Revista de imprensa internacional

  • Marta Santos Silva
  • 14 Fevereiro 2017

Os deputados da direita francesa pedem explicações a François Fillon, e rola a primeira cabeça na Casa Branca de Trump. Leia aqui as cinco notícias que marcam a atualidade mundial.

Trump perdeu o conselheiro para a Segurança Nacional e faz manchetes por todo o mundo com a que é a primeira demissão na Casa Branca que ocupa há apenas três semanas. Um novo modelo para a evolução da União Europeia está a ser proposto por diplomatas italianos em Bruxelas e pode causar tensões internas entre os países periféricos e os do núcleo duro da UE. Estas e outras três notícias que marcam a atualidade mundial esta terça-feira.

The Washington Post

Conselheiro para a Segurança Nacional de Trump demite-se

Rolou a primeira cabeça. Michael Flynn, que aconselhava o Presidente Trump em questões de segurança nacional, demitiu-se devido aos seus contactos, que poderão ser ilegais, com o embaixador russo nos EUA, e por ter mentido acerca dessa ligação a outros membros da equipa da Casa Branca. O Departamento de Justiça dos Estados Unidos tinha alertado a Administração de Trump de que Flynn poderia ser suscetível a chantagem de Moscovo. Leia a notícia completa no Washington Post. (Conteúdo em inglês / Acesso pago)

The Guardian

Planos para uma Europa a duas velocidades podem enfurecer países periféricos

Passaram 60 anos desde o Tratado de Roma, mas isso não impede que diplomatas de vários países fundadores da União Europeia, incluindo a Itália, a Bélgica e a Holanda, queiram voltar a propor a ideia de uma UE a duas velocidades, onde um núcleo de países continua a avançar para uma união cada vez mais próxima de uma federação de Estados enquanto outros Estados-membros mais periféricos podem manter as ligações menos fortes que têm atualmente. Uma proposta controversa que poderá causar revolta entre Estados-membros como a Polónia. Leia a notícia completa no The Guardian. (Conteúdo em inglês / Acesso pago)

Le Figaro

Deputados de direita querem que François Fillon apresente solução política

O candidato do Les Républicains (LR) não se consegue desembaraçar do escândalo e os deputados da direita estão nervosos. Agora, um grupo de parlamentares do LR prepara-se para entregar uma declaração conjunta que pede uma “solução política” ao candidato François Fillon que garanta que este ouve as preocupações dos membros do partido e que existe um plano para o que vem a seguir. Leia a notícia completa no Le Figaro. (Conteúdo em francês / Acesso gratuito)

BBC

Disney acaba contrato com estrela do YouTube PewDiePie

Uma das maiores estrelas do YouTube, que arrecadou mais de 15 milhões de dólares no ano passado através do site, o sueco cujo nome na plataforma é PewDiePie, está em maus lençóis com a Disney. O youtuber, Felix Kjellberg, terá publicado vários materiais com temáticas antissemitas, incluindo suásticas e mensagens onde se lia “Morte a todos os judeus”, o que lhe valeu o fim da parceria com a Maker Studios, uma empresa da Disney que trabalha com produtores do YouTube. Leia a notícia completa na BBC. (Conteúdo em inglês / Acesso gratuito)

El País

Exército mobilizado para manter segurança no Rio de Janeiro

O Estado do Rio de Janeiro está em falência e não pode pagar aos funcionários públicos, incluindo os polícias, que estão em protesto há quatro dias. Os familiares de polícias militares ocuparam cerca de 30 quartéis para impedir que os seus parentes prestassem serviço. Agora, o exército brasileiro foi mobilizado pelo Estado Federal para garantir a segurança da população no período que antecede o Carnaval. Leia a notícia completa no El País. (Conteúdo em português / Acesso gratuito)

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Já foram detetadas mais de 1.500 leis obsoletas

  • ECO
  • 14 Fevereiro 2017

Período de análise incide sobre cinco anos - 1974 a 1978. Levantamento está a ser feito pela Presidência do Conselho de Ministros.

A análise de cinco anos de produção legislativa já detetou mais de 1.500 diplomas obsoletos [acesso pago]. De acordo com o Público, o levantamento está a ser feito por uma equipa de juristas da Presidência do Conselho de Ministros e é associado à consolidação do novo Diário da República Eletrónico.

O objetivo passa pela otimização legislativa, adianta o jornal, e permitirá conhecer leis que duplicam funções e aumentam encargos administrativos.

O período analisado vai entre 1974 e 1978. Entre os mais de 1.500 diplomas obsoletos que foram aprovados nestes anos constam, por exemplo, o que determinava as regras da produção de farinha de pão, o decreto que extingue os concelhos territoriais das províncias ultramarinas ou a lei criada para proibir o estacionamento em frente das casas de câmbios e repartições de finanças.

