“Novo saque fiscal” prejudica setor automóvel

  • Lusa
  • 16 Outubro 2017

Automóvel Clube de Portugal acusa Governo de estar obcecado com a arrecadação de receita fiscal. Garante que o objetivo do OE2018 é unicamente a receita fiscal e não respeita os automobilistas.

O Automóvel Clube de Portugal (ACP) condenou hoje o “novo saque fiscal” aos automobilistas da proposta do Orçamento do Estado para 2018 (OE2018), acusando o Governo de estar obcecado com a arrecadação de receita fiscal.

Em todos os aspetos, é um Orçamento sem outro objetivo além da receita fiscal”, afirma o ACP, em comunicado divulgado esta sexta-feira, acusando ainda o Executivo de uma “grave falta” de articulação interna e um “profundo desrespeito” pelos automobilistas.

A proposta de OE para o próximo ano, entregue na sexta-feira ao Parlamento, introduz um aumento médio de 1,4% do Imposto Único de Circulação (IUC), o antigo selo do carro, mantendo os adicionais ao IUC e ao Imposto sobre os Produtos Petrolíferos e Energéticos (ISP). Além destes aumentos, o ACP critica a subida do imposto de selo no crédito ao consumo, que diz ter “um aumento significativo” na compra de automóveis ao longo deste ano.

Nos carros novos, pagam os ligeiros de passageiros, os ligeiros de mercadorias e as motos. Sejam mais ou menos poluentes, todos vão pagar mais”, lamenta, considerando que “é um Orçamento sem outro objetivo além da receita fiscal”. Na proposta de OE2018, o executivo prevê um défice orçamental de 1% do Produto Interno Bruto (PIB) e um crescimento económico de 2,2% no próximo ano.

O Governo melhorou também as estimativas para este ano, prevendo um crescimento económico de 2,6% e um défice orçamental de 1,4%. Quanto à taxa de desemprego, deve descer de 9,2% este ano para 8,6% no próximo.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Simulador de IRS: Faça você mesmo as contas de quanto vai pagar ou receber

Cada caso é um caso. Por isso, além das tabelas com simulações, o ECO disponibiliza um simulador feito pela consultora EY para que possa saber quanto exactamente vai pagar a mais, ou a menos, em 2018.

Com um novo Orçamento do Estado surge sempre a pergunta: será que vou pagar mais ou menos impostos?

Para 2018 são várias as alterações introduzidas. Desde logo, o aumento do número de escalões que passam agora a ser sete, após o desdobramento dos antigos segundo e terceiro escalões. Necessariamente há novas taxas de imposto, que variam entre 14,5% e 48%, para os diferentes níveis de rendimento.

Esta alteração resulta de uma cedência do Executivo às exigências dos partidos mais à esquerda que pediam um alívio de impostos mais amplo e não apenas concentrado no segundo escalão. De acordo com o relatório do Orçamento do Estado para 2018, esta mudança pode originar uma redução máxima de 586 euros para famílias com dois sujeitos passivos, ou de 293 euros no caso dos solteiros, o que pode chegar a “representar uma diminuição de 9,5% para os agregados com rendimento coletável próximo de 11 mil euros”.

Além disso, há que ter em conta o aumento do valor do mínimo de existência que passa a equivaler a 1,5 IAS (Indexante dos Apoios Sociais) e que também não pode ser inferior ao salário mínimo nacional.

Em 2018, a sobretaxa também desaparece para todos os escalões de rendimento, o que ajuda a que haja uma maior devolução de rendimentos mesmo para os contribuintes dos escalões mais altos.

Perante estes novos pressupostos — há ainda alterações ao nível das deduções e dos rendimentos que passam a ser sujeitos a tributação — o ECO pediu à consultora EY para construir uma calculadora que possa ajudar o leitor a aferir o imposto que vai ter de pagar (ou não) em 2019 referente aos rendimentos que vai obter em 2018.

Simulador da EY para calcular o valor exato do imposto que vai pagar

Para abrir o ficheiro, necessita de ter instalado uma folha de cálculo compatível no computador. Na aplicação do ECO no telemóvel, poderá não conseguir abrir o ficheiro. Nesse caso, o ECO preparou, juntamente com a consultora EY, uma série de simulações já previamente preenchidas, que lhe darão uma noção aproximada de quanto irá pagar a mais ou a menos em 2018.

7 simulações de IRS para quem ganha entre 925 euros 3.000 euros

Um contribuinte solteiro, sem filhos, com um salário de 925 euros por mês, poupa mais de 96 euros no IRS a pagar. Mas no caso de contribuintes casados (dois titulares), que optem pela tributação conjunta e tenham dois filhos, não há qualquer mudança face aos valores de 2017.

