António Tomás Correia: “Montepio não precisa de mais aumentos de capital”

O presidente da dona do banco Montepio, a Associação Mutualista Montepio Geral, defende que não serão precisos mais aumentos de capital.

António Tomás Correia, presidente da Associação Mutualista Montepio GeralPaula Nunes/ECO

António Tomás Correia defende que a dona do banco Montepio não precisará de mais aumentos de capital. As declarações são feitas depois de o Público ter avançado que o auditor do banco, a KPMG, alertou para um buraco nas contas da Associação de 107 milhões de euros. O presidente da Associação Mutualista Montepio Geral esclarece que o setor bancário e segurador enfrentaram muitas dificuldades, mas que têm ajudado a associação mutualista a cumprir as suas responsabilidades sociais.

“Não consideramos que haja necessidade de haver novos aumentos de capital por parte da Associação Mutualista.” É assim que António Tomás Correia, presidente da Associação Mutualista Montepio Geral, esclarece a polémica em torno do Montepio que acendeu esta manhã depois de o jornal Público ter dito que a do banco Montepio, a Associação Mutualista Montepio Geral, fechou 2015 com um buraco nas contas de 107 milhões de euros. O alerta foi dado pelo auditor do banco, a KPMG, num documento anexo às contas consolidadas da associação, que vão ser discutidas esta terça-feira.

"Não consideramos que haja necessidade de haver novos aumentos de capital por parte da Associação Mutualista.”

António Tomás Correia

Presidente da Associação Mutualista do Montepio Geral

“O setor bancário e segurador enfrentaram muitas dificuldades devido ao mau funcionamento da economia e das dificuldades das empresas e famílias”, nota o presidente da Associação Mutualista Montepio Geral. Mas, esclarece, que não se pode olhar para um grupo desta natureza de uma forma instantânea. Por isso, olhando para a “história completa, esta mostra que a atividade bancária e seguradora têm ajudado a associação mutualista a cumprir as suas responsabilidades sociais”.

As contas da Associação são importantes para o próprio Montepio Geral porque a Associação é o acionista único do banco e este poderá precisar de reforçar os rácios de capital. É isso que decorre de uma carta enviada pelo Banco de Portugal à instituição financeira liderada por José Félix Morgado, no início deste ano, e noticiada no sábado pelo Expresso. Num comunicado interno, enviado ao colaboradores, Félix Morgado reforçou que esta é uma versão preliminar da decisão do supervisor, mas nada garante que as exigências de capital vertidas no documento venham a ser revistas.

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Novo mínimo dos juros não trava subida dos depósitos

Em janeiro, os portugueses aplicaram 5.826 milhões de euros em novos depósitos a prazo. A maior parte do dinheiro teve como destino prazos de aplicação até um ano.

Ter o dinheiro aplicado em depósitos a prazo nunca rendeu tão pouco. Em janeiro, a taxa de juro média oferecida nas novas aplicações a prazo sinalizou um novo mínimo histórico de 0,33%, uma quebra que não invalida que nesse mês os novos depósitos tenham atingido um máximo de oito meses. A maior parte do dinheiro aplicado nesse mês teve como destino aplicações até um ano.

Evolução dos novos depósitos

Fonte: Bloomberg

No primeiro mês deste ano, os portugueses subscreveram um total de 5.826 milhões de euros em novos depósitos a prazo. Este valor que representa um aumento de 701 milhões de euros, face à quantia que tinha sido depositada em dezembro do ano passado, e é também o valor mais elevado desde maio do ano passado. Grande parte do dinheiro foi aplicado em depósitos até um ano, que captaram um total de 4.525 milhões de euros, nesse mês, ou seja 78% do total de dinheiro que entrou nesse mês para os depósitos.

Apesar do aumento registado no primeiro mês deste ano, as aplicações a prazo dos bancos apresentam uma tendência generalizada de queda. Nos últimos 12 meses, o valor total que entrou para os depósitos a prazo em novas aplicações ascendeu a 67.574 milhões de euros. Trata-se da quantia mais baixa, em termos homólogos, do histórico disponibilizado pelo Banco de Portugal que remonta ao início de 2003.