Este esvaziamento de diplomas prolonga-se por décadas, que ainda serão analisadas, adianta o jornal. O executivo de José Sócrates já tinha tentado avançar com esta tarefa mas a queda do Governo impediu a iniciativa.

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Malparado: Estado poderá investir ao lado de privados na reestruturação de empresas

  • ECO
  • 14 Fevereiro 2017

Possibilidade está em estudo. Ideia aproxima-se do programa Capitalizar, mas admite o cofinanciamento público no reforço do capital de empresas com crédito malparado.

O Estado poderá investir ao lado de privados na reestruturação de empresas com crédito malparado junto da banca. A possibilidade está em estudo, diz o Jornal de Negócios esta terça-feira.

A lógica aproxima-se da do programa Capitalizar mas admite o cofinanciamento do Estado no reforço de capital de empresas em que se verifique que a reestruturação é positiva para a economia e a limpeza da banca.

O jornal indica que quase 20% do crédito em Portugal está sob stress — 30 a 35 mil milhões de euros –, apontando para a métrica mais abrangente do malparado usada pela Autoridade Bancária Europeia. Quase 70% são empresas. Uma simulação do Banco Central Europeu (BCE) já indicou que uma limpeza geral poderia aumentar a taxa de rendibilidade da banca em cinco pontos, retirando o sistema financeiro português do vermelho.

Também a OCDE no último relatório sobre Portugal alertou para o problema dizendo que adiar uma solução para o problema do crédito malparado “é uma estratégia arriscada” que compromete a saúde dos bancos, o investimento e o crescimento económico, e por isso pediu às autoridades a fazer mais.

O Jornal de Negócios salienta, porém, que também há custos. Os bancos nacionais já provisionaram 40% — entre 12 e 15 mil milhões de euros — do malparado, mas isso não compensa as perdas a que estão sujeitos numa limpeza aos atuais preços de mercado, diz.

Em entrevista ao ECO, o secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares já indicou que “há várias soluções que estão a ser estudadas e pensadas” para resolver o problema do crédito malparado, “também com o Banco de Portugal e o Governo”. “Esperemos que, a breve prazo, possamos ter uma resposta para um problema que é um constrangimento à concessão de crédito, ao nosso sistema bancário, às nossas empresas”, frisou Pedro Nuno Santos.

Recorde-se que o próprio Banco de Portugal já tinha reconhecido que tem entre mãos várias propostas para o malparado. Uma delas é a do consórcio formado pela sociedade Vieira de Almeida e a Deloitte, em conjunto com António Esteves, antigo partner do Goldman Sachs, que estão dispostos a pagar 15 mil milhões de euros para resolver os cerca de 30 mil milhões de euros de crédito malparado que a banca nacional detém, segundo as regras do banco central.

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Retalho arrasta bolsa nacional para o vermelho

A praça lisboeta inverteu os ganhos ligeiros que registava no arranque, com as perdas das retalhistas, mas também da Pharol a pesarem no desempenho do índice PSI-20.

A praça lisboeta arrancou a sessão com ganhos modestos, mas rapidamente inverteu para terreno negativo, com o índice bolsista nacional a ser pressionado pelos títulos das retalhistas num dia marcado por novas perdas para a Pharol mas também para o BCP. A praça lisboeta acompanha o sentimento negativo das pares europeias no dia em que se ficou a saber que a economia alemã cresceu abaixo do esperado no último trimestre de 2016.

Em Lisboa, o PSI-20 recua 0,4%, para os 4.578,15 pontos, enquanto o índice europeu Europe Stoxx 600 desliza 0,19%, para os 369,42 pontos. A praça bolsista nacional está a ser condicionada pela performance negativa dos títulos das retalhistas, com a Jerónimo Martins a ver as suas ações deslizarem 0,25%, para os 16,12 euros, enquanto a par Sonae perde 0,73%, para os 0,81 euros.

No mesmo sentido seguem também as ações da Pharol que recuam 4,95%, para os 37 cêntimos, acumulando assim um deslize de mais de 15% em apenas duas sessões. Já os títulos do BCP recuam também pela segunda sessão consecutiva: desvalorizam 1,72%, para os 14,26 euros. A Galp também não consegue escapar às perdas. As ações da petrolífera deslizam 0,25%, para os 13,88 euros, num dia em que a cotação do ouro negro segue sem rumo definido.

Em contraciclo, nota positiva para os CTT que avançam 0,24%, para os 4,96 euros. O mesmo acontece com a EDP Renováveis, cujas ações progridem 0,07%, para os 6,15 euros.