Um ordenado bruto, para um solteiro, com um salário mensal de 1.500 euros — que corresponde a um rendimento coletável de 16.896 euros — agora entra no terceiro escalão, quando em 2017 estava no segundo. E com as mexidas nos escalões e taxas acaba por poupar 198,5 euros. Já as famílias com dois titulares casados e com dois filhos vão pagar menos 397 euros a pagar em IRS.

Já no caso de o rendimento mensal ser de 2.000 euros, os solteiros vão pagar menos 412,85 euros, enquanto a família de quatro elementos consegue uma poupança de 797,85 euros. Neste nível de rendimentos há um segundo efeito decorrente da eliminação da sobretaxa que, em 2017, os obrigou a pagar 141,66 euros, no caso do solteiro, e 255,47 euros, no caso dos contribuintes casados.

Os salários mensais de 2.250 euros brutos espelham o exemplo dos contribuintes que saltam do terceiro para o quinto escalão, no entanto, a taxa de imposto mantém-se nos 37%. Neste caso, o contribuinte solteiro vai pagar 6.192 euros de imposto, em 2018, o que consiste numa poupança de 465 euros. Também neste caso a eliminação da sobretaxa ajuda a explicar os níveis de poupança com o imposto. A família com dois contribuintes casados e dois filhos poupa 903 euros.

 

 

Este exemplo fala diretamente para o novo sexto escalão. Assim, os salários brutos de três mil euros resultam no pagamento de 9.962 euros de imposto em 2019, no caso de um solteiro. Reflete uma poupança de 511,67 euros. Já os casados vão ter pagar 18.716 euros, o que consiste numa poupança de 995,49 euros. Também aqui a eliminação da sobretaxa é determinante para o aumento do rendimento líquido anual.

Fique ainda com a nota de que estas simulações assentam nos seguintes pressupostos:

1 – As presentes simulações foram efetuadas com base nas regras fiscais em vigor à data de preparação dos cálculos e visam quantificar a poupança fiscal, decorrente da Proposta do Orçamento de Estado para 2018, para sujeitos passivos que obtenham rendimentos da Categoria A. As simulações presumem que a regra do mínimo de existência não sofre alterações, i.e. que é calculado como o rendimento (bruto) líquido de imposto inferior a 8.500 euros e não o rendimento coletável líquido de imposto inferior a 8.846 euros.

2 – A remuneração atual considerada corresponde a 14 meses do rendimento bruto.

3 – Nas presentes simulações, com exceção das simulações do sujeito passivo como solteiro, estamos a considerar que os sujeitos passivos são casados, dois titulares de rendimentos, que auferem exatamente o mesmo montante de rendimento anual e que optam pela tributação conjunta.

4 – As simulações foram efetuadas considerando as deduções pessoais do agregado familiar (assumindo filhos com idades superiores a três anos e que não frequentam a universidade) e considerando as seguintes deduções à coleta:

– encargos imóveis (rendas): 6.000 euros;

– despesas de educação: 1.100 euros por dependente;

– despesas de saúde: 1.000 euros por agregado;

– despesas gerais familiares: 5.000 euros por agregado.

5 – O rendimento líquido é apurado da seguinte forma: rendimento bruto – contribuições para a Segurança Social (11% do rendimento bruto) – coleta líquida.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Sonae Indústria diz que os incêndios atingiram duas fábricas da empresa

Foram afetadas as fábricas de Oliveira do Hospital e Malgualde, de uma participada da Sonae Arauco. As duas unidades fabris estão encerradas.

Os incêndios que atingem a zona centro do país afetaram duas unidades fabris detidas pela Sonae Indústria. A empresa presidida por Paulo Azevedo, enviou um comunicado ao mercado, onde informa que os incêndios atingiram durante esta madrugada, uma fábrica em de Oliveira do Hospital e outra em Mangualde, que são propriedade da Sonae Arauco, que resulta de uma parceria estratégica entre a Sonae Indústria e a Arauco. A Sonae Indústria diz que a atividade das duas fábricas encontra-se encerrada.

“Uma concreta avaliação da situação e extensão dos danos será efetuada logo que seja possível o acesso sem restrições à totalidade das instalações. De acordo com a informação atualmente existente os danos estarão confinados aos parques de madeira e zonas limítrofes“, informa a este propósito a empresa no comunicado disponibilizado no site da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

Relativamente às consequências económicas que possam advir da chegado do fogo a essas duas fábricas, a Sonae Indústria diz que “ainda não é conhecido“, mas salienta que “a sociedade proprietária daquelas fábricas tem um seguro de perdas patrimoniais e de lucros cessantes”.

A Sonae Arauco é uma empresa resultante de uma parceria estratégica entre a Sonae Indústria e a Arauco. Esta parceria 50/50 engloba as operações de painéis derivados de madeira e atividades relacionadas que a Sonae Indústria atualmente detém na Europa e África do Sul, nomeadamente todas as suas unidades de produção de painéis derivados de madeira, químicos e papel impregnado. A Sonae Arauco é um dos maiores produtores mundiais de painéis derivados de madeira. Para além das duas fábricas atingidas pelos fogos, a Sonae Arauto tem ainda uma unidade industrial em castelo de Paiva, de acordo com o site da empresa.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Carga fiscal sobe porque empresas pagaram mais IRC. E 2018?

