Ricardo Carvalho condenado a sete meses de prisão por fraude fiscal

  • Lusa
  • 6 Outubro 2017

O jogador português reconheceu ter ocultado receitas provenientes dos direitos de imagem, obtidas em 2011 e 2012. Ricardo Carvalho terá ainda de pagar uma multa no valor de 142.822 euros.

O Tribunal Regional de Madrid condenou o futebolista internacional português Ricardo Carvalho a sete meses de prisão por crimes fiscais, cometidos em 2011 e 2012, relacionados com a ocultação de receitas provenientes dos direitos de imagem.

A justiça espanhola ratificou o acordo entre a Autoridade Tributária e Ricardo Carvalho, no qual o jogador, atualmente ao serviço dos chineses do Shanghai SIPG, reconheceu ter cometido as acusações que lhe são imputadas, na altura em que representava o Real Madrid.

De acordo com a sentença, a que a agência noticiosa Efe teve hoje acesso, Ricardo Carvalho foi também condenado ao pagamento de uma multa no valor de 142.822 euros, considerando “desproporcionadas” as penas pedidas pelo Ministério Público, de um ano de prisão e perto de 300.000 euros de multa.

Perante a insistência do Ministério Público, exemplificando com a pena de 21 meses imposta ao argentino Lionel Messi, os magistrados observaram que o valor defraudado pelo jogador do FC Barcelona é muito superior ao que era imputado a Ricardo Carvalho, ascendendo a 4,1 milhões de euros.

O tribunal madrileno considerou como atenuante o facto de Ricardo Carvalho ter admitido a fraude ainda antes de ter sido iniciado o procedimento judicial e ter devolvido a totalidade do valor que o Fisco alega ter sido ocultado pelo futebolista, estimado em 545.981,03 euros.

A legislação em Espanha prevê que possa ser aplicada pena suspensa nos casos de condenação até dois anos de prisão, caso se trate de um primeiro delito.

Segundo a sentença, o jogador português desviou dinheiro referente aos direitos de imagem através de uma sociedade radicada nas Ilhas Virgens, mantendo um procedimento que já adotava quando representava o Chelsea e mantinha residência fiscal em Inglaterra.

Ricardo Carvalho, de 39 anos, transferiu-se do clube inglês para o Real Madrid em junho de 2010, tendo alinhado na equipa da capital espanhola até junho de 2012.

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Parlamento catalão mantém sessão plenária para esta semana

Catalães deverão ignorar decisão do Constitucional espanhol e avançar com uma sessão plenária esta semana, mas a declaração unilateral de independência já não está na agenda.

O Tribunal Constitucional espanhol decidiu suspender a sessão plenária que o Parlamento catalão marcou para segunda-feira, mas, segundo a imprensa internacional, os catalães deverão ignorar a decisão do tribunal e avançar com uma sessão plenária.

À BBC, o responsável catalão pelos assuntos internacionais, Raul Romeva, diz que “o Parlamento vai reunir-se e vai discutir”.

Já o El País adianta que Carles Puigdemont, líder da Catalunha, pede aos deputados que compareçam no Parlamento na terça-feira. Sem adiantar detalhes sobre o motivo dessa sessão plenária, além de dizer que servirá para “informar sobre a situação política”, Puigdemont espera conseguir contornar a decisão do Constitucional. Isto porque, tirando a declaração unilateral de independência da agenda, o Tribunal não terá razões jurídicas para suspender esta sessão.

Por seu lado, avança a Reuters, o Executivo de Mariano Rajoy, primeiro-ministro espanhol, estará a considerar invocar a Constituição para dissolver o Parlamento regional e forçar eleições antecipadas na Catalunha, caso a região avance com uma declaração unilateral de independência.

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CMS Rui Pena & Arnaut apoia Massilly Holdings

A Neorelva, empresa portuguesa do setor químico, apresentou aos seus credores um Plano Especial de Revitalização em Julho

A CMS Rui Pena & Arnaut assessorou juridicamente a francesa Massilly Holdings na operação de financiamento da portuguesa Neorelva.

