Dow fecha na nova fasquia dos 23 mil pontos

Os ganhos da IBM e da banca, que beneficiam dos resultados positivos do terceiro trimestre, impulsionaram o índice industrial Dow Jones.

As bolsas norte-americanas voltaram a somar uma sessão positiva e renovaram máximos. O destaque vai para o Dow Jones, que, pela primeira vez, fechou acima dos 23 mil pontos, à boleia dos ganhos da IBM e da banca.

O índice de referência S&P 500 fechou a subir 0,07%, para os 2.561,25 pontos, enquanto o tecnológico Nasdaq fechou acima da linha de água, a valorizar 0,01%, para os 6.624,22 pontos. Já o industrial Dow Jones avançou 0,7%, para os 23.157,60 pontos. Isto num dia em que a IBM ganhou em torno de 9%, negociando agora quase nos 160 dólares por ação, depois de ter reportado receitas superiores a 19 mil milhões de dólares no terceiro trimestre, um valor que ficou claramente acima das expectativas dos analistas.

A contribuir para este movimento esteve também o setor financeiro, com o Goldman Sachs a avançar 2,5%, ainda a beneficiar da apresentação dos lucros de 2,1 mil milhões de dólares no terceiro trimestre, também bastante acima do que o mercado tinha antecipado.

Por estes dias, o mercado aguarda ainda pela nomeação de Donald Trump para a presidência da Reserva Federal norte-americana, um anúncio que o presidente dos EUA diz estar para breve.

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Espírito Santo International põe 64 milhões de créditos à venda

A operação, destinada apenas a investidores qualificados, ainda terá de ser submetida à aprovação do tribunal luxemburguês que está a tratar do processo de insolvência da Espírito Santo International.

Os gestores de insolvência das empresas do Grupo Espírito Santo (GES) que tinham sede no Luxemburgo colocaram à venda 63,9 milhões de euros em créditos da Espírito Santo International (ESI). Os interessados têm até 30 de novembro para concorrer à compra.

“Os curadores da ESI, em insolvência, propõem ceder créditos no valor nominal de 63,9 milhões de euros a uma empresa de titularização de direito luxemburguês. Os créditos são representados por instrumentos emitidos em 2012, com uma maturidade de 49 anos, e pelos eventuais juros desses instrumentos”, pode ler-se numa nota publicada no site das insolvências do GES.

Os curadores referem ainda que a operação ainda terá de ser submetida à aprovação do tribunal luxemburguês que está a tratar deste processo de insolvência e não esclarecem o preço a que estes créditos estão a ser vendidos. Contudo, são claros sobre o elevado risco: “Não será dada nenhuma garantia, por parte dos curadores, nem sobre o devedor nem sobre o crédito. O contrato de venda exclui qualquer recurso sobre os curadores e sobre a ESI”.

Os interessados na aquisição destes créditos terão de apresentar a sua candidatura por carta registada e terão de demonstrar a sua independência de qualquer empresa do grupo GES, além da sua “solvabilidade, experiência e competência técnica para este tipo de operações”. Ou seja, a operação destina-se apenas a investidores qualificados.

Os curadores esclarecem também que os candidatos selecionados “vão receber informações adicionais relativamente ao devedor e aos créditos cedidos”, ficando obrigados a “renunciar a qualquer direito de reclamar sobre a massa falida da ESI”. O prazo para a entrega de candidaturas é 30 de novembro.

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Magno: ERC não pode impedir negócio entre privados perante lei inexistente

  • Lusa
  • 18 Outubro 2017

Presidente da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) considera que o órgão "não pode impedir um negócio entre privados com base numa lei que não existe".

O presidente da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) considera que o órgão “não pode impedir um negócio entre privados com base numa lei que não existe“, segundo a declaração de voto a que Lusa teve hoje acesso.

O Conselho Regulador da ERC não conseguiu chegar a consenso sobre a operação de compra da Media Capital pelo grupo Altice na passada terça-feira, tendo o processo sido remetido para a Autoridade da Concorrência (AdC).

Na sua declaração, datada de hoje, Carlos Magno começa por dizer que “a ERC não pode impedir um negócio entre privados com base numa lei que não existe”, justificando esta posição com o que designa de “fantasma da lei contra a concentração da propriedade dos media”.

Carlos Magno aponta que esta lei, “aprovada pelo primeiro Governo Sócrates, criticada por todos os partidos da oposição (à direita e à esquerda), e vetada duas vezes pelo Presidente da República, ameaçava interferir neste processo de aquisição da Media Capital pela Altice”.

E recorda que “o atual Presidente Marcelo Rebelo de Sousa foi também muito crítico dessa lei, na sua condição de jurista e de comentador político”.

“Não posso, por isso, assumir como competência/poder discricionário do Conselho Regulador o fantasma dessa lei abortada, tanto mais que, logo na altura, vários dirigentes políticos e empresariais do setor fizeram questão de alertar para o risco de alguém tentar, no futuro, transferir para a ERC o que acabava de ser metido na gaveta”, prossegue.

