Mota-Engil vence contrato multimilionário na Tanzânia

A construtora portuguesa terá ganhado um concurso para construção de uma linha de caminho-de-ferro com cerca de 400 quilómetros. A notícia está a ser avançada pela Bloomberg.

Um consórcio, composto pelas construtoras Mota-Engil e Yapi Merkezi, terá vencido um concurso na Tanzânia para construção de uma linha de caminho-de-ferro. O contrato tem o valor de 1,1 mil milhões de dólares, ou cerca de 1,02 mil milhões de euros, de acordo com informações avançadas pela agência Bloomberg, que cita pessoas familiarizadas com o assunto.

Em causa, a construção de um percurso com cerca de 400 quilómetros para ligar o leste africano a regiões interiores e mais remotas do Burundi e do Ruanda. A construtora turca Yapi Merkezi, que detém o consórcio a par com a portuguesa Mota-Engil, já terá pedido garantias de financiamento ao Governo tanzaniano.

A Bloomberg recorda que Recep Erdogan, Presidente da Turquia, visitou a Tanzânia em janeiro. Um dos objetivos da visita terá sido o de estreitar as ligações com os dois países. No entanto, para já, não é certo que haja uma relação entre a visita e o contrato agora adjudicado à empresa turca e à Mota-Engil.

Atualizado às 19h35 com mais informação.

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Ex-Qimonda vendida a grupo norte-americano

Em tempos foi uma empresa alemã. Depois faliu e foi em Portugal que ganhou nova vida. Agora a continuação do desenvolvimento da empresa é nos EUA com o grupo Amkor Technology.

Os acionistas da empresa portuguesa chegaram a acordo para que a venda à Amkor Technology aconteça. Em comunicado, a Nanium (ex-Qimonda) explica que a AICEP, o Novo Banco e o Millennium BCP vão vender as participações à empresa norte-americana. Esta transação “permite escalar o volume de produção para a melhor solução existente no mercado de encapsulamento de semicondutores em Wafer-Level Fan-Out”, adianta a empresa.

A empresa nortenha escreve que “a aquisição da Nanium vai fortalecer a posição da Amkor no mercado de rápido crescimento do encapsulamento de semicondutores em Wafer-Level para smartphones, tablets e outras aplicações”. É essa a perspetiva do presidente executivo da Amkor que quer aproveitar o know how da empresa de Vila do Conde. “Partindo das tecnologias da NANIUM já provadas em volume, podemos expandir a escala de produção e alargar a base de clientes para esta tecnologia”, considerou Steve Kelley.

Segundo avança o Expresso, a equipa de gestão vai manter-se. “O Estado (18%, através da AICEP), Millennium BCP (41%) e Novo Banco (41%) vendem as suas participações à Amkor, que passa a ser o único acionista, mas a Nanium continua o seu caminho, tal como até agora, e deverá reforçar significativamente os investimentos em equipamento e tecnologia”, esclareceu o presidente executivo da empresa de Vila do Conde, Armando Tavares, ao semanário. A transação deverá estar completa ainda no primeiro trimestre do ano.

A Nanium renasceu das cinzas da alemã Qimonda, em 2009, dada a falência desta multinacional. Neste momento a empresa está sediada em Vila do Conde, em Mindelo, e emprega cerca de 550 pessoas, segundo o comunicado de imprensa. As vendas anuais atingiram os 35 milhões de euros no ano fiscal que terminou a 30 de setembro de 2016. Além disso, a tecnologia da Nanium “exportou até hoje cerca de mil milhões de componentes WLFO”, refere a empresa que agora passa para as mãos de capitais norte-americanos.

Já a Amkor Technology “é um dos maiores fornecedores mundiais de serviços subcontratados de packaging e teste de semicondutores”, contando com unidades de fabrico espalhadas pela Ásia, Europa e Estados Unidos da América. “Fundada em 1968, a Amkor foi pioneira na subcontratação de serviços de packaging e teste de circuitos integrados, e é hoje um parceiro estratégico de produção para mais de 250 empresas líderes mundiais de semicondutores, foundries e OEMs de produtos eletrónicos”, esclarece o comunicado.

