Groupama vende ramo português dos seguros à China Tianying

  • Lusa
  • 3 Outubro 2017

A seguradora Groupama vendeu a sua operação em Portugal ao grupo chinês China Tianying, aguardando-se agora a ‘luz verde’ dos reguladores. O valor do negócio não foi revelado.

A seguradora Groupama vendeu a sua operação em Portugal ao grupo chinês China Tianying, aguardando-se agora a ‘luz verde’ dos reguladores ao negócio, cujo valor não foi revelado. A informação foi hoje avançada pela sociedade de advogados Garrigues, que em comunicado de imprensa deu conta de que assessorou a francesa Groupama “na venda da totalidade da sua unidade de negócio em Portugal (ramos vida e não vida) – por via da transmissão de 100% do capital social da Groupama Seguros de Vida – à subsidiária portuguesa da China Tianying”.

O acordo para a venda foi assinado em 22 de setembro, faltando agora a ‘luz verde’ dos reguladores para que a transação se concretize. “A transação foi coordenada, do ponto de vista legal, pelo sócio Mário Lino Dias e pelo associado sénior Luís Pedro Oliveira”, finalizou a Garrigues em comunicado.

O mercado português de seguros tem conhecido movimentações nos últimos anos, desde logo com investimento chinês na seguradora com maior quota de mercado, a Fidelidade. Em 2014, o grupo chinês Fosun passou a deter 80% da Caixa Seguros (que inclui a Fidelidade), que pertencia à Caixa Geral de Depósitos. Em setembro último, foi conhecido que a Associação Mutualista Montepio Geral fez um acordo com o grupo chinês CEFC para eventuais parcerias a decidir no futuro. A imprensa adiantou que essa parceria poderá incluir a seguradora Lusitânia, do Montepio.

Quanto a outras seguradoras que operam em Portugal, o grupo norte-americano Apollo comprou em 2015 a seguradora Tranquilidade (que pertencia ao BES e, na resolução, ficou com o Novo Banco) e, mais recentemente, adquiriu a Açoreana (que era do Banif). Já em 2016, o grupo segurador belga Ageas comprou a operação da Axa em Portugal.

Este ano ficou a saber-se que a seguradora GNB Vida (ex-BES Vida) está em processo de venda, tendo dito em agosto Novo Banco, que a detém, que espera conseguir acordo para o negócio até final deste ano.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Autoridade de Supervisão de Seguros dá luz verde para venda do Novo Banco

  • ECO
  • 3 Outubro 2017

O supervisor dos seguros aprovou a venda de participações em empresas do banco português onde também detinha capital.

O Novo Banco está mais próximo de ser vendido ao Lone Star. A Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF) aprovou a aquisição do banco português pelo fundo norte-americano, segundo o Jornal de Negócios.

A autoridade supervisora liderada por José Almaça dispõe de participações em duas seguradoras e um fundo de pensões do Novo Banco. Numa deliberação de 27 de setembro, a ASF afirmou “não se opor à aquisição” do capital social da GNB – Companhia de Seguros Vida e da GNB – Sociedade Gestora de Fundos de Pensões, ambas as seguradoras pertencentes ao grupo do banco português.

O Banco Central Europeu, no entanto, recusou-se a comentar se autoriza a detenção de 75% do capital do Novo Banco pela Lone Star, algo já acordado entre o fundo norte-americano e o Fundo de Resolução no passado dia 31 de março. A Comissão Europeia também deverá pronunciar-se quanto à aquisição, de forma a aferir se o plano de reestruturação do fundo norte-americano assegura a viabilidade do banco português.

A Comissão Europeia encontra-se atualmente “em contacto construtivo com o Governo português sobre o plano final de reestruturação do Novo Banco, que precisa de garantir que o banco seja viável a longo prazo”, afirmou Ricardo Cardoso, porta-voz da Comissão Europeia, ao ECO. No entanto, ainda não foi avançado um plano de negócio.

A reestruturação do banco está a ser discutida entre o comprador e a autoridade de resolução. Já do lado da Lone Star, apenas foi avançado que se pretende manter o banco por inteiro, e que quer o Novo Banco a dar crédito de seis mil milhões de euros à economia todos os anos.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Governo avalia regime para sociedades de investimento imobiliário para arrendamento

  • Lusa
  • 3 Outubro 2017

Regime regulatório vai ser pensado no final da discussão do Orçamento do Estado para 2018. Em causa estão os Real Estate Investment Trust.

O Governo vai avaliar a criação de um regime regulatório para sociedades de investimento em património imobiliário destinado ao arrendamento “no final da discussão do Orçamento do Estado para 2018” (OE2018), disse à Lusa fonte das Finanças.