Fora do índice, o BPI cai 1,69% para 93,2 cêntimos, depois de ontem a S&P ter subido o rating do banco recentemente alvo de uma OPA pelo CaixaBank, apesar de o manter num nível de investimento especulativo.

(Notícia atualizada às 8h:40)

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Governo pisca o olho a investidores com fundo “sofisticado”

  • Lusa
  • 14 Fevereiro 2017

O programa "200M - Co-invest with the best" conta com 200 milhões de financiamento público português e incentiva os privados, nacionais ou estrangeiros, a investir na mesma proporção.

O secretário de Estado da Indústria, João Vasconcelos, disse que o fundo de investimento público português em empresas tecnológicas e científicas 200M, que vai hoje apresentar em Londres, “é um dos mais sofisticados da Europa”.

Além de procurar garantir que os empreendedores portugueses não tenham de abandonar o país em busca de financiamento, o fundo tem como objetivo “atrair os melhores investidores que há nestas áreas“.

Estes, salientou João Vasconcelos à Lusa, “não são os que trazem mais dinheiro, mas os que acompanham o crescimento da empresa

“São os que trazem, para além de dinheiro, gestão, ‘know-how’, desenvolvimento de produto, marketing. Precisamos desses investidores que saibam investir em biotecnologia, em digital, em renováveis”, vincou.

São os que trazem, para além de dinheiro, gestão, ‘know-how’, desenvolvimento de produto, marketing. Precisamos desses investidores que saibam investir em biotecnologia, em digital, em renováveis.

João Vasconcelos

Secretário de Estado da Indústria

O programa, designado como “200M – Co-invest with the best”, conta com 200 milhões de financiamento público português e incentiva os privados, nacionais ou estrangeiros, a investir na mesma proporção, potenciando um total de investimento de 400 milhões de euros.

A condição base desde esquema de co-investimento é que as empresas que recebem o investimento tenham a sede fiscal em Portugal.

O fundo, que João Vasconcelos considerou “um instrumento dos mais sofisticados da Europa para capitais de risco“, foi anunciado no ano passado, no âmbito do Web Summit, a maior conferência de tecnologia e empreendedorismo do mundo, que se realizou em Lisboa.

A apresentação será feita ao final da tarde nas instalações da Second Home, uma das mais conhecidas incubadoras de ‘startups’ mundiais, que possui o seu segundo espaço em Lisboa, no Mercado da Ribeira.

Antes, o secretário de Estado visitará as instalações das tecnológicas Farfetch e Seedrs, fundadas pelos portugueses José Neves e Carlos Silva, respetivamente.

O sucesso destas empresas, bem como a visibilidade dada pelo Web Summit, estão a “facilitar” a visita de Vasconcelos, que hoje continua uma série de encontros privados com investidores, iniciados na segunda-feira para promover as condições de investimento e trabalho em Portugal na área da tecnologia.

“É um bom momento para Portugal”, admitiu o secretário de Estado, referindo a atratividade de Lisboa e do Porto para jovens empreendedores, onde se conseguem integrar facilmente sem mudar de fuso horário.

Esta imagem positiva do país poderá atrair empresas preocupadas com o impacto do ‘Brexit‘.

“Há aqui uma oportunidade. Muitos deles são investidores e empresas de vieram de fora do Reino Unido e que estão atentos a oportunidades para investimento na Europa, porque não querem ter todo o seu portfolio num país que vai sair da Europa”.

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Metro Quadrado: Liberdade 12, uma morada exclusiva

  • ECO + JLL
  • 14 Fevereiro 2017

Dois edifícios emblemáticos ligados entre si, datados de finais do século XIX e inícios do século XX, são agora reabilitados mantendo a fachada original.

Esta semana voltamos à Avenida da Liberdade. Depois do número 225, esta semana apresentamos o Liberdade 12: um edifício residencial exclusivo que acolhe, além dos apartamentos, quatro espaços comerciais para a instalação de lojas, com áreas que variam entre os 98 m² e os 1128 m². A comercialização está a cargo da JLL, em regime de co-exclusividade.

Montras com excelente visibilidade

Reconhecida como a mais luxuosa localização da capital portuguesa, a Avenida da Liberdade é a morada obrigatória para prestigiadas marcas nacionais e internacionais de moda e para os mais sofisticados restaurantes e hotéis de Lisboa, sendo, por isso, local de passagem indispensável para os turistas que visitam a cidade. A Avenida é ainda o eixo central da zona prime de escritórios.

O Liberdade 12 situa-se junto à Praça dos Restauradores, um dos pontos mais cosmopolitas da capital e cuja renovação em curso faz deste destino um dos mais apetecíveis para compras.

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Credit Suisse soma mais de 2 mil milhões de prejuízos no quarto trimestre

Os resultados foram penalizados pela perdas que o banco teve de incorporar relacionadas com a negociação de ativos imobiliários durante a crise financeira de 2008 nos EUA.