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“Clausulas suelo”, Trump… Ah! E o BPI

Parecia uma sala de cinema que se enchia para ver o “La La Land”, mas não era. O filme era o das contas do CaixaBank, o banco que está a comprar o BPI. Mas as “clausulas suelo” foram as protagonistas.

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Uma sala bem composta, com uma assistência de fazer inveja a muitas salas de cinema. O filme? Não havia. Ninguém pagou bilhete para ver o “La La Land”, antes para ficar a conhecer as contas do maior banco em Espanha que quer ser o maior da Península Ibérica assim que conclua a OPA ao BPI. Com a OPA a decorrer, ficaram as notas de confiança, o otimismo com o crescimento, mas também os elogios à gestão numa conferência de imprensa em que a oferta em curso quase passou despercebida numa altura em que as “clausulas selo”, e até Trump, assumem o papel de protagonistas.

Jornalistas de toda a Espanha rumaram a Barcelona, mas pela primeira vez também houve lugar para um comitiva portuguesa, mini autocarros iam chegando ao 621 da famosa Avinguda Diagonal onde a imponente sede do CaixaBank se ergue. À entrada das duas torres, uma do La Caixa, outra do CaixaBank, com os logos a girarem em torno dos respetivos edifícios, um “check-in” tipo aeroporto – apinhado de jornalistas. Uma pequena receção para fazer tempo até à hora de anunciar as contas, permitindo à imprensa instalar-se para presenciar a chegada de Jordi Gual, o presidente, e o Gonzalo Gortázar, o presidente executivo. Gual toma o leme da apresentação. “Hoje apresentamos uns resultados muito positivos para o CaixaBank”: 1.047 milhões de euros, um regresso acima da fasquia dos mil milhões de euros.

Menos imparidades com o crédito malparado, um mal que assolou o sistema financeiro espanhol e continua a ser um fardo no português. Mas, ao mesmo tempo, mais receitas. A margem financeira continua a ser a luta. Apesar da quebra ligeira no ano, o banco conseguiu inverter a tendência a meio do ano numa altura em que os juros, em mínimos históricos, patrocinados por Mario Draghi, continuam a deixar os banqueiros de nervos à flor da pele. Um drama que Donald Trump poderia vir resolver com a sua política para tornar a “América grande outra vez”, mas que Gortázar não acredita será capaz de antecipar o fim dos juros negativos. “Há outros fatores”, lembra.

Esperamos passar os 50%, que tenhamos esse ganho e controlo do banco. Mas temos de esperar pela próxima semana.

Gonzalo Gortázar

Presidente executivo do CaixaBank

A juntar a estes juros mínimos, que afetam a margem – além do malparado, que carrega nas provisões – o CaixaBank, tal como outros bancos espanhóis estão a braços com a decisão judicial sobre as clausulas abusivas introduzidas nos contratos de crédito à habitação ao longo dos últimos anos. As “clausulas suelo” vão custar milhares de milhões de euros aos bancos. Qual é a fatura do CaixaBank? Já têm esse dinheiro provisionado? Como é que vão pagar? Depois das taxas baixas, foram estas as questões que mais despertaram a atenção dos muitos jornalistas espanhóis. E as respostas? O banco, que só tem destes casos devido aos bancos que foi adquirindo, .

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E o BPI? Não se ouviu questão, em espanhol ou catalão. Foi em português. Na primeira vez em que o banco convidou uma comitiva portuguesa para a apresentação das contas – facto salientado por Gual logo no arranque da apresentação – coube à imprensa nacional tocar numa fatura potencialmente bem mais avultada para os acionistas do banco, a OPA. Uma oferta que “vai permitir-nos ser o maior banco ibérico”, ou seja, ser o banco com maior quota nestes dois países, maior que os gigantes BBVA e Santander, Mas que também vai pesar nos rácio do banco: poderá levar o CET1 “fully loaded” para entre 11% a 11,6%, ainda assim acima do exigido pelo BCE.

