do LinkedIn nos softwares da Microsoft, impedindo ou restringindo a utilização de outras redes sociais do mesmo tipo. A CE chega mesmo a dar o exemplo da Áustria, Alemanha ou Polónia onde existem redes sociais para profissionais já implementadas e onde a hegemonia o LinkedIn iria prejudicar os negócios dos Estados-membros.

Da investigação que fez, a Comissão concluiu que apesar da base de utilizadores das duas empresas “sobrepõe-se”, o produto oferecido pelo LinkedIn é “um de muitos no mercado”. Além isso, a CE “descobriu que o acesso à base de dados total do LinkedIn não é essencial para competir neste mercado”.

As conclusões da investigação levaram a Comissão Europeia a considerar que a aquisição não vai prejudicar a concorrência das empresas que atuam no mercado concorrencial europeu. Apesar disso, a CE exigiu que a Microsoft cumprisse três condições:

  1. As empresas que desenvolvem computadores têm de poder não instalar a aplicação do LinkedIn para o Windows 10 e, além disso, caso o façam, tem de existir a possibilidade de remover esse programa;
  2. A Microsoft tem de permitir que as restantes redes sociais para profissionais funcionem e sejam compatíveis com os interfaces dos softwares da empresa, nomeadamente o Office e as suas ramificações online;
  3. Essas mesmas empresas concorrenciais ao LinkedIn podem ter acesso ao Microsoft Graph, um gateway para programadores que desenvolvem softwares. Esta ferramenta é utilizada para construir aplicações interligados com a cloud da Microsoft para aceder a informação como mail, calendário, dados pessoais, entre outros.

O compromisso terá a duração de cinco anos e será monitorizado pela Comissão Europeia.

Editado por Mariana de Araújo Barbosa (mariana.barbosa@eco.pt)

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