E tudo o Irma levou. Dos cruzeiros e crude até ao sumo de laranja

O furacão Irma ainda não chegou ao território dos EUA mas já abala as cotações: desde empresas de seguros e cruzeiros até, claro, às matérias primas... que estão a levantar voo.

Fonte: NASANASA

O Presidente Trump já declarou “estado de emergência” para a Florida, as ilhas virgens americanas e Porto Rico, territórios que podem estar na trajetória do furacão Irma — uma catástrofe mais devastadora que o Katrina e que o recente Harvey. Os efeitos do Irma já chegaram pelo menos aos mercados: para além do petróleo, os preços do sumo de laranja e algodão estão a subir. Por outro lado, as cotações das seguradoras e empresas de cruzeiros afundam.

Os habitantes daquele que é o terceiro estado mais populado dos EUA já se precipitaram até aos supermercados, nos quais está esgotada a água engarrafada. Muitos estão a abandonar o estado — o valor das viagens de avião para Nova Iorque aumentou exponencialmente, avança a Bloomberg.

Mas para além dos receios da população, as preocupações dos investidores com as matérias-primas também se fazem notar… na bolsa. O sumo de laranja, o algodão e o West Texas Intermediate (WTI), o petróleo negociado nos EUA, encabeçam por esta ordem a lista das matérias-primas que mais valorizam com o Irma. As seguradoras e empresas de cruzeiros com sede em Miami estão a ser “destruídas”.

Florida já não dá sumo

A Florida é o maior produtor de sumo de laranja a seguir ao Brasil — e a produção concentra-se precisamente no sul do Estado, a parte mais vulnerável ao furacão. “A nossa maior preocupação são os citrinos da Florida” diz Joel Widenor, o co-fundador do Commodity Weather Group, centro de gestão de risco relacionado com as condições meteorológicas.

Na terça-feira, dia em que o furacão surgiu no mapa, o preço do sumo de laranja agravou-se em 4,98%. A tendência acentuou-se nesta sessão, elevando o ganho para quase 6%. O sumo de laranja para os 1,45 dólares por libra-peso, atingindo máximos desde maio. Esta evolução minimiza as perdas acumuladas no último ano: nesse período, o sumo de laranja apresenta a segunda pior performance entre as matérias-primas, recuando 25,85% desde o início do ano.

"A nossa maior preocupação são os citrinos da Florida”

Joel Widenor

Co-fundador do Commodity Weather Group

Também o algodão brilha no meio da tempestade por receios de uma forte quebra na produção naquele estado norte-americano. Desde que esta começou, as cotações disparam 4,08%, avançando para 0,7488 dólares a libra-peso, sendo que entre as matérias-primas menos conhecidas também se assistiu a uma subida dos preços da madeira.

No terceiro lugar do pódio das matérias-primas que mais valorizam está o petróleo, mas isto é sobretudo consequência do furacão Harvey e da devastação no estado do Texas. O WTI apresenta uma valorização de mais de 4%, chegando bem perto da fasquia dos 50 dólares. O Brent, em Londres, está nos 54 dólares.

Furacão na mira, cruzeiros e seguros atingidos

O Irma veio agitar as águas para as empresas de cruzeiros que têm sede em Miami, a segunda maior cidade da Florida. A Royal Caribbean Cruises foi a que mais sofreu: na terça-feira as ações desvalorizaram 4,19% para os 118 dólares. As concorrentes Norwegian Cruise Line Holdings e a Carnival Corp também desceram consideravelmente, 3,53% e 3,49% respetivamente.

Do lado das companhias de seguros, a que mais perde é a Universal Insurance Holdings, que abrange o maior número de proprietários na Florida. Já caiu 15% na terça-feira. As cotações do XL Group e o Everest Re Group, sedeados nas Bermudas, também quebraram perante o furacão, 5,8% e 6,9% respetivamente.