Questionado pela Lusa sobre se pretende avançar com um regime deste tipo, já existente em Espanha, o gabinete de Mário Centeno remeteu para uma intervenção do secretário de Estado dos Assuntos Fiscais numa conferência sobre imobiliário em setembro e adiantou que “a avaliação deste assunto por parte do Governo terá início no final da discussão do OE2018”.

Sublinhando que os chamados ‘Real Estate Investment Trust’ (REIT, na sigla em inglês) “são uma figura jurídica correspondente a um veículo de investimento, cabendo ao Estado criar o quadro legal e regulatório para o seu enquadramento”, a tutela afirmou que “é da maior importância para os investidores, em particular para os investidores estrangeiros, a identificação com figuras jurídicas de veículos de investimento”.

Por essa razão, estes regimes “têm vindo a ser um veículo muito popular em diferentes países da União Europeia, com diferentes modelações em função das exigências legais de cada Estado” e, em Portugal, esta figura “tem vindo a ser trabalhada”, disse ainda o Ministério das Finanças, sem avançar detalhes sobre o que será o regime português.

A tutela acrescentou, no entanto, que há “empenhamento político” para a concretização de um REIT português “num quadro de simplificação, transparência e atratividade”, que funcionará “ao serviço da política de habitação definida pelo Governo que assenta na promoção do arrendamento permanente”.

Já na intervenção na Real Estate Summit, organizada em setembro pela Vida Económica, o secretário de Estado dos Assuntos Fiscais afirmou que, “considerando a estrutura do mercado de habitação e imobiliário, em que o arrendamento ainda está sub-representado, os REIT constituem um instrumento poderoso e uma oportunidade tanto para o Governo como para os investidores estrangeiros de apostarem no mercado do arrendamento, beneficiando de um regime fiscal muito atrativo”.

António Mendonça Mendes disse ainda que estes regimes “vão ser bem-sucedidos na medida em que poderão beneficiar de um regime fiscal que articule de forma equilibrada os impostos sobre o rendimento e os impostos sobre a propriedade”.

Contactado pela Lusa, o presidente da APEMIP – Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal, Luís Lima, disse que concorda com a criação de um regime específico para estas sociedades: “Vejo com bons olhos”, disse, defendendo que se deve “seguir o modelo espanhol” nesta matéria.

Para o presidente da APEMIP, que aguarda resposta ao pedido de audiência que apresentou à tutela, um regime próprio para as sociedades de investimento imobiliário destinado ao arrendamento traria “uma dimensão muito superior ao mercado do arrendamento” porque funcionaria como “uma espécie de central de compras”, em que os seus participantes poderiam ter benefícios fiscais a que de outra forma não acederiam.

“Uma pessoa que tenha um ativo de 100 ou 150 mil euros, mete esse ativo na sociedade e passa a ter um benefício fiscal que o ativo só por si, isoladamente, não vale. Isto iria permitir juntar a classe média ao mercado do arrendamento”, ilustrou.

O anterior governo já tinha ponderado avançar para a criação de um regime para regulamentar as sociedades de investimento em património imobiliário – foi no OE2015, na forma de autorização legislativa –, mas esta intenção acabou por não sair do papel.

Na altura, a ideia era criar um novo veículo para investimentos em ativos imobiliários cujo património fosse maioritariamente destinado ao arrendamento, sendo que estas sociedades tinham de ter um capital mínimo de cinco milhões de euros, as ações cotadas em bolsa e de distribuir entre 75% e 90% dos lucros.

Estas sociedades, que também existem em Espanha e em Itália, são inspiradas no modelo norte-americano aprovado pelo Congresso dos Estados Unidos da América em 1960, que ficou conhecido como o “Real Estate Investment Trust Act”.

No caso de Espanha, foram criadas as Sociedades Anónimas Cotadas de Investimento Imobiliário (SOCIMI) em 2009, um regime que acabou por falhar depois da crise que o setor viveu, mas que o Governo veio a recuperar em 2012, tornando-o mais atrativo e que conta atualmente com mais de 40 operadores.

Estas sociedades são obrigadas a distribuir 80% dos lucros provenientes das rendas e das atividades auxiliares, são elegíveis para tributação zero mediante o cumprimento de alguns critérios e, apesar de não haver um número mínimo de ativos que podem deter, estão obrigadas a deter esses ativos durante pelo menos três anos.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Esquerda une-se para ultrapassar veto presidencial à Carris

  • Lusa e ECO
  • 3 Outubro 2017

Os partidos da esquerda terão encontrado uma solução para ultrapassar o veto do Presidente da República ao decreto que introduzia modificações à lei sobre a transferência da Carris para a autarquia.

