A melhor amiga de Portugal vai melhorar outlook? É 50-50 dizem os analistas

Agência DBRS volta a rever notação da dívida portuguesa esta sexta-feira. Tem sido a mais bondosa das agências de notação financeira em relação a Portugal. Vai voltar a ser amiga e melhorar outlook?

Não fosse a DBRS e Portugal teria atravessado um caminho mais penoso nos mercados nos últimos anos. Foram os canadianos que mantiveram as obrigações portuguesas qualificadas para o importante programa de compra de dívida do Banco Central Europeu (BCE) quando eram os únicos entre as grandes agências de rating a manter a República fora da categoria lixo. A agência volta a rever a notação portuguesa esta sexta-feira e, apesar de ter admitido recentemente que pode melhorar o outlook de Portugal, os analistas estão divididos quanto à sua decisão. É fifty-fifty.

Considerada bondosa em relação ao tratamento a Portugal, a DBRS anuncia nova avaliação ao rating nacional mais logo ao final da tarde. A notação portuguesa está atualmente em BBB low com perspetivas (outlook) estáveis. Sem uma melhoria do rating à vista, os analistas contactos pelo ECO reconhecem que a agência pode melhorar o outlook para positivo, sobretudo depois de a Standard&Poor’s ter retirado protagonismo aos canadianos quando em setembro surpreendeu com a retirada do país do nível “lixo”. Mas estão sobretudo divididos.

“Subir outlook? Desta vez não vou tomar partido. Penso que seja uma probabilidade de 50/50 com base no conteúdo do último relatório publicado por eles“, comentou Lyn Graham-Taylor, analista do Rabobank, ao ECO.

"Subir outlook? Desta vez não vou tomar partido. Penso que seja uma probabilidade de 50/50 com base no conteúdo do último relatório publicado por eles.”

Lyn Graham-Taylor

Analista do Rabobank

Já Jens Peter Sørensen, analista chefe do Danske Bank, aposta na manutenção da perspetiva “estável”. “Uma melhoria no outlook seria uma surpresa positiva. Embora os números da economia tenham melhorado, a DBRS vai esperar por mais dados antes de qualquer ação”, argumenta Sørensen.

O que é um rating? O ECO explica

Mais otimista está a equipa de research do BiG, que espera que os canadianos coloquem Portugal em perspetiva positiva. O banco lembra a ênfase que DBRS sempre deu aos fatores qualitativos, ao contrário das outras agências. “Mas desde a última decisão de rating da DBRS no final de abril, os fatores quantitativos também têm melhorado, o que deverá levar a agência a melhorar a perspetiva, de modo a manter-se consistentes com as decisões anteriores da agência”, justifica o BiG.

"Desde a última decisão de rating da DBRS no final de abril, os fatores quantitativos também têm melhorado, o que deverá levar a agência a melhorar a perspetiva, de modo a manter-se consistentes com as decisões anteriores da agência.”

BiG

Equipa de research

Ao ECO, Adriana Alvarado, analista da agência canadiana que segue Portugal, salientou que a dívida pública se apresenta com uma “evolução favorável”. “O rácio da dívida pública continua elevado, mas deverá começar a cair a partir deste ano. Vai apresentar uma evolução favorável”, sublinhou a responsável.

De acordo com as projeções inscritas no Orçamento do Estado para 2018, o rácio da dívida deverá descer para 126,2% do Produto Interno Bruto (PIB) no final do ano, recuando para 123,5% do PIB em 2018. Em entrevista à agência Reuters, Centeno admitiu que o rácio poderá baixar para o patamar psicológico dos 120% em 2020. É suficiente para tranquilizar os mercados?

“Excedentes primários sólidos e crescimento económico robusto ao longo do tempo são necessários para colocar o rácio da dívida num caminho mais sustentável”, alertou a analista da DBRS, frisando que as metas previstas na proposta orçamental são “realistas”.

"O rácio da dívida pública continua elevado, mas deverá começar a cair a partir deste ano. Vai apresentar uma evolução favorável.”