“Estamos perto de encerrar a OPA e de iniciar um projeto que acreditarmos terá sucesso”, atirou Gual, uma confiança partilhada por Gortázar. “Esperamos que a OPA se conclua de forma satisfatória”, começou por dizer. A insistência levou a uma resposta um pouco mais convicta: “Esperamos passar os 50%, que tenhamos esse ganho e controlo do banco. Mas temos de esperar pela próxima semana” para saber o resultado de uma oferta de 1,134 euros por ação que não é do agradado de todos. Os pequenos investidores pedem mais, ameaçando com processos judiciais. E até a administração do BPI, liderada por Fernando Ulrich, falava num valor superior. Então e Ulrich, fica?

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O CaixaBank aponta o BPI como sendo uma rede “atrativa” que conta com uma “equipa excelente”. “O BPI fez um trabalho magnífico perante uma crise muito complicada, mais complicada que em Espanha. Trabalhamos com eles mais de 20 anos e confiamos neles”, afirmou Gortázar. Um sinal de que o mandato poderá ser estendido, deixado já depois de ter afirmado que deixava “para a semana avaliar a continuidade da administração do BPI”. A OPA ao BPI chega ao fim a 7 de fevereiro.

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Pharol brilha em Lisboa, mas não é a única

  • Ana Luísa Alves
  • 2 Fevereiro 2017

Esta quinta-feira a bolsa nacional registou a primeira subida da semana. A Pharol brilhou em Lisboa, mas não foi a única cotada: EDP, EDP Renováveis e CTT ajudaram na valorização do índice português.

O mês de fevereiro não começou bem para a bolsa nacional, mas no fecho da sessão de hoje o índice registou a primeira valorização da semana. A dar gás ao PSI-20 esteve a Pharol, mas não só.

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Museus ainda não são gratuitos. Parlamento já quer mais

Os deputados discutem hoje mais medidas para o acesso aos museus, mas uma proposta do PCP aprovada no OE2017 ainda não entrou em vigor. Ministério da Cultura esclarece que está a avaliar o impacto.

Há uma medida do Orçamento do Estado para 2017 que ainda está por cumprir: foi a 25 de novembro de 2016 que o PCP e o BE se uniram ao PSD e CDS para reporem a gratuitidade dos museus nos domingos e feriados, até às 14h. No entanto, isso ainda não acontece. Segundo o Ministério da Cultura, estão a ser avaliados os impactos da medida. Contudo, esta quinta-feira, no Parlamento, os deputados apresentam propostas mais ambiciosas.

Estamos a avaliar os impactos desta medida e de que forma pode ser concretizada“, esclarece fonte oficial do Ministério da Cultura ao ECO. “Esta matéria que a medida será aplicada este ano assim que forem criadas condições para tal e que estamos a estudar a melhor forma de cumprir o articulado”, explica a mesma fonte, referindo que, por exemplo, é preciso ter em conta o princípio da não discriminação por nacionalidade da União Europeia.

Em causa está a proposta do PCP que foi aprovada durante a discussão do Orçamento do Estado para 2017. O texto da proposta referia que “durante o ano de 2017 o Governo adota as medidas necessárias à reposição da gratuitidade da entrada nos museus e monumentos nacionais nos domingos e feriados até às 14h00 para todos os cidadãos residentes em território nacional”. A proposta referia ainda que tinha de haver uma compensação através do Fundo Fomento Cultural.

Ainda antes desta medida estar no terreno, a Assembleia da República discute esta quinta-feira três iniciativas do Partido Socialista, CDS e Bloco de Esquerda. Depois de ter votado contra a proposta dos comunistas, o partido que governa propõe agora que seja feita uma recomendação ao Governo para a implementação da gratuitidade do acesso aos museus e monumentos nacionais para jovens até aos 30 anos, durante os fins de semana e feriados. O PS aconselha ainda que se faça uma campanha nacional de divulgação, defendendo que o Executivo “deverá apostar na redução dos custos e facilitando o acesso à Cultura, nomeadamente, através de incentivos ao consumo de produtos culturais”.