O Partido Socialista, o PCP, o Bloco de Esquerda e Os Verdes acordaram esta terça-feira uma solução para ultrapassar o veto do Presidente da República ao decreto que introduzia modificações à lei sobre a transferência da Carris para a Câmara de Lisboa. Em declarações à Lusa, o deputado do PS Luís Testa afirmou que a solução passa por permitir “a possibilidade de haver alienação de capital ou de concessão da Carris”, mas limitando-a “a entidades públicas ou de capitais públicos”.

O deputado disse depois à agência e à Antena 1 que a alteração, entregue na mesa da Assembleia da República, determina que essa concessão ou alienação “não se pode estender à esfera privada”, uma das principais reivindicações do PCP e BE.

Esta terça-feira, o parlamento fez a reapreciação parlamentar do diploma vetado pelo chefe de Estado, em que PSD e CDS-PP manifestaram as suas reservas à posição entretanto divulgada pelo PS. No plenário, Luís Testa não entrou em pormenores sobre a apreciação parlamentar, dizendo, no entanto, que a proposta “traduz um compromisso” que teve em conta as preocupações do Presidente e dos partidos que apoiam o Governo no parlamento.

Carlos Silva, do PSD, acusou os socialistas de se deixarem “amarrar à esquerda” e voltou a dizer que está a ser posta em causa a autonomia do poder local. Pelo CDS-PP, Helder Amaral afirmou que o PS agiu por “opção ideológica” e deu razão ao veto presidencial de Marcelo Rebelo de Sousa, como já tinha feito, antes, o PSD.

Tanto o PCP como o BE defenderam a alteração proposta pelos socialistas, com Heitor de Sousa, do BE, a afirmar estar de acordo com as alterações apresentadas pelo PS e a lembrar que respondem às objeções bloquistas: travar quaisquer tentativas de privatizar a Carris. Bruno Dias, do PCP, insistiu na “salvaguarda de empresas públicas” na esfera pública, como uma “opção política”.

Em agosto, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, justificou o veto ao decreto por considerar abusivo que se proíba qualquer concessão futura da Carris, cuja gestão passou para a Câmara Municipal de Lisboa.

“O presente decreto impõe ao Governo e às autarquias locais um regime que proíbe qualquer concessão da Carris mesmo que tal possa vir a corresponder um dia à vontade da Autarquia Local”, poderia ler-se na carta enviada pelo presidente à Assembleia da República. Para Marcelo esta não deve ser uma decisão do legislador, mas sim “da Administração Pública”, correndo o risco de se tornar “politicamente contraproducente”.

(Notícia atualizada às 17h20 com mais informação)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Passos Coelho não se recandidata à liderança do PSD

Pedro Passos Coelho não se vai recandidatar à liderança do PSD. A informação está a ser avançada pela Lusa, citando fontes próximas do partido. O ECO já confirmou.

O presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, anunciou esta terça-feira na reunião da Comissão Política Nacional que não se irá recandidatar ao cargo nas próximas eleições diretas, disseram à Lusa fontes sociais-democratas presentes neste órgão. Esta informação já foi confirmada também pelo ECO.

Apesar de esperada, a pesada derrota do PSD nas eleições autárquicas do passado domingo acabou por surpreender pela sua dimensão e abriu portas para a saída do líder do partido. O resultado das autárquicas foi “mau demais”, como diz Pedro Santana Lopes.

As tropas que já por si andavam agitadas, agitaram-se ainda mais e há mesmo alguns ‘generais’ que se começaram a movimentar. É o caso de Rui Rio, ex-presidente da Câmara do Porto, e um dos pesos pesados do PSD. Rio, segundo noticiou o Expresso, terá mesmo reunido em Azeitão com um núcleo de senadores do partido como Manuela Ferreira Leite, Ângelo Correia, Morais Sarmento e Feliciano Barreiras Duarte.

Rio, que deverá esperar pela decisão oficial de Passos para se manifestar sobre o seu futuro, estaria já, mesmo antes das autárquicas, a planear a sua candidatura à liderança do partido, tendo mesmo uma equipa a trabalhar há algum tempo e um site pronto. No fundo, a candidatura de Rio estava já pronta para avançar para as diretas do partido que terão lugar em março, e o anúncio da não candidatura de Passos só vem antecipar o momento em que o ex-autarca fará o seu anúncio.

Mas se o “PSD dos senadores” está a mexer, o mesmo se pode dizer dos mais novos quadros do partido, com Luís Montenegro à cabeça. Fontes próximas do PSD garantem ao ECO que o ex-líder parlamentar do partido não está muito motivado para avançar nesta fase até porque o seu nome é muito conotado com o de Pedro Passos Coelho.