A Neorelva, empresa portuguesa do setor químico, apresentou aos seus credores um Plano Especial de Revitalização (PER) em Julho. A Massilly, um dos principais credores mas também clientes, investirá entre 12 e 15 milhões de euros caso o PER seja aprovado pelo tribunal.

A equipa que prestou assessoria foi liderada por Francisco Xavier de Almeida, sócio da área de Corporate da CMS Rui Pena & Arnaut e por Joaquim Shearman de Macedo, sócio do Departamento de Contencioso.

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Está mais caro construir. A culpa é dos materiais

Em agosto, os custos de construção de habitação nova aceleraram ligeiramente em relação a julho e 1,6% em relação ao mesmo mês do ano passado.

Os custos de construir de raiz em Portugal continental aumentaram 1,6% em agosto, em comparação homóloga. Os materiais foram a componente que mais encareceu. Mas também os preços de manutenção e reparação regular da habitação aumentaram — e a subida foi ainda mais acentuada.

A subida homóloga de 1,6% no Índice de Custos de Construção de Habitação Nova foi suportada pelo aumento do preço dos materiais, que cresceu 0,8% desde agosto de 2016, nota o INE. Os custos com a mão-de-obra são os mais pesados, mas mantiveram-se nos 2,1%, não tendo desta forma contribuído para a aceleração do índice. Em relação a julho, o índice avançou 0,1 pontos percentuais. A construção de apartamentos e moradias aceleram de mãos dadas, sem qualquer distinção.

Já os preços de manutenção e reparação regular da habitação subiram 2,5% em relação ao mesmo período do ano anterior, apesar de se registar uma quebra de 0,1 pontos percentuais relativa a julho. A região em que estes custos mais cresceram foi em Lisboa — 4,8%. O Alentejo e o Algarve foram as únicas áreas no continente a verem estes preços cair, uma variação de 0,1%.

O Banco de Portugal nota que o investimento em habitação tem crescido bem acima do ritmo da atividade económica. Mas grande parte dos capitais são próprios e vêm de fora, pelo que para já não parece existir uma bolha no mercado imobiliário.

Valor das obras públicas dispara 86% no primeiro semestre

Também esta sexta-feira, a Associação das Empresas de Construção e Obras Públicas e Serviços (AECOPS) dá conta de que o valor da obras públicas contratadas aumentou em 86% no primeiro semestre, para 829,5 milhões de euros. Já os concursos lançados subiram 88%, para 1.382,2 milhões de euros.

“Além de permitir inferir uma inversão da tendência de redução do investimento público dos últimos anos, esta análise coloca em evidência outros aspetos do mercado das obras públicas ao longo dos primeiros seis meses de 2017 e que retratam, em geral, um mercado em expansão, com mais obras, com mais donos de obra e com mais empresas a realizar obras, em média, de maior valor”, refere a associação, em comunicado.

Os 829,5 milhões de euros de obras públicas contratadas de janeiro a junho deste ano comparam com os 446,4 milhões de euros registados em 2016 (+86%), enquanto o número de concursos lançados aumentou de 1.132 para 1.913 (+69%) e o seu valor passou de 735,2 milhões para 1.382,2 milhões de euros (+88%).

Segundo a AECOPS, as obras relativas à construção de redes de energia, redes de abastecimento de água e a infraestruturas de transportes “foram as responsáveis pela parcela mais significativa” do investimento contratado — 307 milhões de euros, ou seja, 37% do total –, mas foram as obras relacionadas com os acabamentos em edifícios “que registaram o maior dinamismo”, crescendo 140% face ao primeiro semestre de 2016.

Por dimensão, os contratos da classe três (com valores entre 332 mil euros e 1.328 milhões de euros) foram os que registaram um crescimento homólogo mais acentuado (mais 172%), seguidos pelos da classe dois (de 166 mil euros a 332 mil euros), com uma evolução de 162%. “Contudo, foram as pequenas obras, com valores até 166 mil euros, que representaram a maior fatia dos contratos celebrados até junho de 2017: mais de 261 milhões de euros, ou seja, 31,5% do total”.

