Angola: José Eduardo dos Santos vai mesmo sair

Os níveis de popularidade são os mais baixos de sempre e, por isso, uma situação semelhante à de 2002 onde José Eduardo dos Santos voltou atrás na sua palavra não deverá acontecer.

Pela primeira vez, José Eduardo dos Santos registou num documento escrito o nome do seu sucessor: chama-se João Lourenço, é o atual ministro da Defesa e um ex-comissário político das FAPLA, o antigo exército do MPLA. Apesar de não ser a primeira vez que o Presidente de Angola garante que não vai ser candidato, avança o Expresso, a existência de um documento aumenta a pressão no chefe de Estado Angolano.

As eleições do próximo ano não vão contar com José Eduardo dos Santos, quase quarenta anos depois de ter substituído Agostinho Neto como Presidente da Angola. O atual líder angolano reafirmou esta quarta-feira a vontade de deixar a presidência até ao final do próximo ano.

 

Esta sexta-feira há uma reunião do comité central do MPLA onde a questão será abordada. Ao Expresso, um antigo deputado do MPLA, Jacques dos Santos, afirma que o afastamento do Presidente, “desgastado como está”, é “a melhor decisão”. Os níveis de popularidade são os mais baixos de sempre e, por isso, uma situação semelhante à de 2002 onde José Eduardo dos Santos voltou atrás na sua palavra não deverá acontecer.

À contestação da população e ao aperto internacional, a saúde do próprio Presidente de Angola está débil. “Estou doente, já tenho o meu candidato e agora vocês que apresentem outros candidatos”, disse Eduardo dos Santos.

Editado por Mariana de Araújo Barbosa ([email protected])

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Perfil: Quem é Paulo Macedo?

O passado de Paulo Macedo é diversificado: já esteve no setor público como gestor e como ministro, mas tem um longo percurso na banca. A completar o trio está o percurso académico como professor.

Foi a tutelar a pasta da Saúde que a maioria dos portugueses conheceu a sua cara. Durante quatro anos no Governo PSD/CDS, Paulo Macedo fez cortes num setor sensível, mas há consenso público em atribuir-lhe mérito na sua ação enquanto ministro da Saúde. Tanto que o PS, agora no Executivo, reconhece-lhe o perfil ideal para assumir a presidência da Caixa Geral de Depósitos. Mas que perfil é esse?

António Costa queria um nome fora da política. Conseguiu-o com António Domingues, mas foi exatamente a política que o tirou de lá. A urgência da situação na CGD levou o primeiro-ministro, esta semana, como prometido, a optar por Paulo Macedo, uma figura com mais experiência política, um nome que também tinha sido falado inicialmente quando se especulava sobre a composição da administração.

No entanto, resta a dúvida sobre se este é um nome que cumpra o critério de independência que o líder do Partido Socialista tanto queria, em contraste com o que foram as anteriores como, por exemplo, Armando Vara no Governo de José Sócrates ou Mira Amaral no Governo de Durão Barroso. Por um lado, pode-se argumentar que as passagens pelo setor público ocorreram apenas quando os sociais-democratas estavam à frente do país. Por outro lado, Macedo dedicou ao setor privado mais tempo e o único cargo verdadeiramente político foi apenas o de ministro da Saúde.

1. Passado na política

Estava ainda Durão Barroso como primeiro-ministro quando Manuela Ferreira Leite indica o nome de Paulo Macedo para Diretor Geral dos Impostos e Presidente do Conselho de Administração Fiscal. Foi à frente da Autoridade Tributária e Aduaneira que Macedo teve a primeira experiência na máquina do Estado. Nos últimos meses do mandato — que terminou em 2007 — foi alvo de uma polémica devido à sua remuneração, em linha com os 23 mil euros que auferia no BCP quando foi chamado.

Paulo Macedo
Paulo MacedoPaula Nunes / ECO

Ironicamente, foi nessa altura aprovado o Estatuto de Pessoal Dirigente da Função Pública, que impossibilitava a existência de salários maiores que o do primeiro-ministro. Uma questão que, dependendo da correlação de forças na Assembleia da República, Paulo Macedo também terá de enfrentar como presidente da CGD. O Governo já veio dizer que não volta atrás na decisão, indo contra as recomendações do Presidente da República. Isto significa que Macedo vai ganhar 423 mil euros por ano, mais prémios.

