Funcionários públicos podem passar a ter cadastro

  • Marta Santos Silva
  • 17 Outubro 2017

O Governo quer garantir que os funcionários públicos que cessem contrato durante um processo disciplinar sejam sancionados se depois voltarem a assinar um novo contrato público.

O Governo pretende legislar de maneira a certificar-se que um funcionário público que cesse o seu contrato com o Estado durante um processo disciplinar não fique com as sanções esquecidas. O trabalhador, se voltar a criar um vínculo com o Estado mais tarde, será então sujeito à sanção que tenha ficado decidida anteriormente.

O que se trata, em concreto, é apenas de garantir que, nas situações em que os trabalhadores cessem o seu vínculo na pendência de um processo disciplinar e depois voltem a celebrar contrato com o Estado, tenham aplicação da sanção a que houver lugar. Se não for assim, o regime disciplinar torna-se inútil.

Fonte oficial do Ministério das Finanças

A proposta surge numa autorização legislativa pedida pelo Governo, no Orçamento do Estado para 2018, em que o Governo propõe criar uma lei em 2018 para garantir que os funcionários públicos ficam com uma espécie de “cadastro”. Segundo fonte do Ministério das Finanças, estavam a registar-se situações em que os trabalhadores cessavam o vínculo, durante processos disciplinares, e voltavam depois ao trabalho no Estado sob um novo contrato, sem que fossem recordadas nem aplicadas as antigas sanções que tinham ficado pendentes.

“O que se trata, em concreto, é apenas de garantir que, nas situações em que os trabalhadores cessem o seu vínculo na pendência de um processo disciplinar e depois voltem a celebrar contrato com o Estado, tenham aplicação da sanção a que houver lugar. Se não for assim, o regime disciplinar torna-se inútil”, respondeu o Ministério ao ECO. “A prática tem demonstrado inúmeras situações deste tipo e esta alteração visa apenas evitar que sucedam”.

O artigo em si tem uma formulação um pouco mais vaga. No Artigo 256.º da proposta de lei do Orçamento do Estado lê-se que “a autorização legislativa (…) tem como sentido e extensão: a) Alterar as normas relativas ao exercício do poder disciplinar do empregador público em caso de cessação do vínculo de emprego público ou de alteração da situação jurídico-funcional do trabalhador, admitindo a punição por infrações cometidas no exercício da função; b) Regular o processo de recrutamento, o provimento e as condições de exercício de funções públicas por aposentados ou reformados, em casos excecionais.”

Para o sindicalista da Fesap José Abraão, o Governo terá de esclarecer melhor o que pretende com a autorização legislativa, já que a sua formulação é aberta. José Abraão disse que desde que não tenha havido uma pena criminal que impeça o trabalhador de desempenhar mais funções públicas, este poderia voltar ao trabalho com o Estado após uma sanção cessadora do vínculo, e deu exemplos de outras sanções. “Já que se trata de matéria disciplinar, [é preciso saber] a que tipo de sanções se referem, se são as mais gravosas, se são as mais simples”.

Ana Avoila, da Frente Comum, criticou a autorização legislativa por ser “mais um atropelo à negociação sindical”, já que foi pedida pelo Governo e surgiu no documento “sem negociar com os sindicatos”.

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BCP deixa Lisboa no vermelho. EDP trava quedas

Bolsa de Lisboa terminou o dia ligeiramente abaixo da linha de água, prejudicada pelo desempenho do BCP. E isto numa sessão sem tendência definida nos pares europeus.

Com a EDP a travar as quedas, desta vez coube ao BCP o papel de patinho feio na bolsa de Lisboa. As ações do banco foram as que mais penalizaram o índice português esta terça-feira, numa sessão europeia que fechou sem uma direção muito definida.

O PSI-20, o principal índice português, encerrou em baixa de 0,03% para 5.450,85 pontos. Foi o segundo dia em baixa. Na Europa, sensações mistas: ganhos em Madrid (+0,62%) e Frankfurt (+0,11%) e perdas em Paris (-0,03%), Milão (-0,28%) e Londres (-0,07%).