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Revista de imprensa internacional

  • ECO
  • 6 Outubro 2017

May e Macron colecionam ataques. Theresa treme no cargo e Emmanuel segue, pondo França em movimento. Do outro lado do oceano, é Trump quem sacode o esperado. Banca espanhola tem um problema.

No dia em que o prémio Nobel da Paz foi entregue a uma organização dedicada à luta contra as armas nucleares, Trump volta a agitar os reatores e a abrir velhas (e perigosas) feridas. Agitados estão, por esta altura, também Theresa May e Emmanuel Macron que, nos respetivos países, colecionam críticas. Dois anos e meio depois, a plataforma espanhola de gestão de crédito malparado continua estacionada.

The New York Times

Acordo nuclear dos Estados Unidos com o Irão está por um fio

Donald Trump está preparado para suspender o acordo histórico conseguido durante a Administração de Barack Obama para impedir a corrida ao nuclear do Irão. A concretizar-se, a medida irá contra as sugestões dos principais conselheiros do Presidente norte-americano no campo da segurança nacional. A não certificação do acordo significará, por um lado, o reacender do debate político em Teerão sobre as armas nucleares e, por outro, a entrega das rédeas da situação ao Congresso norte-americano. Trump deixará, assim, a esse órgão a decisão de aplicar ou não novas sanções económicas ao Irão. O Presidente tem até 15 de outubro para dar luz verde ao pacto, mas os sinais que tem dado não são os mais sorridentes. Há duas semanas, nas Nações Unidas, Donald Trump considerou o acordo em causa “embaraçoso para os Estados Unidos”. Leia a notícia completa no The New York Times (acesso gratuito / conteúdo em inglês).

Financial Times

Liderança de May pode ter os dias contados

A liderança de Theresa May já viveu dias melhores. Segundo o antigo chairman do Partido Conservador, Grant Shapps, pelo menos 30 deputados desejam a demissão da chefe do Governo britânico. Shapps adianta que esse pedido se encaixa “perfeitamente nos direitos” desses parlamentares. “Às vezes, quando as coisas acontecem, temos de tomar responsabilidade por elas”, acrescentou o conservador, referindo os resultados eleitorais de May como causa para este cenário. Nenhum dos ministros de May deverá estar envolvido nestas movimentações. Leia a notícia completa no Financial Times (acesso pago / conteúdo em inglês).

The Telegraph

Parem de “causar estragos”, diz Macron a trabalhadores em protesto

Emmanuel Macron está a dar que falar. De visita a um centro de formação próximo de uma fábrica onde os trabalhadores estavam a protestar contra os cortes de pessoal, o Presidente francês disse: “Há alguns que, em vez de estar a causar estragos, estariam melhor a tentar arranjar um emprego, porque têm as qualificações certas para tal”. De extrema-direita à extrema-esquerda, os comentários às declarações de Macron têm-se multiplicado. Acusam-no de “arrogância” e “desdém”, recordando que “nasceu num berço de ouro”. Os comentadores, por outro lado, anteveem na atitude do Presidente uma estratégia bem pensada; e consideram-na uma das muitas posições coreografadas que pretende mostrar que Macron está a pôr a França em movimento. Leia a notícia completa no The Telegraph (acesso pago / conteúdo em inglês).

The Guardian

Teorias da conspiração forçam Youtube a alterar algoritmo

Menos de 24 horas depois de ter garantido que os vídeos com teorias da conspiração sobre o massacre ocorrido esta segunda-feira, em Las Vegas, cumpriam os seus parâmetros, o Youtube cede às críticas e muda o seu algoritmo para privilegiar “fontes credíveis”. A plataforma anunciou mesmo que condena, fortemente, a promoção de conteúdo falso sobre o tiroteio que acabou por matar quase seis dezenas de pessoas. Os vídeos com teorias deste género tornaram-se muito populares, nos últimos dias, obtendo milhões de visualizações. Leia a notícia completa no The Guardian (acesso gratuito / conteúdo em inglês).