O Pagamento Especial Por Conta desceu, mas a dinâmica económica faz com que as empresas estejam a entregar mais IRC em 2017. Para o ano prevê uma queda, mas ainda não conta com a subida da derrama.

A aceleração económica está a levar as empresas a entregar mais impostos ao Estado. A coleta de IRC este ano está a ser “extraordinariamente positiva”, classificou o próprio ministro das Finanças este domingo ao Diário de Notícias. Segundo Centeno, o aumento da carga fiscal esperada para este ano, ao contrário da estimativa inicial, é justificada pelo desempenho dessa receita. Para o próximo ano, o Governo estima que as empresas entreguem menos 155,7 milhões de euros ao Estado.

Receita fiscal de IRC

Fonte: Proposta do Orçamento do Estado para 2018. Direção-Geral do Orçamento.

“A evolução da receita de IRC sugere uma melhoria da situação financeira das empresas portuguesas”, lê-se na proposta do OE2018. Esta mesma análise é feita por Mário Centeno que, em entrevista ao DN, liga o estimado aumento da carga fiscal, em 2017, à subida da receita do IRC entregue pelas empresas este ano. Essa evolução está refletida na execução orçamental do último mês disponível: a coleta de IRC subiu 24,7% até agosto, em relação ao mesmo período de 2016.

“O que está a acontecer no IRC é um fenómeno que vem do facto de a economia estar muitíssimo melhor”, sintetiza Centeno, referindo que os dados da execução orçamental de setembro apontam para uma subida ainda mais expressiva de 27%. No entanto, há uma nuance: o ministro refere também que há fatores específicos (de calendário e efeitos contabilísticos) que estão a beneficiar a coleta de receita este ano.

“É obviamente uma excelente notícia porque não tem a ver com o aumento das taxas de imposto, é apenas a situação financeira, contabilística e económica das empresas que assim o justifica”, classifica o ministro das Finanças. Contudo, o aumento das taxas de imposto pode vir a acontecer no próximo ano: os partidos à esquerda vão apresentar, na discussão em especialidade, a proposta de aumento de dois pontos percentuais nas taxas do terceiro escalão da derrama estadual, o que deverá ter o voto a favor do PS.

Não se sabe ao certo quanta receita de IRC esse aumento pode acrescentar dado que as contas atuais do OE não contêm essa medida. Para o próximo ano, o Governo prevê uma queda na coleta de IRC de 2,7%, o que corresponde a menos 155,7 milhões de euros. A referida redução é fundamentada no OE2018 com a diminuição das autoliquidações de imposto, bem como dos pagamentos especiais por conta.

O que está a acontecer em 2017?

Recorde-se que, no âmbito das negociações para o aumento do salário mínimo, o Governo decidiu reduzir, em sede de IRC, o valor do Pagamento Especial por Conta a pagar pelas pequenas e médias empresas — foi dado um desconto de 100 euros ao valor apurado do PEC, acrescido de uma redução de 12,5%.

Acresce que o imposto diminuiu para as empresas do interior. Ainda assim, a atividade económica surpreendeu no primeiro semestre deste ano e, por isso, ao registarem mais lucros, as empresas estão a entregar mais imposto ao Estado.

A última nota de execução orçamental, relativa a agosto, revela isso mesmo: “O aumento da receita de IRC, em 633,5 milhões de euros, mantém a trajetória verificada desde maio e resulta fundamentalmente dos pagamentos das autoliquidações relativas ao período de tributação de 2016 (+447 milhões de euros) e dos pagamentos por conta (+200 milhões de euros)”.

Quando apresentou o Orçamento do Estado para 2017, Mário Centeno tinha uma previsão para a receita do IRC de 5.275,1 milhões de euros. Um ano depois, essa estimativa tem mais 456,6 milhões de euros.

Na proposta do Orçamento do Estado para 2018, o Governo espera arrecadar 5.740,7 milhões de euros com o imposto das empresas, um acréscimo de 511,1 milhões de euros face ao executado em 2016 (5.229,6 milhões de euros).

Carga fiscal sobe, desce, mantém?

Ao contrário do que prometia na proposta do OE2017, o Governo prevê agora uma subida da carga fiscal para este ano. A justificação está, segundo Mário Centeno, na surpreendente subida da coleta de IRC.

Para o próximo ano, pode voltar a ter uma surpresa nos números dado que diferenças ligeiras no rácio podem ser afetadas por pequenas variações no ritmo da atividade económica.

Além da dúvida com a evolução do PIB, a discussão na especialidade pode alterar os planos do Governo: se se concretizar a subida da derrama estadual, isso terá um efeito positivo na receita do IRC. Em causa está uma subida da taxa do terceiro escalão de 7% para 9%, afetando as empresas com lucros acima de 35 milhões de euros.

