Nova sondagem dá maioria absoluta a partido de Macron

  • Lusa
  • 2 Junho 2017

A sondagem, do instituto Opinionway, atribui ao partido 29% das intenções de voto na primeira volta, mais um ponto percentual do que na semana passada.

A República em Marcha, partido do novo presidente francês, Emmanuel Macron, deverá obter maioria absoluta com 29% na primeira volta das eleições legislativas de 11 e 18 de junho, segundo uma sondagem divulgada esta sexta-feira pelo jornal Les Echos e pela rádio Classique.

Para a segunda volta, a projeção é de que A República em Marcha (La République En Marche, LREM) obtenha 335 a 355 assentos na Assembleia Nacional (câmara baixa, 577 deputados), claramente acima dos 289 que perfazem a maioria absoluta.

Os inquiridos na sondagem parecem não ter sido afetados pela polémica em torno do ministro da Coesão Territorial, Richard Ferrand, objeto de uma investigação judicial por ter favorecido a companheira na aquisição de um imóvel quando dirigia a seguradora Mutuelle de Bretagne.

A direita de Os Republicanos deverá obter 20% na primeira volta, o mesmo que há uma semana, que se traduziriam, na segunda volta, na eleição de 145 a 165 deputados.

A extrema-direita da Frente Nacional (FN) reúne 18% das intenções de voto na primeira volta, menos um ponto percentual do que na anterior sondagem, e na segunda deverá eleger sete a 17 deputados, pelo que não é ainda claro se pode constituir um grupo parlamentar, sujeito a um mínimo de 15 deputados.

A esquerda da França Insubmissa, de Jean-Luc Mélenchon, perdeu dois pontos percentuais, estando nos 13%, e as projeções atribuem-lhe 24 a 31 deputados.

O Partido Socialista e aliados reúnem apenas 9% das intenções de voto, elegendo 20 a 35 deputados.

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Santander Totta sobe salário mínimo… para 1.200 euros

  • Lusa e Juliana Nogueira Santos
  • 2 Junho 2017

O banco vai aumentar em 200 euros o salário mínimo dos seus colaboradores, para os 1.200 euros mensais. Ou seja, para mais do dobro do salário mínimo nacional.

O Santander Totta subiu o salário mínimo no banco de 1.000 para 1.200 euros mensais, mais 20% “para todos os trabalhadores a tempo completo”, segundo uma nota interna do banco a que a Lusa teve acesso.

Numa reunião de 12 de maio, o Comité de Recursos Humanos decidiu alterar o valor do salário mínimo, sendo que este “compreende todas as rubricas que compõem a retribuição mensal e integra já, por antecipação, as atualizações que venham a resultar de futuras revisões da tabela salarial do ACT [Acordo Coletivo de Trabalho] ou de alteração das prestações”, refere o banco numa nota interna enviada na quinta-feira aos trabalhadores.

“Em simultâneo, foi ainda decidido alterar de 2.100 para 2.200 euros mensais o limite previsto para acesso às medidas vigentes no âmbito de empresa familiarmente responsável“, no que diz respeito aos passes sociais, propinas do ensino superior dos filhos dos colaboradores no ano letivo 2017/2018 ou ao programa de desabituação tabágica, entre outros.

A instituição bancária contava com 6.167 colaboradores a 31 de dezembro de 2016, sendo que de maio de 2016 para maio de 2017, os custos com o pessoal diminuíram 3,9%. Estas alterações vão entrar em vigor a 1 de junho.

Atualmente, o salário mínimo nacional localiza-se nos 557 euros, um valor que subiu 31% em nove anos. Ainda assim, Mário Centeno já reafirmou o compromisso de subir o salário mínimo para 580 euros em 2018 e para 600 euros em 2019, mas sem nunca dizer diretamente que vai, efetivamente, subir o salário mínimo.

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Jantar com Le Pen? Basta dar 75.000 euros para a campanha

Marine Le Pen lançou uma página de angariação de fundos para eleições parlamentares, propondo "empréstimos patrióticos" aos eleitores. Dependendo do valor, existem vários prémios. Até um jantar.