Em Lisboa, foram sobretudo os títulos do BCP que mais pressionaram a praça. Caíram 0,47% para 0,256 euros, numa altura em que acumula uma valorização de 4,6% desde o início do mês. Mais oito cotadas encerraram com sinal menos, destacando-se aqui os maus desempenhos da Ibersol e REN, que cederam 2,09% e 1,27%, respetivamente.

Em relação ao setor papeleiro, depois de o BiG ter iniciado a cobertura das ações da Navigator, Altri e Semapa, estas cotadas apresentaram comportamentos diferentes: a Navigator e Semapa valorizaram 0,05% e 1,91%, enquanto a Altri perdeu 1,34%.

No lado dos ganhos, depois da forte pressão vendedora nos últimos dias, a EDP respirou hoje de alívio. Os títulos da elétrica nacional somaram 0,03% para 2,99 euros, depois de terem iniciado o dia em terreno negativo. Também a EDP Renováveis ganhou: +0,44% para 7,065 euros.

(Notícia atualizada às 17h06)

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Google lança novas ferramentas de segurança para utilizadores de alto risco

  • ECO
  • 17 Outubro 2017

No mês da cibersegurança, a Google aposta no reforço da segurança dos seus utilizadores. A empresa anunciou um programa de segurança avançado, para utilizadores mais sensíveis aos hackers.

A Alphabet pretende apertar o cerco aos hackers. A tecnológica está a desenvolver um programa de segurança avançado para os seus utilizadores. A medida pretende proteger clientes mais vulneráveis da mira dos ciberataques como jornalistas, ativistas ou políticos. O novo programa de segurança avançará de várias formas, nomeadamente através de um dispositivo físico necessário a cada login, avança a Reuters esta terça-feira.

Uma das medidas anunciadas passa pelo bloqueio do acesso às contas por parte de entidades terceiras como a conta de correio eletrónico do iOS ou do Microsoft Outlook. Também no acesso às contas, o novo sistema de segurança exige um início de sessão através de um dispositivo USB, no caso da entrada a partir de um computador, ou através de um dispositivo Bluetooth no caso do login a partir de um equipamento portátil como num smartphone.

O programa de segurança avançado terá também um processo de verificação de identidade do utilizador com mais etapas. Caso o utilizador pretenda recuperar o seu acesso, a Google refere que os “requerimentos de verificação adicionais levarão alguns dias para restaurar” a reentrada na conta.

Num comunicado apresentado na passada segunda-feira, a Google anunciou também dois avanços na proteção das contas dos seus utilizadores.

Uma das inovações passa por um melhoramento do sistema de Verificação de Segurança das contas Google. Ao aceder à ferramenta, o utilizador verá o estado de segurança da sua conta, de acordo com uma série de parâmetros personalizados a cada conta, tais como “Atividades de segurança recentes”, “Os seus dispositivos” e “Login e recuperação”. A página servirá como um assistente pessoal de segurança.

O segundo ponto abordado pela tecnológica relaciona-se com o programa de proteção do browser Google Chrome, o Google Safe Browsing. De acordo com a Google, o programa consegue prever em tempo real potenciais ameaças, nomeadamente de phishing, quer dizer, a obtenção ilícita de informações pessoais por terceiros.

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Como escolher o modelo organizacional mais eficaz para a transformação digital

  • ECO + IDC
  • 17 Outubro 2017

Empresas têm cada vez mais preocupações com monitorização e melhoramento da operação e dos processos utilizados, a par do conhecimento das tendências económicas e tecnológicas.

A regular monitorização e melhoramento da operação e dos processos utilizados, a par do conhecimento das tendências económicas e tecnológicas, são fundamentais para que as organizações possam assegurar a sua competitividade e, no limite, a sua continuidade e crescimento. A transformação digital redefiniu este paradigma, ao permitir um nível de informação e de conexão sem precedentes, criando também oportunidades para as organizações, ao abrir um espaço novo de crescimento, de eficiência, de proximidade ao cliente, porque o mercado destas passa a ser global.