Fonte: Orçamento do Estado para 2018. Cálculos do ECO

Por outro lado, é de recordar que a norma travão do Pagamento Especial por Conta deverá deixar de se aplicar em 2018. Isto significa que mais empresas poderão estar abrangidas pela descida.

Durante 2017, apenas usufruíram deste desconto as empresas que tenham tido trabalhadores a cargo no ano passado com salários, pelo menos, de 7.420 euros (o valor do salário mínimo de 2016, pago em 14 vezes). Ou seja, ficaram de fora as empresas que só empregam os sócios, bem como as empresas que apenas tenham trabalhadores a tempo parcial — e por isso com rendimentos abaixo do valor do salário mínimo.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Tem informação para impugnar Trump? A Hustler dá 10 milhões

  • Juliana Nogueira Santos
  • 16 Outubro 2017

"Poderia usar estes 10 milhões em luxos ou nos meus negócios, mas que bem é que isso me traria num mundo devastado pelo idiota mais poderoso da história", questiona o publisher da Hustler.

Donald Trump tem-se tornado um dos presidentes norte-americanos mais impopulares da história do país. Após ter sido confrontado com exemplos de má gestão em situações como a destruição em Porto Rico, o atentado terrorista de Las Vegas ou as manifestações de Charlottesville, apenas 38% da população concorda com o caminho seguido pelo presidente, como mostram os dados da Gallup.

O descontentamento chegou até às páginas do Washington Post, onde Larry Flint, publisher da revista Hustler, pagou por um anúncio de página inteira a oferecer 10 milhões de dólares por informação que possa servir para espoletar o processo de impugnação do presidente.

À semelhança de um anúncio para caçadores de recompensas do velho oeste, Flynt afirma que “Trump se tem mostrado perigosamente incapaz de exercer o poder extremo acumulado pelo nosso executivo unitário”, pelo que informações danosas em conjugação com o facto de Trump não ter ganho o voto popular e de ter beneficiado do gerrymandering uma técnica utilizada pelos partidos para delimitar as zonas de voto à sua vontade — poderão servir para o impugnar.

"Poderia usar estes 10 milhões em luxos ou nos meus negócios, mas que bom é que isso me traria num mundo devastado pelo idiota mais poderoso da história?”

Larry Flynn

Publisher da Hustler

São enumeradas outras razões como a decisão de demitir James Comey, o constante perigo nuclear que o presidente alimenta nas redes sociais ou as retiradas de acordos importantes como o de Paris. E ainda que esta seja uma alternativa “confusa e contenciosa”, a ideia de Trump se manter na Casa Branca parece ainda pior para o publisher.

Já não é a primeira vez que Larry Flynt entra nos corredores da política, visto que tentou a mesma manobra com as declarações de rendimentos de Mitt Romney, um dos candidatos republicanos à presidência, justificando com a suspeita de este ter mantido encontros sexuais ilícitos com membros do Congresso e da Casa Branca. Nessa altura, Flynt declarou o seu apoio oficial pela candidata democrata, Hillary Clinton.

O anúncio termina com o milionário a afirmar que “poderia usar estes 10 milhões em luxos ou nos meus negócios, mas que bom é que isso me traria num mundo devastado pelo idiota mais poderoso da história?

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Crédito ao consumo ultrapassa fasquia dos quatro mil milhões de euros este ano

Nos primeiros oito meses deste ano, os portugueses pediram um total de 4.276 milhões de euros em crédito ao consumo. Em agosto, foram 563,5 milhões de euros.

O crédito ao consumo soma e segue. Em agosto, os bancos e as instituições de crédito disponibilizaram um total de 563,5 milhões de euros em crédito ao consumo, revelam dados do Banco de Portugal divulgados nesta segunda-feira. Este valor permite elevar para mais de quatro mil milhões de euros, o montante do financiamento com essa finalidade disponibilizado no acumulado do ano.

De acordo com os dados da entidade liderada por Carlos Costa, nos primeiros oito meses do ano, os portugueses pediram um total de 4.276 milhões de euros em crédito ao consumo. Este montante é o mais elevado do histórico disponibilizado pelo Banco de Portugal, cujo início remonta ao arranque de 2013. O montante do financiamento disponibilizado entre o início de janeiro e agosto deste ano ultrapassa mesmo a totalidade do verificado naquele ano: 3.704 milhões de euros.

Face aos primeiros oito meses do ano passado, o montante de crédito ao consumo concedido este ano apresenta um crescimento de 12,88%. O aumento da concessão é transversal a todas as finalidades de crédito, mas é sobretudo no crédito para a compra de carro e nos empréstimos sem fim específico, lar, consolidado e outras finalidades, onde se inserem a aquisição de férias, por exemplo, que se regista a maior subida.