O Montenegro percebe que por um lado o seu nome está muito colado ao de Passos e, por outro, que estes resultados eleitorais são uma rejeição ao Passos pelo que o seu nome poderá também ser rejeitado. E o que se espera é que o novo ciclo do PSD seja um ciclo em que o PSD lute para ganhar”, acrescentam.

Rio e a travessia do deserto

Com os indicadores económicos a galvanizarem o Governo e António Costa, estará Rio na disposição de fazer a chamada travessia do deserto?

Fontes do PSD, bem colocadas dentro do partido, não têm dúvidas: “a conjuntura económica nacional e internacional está de feição a António Costa, mas se o PSD recentrar o seu discurso, voltar a um discurso mais voltado para as pessoas e menos para os números, é certo que disputará com força as eleições“.

O PSD, prosseguem as mesmas fontes, “não podia ficar eternamente recolhido na concha”. E ainda sobre um eventual combate entre Rio e Costa para o cargo de primeiro-ministro: “se Rio for líder do partido, tem dois anos para se afirmar e, mesmo que a probabilidade de perder com Costa seja grande, há ainda muita água para correr debaixo da ponte“.

E as mesma fontes acrescentam que “o PSD precisa de um discurso renovador e o Passos, que nunca retirou o símbolo de Portugal da lapela, mesmo quando deixou de ser primeiro-ministro, não soube encetar essa renovação”.

Pedro Duarte, Paulo Rangel, Eduardo Martins. Os suplentes

A Rio e a Montenegro poderão ainda juntar-se uma “equipa de luxo de suplentes”, como é o caso de Paulo Rangel, Pedro Duarte e até mesmo Eduardo Martins.

Curioso é que esta terça-feira, os dois primeiros escrevem artigos de opinião, no Público, a dar a sua visão sobre o futuro do PSD. Pedro Duarte, que estas autárquicas apareceu ao lado de Álvaro Almeida na corrida à Câmara do Porto e era mesmo candidato à presidência da Assembleia Municipal, acusa o PSD de ter uma organização obsoleta, sobretudo no que diz respeito (à falta) de um programa decente e inspirador. Duarte diz que no último congresso teve “oportunidade de alertar para a necessidade urgente de encontrar uma nova agenda política que reposicionasse o partido, afirmando-o no centro e voltando-o para o futuro”. Mas diz que “tudo caiu em saco roto”.

Agora, Pedro Duarte teme que o PSD entre numa disputa “infantilizada e impercetível aos olhos dos portugueses, em torno de rostos e personagens”. O ex-líder da JSD alerta para o facto de que o problema do partido “não reside nos seus quadros (apesar de desprezados nos tempos recentes)”.

Afirma que a prazo o país enfrentará dois problemas maiores: “carência de profissionais com as competências adequadas e uma sociedade desigual onde alguns (poucos) prosperarão, a par com camadas sociais excluídas e revoltadas”. Posto isto, o social-democrata avança com a proposta de “convocação imediata de um congresso para discutir ideias, projetos, estratégias e políticas. Sem disputa de liderança nesta primeira fase. Entendamo-nos sobre a agenda e a proposta que o PSD quer apresentar aos portugueses”.

Rangel exige “reflexão, avaliação e debate”

Também o eurodeputado Paulo Rangel, que esta noite participa na reunião do conselho nacional, tendo mesmo cancelado toda a agenda em Estrasburgo para o efeito, diz que “a derrota foi dura” e exige “reflexão, avaliação e debate”. Rangel defende que o partido não deve “precipitar-se numa apatia nostálgica ou numa depressão paralisante” e sobretudo “não deve esfumar-se numa luta de personalidades ou num choque de séquitos e aparelhos. É absolutamente essencial que, nesta hora difícil, devolvamos o melhor do nosso partido aos portugueses, a Portugal, à política portuguesa”.

Rangel relembra que “o código genético do PSD funda-se na dignidade da pessoa humana e nos direitos fundamentais, na democracia e no Estado de Direito”. Posto isto, “o PSD tem que ser inflexível na defesa da independência dos tribunais e da liberdade de imprensa e de expressão“.

“O nosso modelo é a democracia liberal, e não há que ter vergonha de dizê-lo, a democracia liberal ocidental”, afirma.

O eurodeputado diz ainda que o “PSD é eclético e, entre os seus eleitores e dirigentes, soube sempre acolher conservadores e progressistas, zelando pela liberdade de consciência. O PSD não corre atrás do politicamente correto, não bane as religiões do espaço público, não dá foro nem guarida ao pensamento único“.