O presidente da ERC refere que ao longo do processo teve a preocupação de ouvir todos os interessados, “com particular atenção os que se opunham à aquisição”, apontado que “prova disso” foi o facto de o próprio “ter tomado a iniciativa” de convidar para vir ao regulador “explicar o seu ponto de vista personalidades que são contra a operação e que, no passado, fizeram tentativas públicas de adquirir algumas das empresas agora envolvidas”.

Acrescenta que “a questão que a AdC colocou à ERC não é nova” para o regulador e que, “embora muito complexa, pode ter um princípio de resposta nos trabalhos já anteriormente feitos e na própria ‘doutrina’ produzida pelo Conselho Regulador”.

Para Carlos Magno, o parecer da ERC é vinculativo e explica a razão: “Sabíamos à partida que estávamos perante uma hipótese de concentração vertical, mas todos sabemos que ela, no futuro, pode acabar por se traduzir numa concentração horizontal. Considero, por isso, que este parecer, pedido pela AdC, tem caráter vinculativo”.

Na sua declaração de voto, de três páginas, Carlos Magno conta que falou com o seu homólogo francês – Olivier Schrameck – perante as dúvidas levantadas pela ERC e no espaço público português sobre o perfil empresarial do presidente da Altice, Patrick Drahi, empresa que concretizou a compra da PT Portugal em julho de 2015, e o seu comportamento perante os reguladores.

Revela que o homólogo francês lhe mandou “uma carta de conforto” sobre o dono da Altice.

“Eu próprio já tinha tido informação direta sobre este comportamento do Sr. Drahi quando, há mais de dois anos, pedi ao presidente Schrameck que fizesse uma diligência em Paris depois de, aqui, em Lisboa, os três líderes das três televisões, Gonçalo Reis (RTP), Pedro Norton (SIC), e Rosa Cullel (TVI), terem vindo juntos à ERC pedir ao presidente do Conselho Regulador que obrigasse a Altice a negociar os preços dos seus canais. Nessa altura, os contratos com a PT estavam a caducar e o assunto (difícil) resolveu-se da melhor maneira possível”, prossegue.

Carlos Magno adianta que na votação do parecer pedido pela ERC “não podia ignorar” o testemunho do seu homólogo francês, “nem a experiência” que tinha tido com o presidente da Altice.

Além disso, justifica que na sua decisão de votar contra o veto da ERC “pesou, também, o parecer do professor António Pinto Monteiro, enviado pelos advogados da Altice, sobre o que significa o ‘fundado risco para a livre expressão e confronto das diversas correntes de opinião'”.

Além dos argumentos do fundador do Instituto Jurídico da Comunicação da Universidade de Coimbra “e das abundantes citações que ele faz do professor Jónatas Machado e da professora Maria Manuel Leitão Marques, invoco como importante para a minha decisão a necessidade de ponderar ainda melhor quando se faz um juízo de prognose”, acrescenta.

Ora, “a tese central para o veto imediato era que se esta operação se realizasse, no futuro, nenhum regulador conseguiria ‘atempadamente’ impedir a Altice de praticar atos proibidos e lesivos do regular funcionamento do mercado”, pelo que “como presidente de um organismo regulador não posso aceitar esta hipótese. Nem teórica, nem academicamente”, argumenta.

Perante isto, Magno considera que a operação deve seguir para análise aprofundada da Concorrência, “com a análise de todos os riscos devidamente sistematizada”.

Termina a declaração referindo que os reguladores têm de se preparar para o futuro, o que exige “total conhecimento do mercado” e que estes precisam de ser reforçados, sublinhando ainda que “algumas tendências são irreversíveis”.

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António Saraiva é o convidado do ECO24

O presidente da CIP é o convidado do ECO24, na TVI24, esta quarta-feira a partir das 23h00. António Saraiva responderá sobre a proposta de Orçamento para 2018 e sobre o momento político do país.

António Saraiva é o convidado desta quarta-feira do ECO24, um programa que resulta de uma parceria entre o ECO e a TVI24 e que é transmitido a partir das 23h00. No momento em que já é conhecida a proposta de Orçamento para 2018, o presidente da CIP será questionado sobre as opções do Governo e, particularmente, o que traz este orçamento para as empresas.

A situação política do país será também um tema desta entrevista com o presidente da CIP, a confederação dos patrões que tem assento no Conselho de Concertação Social. Como é que António Saraiva avalia a instabilidade política no Governo e a substituição da ministra da Administração Interna? E é necessária uma remodelação governamental?

Acompanhe em direto na TVI24, a partir das 23h00, ou leia aqui, depois, as notícias sobre esta entrevista a António Saraiva.

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Das desculpas às moções, os 5 pontos mais quentes do debate

  • Marta Santos Silva
  • 18 Outubro 2017

Hugo Soares diz que a floresta é a mesma que no Governo PSD-CDS, Costa devolve números da seca. Jerónimo pede margem orçamental para a floresta e Costa abre a porta. O que marcou o debate quinzenal?

Se não viu o debate quinzenal desta quarta-feira, pode reler, intervenção a intervenção, o direto que o ECO redigiu ou, se tiver menos tempo, pode ler aqui sobre os momentos que mais o marcaram, entre aplausos e sobrancelhas erguidas.