Adriana Alvarado

Analista da DBRS

“As perspetivas de crescimento estão em linha com as projeções do FMI e do Banco de Portugal. (…) As metas do défice parecem atingíveis se os gastos públicos continuarem contidos e as receitas continuarem a crescer de forma sólida”, nota Adriana Alvarado, a principal responsável pelo acompanhamento a Portugal.

Até final do ano, Portugal volta ao exame das agências de rating no dia 15 de dezembro, quando está prevista a revisão da notação pela Fitch, que pode ser a próxima a retirar o país do nível considerado “investimento especulativo”.

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EDP Renováveis avança em 2018 com construção de dois parques eólicos

  • Lusa
  • 3 Novembro 2017

Em causa está a construção dos dois parques eólicos aprovados pelo Governo no final de outubro referentes a candidaturas à atribuição de licenças eólicas feitas em 2008.

A EDP Renováveis vai avançar em 2018 com a construção dos dois parques eólicos aprovados pelo Governo no final de outubro referentes a candidaturas à atribuição de licenças eólicas feitas em 2008, anunciou hoje o presidente da empresa.

“Os dois parques, que já estão aprovados, vão avançar para o ano. Houve um concurso […] e, portanto, nós vamos avançar como previsto”, disse à agência Lusa o presidente da EDP Renováveis, João Manso Neto.

Falando à margem do nono encontro promovido em Lisboa pela Associação Portuguesa das Empresas do Setor Elétrico (ELECPOR), na qual Manso Neto é presidente, o responsável precisou que, no próximo ano, as obras vão “começar e acabar”.

Questionado sobre montantes, João Manso Neto referiu que “o investimento é um pouco mais [do que estava previsto], para aí de 60 milhões de euros”, já que “os dois parques juntos terão cerca de 50 megawatts”.

Inicialmente previa-se que o investimento rondasse os 50 milhões de euros.

Manso Neto desvalorizou a demora na decisão do Executivo, apontando que “tem o seu tempo”.

“Estamos em hora, sem problema”, adiantou.

Em causa estão os parques eólicos de Maunça (20 megawatts), no concelho da Batalha, distrito de Leiria, e de Vigia (28 megawatts), no concelho de Tarouca, no distrito de Viseu.

De acordo com uma informação divulgada no final de outubro pelo gabinete do secretário de Estado da Energia, Jorge Seguro Sanches, “a instalação destes projetos, ainda com tarifas feed-in (isto é, tarifas subsidiadas), insere-se na lógica de estabilidade contratual e regulatória assumida pelo Governo para o setor“.

Segundo o Executivo, os projetos terão “uma considerável incorporação industrial nacional, de acordo com as contrapartidas do contrato, assumidas pelo promotor com o Estado”.

Na nota, a secretaria de Estado da Energia realçava também que “a evolução tecnológica, entretanto registada nos últimos anos, combinada com o forte potencial solar nacional impôs, no entanto, uma mudança de paradigma no setor das energias renováveis”, que se traduz no fim das tarifas subsidiadas à produção de eletricidade.

“É neste contexto que assenta a atual aposta do Governo na promoção de projetos renováveis, sem tarifa ‘feed-in’, que penalizem a fatura de energia, em especial das famílias”, acrescentava a secretaria de Estado.

Os projetos da empresa liderada por Manso Neto aguardavam aprovação desde 2008, pelo que seguirão as condições então vigentes.

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Língua vale 17% do PIB. Economia e universidades devem promovê-la, diz MNE

  • Lusa
  • 3 Novembro 2017

Augusto Santos Silva apelou à promoção do português como "uma das grandes línguas globais". Ministro dos Negócios Estrangeiros sublinha que é preciso que as universidades e a economia se envolvam.

A língua portuguesa vale 17% do Produto Interno Bruto, disse, esta sexta-feira, o ministro dos Negócios Estrangeiros, que apelou ao envolvimento do setor económico e das universidades na promoção do português como “uma das línguas globais de hoje”.