Pacheco e a “doença” que está a encolher o PSD

Quem também escreve esta terça-feira nas páginas do Público é Pacheco Pereira. O ex-dirigente do partido social-democrata escreve um artigo intitulado “A doença que está a encolher o PSD”. Pacheco Pereira diz que “o PSD está numa crise profunda, que não é conjuntural, mas estrutural e não data de agora”.

“Se nada for feito pelos seus militantes, o PSD mudará de caráter, consolidando a sua deriva à direita, tentado pelo populismo e terá um caminho médio“, afirma o comentador político.

Para Pacheco Pereira podem existir dois caminhos: “Pode haver uma ou outra afirmação cosmética, e tudo continuar na mesma, seja com Passos Coelho ou com um seu seguidor e discípulo, ou pode haver alguma mudança que, mesmo sendo pouca, se for na direção certa, pode começar a virar uma página negra da história partidária”.

Pacheco diz mesmo que “não vai ser fácil, exatamente porque não é apenas um problema de mudar de líder, mas sim de mudar de grupo dirigente, principalmente em Lisboa e Porto e, mais importante do que tudo isso, mudar de política”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

FMI: Endividamento das famílias pode levar a nova crise

  • Lusa
  • 3 Outubro 2017

A instituição alerta para o crescente endividamentos das famílias que, ainda que traga benefícios a curto prazo, pode levar a uma espiral negativa.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) está preocupado com o crescente endividamento das famílias no mundo, considerando que se não for equilibrado pode levar a uma nova crise financeira e económica. No Relatório de Estabilidade Financeira Global, divulgado esta terça-feira, o FMI analisa 80 economias desenvolvidas ou em vias de desenvolvimento, considerando que se assistiu a um aumento do endividamento das famílias.

Nas economias avançadas, o rácio do endividamento das famílias face ao Produto Interno Bruto (PIB) passou de 52% em 2008 para 63% em 2016, enquanto nas economias designadas de emergentes passou de 15% para 21%. Este endividamento diz respeito a crédito para compra de casa, para compra de carro ou para educação ou férias.

Apesar de o FMI considerar, baseando-se em estudos, que a curto prazo há um efeito positivo na economia do aumento da dívida das famílias, já que ajuda ao crescimento económico e à criação de emprego, já a médio prazo — três a cinco anos — considera que pode pôr em causa a estabilidade macroeconómica e financeira.

"O rápido crescimento da dívida das famílias, especialmente de dívidas hipotecárias [geralmente para compra de casa], pode ser perigoso.”

Nico Valckx

Economista do FMI

O FMI pede, assim, aos políticos e reguladores para “equilibrarem cuidadosamente” os benefícios e riscos do endividamento das famílias, incluindo com medidas que mitiguem os riscos, como aumentar a entrada que as famílias têm de dar quando pedem empréstimo bancário para comprar casa, evitando endividamentos excessivos. Um dos economistas do FMI Nico Valckx considerou, num dos documentos que acompanha o relatório, que é “surpreendente” o aumento da dívida das famílias, quando se pensava que as “pessoas estavam mais cautelosas” após a crise financeira.

O economista admite que a dívida tem vantagens, como permitir investimentos, comprar casa ou ir à universidade, entre outras possibilidades. Contudo, advertiu, “o rápido crescimento da dívida das famílias, especialmente de dívidas hipotecárias [geralmente para compra de casa], pode ser perigoso”. Como a crise financeira de 2008 demonstrou, avisa ainda, um choque económico – como a queda dos preços das casas – pode levar a uma espiral negativa, pondo desde logo em causa o sistema financeiro e, posteriormente, toda a economia.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Construção e retalho levam bolsa para máximos de dois anos

O principal índice acionista nacional está a negociar no valor mais elevado desde novembro de 2015. Subidas da Mota-Engil e Jerónimo Martins compensam quedas da EDP e BCP.

A bolsa nacional voltou aos ganhos, apesar das quedas do setor energético e do BCP. A puxar pelo PSI-20 estiveram as ações do setor do retalho e da Mota-Engil, que levaram o principal índice acionista português para máximos de quase dois anos. Fora do índice principal, a estrela foi a SDC Investimentos.

O PSI-20 fechou a valorizar 0,76%, para os 5.439,99 pontos, com 13 cotadas em alta e cinco em queda. A bolsa está, assim, a negociar no valor mais alto desde novembro de 2015.

A contribuir para esta subida esteve a Jerónimo Martins, que avançou 1,59%, para os 16,94 euros por ação. Ainda no retalho, a Sonae somou 1,96% e mantém-se acima da fasquia de 1 euro por ação.

Também a Mota-Engil contribuiu para este desempenho, ao disparar 3,52%, para os 3,29 euros por ação.