1. Se me quer ouvir pedir desculpas, eu peço desculpas

António Costa assumiu ter peso na consciência com os incêndios deste verão.Paula Nunes/ECO

Começou com Hugo Soares que, em nome da bancada do PSD, pediu “desculpa aos portugueses” para assumir “a responsabilidade que cabe a todos”. Depois, o líder parlamentar do PSD dirigiu-se a António Costa e questionou se estava disposto a fazer o mesmo.

“Não vou fazer jogos de palavras. Se quer ouvir-me pedir desculpas, eu peço desculpas”, respondeu António Costa, naquela que foi provavelmente a frase mais memorável do debate quinzenal. “E se não o fiz antes, não é por não sentir um enorme peso na minha consciência”. Na vida política, no entanto, afirmou Costa, preferia o termo ‘responsabilidade’ a ‘desculpas’. “Eu não me escudo nos outros, assumo as minhas responsabilidades, e peço sempre desculpa, como cidadão”, acrescentou.

2. Meta do défice pode mudar pelas florestas?

Jerónimo de Sousa pediu que o Orçamento acomodasse mais gastos nas florestas independentemente do défice.Paula Nunes/ECO

Quando chegou a vez do Partido Comunista Português, Jerónimo de Sousa questionou António Costa sobre se teria coragem de “gastar dinheiro na floresta”, fazendo um Orçamento específico para a reforma deste setor, gastando, por exemplo, “tanto como no Banif”.

“Mesmo considerando as metas de défice pedidas”, o primeiro-ministro estaria disposto a gastar na floresta? “Na nossa opinião, as pessoas têm de estar primeiro que o défice”.

Centrando-se no Orçamento do Estado, António Costa disse que entre o relatório de Pedrógão Grande apresentado no dia 12 e o Orçamento do Estado apresentado no dia 13, não havia condições para introduzir as medidas propostas. Mas agora, no debate, espera “executar ao longo do ano de 2018 aquilo que for possível e desejável”. António Costa aproveitou ainda para citar o que lhe terá sido dito por Mário Centeno numa reunião recente: “Não será seguramente o nosso empenho na consolidação orçamental que frustrará o que é prioritário, que é” a segurança e proteção das florestas.

3. PSD insiste sobre moção de confiança

Hugo Soares insistia que uma moção de censura chumbada não era o mesmo que uma moção de confiança aprovada.Paula Nunes/ECO

O deputado Hugo Soares trazia uma grande preocupação para o debate quinzenal: insistir que António Costa convocasse uma moção de confiança, já que, afirmava, tinha perdido a confiança dos portugueses e também da Assembleia da República com a fraca gestão dos incêndios deste verão. “Traga a esta Câmara uma moção de confiança”, começou por desafiar.

Em resposta, António Costa criticou Hugo Soares por falar sobre temas políticos quando outros falavam da reforma da floresta: “Vejo que finalmente chegou ao que realmente o preocupa”. No entanto, quanto à moção de confiança, não se via disposto a fazê-lo: “Na próxima semana a Assembleia decidirá” sobre a moção de censura do CDS-PP, conclui. “Como ontem disse o senhor Presidente da República, o voto é da Assembleia e ditará ou a queda do Governo ou a confirmação da confiança no Governo”.

Sempre insistente, Hugo Soares continuou: “O senhor tem muitos anos de política ativa. Sabe como ninguém que não é a mesma coisa a discussão de uma moção de censura e a apresentação por si da apresentação de uma moção de confiança”, afirma. “Não é com soberba, não é com um sorriso, não é desse tipo de jogo político que os portugueses estão à espera”. António Costa respondeu que a gravidade daquilo que se passou não se coaduna “com debates desta natureza política”. Mas o primeiro-ministro aguarda a moção de censura convocada pelo CDS-PP. “Moções de confiança, só apresenta quem está inseguro. O Governo não está inseguro”, afirmou.

4. Cristas acusa Costa de não ter estado à altura

Assunção Cristas no debate quinzenal sobre os incêndios.Paula Nunes/ECO

Assunção Cristas protagonizou um dos momentos mais caricatos do debate ao pedir para falar olhos nos olhos com o chefe de Governo. “Vou dizer-lhe outra coisa olhos nos olhos”, disse. “Teve a oportunidade de mostrar que estava à altura das responsabilidades que são exigidas de um primeiro-ministro, e não foi capaz”. E acrescentou: “A irresponsabilidade que testemunhámos até agora envergonhou-nos e envergonha-nos. Aquilo que acreditávamos ser impossível voltar a acontecer aconteceu de novo”.

Costa respondeu que se Cristas chegasse ao posto um dia ver-se-ia quais as opções que tomaria, mas que acreditava ter agido da melhor forma. “Quando eu disse aos portugueses que não era garantido que não voltasse a acontecer, não era uma fatalidade que eu aceitasse”, respondeu António Costa, garantindo que tentou tudo fazer para não se repetisse a catástrofe de Pedrógão Grande. No entanto, refere, “a primeira medida de prevenção é ter consciência dos riscos”. “Pode ser politicamente errado, pode ser até um erro político”, reconhece, “mas serviu um propósito”, afirma o primeiro-ministro.