El País

Dois anos e meio depois, plataforma do malparado continua entalada

Dois anos e meio depois da banca espanhola ter criado o Projeto Phoenix, plataforma de gestão de crédito malparado, a iniciativa só conseguiu integrar três empresas: GAM, Chivite e Condesa. O objetivo inicial era ter, no mínimo, cinco empresas médias excessivamente endividadas, mas viáveis. Esse organismo seria gerido pela Alantra (empresa de serviços financeiros) e as dívidas reestruturadas pela consultora McKinsey. O projeto promovido, inicialmente, pelo Ministério da Economia espanhol não tem vivido dias muito felizes. A banca acabou por decidir recapitalizar as empresas sem ir ao Phoenix, que considera “lento, burocrático e mais caro”. Leia a notícia completa no El País (acesso gratuito / conteúdo em espanhol).

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“Uma mão cheia de nada”. Sindicatos da Função Pública criticam as propostas do Governo

  • Lusa
  • 6 Outubro 2017

"Um balde de água fria" ou um "regresso à normalidade"? Os Sindicatos da Função Pública dividem-se relativamente às propostas de descongelamento e progressão das carreiras para o OE2018.

As opiniões relativamente às propostas de descongelamento e progressão de carreiras para o próximo Orçamento do Estado dividem-se entre os Sindicatos da Função Pública. O dirigente da Federação dos Sindicatos da Administração Pública (FESAP), José Abraão, considerou que tais propostas complexas e necessitam de definição e clarificação. Já a presidente do Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado (STE), Helena Rodrigues, fala de “um regresso à normalidade”. Ana Avoila, coordenadora da Frente Comum, fala de “uma mão cheia de nada” e de “roubo”.

Em declarações à agência Lusa, José Abraão considerou que o documento possui “matérias complexas para os trabalhadores da Administração Pública”. “A proposta que recebemos é uma proposta que consideramos aberta para a negociação, porque há muitas coisas a definir e a clarificar. […] Há aqui questões a esclarecer no que diz respeito, por exemplo, à contagem do tempo, de que modo se vai fazer o descongelamento”, disse. “Para nós a questão do trabalho suplementar é muito importante. O Governo apresentou uma proposta com cortes, o que é manifestamente inaceitável”, acrescentou.

A proposta que recebemos é uma proposta que consideramos aberta para a negociação, porque há muitas coisas a definir e a clarificar. […] Há aqui questões a esclarecer no que diz respeito, por exemplo, à contagem do tempo, de que modo se vai fazer o descongelamento.

José Abraão

Dirigente da FESAP

“Vamos dizer ao Governo que terá de avançar com uma solução de regresso à normalidade, ou seja, para o que está previsto na lei geral do trabalho em funções públicas, que é pagar o trabalho suplementar por inteiro, tal como vai acontecer na saúde este ano em dezembro. Não faz sentido que os restantes trabalhadores da administração pública sejam descriminados ainda com cortes nos suplementos”, sublinhou.

Do lado do STE, Helena Rodrigues indicou ainda não ter lido o documento, mas considerou positiva a proposta do Governo. “É ótimo que o Governo vá descongelar as progressões. É o que temos vindo a exigir, ou seja, quando o Governo assume e faz isso é o voltar à normalidade daquilo que é a vida de qualquer trabalhador: ter a perspetiva da sua carreira, que os direitos da sua carreira laboral, designadamente os adquiridos, se concretizam e que a letra da lei não é letra morta”, disse.

Também sobre o trabalho suplementar, Helena Rodrigues defende um “regresso à normalidade” para os trabalhadores.

“O trabalho suplementar não é um regime regra da prestação de trabalho, ou seja, por natureza é exceção e é prolongamento da jornada diária de trabalho. Por isso, não faz sentido que o Governo queira suprir a falta de trabalhadores com trabalho extra de outros e que não lhes pague devidamente”, disse.

O trabalho suplementar não é um regime regra da prestação de trabalho, ou seja, por natureza é exceção e é prolongamento da jornada diária de trabalho. Por isso, não faz sentido que o Governo queira suprir a falta de trabalhadores com trabalho extra de outros e que não lhes pague devidamente.