As “verdadeiras” dimensões do desastre

Isto não será uma inundação em câmara lenta como o Harvey — isto é um verdadeiro furacão” alerta Chuck Watson da Enki Research, um centro americano dedicado à previsão de desastres naturais. Os ventos do Irma já atingiram os 300 quilómetros por hora esta quarta-feira e está avaliado no nível cinco, o mais elevado da escala.

O Centro Nacional de Furacões dos EUA prevê que o desastre chegue a Porto Rico ainda esta quarta-feira. Uma área de alta pressão no Golfo do México pode fazê-lo continuar a rota até ao Estado americano da Florida, embora ainda não seja certo.

Os custos do furacão Harvey foram estimados em 42 mil milhões de dólares, bastante abaixo da conta deixada pelo Katrina, de 118 mil milhões. O furacão Irma pode mesmo ultrapassar os estragos deste último, avança a Bloomberg.

Furacão Irma fez pelo menos três mortos

Pelo menos três mortos e dois feridos graves é o primeiro balanço da passagem do furacão Irma por duas ilhas das Caraíbas, Saint-Martin e Saint-Barthélémy, anunciou esta quarta-feira à noite o Ministério do Ultramar francês.

O Presidente francês, Emmanuel Macron, tinha alertado alguns minutos antes que haveria “vítimas a lamentar” e que era inevitável esperar “um balanço duro e cruel” na ilha franco-holandesa de Saint-Martin e na ilha francesa de Saint-Barthélémy.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Marcelo diz-se “muito atento” a eventuais diplomas legais “eleitoralistas”

  • Lusa
  • 6 Setembro 2017

O Presidente da República já reagiu às declarações do líder do PSD, que considerou importante que se pronunciasse sobre anúncios feitos pelo Governo em vésperas de eleições autárquicas.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, garantiu hoje estar “muito atento ao respeito do princípio da imparcialidade” e, em particular, a que “não haja diplomas legais eleitoralistas” que lhe cheguem para promulgação em período pré-eleitoral.

Questionado pela Lusa, em Legrena, Grécia, sobre as declarações do líder do PSD, que considerou importante que o Presidente da República se pronunciasse sobre anúncios feitos pelo Governo em vésperas de eleições autárquicas, o chefe de Estado lembrou que não costuma comentar no estrangeiro “situações de política portuguesa”, mas recordou “uma declaração sobre a matéria” feita muito antes da sugestão de Pedro Passos Coelho.

“Eu já fiz uma declaração sobre a matéria muito antes do período pré-eleitoral, dizendo que estou muito atento ao respeito do principio da imparcialidade, inclusive nos diplomas legais que promulgo, atento a que não haja diplomas legais eleitoralistas que venham para promulgação neste período pré-eleitoral”, declarou Marcelo Rebelo de Sousa.

Na terça-feira, Passos Coelho acusou o Governo socialista de, em vésperas de eleições, fazer sucessivos “anúncios que, do ponto de vista político, contendem com o dever de neutralidade e de isenção do Governo no ato eleitoral”.

“Talvez o senhor Presidente da República possa dizer alguma coisa sobre essa matéria. Isso sim, isso seria importante, numa democracia como a nossa, que o Governo se abstivesse todos os dias de fazer anúncios que violam o seu dever de imparcialidade e de neutralidade”, sustentou o líder social-democrata.

O Presidente da República participou hoje em Legrena, a sul de Atenas, na cerimónia comemorativa do 10.º aniversário da Organização Europeia de Direito Público (EPLO, sigla de European Public Law Organization), à qual Portugal aderiu no corrente ano.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Impresa sob pressão: dona da SIC cai 10%

Os títulos do grupo de media de Francisco Pedro Balsemão continuam a ser penalizados na bolsa com a compra da TVI e a decisão da venda ou fecho das revistas. Títulos terminaram a sessão a cair 10%.

O grupo Impresa, que detém a estação televisiva SIC, esteve sob especial pressão esta quarta-feira. Com pouco mais de 110.000 ações transacionadas (abaixo da média diária de meio milhão de títulos a trocarem de mãos), as ações da companhia de Francisco Pedro Balsemão arrancaram a sessão a derrapar perto de 5%. As perdas entretanto alargaram-se, com as ações da empresa de media a encerrarem a sessão com um tombo de 10%, para os 32,20 cêntimos.