As despesas com litígios atiraram ao tapete os resultados do Credit Suisse. O banco suíço acumulou no último trimestre de 2016 um prejuízo de 2,35 mil milhões de francos suíços (2,205 mil milhões de euros), depois de este ter aceitado pagar para fechar a investigação de que estava a ser alvo nos EUA relacionada com a venda de ativos imobiliários durante a crise financeira de 2008.

Tratou-se do segundo ano consecutivo em que o Credit Suisse registou uma perda, tendo superado os 2,07 mil milhões de francos suíços (1,942 mil milhões de euros) de prejuízos antecipados pelos analistas sondados pela Bloomberg. O banco colocou de parte 2,17 mil milhões de francos (2,036 mil milhões de euros) para fazer face a provisões legais, incluindo 5,3 mil milhões de francos (4,972 mil milhões de euros) que fazem parte do acordo definido com o Departamento de Justiça norte-americano, afirmou o Credit Suisse em comunicado.

O último ano “foi o primeiro ano completo de implementação da nossa nova estratégia e foram uns desafiantes e ocupados 12 meses”, disse o CEO do banco, Tidjane Thiam na mesma declaração. “Graças à nossa forte rede de clientes e à dedicação das nossas equipas, também fizemos bons progressos nos nossos objetivos chave” complementou.

Após um primeiro ano dedicado à redução da divisão de trading, o CEO do Credit Suisse está a apostar na travagem de custos em outras áreas ao mesmo tempo que prepara a alienação de partes do seu negócio.

Se por um lado o acordo celebrado nos EUA resolve uma componente de forte incerteza para o banco sedeado em Zurique, representou um forte dano nos seus rácios de capital. O Credit Suisse reportou um rácio common equity Tier 1, um indicador de resistência financeira, de 11,6% no final de dezembro, abaixo dos 12% que tinha no final de setembro. O objetivo do banco passa por colocar esse rácio nos 13% no final de 2018.

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Conselheiro de Segurança Nacional dos EUA, Michael Flynn, demite-se

  • Lusa
  • 14 Fevereiro 2017

Menos de um mês após ter iniciado funções, Flynn renuncia ao cargo: em causa estão informações de que teria enganado o vice-presidente e outros funcionários sobre os seus contactos com a Rússia.

O assessor para a Segurança Nacional dos EUA, Michael Flynn, renunciou ao cargo na segunda-feira à noite, após informações de que teria enganado o vice-presidente, Mike Pence, e outros funcionários sobre os seus contactos com a Rússia.

O pedido de demissão de Michael Flynn ocorre menos de um mês depois de ter assumido funções.

Na carta da demissão, Flynn disse que teve várias conversas telefónicas com o embaixador russo nos Estados Unidos durante o período de transição, antes da tomada de posse da Administração Trump, e que forneceu “informação incompleta” sobre essas conversas ao vice-presidente norte-americano.

O vice-presidente dos EUA, alegadamente, baseou-se na informação fornecida por Flynn, indicando que o seu assessor para a Segurança Nacional não tinha discutido as sanções com o enviado russo, embora Flynn tenha admitido posteriormente que o tema possa ter sido abordado.

Trump nomeou entretanto o tenente general do exército na reserva Keith Kellogg como assessor para a segurança nacional em exercício.

Na última semana, o Washington Post noticiou que Flynn tinha discutido as sanções com o diplomata russo. Um dirigente norte-americano disse à agência Associated Press que esteve em contacto frequente com o embaixador Sergey Kislyak no dia em que Barack Obama aprovou as sanções à Federação Russa, por ingerência nas eleições presidenciais, e posteriormente durante a transição entre presidentes.

Ao início de segunda-feira, a assessora Kellyanne Conway garantiu que Trump tinha “confiança total” em Flynn. Mas as suas afirmações não foram secundadas por nenhum dirigente sénior da Casa Branca. Spicer apenas disse que Flynn continuava a desempenhar “as suas funções diárias”.

Estes sinais contraditórios criaram a confusão na Casa Branca, com os repórteres a manterem-se perto do escritório de Spicer durante horas, procurando informação sobre o futuro de Flynn.

Vários congressistas democratas apelaram ao lançamento de uma investigação aos laços de Flynn com a Federação Russa. A líder dos democratas na Câmara dos Representantes, Nancy Pelosi, defendeu a demissão de Flynn, por não ser de confiança.

Durante o fim de semana, Trump disse a colaboradores próximos que estava perturbado pela situação, mas não adiantou se pretendia demitir Flynn.

Este general reformado foi um apoiante de Trump durante a campanha, mas as suas relações de proximidade com os russos suscitam reservas.