O verdadeiro passado na política ocorreu com a nomeação para ministro da Saúde, cargo que ocupou de 2011 a 2015 numa altura em que o país enfrentou um resgate financeiro e teve de aplicar o memorando de entendimento com a troika. Por isso, foi no controlo dos gastos públicos com o Serviço Nacional da Saúde que Paulo Macedo se focou, recebendo críticas mas também elogios quase consensuais à sua capacidade de gestão.

No verão quente de 2013, altura em que Vítor Gaspar se demite e há o episódio da demissão ‘irrevogável’ de Paulo Portas, após a nomeação de Maria Luís Albuquerque para a pasta das Finanças, a transição de Paulo Macedo da Saúde para o Ministério das Finanças foi falada. Não se concretizou, mas nos últimos meses o nome do ex-ministro era falado não só para a Caixa Geral de Depósitos como para futuro vice-governador do Banco de Portugal, integrando a equipa de Carlos Costa.

2. Passado no setor bancário

É licenciado em Organização e Gestão pelo ISEG, tem um percurso académico também como professor, mas foi no Banco Comercial Português (BCP ) que fez a maior parte da sua carreira em vários cargos: entre 2008 e 2011, foi vice-presidente do Conselho de Administração Executivo do BCP, tendo, entre abril e junho de 2011, assumido o cargo de vice-presidente (não executivo) de diversas empresas do Grupo BCP. Assumiu, nomeadamente, a gestão de empresas do setor das seguradoras de saúde, tal como a Médis.

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Paulo Macedo, ex-ministro da Saúde.DR

Foi exatamente ao BCP que voltou após a passagem pelo Governo, tendo também ingressado na administração da Ocidental Vida, uma seguradora onde o banco detém 49%. Mas a passagem pelo setor bancário vai mais longe: a entrada no BCP dá-se em 1993 e, durante cinco anos, Macedo assume vários cargos de direção tais como a direção da unidade de marketing estratégico, da secção comercial de cartões de crédito e da rede de comércios e empresários. Depois transita para outras empresas, mas ainda dentro do Grupo BCP: de 1998 a 2000 foi administrador da Comercial Leasing, de 2000 a 2001 do Interbanco e de 2001 a 2004 da Médis, Companhia Portuguesa de Seguros de Saúde.

Experiência na banca, portanto, não lhe falta. Além do percurso no BCP, antes de ingressar no Governo de Pedro Passos Coelho, Paulo Macedo foi Conselho de Supervisão do Bank Millennium, na Polónia, e membro do Conselho de Supervisão da Euronext, operadora que gere a bolsa lisboeta. A este percurso acresce a formação complementar que fez em 2001 no Programa de Alta Direção de Empresas na AESE, Escola de Direção e Negócios.

3. + Currículo

  • Trabalhou na consultora de gestão Arthur Andersen, onde exerceu funções até 1993, enquanto assistente, sénior e diretor em Consultadoria Fiscal;
  • Integrou a Comissão para o Desenvolvimento da Reforma Fiscal (1994-1996);
  • Integrou o Grupo de Trabalho para a Reavaliação dos Benefícios Fiscais (1997);
  • Integrou a Comissão Diretiva da Seguros e Pensões (2003-2004);
  • Docente universitário no ISEG (1986 -1999);
  • Foi ainda docente no MBA da AESE, nas Pós-Graduações em Fiscalidade (Instituto de Estudos Superiores Financeiros e Fiscais), em Gestão Fiscal e em Gestão de Bancos e Seguradoras (Instituto Superior de Economia e Gestão da Universidade Técnica de Lisboa);
  • Integrou ainda o Conselho Consultivo Empresarial do MBA do Instituto Superior de Economia e Gestão, acreditado pela Association of MBAs, e o Conselho de Orientação Estratégico sobre Economia Informal da Universidade Católica no Porto;

Paulo Macedo nasceu em Lisboa a 1963. Segundo dados de 2011, Macedo detém mais de 271 mil ações do Banco Comercial Português, informação que terá de constar da declaração de rendimentos e património que obrigatoriamente tem de entregar no Tribunal Constitucional 60 dias após a tomada de posse enquanto presidente da Caixa Geral de Depósitos.