Fora do PSI-20, mas ainda no setor da construção, destaque para a Soares da Costa Construções. A empresa agora designada por SDC Investimentos voltou a disparar e está em máximos de 2015, sem que haja explicações para este movimento. Esta terça-feira, subiu mais de 55%, para os 9,2 cêntimos, acumulando uma valorização superior a 250% no espaço de uma semana. O presidente executivo fala em especulação já que não há “qualquer informação privilegiada ou materialmente relevante” que possa ter influenciado a cotação da empresa.

Em sentido contrário, seguiu o setor energético, numa altura em que o grupo EDP continua a ser castigado pelo caso das rendas consideradas excessivas pela Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE). A EDP perdeu 0,19%, para os 3,09 euros por ação, e a EDP Renováveis recuou 0,77%, para os 7,115 euros.

Também o BCP fechou em terreno negativo, ao cair 0,41%, para os 24,5 cêntimos por ação.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Dividir segundo escalão do IRS e aplicar taxa pré-Gaspar baixa 236 euros ao imposto

  • Margarida Peixoto e Cristina Oliveira da Silva
  • 3 Outubro 2017

Exercício é da consultora Deloitte. Para que a medida tenha um custo dentro dos valores que o Governo já disse que aceita, o limite máximo das deduções à coleta tem de encolher 250 euros.

Se o Governo dividir o segundo escalão do IRS a meio e aplicar a taxa da era pré-Gaspar (24,5%), cada contribuinte sente um alívio de imposto de 236 euros. Estas são as contas da Deloitte a dez dias da apresentação da proposta de Orçamento do Estado para 2018 no Parlamento.

A descida do IRS é uma das medidas emblemáticas que está em negociação entre o Governo e os partidos que lhe dão apoio na Assembleia da República. Mário Centeno, ministro das Finanças, já prometeu que todos os contribuintes vão ter uma descida de imposto — quanto mais não seja pela eliminação completa da sobretaxa — e acenou com cerca de 200 milhões de euros para esta medida.

Ainda sem um desenho detalhado que explique como é que isto vai ser feito, a Deloitte avança um cenário possível. Neste momento, o segundo escalão do IRS abrange rendimentos entre 7.091 euros e 20.261 euros, com uma taxa de 28,5%. Na hipótese testada pela consultora, o segundo escalão é desdobrado em dois: de 7.091 euros a 13.000 euros e de 13.000 a 20.261 euros. A primeira fatia passaria a contar com a taxa pré-Gaspar de 24,5%, enquanto a segunda mantinha os 28,50%.

Qual seria o alívio fiscal? A Deloitte estima uma poupança em IRS de 236 euros por contribuinte do segundo escalão para cima. Mas, caso não fosse compensada, esta medida custaria muito mais do que os 200 milhões de euros disponibilizados pelo Governo. As contas da Deloitte apontam para um custo entre os 500 e os 600 milhões de euros.

Ora, já foi assumido que está a ser estudada uma forma de compensar esta medida para que represente uma descida do IRS apenas para os escalões mais baixos — e não para todos os outros. Para o fiscalista Luís Leon, partner da Deloitte, a forma mais simples de o fazer passa por uma redução ao limite máximo das deduções à coleta dos escalões mais altos. Neste exemplo, esse limite seria reduzido em 250 euros.

Se o mesmo raciocínio feito pela Deloitte for aplicado a uma divisão do segundo escalão nos 12 mil euros, conforme já foi noticiado, o imposto a pagar baixa em 196 euros e o corte às deduções necessário para impedir que os escalões mais altos beneficiem desta poupança passa para 200 euros.

Mínimo de existência só beneficia casais a partir de 9.225 euros

Outra das hipóteses em cima da mesa é a subida do valor mínimo de existência, que está atualmente nos 8.500 euros. Segundo as contas da Deloitte, qualquer subida para um valor acima de 8.525 euros começa a beneficiar contribuintes solteiros, sem filhos.

Porém, no caso de contribuintes casados, dois titulares, e um filho, é preciso que o mínimo de existência suba além de 9.225 euros para que estes titulares saiam a ganhar. Isto porque estas famílias só começam a pagar imposto a partir de 18.450 euros, ou seja, 9.225 euros por titular.

Este cálculo tem como pressupostos despesas gerais familiares de 250 euros e o pagamento de uma renda mensal de 200 euros.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Garrigues assessora venda de edifício do Novo Banco

Sócios do imobiliário da Garrigues assessorou a Merlin Properties na compra do edifício no Marquês de Pombal

As equipas de Imobiliário e M&A da Garrigues, lideradas pelos sócios Jorge Gonçalves e Mário Lino Dias, assessoraram a Merlin Properties na aquisição do edifício do Novo Banco, no Marquês de Pombal, no valor de 60,3 milhões de euros.