Uma evolução que é ditada pelos níveis historicamente baixos dos indexantes que acabam por penalizar a remuneração oferecida pelos bancos. É raro encontrar um depósito que ofereça uma taxa de juro superior a 1%, e para ter acesso a uma remuneração desta ordem tendem a ser exigidas quantias elevadas. Na generalidade dos casos, os juros não chegam aos 0,5%.

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Fillon indiciado por uso indevido de fundos públicos

  • Juliana Nogueira Santos
  • 14 Março 2017

François Fillon, candidato à presidência francesa, é indiciado pelo uso indevido de dinheiros públicos, um dia antes de se apresentar aos juízes de instrução.

O candidato republicano à presidência francesa, François Fillon, foi oficialmente indiciado pelo uso indevido de fundos públicos. A acusação foi entregue por um procurador parisiense, um dia antes de Fillon se apresentar aos juízes de instrução, de acordo com a informação avançada pela Bloomberg.

O escândalo em torna da sua candidatura surgiu quando o jornal satírico Le Canard Enchaîne alegou que a sua mulher Penelope Fillon teria sido remunerada por um emprego que não desempenhava no Parlamento e que o próprio terá criado um esquema ilegal para que isto fosse possível.

Foi o mesmo jornal que nesta terça-feira adiantou que a acusação se iria processar.

O Ministério Público abriu uma investigação aos pagamentos indevidos, que se estenderam não só aos dois, mas também aos seus filhos. As alegações subiram de tom com o montante da remuneração a aumentar cada vez mais. O último golpe na reputação de Fillon deu-se quando se descobriu que o candidato presidencial obteve honorários através de uma sociedade de advogados entre 2002 e 2015, época em que era deputado e primeiro-ministro.

François Fillon negou todas as acusações de que foi alvo e recusou-se a desistir da candidatura para o Eliseu. Ainda assim, tem estado consecutivamente a perder terreno em relação aos seus oponentes Emmanuel Macron e Marine Le Pen.

Ainda não houve quaisquer comentários da parte dos advogados ou da porta-voz do republicano.

(Notícia atualizada às 15h28 com mais informações)

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Elementos do Montepio quiseram alertar Governo em 2016. Só foram recebidos em 2017

  • Margarida Peixoto
  • 14 Março 2017

Na reunião, o Ministério do Trabalho ficou com cópia de um documento onde se chamava a atenção para os prejuízos e os capitais próprios negativos da Associação Mutualista.

Em fevereiro de 2016, um grupo de elementos da Associação Mutualista Montepio Geral pediu uma audiência ao Ministério do Trabalho para alertar o Governo para a difícil situação financeira da Associação. Já na altura havia dados que permitiam detetar o risco de os capitais próprios entrarem no vermelho e de os prejuízos continuarem. Contudo, a reunião com a equipa do Ministério tutelado por Vieira da Silva só aconteceu em janeiro de 2017, sabe o ECO. Contactado, o ministério do Trabalho não respondeu.

Esta terça-feira, a Associação Mutualista apresentou lucros de 7,4 milhões de euros em 2016 — um resultado muito acima do verificado um ano antes, quando registou prejuízos de 393,1 milhões de euros — e capitais próprios de 188,5 milhões de euros. Contudo, estes não são os resultados consolidados da Associação: aos números de 2016 falta acrescentar pelo menos dois efeitos de peso — os prejuízos da Caixa Económica Montepio Geral e os da Lusitânia Seguros, ramo não vida.

Somado este impacto, é expectável que os capitais próprios consolidados da Associação em 2016 sejam ainda mais negativos do que os verificados em 2015, conforme detetou a KPMG. “Chamamos a atenção para o facto de que à data de 31 de dezembro de 2015, o Montepio Geral – Associação Mutualista apresentar capital próprio negativo atribuível aos associados no montante de 107.529 milhares de euros“, sublinhou a consultora, tal como confirmou a própria Associação Mutualista na reação à notícia do Público, que antecipou esta mesma informação.

As contas da Associação Mutualista vão ser debatidas em Conselho Geral esta tarde, depois de os números de 2015 terem sido publicados com atraso de um ano.

A saúde financeira da Associação Mutualista é fundamental para o banco Montepio Geral, uma vez que a Associação é o acionista único da instituição financeira. O banco Montepio pode ser forçado a aumentar os seus rácios de capital, na sequência de uma avaliação regular do Banco de Portugal, revelada no sábado pelo Expresso. O supervisor identificou um perfil de risco elevado na instituição financeira, irregularidades na concessão de crédito e falhas de informação. Fonte oficial do Montepio já garantiu que todas as desconformidades não contestadas foram corrigidas e que aquele já não é o quadro atual do banco.