Editado por Mariana de Araújo Barbosa ([email protected])

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Bolsas em queda à espera do referendo italiano

Zona Euro vive nova prova de fogo no fim-de-semana com o referendo constitucional em Itália. Investidores retiram-se dos mercados, assumindo uma postura de cautela face a resultado italiano.

Com o referendo à Constituição em Itália à porta, os investidores estão a ajustar as suas carteiras de forma cautelosa. Não há muito apetite pelo risco em virtude da expectativa daquilo que poderá resultar da ida dos italianos às urnas no próximo domingo. Se o “Não” ganhar, Matteo Renzi sai do governo. O que acontece a seguir? Não se sabe muito bem e, num clima de incerteza, os investidores retiram-se das bolsas.

O principal índice português, o PSI-20, descia 0,52% para 4.413,03 pontos, enquanto o parisiense CAC-40 recuava 0,86%. Pior desempenho registava o índice italiano FTSE MIB e o alemão DAX 30, que perdiam 0,88% e 0,95%, respetivamente.

“As últimas sondagens (publicadas no dia 18 em virtude da lei italiana proibir a sua divulgação nas duas semanas que antecedem as eleições), embora a taxa de indecisos fosse elevada (cerca de 25%)”, explicavam os analistas do BPI no Diário de Bolsa. “Desde então assistiu-se a uma acentuada subida das yields italianas, um aumento do spread face às yields alemãs e uma quebra significativa das ações bancárias do país. Assim sendo, é possível que os investidores já tenham descontado, parcialmente, uma vitória do Não”, acrescentaram.

Em Lisboa, apenas cinco cotadas seguiam em terreno positivo. Do lado das perdas, EDP e EDP Renováveis perdiam 0,22% e 0,3%. As maiores quedas pertenciam à Mota-Engil (-1,22%) e Semapa (-1,34%).

As ações mais sensíveis às taxas de juro (como a EDP, a REN e a EDP Renováveis) poderão refletir a oscilação das yields nacionais, que poderão apresentar alguma volatilidade, na medida em que os investidores irão ajustar o seu posicionamento à realização do referendo em Itália”, referiam os analistas do BPI no Diário de Bolsa. “A Navigator e a Altri poderão ser afetadas pela desvalorização do Dólar nos mercados asiáticos.

No setor da energia, nota ainda para a Galp, que apresentava uma correção em baixa de 0,99% para 12,97 euros. A petrolífera tem registado um desempenho superior ao índice lisboeta esta semana, impulsionada pelo disparo dos preços do petróleo nos mercados internacionais, depois de a OPEP ter chegado a um acordo que visa cortar a produção de ouro negro.

(notícia em atualizada às 8h22)

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Obrigações com juros negativos caem para 9,3 biliões com Trump

Eleição de Trump fez disparar juros das obrigações em todo o mundo. Segundo a Fitch, o montante de dívida com juros negativos registou uma queda de um bilião de euros desde a eleição do republicano.

A expectativa em relação à aceleração dos preços fez disparar dos juros das obrigações dos governos um pouco por todo mundo no último mês, num movimento de agravamento que ocorreu após a eleição de Donald Trump para a Casa Branca. De acordo com a agência Fitch, há agora menos um bilião de euros em dívida com juros negativos do que havia antes do republicano ter derrotado Hillary Clinton no dia 8 de novembro.

No total, segundo os cálculos daquela agência de notação financeira norte-americana, o stock de obrigações soberanas em todo o mundo com yields abaixo de zero baixou dos 10,4 biliões de dólares (9,75 biliões de euros) para os 9,3 biliões de dólares (8,7 biliões de euros).

“A redução no montante de dívida com juros negativos acelerou na sequência da recente eleição nos EUA e da onda vendedora nos mercados obrigacionistas”, referiu a Fitch em comunicado.