5. Costa traz números da seca

Todos os partidos mencionaram a importância das alterações climáticas e das condições específicas deste verão para os incêndios deste outubro, mas a ala direita insistiu que era “a mesma floresta” que durante o seu mandato. Hugo Soares disse mesmo: “O que mudou foi a vossa Proteção Civil!”, enquanto Assunção Cristas insistiu na ideia de que a floresta era a mesma e ardera menos sob o Governo PSD/CDS.

António Costa, tomando a palavra, respondeu com os números de seca severa no país, ano por ano. “No dia 30 de setembro a situação de seca severa no país, em 2008, era 0%”, disse, continuando até chegar aos anos mais recentes: “Em 2014 era 0%, em 2015 era 31%, em 2016 era 0%, e em 2017 infelizmente era 87%”. Terminou a resposta dizendo: “Acha que o clima era o mesmo, que a floresta era a mesma?”

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Snapchat vai transmitir Jogos Olímpicos 2018

O Snapchat vai transmitir em direto os Jogos Olímpicos de 2018, depois de ter feito uma parceria com a empresa responsável pelos direitos televisivos. A ideia é chegar a um público mais jovem.

O Snapchat fez uma parceria com a Eurosport, a empresa que detém a exclusividade dos direitos televisivos e multimédia dos Jogos Olímpicos de 2018. Com este acordo olímpico, a empresa pretende chegar a um público mais jovem.

A Eurosport – Discovery Communications tem a exclusividade dos diretos televisivos e multimédia de 50 países e territórios da Europa para os Jogos Olímpicos de 2018. Numa tentativa de conseguir alcançar um público mais jovem, a empresa realizou um acordo com a rede social Snapchat, considerada a mais popular entre os jovens norte-americanos — ultrapassando o Facebook, segundo um estudo recente.

A base deste acordo europeu e multi-idioma passa pela transmissão do conteúdo das Olimpíadas de inverno nas “histórias” do Snapchat. Os utilizadores da rede social vão poder transmitir imagens e vídeos dos jogos olímpicos através das “histórias do editor”, algo que se vai assemelhar a uma revista produzida por editores e com o apoio do Eurosport.

O Comité Olímpico Internacional (COI) tem procurado formas de conseguir atingir um público mais jovem, dado que a média de idades dos telespectadores dos jogos tem vindo a aumentar desde os Jogos Olímpicos de Barcelona de 1992. “Estamos entusiasmados por trazer a emoção e a paixão dos Jogos Olímpicos diretamente para o público envolvido no Snap, permitindo que a Discovery leve os Jogos a mais pessoas e mais ecrãs na Europa do que nunca”, disse Michael Lang, presidente de Desenvolvimento Internacional e Digital do Discovery International.

O COI informou ainda que as Olimpíadas do Rio de Janeiro de 2016 foram as primeiras em que a cobertura digital do evento superou a tradicional transmissão televisiva. Foram mais de 243 mil horas — o dobro da cobertura televisiva, e quase o triplo da cobertura digital feira em Londres, em 2012.

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Eduardo Cabrita é o novo ministro da Administração Interna

Eduardo Cabrita será o sucessor de Constança Urbano de Sousa na pasta da Administração Interna. Pedro Siza Vieira será o ministro Adjunto do primeiro-ministro.

O Governo escolheu Eduardo Cabrita para suceder a Constança Urbano de Sousa na pasta da Administração Interna. A notícia, avançada em primeira mão pela TVI, foi surge menos de 12 horas depois do anúncio da saída da ministra. O jurista passa assim, de ministro Adjunto a titular da pasta antes ocupada pela ministra demissionária. Segundo a estação de televisão, Pedro Siza Vieira será o ministro Adjunto do primeiro-ministro.

A tomada de posse está agendada para sábado imediatamente antes do Conselho de Ministros extraordinário para discutir a reforma do sistema de proteção civil.

Esta tarde, Eduardo Cabrita dizia que compreendia as razões que levaram à demissão de Constança Urbano de Sousa, mas elogiava o trabalho desenvolvido pela ex-ministra do Governo de Costa, que se viu a braços com uma crise motivada pela tragédia dos incêndios este verão, que vitimou mais de 100 pessoas.

Em Gouveia, num dos concelhos afetados pelos fogos, Cabrita acrescentava, esta tarde, que urgente era fazer uma “avaliação rigorosa” dos danos nas habitações, atividades económicas e equipamentos municipais. O levantamento será feito, “desejavelmente”, nas próximas três semanas, disse, em declarações transmitidas pela RTP3. Questionado sobre se esta seria a maior crise do Governo até ao momento, Eduardo Cabrita respondeu: “Este é um momento que confronta as instituições com a necessidade de dar resposta ao anseio de segurança das populações”.