Esta foi a terceira sessão consecutiva de perdas para o grupo de media português e a pior sessão desde 25 de julho, um deslize que aconteceu no seguimento do falhanço de uma emissão de 35 milhões de euros em obrigações que serviria para refinanciar a dívida da empresa. Mais recentemente, o título voltou a estar novamente sob pressão, quando os mercados negociaram face à notícia de que o grupo quer vender ou encerrar a maioria das revistas que detém, incluindo a Visão, ficando de fora apenas a Caras e o semanário Expresso, assim como os projetos na internet.

Desde o anúncio da compra da concorrente TVI pela Altice, as ações atingiram um pico de 47,8 cêntimos a 29 de julho. Desde então, a Impresa soma já uma desvalorização de mais de 40%. O dossier da compra da TVI está na posse da Autoridade da Concorrência, que já pediu um parecer à Entidade Reguladora para a Comunicação Social, que tem o poder de chumbar o negócio. A Impresa já se fez constituir parte interessada no processo.

Cotação das ações da Impresa na bolsa de Lisboa

(Notícia atualizada às 9h07 com mais informação)

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Investigadores portugueses recebem bolsas de 12 milhões da UE

Mecanismos gerados pelo corpo humano, inovação agrícola, concorrência e regulação de mercados de plataforma. Conselho Europeu de Investigação atribui oito bolsas para estudar várias áreas.

Perceber como as células estaminais embrionárias dão origem a diferentes células do organismo, no sítio certo e no tempo certo com a ajuda da mosca-do-vinagre é o que se propõe Catarina Homem. A investigadora da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade de Nova de Lisboa vai receber quase dois milhões de euros do Conselho Europeu de Investigação para aprofundar o estudo das células estaminais do cérebro e perceber como o metabolismo e a nutrição determinam o destino das células estaminais.

Este é apenas um dos oito investigadores portugueses que receberam uma bolsa do Conselho Europeu de Investigação (CEI). Ao todo são 12,43 milhões de euros para apoiar os investigadores nacionais em início de carreira, mas que não estão necessariamente a desenvolver o seu trabalho em território nacional. É o caso de Renato Dias de Brito Gomes que está na Fundação Jean-Jacques Lafont, em Toulouse, a estudar a concorrência e regulação de mercados de plataforma. O seu trabalho vai receber um apoio de 1,22 milhões de euros.

Nos últimos dias, a Lusa já tinha avançado que dois investigadores portugueses tinham sido selecionados pelo CEI para receber uma bolsa. É o caso de Pedro Leão, que recebeu uma bolsa de 1,46 milhões de euros para estudar ao longo dos próximos cinco anos, na Universidade do Porto, novos compostos naturais de cianobactérias, um grupo de bactérias fotossintéticas que podem ter propriedades anticancerígenas ou antimicrobianas. Mas também de Dulce Freire que recebeu igual montante — sendo que é a quarta bolsa atribuída à investigadora pelo CEI — para levar a cabo um estudo sobre a introdução, circulação e cultivo de sementes na Península Ibérica (1750-1950).

Mas há mais. Veja a lista completa divulgada esta quarta-feira pela Comissão Europeia:

 

Ao todo foram 406 os investigadores em início de carreira em toda a Europa que receberam bolsa do CEI, divulgou a instituição. “No total, estas bolsas representam um financiamento no valor de 605 milhões de euros”, revela o comunicado da instituição. Segundo o CEI, este apoio permitirá “aos bolseiros a criação das suas próprias equipas de investigação, procurando chegar a ideias e resultados inovadores”.