Em 2015, Flynn recebeu dinheiro para comparecer num jantar de gala da Russia Today, uma estação televisiva promovida pelo Kremlin, onde esteve sentado perto de Putin.

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INE divulga hoje crescimento da economia em 2016

  • Lusa
  • 14 Fevereiro 2017

A Comissão Europeia reviu em alta a estimativa de crescimento do PIB português, prevendo que tenha subido 1,3%, um valor semelhante à média de previsões de analistas contactados pela Lusa.

O Instituto Nacional de Estatística (INE) divulga hoje o valor do crescimento da economia portuguesa no conjunto de 2016, com a Comissão Europeia e os economistas contactados pela Lusa a estimarem uma subida do PIB de 1,3%.

Na segunda-feira, a Comissão Europeia reviu em alta a estimativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) português, prevendo que tenha subido 1,3%, um valor semelhante à média de previsões de analistas contactados pela agência Lusa.

Embora ligeiramente acima da previsão de 1,2% estimada pelo Governo no Orçamento do Estado para 2017 (em outubro), este valor, a confirmar-se, revela um abrandamento do crescimento do PIB face a 2015, quando progrediu 1,5%.

A Comissão Europeia justificou a melhoria da previsão devido a um “forte desempenho na segunda metade do ano, particularmente no turismo”, e no consumo privado, apesar da contração no investimento.

Já entre as estimativas recolhidas pela Lusa, é o Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG) que apresenta a estimativa de crescimento mais otimista, de 1,4%, depois de um quarto trimestre do ano que “correu bastante bem”.

Após o crescimento económico no terceiro trimestre (0,8% em cadeia e 1,6% em termos homólogos) ter apanhado os analistas de surpresa, o ISEG antecipa que este ritmo se tenha mantido nos últimos três meses do ano, ao crescer também 0,8% em cadeia e 2% em termos homólogos.

Segundo António da Ascensão Costa, do ISEG, foi “claramente o consumo privado” a explicar o crescimento de 2016, que, no segundo semestre, acelerou, “começando a responder a um conjunto de medidas que tinham sido tomadas” pelo Governo, como o fim faseado dos cortes salariais na Administração Pública.

Por sua vez, o Núcleo de Conjuntura da Economia Portuguesa (NECEP) da Universidade Católica prevê que o PIB tenha subido 1,3% em 2016, estimativa influenciada também pela “surpresa positiva” do terceiro trimestre.

Nesse sentido, o NECEP antecipa que o PIB tenha crescido, no quarto trimestre, 0,6% em cadeia e 1,8% em termos homólogos.

Questionado sobre o que explica o crescimento económico no conjunto do ano, João Borges de Assunção, da Católica, disse que “uma das possibilidades é a maneira como o próprio Governo construiu a política orçamental em 2016, porque há uma série de efeitos que só ocorreram no final do ano”, como a reposição dos salários da função pública e a redução do IVA na restauração.

O BPI, por sua vez, antecipa que a economia tenha crescido entre 1,2% e 1,3% em 2016, depois de um quarto trimestre com uma subida entre 0,4% e 0,5% em cadeia e entre 1,6% e 1,8% em termos homólogos.

“Parece-nos que, atendendo também à dinâmica do resto do ano, os principais contributos poderão ser das exportações e do consumo privado também. E depois nota-se uma tentativa de estabilização das exportações para Angola que têm um peso significativo ainda. Também deverá ponderar o reforço da atividade de turismo”, disse a economista-chefe do BPI, Paula Carvalho.

Já o Montepio apresenta a estimativa mais pessimista, antecipando que o PIB cresça 1,2% no conjunto de 2016 – em linha com o Governo.

“O abrandamento face a 2015 resultou sobretudo do investimento em capital fixo, que terá caído em 2016”, destacou o economista-chefe do banco, Rui Bernardes Serra.

O economista salientou ainda que o consumo privado também terá tido “algum abrandamento”, enquanto as “exportações líquidas terão tido um contributo ligeiramente positivo para o crescimento”.

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CGD: a defesa de Mário Centeno em 5 atos

O ministro pronunciou-se esta segunda-feira sobre a polémica da CGD, após as acusações da oposição. Centeno admitiu um possível "erro de perceção mútuo" e explicou a sua perceção do acordo.

Em direto do Salão Nobre, depois de ter reunido com o Presidente da República, Centeno fez uma declaração e ouviu as perguntas dos jornalistas, mas raramente as respondeu. No final, quando Mourinho Félix estava a falar, a equipa do Ministério das Finanças saiu de forma repentina. Ao mesmo tempo, o primeiro-ministro enviava um comunicado a garantir a permanência de Mário Centeno no Governo. Eis a “perceção” do ministro das Finanças do acordo que fez com António Domingues em cinco atos.