Cabrita é licenciado em Direito e integrou pela primeira vez um Governo em 1984/85, quando ocupou o cargo de adjunto do Gabinete da secretária de Estado da Administração Autárquica. Em 1985 foi também inspetor das Finanças e secretário-adjunto para a Justiça do Governo de Macau em 1988/89. Regressado de Macau depois de oito anos, voltou a Portugal como secretário adjunto do ministro da Justiça, que era António Costa, entre 1999 e 2002, no segundo mandato de António Guterres.

Pedro Siza Vieira, por sua vez, ficará como braço-direito de António Costa. É, atualmente, advogado da Linklaters e, no passado, serviu como conselho legal na Câmara Municipal de Lisboa, tendo ainda sido conselheiro do governador de Macau. De acordo com o seu perfil na Linklaters, o novo ministro Adjunto tem sido “ativo tanto em Portugal como além-fronteiras e a sua experiência no estrangeiro é particularmente forte em Angola e Moçambique”, lê-se. É ainda professor na Faculdade de Direito da Universidade Católica em Lisboa e presidente da Associação Portuguesa de Arbitragem. De acordo com um artigo do Expresso publicado em maio, Pedro Siza Vieira faz parte do círculo mais próximo de António Costa.

Recorde-se que o nome de Pedro Siza Vieira já era falado aquando da anterior remodelação governamental, que acabou por se cingir a secretários de Estado. O advogado era dado como um nome possível para substituir Manuel Caldeira Cabral na pasta da Economia, isto porque Siza Vieira integrava a Estrutura de Missão para a Capitalização de Empresas, mas também do grupo que estava soluções para resolver o problema do crédito malparado na banca e que resultou na criação da plataforma que agora integra CGD, BCP e Novo Banco.

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Benfica – Manchester United transmitido no Facebook nos Estados Unidos

  • ECO
  • 18 Outubro 2017

Numa parceria com a Fox Sports, o jogo do Benfica frente ao Manchester United será transmitido no Facebook, em direto, para utilizadores residentes nos Estados Unidos.

O jogo do Benfica contra o Manchester United, que se realiza esta quarta-feira às 19h45, vai ser transmitido em direto no Facebook para utilizadores residentes nos Estados Unidos. A partida realiza-se no Estádio da Luz e é, de acordo com o clube encarnado, um dos primeiros jogos de uma equipa portuguesa, em casa, a ser transmitido oficialmente naquela rede social.

Este é um jogo que conta para a terceira jornada da Liga dos Campeões. A transmissão televisiva em Portugal está a cargo da Sport TV mas quem se encontra nos Estados Unidos poderá ver o jogo gratuitamente através do Facebook, na página da Fox Sports Champions League. Como explica o clube da Luz, este é o resultado de uma “parceria entre a rede social e o canal de televisão Fox Sports”.

A Fox Sports já foi responsável pela transmissão de, pelo menos, outros quatro jogos de relevo a nível internacional para o mercado norte-americano. Um deles foi protagonizado pelo Paris Saint-Germain e o Bayern, que terá tido “45.00 visitantes”, refere o Benfica.

A transmissão de jogos de futebol no Facebook começa a ser uma realidade cada vez mais presente e que impõe novos desafios aos canais de televisão tradicionais. Já nos dias de hoje, vários jogos relevantes são transmitidos ilegalmente, em direto, em plataformas como o Facebook e o Periscope do Twitter. A facilidade com que os utilizadores podem fazer transmissões para estas redes sociais está a dar cada vez mais força a este fenómeno.

Não será o caso desta vez. O jogo do Benfica contra o Manchester United resulta de una parceria oficial e autorizada. E um benefício para os norte-americanos que, de resto, ainda parece longe de chegar a Portugal.

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JP Morgan compra WePay por mais de 200 milhões de dólares

O JP Morgan anunciou a compra do sistema de pagamentos online WePay, num negócio que terá ultrapassado os 200 milhões de dólares. É a primeira aquisição de tecnologia financeira que o banco faz.

O JP Morgan deu um salto para o mundo dos pagamentos online. Esta semana, o banco anunciou a compra do sistema de pagamentos online Wepay, num negócio que terá ultrapassado os 200 milhões de dólares (170 milhões de euros). Este investimento representa a primeira aquisição de tecnologia financeira que o banco faz.

O líder mundial em serviços financeiros anunciou, na madrugada desta quarta-feira, que comprou a startup de pagamentos online WePay, bastante popular entre as pequenas empresas. Este negócio terá sido motivado pela crescente popularidade que o comércio online tem vindo a ganhar, levando o JP Morgan a tentar integrar pagamentos em softwares usados pelas pequenas empresas. Esta compra poderá significar um conjunto de quatro milhões de pequenas e médias empresas potencialmente interessadas neste sistema de pagamento.

Relativamente ao preço do negócio, ainda não foram adiantados valores. No entanto, o Wall Street Journal adiantou que o preço estava acima da avaliação de cerca de 220 milhões de dólares (187 milhões de euros) que a WePay alcançou numa captação de fundos em 2015. Recorde-se que, ainda no início deste mês, o JP Morgan investiu 100 milhões de dólares (90 milhões de euros) na empresa Bill.com, com a qual se associou para ajudar os seus clientes empresariais a fazer e a receber pagamentos de forma eletrónica.