Tal como fez questão de explicar o governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, quem supervisiona a Associação Mutualista é o Ministério do Trabalho e não o banco central.

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Vendas da Nestlé Portugal sobem 4,7% em 2016 para 480 milhões de euros

  • Lusa
  • 14 Março 2017

No mercado nacional, as vendas totalizaram 398 milhões de euros, uma subida de 3,5%. Resultados foram apresentados hoje.

As vendas da Nestlé Portugal subiram 4,7% em 2016, face a 2015, para 480 milhões de euros, com o diretor-geral a destacar o “crescimento superior” ao do grupo, sendo um ano “muito positivo” para a subsidiária portuguesa.

“Foi um ano muito positivo para a Nestlé em Portugal”, afirmou Jordi Llach, na apresentação de resultados da empresa, salientando que a subsidiária portuguesa, que cresceu mais que o grupo (3,2%), recebeu um prémio pelo seu desempenho.

“O ano foi bom para todas as categorias, em geral”, salientou.

A Nestlé Portugal teve um total de vendas de 480 milhões de euros e um crescimento orgânico (evolução das vendas, excluindo as exportações para as sociedades aliadas) de 4,7%.

No mercado nacional, as vendas totalizaram 398 milhões de euros, uma subida de 3,5%.

O diretor-geral avançou que a Nestlé Portugal está a negociar trazer um investimento do grupo suíço para Portugal, mas não adiantou mais detalhes, referindo que a decisão será conhecida “antes do verão”.

Em termos de exportações, a Nestlé Portugal manteve a sua faturação com o exterior nos 17%, registando um valor de 82 milhões de euros.

Os produtos exportados pelo grupo tiveram como destino 37 países, sendo que 72% das exportações ficaram concentradas em 10 países: Angola, Cabo Verdade, Espanha, França, Grécia, Itália, Roménia, Rússia, Suécia e Ucrânia.

A Europa absorveu quase dois terços (63%) do total exportado e África 18%.

Segundo o responsável, 2016 “não foi um ano fácil para países onde Portugal tradicionalmente exporta, nomeadamente Angola”.

“Aí tivemos uma surpresa negativa” que foi compensada com as exportações para a Europa, acrescentou Jordi Llach.

As exportações baixaram “um bocado na nutrição infantil e subiram nos cafés”, acrescentou.

No ano passado, a Nestlé investiu 15 milhões de euros em Portugal, dos quais 5,4 milhões de euros na melhoria das três fábricas existentes no país.

Para este ano, Jordi Llach admitiu que o investimento “tenha um valor diferente” do ano passado, entre nove a dez milhões de euros.

“Estamos cada vez mais habituados a gerir os anos de forma mais dinâmica. Este ano não vamos ter o mesmo nível dos outros”, referiu o diretor-geral, na conferência de imprensa.

Jordi Llach destacou o desempenho da fábrica do Porto de Cafés Torrados, que “é mais uma alavanca de crescimento” e onde “todos os anos” a empresa está investir em tecnologia e “está a correr bem” e também do negócio das cápsulas de café, onde a Nestlé Portugal está “a aproveitar o ‘trend’ [tendência] do mercado”.

A subsidiária portuguesa concentrou nos seus fornecedores portugueses 71% das suas compras, num total de 120 milhões de euros, sendo que mais de um terço (35%) das matérias-primas, 91% do material de embalagem e 92% dos serviços necessários às operações foram de âmbito nacional.

No triénio 2014-2016, a Nestlé Portugal criou 782 oportunidades de trabalho para jovens, sendo que 328 foram estágios e 454 contratos de trabalho.

Questionado pelo impacto da taxa do açúcar, o diretor-geral da Nestlé Portugal disse que inicialmente afetou alguns produtos vendidos nas máquinas automáticas, mas que entretanto já foram “eliminados”.

Sobre a taxa propriamente dita, Jordi Llach afirmou: “Gostaria de ter tido mais diálogo, mais informação com a indústria”.

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Nova Iorque em queda à espera da Fed

  • ECO
  • 14 Março 2017

A sessão desta terça-feira parece pouco auspiciosa para Nova Iorque, com os principais índices a abrirem a descer. Os investidores estão a aguardar a reunião da Fed.