Para melhor avaliar o estado de evolução das organizações neste domínio, e também para permitir acompanhar de forma mais próxima a sua evolução e emitir recomendações, a IDC lançou um modelo de análise comparativa em transformação digital (DX), que permite aferir melhor a evolução de cada país. No primeiro estudo, de 2015, aproximadamente 22% das organizações norte-americanas encontravam-se numa fase de transformação digital próxima da plenitude, versus 15% em Portugal. Já os resultados deste ano indicam que, nos EUA, 34% das organizações se encontram numa fase avançada, versus apenas 19% em Portugal, conforme pode ser analisado no quadro abaixo.

Figura I – Organizações com um forte nível de Transformação Digital

  • US 2015 – 22%
  • Portugal 2015 – 15%
  • GAP Portugal / US – 33%

 

  • US 2017 – 34%
  • Portugal 2017 – 19%
  • GAP Portugal / US – 44%

Fonte: IDC DX MaturityScape, 2015 vs 2017

Estes dados representam uma divergência no crescimento face aos congéneres norte-americanos e, consequentemente, um afastar do primeiro escalão das economias mais competitivas neste domínio. Avaliada percentualmente, esta alteração é ainda mais evidente e preocupante. Neste contexto, a forma como os processos de transformação digital estão a decorrer é um fator crítico para o seu sucesso.

Atualmente, as empresas têm, de forma crescente, estratégias de transformação digital apoiadas por programas específicos. No entanto, apenas para um terço destas organizações esta formalização teve benefícios mensuráveis. Da análise que temos vindo a desenvolver nesse domínio, consideramos um fator diferenciador relevante a forma como as empresas organizam os seus esforços digitais. Um sinal de imaturidade na transformação digital reside no facto de não existir um padrão universalmente reconhecido para a organização de iniciativas e equipas para a transformação digital, algo que não existe em outras áreas funcionais, dos recursos humanos aos departamentos financeiros.

Por forma a obviar a esse problema, os quatro modelos de organizações para a transformação digital desenvolvidos pela IDC visam facilitar a execução, porque a análise efetuada ao longo dos anos confirma que a estrutura organizacional é um fator fundamental para o sucesso da concretização de uma visão digital. Os quatro modelos são:

Digital Special Projects Team — Ideal para organizações que estejam a iniciar os seus processos de transformação digital. Esta equipa responde habitualmente perante o CEO da organização e estuda os benefícios dos processos digitais para a organização de uma forma formal e estruturada. Este grupo deve ter como finalidade inicial a definição de uma missão digital para a organização, após o que deverá definir os novos modelos de negócio e as novas fontes de rendimento para a empresa.

The Office of Digital Transformation — Para as organizações que estejam preparadas para levar a sua estratégia digital para um nível mais avançado, é essencial a criação de um grupo centralizado mais formal, o qual deverá ser responsável pela governação dos esforços de transformação digital, identificando onde poderá ser implementada a transformação digital assim como os business cases a eles associados.

The Embedded Digital Business — Esta estrutura organizacional é a mais adequada para acelerar os esforços digitais, uma vez que integra os recursos digitais nas diferentes linhas de negócio que está a transformar digitalmente. Continua, no entanto, a existir um grupo central responsável pela gestão digital da empresa e que proporciona o conhecimento e as plataformas comuns a utilizar. Este grupo irá facilitar a comunicação entre as áreas de negócio, as operações e a tecnologia, e agrega informação de departamentos, unidades de negócio e geografias.

The Digital Business Unit — A última estrutura organizacional preconizada representa uma mudança face aos anteriores três modelos, os quais estão focados na transformação da empresa. Este modelo organizacional é muitas vezes utilizado em organizações grandes e complexas que lutam com a falta de recursos digitais e possuem um cultura avessa ao risco, assim como muito “agarrada” ao modelo de negócio tradicional. Neste contexto, a decisão mais ajustada será a criação de uma unidade de negócio separada. Habitualmente, esta unidade de negócio tem uma liderança trazida de fora da organização e uma equipa dedicada. O seu principal objetivo é o de gerar inovações digitais e melhorar a experiência dos seus clientes com novos modelos de envolvimento. Esta unidade tende a organizar-se integrando os princípios de agilidade e design thinking.

