Banco de Portugal prevê “crescimento moderado” dos salários
O Banco de Portugal prevê que os salários registem um "crescimento moderado" no próximo ano. Mas admite que esta expectativa pode pecar por defeito.
O Banco de Portugal prevê um “crescimento moderado” dos salários no próximo ano, para a economia portuguesa. Mas admite que esta expectativa pode pecar por defeito e a subida ser mais pronunciada do que é agora antecipado. As previsões constam do Boletim Económico de dezembro, publicado esta quarta-feira.
“A evolução projetada para a inflação tem subjacente um perfil de aceleração gradual dos salários por trabalhador, num cenário de aumento da produtividade e melhoria gradual da situação no mercado de trabalho”, lê-se no relatório, referindo-se a 2017.
"Foi considerada a possibilidade de um crescimento mais acentuado dos salários em 2017 (com probabilidade de 60%) e de uma evolução mais moderada da inflação em 2017-2018 (com uma probabilidade de 55%).”
Quando avalia os riscos desta projeção, o banco central assume “a possibilidade de um crescimento mais acentuado dos salários em 2017”. A probabilidade de esse cenário, de salários mais altos, se concretizar é de 60%. Para isso contribui a expectativa de aumento do salário mínimo, previsto para o próximo ano.
Já no que toca aos preços, a previsão central é também é de um aumento da inflação — que deverá passar de 0,8% este ano para 1,4% em 2017. Contudo, aqui os riscos da projeção vão no sentido inverso: há 55% de probabilidade de esta subida ser, afinal, mais contida, uma vez que a atividade económica pode reagir aquém do esperado. É certo que o Banco de Portugal está moderadamente otimista quanto à economia portuguesa, mas a instituição liderada por Carlos Costa não deixa de avisar que ainda há “vários constrangimentos” por resolver.
Seja como for, este ano o emprego deverá crescer 1,5% — um valor acima do que era esperado em outubro, quando a instituição liderada por Carlos Costa antecipava um crescimento de 1%. Em 2017 o emprego deverá voltar a aumentar mais 1% e os ganhos deverão manter-se em torno deste valor, pelo menos, até 2019. Como consequência, a taxa de desemprego deverá diminuir progressivamente, até atingir 8,5% em 2019.
Esta expectativa pressupõe uma recuperação mais rápida do mercado de trabalho do que a prevista pelo Governo. Mário Centeno, ministro das Finanças, só apresentou previsões para 2016 e 2017, mas são ambas ligeiramente mais pessimistas: o Executivo espera uma taxa de desemprego de 11,2% este ano e de 10,3% no próximo.
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