 

De acordo com as regras, as subvenções do CEI são atribuídas a investigadores de qualquer nacionalidade — desta vez foram 48 nacionalidades em 23 países europeus — estabelecidos ou dispostos a instalar-se na Europa. Este ano foram recebidas 3.085 propostas, das quais cerca de 13% foram financiadas, avança ainda o mesmo comunicado, precisando que 45 beneficiários são cidadãos de países não europeus, instalados em toda a Europa e cerca de 40% dos beneficiários são mulheres.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Sindicatos com “boa expectativa” para reunião de quinta-feira com administração da Autoeuropa

  • Lusa
  • 6 Setembro 2017

Os sindicatos encontram-se nesta quinta-feira com a administração da Autoeuropa, onde esperam ser possível negociar um acordo sobre o diferendo em relação ao trabalho ao sábado.

Os sindicatos vão para a reunião de quinta-feira com a administração da Autoeuropa com “boa expectativa” e confiantes de que será possível negociar um acordo sobre o diferendo em relação ao trabalho ao sábado, revelou hoje fonte sindical.

Estamos otimistas“, disse à agência Lusa Eduardo Florindo, do Sitesul, Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Atividades do Ambiente do Sul, afeto à CGTP e que representa maior número de trabalhadores na fábrica de automóveis de Palmela.

O sindicalista escusou-se a prestar mais declarações sobre a reunião marcada para as 17:00 de quinta-feira, face à estratégia delineada pelos sindicatos.

A Autoeuropa acedeu ao pedido de reunião dos sindicatos na sequência da greve de um dia realizada a 30 de agosto, mas fontes da empresa fizeram saber que a administração só deverá retomar o processo negocial com a nova Comissão de Trabalhadores (CT) da Autoeuropa, que deverá ser eleita dia 3 de outubro.

Os sindicatos afirmaram-se satisfeitos com a adesão à greve dos trabalhadores contra o trabalho ao sábado, a primeira paralisação na Autoeuropa por razões laborais.

Segundo a empresa, a paralisação teve uma adesão de 41% dos trabalhadores.

Apesar da intenção anunciada da Autoeuropa de só negociar com a Comissão de Trabalhadores, os sindicatos acreditam que poderão chegar a um acordo com a administração, de forma a assegurar as necessidades de trabalho da empresa e, simultaneamente, salvaguardar os direitos dos trabalhadores.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Não há duas sem três: PSI-20 volta a deslizar. EDP pesa

Num dia de ganhos na Europa, a bolsa nacional perdeu valor. A EDP foi a cotada que mais pesou, levando o índice para recuar pela terceira sessão consecutiva.

A bolsa portuguesa fechou em queda pela terceira sessão consecutiva. Manteve-se no vermelho, apesar da recuperação de maior parte das congéneres europeias, penalizada pela queda do setor energético. A influenciar negativamente a negociação na praça nacional esteve essencialmente a EDP.

O principal índice português fechou a cotar nos 5.129,71 pontos, uma quebra de 0,12%. Destoou das bolsas europeias, que retomaram timidamente os ganhos com uma subida de 0,06% no Stoxx 600. O DAX, da Alemanha, foi o que mais valorizou, registando um ganho de 0,75%.

A EDP marcou a sessão pela negativa. Acentuou a tendência da abertura, caindo 1,01% para os 3,22 euros, num dia de quedas para todas as empresas do setor. A EDP Renováveis cedeu 0,04%, enquanto a Galp Energia perdeu 0,63% para 14,10 euros, apesar da subida dos preços do petróleo à boleia do furacão Irma.

Nota negativa também para o BCP. O banco liderado por Nuno Amado terminou o dia nos mercados com nova desvalorização, apesar de ter arrancado no verde. O banco caiu 0,14% para os 21,48 cêntimos.

A travar maiores perdas estiveram os títulos do setor papeleiro. A Navigator e a Altri registaram subidas de 1,99% para os 3,63 euros e de 1,48% para os 3,70 euros, respetivamente.