Figura II – Modelos organizacionais para a transformação digital

Fonte: IDC DX Leadership Sentiment Study, March, 2017

Esta arquitetura de modelos organizacionais está organizada de forma a que cada um dos modelos seja complementar do anterior. Para a escolha do modelo de organização mais adequado, o primeiro passo fundamental é identificar o nível de maturidade digital, definir a estratégia digital e os próximos passos na evolução da mesma e, em seguida, definir o melhor modelo organizacional que responde à sua estratégia.

Este é um tema transversal à implementação de uma estratégia global de transformação digital, o tema base da próxima edição do IDC Directions, que terá lugar dia 19 de outubro.

Artigo desenvolvido por Gabriel Coimbra, Country Manager da IDC Portugal.

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Uber trocada por empresa de veículos elétricos

  • ECO
  • 17 Outubro 2017

A Uber perdeu mais um funcionário, desta vez foi o responsável pela estratégia nos mercados da Europa, Médio Oriente e África, que abandonou a empresa para ingressar numa empresa de veículos elétricos

A Uber continua envolvida em polémicas e parece estar difícil conseguir recuperar. Desta vez, foi o responsável pela estratégia da empresa nos mercados Europeu, Médio Oriente e África, que abandona a Uber já no próximo mês para ingressar numa empresa de carregamento de veículos elétricos.

A empresa de transportes continua a perder trabalhadores e executivos. Christopher Burghardt vai deixar de trabalhar para a Uber em novembro, para iniciar uma nova carreira na empresa Chargepoint, dedicada ao carregamento de veículos elétricos, de acordo com um comunicado enviado pela empresa, citado pelo Financial Times. A Chargepoint está a criar uma rede de transportadores em toda a Europa para suportar veículos elétricos.

Burghardt é responsável pela estratégia da empresa nos mercados EMEA (Europa, Médio Oriente e África) e, na nova empresa, vai exercer o cargo de diretor executivo, de acordo com declarações feitas pelo próprio à Reuters. No entanto, acredita que o atual CEO da Uber tem todas as capacidades para levar a empresa no bom caminho.

Esta bola de neve que enrola a empresa continua a avançar, no início deste mês, o principal responsável da Uber no Reino Unido também abandonou a empresa depois de a capital britânica ter recusado renovar a licença de operação da empresa na cidade. Também o CEO e cofundador da Uber foi afastado do cargo, depois de estar envolvido em várias polémicas com reguladores nos Estados Unidos e restantes mercados.

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CDS vai apresentar moção de censura ao Governo

A líder do CDS-PP Assunção Cristas anunciou esta tarde, em conferência de imprensa, que o partido vai apresentar uma moção de censura ao Governo.

O CDS diz que o Governo não cumpriu a “função mais básica do Estado” — proteger as pessoas — nem retirou qualquer consequência da tragédia de Pedrógão. E vai apresentar uma moção de censura ao Governo.

Em declarações proferidas na sede do partido na tarde desta terça-feira, a líder do CDS aponta para o relatório da comissão técnica sobre os acontecimentos de Pedrógão, dizendo que este é “claro nas falhas que aponta na prevenção e no combate ao fogo, assumindo uma janela de tempo em que, se tivessem sido empregados os meios disponíveis, teria sido possível evitar o pior”. E “o relatório do professo Xavier Viegas vai no mesmo sentido“, adiantou Assunção Cristas.

Para a líder do CDS-PP, o “Estado falhou na prevenção, falhou no combate e terá falhado também no socorro às vítimas.”

Depois de uma palavra de pesar e condolências a familiares e amigos das vítimas, a líder do CDS falou em “indignação” pela “repetição de uma tragédia de tão larga dimensão humana”. “Com a informação que já temos disponível e fazendo uma avaliação política das várias entidades e do Governo nestes episódios, decidimos agendar como primeiro ponto do nosso Conselho Nacional do próximo sábado, na Covilhã, a avaliação da tragédia dos incêndios deste ano, apresentar uma moção de censura ao Governo pela falha grande em cumprir a função mais básica do Estado: proteger as pessoas”, declarou Assunção Cristas.

O texto será entregue “amanhã ou depois” no Parlamento, após consultados os deputados do grupo parlamentar. Mas a decisão já foi comunicada ao Presidente da República e ao presidente do PSD, disse ainda.