A Reserva Federal começa esta terça-feira uma reunião, que se prolonga para amanhã, na qual vai decidir se as taxas de juro voltam ou não a subir. A perspetiva é que sim, mas os investidores preferem aguardar para ver. Por isso, estão a ser mais cautelosos nas apostas em bolsa, levando os índices norte-americanos a perderem valor.

O Nasdaq abriu esta terça-feira a desvalorizar 0,27% para os 5.860,33 pontos, o industrial Dow Jones a descer 0,21% para os 20.833,33 pontos, e o S&P 500 a desvalorizar 0,24% para os 2.367,70 pontos.

Os índices seguem todos a mesma tendência no dia em que arranca a reunião da Fed. Janet Yellen, a presidente da Fed, só irá revelar a decisão esta quarta-feira, sendo que a expectativa é de uma nova subida das taxas. Os investidores vão manter-se de olhos postos nesta reunião, preferindo uma postura mais conservadora até à decisão.

A condicionar o desempenho dos índices está também a queda do petróleo. Na abertura das bolsas, o West Texas Intermediate, negociado em Nova Iorque, estava a desvalorizar 1,65% para os 47,58 dólares — o valor mais baixo dos últimos três meses –, e o Brent, negociado em Londres, baixava 1,30% para os 50,67 dólares. Quedas patrocinadas pela OPEP que estão a pesar nas petrolíferas norte-americanas.

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António Simões e Horta-Osório na corrida pela liderança do HSBC

António Simões (HSBC) e António Horta-Osório (Lloyds) estão entre os candidatos para liderar o maior banco europeu, o HSBC.

O grupo bancário britânico HSBC vai ter um novo presidente executivo no próximo ano e, de acordo com a Reuters, há dois portugueses bem destacados na lista para suceder a Stuart Gulliver na liderança do banco. São eles António Horta-Osório (Lloyds) e António Simões (HSBC Europa). Mas há mais nomes.

O HSBC está em reformulação. Anunciou a escolha de Mark Tucker para substituir Douglas Flint enquanto presidente do conselho de administração do grupo a partir de outubro deste ano. Tratou-se de uma decisão que foi contra a tradição no seio da instituição, dado que Tucker foi uma escolha externa.

António Simões está no HSBC desde 2007.

E o mesmo poderá acontecer com o presidente executivo. Identificar o próximo CEO do banco será uma das primeiras tarefas de Tucker. E, não havendo propriamente uma linha de sucessão dentro do banco, são muitos os candidatos dentro e fora do grupo que se apresentam com um perfil sólido para liderar o maior banco europeu no próximo ano.

António Simões, chefe da divisão europeia do HSBC, é um dos nomes fortes apontados pela Reuters. John Flint, diretor da gestão de fortunas, e Matthew Westerman, responsável pela banca de investimento, também surgem na pole position entre os candidatos dentro do banco.

Já entre as possibilidades externas, o nome de António Horta-Osório é frequentemente citado pelos investidores como tendo um perfil adequado para liderar o HSBC, depois da recuperação que empreendeu nos últimos anos à frente do intervencionado Lloyds. Algo que Sam Laidlaw não descarta.

“Temos vindo a desenvolver alguns candidatos internos fortes, mas devemos sempre esperar que um grupo deste tamanho olhe também externamente”, assumiu Sam Laidlaw, membro independente do board e responsável pelo comité de remunerações do HSBC.

O lucro do HSBC caiu 62% em 2016, ficando bem longe daquilo que o mercado esperava. O banco apresenta dificuldades de rentabilidade sobre o seu capital, tendo registado um ROE abaixo de 1% no ano passado, abaixo do objetivo de 10%.

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Arábia Saudita produziu mais petróleo em fevereiro, mas não demasiado

  • Juliana Nogueira Santos
  • 14 Março 2017

O país aumentou a produção diária para cerca de 10 milhões de barris por dia, mesmo com a indicação de corte da OPEP. Ainda assim, ainda está abaixo do seu limite.

Se em janeiro a Arábia Saudita reduziu a produção de petróleo mais do que seria necessário, no passado mês de fevereiro reverteu a operação e aumentou em 263.300 barris a sua exploração diária. Desta forma, produziu 10.011 barris de petróleo por dia.