Helena Rodrigues

Dirigente do STE

Segundo Helena Rodrigues, o trabalho suplementar deve voltar à normalidade e ao preço a que estava à hora antes dos cortes, que são ainda do anterior Governo e nunca foram repostos.

“Hoje vamos ter uma reunião com a secretária de Estado da Administração Publica e contamos fazer um processo negocial com tudo o que ele encerra. É uma negociação e é a aproximação de parte a parte da construção de um acordo”, concluiu.

A coordenadora da Frente Comum de Sindicatos da Administração Pública, Ana Avoila, disse que as propostas do Governo de descongelamento das progressões na carreira da função pública são “uma mão cheia de nada”.

“Numa primeira apreciação, posso dizer que vem de encontro às preocupações que nós tínhamos, ou seja, isto não resolve os problemas. Não aceitamos que o Governo não pague as progressões como está na lei, que vá fazer isto faseadamente. Isto é uma mão cheia de nada”, realçou Ana Avoila à agência Lusa.

“É um roubo que nos estão a fazer. Um roubo que vai continuar e, por isso, não aceitamos isto. Não aceitamos o pagamento faseado, a taxação de IRS no subsídio de refeição. Estas propostas não trazem nenhuma resposta à reivindicação dos trabalhadores”, disse Ana Avoila, sublinhando que “o Governo não está a medir bem o que está a propor”.

Não aceitamos o pagamento faseado, a taxação de IRS no subsídio de refeição. Estas propostas não trazem nenhuma resposta à reivindicação dos trabalhadores.

Ana Avoila

Coordenadora da Frente Comum

“Vai ser um balde de água fria. […] Não podemos aceitar que o pagamento do trabalho suplementar, seja ao fim de semana ou dia feriado, não seja pago na totalidade. Por isso, isto é uma mão cheia de nada. As propostas não vão resolver nada”, concluiu.

O Governo vai descongelar as progressões e promoções aos funcionários públicos que reuniram condições para o efeito durante os últimos sete anos, mas o pagamento será feito por fases, segundo a proposta enviada aos sindicatos que será discutida esta sexta-feira.

A proposta, a que a Lusa teve acesso e que poderá ainda ser alvo de alterações durante as reuniões com os sindicatos, define as matérias que irão constar no Orçamento do Estado para 2018 (OE2018) para a Administração Pública, mas deixa em aberto o prazo para concluir o descongelamento das progressões.

De acordo com o documento a ser apresentado esta sexta-feira, serão descongeladas a partir de 2018 as “alterações obrigatórias de posicionamento remuneratório, progressões e mudanças de nível ou escalão”.

Já as promoções, nomeações ou graduações para categorias ou postos superiores “dependem de despacho prévio favorável dos membros do Governo responsáveis pela área”, com exceção das autarquias e regiões, cuja autorização compete ao presidente do respetivo órgão executivo das regiões autónomas e das autarquias.

Além da questão das progressões, a proposta define menos cortes para o valor das horas extraordinárias, o subsídio de refeição deixa de ser tributado, não estando previsto no documento nova atualização em 2018.

Já o trabalho extraordinário ou suplementar prestado em dia normal de trabalho, em dia de descanso semanal, obrigatório ou complementar, e em dia feriado, “confere o direito a um acréscimo de 35% da remuneração por cada hora de trabalho efetuado”.

O subsídio de refeição deixa de ser tributado, não estando previsto no documento nova atualização em 2018.

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Renzi alerta BCE para “crise do crédito”… 140 caracteres de cada vez

  • ECO
  • 6 Outubro 2017

A plataforma Twitter foi a escolhida pelo antigo primeiro-ministro italiano para expressar as suas preocupações relativamente às novas medidas do crédito malparado, anunciadas pelo BCE esta semana.

Um par de tweets na passada quinta-feira foi o suficiente para Matteo Renzi mostrar a sua posição relativamente às novas intenções do Banco Central Europeu no que toca ao crédito malparado. Embora não refira especificamente o BCE, o antigo primeiro-ministro italiano faz uma alusão à proposta apresentada na passada quarta-feira pela instituição financeira, alertando para uma “crise do crédito” caso se avance com a cobertura de 100% dos empréstimos em incumprimento, avança o Financial Times (acesso pago/conteúdo em inglês).

