Novo CEO da Meo diz que a “estratégia de convergência” com os media é para manter
Novo CEO da Meo diz que Altice não vai mudar estratégia para a convergência de comunicações e conteúdos televisivos, apesar das mudanças na gestão e da pressão dos mercados para baixar dívida.
Recém-nomeado CEO da Meo, em substituição de Cláudia Goya, Alexandre Fonseca diz que a reorganização na gestão da Altice e PT Portugal não vai mudar a estratégia do grupo, assegurando que vai ser mantida a aposta na convergência nas áreas de comunicações e media e conteúdos. Esta afirmação surge num momento sensível para o grupo francês, pressionado por uma dívida de 50 mil milhões de euros que pode fazer abortar os planos para a compra da TVI em Portugal.
“Esta alteração na liderança da PT e a minha nomeação para presidente executivo ocorrem na sequência de uma reorganização da gestão do grupo Altice. Isto não significa que a estratégia já definida seja alterada, pois continuaremos a implementação de um programa integrado e convergente nas áreas de Comunicações, Media & Conteúdos e Publicidade Digital“, afirmou Alexandre Fonseca numa carta dirigida aos colaboradores da empresa a que o ECO teve acesso.
Na missiva, Alexandre Fonseca recupera as palavras do fundador israelita da Altice, Patrick Drahi, para descansar os trabalhadores em relação às dúvidas que os investidores estão a levantar sobre a sustentabilidade da dívida do grupo e que estão a abalar o valor das ações na bolsa. Salienta que “o grupo mantém intacta a sua sustentabilidade e capacidade de honrar os seus compromissos, bem como toda a credibilidade do projeto industrial”, sublinhando que pretende “regressar às origens da Altice” para impulsionar o crescimento do negócio em Portugal.
"Esta alteração na liderança da PT e a minha nomeação para presidente executivo ocorrem na sequência de uma reorganização da gestão do grupo Altice. Isto não significa que a estratégia já definida seja alterada, pois continuaremos a implementação de um programa integrado e convergente nas áreas de Comunicações, Media & Conteúdos e Publicidade Digital.”
Desde o início do ano, a Altice já perdeu mais de 11 mil milhões de euros em termos de avaliação bolsista, o equivalente à capitalização bolsista da elétrica portuguesa EDP, num sinal de clara desconfiança do mercado em relação à estratégia de expansão internacional que o grupo empreendeu nos últimos anos com recurso à dívida.
Porém, o profit warning lançado na apresentação dos últimos resultados deixou o grupo na mira dos investidores, acionistas e agências de rating, preocupados com a solvabilidade da Altice perante o avolumar do endividamento.
Numa tentativa de acalmar os receios do mercado, Patrick Drahi já anunciou uma inversão na estratégia de expansão, dizendo que agora o foco está na redução da dívida através da alienação de alguns ativos. E isto numa altura em que continua pendente de aprovação dos reguladores portugueses da compra da Media Capital por 440 milhões de euros.
Para já, este negócio mantém-se aparentemente em cima da mesa. Mas a Altice já está a desfazer-se de torres de telecomunicações em França e ainda da sua operação na República Dominicana, sendo que este último negócio poderá render 3.000 milhões aos franceses.
“Ir mais longe”
Para as operações portuguesas, o objetivo do gestor de 43 anos passa por “consolidar e fazer crescer a posição de liderança que a Altice/Portugal Telecom detém no mercado português”. E lembra: “Somos a Portugal Telecom… estamos nos 308 municípios e mais de 3000 freguesias de Portugal. Somos das maiores organizações do nosso país e o único operador com atuação verdadeiramente nacional”.
É neste contexto que Alexandre Fonseca pretende “ir mais longe” em 2018. “Ir mais longe e crescer o nosso negócio, na área das Comunicações, mas essencialmente procurar este crescimento em novas áreas de atividade, criando parcerias estratégicas que permitam diversificar a nossa oferta”, detalha o antigo administrador com o pelouro tecnológico da operadora, agradecendo a confiança dos fundadores da Altice, Drahi e Armando Pereira.
(Notícia atualizada às 12h01 com mais informação)
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