Mesmo assim, o país continua abaixo do limite imposto pelo acordo da OPEP, que está nos 10.058 milhões de barris por dia. Este definiu que os países produtores de petróleo deveriam diminuir a quantidade de petróleo produzido devido à excessiva oferta da matéria-prima no mercado que está a trazer as cotações para mínimos deste ano.

O barril do petróleo caiu abaixo dos 50 dólares, valor que já não era atingido desde dezembro de 2016. Neste momento, o Brent, negociado em Londres, segue a desvalorizar 1,11% para 50,78 dólares. O West Texas Intermediate continua abaixo dos 50 dólares, seguindo a desvalorizar 1,43% para 47,71 dólares.

Dos 24 países que assinaram o acordo no dia 30 de novembro de 2016, três ainda não cumpriram o seu objetivo, sendo eles a Rússia, o Iraque e os Emiratos Árabes Unidos. Ainda assim, a OPEP está muito próxima de conseguir atingir o objetivo, tendo diminuído a produção total em 139.500 barris para os 31.958 milhões de barris por dia.

A Organização dos Países Exportadores de Petróleo irá reunir-se no próximo dia 25 de maio para decidir se o acordo se estende.

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Quebra nas empresas arrasta crédito à economia

Em janeiro, os bancos disponibilizaram menos 837 milhões de euros em novo crédito às empresas e particulares face a dezembro, revelam dados do Banco de Portugal.

O crédito continua a ter dificuldades em chegar à economia portuguesa. Dados divulgados esta terça-feira pelo Banco de Portugal indicam que, em janeiro, o novo crédito libertado no mercado pelos bancos nacionais caiu para o patamar mais baixo dos últimos três meses. Dados que surgem em contraciclo com os esforços do Banco Central Europeu no sentido de inundar o mercado de liquidez.

De acordo com as estatísticas divulgadas pela entidade liderada por Carlos Costa, no primeiro mês deste ano os bancos nacionais disponibilizaram 3.254 milhões de euros em novos empréstimos às empresas e aos particulares. Trata-se do montante mensal mais baixo desde novembro do ano passado, período em que a nova concessão se situou nos 3.351 milhões de euros. Em termos práticos, foram menos 837 milhões de euros que chegaram à economia em janeiro face ao que se tinha observado no último mês de 2016, ocasião em que a nova concessão atingiu um máximo de um ano.

Crédito à economia em queda

Fonte: Banco de Portugal

A quebra atingiu de forma transversal todos os segmentos da economia, mas foi sobretudo nas empresas onde a diminuição da concessão foi mais acentuada. Em janeiro, os bancos disponibilizaram 2.265 milhões de euros em novos empréstimos às empresas, um valor que representa uma diminuição de 23% face aos 2.953 milhões de euros que tinham sido disponibilizados em dezembro. Na prática, o novo crédito concedido às empresas encolheu 688 milhões de euros, mais de 80% da quebra total observada no novo financiamento à economia, em janeiro.

do lado das famílias, a nova concessão de crédito reduziu-se em 149 milhões de euros, em janeiro, com esta a ascender a um total de 989 milhões de euros, naquele que é o nível de concessão mais baixo desde outubro de 2016. Todos os segmentos sofreram uma quebra, mas esta foi mais acentuada no que respeita ao crédito ao consumo. Os novos empréstimos a esse segmento reduziram-se em 93 milhões de euros, entre dezembro e janeiro, ou seja perto de 18%, para se situarem nos 297 milhões de euros. Trata-se do patamar mais baixo desde julho do ano passado. Janeiro marcou assim uma inversão face à tendência de subida na concessão de empréstimos com essa finalidade que se observava desde o verão do ano passado.

Já na finalidade de habitação, o novo crédito concedido recuou para 553 milhões e euros, em janeiro, menos 73 milhões face ao verificado no último mês do ano passado. De salientar, contudo, que dezembro do ano passado registou o nível de nova concessão mais elevado dos últimos seis anos.

No segmento de empréstimos a particulares com outros fins, registou-se uma diminuição de 13 milhões de euros na nova concessão que se situou nos 139 milhões de euros, em janeiro. Em dezembro, esta tinha-se situado nos 152 milhões de euros.