A maior subida da sessão coube, contudo, à Pharol, que fechou a sessão a subir 4,01% para os 0,311 euros por ação.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Há uma empresa portuguesa que ninguém conhece mas diz valer 28 mil milhões

Não tem funcionários, não tem vendas e dá prejuízos. Mas a Yupido, uma empresa portuguesa, diz que vale uns insólitos 28 mil milhões de euros. Auditor já terá solicitado explicações à administração.

Sabe qual é a empresa portuguesa com maior capital social em Portugal? Não, não é a Galp Energia. É a… Yupido, S.A. Trata-se de uma companhia com sede nas Torres de Lisboa e que tem registado um capital social superior a 28 mil milhões de euros. Sim, leu bem: são 28.768.199.972 euros para sermos precisos, ou mais de 15% da riqueza gerada em Portugal no ano passado.

Está registada como uma empresa de consultoria e, até hoje, nada se sabia dela. Mas os holofotes incidiram na Yupido esta quarta-feira, quando dezenas de utilizadores do Twitter perceberam que existia uma empresa que diz valer qualquer coisa como duas vezes o valor de mercado da gigante Galp. Ou nove vezes o BCP. Será isso possível?

Na sua página na internet, a Yupido refere que não é “uma empresa tradicional”

É fácil encontrar a página da Yupido na internet, mas bem mais difícil é chegar aos responsáveis. No site, exibe os 28 mil milhões de capital social, publica os estatutos da empresa (que corroboram o valor) e indica ainda quem está ao leme deste grande navio: tem Hugo Martins como presidente executivo e foi fundada por Cláudia Alves (diretora de operações) e Torcato Jorge (diretor de marketing). No LinkedIn, há pelo menos uma pessoa que garante ter completado um estágio de verão na Yupido.

O caso ganha contornos ainda mais bizarros quando se tenta contactar a Yupido. No site não consta qualquer endereço de email ou número de telefone: apenas um formulário de contacto que o ECO usou para remeter algumas questões, mas às quais ainda não obteve resposta. O ECO fez ainda um telefonema para a morada da Yupido, um andar na Torre G, na Rua Tomás da Fonseca, em Lisboa. Uma responsável da Regus Business, a empresa que faz a gestão do escritório da Yupido, não foi capaz de transferir a chamada para a empresa por não existir lá uma extensão telefónica.

Na prestação de contas da Yupido relativa a 2016 constam mais de 28 mil milhões de euros de ativos intangíveis

Mas, afinal, de onde vem tanto dinheiro? Para perceber isso, há que dissecar os números. A Yupido foi fundada em 2015, mas o volume de vendas nesse ano, e também em 2016, é nulo. Aliás, a empresa tem dado prejuízo. Há dois anos, perdeu 11.800 euros. No ano passado, as perdas chegaram aos 21.570 euros. Também não existem empregados ao serviço da Yupido.

Sabe-se também que a Yupido realizou um aumento de capital em espécie no ano passado. O ECO teve acesso ao relatório de contas da Yupido relativo ao exercício do ano de 2016, onde a empresa começou com um capital próprio de mais de 243 milhões de euros. É durante o ano passado que nascem os 28 mil milhões de euros. O valor está inscrito na folha de balanços como sendo a avaliação total dos “ativos intangíveis” que a Yupido gere.

Os estatutos da Yupido corroboram o valor: mais de 28 mil milhões de euros

Um ativo intangível pode ser, por exemplo, um direito de exploração, uma patente, e por aí em diante. É, sobretudo, algo não palpável. E, pela lei, só pode ser reconhecido se “for provável que os benefícios económicos futuros esperados atribuíveis ao ativo sejam gerados em favor da entidade” e “o custo do ativo possa ser mensurado com confiabilidade”. São ativos deste tipo que a Yupido diz que puxaram o capital social para valores estratosféricos, mas não foi possível apurar que tipo de ativos gere esta empresa em concreto.