Nos últimos quatro meses, o Governo “não parece ter retirado qualquer consequência da tragédia de Pedrógão”, criticou a líder dos centristas. “Nestes último quatro meses, o Primeiro-Ministro não agiu, não corrigiu os erros, não assumiu as responsabilidades e pautou-se pela inação”, acrescentou.

E agora, “repetida a tragédia”, o Governo “não assume uma única responsabilidade, não reconhece um único erro, não faz um único pedido de desculpas, não toma a dianteira em indemnizar os familiares das vítimas”, diz ainda.

Para o CDS, não basta aprovar medidas de médio e longo prazo: “o primeiro-ministro tem de demonstrar que está à altura de compreender a essência das funções do Estado e do serviço do Governo para as cumprir”.

“Os portugueses não podem ter um Governo que, numa situação de catástrofe, não compreende a sua função e não responde à altura das exigências”, frisou Cristas.

A centrista explica que, se a moção de censura vier a ser aprovada, “certamente que isso levará a uma demissão do Governo”. Mesmo conhecendo o apoio parlamentar do Executivo, “entendemos que uma situação desta gravidade, sem ímpar” na História recente, “é uma situação que justifica a censura ao Governo”, afirmou.

Aliás, Cristas afirma que há quatro meses o CDS fez alertas e sugestões, e o Primeiro-Ministro afirmou que “era o responsável direto por tudo o que se passasse a partir de então”. Com esta “repetição inimaginável” do cenário de incêndios, “é altura de o senhor Primeiro-Ministro se apresentar para as devidas consequências”, conclui.

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Setembro foi o segundo mês de maior execução dos fundos para as empresas

Em setembro, houve um abrandamento no nível das aprovações de novos projetos, mas a taxa de compromisso para as empresas já vai em 94%.

Setembro foi o segundo mês com maior execução dos fundos direcionados a empresas. Foram executados 78 milhões de euros em incentivos, o que coloca a taxa de execução dos Sistemas de Incentivos em 23%. O principal responsável foi o Programa Operacional Norte que aumentou a sua execução em 43,51 milhões de euros no espaço de um mês. Só em março houve um desempenho melhor, com uma execução de 87 milhões de euros.

Foi em setembro que a polémica estalou — Portugal estaria em risco de perder fundos comunitários, tendo de os devolver a Bruxelas, por atrasos na execução de verbas. No final de agosto, faltava apresentar a Bruxelas pedidos de pagamento neste valor de 132 milhões de euros e o programa mais atrasado era o Compete, o programa operacional dedicado às empresas, com um défice de pedidos de 45 milhões de euros. Ora, os dados agora revelados, relativos à execução de setembro revelam que o Compete teve, no mês passado, a segunda maior taxa de execução do incentivo: 60 milhões de euros. Tal como ao nível dos SI, março de 2017 também foi o melhor mês a este nível. Em média, a taxa de execução do Compete é de 33 milhões por mês.

A razão pela qual os SI espelham o comportamento do Compete deve-se ao facto de este ser o programa operacional com mais verbas para as empresas, embora também sejam neles contabilizados os montantes destinados a apoiar o investimento empresarial inscritos nos vários programas operacionais regionais.

Em setembro houve 78% de execução do incentivo ao nível dos SI

Fonte: Compete; A execução dos Sistemas de Incentivos só começou em junho de 2016.

Mas os dados revelados mostram, por outro lado, um abrandamento ao nível das aprovações de novos projetos. Foram aprovado 86 novos projetos para receber apoios, o que representa o compromisso de mais 80 milhões de euros, o que eleva para 94% a taxa de compromisso das verbas destinadas às empresas até 2020. Em média, ao longo dos últimos 12 meses, eram aprovados em média cerca de 136 milhões de euros em apoios.

Ritmo de aprovação de novos projetos abranda

Fonte: Compete

Mas este abrandamento já não se reflete ao nível das contratualizações. Se em agosto foram contratados 86 milhões de euros, em setembro, esse valor subiu para 96 milhões. Ainda assim, os valores estão muito aquém dos níveis de contratualização feitos há um ano, quando a prioridade do Executivo era avançar com os fundos tentando-os fazer chegar o mais depressa possível ao tecido empresarial. Recorde-se que nessa altura foi mesmo lançado um acelerador do investimento, tanto para as empresas como para as autarquias.