O projeto de resolução do CDS vai no mesmo sentido, com ligeiras diferenças, também uma recomendação a Governo para “que adote as medidas necessárias para fomentar o acesso de todos os cidadãos aos museus e monumentos nacionais, principalmente para as pessoas até aos 35 anos, instituindo a gratuitidade no acesso aos fins de semana, feriados e quartas-feiras, e alargando o recurso às novas tecnologias de informação”. Os centristas recomendam ainda a generalização da utilização de áudio guias digitais e de aplicações móveis.

O Bloco de Esquerda vai mais longe nas suas recomendações. Além de querer o acesso gratuito para jovens até aos 30 anos e residentes, o partido que apoia o Governo quer que a entrada seja gratuita para todos os estudantes; para visitas de grupos de escolas, coletividades de cultura e recreio; visitas de grupos promovidas por associações para a inclusão social e outras; instituições credenciadas para esse efeito; organizações de moradores; pessoas com mais de 65 anos. Os bloquistas querem que este seja um foco da descentralização com as autarquias locais a ganharem importância na garantia de acesso e promoção à cultura. O BE pede ainda que a medida do OE2017 seja cumprida, referindo que “estava previsto ter entrado em vigor a 1 de janeiro de 2017”.

Os museus, monumentos e palácios nacionais receberam em 2016 mais de 4,6 milhões de visitantes no ano passado, um aumento de 15,5% em relação ao ano anterior. Além do “evidente aumento do turismo internacional”, a DGPC justificou ainda estas subidas pela “qualidade da oferta cultural nestes equipamentos, a abertura de novos espaços, as exposições temporárias, os eventos culturais e a atividade dos serviços educativos”.

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Fundos de tesouraria estão de regresso. Valem a pena?

A confiança regressou em força aos fundos de tesouraria em 2016. Não renderam muito, mas ajudaram a contornar os baixos juros dos depósitos e os custos de manutenção das contas bancárias.

Os fundos de tesouraria voltaram a brilhar em 2016. Foi esta a classe de fundos que mais cresceu o ano passado, registando subscrições líquidas de cerca de 270 milhões de euros, um desempenho que permitiu contrariar a maior fuga de capitais que os fundos nacionais observaram desde o resgate da troika. A baixa remuneração dos depósitos bancários e os custos de manutenção nas contas bancárias ajudam a explicar por que motivo estes fundos de curto prazo voltaram a merecer a confiança das famílias portuguesas, após o papel comercial do BES ter provocado uma razia na capitalização nesta classe de fundos no final de 2014. Ainda assim, extrair rendibilidades atrativas destes fundos vai continuar a ser desafiante em 2017.

“Os aforradores estão a inclinar-se para os fundos de tesouraria, não só como alternativa de baixo risco num contexto em que os depósitos a prazo quase não geram rendimento, mas também como forma de não pagar custos de manutenção de conta“, explica Steven Santos, do Banco BiG.

Diogo Teixeira salienta a diversificação e segurança que estas formas poupança e investimento conferem. “Não nos podemos esquecer do facto de os fundos serem instrumentos diversificados, que não dependem da solidez de uma única instituição como são os depósitos. (…) São por construção instrumentos que oferecem uma boa proteção do património investido”, diz o presidente da gestora de fundos Optimize.

"Os aforradores estão a inclinar-se para os fundos de tesouraria, não só como alternativa de baixo risco num contexto em que os depósitos a prazo quase não geram rendimento mas como forma de não pagar custos de manutenção de conta.”

Steven Santos

Banco BiG

Em 2016, a indústria nacional de fundos de investimento perdeu brilho. Sofreu resgates líquidos próximos dos mil milhões de euros no ano passado, tratando-se do nível de saídas mais elevado desde 2011, ano em que Portugal pediu assistência financeira à troika, de acordo com os dados da associação que agrega a maioria das gestoras nacionais de ativos (APFIPP).

Mas esse não foi o caso dos fundos curto prazo euro, anteriormente denominados fundos de tesouraria, e que apostam sobretudo em títulos de grande liquidez (depósitos a prazo, papel comercial). Entre as subscrições de 680 milhões de euros e os resgates de 411 milhões, fecharam o ano com saldo positivo de 268,6 milhões de euros — o mais elevado entre as quatro classes de fundos que escaparam à maré de resgates.