O ECO sabe que já foram solicitadas informações ao conselho de administração por parte do auditor de contas da Yupido, a J. Rito & Associada. Contactado, o revisor de contas, José Luís Freire Rito, preferiu não fazer comentários a estas informações.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Fischer demite-se da Fed. Yellen perde o braço direito

O vice-presidente da Reserva Federal dos EUA enviou uma carta ao presidente dos EUA, onde informa que irá abandonar o cargo. A data prevista para a sua saída é 13 de outubro.

A presidente da Reserva Federal dos EUA está perto de perder o seu braço direito. Stanley Fischer, vice-presidente do banco central norte-americano, prepara-se para abandonar o cargo, informação que já comunicou ao presidente dos EUA por carta, avança a Bloomberg.

Na carta enviada a Donald Trump divulgada pela Fed nesta quarta-feira, Fischer aponta “razões pessoais” para justificar a sua saída da Fed que se tornará efetiva a 13 de outubro. O economista que foi nomeado para o cargo no banco central norte-americano por Barack Obama em 2014 sai assim antes de concluir o mandato que termina em junho de 2018.

“Foi um grande privilégio servir a Reserva Federal, e em especial, de trabalhar ao lado da presidente [Janet Yellen], bem como com muitos outros homens e mulheres talentosos e dedicados de todo o sistema da Reserva Federal”, escreveu Fischer na carta enviada a Donald Trump.

Stanley Fischer salientou também pela positiva o rumo da economia durante o período em que esteve na Fed. “Durante o meu tempo no banco central, a economia continuou a fortalecer, permitindo milhões de empregos adicionais para os trabalhadores americanos”, escreveu Fischer. “Construímos sobre os passos iniciais de tornar o sistema financeiro mais forte e mais resiliente”, acrescentou.

A renuncia de Fischer dá margem a Donald Trump para avançar com a sua tão desejada mudança no conselho de governadores da Fed. Com a sua saída ficam livres quatro dos sete assentos no orgão. O mandato de Janet Yellen termina em fevereiro do próximo ano, sendo que Donald Trump já disse que a sua continuidade como presidente do banco central dos EUA estava a ser considerada, embora a Casa Branca também esteja a olhar para outros candidatos para o cargo. De acordo com uma poll de economistas sondados pela Bloomberg, a opção de Trump será escolher outra pessoa para o cargo.

Economista respeitado, antes de ser escolhido para a Fed, Stanley Fischer foi vice presidente do Citigroup, vice diretor geral do FMI, antigo economista chefe do Banco Mundial. Foi ainda governador do Banco de Israel entre 2005 e 2013.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Schaeuble: Não há “almoços grátis” nas negociações do Brexit

O ministro das Finanças alemão diz que a decisão de saída do Reino Unido da UE foi errada, mas que o objetivo agora é limitar ao máximo os danos para ambas as partes.

O ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schaeuble, diz que “não há almoços grátis” nas negociações do Brexit e que os decisores políticos do Reino Unido já estão a tomar consciência do divórcio com a União Europeia.

“O Brexit foi uma decisão que consideramos que foi errada em todos os ângulos“, afirmou Schaeuble numa conferência que decorreu esta quarta-feira em Frankfurt. “Mas os britânicos fizeram-no e agora temos de tentar encontrar soluções que permitam limitar, tanto quanto possível, os danos para ambas as partes”, acrescentou o governante germânico em declarações citadas pela Bloomberg.

Os comentários de Schaeuble são o mais recente alerta por parte de líderes europeus após uma ronda de negociações em torno do Brexit que decorreu em Bruxelas no final da semana passada e que terminou com um impasse relativamente à fatura do divórcio. Sabine Weyand, uma das responsáveis da União Europeia pelas negociações para o Brexit, revelou às autoridades alemãs já nesta semana o seu ceticismo relativamente à possibilidade de um acordo comercial pós-Brexit poder arrancar em outubro.

“Existe, penso eu, o início de uma linha de aprendizagem no Reino Unido”, disse Schaueble. “Não devemos prejudicar a curva de aprendizagem do Reino Unido com provocação, mas devemos fomentá-la com uma posição clara e robusta, juntamente com uma vontade de negociar”, complementou.