“As primeiras estimativas sobre o cálculo do valor económico da língua portuguesa indicam que vale qualquer coisa como 17% do nosso Produto. Temos de passar desse conhecimento para a ação e uma consequência óbvia é interessar a economia, as universidades, outros agentes, nesta promoção conjunta da língua portuguesa”, destacou Santos Silva, na cerimónia de posse do novo presidente do Camões – Instituto da Cooperação e da Língua, Luís Faro Ramos.

Na sua intervenção, o ministro fez uma reflexão sobre o trabalho desenvolvido e os desafios nas três grandes áreas sob tutela do Camões – língua, cultura e cooperação.

Ressalvando que o instituto “não tem o monopólio, nem deveria ter, da promoção da língua portuguesa e das culturas de língua portuguesa”, Santos Silva destacou que este organismo, que tutela, é “o agente principal de promoção internacional do português, das literaturas e das culturas de língua portuguesa”. O “objetivo essencial” é, destacou, “promover o português como uma das grandes línguas globais de hoje”.

Esta missão, salientou, não é incompatível com a valorização da rede de ensino de português como língua de herança, que é “responsabilidade legal, constitucional e até moral” do Estado português, e que abrange 17 países em quatro continentes.

“Temos todos claro que o nosso objetivo é que a língua portuguesa seja cada vez mais valorizada nos currículos do maior número possível de países como língua estrangeira a ser oferecida aos seus alunos”, disse.

Santos Silva acrescentou: “Procuramos que a língua que os filhos das nossas comunidades estudam seja uma língua que eles estudem não por ser uma língua do gueto, que eles não são, não por ser uma língua regional, que não é, mas por ser uma língua de herança e uma das grandes línguas globais do mundo de hoje”.

Quanto à cultura, Santos Silva disse que “é para durar” a parceria entre os ministérios dos Negócios Estrangeiros e da Cultura no programa de ação cultural externa, lançado este ano, referindo que todos os dias há, em média, quatro iniciativas culturais a serem promovidas pelo mundo. Mas, agora, há ajustes a fazer, passando a “juntar esforços de outros ministérios, designadamente da Economia, e também outros agentes ligados à cultura, sobretudo fundações”.

Na área da Cooperação, o ministro destacou que desde 2016 voltou a haver um aumento das verbas afetas à ajuda pública ao desenvolvimento. Santos Silva defendeu a necessidade de uma melhor articulação entre “a grande frente da Cooperação e o relacionamento económico”. “A Cooperação deve ir de mãos dadas com os outros fatores do desenvolvimento, designadamente o crescimento económico e as condições de inovação tecnológica e de criação de emprego”, sustentou.

O Governo estimou para 2018 um orçamento de 68,2 milhões de euros para o Camões, mais 8% que a verba deste ano e mais 6% do que a execução estimada. “É o terceiro ano que o orçamento do Camões cresce”, assinalou Santos Silva. Mas, admitiu, “os recursos humanos são sempre insuficientes, os recursos financeiros nunca chegam”. “Além de que a minha sovinice orçamental é universalmente conhecida, pelo menos neste palácio”, brincou.

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Ainda é “muito cedo” para falar no fim do programa de estímulos, diz o BCE

  • ECO
  • 3 Novembro 2017

Perante uma inflação acima das previsões, o Banco Central Europeu admite estar atento ao programa de estímulos, descartando uma possível rutura de stock de títulos públicos.

As novas previsões do Banco Central Europeu apontam para valores mais altos de inflação para a zona euro no próximo ano. Neste sentido, o membro do conselho de governadores, Ewald Nowotny, refere que agora não é uma boa altura para falar no programa de estímulos, que o BCE pretende cortar após o mês de setembro do próximo ano.