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BES: Novo Banco ausculta lesados do papel comercial nas próximas 3 semanas

  • Lusa
  • 14 Março 2017

A solução proposta aos lesados no final do ano passado pretende compensar os mais de 4.000 clientes que investiram, aos balcões do Banco Espírito Santo (BES), em papel comercial de empresas do GES.

A Associação de Indignados e Enganados do Papel Comercial (AIEPC) anunciou esta terça-feira que o Novo Banco vai ouvir nas próximas três semanas os lesados do papel comercial do BES sobre a solução de criar um fundo de indemnização. “O processo está mesmo em fase de conclusão. Vamos primeiro fazer uma auscultação aos lesados, porque isso é fundamental para que se crie um fundo, o que será feito pelo Novo Banco dentro de duas ou três semanas”, afirmou Ricardo Ângelo, à saída de uma audiência do grupo parlamentar do PS.

A solução proposta para os lesados precisa, no entanto, do aval de mais da maioria: “A partir do momento que tivermos mais de metade das pessoas a aceitar a solução, o fundo será criado, e no próximo mês ou mês e meio será feito o primeiro pagamento, dos três expectáveis”, adiantou. A solução proposta aos lesados no final do ano passado pretende compensar os mais de 4.000 clientes que investiram, aos balcões do Banco Espírito Santo (BES), em papel comercial de empresas do Grupo Espírito Santo (GES).

Em causa estão 434 milhões de euros investidos nas empresas Espírito Santo Financial e Rio Forte, poucos meses antes do colapso do grupo, que ocorreu no verão de 2014. De acordo com o mecanismo de compensação já conhecido, os clientes que aceitem a solução proposta irão recuperar 75% do valor investido, num máximo de 250 mil euros, isto se tiverem aplicações até 500 mil euros. Já acima desse valor, irão recuperar 50% do valor investido.

O valor será pago aos clientes lesados por um fundo de indemnizações a ser criado. Contudo, como este fundo não tem capital para pagar os montantes em causa, a solução passa por pedir um empréstimo junto da banca, com garantia do Estado.

Os clientes que aceitem aderir a esta solução, têm que cumprir uma série de obrigações, entre as quais ceder direitos judiciais dos processos em tribunal, contra entidades e administradores ligados ao GES, ao fundo de indemnizações, que assumirá a litigância desses processos na Justiça e que receberá as eventuais compensações decididas pelos tribunais.

O objetivo é que esse fundo consiga recuperar em tribunal nos próximos anos pelo menos o valor pago aos clientes lesados. Sobre a audiência da associação, esta terça-feira, no grupo parlamentar do PS, Ricardo Ângelo enalteceu a iniciativa: “Esta auscultação é fundamental para diminuir as zonas cinzentas de regulação bancária em Portugal, onde a intervenção da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) e do Banco de Portugal não é explicita”.

Sobre as matérias abordadas no encontro desta manhã, adiantou a atuação dos gestores da banca, as exigências que os bancos lhes fazem para venderem produtos com algum risco, ou soluções para a apresentação de produtos com risco versus sem risco, entre outros temas. Sobre a criação de uma nova entidade de supervisão, que assume algumas das atuais competências do Banco de Portugal, disse que “o importante é não chegarem produtos falseados” aos clientes e que, se isso for conseguido com a criação de um novo organismo, essa criação tem o apoio da associação.

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Eurodeputado que ofendeu mulheres é sancionado

A investigação ao eurodeputado polaco que ofendeu as mulheres já foi concluída. Esta terça-feira, o presidente do Parlamento Europeu decidiu impor sanções.

Depois de ter sido aberta uma investigação às declarações do eurodeputado polaco que ofendeu as mulheres num debate sobre igualdade de género, o presidente do Parlamento Europeu anunciou que “impôs sanções de uma severidade sem precedentes”. O recém-eleito Antonio Tajani decidiu sancionar o eurodeputado Janusz Korwin-Mikke com uma suspensão das suas atividades no Parlamento Europeu durante 10 dias. No plenário, em Estrasburgo, Tajani foi claro: “Não irei tolerar este tipo de comportamento, em particular de quem deveria, com dignidade, representar os cidadãos europeus”.

Não irei tolerar este tipo de comportamento, em particular de quem deveria, com dignidade, representar os cidadãos europeus.