O responsável pela pasta das Finanças da Alemanha referiu-se ainda que Michel Barnier, o chefe das negociações do lado da União Europeia para o Brexit, as está a levar a cabo “muito apropriadamente”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Muitos custos vão desaparecer na fatura com nova política de energia

  • Lusa
  • 6 Setembro 2017

"O que queremos é ter uma estratégia de aposta no desenvolvimento das energias renováveis", garante ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral.

O ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral, disse hoje que “há muitos custos” que as pessoas encontram nas faturas de energia que vão desaparecer a prazo, com a “nova política” que o Governo está seguir para o setor.

“Há muitos custos que estão contratados, que vão continuar, são contratos feitos há alguns anos, mas progressivamente o que queremos é ter uma estratégia de aposta no desenvolvimento das energias renováveis“, adiantou o governante à Lusa, em Estremoz, no distrito de Évora.

Manuel Caldeira Cabral falava à Lusa durante uma visita à Central Solar de Montes Novos, em São Bento do Ameixial, no concelho de Estremoz, a primeira central a entrar em operação em regime de mercado, sem tarifas subsidiadas que onerem a fatura dos consumidores.

O ministro da Economia, que se fazia acompanhar pelo secretário de Estado da Energia, Jorge Seguro Sanches, acrescentou que “Portugal tem um enorme potencial”, em termos de energias renováveis, por ter “das melhores condições do mundo em termos de horas de sol e de intensidade do sol“.

“É um país que tem muita produtividade e que dá muita rentabilidade aos investidores de energia solar e não queremos que as energias renováveis continuem a ser um peso para os consumidores e para as empresas”, realçou.

O governante indicou que dentro de quatro ou cinco anos a energia solar “vai ter um peso no fornecimento de energia, que hoje claramente não tem e que se vai multiplicar a produção de energia solar por dez, e isto vai ser feito com um potencial grande de redução de custos” para o consumidor.

“O que verificamos hoje é que a produção de energia a partir do solar já é mais barata e pode vir a tornar-se ainda mais barato produzir a partir de outras fontes de energias renováveis”, adiantou.

O ministro salientou ainda que há outros projetos de energia solar que estão em curso, sobretudo no Alentejo e no Algarve.

“O sul de Portugal e o Alentejo em particular foram consideradas das zonas do mundo com melhores condições para a produção do solar”, realçou.

O presidente da Câmara Municipal de Estremoz, Luís Mourinha, congratulou-se com os investimentos que estão a ser feitos no concelho na área da energia solar.

A Central Solar de Montes Novos vai entrar em funcionamento dentro de duas semanas, segundo fonte da empresa, e está previsto que a energia elétrica gerada possa abastecer cerca de 1.500 habitações.

Ainda no Alentejo, o ministro da Economia e o secretário de Estado da Energia têm previsto, para hoje à tarde, uma visita à Mina de Neves Corvo.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Wall Street volta aos ganhos em dia de Livro Bege

  • Juliana Nogueira Santos
  • 6 Setembro 2017

Ainda que a Coreia do Norte não tenha desaparecido do pensamento dos investidores, os índices norte-americanos estão a reverter as perdas de terça-feira. As atenções estão viradas para o Livro Bege.

Depois de os três principais índices terem encerrado a primeira sessão da semana com perdas avultadas — visto que na segunda-feira foi o Labor Day e os mercados norte-americanos estiveram encerrados –, o dia de quarta-feira começou melhor. Ainda que se mantenham cautelosos devido às tensões geopolíticas e ao próximo furacão que chegará a território nos próximos dias, os investidores estão confiantes e levam Wall Street a negociar em terreno positivo.