O Presidente eleito já prometeu avançar com os estímulos orçamentais em larga escala, na ordem do bilião de dólares, e com uma redução dos impostos sobre as empresas em mais de 20 pontos percentuais, tal como o candidato havia prometido durante campanha. Tudo com o objetivo de fazer descolar a maior economia do mundo.

A entrada em cena da política orçamental vai significar a retirada mais célere da política monetária da Fed. Com o desemprego a rondar os 5%, é expectável que a inflação comece também ir além da meta que o banco central norte-americano pretende — no caso da Fed, há um duplo mandato, para o emprego e inflação. Ou seja, para manter os preços sob controlo, a autoridade liderada por Janet Yellen deverá forçada a subir os juros num ritmo mais rápido do que há uma semana se previa, pressionando uma subida nos juros dos restantes ativos, incluindo as obrigações.

O Japão mantinha-se como país com maior montante de dívida com juros negativos, na ordem dos 6,1 biliões de dólares (5,7 biliões de euros), um valor que compara com os 6,9 biliões de dólares observados no dia 1 de novembro. Já os governos europeus detinham 3,2 biliões de dólares em obrigações que não davam rendimento aos investidores, menos 400 mil milhões de dólares face ao início do mês passado.

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Presidente francês não é candidato a novo mandato

  • Lusa
  • 2 Dezembro 2016

O presidente francês, François Hollande, anunciou que não se vai candidatar a um novo mandato no próximo ano.

O presidente francês, François Hollande, anunciou hoje que não se vai candidatar a um novo mandato no próximo ano.

“Decidi que não serei candidato”, disse Hollande num discurso à nação transmitido pela televisão. A decisão histórica de o presidente francês não se recandidatar a um segundo mandato abre uma brecha à esquerda. É a primeira vez que um presidente francês não tenta vencer um segundo mandato.

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Quem acompanha Paulo Macedo na CGD?

  • ECO
  • 2 Dezembro 2016

O antigo ministro da Saúde já tem equipa para ajudar a liderar o banco público. Rui Vilar mantém-se na CGD, mas como chairman. Entram José João Guilherme e Esmeralda Dourado.

Paulo Macedo vai ser o próximo presidente da Caixa Geral de Depósitos (CGD). O antigo ministro da Saúde terá aceitado o convite há vários dias e, num clima de discrição, já terá escolhido os administradores que o acompanharão na liderança do maior banco português e cujos nomes seguirão ainda esta sexta-feira para o aval do Banco Central Europeu.

Segundo o Jornal de Negócios (acesso pago), além de José João Guilherme, antigo administrador do BCP e do Novo Banco, que entra para a administração executiva, Paulo Macedo vai poder contar com Esmeralda Dourado, antiga presidente do Interbanco e atual administradora não executiva da SAG, que vai exercer funções administradora não executiva.

Rui Vilar, que transita da atual equipa, assumirá o lugar de presidente do Conselho de Administração.

Será sob a gestão do antigo vice-presidente do BCP e antigo diretor geral das Finanças que a CGD vai desenvolver o processo de capitalização no valor de 5,1 mil milhões de euros, além de colocar em prática o plano de negócios que vai implicar a redução da estrutura do banco público. Em vista está a saída de aproximadamente 2.500 trabalhadores nos próximos quatro anos, o encerramento de balcões e ainda o abandono de alguns mercados internacionais.

Macedo entra assim para o lugar deixado vago por António Domingues, que renunciou à administração da CGD com mais seis administradores, três executivos e três não executivos, na sequência da polémica em torno da apresentação da declaração de rendimentos e património ao Tribunal Constitucional. Além de Rui Vilar, que assume a posição de chairman, mantêm-se em funções Tiago Ravara Marques, João Tudela Martins e Pedro Leitão.

 

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5 coisas que tem de saber antes de abrirem os mercados

A economia americana continua nas bocas do mundo. Hoje são conhecidos os dados do emprego, num dia em que fala um membro da Fed. Na Zona Euro, são reveladas as taxas praticadas pelos bancos.