“Eventualmente haverá uma redução e uma determinada data para o fim [dos programas de estímulos], mas ainda é muito cedo para termos esta discussão”, afirmou Nowotny em entrevista à Bloomberg esta sexta-feira. De acordo com o regulador, a inflação poderá ser superior ao esperado em 2018, porque “os preços da energia estão a subir”, justificou Nowotny, frisando que a inflação ate poderá voltar a desacelerar no próximo ano, mas a inflação subjacente vai acelerar. Nas projeções mais recentes, em setembro, o BCE prevê uma inflação de 1,2% no próxima, com base nas previsões de evolução dos preços do petróleo — 52,6 dólares por barril, ou seja 16% abaixo do valor atual.

Eventualmente haverá uma redução e uma determinada data para o fim [dos programas de estímulos], mas ainda é muito cedo para termos esta discussão.

Ewald Nowotny

Membro do conselho de governadores do BCE

Na semana passada o BCE cortou em metade as suas compras de dívida para uma base mensal de 30 mil milhões de euros e estendeu o programa de estímulos até ao final de setembro. Quanto a uma possível escassez de títulos detido pelo BCE, Nowotny descarta o possível cenário, afirmando que o banco central dispõe de um stock “forte e em crescimento”, confere. “Nós olhamos para isto de forma atenta, portanto estamos cientes de que se trata de algo para o qual devemos ser cuidadosos”, afirma.

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Altice garante que TVI terá “absoluta independência editorial”

Michel Combes, presidente executivo da Altice, garantiu esta sexta-feira que dará "absoluta independência editorial" à TVI caso consiga comprar a empresa-mãe, a Media Capital.

O presidente executivo da Altice, Michel Combes, garante que a TVI terá “absoluta independência editorial” caso a compra da Media Capital pelo grupo seja aprovada pelos reguladores nacionais. Numa conferência telefónica com analistas esta sexta-feira, Combes disse ainda que a empresa zelará pela “empregabilidade nos media portugueses, inovação e pluralismo numa altura em que o setor está sob pressão”.

A Altice oferece 440 milhões de euros aos espanhóis da Prisa pela Media Capital, a empresa que, em Portugal, detém a TVI, a rádio Comercial e a produtora Plural, entre outros ativos. A proposta foi feita através da operadora Meo, detida pela Altice, mas o negócio ainda depende da luz verde do regulador da concorrência. Contudo, este negócio de convergência entre media e telecomunicações tem merecido oposição por parte das operadoras concorrentes (NOS e Vodafone), assim como da Sonae e da Impresa, dona da SIC.

A independência da TVI, líder no segmento televisivo em quota de mercado, tem sido uma das preocupações apontadas no meio. Quanto a isso, Michel Combes reiterou as garantias de que a estação de Queluz de Baixo terá “absoluta independência editorial” com as rédeas da Media Capital nas mãos da Altice — “tal como nos restantes meios de comunicação” do grupo, acrescentou Michel Combes. A Altice detém vários meios de comunicação em França, por exemplo, como o canal BFM ou o jornal L’Express.

Na conferência de imprensa com analistas, num dia em que as ações do grupo estão a afundar na bolsa de Amesterdão, Michel Combes explicou que a Media Capital representa “oportunidades” para a empresa e que o grupo de media irá “suportar” a expansão da Altice no segmento dos conteúdos no mercado português. O grupo está focado em convergir media, telecomunicações e publicidade ao nível internacional e quer aproveitar a capacidade da produtora Plural para criar um hub exportador de conteúdos a partir de Portugal, à semelhança do Altice Labs, o polo de inovação da empresa em Aveiro.

Combes admitiu também a hipótese de a Media Capital, especificamente a TVI, vir a beneficiar da tecnologia desenvolvida pela Teads, uma startup que a Altice adquiriu por cerca de 300 milhões de dólares este ano. A Teads desenvolve soluções inovadoras na área da publicidade, recorrendo à inteligência artificial. Uma das soluções, explicou o gestor da Altice, será a da integração de chatbots na publicidade em vídeo.

Um slide com compromissos da Altice em Portugal, apresentado na conferência telefónica com analistas

Remédio da Anacom penalizou receitas da Meo

Entre julho e setembro, a Altice conseguiu 566,2 milhões de euros de receita com as operações da PT/Meo em Portugal, anunciou a empresa esta quinta-feira. Trata-se de uma queda de 3,1% em relação ao mesmo período de 2016. A Meo conquistou também mais de 35.000 novos subscritores líquidos no trimestre graças à expansão da sua rede de fibra ótica e perdeu outros 11.000 clientes no mesmo período.