Isto resulta num aumento dos pagamentos às empresas. Depois dos 40 milhões pagos em agosto, em setembro, os empresários receberam mais 90 milhões de euros. Mais elevado só em janeiro (138 milhões) e em março (97 milhões). Este desempenho levou inclusivamente o primeiro-ministro a anunciar que até ao final do ano serão pagos 1.250 milhões. Um valor que será duplicado, em 2018, de acordo com a proposta de Orçamento do Estado para o próximo ano.

Em termos gerais, o mais recente relatório de monitorização dos fundos destinados às empresas, revela que há 11.300 projetos aprovados, que representam um investimento elegível de 7,08 mil milhões de euros, ou seja, a parte do investimento total que poderá ser apoiado pelos fundos comunitários. Assim, a taxa de compromisso dos fundos para empresas está em 94%, ou seja, se nada for feito (se não houver uma reprogramação) até 2020 as entidades gestoras só poderiam lançar concursos no valor de 220 milhões de euros. O Executivo garante que este cenário não se vai concretizar, porque no âmbito da reprogramação do Portugal 2020 as empresas são uma das prioridades.

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Proteção de Dados em debate na Faculdade de Direito da Nova

  • ECO
  • 17 Outubro 2017

Big Data, proteção e transferência de dados são alguns dos temas abordados na 3ª edição da formação na Faculdade de Direito da Universidade Nova de Lisboa, de 13 a 17 de novembro.

A terceira edição do curso breve sobre proteção de dados pessoais arranca já no próximo mês. De 13 a 17 de novembro, a formação organizada pela Jurisnova, terá lugar na Faculdade de Direito da Universidade Nova de Lisboa, no Campus de Campolide. Ao longo de cinco dias serão abordados temas como Big Data, transferências transnacionais de dados, Data Breaches, entre outros.

As 17 horas de formação serão repartidas em dois módulos. Um primeiro, que será introdutório e onde será feita uma apresentação ao tema, bem como ao Regulamento 2016/679, em vigor desde 26 de abril do ano passado. O segundo modulo recairá sobre a proteção de dados no século XXI, as ameaças, o BigData e o Passenger Name Record. Entre os oradores marcarão presença o advogado Luís Neto Galvão da SRS Advogados (na foto), João Marques da Comissão Nacional de Proteção de Dados, Rodrigo Adão da Fonseca da VisonWare, e Inês Oliveira da Direção-Geral da Política de Justiça.

A formação conta com a coordenação de Francisco Pereira Coutinho e Graça Canto Moniz, e destina-se especialmente a estudantes de Direito, advogados, juristas, informáticos e encarregados de proteção de dados. As inscrições podem ser feitas no site da faculdade.

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Tribunal Constitucional considera nula lei do referendo

  • Lusa
  • 17 Outubro 2017

O Tribunal Constitucional considera nula em definitivo a lei que sustentou o referendo na Catalunha. A posição foi adotada por unanimidade e aceita o recurso apresentado por parte do Governo.

O Tribunal Constitucional espanhol considerou esta terça-feira nula, por ser inconstitucional, a lei do referendo sobre a independência na Catalunha, que fora suspensa provisoriamente em 7 de setembro e fica sem qualquer legitimidade com esta decisão.

A posição do TC, adotada por unanimidade, aceita o recurso apresentado por parte do Governo espanhol contra a norma adotada pelo Parlamento regional da Catalunha, que sustentou a convocação da consulta realizada a 1 de outubro.

No seu recurso, o executivo enfatizava a relevância do sistema constitucional perante uma “das maiores afrontas à Constituição espanhola que pode ser concebida por um Parlamento regional, num Estado democrático e direito”.

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Dívida do Novo Banco dispara. Quem não ajudou à solução está a ganhar 30%

Venda do banco ao Lone Star está iminente depois do sucesso da recompra de dívida. Mas quem rejeitou vender obrigações ao Novo Banco está a ganhar com estratégia. Títulos disparam no mercado.