Os olhos dos mercados estão postos na evolução do petróleo após um difícil, mas conseguido, acordo por parte da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP). Numa altura marcada pela escalada das cotações do petróleo, os investidores vão estar também atentos aos dados da economia dos EUA, num dia em que a Fed volta a falar. Na Zona Euro, além de se perceber o efeito do BCE nas taxas praticadas pelos bancos, as atenções viram-se para o rating da Irlanda.

Petróleo continua escalada?

É a pergunta para um milhão de euros… ou bem mais do que isso. Depois da forte subida registada após o anúncio de um acordo para a redução da oferta por parte da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), o petróleo continua a escalada a negociar para lá dos 50 dólares por barril. No entanto, os analistas estão a olhar para esta subida com cautela: a tendência positiva pode inverter-se no próximo ano, principalmente se os Estados Unidos da América, já nas mãos de Donald Trump, começarem a produzir mais, o que poderá travar os preços.

Dívida soberana irlandesa é posta à prova

A atualização ao rating da dívida soberana irlandesa vai ser feita pela Standard & Poor’s . Atualmente a S&P dá um rating de A+ à Irlanda, um país que, tal como Portugal, esteve também numa situação de resgate financeiro nos últimos anos. A dívida soberana portuguesa é, no entanto, para a S&P, ainda lixo, uma vez que está classificada com BB+, apenas a um nível de sair do caixote do lixo. Já a Moody’s vai rever o rating da dívida soberana angolana. Atualmente a agência de rating classifica Angola como lixo com B1. As restantes agências atribuem B à dívida angolana.

Quanto estão a pagar e a cobrar os bancos?

O BCE revela as taxas de juro que os bancos nacionais e da Zona Euro cobram e pagam nos novos depósitos e nos créditos às empresas e às famílias, realizados em outubro. Será que os bancos baixaram ainda mais as taxas de juro dos depósitos já em mínimos históricos? E no caso das empresas será que os bancos estão a facilitar mais as condições de acesso ao crédito, tal como ambicionado pela entidade liderada por Mario Draghi?

Quando um membro da Fed fala…

Os ouvidos ficam à escuta. Desta vez é Daniel Tarullo, um dos governadores da Reserva Federal norte-americana, que estará em destaque numa conferência sobre a estabilidade financeira, em Washington. Com a expectativa em alta, tudo o que se sabe das opiniões dos membros da Fed é essencial para perceber se na próxima reunião nos dias 14 e 15 de dezembro vai haver uma subida da taxa de juro. Janet Yellen enfrentará em breve a oposição de Donald Trump e, por isso, poderá querer adiantar a sua estratégia tal como indicavam as minutas da reunião anterior. Uma subida é quase certa.

Como vai o emprego nos EUA?

Hoje são divulgadas estatísticas do emprego nos EUA. Os economistas estimam que tenham sido criados 175 mil postos de trabalho, em novembro. Já a taxa de desemprego deverá ter-se mantido estável nos 4,9%. Os dados podem oferecer mais pistas aos investidores sobre a evolução da economia norte-americana e o rumo da política monetária da Reserva Federal dos EUA.

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Dow Jones em novo recorde. S&P cai

Além das petrolíferas, que continuam a beneficiar da escalada das cotações da matéria-prima, também o Goldman Sachs deu um forte impulso ao Dow Jones.

Mais um dia, mais um recorde para o Dow Jones. O índice industrial voltou a contraria a tendência do S&P 500 e do Nasdaq, avançando para um novo máximo histórico de final de sessão, beneficiando do impulso das petrolíferas, mas também da escalada do Goldman Sachs.

O Dow Jones encerrou a ganhar mais de 0,3% para 19.175 pontos, marcando assim um novo recorde de fecho. Já o S&P 500 perdeu menos de 0,5%, enquanto o índice tecnológico voltou a deslizar: perdeu mais de 1%. Facebook, Yahoo! e Qualcomm registaram perdas acentuadas.