Ora, esta perda de subscritores aconteceu numa altura em que a Meo se viu obrigada a dar 15 dias aos clientes fidelizados para que pudessem rescindir contratos sem encargos. Em causa, uma medida corretiva da Anacom, que concluiu que as operadoras portuguesas realizaram aumentos de preços irregulares no final de 2016. O tema não passou ao lado da conferência com os analistas.

“A medida não nos afetou só a nós, mas também a NOS”, explicou Michel Combes, admitindo que a medida “teve um impacto na base de clientes” da Meo. A medida terá, por isso, ajudado à queda de mais de 3% nas receitas da empresa face ao mesmo trimestre de 2016, embora também a queda das receitas com tráfego internacional esteja refletidas nesse valor. Contudo, Michel Combes mostrou-se “muito confortável com a capacidade da Altice de gerir a base de clientes”. A empresa aposta na expansão da rede de fibra ótica como um dos principais fatores para atrair novos subscritores. “Quanto temos fibra, obviamente que estamos numa melhor posição” para concorrer, explicou o gestor, que também lidera diretamente a operadora francesa SFR.

Combes sublinhou ainda que a Altice está focada num “muito melhor desempenho das operações em França e Portugal” e que, “monetizando os investimentos em conteúdos”, espera ter melhores margens de negócio nos próximos tempos.

(Notícia atualizada às 15h08 com mais informações)

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Ex-vice-Presidente da Argentina detido

Amado Boudou foi detido por suspeitas de lavagem de dinheiro e participação numa rede de tráfico de influências. Justiça argentina quer saber a origem do dinheiro do ex-vice Presidente.

O ex-vice-Presidente argentino, Amado Boudou, foi detido esta sexta-feira, sob ordem do juiz Ariel Lijo, por suspeita de lavagem de dinheiro. Boudou foi levado para o Tribunal Federal, em Retiro (no centro de Buenos Aires), e espera-se que compareça ainda hoje a uma audiência, segundo avança a Reuters (conteúdo em inglês).

Amado terá que explicar a origem de 80 mil dólares (68,6 mil euros) usados para comprar um apartamento para a sua ex-namorada. É ainda investigado por suspeitas de participação numa rede de tráfico de influências, que terá beneficiado vários empresários ligados a uma das suas empresas, de acordo com o jornal Folha de S. Paulo.

Como se não bastasse, adquiriu ainda 70% do capital da Ciccone, uma empresa responsável pela impressão de moedas, que se encontrava em má situação financeira. Boudou comprou-a e agora a justiça procura saber a origem de todo esse dinheiro. Segundo o juiz, o ex-vice presidente terá de dar uma “justificação dos seus bens”, uma vez que entende que “existem elementos suficientes que permitem presumir, a princípio, que Amadou Boudou teve o seu património aumentado de forma injustificada durante o seu exercício da função pública”.

Boudou nega todas as acusações.

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Plano fiscal e empregos deixam Wall Street sem tendência

Bolsas norte-americanas iniciaram sessão sem tendência definida, com os investidores a analisarem os dados sobre a criação de emprego e ainda o plano fiscal que vai baixar os impostos às empresas.

Wall Street abriu a última sessão da semana com sentimento misto, com os investidores a mostrarem uma reação indefinida em relação ao relatório do emprego, que mostrou que a economia norte-americana criou menos postos de trabalho do que o esperado pelos analistas. Nomeação de Powell para a Fed também condiciona.

De acordo com o Departamento do Trabalho, foram criados mais 261 mil empregos em outubro. Apesar de ser o melhor registo desde julho de 2016, o número acabou por ficar aquém do aumento de 310 mil postos esperados pelos economistas sondados pela agência Reuters.