O edifício de escritórios, localizado em pleno centro da cidade, tem uma área de 12.460 m2 sendo 9.425 metros quadrados de escritórios e 3.205 m2 de comércio, com um nível de ocupação de 63%, contando como inquilinos o próprio Novo Banco, a McKinsey, o Banco Best e a MDS Portugal.

Com esta aquisição a Merlin reforça a sua presença no mercado de escritórios de
Lisboa, contando atualmente com mais de 60.000 metros quadrados de área locável,
evidenciando a aposta daquele investidor em ativos prime em Portugal.

A Garrigues assessorou ainda a seguradora francesa Groupama S.A. na venda da totalidade da sua unidade de negócio em Portugal (ramos vida e não-vida) — por via da transmissão de 100% do capital social da Groupama Seguros de Vida, S.A. — à subsidiária portuguesa da China Tianying.

A documentação foi assinada no passado dia 22 de setembro, encontrando-se em curso os procedimentos regulamentórios. A transação foi coordenada, do ponto de vista legal, pelo sócio Mário Lino Dias e pelo associado sénior Luís Pedro Oliveira.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Advogados em palco: este ano esperam ultrapassar os 500 mil

Rock 'n Law é já a 13 de Outubro. Oito bandas vão tocar para ajudar projeto "Casas Primeiro", da Associação Estudo e Integração Psicossocial. Evento terá o alto patrocínio de Marcelo Rebelo de Sousa.

António Lobo Xavier da Morais Leitão no Rock ‘n Law.

O Presidente da República lançou o repto em abril. E os advogados agarraram. A edição deste ano do Rock ‘n’ Law (RIL), que arranca já no dia 13 de outubro, sexta-feira, junta oito bandas de oito dos maiores escritórios de advogados (Garrigues, Cuatrecasas Gonçalves Pereira, Uría Menéndez – Proença de Carvalho, CMS Rui Pena & Arnaut, Morais Leitão, PLMJ, SRS Advogados e Viera de Almeida & Associados) para apoiar o projeto “Casas Primeiro”, da Associação Estudo e Integração Psicossocial (AEIPS), que vai dar casa a pessoas sem abrigo.

O evento conta com o Alto Patrocínio da Presidência da República e os escritórios de advogados esperam angariar mais de 500 mil euros, contando com as anteriores oito edições.

“Queremos menos pessoas na rua. Queremos dar o nosso contributo para um desígnio que deve ser de todos: que Portugal venha a ser um país onde todos têm uma casa, onde o direito ao abrigo é de todos”, diz a organização do evento, no site oficial. O projeto “Casas Primeiro” da AEIPS vai proporcionar casa a 25 pessoas que hoje vivem nas ruas, desprotegidas, a maioria com doença mental.

Este ano, o palco desta que é a nona edição do Rock ‘n’ Law é montado no Kais, a partir das 21h. A entrada no evento é feita mediante a contribuição de 20 euros, que revertem na totalidade para a AEIPS, após dedução dos custos do evento.

No ano passado, o apoio do Rock ‘n’ Law possibilitou integrar sócio-profissionalmente 15 jovens adultos com deficiência intelectual e do desenvolvimento, formados pelo SEMEAR, numa unidade agrícola sustentável com vista à sua plena e ativa inclusão social, contribuindo para a redução da elevada taxa de desemprego deste público alvo (75%).

O Rock ‘n’ Law é uma iniciativa sem fins lucrativos que visa angariar fundos para projetos de solidariedade.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Fisco ganha apenas 42% dos processos que vão a tribunal

A OCDE apresenta, pela primeira vez, uma compilação relativa à taxa de sucesso das acções em que a Autoridade Tributária é parte. O Estado português só venceu 42% das causas.

O Estado português apenas consegue ganhar 42% das ações que vão a tribunal em que os contribuintes são a outra parte. Segundo o relatório “Tax Administration 2017”, é das mais baixas taxas da OCDE. Ou seja: os tribunais administrativos e fiscais têm mais tendência a dar razão aos contribuintes do que ao Fisco.

De acordo com a OCDE, que na passada sexta-feira divulgou o relatório “Tax Administration 2017”, a Administração Tributária acaba por ganhar apenas 42% dos litígios judiciais. A informação remonta a 2015 e respeita a sentenças definitivas e não a decisões da primeira instância.

O relatório, divulgado este domingo pelo Jornal de Negócios [acesso pago], refere ainda que o desempenho do Fisco português fica bastante aquém do registado pelos principais congéneres internacionais. Fora deste ranking estão a Alemanha e a Espanha.