O índice industrial continua a beneficiar da escalada do petróleo. Depois da OPEP ter acertado os detalhes do corte de produção, o preço do barril disparou, superando os 50 dólares em Nova Iorque e ficando perto dos 55 dólares em Londres.

A forte valorização da matéria-prima tem puxado pelos títulos de gigantes do setor petrolífero, como é o caso da Chevron que avançou 1,63% para 113,38 dólares.

Mas o destaque do dia acabou por ser no setor financeiro, mais especificamente o Goldman Sachs. O banco de investimento norte-americano acelerou para o valor mais elevado desde dezembro de 2007. Avançou mais de 2% num dia que continuou a ser de escalada dos juros da dívida dos EUA.

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Paulo Macedo é o escolhido para a CGD

  • ECO
  • 1 Dezembro 2016

O ex-ministro da Saúde é o nome escolhido por António Costa para a presidência da Caixa Geral de Depósitos.

Paulo Macedo. Este é o nome de António Costa para a presidência da Caixa Geral de Depósitos e estará, neste momento, a formar a equipa que posteriormente será apresentada ao Banco Central Europeu (BCE).

O nome do ex-ministro da Saúde já tinha sido apontado para o cargo nas últimas semanas, surgindo como “plano B” caso António Domingues viesse a abandonar o cargo, como se veio a verificar no final da última semana. Macedo terá começado por rejeitar o convite, mas acaba por aceitar.

O atual administrador da Ocidental Vida está já está a formar a nova equipa para a administração da CGD. De acordo com o Público, um dos nomes que poderá fazer parte da equipa será o de José João Guilherme, que integrou a equipa de Eduardo Stock da Cunha no Novo Banco.

Também Rui Vilar tem mantido contactos com o Governo e com Macedo, refere o jornal. Rui Vilar, que tem sido apontado como potencial candidato para o cargo de chairman do banco estatal, foi um dos quatro administradores da equipa de Domingues que se mantêm na CGD. Os três executivos que se mantêm são Tiago Ravara Marques, João Tudela Martins e Pedro Leitão.

Paulo Macedo, que durante anos foi vice-presidente do BCP, procura equipa para avançar com a reestruturação do maior banco português. O plano, esse, está a ser ultimado por Domingues. Será preciso, entre outros, despedir funcionários, encerrar balcões e sair de mercados no exterior.

(Notícia atualizada com mais informação sobre a gestão da CGD)

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Santana Lopes fora da corrida a Lisboa

  • ECO
  • 1 Dezembro 2016

A decisão não tem a ver com as sondagens, mas sim com o mandato como como provedor da SCML que se prolonga até 2019.

Pedro Santana Lopes não vai candidatar-se à Câmara Municipal de Lisboa. A decisão, diz o Expresso, já foi comunicada a Pedro Passos Coelho, sendo esta posição justificada com o mandato como provedor da SCML que se prolonga até 2019.

“Não serei candidato a Lisboa”, afirmou ao Expresso. Santana Lopes justificou a sua opção com o empenho em prosseguir o trabalho que tem levado a cabo na Santa Casa da Misericórdia de Lisboa. O seu mandato foi renovado por mais três anos,

Na entrevista concedida ao semanário, Santana Lopes diz que foi uma decisão difícil de tomar. E nega que tenham sido as sondagens a desmotivá-lo de uma candidatura.

Santana Lopes diz que seria, se se candidatasse, o candidato mais forte que o PSD poderia apresentar na capital, nas eleições autárquicas que terão lugar no outono de 2017. Ainda assim, admite que Fernando Medina não será um candidato fácil de derrotar.

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Isabel dos Santos confirma pedido para reforçar no BCP

  • ECO e Lusa
  • 1 Dezembro 2016

A empresária angolana solicitou ao BCE a autorização para aumentar a posição. Pode superar os 20% no capital do banco que agora tem como maior acionista a Fosun.

A presidente da Sonangol, Isabel dos Santos, confirmou hoje que a petrolífera angolana pediu um reforço da participação no capital do banco português Millennium BCP, cujo maior acionista é agora o grupo chinês Fosun.