Antonio Tajani

Presidente do Parlamento Europeu

“O presidente impôs sanções ao eurodeputado de uma severidade sem precedentes: a perda das ajudas de custo diárias durante 30 dias, a suspensão da sua participação em todas as atividades do Parlamento durante 10 dias e a proibição do deputado representar o PE durante um ano“, esclarece o sucessor de Martin Schulz em comunicado. Em causa estão as declarações contra a igualdade de género proferidas pelo polaco.

O nível das sanções impostas é proporcional à gravidade das declarações do deputado, que ofendeu todas as mulheres, através de um ataque à igualdade de género, durante um debate sobre a mulher, numa sessão plenária presidida por uma mulher“, justifica o presidente do Parlamento Europeu. O eurodeputado polaco disse, no início deste mês, que as mulheres “devem ganhar menos” do que os homens, porque são “mais fracas, pequenas e menos inteligentes”.

Além disso, Janusz Korwin-Mikke argumentou que não existiam mulheres entre os 100 melhores jogadores de xadrez. “O presidente Tajani quis ainda apresentar as suas desculpas àqueles que se sentiram ofendido pelas declarações do deputado visado, sublinhando que não irá tolerar comportamentos desta índole”, concluiu.

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BPI retira ações da Corticeira Amorim das suas preferidas

Corticeira sai da lista de preferidas do BPI, entrando a espanhola Cellnex. Esgotou-se o potencial para a produtora de cortiça. EDP Renováveis assume protagonismo nacional.

A equipa de research do BPI retirou as ações da Corticeira Amorim COR 0,00% do lote das suas preferidas, deixando a EDP Renováveis como a única cotada portuguesa entre as eleitas para aquele banco de investimento.

A justificar a saída da Corticeira está a valorização que a produtora de cortiça apresentou desde que foi incluída na lista do BPI, a 7 de setembro do ano passado, uma evolução que deixa pouca margem para mais subidas. “Removemos a Corticeira Amorim depois de o desempenho da ação desde o início do ano (+16%) ter deixou pouco espaço para que continue a superar o mercado. A Corticeira foi incluída a 7 de setembro de 2016 e contribuiu com um desempenho de 18% para a nossa lista ‘core'”, explicam os analistas do BPI numa nota divulgada esta segunda-feira.

"Removemos a Corticeira Amorim depois de o desempenho da ação desde o início do ano (+16%) ter deixou pouco espaço para que continue a superar o mercado. A Corticeira foi incluída a 7 de setembro de 2016 e contribuiu com um desempenho de 18% para a nossa lista ‘core’.”

BPI Research

Nota de investimento

As ações da cotada liderada por António Rios de Amorim estão a cair cerca de 1% para os 9,77 euros. Apresenta uma capitalização bolsista de 1,3 mil milhões de euros.

Corticeira em queda

Com esta retirada, sobre para a EDP Renováveis o protagonismo nacional na lista do BPI. A cotação da elétrica liderada por Manso Neto segue nos 6,186 euros, o que deixa um potencial de valorização de mais de 30% face ao preço-alvo de 8,15 euros atribuído pelos analistas do BPI Research.

Destacam os analistas o outlook de crescimento dos resultados operacionais da EDP Renováveis. O EBITDA — lucro antes juros, impostos, depreciações e amortizações — deverá crescer 7% em termos médios anuais até 2020. Enquanto isso, são menores os receios de uma mudança significativa na política norte-americana para o setor das energias limpas. “Os riscos parecem ser exagerados…”, assume o BPI.

Cellnex “poder de fogo de 1,1 mil milhões”

Para o lugar da Corticeira Amorim entrou a espanhola Cellnex. E não faltam motivos para os analistas do banco de investimento estarem entusiasmados com o título.

“O guidance da empresa à frente dos nossos números, as opções de crescimento com uma parceria potencial com a Iliad, um poder de fogo de 1,1 mil milhões de euros para os próximos anos e a vontade de continuar a perseguir oportunidades de aquisições na Europa dão à Cellnex um perfil de crescimento apelativo”, justifica o BPI Research.

As ações da Cellnex apresentam um potencial altista de 16%, com o BPI a atribuir um preço-alvo de 17,8 euros.

Nota: A informação apresentada tem por base a nota emitida pelo banco de investimento, não constituindo uma qualquer recomendação por parte do ECO. Para efeitos de decisão de investimento, o leitor deve procurar junto do banco de investimento a nota na íntegra e consultar o seu intermediário financeiro.

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