Nos primeiros oito meses deste ano, os portugueses pediram um total de 1.784 milhões de euros em empréstimos para a compra de carro e 1.784 milhões de euros em empréstimos sem finalidade específica. Ou seja, 22,48% e 9,09%, respetivamente, acima do verificado no mesmo período de 2016. Conjuntamente, estas duas finalidades representam 83% do total do crédito ao consumo disponibilizado nos primeiros oito meses do ano.

Já a categoria que inclui os cartões de crédito, linhas de crédito, contas correntes bancárias e facilidades de descoberto viram a concessão de crédito ascender a perto de 657 milhões de euros entre janeiro e agosto, 13% acima do verificado no mesmo período do ano passado. No caso do crédito pessoal com finalidade de educação, saúde, energias renováveis e locação financeira de equipamento aumentou 21,27%, este ano, mas continua a ser muito pouco representativo no “bolo” total: ascendeu este ano a 34,3 milhões de euros, 0,8% do total do crédito ao consumo concedido nos primeiros oito meses deste ano.

(Notícia atualizada às 12h45 com mais informação)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Incêndios: relatos, desabafos e críticas nas redes sociais

  • Rita Frade
  • 16 Outubro 2017

Centenas de incêndios estão a lavrar no país, destruindo florestas, casas e vidas. Nas redes sociais multiplicam-se os relatos de situações dramáticas e muitas críticas à atuação do Governo.

Os incêndios continuam a não dar tréguas aos bombeiros e às populações, provocando a morte, de pelo menos, 31 pessoas. Siga o nosso Live Blog com todas as atualizações ao minuto.

Há uma linha de apoio gratuita e disponível todo o dia para “garantir a resposta imediata a situações que necessitem de atuação emergente e urgente”, de acordo com a Segurança Social.

O primeiro-ministro, António Costa, esteve ontem à noite na Proteção Civil a acompanhar o combate aos incêndios.

Os deputados do PSD já começaram a manifestar a sua opinião nas redes sociais:

O PNR – Partido Nacional Renovador aproveita os últimos acontecimentos para apresentar uma proposta que inclui medidas como o ” reforço da vigilância de matas recorrendo a programas de voluntariado e de juventude”.

Várias figuras públicas lamentam também o que se está a passar no país e questionam as decisões tomadas pelo governo: o Nilton, por exemplo, diz que “as instituições que nos deviam defender, como o Governo, a Proteção Civil, parecem baratas tontas que nunca viram um fogo e foram apanhadas desprevenidas pela primeira vez.”

Assunção Cristas, líder do CDS-PP, deixou também uma mensagem de apoio aos familiares das vítimas dos incêndios, na sua página de Facebook.

“Incêndio em Arouca em fase de rescaldo”, de acordo com um post feito na página de Facebook do Município de Arouca:

No Twitter, vários utilizadores criticam a ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa, pedindo que se demita:

Também alguns clubes de futebol manifestam o seu “apoio e solidariedade para com as famílias afetadas pelo grande flagelo dos incêndios”. É o caso do Braga:

Nas Astúrias, os incêndios estão também a deixar um rasto de destruição:

Madonna já reagiu aos incêndios em Portugal e Espanha, mostrando-se solidária com os dois povos:

Christos Stylianides, Comissário para a Ajuda Humanitária e Gestão de Crises, deixou igualmente uma mensagem de apoio a Portugal e Espanha, referindo que o “Centro de Coordenação de Resposta de Emergência da UE está a acompanhar de perto” a situação:

O Presidente do Parlamento Europeu, Antonio Tajani, deixou uma mensagem na sua conta de Twitter a pedir que a União Europeia “mobilize todos os recursos disponíveis para ajudar os cidadãos”:

Os céus de Londres são agora cor de laranja, ao que parece resultado dos incêndios em Portugal e Espanha:

Margaritis Schinas, porta-voz da Comissão Europeia, expressa, em nome de todos, o seu pesar a todos os que foram afetados pelos incêndios em Portugal e Espanha:

De Espanha chegam agradecimentos aos nossos bombeiros, pela ajuda que têm dado na luta contra aos incêndios:

António Costa está de novo na Proteção Civil, a acompanhar “a difícil situação do combate aos incêndios em todo o País”:

O PSD expressa as suas condolências “aos familiares e amigos de todas as vítimas dos incêndios”, na sua página de Facebook:

PSD, condolências, incêndios

A NASA captou imagens impressionantes dos incêndios ativos em Portugal, Galiza e Astúrias:

Nunca é demais relembrar os problemas que os incêndios podem provocar na saúde das populações. A Direção-Geral da Saúde deixa alguns avisos. Vale a pena ler:

A Guarda Nacional Republicana (GNR) apresenta também o seu “voto de pesar pelas vítimas dos incêndios”, na página de Facebook:

No Twitter continuam a surgir imagens que demonstram a destruição provocada pelos incêndios, neste caso no Parque Natural da Serra da Estrela:

Carlos Abreu Amorim‏, vice-presidente do grupo parlamentar do PSD, tem tecido ao longo do dia críticas ao primeiro-ministro, António Costa:

O dia vai longo e, infelizmente, contabilizam-se já 36 vítimas mortais. Segundo Catarina Martins, coordenadora do BE, é preciso alterar “o próprio paradigma com que temos combatido os incêndios”:

Eduardo Madeira, comediante português, deixa uma mensagem no Facebook, a pedir que… “não se esqueçam”:

Depois de dois dias intensos, os incêndios começam a dar algumas tréguas. É tempo de agradecer às populações e aos bombeiros “pelo trabalho desenvolvido”. Foi o que fez Eduardo Vítor Rodrigues, Presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia:

A coordenadora do BE, Catarina Martins, volta a deixar uma mensagem nas redes sociais: “O país acordou sem fogos. Não sabemos por quanto tempo. E não sem dor ou sem responsabilidade.”

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Incêndios: Costa admite que os “problemas” vão repetir-se

  • Lusa
  • 16 Outubro 2017

Perante os mais de 500 incêndios em todo o país, o primeiro-ministro confessa que "não há bombeiros para acorrerem a todas as situações". O executivo agendou um Conselho de Ministros extraordinário.

O primeiro-ministro sustentou esta segunda-feira que não há bombeiros que cheguem num dia com 523 incêndios, como no domingo, e advertiu que não há soluções mágicas para os fogos florestais, admitindo mesmo que os “problemas” vão repetir-se.

António Costa assumiu estas posições no Comando Nacional de Operações de Socorro da Autoridade Nacional de Proteção Civil, em Oeiras, distrito de Lisboa, tendo ao seu lado a ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa.

Confrontado com as múltiplas queixas de populações sobre falta de meios no combate aos incêndios florestais no domingo, o líder do executivo reagiu: “Quando se tem 523 incêndios, é evidente que não há bombeiros para acorrerem a todas as situações”.

Perante a questão se estas tragédias são então uma inevitabilidade em Portugal, António Costa negou.

“Não, não é uma inevitabilidade”, mas “dias com mais de 500 ocorrências não se registava desde 2006. Este é o 22.º dia com maior número de ocorrências desde o princípio do século. E, portanto, é evidente que não há meios para acorrer a todas as necessidades”, justificou.

Falando em termos de médio prazo, o primeiro-ministro afastou então qualquer solução rápida para o problema dos incêndios florestais – “um problema que seguramente se vai repetir”.

Dirigindo-se aos jornalistas, o líder do executivo declarou: “Se os senhores julgam que há alguma solução mágica para que se produzam efeitos na reforma da floresta, estão completamente enganados”.

“E não vale a pena iludir os portugueses convencendo os portugueses de que de um dia para o outro se vai resolver um problema que se acumulou ao longo de décadas. Infelizmente, vamos ter de trabalhar todos muito para, ao longo da próxima década, fazer aquilo que é preciso fazer na floresta portuguesa”, advogou.

Depois desta afirmação sobre a inexistência de soluções a curto prazo, o primeiro-ministro foi confrontado com a seguinte pergunta: “Acha que os portugueses vão entender o que está a dizer hoje, que isto vai acontecer mais vezes?”

“Claro”, respondeu António Costa, justificando logo a seguir.

“Porque os portugueses são adultos e os portugueses sabem bem que os governos não têm varinhas mágicas, que os problemas não se resolvem, infelizmente, só pela nossa vontade. E que para resolver os problemas é necessário tomar medidas”, disse.

Para o primeiro-ministro, pelo contrário, importa que haja consciência de que o problema estrutural que o país enfrenta se relaciona com a sua floresta.

“O país tem de ter bem consciência de que a situação que estamos a viver, com uma alteração do quadro climatérico muito negativo, vai seguramente prolongar-se para os próximos anos. É por isso que no final desta batalha nós temos de tomar as decisões, porque as coisas não podem continuar como estavam”, disse.

Neste ponto, o primeiro-ministro referiu que, para o próximo sábado, está marcado um Conselho de Ministros extraordinário destinado a adotarem-se “medidas de fundo, tendo em conta o relatório e as recomendações da Comissão Técnica Independente que a Assembleia da República constituiu”.

“Desse relatório têm de ser retiradas necessariamente ilações”, insistiu.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Secretário de Estado: “Não podemos ficar à espera que apareçam os bombeiros”

  • ECO e Lusa
  • 16 Outubro 2017

O secretário de Estado da Administração Interna declarou que os fogos florestais de domingo tiveram mão criminosa. Frisou que as populações devem autoproteger-se e não ficar à espera dos bombeiros.

O secretário de Estado da Administração Interna adiantou que os fogos florestais registados este domingo tiveram origem criminosa e considerou que as comunidades devem ser proativas na autoproteção, salientando que não devem “ficar à espera que apareçam os bombeiros ou os aviões para resolver o problema”.