Depois da derrota nas presidenciais, Marine Le Pen candidata-se ao parlamento francês mas precisa de um “empréstimo patriótico“. Os eleitores que decidam contribuir para a campanha vão ser compensados pela própria candidata. Uma doação superior a 75.000 euros dá direito a um jantar com a candidata, mas os menos generosos podem ainda receber uma carta de agradecimento.

As eleições parlamentares terão lugar nos dias 11 e 18 de junho. A Frente Nacional está na linha da frente… dos métodos de financiamento. A página de angariação de fundos explica: “Os bancos não emprestam à Frente Nacional” e, portanto, os eleitores que queiram ver a sua voz “ouvida nas eleições legislativas”, poderão investir nesta campanha e ter mais tarde o retorno: democrático, monetário e ainda com “vantagens exclusivas”.

As contribuições dos eleitores são chamadas “empréstimos patrióticos” e podem ser feitas online. Os “patrocinadores” receberão depois um contrato do empréstimo que, de acordo com o site, tem condições “mais vantajosas do que muitos investimentos financeiros”. O tesoureiro do partido, Wallerand Saint-Just, estará por detrás de todo o processo.

Le Pen apresenta a campanha aos eleitores num vídeo na página

Mas as promessas não ficam por aqui. Existe ainda referência às “vantagens exclusivas” que os eleitores obterão consoante o valor da doação. Todos terão direito a receber uma carta de agradecimento assinada por Marine Le Pen e um certificado atestando o reconhecimento da sua ação cívica pela Frente Nacional. Doações acima de 15.000 euros dão acesso a um evento de prestígio com a presença da candidata. Àqueles que ultrapassem a fasquia dos 75.000 euros, Le Pen promete partilhar a mesa num jantar exclusivo.

Editado por Mariana de Araújo Barbosa ([email protected])

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Financial Times diz que o sol brilha nos juros da dívida portuguesa

O sol não chegou apenas aos céus de Portugal. Também os juros da dívida portuguesa foram abençoados pelos raios de sol da chegada do verão. Quem o diz é o Financial Times.

A dívida pública atingiu um novo máximo histórico ao superar os 247 mil milhões de euros. No mesmo dia em que foi conhecido o recorde, os juros baixaram para um mínimo de setembro. Essa evolução das obrigações a dez anos levou o Financial Times (acesso pago) a escrever que “o sol brilha” nos títulos de dívida portugueses, assinalando que as taxas atingiram um mínimo de mais de oito meses.

Esta sexta-feira de manhã os juros atingiram um mínimo de 2,975%. O jornal britânico dá duas justificações para este desempenho da dívida portuguesa no mercado secundário: a aceleração da economia portuguesa e a recomendação da Comissão Europeia para que Portugal abandone o Procedimento por Défices Excessivos.

O Financial Times refere que a economia está agora a crescer a par de Espanha dado que ambos os países sofreu uma forte recessão provocada pela crise da dívida. O diário britânico assinala ainda que o primeiro-ministro está a pressionar as agências de rating para aumentar a notação financeira da dívida portuguesa — retirando-a do “lixo” –, o que seria uma “bênção” para os investidores.

Em apenas dois meses, a taxa das obrigações a dez anos baixou dos 4% para 3%. Neste período a correção foi de mais de 100 pontos face à taxa de 4,003% que atingiu no final de março. Isto significa que os investidores estão a exigir menos dinheiro para comprar dívida portuguesa no mercado secundário, ajudando a baixar a fatura da próxima vez que Portugal realizar um novo leilão de dívida.

O FT recorda ainda que os juros a dez anos — a taxa de referência para o mercado — atingiu um máximo em fevereiro, chegando aos 4,239%, o nível mais elevado desde 2014. O diário assinala que Portugal tem sido “um dos mais beneficiados” do programa de compras de dívida soberana do Banco Central Europeu.

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Petróleo cai 2,5%. Quebra dos inventários nos EUA pesa

A matéria-prima prepara-se para o pior registo semanal num mês. Enquanto caem os inventários nos EUA, a produção da OPEP cresce.

O petróleo conhece mais um dia de fortes perdas. O preço do barril da matéria-prima desliza 2,5% nos dois lados do Atlântico, preparando-se para o pior registo semanal em um mês. As reticências relativamente à capacidade da OPEP em conseguir reequilibrar o mercado global de petróleo alimentam a desvalorização das cotações, sobretudo depois de dados divulgados nesta quinta-feira nos EUA indicarem que os inventários de crude caíram o dobro do esperado na última semana.