A verdade é que se a procura se revelou sólida, não foram as rendibilidades destes fundos a chamar a atenção dos aforradores nacionais. Os fundos Banco BIC Tesouraria e NB Tesouraria Activa até alcançaram um retorno acima de 1%, mas a maioria dos fundos de tesouraria apresentaram rendibilidades que não terão sequer compensado a subida generalizada dos preços.

Tesouraria rende mas pouco

Fonte: APFIPP (valores em percentagem)
Fonte: APFIPP (valores em percentagem)

Diogo Teixeira refere que “os fundos de tesouraria só podem ser considerados enquanto instrumentos de proteção contra a inflação, e não como formas de rentabilização do património, já que raramente conseguem oferecer rentabilidades superiores à inflação”. Uma afirmação que o gestor leva a concluir: “Daqui para a frente essa realidade irá manter-se”.

E num enquadramento de taxas de referência negativas e inflação crescente no centro da Zona Euro, “alcançar rentabilidades positivas acima de 1% poderá afigurar-se como um desafio para 2017“, diz Steven Santos. Ainda assim, são uma alternativa válida face às baixas taxas dos depósitos a prazo. Maiores retornos só mesmo assumindo maiores níveis de risco.

“Os produtos de poupança do Tesouro, os depósitos especiais (estruturados) e os fundos de investimento mais defensivos são as alternativas a considerar, todos com características diferentes, nomeadamente ao nível da rentabilidade, garantias e liquidez”, aponta Filipe Garcia, economista da IMF.

Confiança pós-BES restabelecida

A ano de 2016 ficará também marcado pela recuperação gradual do montante de ativos sob gestão destes fundos de tesouraria depois da crise do Grupo Espírito Santo (GES) ter provocado uma razia nesta classe de fundos no final de 2014. O que aconteceu?

Ativos sob gestão dos fundos de tesouraria recuperam da crise do BES

Fonte: APFIPP (valores em mil milhões de euros)
Fonte: APFIPP (valores em mil milhões de euros)

Uma parte significativa do financiamento das empresas do GES foi realizado, até ao final de 2013, através da emissão de papel comercial que se encontrava na carteira dos fundos de tesouraria geridos pela sociedade gestora do grupo, a ESAF.

Diogo Teixeira lembra que foram estes “excessos cometidos” que levaram a uma imposição da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) em 2013, seguida de uma alteração legislativa em 2014, e que vieram introduzir limites à exposição de fundos que eram detidos por sociedades gestoras que faziam parte de grandes grupos.

"A intervenção do regulador permitiu que os clientes do fundo de tesouraria gerido pela ESAF não sofressem nenhuma perda, e veio reforçar de uma forma mais genérica a proteção dos investidores em fundos de tesouraria.”

Diogo Teixeira

Presidente da Optimize

No caso da ESAF, que hoje em dia opera com o nome GNB Gestão de Ativos, teve de reduzir uma exposição a sociedades do GES até 20% do total de ativos, depois de ter chegado a atingir 90%. As imposições vieram em bom tempo.

“A intervenção do regulador permitiu que os clientes do fundo de tesouraria gerido pela ESAF não sofressem nenhuma perda, e veio reforçar de uma forma mais genérica a proteção dos investidores em fundos de tesouraria“, explica o responsável da Optimize. Steven Santos concorda: “A recuperação sustentada dos ativos sob gestão por fundos de tesouraria denota um aumento da confiança neste tipo de produto, além de um incremento na liquidez dos aforradores”.

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Pharol dá luz ao PSI-20 quatro sessões depois

  • Ana Luísa Alves
  • 2 Fevereiro 2017

Lisboa inverteu caminho e somou ganhos no fecho da sessão desta quinta-feira. A bolsa nacional registou uma subida de mais de 0,5%, com apenas quatro cotadas no vermelho.

O principal índice português abriu a sessão desta quinta-feira a cair, mas encerrou no verde, com algumas cotadas a inverter caminho ao longo do dia.