Dos 40 países avaliados, só seis têm pior desempenho do que Portugal: Chile, a África do Sul, Indonésia, Argentina, Brasil e Índia. Mas na Europa, a pior taxa de sucesso é mesmo para Portugal. Pior mesmo que a Grécia e Itália. Só Portugal e a Grécia estão abaixo dos 50%.

O relatório denuncia ainda que as queixas sobre a agressividade crescente da administração fiscal e da sua indisponibilidade para resolver as questões, apenas por via administrativa, são frequentes. Do lado do Fisco, o Estado acusa a cada vez maior preparação da indústria dos escritórios de advogados e, por outro lado, ao protagonismo cada vez maior dos juízes “anti-fisco”.

A OCDE adianta ainda que “se o sistema fiscal serve para conferir certeza aos contribuintes e à administração, é importante que as disputas sejam resolvidas atempadamente”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Precários das empresas públicas entram para os quadros até 31 de maio de 2018

  • Lusa e ECO
  • 3 Outubro 2017

Proposta de alteração do PCP para a situação dos trabalhadores precários da administração pública foi aprovada. Terão de ter a sua situação regularizada até 31 de maio.

Os trabalhadores precários da administração pública abrangidos pelo Código do Trabalho, entre os quais os das empresas públicas, vão ter a sua situação regularizada até 31 de maio de 2018, segundo uma proposta de alteração do PCP aprovada esta terça-feira parlamento.

O procedimento de regularização dos vínculos precários nas entidades abrangidas pelo Código do Trabalho termina em 31 de maio de 2018”, estabelece a proposta de alteração do PCP aprovada pelo PS e Bloco de Esquerda (BE).

O programa de regularização extraordinária dos precários do Estado (PREVPAP) esteve esta manhã a ser discutido no grupo de trabalho da comissão parlamentar da especialidade, que votou alguns pontos do diploma. Os restantes artigos serão votados na quarta-feira.

A alteração proposta pelo PCP e agora aprovada irá assim abranger trabalhadores no Estado cujo contrato segue as regras do Código do Trabalho, como é o caso da maioria dos funcionários que estão no Setor Empresarial do Estado.

O processo de regularização para os precários ao abrigo do Código do Trabalho deverá ser mais simples do que o dos restantes funcionários públicos, uma vez que, para a integração nos quadros do Estado dos trabalhadores em funções públicas, terá de haver abertura de concurso de recrutamento.

Neste último caso, para os trabalhadores em funções públicas (não abrangidos pelo Código do Trabalho), os concursos de recrutamento deverão ser abertos até 31 de maio, segundo proposta de lei do PREVPAP, mas a conclusão do procedimento poderá prolongar-se. No entanto, este ponto não foi votado hoje.

Os deputados do PS, BE e PCP aprovaram ainda uma proposta de alteração do PCP que clarifica que o tempo de exercício de funções “releva para efeitos de carreira contributiva, na medida dos descontos efetuados”. Foi também aprovada uma alteração ao diploma do Governo para que os trabalhadores dos organismos independentes da Assembleia da República sejam abrangidos pelo PREVPAP.

Governo terá de publicar fundamentos sobre decisões relativas a precários

O Governo terá de publicar na página da internet do programa dos precários do Estado o número de requerimentos apresentados pelos trabalhadores que foram chumbados e quais os fundamentos apresentados. Este é o resultado de uma proposta do Bloco de Esquerda, aprovada hoje.

De acordo com a iniciativa, no final da atividade das comissões de avaliação bipartidas, que analisam os requerimentos dos precários, o Governo deverá publicar informação sobre o “número de requerimentos admitidos e não admitidos, com indicação dos fundamentos mais frequentes de não admissão”.

Terá igualmente de publicar informação sobre o “número de situações apreciadas cujos pareceres homologados pelos ministros competentes são favoráveis ou desfavoráveis à regularização, com indicação dos fundamentos mais frequentes dos pareceres desfavoráveis”.

A proposta do BE dá um prazo de dez dias após a entrada em vigor do diploma para que sejam igualmente publicados dados sobre o número de requerimentos entregues por via eletrónica e em papel, o número de contratos emprego inserção (CEI) e o número de situações precárias comunicadas pelos dirigentes.

Segundo disse no parlamento, em meados de setembro, a secretária de Estado do Emprego Público, Fátima Fonseca, mais de 30 mil precários entregaram requerimentos com vista à regularização da sua situação.

Do total de requerimentos, 27.410 foram entregues pelos trabalhadores, 1.163 foram identificados pelos dirigentes e 2.248 eram contratos emprego inserção (CEI) ou CEI+.

“São números provisórios porque o trabalho das comissões de avaliação ainda não está concluído”, acrescentou Fátima Fonseca na altura.

(notícia atualizada às 16:36)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.