Neste cenário, enquanto o industrial Nasdaq soma 0,04%, já o S&P 500 e o industrial Dow Jones cedem ambos 0,06%.

“Foi um relatório misto”, referiu Phil Orlando, analista da Federated. “O setor da indústria transformadora teve uma boa recuperação mas muitas das dinâmicas internas, particularmente o crescimento dos salários e as horas trabalhadas não foram tão boas como esperávamos”, disse ainda.

À vista dos investidores está ainda a recente nomeação de Jerome Powell para suceder a Janet Yellen enquanto presidente da Reserva Federal norte-americana. Além disso, o mercado continua a analisar o plano fiscal apresentado esta quinta-feira e que inclui redução dos impostos sobre as empresas dos 35% para os 20%.

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BE pressiona Governo: quer mais institutos da Saúde excluídos das cativações

  • Margarida Peixoto
  • 3 Novembro 2017

Os bloquistas já conseguiram um compromisso por parte do Executivo de baixar o valor total das cativações em 2018. Também ganharam uma exceção para o INEM, mas querem mais.

O Bloco de Esquerda continua a pressionar o ministro das Finanças com o tema das cativações. Os bloquistas já conseguiram um compromisso por parte de Mário Centeno de que o valor dos cativos no Orçamento do Estado para 2018 será mais baixo e que o INEM ficará excluído, mas querem mais exceções para outros institutos da área da Saúde.

“Estamos a pressionar para termos mais exclusões de cativações na Saúde”, confirmou a deputada bloquista, Mariana Mortágua, ao ECO, depois de ter sido já dura sobre o tema durante o debate de generalidade do OE2018. Em causa estão, por exemplo, o Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências (SICAD) e a Direção-Geral de Saúde.

A polémica das cativações estalou no verão deste ano, quando os deputados da Assembleia da República começaram a questionar o Governo sobre os montantes que, segundo a Conta Geral do Estado, tinham acabado por ficar por gastar no Orçamento de 2016.

Desde então, o ministro das Finanças tem-se esforçado por defender aquilo a que chama de “técnica de gestão orçamental”, argumentando que as cativações não passam de um mecanismo que visa evitar derrapagens de despesa decorrentes das situações em que a receita efetivamente encaixada pelos cofres públicos fica aquém do projetado.

Contudo, o diferendo mantém-se. Ao segundo dia de debate na generalidade do Orçamento do Estado para 2018, mas ainda com o período de discussão na especialidade todo pela frente, os bloquistas continuam a insistir com Mário Centeno para excecionar das cativações mais institutos da saúde.

Neste momento, por imposição da lei, os serviços do Serviço Nacional de Saúde não estão abrangidos pelas cativações. Este tem sido, aliás, o argumento usado pelo ministro das Finanças para garantir que os cidadãos não sentem qualquer reflexo da aplicação dos cativos.

Contudo, os institutos que não pertencem ao SNS e que também prestam serviços aos cidadãos estão abrangidos pelas cativações. O Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) é um deles e, durante o debate na generalidade, Centeno já assumiu o compromisso de para o próximo ano o excluir. Agora os bloquistas querem mais, como por exemplo o SICAD e a DGS.

Do lado das Finanças há resistência. O ministro aceitou, contudo, baixar o seu valor. Para 2018 a projeção do que decorre apenas da lei do Orçamento do Estado é da ordem dos 1.156 milhões de euros, menos do que os 1.423 milhões de euros de 2017. Ainda haverá que somar os cativos que hão de decorrer do decreto-lei de execução orçamental, mas o montante total ficar abaixo do verificado este ano.

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A manhã num minuto

  • Rita Frade
  • 3 Novembro 2017

Não sabe o que se passou durante a manhã? Não faz mal. Fizemos um vídeo que reúne as notícias mais importantes, num minuto.

A EDP reviu as suas estimativas para o lucro em baixa para este ano, mas isso não impede a elétrica de manter o dividendo de 19 cêntimos, segundo vai anunciar António Mexia aos analistas. As ações mantêm-se em queda de 4%. A empresa espera agora obter um lucro entre 850 milhões e 900 milhões de euros em 2017 (abaixo da anterior projeção de cerca de 919 milhões de euros), isto sem contar com o impacto positivo da venda da Naturgas e da Portgas.

