OCDE: Malparado continua a limitar investimento
O investimento privado e a realocação de recursos continuam a ser penalizados pelo grande peso do crédito malparado, diz a OCDE. Um problema no balanço dos bancos que limita a cedência de empréstimos.
Portugal tem de reduzir o peso da dívida das empresas no balanço dos bancos. O alerta consta de um relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) sobre as reformas económicas de cada país para este ano. O investimento privado e a realocação de recursos continuam a ser penalizados pelo nível elevado de crédito malparado, sendo este um problema transversal ao setor financeiro nacional.
A OCDE deixa um alerta a Portugal: o país tem de reduzir o peso da dívida empresarial. “O investimento privado e a realocação de recursos estão a ser pressionados pelo elevado peso de crédito malparado [nos balanços dos bancos], o que limita a capacidade dos bancos para concederem empréstimos”, diz a entidade no seu relatório sobre as reformas económicas de cada país para 2017.
"O investimento privado e a realocação de recursos estão a ser pressionados pela quota elevada de crédito malparado [nos balanços dos bancos], o que limita a capacidade dos bancos para ceder empréstimos”
Para resolver o problema do malparado, que é transversal a todo o setor financeiro nacional, a OCDE nota que os “procedimentos de insolvência e a reestruturação de empresas viáveis devem ser simplificados ao eliminar os direitos especiais de veto das autoridades fiscais”. Para além disso, deve melhorar-se o acesso da informação aos credores e responsáveis por estes processos de insolvência, aumentando o número de juízes nos tribunais.
A OCDE refere ainda que “maiores incentivos regulatórios podem levar os bancos a apresentarem planos credíveis para reduzirem o malparado, através de amortizações e vendas”. Uma questão que já tinha sido levantada pela entidade. No relatório apresentado no mês de fevereiro, a organização recomendou usar incentivos que levem os bancos a criar planos que “limpem” os empréstimos em incumprimento dos balanços. E usar penalizações para aquelas instituições financeiras que não o façam.
“Resolver o crédito malparado rapidamente é crucial para Portugal e exige uma abordagem abrangente”, alertou na altura. E agora volta a fazê-lo. No final de 2015, 11,9% dos empréstimos totais estavam em incumprimento, de acordo com dados do FMI, uma percentagem que é das mais elevadas na Europa.
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