No primeiro tweet, Renzi critica “alguns dirigentes europeus do setor bancário” por terem ignorado “que o seu dever é EVITAR uma crise do crédito, não CRIÁ-LA”. Uma hora mais tarde, o diplomata italiano disse que a medida em discussão impossibilitará o acesso ao crédito por pequenas empresas. “Estamos a cometer os mesmos erros de 2013”, conclui.

Na passada quarta-feira, o BCE apresentou as suas intenções para os bancos europeus deixarem de lado o total de 100% do crédito malparado num prazo máximo de dois anos. Os bancos italianos são dos mais afetados pela acumulação de crédito em incumprimento. A medida estará em discussão até 8 de dezembro e é pretendido que entre em vigor a partir de janeiro de 2018.

Embora a medida pretenda aliviar os bancos da acumulação de crédito mal parado, as instituições bancárias italianas têm visto as suas ações a cair 2,7% ao longo desta semana. Em causa está a preocupação que a medida do BCE falhe e assim recaia sobre a confiança no setor bancário e na recuperação económica.

Um oficial anónimo do Banco de Itália refere ao Financial Times que em Roma se espera que o banco central aplique uma versão mais leve da medida. O mesmo sublinha que o BCE deve refletir sobre o atraso na recuperação da economia italiana, em comparação com a restante zona euro, bem como a maior lentidão na gestão do malparado no país.

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DBRS: Plataforma do malparado é um passo “positivo”, mas “curto”

A agência de notação financeira canadiana não espera que a criação desta plataforma resulte numa "redução significativa do elevado nível de malparado dos bancos".

A plataforma de gestão do crédito malparado, criada no mês passado pelo BCP, Novo Banco e Caixa Geral de Depósitos (CGD), é um passo positivo, mas insuficiente para resolver os problemas da banca, considera a DBRS. A agência de notação financeira canadiana reconhece, ainda assim, que a plataforma deverá acelerar os processos de recuperação dos devedores.

“A DBRS vê a iniciativa acordada pelos três maiores bancos em Portugal para criar uma plataforma de gestão do malparado como um passo positivo, mas curto, para fortalecer os processos de recuperação”, refere a agência de rating, num comentário enviado esta manhã às redações. Assim, a agência não espera que a criação desta plataforma resulte numa “redução significativa do elevado nível de malparado dos bancos”.

Ainda assim, reconhece a DBRS, “o impacto nas contas dos três bancos deverá ser limitado, uma vez que os riscos serão mantidos nos respetivos balanços dos bancos”. Por outro lado, a plataforma não vai realizar vendas de retalho ou institucionais de malparado, mas “deverá acelerar o processo de recuperação dos devedores“.

A agência reconhece, ainda, que a banca portuguesa tem vindo a registar progressos nos últimos anos, sobretudo no primeiro semestre deste ano, mas sublinha que “é essencial” que os bancos nacionais continuem a reduzir o malparado.

O memorando assinado pelo BCP, Novo Banco e CGD prevê que a plataforma faça a gestão de créditos individuais acima de cinco milhões de euros, numa fase inicial. No futuro, outros bancos poderão associar-se, voluntariamente, a outra plataforma. O objetivo é recuperar créditos incobráveis e ajudar na recuperação das empresas endividados.

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Nobel da Paz entregue a organização contra armas nucleares

  • ECO
  • 6 Outubro 2017

ICAN foi distinguida pelo seu trabalho na luta contra a proliferação das armas nucleares. Com dez anos de existência, a laureada já celebrou acordos com quase 500 organizações.

O prémio Nobel da Paz acaba de ser atribuído à Campanha Internacional para Abolir Armas Nucleares (ICAN). A distinção foi entregue a esta organização por ter “chamado a atenção para as consequências humanamente catastróficas do uso de armas nucleares“.