As ações da Altice na bolsa de Amesterdão estão a afundar mais de 10% esta sexta-feira, naquela que é a pior sessão intradiária desde junho do ano passado. Os títulos desvalorizavam para 14,50 euros com um volume de transações cerca de duas vezes acima da média. A queda surge após um comunicado do grupo que detém a Meo, onde a empresa assume que os resultados do ano de 2017 deverão ficar no “limite mínimo” das suas previsões.

Durante a sua intervenção, hoje, na Assembleia da República, Mariana Mortágua, deputada do Bloco de Esquerda, abordou o tema das cativações, um dos assuntos sobre os quais Governo e bloquistas ainda não se entendem e que, até à data, Mário Centeno se tinha limitado a dizer que ficava muito abaixo do registado este ano. Mas, desta vez, o ministro das Finanças esclareceu: “Os cativos que se antecipam decorrentes da lei são de 1.156 milhões de euros, o que compara com 1.423 milhões de euros” no atual OE.

A Federação Nacional dos Professores (Fenprof) anunciou esta sexta-feira uma nova greve nacional (dia 15 de novembro), apelando aos docentes para se concentrarem no Parlamento nesse dia, durante a discussão do Orçamento do Estado para o setor.

A partir da próxima semana os combustíveis vão ficar mais caros: tanto o gasóleo como a gasolina preparam-se para registar agravamentos na ordem dos dois cêntimos por litro.

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Portugal vive “duas realidades muito distintas”, diz a Bloomberg

  • ECO
  • 3 Novembro 2017

Para a agência Bloomberg, Portugal encara "duas realidades" muito diferentes: de um lado, o cenário e os mortos deixados pelos incêndios. Do outro, o clima de euforia do Web Summit.

Segundo a Bloomberg, Portugal enfrenta duas realidades diferentes: a destruição deixada pelos fogos e a euforia do Web Summit

Portugal prepara-se para acolher o Web Summit, a grande conferência de tecnologia que está a gerar entusiasmo e alvoroço nas empresas. No entanto, o clima contrasta com as mais de cem mortes em quatro meses provocadas pelos graves incêndios florestais deste verão, que têm estado no centro da agenda política nos últimos tempos. É por isto que Portugal está a viver em “duas realidades muito diferentes”, aponta a Bloomberg numa análise publicada esta sexta-feira [acesso condicionado].

“O primeiro-ministro português, António Costa, lidera um país que encara duas realidades muito distintas”, começa por escrever a agência. De um lado, o Web Summit em Lisboa, “uma cidade em crescimento que atrai milhares de turistas e um crescente número de investidores franceses e chineses em imobiliário”. Do outro, os últimos incêndios florestais que mataram 45 pessoas a 15 de outubro.

“As discussões sobre tecnologia vão contrastar fortemente com o foco de António Costa nas últimas semanas: incêndios florestais que deixaram mais de 100 mortos num período de quatro meses, com as televisões a mostrarem imagens de famílias desesperadas com mangueiras nos quintais a tentarem salvar as suas habitações”, acrescenta a Bloomberg.

O primeiro-ministro português, António Costa, lidera um país que encara duas realidades muito distintas.

Bloomberg

A agência recorda ainda as palavras de Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente da República, proferidas numa visita a Pampilhosa da Serra, uma das regiões mais afetadas pelos fogos deste verão: “Parte do país, nomeadamente as zonas metropolitanas, o chamado Portugal do litoral, que podia ainda não ter acordado para esta realidade [dos incêndios], está agora ciente dela. É essencial olhar para esta realidade para que não haja vários países a várias velocidades.”