“No que diz respeito à Coreia do Norte, os ânimos têm-se intensificado e depois acalmado. Quando acalmam, chega uma oportunidade de compra“, afirmou à CNBC, Quincy Krosby da Prudential Financial. “Mas este assunto não vai desaparecer”. Assim, o Dow Jones iniciou o dia a ganhar 0,29% para 21.815,76 pontos, enquanto o tecnológico Nasdaq avançava os mesmos 0,29% para 6.394,35 pontos. O S&P 500 avançava 0,24% para 2.470,35 pontos

Entre os títulos a registarem melhores desempenhos estão os do setor bancário, com o Goldman Sachs a avançar 0,55% e o Bank of America a ganhar 0,70%. Destaque também para as tecnológicas, com o Facebook, a Apple, a Netflix e a Alphabet a reverterem das perdas de terça-feira.

Esta quarta-feira também se irão conhecer os pareceres dos governadores dos bancos federais em relação à economia norte-americana, com a Reserva Federal a divulgar o seu Livro Bege. Na última edição, o banco central dava conta de um crescimento “fraco a moderado”, impulsionado pelo aumento do consumo e dos salários.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Economistas da Fitch: Sondagens dão mais força ao PS para negociar Orçamento

A unidade de análise económica da agência de rating Fitch prevê que o PS ganhe o braço de ferro com o PCP e o BE no Orçamento do Estado para 2018.

Os números do Partido Socialista nas sondagens dão maior força negocial ao Governo perante os seus parceiros parlamentares. É esta a análise feita pelos economistas da BMI Research numa nota divulgada esta quarta-feira. A unidade da Fitch considera que a queda do Executivo fruto de uma disputa orçamental seria negativo para o PCP e o BE.

“Ainda que a pressão sobre os socialistas esteja a aumentar [greves como a da Autoeuropa, exemplificam], a posição forte que têm nas sondagens sugere que vão ter uma força negocial muito superior à dos seus aliados governamentais”, escrevem os analistas, referindo que as eleições autárquicas de dia 1 de outubro podem vir a dar uma “indicação concreta do apoio dos eleitores” ao PS.

Assim, os especialistas esperam que a estabilidade política continue “intacta” no processo de negociação do Orçamento do Estado para 2018. O relatório assinala a subida de Portugal no índice de risco político, aproximando-se da média da zona euro e superando os valores do anterior Governo. Depois da fase de maior instabilidade, entre novembro de 2015 e novembro de 2016, o atual Executivo está agora numa fase de menor risco, segundo o gráfico da BMI Research.

O Partido Socialista desafiou a maioria das expectativas de instabilidade e fraqueza, mantendo-se bem posicionado para governar até à realização das próximas eleições“, afirma a BMI Research, assinalando a subida nas sondagens de 32% de votação em 2015 para 42% em julho e agosto deste ano. Os economistas referem que esta subida penalizou tanto o PSD e o CDS como o PCP e o BE.

A posição forte que têm nas sondagens sugere que vão ter uma força negocial muito superior à dos seus aliados governamentais.

BMI Research

Unidade da Fitch

O relatório admite que existe “tentação” para o Governo pedir eleições antecipadas e ganhar mais lugares no Parlamento, “uma vez que a economia não irá melhorar muito mais”. Além de prever que o PIB não vá acelerar mais, a unidade da Fitch refere alguns pontos de tensão na atual solução governativa: a época de incêndios, a onda de demissões e as greves como a da Autoeuropa.

Já esta terça-feira, a unidade de análise económica da Fitch tinha alertado que o emprego vai deixar de contribuir tanto para o PIB como até agora. Apesar de ter revisto em alta o crescimento económico para 2017 e 2018, a BMI Research estima que o PIB desacelere se a produtividade do país não começar a crescer.

Neste momento, o Governo está a negociar o Orçamento do Estado para 2018 com o PCP, PEV e BE, cujo documento final deverá ser entregue a 13 de outubro. Os parceiros parlamentares do Executivo exigem várias medidas de devolução de rendimentos, nomeadamente através de várias alterações nos escalões do IRS — o Governo já prometeu alívio fiscal para 1,6 milões de euros de agregados. Outro dos fatores de instabilidade é o tema das cativações onde o BE pode juntar-se à direita para criar problemas à execução orçamental de Mário Centeno.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.