Quem rejeitou vender as obrigações do Novo Banco na oferta de recompra de dívida levada a cabo nos últimos meses — e concluída no início deste mês — está a ganhar com a valorização dos títulos no mercado. Perante a iminência de venda do banco de transição ao fundo norte-americano Lone Star, o valor dos títulos está a disparar.

Alguns investidores anunciaram desde o primeiro momento que não iriam participar na operação anunciada no final de julho e cujo êxito era crucial para a concretização da venda do Novo Banco ao fundo de investimento americano. Embora esta estratégia pudesse comprometer o futuro do banco, estes credores mantinham a esperança de um final feliz e, nesse cenário, ganhar com a valorização das obrigações. É o que está a acontecer em várias linhas que o banco liderado por António Ramalho não conseguiu absorver.

Por exemplo, a linha de obrigações com cupão de 3,88% a maturar em 2035 conheceu uma apreciação acentuada desde o dia 26 de setembro até hoje. Este movimento ascendente no valor destes títulos no mercado secundário aconteceu justamente um dia depois da notícia de que o fundo obrigacionista Pimco tinha aceitado participar oferta em troca dos depósitos do Novo Banco, abrindo as portas do sucesso da oferta que viria a desbloquear a venda ao Lone Star.

Nesse dia 26 de setembro, a uma semana antes do término da operação, estas obrigações fecharam a sessão a valer 67,485 euros. Estes mesmos títulos estão agora a negociar nos 88,175 euros, uma subida de 30% que reflete o alívio dos investidores com a dissipação de algumas dúvidas acerca do futuro do banco que poderia passar por uma nova resolução ou até mesmo pela liquidação, conforme alertou o Novo Banco no lançamento desta operação de recompra de dívida. Atualmente encontram-se no mercado obrigações desta linha num montante de cerca de 170 milhões de euros.

“As obrigações do Novo Banco estão a valorizar dado que a instituição estará bem melhor depois da venda ao Lone Star”, comenta ao ECO o diretor do fundo alemão Xaia Investment, Jochen Felsenheimer. “Será essa a razão porque as obrigações que continuam no mercado dispararam no dia a seguir ao anúncio dos resultados face ao preço do dia de anúncio da oferta”, refere ainda.

Adiantou ainda que o fundo deixou de ter qualquer exposição a Portugal. “Vai levar algum tempo até voltarmos a investir no país”, frisa este responsável.

Esta linha de obrigações dispara com sucesso da oferta de recompra de dívida

Obrigações do Novo Banco valorizam com expectativa de venda ao Lone Star.Bloomberg

São várias as linhas que continuam a negociar (e a valorizar), mas agora com menor nível de liquidez, depois de o Novo Banco ter garantido 4,74 mil milhões de euros no âmbito da oferta que vai permitir poupanças de pelo menos 500 milhões de euros nas contas do banco e, consequentemente, a injeção de mil milhões de euros da parte do Lone Star.

Era o caso da linha de obrigações com cupão zero e com maturidade em 2052. De acordo com dados da Bloomberg, estes títulos valiam 12,8 euros no final do mês passado e estão agora a ser trocados pelos investidores ao preço de 16,9 euros, 32% acima. Há um total de 390,9 milhões de euros em obrigações desta série.

"As obrigações do Novo Banco estão a valorizar dado que a instituição estará bem melhor depois da venda ao Lonestar. Será essa a razão porque as obrigações que continuam no mercado dispararam no dia a seguir ao anúncio dos resultados face ao preço do dia de anúncio da oferta.”

Jochen Felsenheimer

Diretor do fundo Xaia Investment

Estas valorizações acontecem numa altura em que assinatura da venda do banco que estava nas mãos do Fundo de Resolução está iminente. Esta formalização deverá acontecer nos próximos dias, seguindo-se à decisão de Bruxelas de dar luz verde às ajudas estatais na semana passada.

De resto, conforme o ECO revelou em primeira mão, o Lone Star vai proceder a alterações na estrutura de governo do banco português. Nomeadamente, o Novo Banco vai passar a ter um Conselho Geral de Supervisão liderado pelo inglês Byron Haines e composto por três membros indicados pelo fundo e por membros independentes, como o antigo embaixador norte-americano em Portugal, Robert Sherman. António Ramalho vai continuar como CEO.