Para o WePay, este negócio representa uma mais-valia para a empresa de Redwood City, que prevê duplicar o seu tamanho nos próximos 12 meses. “Hoje estou feliz porque estamos a começar um novo capítulo da WePay. Iniciámos o trabalho de combinar o nosso talento e tecnologia com as capacidades, marca e distribuição de uma das instituições financeiras mais importantes e respeitadas do mundo: JPMorgan Chase & Co.”, lê-se no comunicado enviado pela startup.

AWePay foi fundada em 2008, em Silicon Valley, na Califórnia, por Bill Clerico e Rich Aberman, na altura ambos com 23 anos. Atualmente, emprega mais de 200 pessoas e fornece um software muito popular entre pequenas e médias empresas, sendo uma das maiores concorrentes do PayPal.

Este verão, o banco americano estava interessado no sistema de pagamento britânico líder no Reino Unido Worldpay, mas este acabou por ser comprado pela Vantiv, por oito mil milhões de libras (cerca de 9 mil milhões de euros).

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Humberto Pedrosa: “Fizemos um esforço enorme para ganhar o Metro do Porto”

Humberto Pedrosa, presidente da Barraqueiro, diz que fez "todos os esforços para ganhar e continuar" o trabalho feito no Metro do Porto. Pedrosa promete aumentar grau de satisfação dos clientes.

O presidente do grupo Barraqueiro admitiu, na tarde desta quarta-feira, estar muito satisfeito por ter vencido o concurso para a operação e manutenção do Metro do Porto, depois de ser conhecido o anúncio oficial por parte do Conselho de Administração da empresa Metro do Porto.

“Ganhámos, estou muito satisfeito. Já operávamos o Metro do Porto, onde temos feito um excelente trabalho com um grande grau de satisfação por parte dos clientes, pelo que fizemos um enorme esforço para ganhar e continuar este trabalho”, afirmou Humberto Pedrosa ao ECO.

"Ganhámos, estou muito satisfeito. Já operávamos o Metro do Porto, onde temos feito um excelente trabalho com um grande grau de satisfação por parte dos clientes, pelo que fizemos um enorme esforço para ganhar e continuar este trabalho”

Humberto Pedrosa

Presidente do grupo Barraqueiro

O presidente do consórcio vencedor diz mesmo que terá de fazer “muito trabalho” para não perder dinheiro, uma vez que foram “ao limite” para ganhar o concurso. “Teremos que minimizar o mais possível os custos e rentabilizar também o mais possível a operação”.

Um dado é certo para Humberto Pedrosa: “O grau de satisfação dos clientes terá que aumentar. É assim que trabalhamos em todas as empresas de transportes. A responsabilidade é cada vez maior”.

A proposta do grupo Barraqueiro para a operação e manutenção do Metro do Porto foi de 204,3 milhões de euros, menos 297 mil euros do que o segundo classificado, a Mota-Engil, que curiosamente faz parte do consórcio ViaPorto, juntamente com o grupo Barraqueiro, que é responsável pela operação do metro desde 2010.

Sobre este assunto, Humberto Pedrosa diz que “a concorrência era forte” e que “a Mota-Engil não quis ir a concurso com o grupo Barraqueiro. “Ganhámos porque apresentámos o melhor preço, que era o único critério. Este concurso foi muito simples, o preço era o único critério. Não há dúvidas sobre as propostas”.

Barraqueiro fica mais sete anos com a concessão do Metro

O conselho de administração da Metro do Porto anunciou, esta quarta-feira, que o vencedor do concurso para a subconcessão da operação e manutenção da rede do metro é o grupo Barraqueiro. A proposta do grupo liderado por Humberto Pedrosa apresentou um valor 7,5% inferior ao preço de referência fixado para o concurso, que era de 221 milhões de euros.

Em segundo lugar ficou o grupo Mota-Engil, com uma proposta de 204,6 milhões de euros, seguindo-se a Corporacion Española de Transportes, com 206,3 milhões de euros. A Transdev ficou em quarto lugar, com 212,175 milhões de euros. A concurso estavam ainda o grupo DST e a Neopul, que, contudo, apresentaram declarações de não apresentação de proposta.

Em comunicado, o presidente da Metro do Porto, Jorge Delgado, considera que “ o concurso decorreu de uma forma absolutamente transparente e foi muito competitivo”. “O número de concorrentes envolvidos demonstra que o mercado estava muito motivado para vir apresentar propostas de qualidade, que a concorrência funcionou e que o interesse público sai objetivamente defendido. Por outro lado, com o caderno de encargos que preparámos, a elevada qualidade de serviço e o excelente desempenho do Metro do Porto saem reforçados“.

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Constança demite-se. O que fez e o que deixou ao Ministério?

A ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa, demitiu-se na sequência da tragédia dos incêndios. Relembre a ação da ministra nos últimos meses.

Constança Urbano de Sousa demitiu-se do cargo de ministra da Administração Interna (MAI). Das várias frentes políticas ao Presidente da República, muitos foram os que apelaram à demissão da ministra na sequência dos incêndios de Pedrógão Grande e dos fogos que assolaram todo o país no último domingo, tragédias que vitimaram um total de 106 pessoas até à data. O ECO faz o resumo da atuação da ministra nos meses mais críticos do seu mandato.