O PSI-20 registou uma valorização de 0,68% para os 4.498,21 pontos. A ajudar aos ganhos em Lisboa esteve a Pharol, com uma escalada de mais de 3% para os 29 cêntimos por ação. A empresa de Palha da Silva continua a brilhar, e as ações já valorizaram mais de 40% desde o início do ano, o melhor desempenho em Lisboa. Isto tudo acontece numa altura em que a Oi continua o seu plano de recuperação judicial.

Além da valorização registada pela Pharol, as cotadas que mais subiram foram o grupo EDP e os CTT. Quanto ao setor energético, a empresa de António Mexia inverteu o caminho que seguia na abertura da sessão, e avançou no fecho 1,24% para os 2,70 euros e a subsidiária EDP Renováveis subiu 0,30% para os 5,96 euros. Os CTT, cujas ações somaram 1,36%, recuperaram das quedas acentuadas nas últimas sessões.

Nota negativa para o setor financeiro. As ações do BCP desceram 1,16% para os 16 cêntimos por ação, no dia em que terminou o período de subscrição de direitos do aumento de capital. O anúncio da distribuição dos direitos é feito amanhã, sexta-feira. Também as ações do BPI caíram uns ligeiros 0,09% para os 1,13 euros.

Lá por fora, os principais índices europeus encerraram num misto de sentimentos. Na Alemanha, a desvalorização de 0,18% do DAX deveu-se aos resultados apresentados pelo Deutsche Bank, com um prejuízo de 1,9 mil milhões de euros no último trimestre do ano passado.

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Banco de Portugal e CMVM querem ser ouvidos pelo Tribunal da Relação sobre sigilo profissional

  • Margarida Peixoto
  • 2 Fevereiro 2017

O Banco de Portugal e a CMVM querem ser ouvidos pelo Tribunal da Relação, na sequência da sentença dos juízes que levanta o sigilo profissional da instituição sobre os documentos pedidos pela AR.

O Banco de Portugal e a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) querem ser ouvidos pelo Tribunal da Relação de Lisboa, na sequência da decisão dos juízes que obriga a instituição a prestar toda a informação pedida pela comissão de inquérito à Caixa Geral de Depósitos, à exceção da correspondência trocada.

A CMVM não foi ouvida pelo Tribunal da Relação de Lisboa antes de proferida a referida decisão, que reveste especial significado e importância no quadro da regulação e da supervisão do sistema financeiro, nomeadamente por se tratar da primeira decisão dos tribunais nacionais sobre o tema do segredo de supervisão perante as comissões parlamentares de inquérito, pelo que, nesta data, solicitou ao Tribunal que lhe seja reconhecido o direito de ser ouvida no processo”, lê-se num comunicado, publicado esta quinta-feira.

O Banco de Portugal divulgou, à mesma hora, um comunicado idêntico, evocando precisamente os mesmos argumentos.

Também a Caixa Geral de Depósitos recusou, por enquanto, enviar mais documentação aos deputados da Assembleia da República. Tal como foi noticiado esta manhã, a instituição financeira vai pedir a nulidade da decisão.

Em causa está uma decisão da Relação que levanta o sigilo bancário e profissional da documentação pedida pelos deputados da comissão parlamentar de inquérito à Caixa, CMVM e Banco de Portugal, exceto a correspondência trocada entre as instituições. Os juízes avaliaram os diferentes valores em confronto: por um lado, a importância do segredo de supervisão, bancário e profissional e, por outro a importância do apuramento das responsabilidades pela necessidade de recapitalização do banco público.

Tendo em conta o objeto da comissão parlamentar de inquérito, o Tribunal considerou que o apuramento da verdade sobre as necessidades de recapitalização da Caixa é um valor que se impõe e que, sem os dados solicitados, se tornará impossível responder a tal objetivo.

Se a decisão dos juízes não for contestada, deverão ser entregues aos deputados documentos como a lista dos maiores devedores à Caixa, os dossiers de avaliação que fundamentaram a decisão de conceder os empréstimos e os respetivos decisores.