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Fortuna de Donald Trump cai 600 milhões de dólares

  • ECO
  • 17 Outubro 2017

Do 156.º para o 258.º lugar na Forbes 400, o Presidente dos Estados Unidos apresenta uma fortuna estimada em 3,1 mil milhões de dólares, abaixo dos 3,7 mil milhões registados no ano passado.

Os dólares de Trump parecem estar a escapar-lhe entre os dedos. O Presidente dos Estados Unidos caiu quase 100 posições no ranking dos mais ricos do país, numa queda de 600 milhões de dólares (508 milhões de euros) na sua fortuna estimada para os 3,1 mil milhões de dólares (2,62 mil milhões de euros). Em causa está a desvalorização da sua propriedade em Nova Iorque. Trump passou da 156.ª posição na tabela publicada no ano passado para o 248.º lugar este ano, avança o Financial Times esta terça-feira.

A Forbes 400 reconhece os quatrocentos norte-americanos mais ricos, consoante a sua fortuna estimada. No topo da tabela permanece Bill Gates, pelo 24.º ano consecutivo, com um património estimado em 89 mil milhões de dólares (75,4 mil milhões de euros), oito mil milhões de dólares (6,77 mil milhões de euros) acima do valor apontado no ano passado. A maior subida foi a de Mark Zuckerberg, que viu a sua fortuna aumentar em 15,5 mil milhões (13,13 milhões de euros) para os 71 mil milhões de dólares (60,16 milhões de euros). A mulher com a melhor posição está na 13.ª posição. Trata-se de Alice Walton, filha do fundados da Wal-Mart, com uma fortuna de 38,2 mil milhões de dólares (32,36 mil milhões de euros).

Em declarações ao Financial Times, a Luisa Kroll, editora-assistente na Forbes, realça que disponibilizou de duas pessoas para cobrir a situação do Presidente norte-americano. Ambos os jornalistas recolheram informações, nomeadamente relacionadas com uma dívida no Trump International Hotel. “Nós podemos continuar a encontrar mais documentação que prove e nos dê mais conforto nos nossos números”, cita o jornal.

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Resultados da banca superam expectativas, mas Wall Street segue inalterado

O Morgan Stanley e o Goldman Sachs apresentaram os resultados do terceiro trimestre e superaram as expectativas, mas o impacto não se fez sentir em Wall Street. As bolsas seguem com poucas alterações.

As bolsas norte-americanas arrancaram a sessão sem grandes variações em relação ao fecho de segunda-feira, depois dos novos máximos históricos fixados na última sessão, apesar de os maiores bancos do país terem apresentado resultados que ficaram acima das expectativas do mercado.

O índice de referência S&P 500 está a perder 0,02%, para os 2.556,93, enquanto tecnológico Nasdaq segue praticamente inalterado nos 6.622,51 pontos. Já o industrial Dow Jones está cada vez mais perto do marco dos 23 mil pontos, ao somar 0,1%, para os 22.981,36 pontos.

O Dow Jones volta a registar ganhos depois de autoridades norte-americanas terem divulgado que a produção industrial nos Estados Unidos aumentou 0,3% em setembro.

Antes da abertura dos mercados, o Morgan Stanley e o Goldman Sachs, os dois maiores bancos norte-americanos, prestaram contas relativamente ao terceiro trimestre do ano. O Morgan Stanley reportou um lucro líquido de 1,8 mil milhões de dólares, acima dos 1,5 mil milhões que os analistas antecipavam, enquanto o Goldman Sachs apresentou lucros de 2,1 mil milhões de dólares, bastante acima dos 1,7 mil milhões esperados pelo mercado.

No mercado cambial, o dólar prolonga os ganhos face ao euro, depois de a imprensa norte-americana ter avançado que John Taylor, atualmente professor da Universidade de Stanford, está na linha da frente para suceder a Janet Yellen na liderança da Reserva Federal norte-americana. A confirmar-se esta nomeação, antecipa o mercado, a política da Fed deverá mudar significativamente as taxas de juro deverão aumentar a um ritmo mais acelerado nos próximos tempos.

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