A ICAN tem trabalho, desde 2007, no sentido da adesão e implementação integral do Tratado para a Proibição das Armas Nucleares, concretizado, em julho, nas Nações Unidas. A decisão do comité equivale a uma reprimenda aos noves poderes com armas deste tipo, que boicotaram as negociações para o acordo em causa, refere o The Guardian. “O trabalho não estará feito até que as armas nucleares não existam”, disse Beatrice Fihn, líder da organização premiada, à AFP, esta semana.

Nos últimos dez anos, quase 500 organizações (468) em mais de uma centena de países já celebraram parcerias com esta organização. O orçamento anual da ICAN ronda o milhão de dólares (852 mil euros), contando com doações de fundos privados, da União Europeia e de países como a Noruega, a Suíça, a Noruega, a Alemanha e o Vaticano.

A decisão do comité chega num momento, particularmente, crítico, com Donald Trump a ameaçar suspender o acordo nuclear com o Irão, o que inflamaria, de novo, o debate sobre as armas deste género.

Desde 1901, o prémio Nobel da Paz já foi atribuído a 131 laureados. Até agora, 16 mulheres já mereceram esta distinção. Malala Yousafzai, aos 17 anos, foi a pessoa mais nova a ser reconhecida. No ano passado, o prémio foi entregue a Juan Manuel dos Santos, economista e político colombiano.

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Relógios Hamilton cronometram Red Bull Air Race

  • Gonçalo Canelas
  • 6 Outubro 2017

Em 2017, a Hamilton torna-se Cronometrista Oficial do Red Bull Air Race World Championship, uma competição aérea já considerada como a “Fórmula 1 dos Céus”.

Smoke on! Ao grito do diretor da prova, o avião liberta o rasto de fumo branco a partir da cauda e inicia as evoluções e acrobacias, alternando o Douro ou o céu em noção vaga de “em cima” ou “em baixo”. Estivemos na edição portuguesa do Red Bull Air Race, entre Porto e Gaia.

Envolvendo 14 dos melhores pilotos de corrida, entre os quais Nicolas Ivanoff, embaixador da Hamilton desde 2005, o Red Bull Air Race World Championship é um espetáculo único que combina velocidade, precisão e perícia. Utilizando os mais velozes, ágeis e leves aviões de corrida, os seus pilotos navegam a baixa altitude, por entre pilares insufláveis de 25 metros de altura.

Os 14 pilotos consagrados competem na Master Class, com oito etapas por todo o mundo, pelo título de campeão mundial Red Bull Air Race. Já a Challenger Cup, com nove pilotos, oferece aos jovens talentos a oportunidade de desenvolverem as suas habilidades de voo a baixa altitude e a viverem as fortes emoções características deste desporto. O calendário de etapas de 2017 tem lugar em oito cidades e teve o seu arranque em fevereiro, em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos. O evento assinalou a 75ª corrida do Red Bull Air Race. O Porto recebeu a 2 e 3 de setembro uma dessas etapas.

A aviação, a perícia e a precisão são atributos que fazem também parte do ADN da Hamilton. Esta parceria veio reforçar a presença da Hamilton no mundo das acrobacias aéreas, que se soma à já rica herança aeronáutica da marca e às colaborações com shows e esquadrões aéreos internacionais.

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easyJet quer aproveitar falências da concorrência para reforçar operação

Monarch, Alitalia e Air Berlin entraram em insolvência nos últimos meses. A lowcost britânica espera, assim, conseguir uma oportunidade para aumentar a quota de mercado.

A easyJet quer aproveitar a “turbulência” que se vive no setor da aviação para reforçar a presença nos principais aeroportos europeus. É a presidente executiva, Carolyn McCall, quem o admite, depois de três companhias aéreas terem entrado em insolvência nos últimos meses.

“O mercado continua a ser desafiante e a easyJet teve de absorver um impacto cambial significativo de 100 milhões de libras [112 milhões de euros] no ano. No entanto, continua a operar a rede mais forte da Europa e a atual turbulência no setor oferece à easyJet oportunidades para capitalizar a sua forte oferta ao consumidor e aumentar e fortalecer ainda mais as nossas posições nos principais aeroportos da Europa“, referiu Carolyn McCall, citada em comunicado.