1. O “erro de perceção mútuo”

“A verdade é que nunca neguei que houvesse acordo, só que ele não envolvia a obrigação de entrega das mencionadas declarações”. Esta é a afirmação de Mário Centeno excluindo por completo que a não entrega das declarações estivesse dentro do âmbito do acordo. Mas o ministro das Finanças admitiu, ao mesmo tempo, a existência de uma zona cinzenta no diálogo com o ex-administrador da CGD: “Posso não ter afastado de António Domingues a ideia que o acordo poderia cobrir de alguma forma o dever de entrega ao Tribunal Constitucional”.

Ou seja, a “perceção” de Mário Centeno foi de que havia um acordo com o Governo apenas para alterar o Estatuto do Gestor Público. “Acordo do Governo para eliminar aquele dever? Não houve”, afirmou o ministro das Finanças: “O acordo que existiu foi para alterar o Estatuto do Gestor Público e o senhor António Domingues estava confortável com isso”. “Os erros de perceção têm a ver com leituras que são feitas e transmitidas das consequências de uma determinada alteração legislativa e o seu alcance”, afirmou.

Mário Centeno até deu um exemplo: “Noutras ocasiões quando os governos legislavam matérias inconstitucionais, não estavam a atacar a Constituição. Tinham perceções diferentes sobre a atividade legislativa”. “Houve neste contexto esses eventuais erros de perceção da extensão sobre o impacto da alteração legislativa que implementamos“, acrescentou.

Centeno disse ainda que ao retirar a CGD do EGP isentou o banco público de um “vastíssimo conjunto de condições que consideramos totalmente satisfeitas por outras formas de controlo”. O ministro das Finanças garante que apenas foi confrontado com a questão das declarações, de modo formal, a 15 de novembro, numa carta revelada na semana passada pelo ECO, referindo que o assunto só foi “posto pela primeira vez por escrito nesse momento”.

Existiriam dúvidas? Com certeza que existiram.

Mourinho Félix

Secretário de Estado das Finanças

Mesmo no final da conferência de imprensa, respondia Mourinho Félix, agora secretário de Estado das Finanças: “No quadro dessa eliminação da administração à sujeição ao EGP, a certa altura questionou-se se essa não sujeição estava isentar os gestores da Caixa da entrega das declarações”, disse, referindo que na altura respondeu que “não era algo que nos preocupe” por causa do quadro regulatório existente para a banca.

“A interpretação da lei é a partir daí dos tribunais. É assim num Estado de direito”, afirmou o secretário de Estado das Finanças. “Existiriam dúvidas? Com certeza que existiram”, admite Mourinho Félix, referindo que houve interpretações diferentes à lei. Ricardo Mourinho Félix disse ainda que “os gestores não estão dispensados de qualquer lei que vigora e que não tenha sido alterada”, pelo que, se “o TC interpretou que a lei 4/83 obriga [à entrega das declarações], a partir daí é claro que têm de ser entregues“, cita a Lusa.

2. As SMS’s existem, mas são “privadas”

Outro dos assuntos que se mantém na mesa é a existência de mensagens telefónicas, para além das cartas e e-mails, que possam comprometer o ministro das Finanças. Em resposta, Mário Centeno confirmou que existem, mas classificou-as de “privadas”. “Posso garantir que em todas as comunicações aquilo que eu sempre garanti é que o EGP ia ser alterado”, repetiu. As declarações “não eram uma matéria central”. “A matéria central era a exceção do estatuto”, garantiu.

Sempre falei a verdade, incluindo aos órgãos de soberania“, defendeu o ministro das Finanças. Em causa está a acusação do CDS de que Centeno mentiu à comissão de inquérito sobre a gestão da Caixa Geral de Depósitos. Dado o requerimento dos centristas, Centeno explicou que o acordo “tinha como base um conjunto vasto de documentos, e nesses documentos não existe uma referência à questão declarativa ao Tribunal Constitucional”. “A resposta do Ministério das Finanças correspondia ao entendimento desse mesmo requerimento e nesse contexto referimos a não existência de comunicações no âmbito da questão“, afirmou.

3. O Decreto-lei em banho-maria

A questão foi levantada este domingo por Luís Marques Mendes: entre a promulgação e a publicação em Diário da República passou mais de um mês. E já mereceu resposta de António Costa: “Estávamos na altura em plena fase de conclusão das negociações com a Comissão Europeia sobre o processo de recapitalização. Havia várias parcelas, uma tinha a ver com o estatuto do gestor público, outra com a possibilidade de capitalização. Em julho chegámos a uma fase decisiva em que houve acordo quanto ao desenho do sistema”, defendeu-se.