O preço do barril de Brent, transacionado em Londres, desliza 2,43%, para 49,4 dólares, enquanto o West Texas Intermediate negociado em Nova Iorque perde 2,44%, para 47,18 dólares. Mas a matéria-prima já chegou a estar a perder mais de 3%. A manterem-se as quedas registadas nesta sessão, a matéria-prima acumulará o pior registo semanal do último mês. E vai permitir uma descida dos preços dos combustíveis.

Brent cai mais de 5% na semana

Fonte: Bloomberg

A recente queda das cotações do “ouro negro” acontece num contexto em que as dúvidas relativamente à eficácia dos cortes de produção acordados entre os países da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP). Os últimos dados conhecidos nos EUA sobre a produção de petróleo reforçam precisamente isso. Na quinta-feira foi conhecido que os inventários de crude caíram na semana passada o dobro do estimado, enquanto a subida das exportações e da produção sugere que o excesso de produção é persistente. A produção de petróleo da OPEP subiu em maio, liderada por avanços da produção da Líbia e Nigéria, países que estão isentos de cortes na oferta.

“O mercado está a testar a OPEP no sentido de uma ação mais forte”, afirmou Olivier Jakob, diretor-geral da consultora Petromatrix GmbH. “As exportações de petróleo dos EUA contribuíram fortemente para o esvaziamento dos stocks de crude. Enquanto os stocks de petróleo continuarem a cair devido às elevadas exportações e às baixas importações à OPEP, será difícil ter uma forte recuperação dos preços”, acrescentou o mesmo especialista.

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Grécia escapa à recessão por um triz. PIB cresce 0,4%

O FMI está mais pessimista do que Wolfgang Schäuble sobre a economia grega, o que está a atrasar as negociações da nova tranche. Esta sexta-feira o PIB no 1º trimestre foi revisto em alta.

As boas notícias para a economia não chegam apenas a Portugal. Na Grécia — país que continua num processo de ajuda externa — a economia cresceu no primeiro trimestre 0,4%, uma revisão em alta do gabinete de estatística grego feita esta sexta-feira. Inicialmente a estimativa assinalava um início de ano fraco, com a economia a recuar 0,1%, o que significaria que o país voltaria ao estado de recessão.

A revisão em alta do crescimento económico grego é um bom sinal, ainda que tímido, e deixa o país fora do termo técnico de recessão — a economia a recuar dois trimestres seguidos –, dando melhores sinais para Alexis Tsipras nas negociações com o Fundo Monetário Internacional e a Comissão Europeia. No último trimestre do ano passado a economia recuou 1,2%.

O gabinete de estatísticas grego explica que a revisão é justificada pela falta de informação detalhada na altura da primeira estimativa, cuja divulgação aconteceu 45 dias após o fim do primeiro trimestre.

Desde o final de 2013 e o início de 2015 que a economia grega deixou de estar em recessão, ainda que tenha registado trimestres de taxas de variação negativas. Esta revisão em alta da variação da economia no início de 2017 é positiva para o país, mas continua a ficar abaixo do ritmo de crescimento económico da Zona Euro. A subida de 0,4% pode também ajudar a Grécia a conquistar mais confiança perante os atrasos que têm existido em chegar a um acordo com os seus credores.

A Grécia continua a aguardar pela nova tranche do plano de resgate para evitar que o país entre em incumprimento de uma série de reembolsos que têm de ser amortizados em julho (cerca de 7,3 mil milhões de euros). No dia 16 de junho haverá nova reunião entre os credores e o Governo grego.

Esta semana, o ministro das Finanças alemão afirmou que o Fundo Monetário Internacional está a ser muito pessimista quanto à evolução grega. “Estamos a discutir com o FMI sobre qual é a estimativa de crescimento correta para a Grécia nos próximos 40 e 50 anos“, explicou Wolfgang Schäuble, revelando que a entidade liderada por Christine Lagarde não está preparada para assumir que a Grécia conseguirá crescer mais do que 1% por ano nos próximos 40 anos. Se o crescimento for inferior a essa meta, o país não terá como ter mais receita para pagar a sua dívida.