O artigo termina com referências à situação política do país, nomeadamente o apoio dos partidos de esquerda ao executivo socialista e a rejeição da moção de censura ao Governo apresentada pelo CDS-PP. Indica ainda que Lisboa é o maior distrito de Portugal e que elege 47 dos 230 deputados da Assembleia da República — em conjunto com Porto, Braga e Setúbal, os quatro distritos arrebatam mais de metade dos assentos no Parlamento, sublinha.

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Marcelo pressiona Governo para avançar com descentralização

  • ECO
  • 3 Novembro 2017

Presidente da República alerta para os efeitos negativos de uma falta de definição no plano de descentralização. Marcelo encerrou o 1º Congresso das Escolas.

O Presidente da República apelou, esta sexta-feira, ao Governo para avançar com a descentralização. “Sem uma definição, entraremos numa situação cinzenta, em que a bondade da descentralização será ultrapassada pelos efeitos negativos de decisões precipitadas ou de posições prematuras“, sublinhou Marcelo Rebelo de Sousa, no encerramento do 1º Congresso das Escolas, na Fundação Calouste Gulbenkian.

O Chefe de Estado sublinhou que deve haver uma definição “consensual”, quanto à transferência de competências, e “clara”, quanto à distribuição de recursos para que “uns não cumpram o que lhes é exigido à míngua”. Uma afirmação que vai ao encontro dos apelos dos municípios para que as transferências de competências sejam acompanhadas de um reforço das transferências do Orçamento do Estado. Segundo Marcelo Rebelo de Sousa, esse processo implica uma avaliação e reajustamento constante.

A encerrar os dois dias do congresso, o Presidente da República deixou ainda uma nota de união: “Somos uma família. Aqueles que trabalham na educação em Portugal, no quadro das escolhas são uma família”.

A descentralização é descrita, no programa do Governo, como “base da reforma do Estado”. Em março, foi entregue no Parlamento e debatida em comissão uma proposta de lei neste sentido, mas acabou por ser decidido que o seu aprofundamento só seria retomado depois das eleições autárquicas (que aconteceram a 1 de outubro).

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Portugal procura 1.250 milhões em obrigações a dez anos na próxima quarta-feira

O Tesouro português regressa ao mercado na próxima quarta-feira para emitir dívida de longo prazo. Pretende ir buscar até 1.250 milhões em obrigações do Tesouro a dez anos.

Portugal regressa aos mercados na próxima quarta-feira para emitir dívida de longo prazo. O Tesouro pretende angariar entre mil milhões e 1.250 milhões de euros em obrigações do Tesouro a dez anos, informa o IGCP.

“O IGCP, E.P.E. vai realizar no próximo dia 8 de novembro pelas 10:30 horas um leilão da OT com maturidade em 14 de abril de 2027, com um montante indicativo entre 1.000 milhões de euros e 1250 milhões de euros“, diz o comunicado enviado às redações pela entidade liderada por Cristina Casalinho.

Esta ida ao mercado do Tesouro português decorre num período marcado pela descida das yields da dívida soberana nacional. No caso da taxa de juro a dez anos esta encontra-se atualmente nos 2,09%. Ou seja em mínimos de abril de 2015. Isto acontece depois de a Standard & Poor’s ter colocado a 15 de setembro a dívida soberana nacional com a classificação de grau de investimento, tendo na ocasião surpreendido o mercado com a decisão. A partir dessa altura, as yields da dívida portuguesa intensificaram o rumo descendente que se vinha a observar.

A última vez que Portugal emitiu dívida a dez anos foi a 11 de outubro, tendo na ocasião colocado 750 milhões de euros a uma taxa de juro média de 2,327%. Essa foi a primeira vez que Portugal foi ao mercado para emitir dívida após a retirada da dívida portuguesa da classificação de “lixo”, tendo conseguido financiar-se à taxa mais baixa desde 2015.

O leilão da próxima quarta-feira acontece depois de o Governo ter apresentado o Orçamento do Estado para 2018, que está a ser discutido atualmente na Assembleia da República. Mas também depois de a DBRS se pronunciar sobre a dívida nacional, o que está agendado para esta sexta-feira.

(Notícia atualizada com mais informação)

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