O ministro das Finanças foi confrontado com o mesmo desfasamento temporal e respondeu que “o processo legislativo só termina quando o diploma é publicado“. Mário Centeno apelou para se dar atenção à “extrema dificuldade” do processo, referindo que estavam negociações “em simultâneo em várias cidades europeias”, nomeadamente entre o Banco de Portugal, o Banco Central Europeu, o Mecanismo Único de Supervisão e a Comissão Europeia.

O ministro explica que esta alteração “tem um papel central neste processo”. E foi essa relevância que “obrigou que todas as cautelas fossem mantidas, o que justifica o atraso”.

4. A “ineficácia esclarecedora” de Mário Centeno

“Não me cabe a mim avaliar as questões que me podem ou não fragilizar”, afirmou Mário Centeno quando confrontado com a sua fragilização política. “Já perdi a conta ao número de vezes que fiz esclarecimentos sobre a CGD. Parte dessa ineficácia esclarecedora pode ser minha e do meu Ministério“, admitiu o ministro das Finanças, referindo que “infelizmente houve falhas no processo de preservação da informação”.

Essa informação “saiu de forma errónea” e “prejudicou a condução deste processo”. “Um processo negocial desta natureza, conduzido em diversas instituições internacionais, com muitas instâncias de resolução de questões e aprovações, tem de ser conduzido com um grau de reserva e preservação do processo muito elevado”, defendeu Centeno, afirmando que “as reuniões não podem estar transcritas na comunicação social“.

“Tudo isto parece um processo mal conduzido, mas posso garantir que não encontram um processo desta natureza na banca europeia com esta celeridade e eficácia”, afirmou Mário Centeno, reiterando novamente que não pediu a sua demissão. Mas disse que o seu lugar “está sempre à disposição”.

5. A envolvência dos advogados de Domingues

Questionado sobre a envolvência dos advogados de António Domingues, Centeno defendeu que o processo foi sempre coordenado pelo Ministério das Finanças. “Tivemos inúmeros reuniões de trabalho e incontáveis horas de trabalho com António Domingues”, disse o ministro, revelando que “foi discutido a substância daquilo que era o ato legislativo que o Governo iria levar a cabo por sua iniciativa na forma de um Decreto-lei que excluía a CGD do EGP”. Um ato legislativo que foi “público”, “escrutinado” e do “conhecimento” do ex-presidente do banco público, garante.

Mário Centeno admitiu que a alteração “foi feita com o apoio de uma equipa que também tem sido comentada”, nomeadamente uma “equipa de técnicos e juristas que estavam a colaborar em todo o processo com o perfeito conhecimento do Ministério das Finanças”. Em causa está a participação dos advogados da Campos Ferreira, Sá Carneiro & Associados em representação de António Domingues. Centeno diz que o seu Ministério “coordenou todo o processo”.

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5 coisas que tem de saber antes de abrirem os mercados

O crescimento da economia portuguesa, mas também a dos restantes países europeus, estará em foco num dia em que do outro lado do Atlântico Janet Yellen enfrentará o Senado dos EUA.

O PIB de Portugal, mas também dos restantes países da Europa, vai centrar as atenções dos investidores logo no arranque de um dia em que serão também conhecidos tanto os dados de concessão de crédito à economia nacional, tal como os do malparado. Do outro lado do Atlântico os investidores vão estar alerta sobre o que dirá Janet Yellen, a presidente da Reserva Federal dos EUA, na apresentação do relatório semestral de política monetária.

Quanto cresceu o PIB de Portugal?

É hoje. No mesmo dia em que o Eurostat revela a evolução do Produto Interno Bruto (PIB) dos países europeus, o Instituto Nacional de Estatística (INE) divulga esta terça-feira a estimativa rápida das contas nacionais trimestrais referente ao quarto trimestre do ano passado, apresentando também a evolução do PIB no conjunto de 2016. E as estimativas dos analistas consultados pela Lusa apontam para um crescimento de 1,3%, o que caso se confirme revela um abrandamento face ao ano anterior, embora fique ligeiramente acima do estimado pelo Governo nas contas para 2017.

Malparado: Vai em quanto?

Vão ser reveladas as estatísticas de instituições financeiras monetárias, referentes ao último mês do ano passado. Com estes dados, que serão apresentados pelo Banco de Portugal, será conhecida a evolução da concessão de crédito pelos bancos às empresas e às famílias. Isto ao mesmo tempo que se conhece a evolução do malparado. Em novembro, o crédito de cobrança duvidosa encolheu tanto nas empresas (que estava em 16,4% dom total) como nas famílias. Ao mesmo tempo é apresentado o relatório da Central Responsabilidade Crédito onde se ficará a saber quantas famílias estão em incumprimento com os créditos.