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Startup Lisboa junta-se à Central de Cervejas para criar nova incubadora

No dia em que incubadora assinala o 5º aniversário anuncia que vai ter novo polo dedicado à área de comida e bebida (F&B).

O Chiado vai ser palco de uma contaminação empreendedora que começou na rua da Prata, faz esta quinta-feira cinco anos. A Startup Lisboa e a Central de Cervejas assinaram esta tarde um protocolo de parceria para criar um polo de incubação de startups da área de Food & Beverage (F&B), comida e bebida, perto da Cervejaria Trindade.

Trata-se do quarto edifício, depois dos dois na rua da Prata (nº 80 e 81) e do do Marquês de Pombal, e vai contar com um espaço de 500 metros quadrados que serão inaugurados ainda durante o ano de 2017. No mesmo espaço, adiantaram os responsáveis, vai ainda funcionar um espaço polivalente, tendo recebido, entre outros, a Semana Anual dos Criativos e a exposição “Cidade Gráfica. Letreiros e reclames de Lisboa no século XX”.

“É um projeto fundamental para crescer ao nível da competitividade em Lisboa. É um edifício em pleno Chiado que é cheio de história e foi, no passado, uma das primeiras cervejeiras em Portugal e vai ser um centro cheio de atratividade para os negócios de comida e bebida”, explicou François-Xavier Mahot, presidente da sociedade Central de Cervejas.

Em entrevista ao ECO a propósito dos cinco anos da incubadora, o diretor Miguel Fontes disse que a Startup Lisboa estava à procura de oportunidades noutras áreas de negócio para adicionar ao portefólio da incubadora.

“Uma das grandes funções do presidente da câmara da cidade é aproveitar as energias da cidade. (…) Trata-se de dar força a quem tenta e não só a quem vence”, explicou esta tarde Fernando Medina, na Startup Lisboa. Para João Vasconcelos, secretário de Estado da Indústria, “é uma prova de vitalidade a incubadora”.

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EUA e Austrália tiveram conversa “hostil e tensa”

  • Juliana Nogueira Santos
  • 2 Fevereiro 2017

O Presidente americano e o primeiro-ministro australiano falaram ao telefone, mas a conversa não correu bem quando se começou a discutir um acordo relativo ao acolhimento de refugiados.

O novo Presidente dos Estados Unidos da América tem feito uma volta ao mundo nestes 13 dias, telefonando a quase todos os líderes mundiais para dar os primeiros cumprimentos e acertar as agulhas. Neste domingo, o telefone tocou na Austrália, mas as agulhas não ficaram nada certas.

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O Washington Post divulgou esta quinta-feira que Donald Trump e Malcom Turnbull não se entenderam relativamente a um acordo assinado pela anterior Administração que ditava que os Estados Unidos iriam receber 1.250 refugiados, oriundos de um centro de detenção australiano. A informação foi avançada por um membro sénior da Administração não identificado.

Segundo este, a conversa foi “hostil e tensa”, com Trump a afirmar que “é o pior acordo de sempre”, que “ia matar” este acordo e chegou a acusar a Austrália de estar a querer exportar “os próximos bombistas de Boston”. Esta estendeu-se durante 25 minutos, durante os quais o primeiro-ministro australiano afirmou que os Estados Unidos não precisam de aceitar todos os refugiados, mas sim aplicar-lhes medidas de entrada mais brandas, apelo não ouvido pelo Presidente.

O membro da Administração sublinhou que Trump, depois dos 25 minutos, desligou o telefone sem aviso, porque “estava descontente” com a situação. A sua reação pública à conversa e ao acordo só foi tweetada ontem na sua conta oficial, apelidando este último de “acordo parvo”.

Nesse dia, Trump falou com mais quatro líderes mundiais, o primeiro-ministro japonês Shinzō Abe, o Presidente francês François Hollande, a chanceler alemã Angela Merkel e o Presidente russo Vladimir Putin, com cada uma das conversas a durar cerca de uma hora. O Presidente americano afirmou que a conversa com o australiano foi “de longe, a pior”.