Isabel dos Santos falava em Luanda, em conferência de imprensa realizada na sede da empresa para abordar o momento difícil, em termos financeiros, que a petrolífera estatal angolana atravessa, fruto da quebra nas receitas.

“A participação da Sonangol no banco Millennium BCP continuará e foi efetuado um pedido de reforço da participação da mesma“, disse a presidente do conselho de administração da petrolífera angolana, sem concretizar valores.

A 9 de novembro, ainda antes da entrada da Fosun no capital do banco liderado por Nuno Amado, o ECO revelou essa mesma intenção. A Sonangol apresentou um pedido formal ao BCE para ter mais de 20% do capital do BCP.

A Fosun chegou a acordo para ficar com 16,7% do capital, mostrando disponibilidade para aumentar esta posição até 30%. Após esta posição, a Sonangol ficou com 14,87% do capital e, conjuntamente com a Inter-Oceânico (1,7%), os angolanos ficam com uma posição conjunta de 16,5%, quase idêntica à da Fosun.

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Sonangol precisa de quase 1.500 milhões para fazer pagamentos até ao final do ano

  • Lusa
  • 1 Dezembro 2016

Isabel dos Santos disse que a petrolífera angolana precisa de uma reestruturação financeira e de 1.569 milhões de dólares para fazer face às necessidades de pagamentos até final do ano.

Isabel dos Santos explicou, em conferência de imprensa na sede da petrolífera, em Luanda, que a “redução acentuada de receitas” com a venda de petróleo, fruto da queda na cotação do barril de crude no mercado internacional, “não foi acompanhada” na Sonangol “pela necessária revisão da estratégia de investimento do grupo”. Vão ser necessários mais 1.569 milhões de dólares neste mês de dezembro até à passagem de ano.

Este cenário, apontou, “conduziu a uma situação difícil perante os credores internacionais, dificultando a capacidade de obter novos financiamentos fundamentais para a sustentabilidade das operações, manutenção dos níveis de produção, pagamentos a fornecedores e cumprimento dos seus compromissos financeiros”.

Isabel dos Santos foi nomeada para aquelas funções, e para liderar o processo de reestruturação da petrolífera estatal, em junho deste ano, tendo esta quinta-feira revelado que a avaliação entretanto realizada ao grupo, para “conhecimento total da situação de partida”, permitiu detetar “inconsistências entre a informação contabilística e a informação real da empresa”, bem como “uma falta de controlo sobre várias participações financeiras”.

Afirmou mesmo que a situação da Sonangol “é bastante mais grave do que o cenário inicialmente delineado”, obrigando a “decisões de gestão com caráter de urgência”. “Fica assim cada vez mais evidente a necessidade de implementar de imediato um programa de reestruturação financeira do grupo para conseguir garantir os compromissos financeiros assumidos até à data”, disse Isabel dos Santos.

Durante a conferência de imprensa, foi divulgado que a dívida financeira do grupo para 2016 está estimada em 9.851 milhões de dólares (9.263 milhões de euros) e que atualmente “existe a necessidade de contrair novos financiamentos”, em face dos compromissos financeiros “ainda por financiar”, para que a Sonangol “possa cumprir com os pagamentos até ao final do ano”. Esta necessidade, foi ainda adiantado, totaliza 1.569 milhões de dólares (1.476 milhões de euros).

A administração da Sonangol era liderada desde 2012 até à nomeação (junho de 2016) de Isabel dos Santos pelo chefe de Estado, por Francisco de Lemos José Maria, que por sua vez sucedeu a Manuel Vicente, eleito então vice-Presidente da República.

Segundo a presidente do Conselho de Administração da petrolífera, foi igualmente detetada nesta avaliação um “sobredimensionamento da estrutura” do grupo, com cerca de 22.000 pessoas ligadas ao universo Sonangol, 8.000 colaboradores ativos, mais de 1.100 colaboradores não ativos – estes representando um custo anual superior a 40 milhões de dólares (37 milhões de euros) – e mais de 8.000 trabalhadores pertencentes a empresas de trabalho temporário.

Face ao cenário vivido pela petrolífera, foi admitido a possibilidade de a Sonangol não entregar dividendos ao acionista Estado.

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