“A ministra da Administração Interna apresentou-me formalmente o seu pedido de demissão em termos que não posso recusar”, comunicou António Costa esta quarta-feira. Na carta que dirigiu ao primeiro ministro, Constança Urbano de Sousa afirma que “não tinha condições políticas e pessoais para continuar no exercício deste cargo” e revela que, desde os incêndios de junho, pede “insistentemente” para ser libertada das suas funções.

Os momentos que mais marcaram negativamente a liderança de Constança no Ministério da Administração Interna foram os incêndios que deflagraram em Pedrógão Grande em junho e os fogos que, no domingo passado, assolaram vários pontos do país. Este foi o pior dia do ano em número de fogos, contando 500 focos espalhados por todo o território e provocando a morte a 42 pessoas. Em junho, a tragédia humana chegou às 64 mortes, e foi esta a calamidade que levantou a polémica em torno do Sistema Integrado de Redes de Emergência e Segurança de Portugal (SIRESP), a qual acompanhou a ministra até ao momento da saída.

SIRESP: o que se fez com a rede de comunicação mais falada

Logo após os incêndios, a ministra exigiu dois dos muitos estudos que viria a solicitar. Os primeiros foram um estudo independente ao funcionamento do SIRESP e uma auditoria da Inspeção-Geral da Administração Interna à Secretaria-Geral Administração Interna, enquanto entidade gestora do SIRESP, para apurar possíveis erros na gestão, manutenção e fiscalização que lhe eram devidas. A ministra procurou “respostas rigorosas” após serem “reportadas dificuldades na utilização” do SIRESP, lia-se no comunicado.

No início de julho, foi lançado o plano de recuperação no qual se fazia também o rescaldo dos incêndios. Simultaneamente, as atenções do público viraram-se para as cativações. Mas Constança Urbano de Sousa apressou-se a afastar as culpas: o SIRESP “não foi afetado por cativações,” garantiu. O Ministério da Administração Interna é agora uma das exceções nas cativações previstas no Orçamento do Estado para 2018, revelado em outubro.

Só passado mais de um mês da tragédia a ministra veio prestar novos esclarecimentos ao Parlamento e admitiu quehá falhas no SIRESP”. Porém, voltou a desviar as atenções do Governo, alegando que as falhas “não são de hoje”. Assegurou que antes do atual Executivo entrar em funções só duas medidas do plano de ação foram implementadas. “Todas as outras estamos nós agora a implementar”, garantiu.

Todas as outras [medidas do plano de ação do SIRESP] estamos nós agora a implementar.

Constança Urbano de Sousa

Ministra da Administração Interna

Ainda antes de chegar ao Ministério, entre 2014 e 2015, “foram entregues aos utilizadores mapas de cobertura” e foi adquirida “uma aplicação TRACES para fazer uma melhor gestão dessas coberturas” e compradas duas viaturas móveis, defendeu a ministra no Parlamento.

Constança Urbano de Sousa esclareceu que sob a sua alçada estiveram as estações maiores, “à guarda da GNR e PSP”, que estão preposicionadas no Porto e Lisboa. “As duas antenas móveis à guarda da ANPC são preposicionadas na zona de maior risco e vão variando consoante as previsões do IPMA”, adiantou. Por último, Urbano de Sousa garantiu que já tinha entrado em vigor “um novo procedimento de informação dos utilizadores para que saibam utilizar de forma mais eficiente as comunicações”.

A 9 de agosto, o Governo anunciou que ia pedir uma indemnização ao SIRESP pelas falhas durante a calamidade de Pedrógão Grande, baseando-se nas penalidades previstas no contrato e após o parecer jurídico da Linklaters. A esta data, os pareceres e relatórios sobre a tragédia em Pedrógão já eram mais de 15. Já em setembro, foi noticiado que também a rede tem quatro processos pendentes contra o Estado, datados de 2007, 2008, 2010 e 2013, que relatam atrasos na atribuição de terrenos para a instalação de estações-base. Dois desses casos totalizam mais de um milhão de euros em indemnizações, com 805 mil num e 429 mil noutro, avançou o Diário de Notícias esta segunda-feira.

Poucos dias depois, era tempo de acionar as penalidades contra o SIRESP, pelas falhas verificadas em diversos incêndios, mas principalmente no de Pedrógão Grande. O Estado exigiu o pagamento de multas na forma de um desconto do valor anual pago à empresa.

No final de setembro o Governo comprometeu-se a uma renegociação do contrato com a operadora do SIRESP em 2018. Ou seja, o Governo não quis “substituir” a rede SIRESP mas antes melhorar este contrato, que termina em 2021.