O comentário é feito depois de, esta semana, a Monarch Airlines ter entrado em processo de insolvência, interrompendo de imediato todas as operações. Já durante o verão, a Alitalia e a Air Berlin também abriram processos de insolvência.

A easyJet espera, assim, ter uma oportunidade para aumentar a quota de mercado, aquela que tem sido a maior dificuldade num contexto de guerra de preços baixos entre as companhias aéreas. A lowcost britânica planeia aumentar a capacidade em 6% no próximo ano.

No comunicado enviado às redações esta manhã, a easyJet refere ainda que espera que o lucro operacional no ano fiscal terminado a 30 de setembro esteja entre os 454 milhões e os 460 milhões de euros, o que, a confirmar-se, ficará acima do previsto inicialmente.

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Sede do CaixaBank sai da Catalunha e vai para Palma

Reunião do conselho de administração do CaixaBank vai decidir retirar a sede do banco da Catalunha. O El País revela que a escolha recai sobre Palma de Maiorca. No banco há quem preferisse Madrid.

O CaixaBank realiza esta tarde de sexta-feira uma reunião do conselho de administração para retirar a sede social do banco da Catalunha. Palma de Maiorca é a cidade escolhida para a nova localização, segundo fontes citadas pelo El País (acesso livre/conteúdo em espanhol).

A decisão não é unânime já que dentro do banco há quem defenda que a Madrid seria a melhor opção, até porque a instituição já lá tem a filial MicroBank. A opção Palma de Maiorca justifica-se mais do ponto de vista político, porque a escolha pela capital espanhola poderia ser interpretada como uma mensagem muito dura, mas também porque está ligada às origens do banco — em 1904 foi criada a Caja de Ahorros y Pensiones de Cataluña y Baleares — e ao facto de as ilhas estarem no âmbito cultural e linguístico catalão.

O banco liderado por Jordi Gual vai utilizar o decreto-lei com caráter de urgência, que permita às administrações das empresas com sede em Barcelona uma decisão de mudança de sede sem a obrigação de consulta dos acionistas. Este decreto deverá ser aprovado esta manhã em Conselho de Ministros, avança também o mesmo jornal espanhol.

O CaixaBank, o terceiro maior banco de Espanha, decidiu assim pôr um ponto final na incerteza e desconforto que o processo independentista da Catalunha está a gerar entre os seus clientes, dentro e fora da Catalunha, e que levou mesmo alguns aforradores a resgatar parte dos depósitos. O banco garante que são “valores geríveis”, diz o El País.

Ao contrário do Sabadell que pode mudar a sua sede social apensas com a luz verde do conselho, o que permite que a decisão seja efetiva num espaço de 24 horas, o CaixaBank precisou da ajuda do Governo para tornar este processo célere. O decreto que deverá ser aprovado esta manhã em Conselho de Ministro elimina um dos passos, que estenderia os trâmites burocráticos por mais de um mês. O El Confidencial (acesso livre/conteúdo em espanhol) revelou na quinta-feira que o conselho de administração do grupo financeiro terá pedido ao Governo para mudar a lei como medida de urgência. Porque o governo catalão – o Generalitat – deixou saber que vai declarar unilateralmente a independência da Catalunha na próxima segunda-feira.

O CaixaBank tem uma rede de mais de 5.400 balcões, dos quais 1.390 estão na Catalunha, possuindo 15,8 milhões de clientes, dos quais cerca de dois milhões são do BPI e tem um total de 37.336 trabalhadores.

O grupo catalão teve um lucro de 839 milhões de euros no primeiro semestre de 2017, mais 31,6% que em igual período do ano passado e geriu nesse período cerca de 350.000 milhões de euros de recursos dos clientes. Além disso, tem empréstimos avaliados em mais de 228.000 milhões de euros. O grupo financeiro cresceu muito nos últimos anos, especialmente durante a crise económica, graças a diversas aquisições, como a Caixa Girona, Bankpyme, Banca Cívica, Banco de Valencia, o negócio do Barclays em Espanha e, mais recentemente, o BPI.

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