Os jornalistas apressaram-se a recolher a reação do primeiro-ministro australiano que apenas afirmou que a conversa decorreu e acabou “com cortesia”, recusando-se a tecer qualquer tipo de comentário em relação a partes da conversa “que devem ser privadas”. Finalizou as suas declarações com uma garantia: “Defendo sempre a Austrália em qualquer conversa, pública ou privada.”

A relação entre os dois países tem sido muito forte até agora, não só devido ao passado histórico, mas também porque lutaram juntos contra o Iraque e o Afeganistão, apoiam-se diplomaticamente e partilham órgãos de inteligência.

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Propostas do PCP e do BE para nacionalização do Novo Banco com “chumbo” à vista

  • Lusa
  • 2 Fevereiro 2017

O PCP e o Bloco de Esquerda apresentaram projetos de resolução para nacionalizar o Novo Banco. Mas as suas propostas devem ser chumbadas amanhã no Parlamento pelo PS, PSD e CDS-PP.

Os projetos de resolução de PCP e BE para a nacionalização do Novo Banco, a ser discutidos e votados na sexta-feira na Assembleia da República, devem juntar novamente PS e oposição (PSD e CDS-PP) para o seu “chumbo”.

Segundo fontes partidárias, socialistas, sociais-democratas e democratas-cristãos vão inviabilizar ambas as iniciativas que incluem a conceção de um novo plano estratégico para a instituição bancária. O projeto de resolução dos comunistas refere a “necessidade urgente de assegurar a direção pública do Novo Banco, adquirindo ao fundo de resolução a totalidade do capital, com a respetiva remuneração dos empréstimos concedidos, a nomeação dos órgãos sociais e a elaboração de um plano estratégico para a banca pública que estabeleça os objetivos materiais e temporais”.

O texto bloquista recomenda ao Governo do PS que “proceda à nacionalização do Novo Banco” e “promova e garanta” uma “rigorosa avaliação do seu balanço”, “a melhor defesa dos interesses financeiros do Estado” e “o apuramento consequente de todas as responsabilidades, anteriores e decorrentes da resolução”, além de um “debate alargado e democrático sobre o seu desígnio estratégico”.

Nas suas mais recentes declarações, o ministro das Finanças, Mário Centeno, disse que a venda do Novo Banco avança “com bastante intensidade”, embora escusando-se a fixar uma data limite para a sua conclusão porque tal “nunca é bom nem saudável” num processo de negociação que está a cargo do Banco de Portugal.

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Governo aprova vinculação extraordinária de mais de 3.000 professores precários

  • Lusa
  • 2 Fevereiro 2017

O Conselho de Ministros aprovou um diploma que permite a vinculação extraordinária de mais de 3.000 professores precários no próximo ano letivo.

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O Conselho de Ministros aprovou hoje um diploma que permite a vinculação extraordinária de mais de 3.000 professores precários no próximo ano letivo e reduzir o número de anos para celebrar um contrato de trabalho por tempo indeterminado.

Na conferência de imprensa realizada no final do Conselho de Ministros de hoje, o ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, explicou que o diploma “permitirá já desde o início do próximo ano letivo a estabilidade na carreira de mais de 3.000 docentes”.

“O diploma garante o combate à precariedade e a promoção da estabilidade da carreira docente, com a valorização do trabalho dos professores que respondem ao que nós entendemos serem necessidades permanentes do sistema”, explicou.

Segundo o ministro da Educação, este diploma — que contém “melhorias substanciais” em relação à proposta inicial e uma “significativa aproximação às reivindicações das estruturas representadas pelos docentes — elenca várias medidas, sendo uma delas a vinculação extraordinária de mais de 3.000 docentes.

Uma redução do número de anos necessário à celebração de contrato de trabalho por tempo indeterminado, vulgarmente chamada de norma travão, que passa de cinco anos e quatro renovações para termos agora uma condição de quatro anos e três renovações, permitindo assim em próximos inícios de ano letivo uma vinculação mais alargada de um número substancial de docentes”, explicou.

Este número fica abaixo do universo de docentes elegíveis e das expectativas dos sindicatos, que não chegaram a acordo com o Ministério da Educação.

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