A última contagem oficial da Proteção Civil aponta para 27 mortos na sequência dos incêndios do fim de semana, numa altura em que os bombeiros continuam a combater 145 fogos em todo o país.

Neste quadro de elevada intensidade de fogo em todo o território, Jorge Gomes declarou na noite deste domingo que “têm de ser as próprias comunidades a serem proativas e não ficarmos todos à espera que apareçam os nossos bombeiros ou que apareçam os aviões para nos resolver o problema”. “Nós temos de nos autoproteger, isso é fundamental”, disse citado pela Sic Notícias.

"Têm de ser as próprias comunidades a serem proativas e não ficarmos todos à espera que apareçam os nossos bombeiros ou que apareçam os aviões para nos resolver o problema. Nós temos de nos autoproteger, isso é fundamental.”

Jorge Gomes

Secretário de Estado da Administração Interna

“Temos de começar, é um trabalho que iremos desenvolver com certeza para o futuro, que é trabalhar com as comunidades, para tornar as nossas comunidades mais resilientes e também a saberem como se comportar em situações como as que estamos a viver hoje”, declarou ainda, frisando que os recursos de meios e humanos são finitos e que as condições de atuação não permitiram em muitos casos a utilização de meios aéreos.

Mão criminosa

A partir de Arouca, no posto de comando do incêndio de Vale de Cambra, no distrito de Aveiro, o secretário de Estado da Administração Interna adiantou ainda que houve mão criminosa em nos incêndios florestais registados naquela região, uma vez que em algumas das áreas que estavam a arder eram aquelas onde havia pastorícia.

“As áreas onde há pastorícia estão todas a arder. Isto não é por acaso”, disse ontem Jorge Gomes.

Questionado se considerava que os incêndios deste domingo tinham origem criminosa, o secretário de Estado respondeu: “Sim”.

Não se põe um país arder de um dia para outro só porque se anunciou que amanhã [segunda-feira] vai haver chuva. Como vai haver chuva, os pastos estão proibidos de fazer queimadas, foi prolongada a proibição até 31 de outubro, há gente que não resiste a isso, que olha para os seus interesses pessoais”, sustentou o responsável.

"Não se põe um país arder de um dia para outro só porque se anunciou que amanhã [segunda-feira] vai haver chuva. Como vai haver chuva, os pastos estão proibidos de fazer queimadas, foi prolongada a proibição até 31 de outubro, há gente que não resiste a isso, que olha para os seus interesses pessoais.”

Jorge Gomes

Secretário de Estado da Administração Interna

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Incêndios: Marcelo exprime “profundo pesar” aos familiares das vítimas

O Presidente da República manifestou a sua solidariedade às populações que estão a ser afetadas pelos incêndios, em comunicado divulgado no site da Presidência da República.

Marcelo Rebelo de Sousa já manifestou a sua solidariedade com as populações das áreas afetadas pelos fogos, tendo exprimido ainda o seu profundo pesar aos familiares das vítimas, numa declaração escrita publicada no site da Presidência da República. A mensagem foi publicada ainda antes de se saber que o número de vítimas mortais já ascende a 27, tal como confirmou esta manhã a Proteção Civil.

“O Presidente da República manifesta a sua solidariedade às populações e aos autarcas por todo o continente, agradece o seu sacrifício, bem como dos Bombeiros e demais estruturas da Proteção Civil no combate aos fogos e exprime o seu profundo pesar aos familiares das vítimas”, lê-se numa mensagem do Presidente da República.

A mensagem foi publicada numa altura em que já era pública a existência de vítimas mortais e feridos em resultado dos incêndios que se alastram um pouco por todo o país, um número que entretanto subiu substancialmente. Patrícia Gaspar, porta-voz da Proteção Civil, confirmou no briefing das 11h00 desta manhã que o balanço atual é de 27 vítimas mortais e 51 feridos, 15 dos quais graves, adiantando a possibilidade do número de mortos poder vir a ser revisto em alta nas próximas horas.

“Temos neste momento a registar 27 vítimas mortais nos distritos da Guarda, Coimbra e Castelo Branco”, revelou Patrícia Gaspar, porta-voz da Proteção Civil. “Batemos todos os recordes e hoje, desde a meia-noite, registamos já um total de 110 ocorrências de incêndios florestais. A esta hora estão em curso 145 incêndios, com 4127 operacionais”, acrescentou a responsável.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Governo espanhol dá “última oportunidade” até quinta-feira à Catalunha antes de aplicar a Constituição

  • Lusa
  • 16 Outubro 2017

O executivo liderado por Mariano Rajoy dá ao governo da Catalunha até quinta-feira antes de ativar artigo 155 da Constituição espanhola e “repor a legalidade”.