Para além do SIRESP

Em agosto, novos incêndios vieram a preocupar. Desta vez em localidades como Tomar, Mealhada, Cantanhede, Alvaiázere e Ferreira do Zêzere. A 12 de agosto, Portugal acionou o Mecanismo Europeu de Proteção Civil, de forma a contar com a ajuda de outros países no combate aos incêndios. A ministra alegou “prudência” dadas as previsões meteorológicas que, em contexto de seca extrema, poderiam ditar complicações maiores. Foi também “por prevenção” que a 17 de agosto o Governo declarou estado de calamidade pública, para legitimar “o livre acesso” da Proteção Civil à propriedade privada, entre outras medidas.

Seguiram-se as denúncias de “refeições inapropriadas, face ao desgaste dos operacionais” e o Ministério da Administração Interna abriu um novo inquérito para apurar as condições de fornecimento das refeições aos bombeiros.

Já em setembro, o ministério da Administração Interna aliou-se ao da Agricultura para efetivar a proposta da Direção-Geral da Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP), que sugeriu um plano para colocar os reclusos a limpar florestas.

No dia oito do mesmo mês, a polémica recaiu sobre o comandante da proteção civil, Rui Esteves. O responsável aceitou o título de comandante nacional da Proteção Civil em Carnaxide e diretor do aeródromo de Castelo Branco, em simultâneo, funções estas incompatíveis. Constança abriu assim um processo disciplinar contra o comandante.

Rui Esteves acabou por se demitir na sequência de novas notícias. O comandante concluiu a licenciatura em grande parte com recurso a equivalências: 32 de 36 unidades curriculares. Perante este novo dado, o secretário de Estado da Administração Interna ordenou à Autoridade Nacional de Proteção Civil uma auditoria para verificar as licenciaturas de todos os dirigentes e elementos da sua estrutura operacional. Confirmou-se que todos os elementos da Autoridade Nacional de Proteção Civil têm licenciatura, mas a questão das equivalências não ficou respondida.

À margem da tragédia, o SEF e outros assuntos

O Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) foi outro assunto que exigiu especial atenção da parte da ministra da Administração Interna. Ainda em maio, Urbano de Sousa anunciou uma nova lei orgânica e estatuto profissional para o SEF, com o argumento que a estrutura deste serviço de segurança seria “muito pesada” e a gestão de pessoal “absolutamente inflexível”. Pretendia com as alterações “acabar com a excessiva burocratização dos procedimentos, reconhecida morosidade no atendimento e na concessão de algumas autorizações de residência”.

Contudo, problemas como a falta de recursos humanos e materiais levaram o sindicato do SEF a convocar uma greve para 24 e 25 de agosto, a segunda no período de dois meses, sublinhando que esta carência punha em causa “o regular funcionamento da segurança interna do país”. Os trabalhadores queixaram-se da falta de diálogo e exigiram resposta até ao final do mês. Na véspera da segunda greve, a ministra reuniu-se com sindicato e os Inspetores do SEF desconvocaram a greve, com a promessa de um concurso para a admissão de 100 novos inspetores e de um reforço das competências do SEF.

A última medida da ministra relativamente a este grupo de trabalhadores foi a demissão da diretora do SEF. Constança acusou Luísa Maia Gonçalves de “incumprimento dos objetivos da tutela”. A responsável trabalhava no SEF desde 1990 e chegou a diretora em 2016.

No último dia de setembro, Constança Urbano de Sousa decretou a criação de um grupo de trabalho que irá estudar medidas de prevenção para ataques terroristas nas cidades portuguesas. Em estudo estarão não só as medidas como também as cidades visadas. Os cuidados deverão recair sobretudo sobre as cidades mais turísticas do país.

Num registo totalmente diferente e ainda em agosto, a ministra foi confrontada com a participação de um funcionário da Secretaria-Geral da Administração Interna num evento financiado por uma empresa privada, a Oracle. Neste sentido, Constança Urbano de Sousa, decidiu abrir um inquérito às viagens pagas por empresas privadas a funcionários dos serviços tutelados pelo seu ministério.

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Ordem dos Médicos pede auditoria ao SNS

  • Cristina Oliveira da Silva
  • 18 Outubro 2017

Pedido vai ser dirigido ao Ministério da Saúde, depois de conhecidos os resultados de uma auditoria do Tribunal de Contas.

Depois de o Tribunal de Contas ter apontado, esta terça-feira, para a degradação das condições de acesso aos cuidados de saúde nos hospitais entre 2014 e 2016, a Ordem dos Médicos vai agora pedir ao Ministério da Saúde uma auditoria independente ao SNS.

“A análise feita pelo Tribunal de Contas é reveladora: o acesso dos doentes a cuidados de saúde degradou-se em 2016 e as conclusões contrariam os números da Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), os quais davam conta de menos tempo de espera pela primeira consulta de especialidade nos hospitais públicos”, refere um comunicado da Ordem enviado às redações.

O Tribunal de Contas diz mesmo que a “qualidade da informação disponibilizada publicamente” pela Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS) sobre listas de espera “não é fiável”. E que há indicadores de desempenho falseados.

Para o bastonário da Ordem dos Médicos, “é inadmissível que isto aconteça”. “O Ministério da Saúde tem de garantir a transparência total e independência dos dados fornecidos ao país e que fazem o retrato do estado real do SNS”, acrescenta Miguel Guimarães, citado no comunicado.

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