CGD: Uma audição e um ponto de situação

A Comissão Parlamentar de Inquérito à Recapitalização da Caixa Geral de Depósitos (CGD), bem como à gestão do banco, vai para mais uma ronda. Desta vez, os deputados vão ouvir o Inspetor-Geral das Finanças, Vítor Miguel Rodrigues Braz. Depois de mais esta audição será feito o ponto de situação dos trabalhos. Era suposto os trabalhos prolongarem-se por mais 60 dias, mas o PS, Bloco de Esquerda (BE) e PCP decidiram encurtar esta comissão.

Fed. Yellen enfrenta o Senado

Na primeira reunião de política monetária de 2017, a Reserva Federal (Fed) dos Estados Unidos optou por não mexer nos juros de referência da maior economia do mundo. No entanto, reconheceu o aumento da confiança dos consumidores e empresários após a vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais. Neste sentido, é sempre grande a expectativa dos investidores sobre o que dirá Janet Yellen quando se apresentar hoje perante o Senado para apresentar o relatório semestral de política monetária.

Onde estão a investir os fundos?

Muitos pequenos investidores procuram dicas sobre onde investir. E as apostas dos grandes investidores são, muitas vezes, um bom guia. Por isso, muitos estarão atentos aos documentos que os gestores de fundos vão revelar ao regulador do mercado de capitais norte-americano, a SEC. Estes fundos, que gerem mais de 100 milhões de dólares em ações, têm até hoje para entregar os documentos que mostram as suas principais apostas no final de 2016.

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Marcelo segura Centeno para evitar instabilidade

O Presidente da República diz que aceitou a manutenção de Mário Centeno na pasta das Finanças "atendendo ao estrito interesse nacional, em termos de estabilidade financeira".

Mário Centeno abriu a porta à saída, mas o primeiro-ministro, António Costa, reiterou a confiança no ministro das Finanças. Foi isso que Costa disse a Marcelo Rebelo de Sousa que só aceitou a manutenção de Centeno no cargo a bem da estabilidade financeira.

Num comunicado publicado no site da Presidência, Marcelo Rebelo de Sousa revela que “recebeu, a pedido do senhor primeiro-ministro, o senhor ministro das Finanças que lhe deu conhecimento prévio da comunicação que iria fazer ao país” relativamente à existência ou não de um acordo para que António Domingues e a restante equipa da CGD não revelasse a declaração de património ao Tribunal Constitucional.

Nessa declaração, Centeno afirmou que pode ter havido um erro de perceção que o ministro das Finanças não dissipou. Mas, diz o Presidente, foi confirmado no encontro com o ministro das Finanças a “posição do Governo quanto ao facto de a alteração do Estatuto do Gestor Público não revogar nem alterar o diploma de 1983”.

Mário Centeno salientou durante a conferência de imprensa concedida para esclarecer esta questão das declarações de património da anterior administração da CGD a sua disponibilidade para cessar as suas funções. No entanto, António Costa rejeitou a sua saída, notando que Centeno é uma “grande valia”.

António Costa disse isso mesmo a Marcelo Rebelo de Sousa. O primeiro-ministro comunicou “manter a sua confiança” em Centeno, situação que levou o Presidente da República a “aceitar tal posição, atendendo ao estrito interesse nacional, em termos de estabilidade financeira”. Ou seja, no sentido de evitar turbulência nos mercados que poderia castigar o país, penalizando a banca.

Leia na íntegra as cinco notas do Presidente sobre o encontro com Centeno:

1.º – Registou as explicações dadas pelo Senhor Ministro das Finanças, bem como a decorrente disponibilidade para cessar as suas funções, manifestada ao Senhor Primeiro-ministro.

2.º – Tomou devida nota, em particular, da confirmação da posição do Governo quanto ao facto de a alteração do Estatuto do Gestor Público não revogar nem alterar o diploma de 1983, que impunha e impõe o dever de entrega de declarações de rendimento e património ao Tribunal Constitucional.

Posição essa, desde sempre, perfilhada pelo Presidente da República – aliás, como óbvio pressuposto do seu ato de promulgação – e expressamente acolhida pelo Tribunal Constitucional.

3.º – Reteve, ainda, a admissão, pelo Senhor Ministro das Finanças, de eventual erro de perceção mútuo na transmissão das suas posições.

4.º – Reafirmou que a interpretação autêntica das posições do Presidente da República só ao próprio compete.

5.º – Ouvido o Senhor Primeiro-ministro, que lhe comunicou manter a sua confiança no Senhor Professor Doutor Mário Centeno, aceitou tal posição, atendendo ao estrito interesse nacional, em termos de estabilidade financeira.

(Notícia atualizada com mais informação às 00h27)

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