O Governo espanhol decidiu esta segunda-feira em Madrid dar uma “última oportunidade”, até as 10h00 (09h00 de Lisboa) de quinta-feira, ao executivo catalão antes de ativar o artigo 155 da Constituição espanhola e “repor a legalidade” na comunidade autónoma da Catalunha.

“O senhor Puigdemont tem uma última oportunidade para esclarecer e voltar à legalidade”, disse a vice-presidente do Governo espanhol, Soraya Sáenz de Santamaría, acrescentando que basta esclarecer “sim ou não” se declarou a independência da Catalunha.

O presidente do governo regional da Catalunha, Carles Puigdemont, enviou esta quinta-feira uma carta ao chefe do executivo espanhol, Mariano Rajoy, em que volta a propor diálogo, sem precisar se declarou ou não a independência da região, como Madrid exigia.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Angola admite vir a pedir assistência ao FMI

  • Lusa
  • 16 Outubro 2017

A quebra nas receitas do petróleo e o défice orçamental de 5,8 milhões de euros poderão levar ao executivo angolano a pedir assistência ao FMI. Em alternativa o país tem uma nova emissão de eurobonds.

Angola está a avaliar a possibilidade de pedir uma assistência técnica ao Fundo Monetário Internacional (FMI), eventualmente com financiamento, face às necessidades que o país enfrenta, declarou o ministro das Finanças, Archer Mangueira.

A possibilidade foi admitida pelo governante, numa entrevista divulgada pelos meios de comunicação social públicos angolanos, realizada após reuniões regulares que Archer Mangueira manteve nos últimos dias em Washington com o FMI e o Banco Mundial.

Uma segunda emissão de eurobonds — títulos da dívida pública emitidos em moeda estrangeira — ou o recurso ao FMI são hipóteses em cima da mesa, segundo Archer Mangueira, para “cobrir o gap de financiamento e fazer face às necessidades do Estado”.

“A emissão de eurobonds visa contribuir para este objetivo – no sentido de reduzir o gap de financiamento e do défice fiscal, mas ainda assim não será suficiente para o nível de necessidades que o país tem. Temos estado também a dialogar com o FMI no sentido de avaliarmos a possibilidade de uma assistência técnica. Se será com ou sem financiamento é um tema que ainda não foi tratado”, afirmou Archer Mangueira, na mesma entrevista.

Angola vive uma profunda crise económica, financeira e cambial decorrente da quebra nas receitas com a exportação de petróleo e em 23 de agosto realizou eleições gerais, que reconduziram o Movimento Popular para a Libertação de Angola (MPLA) na liderança do país.

Em junho de 2016, o Ministério das Finanças angolano confirmou que o Governo tinha descartado um apoio financeiro do FMI, no âmbito do pedido de assistência solicitado em abril do mesmo ano, justificando a decisão com a subida da cotação do petróleo.

O Ministério das Finanças explicou na altura, em comunicado, que o pedido de assistência (Extended Fund Facility – EFF) ao FMI foi feito numa altura em que a cotação do barril de crude atingiu “níveis muito baixos”, chegando mesmo aos 28 dólares em janeiro, mas que entretanto subiu para cerca de 50 dólares.

Em abril deste ano, o ministro das Finanças afirmou, em entrevista à Lusa, também em Washington, afirmou que o recurso a financiamento do FMI “não faz parte da agenda” de Angola, numa alusão ao ano de 2017.

“Não faz parte da nossa agenda. O nosso plano de endividamento foi aprovado, divulgado e é público”, disse o ministro Archer Mangueira.

Recorrer a financiamento do FMI permitiria ter acesso a taxas de juro mais baixas, mas implicaria um maior controlo do organismo internacional sobre as contas do país.

Na altura, nessas reuniões anuais em Washington, Archer Mangueira acordou com o FMI e com o Banco Mundial um alargamento da assistência técnica ao país.

“Recorremos à sua assistência técnica para um conjunto de domínios em que reconhecemos necessitar de reforçar as nossas capacidades técnicas e de desenho de políticas”, explicou o ministro, dando como exemplo a colaboração com o Instituto Nacional de Estatística.

O Orçamento Geral do Estado (OGE) de 2017 prevê que as receitas fiscais só deverão cobrir 49,6% das necessidades totais, acrescido das receitas patrimoniais, com 6,7%, de acordo com o mesmo documento.

As receitas provenientes do endividamento público deverão atingir um peso de 43,6% do valor global inscrito no Orçamento, chegando a 3,224 biliões de kwanzas (16,5 mil milhões de euros).

Além de contrair nova despesa pública, no mercado interno e externo, o OGE de 2017 prevê 2,338 biliões de kwanzas (11,8 mil milhões de euros) para o serviço da dívida este ano.

Nas contas do Governo, está inscrito um défice orçamental de 5,8% do Produto Interno Bruto em 2017, no valor de 1,139 biliões de kwanzas (5,8 mil milhões de euros).

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.