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EUA fora do Acordo de Paris: Chefes de Estado indignados e monumentos pintados de verde

  • ECO e Lusa
  • 2 Junho 2017

Uma decisão "calamitosa" e "contrária à inteligência humana": desde líderes de empresas até autarcas, ninguém ficou indiferente à saída dos EUA do Acordo de Paris.

Donald Trump oficializou a decisão e as reações não tardaram a chegar. A saída dos Estados Unidos do Acordo de Paris para o combate às alterações climáticas, juntando-se à Síria e ao Nicarágua no muito reduzido grupo de países que não se comprometem a reduzir as suas emissões de gases de efeito de estufa nas próximas décadas, revoltou chefes de Estado, dirigentes de empresas, a comunidade científica, e resultou mesmo em monumentos um pouco por todo o mundo iluminados de verde como forma de revolta, da Cidade do México a Paris.

A Câmara Municipal de Paris iluminou-se de verde para marcar a retirada dos Estados Unidos do acordo climático icónico.EPA/CHRISTOPHE PETIT TESSON

Barack Obama foi um dos primeiros a reagir, com um comunicado quase inédito no qual acusou o seu sucessor Donald Trump de “rejeitar o futuro” ao retirar os EUA do Acordo de Paris, de combate ao aquecimento global. Obama, que teve um papel essencial na negociação do Acordo em 2015, disse que o Governo de Trump se juntou a “um pequeno grupo de nações que rejeitam o futuro”, ao decidir sair do pacto climático subscrito em Paris. Obama acrescentou que tinha a esperança de que as cidades, os Estados e os empresários dos EUA iriam preencher o vazio, ao assumirem a liderança na proteção do clima.

Emmanuel Macron, o recém-eleito presidente francês, reagiu com um vídeo com a duração de três minutos, colocado na sua página no Twitter, em que começa por dizer que as alterações climáticas “já estão a mudar o nosso dia-a-dia” e que “todas as pessoas vão ser afetadas”. “Se não fizermos nada, as nossas crianças vão conhecer um mundo de migrações, de guerras e de escassez. Um mundo perigoso”. O vídeo, em que Emmanuel Macron aparece a falar inglês, termina com o presidente a dizer que “todos nós partilhamos a mesma responsabilidade. Tornar o nosso planeta grande outra vez”.

Também o primeiro-ministro francês classificou como “calamitosa” a retirada dos Estados Unidos do acordo sobre as alterações climáticas mas mostrou-se convencido de que muitas cidades norte-americanas vão manter ações contra o aquecimento global. “Há um grande número de autarcas dos Estados Unidos que vão continuar a querer a trabalhar connosco” disse hoje Édouard Philippe numa entrevista à estação de rádio RTL. Laurent Fabius, ex-ministro dos Negócios Estrangeiros francês que negociou o Acordo de Paris disse que a retirada dos Estados Unidos é um “grande erro” e uma “falta de vergonha”, numa entrevista ao canal France 2.

Já o governo espanhol, pela voz da ministra da Agricultura, Pesca, Alimentação e Ambiente, defendeu que o Acordo de Paris “não tem volta atrás nem é renegociável”. “A União Europeia vai continuar a liderar [a luta contra as Alterações Climáticas] a nível mundial e Espanha vai estar nesta liderança, abrangendo todas as áreas, a redução de emissões e a ajuda técnica e financeira aos países em vias de desenvolvimento para que possam implementar os compromissos, e o reforço de alianças com parceiros, empresas e com a sociedade no geral”, afirmou Isabel García Tejerina, em conferência de imprensa após reunião do Conselho de Ministros espanhol.

Os chefes de Estado de França, Alemanha e Itália emitiram mesmo um comunicado conjunto acerca da decisão: “Consideramos que o impulso gerado em Paris em dezembro de 2015 é irreversível, e acreditamos firmemente que o Acordo de Paris não pode ser renegociado porque é um instrumento vital para o nosso planeta, as nossas sociedades e as nossas economias”.

O Governo do Japão classificou de “lamentável” o anúncio do Presidente dos Estados Unidos, com o ministro do Ambiente, Koichi Yamamoto, a mostrar-se “dececionado” e “chateado” com o anúncio do Presidente norte-americano. Yamamoto classificou-o de “contrário à inteligência da humanidade”, em conferência de imprensa.

A Rússia também já se pronunciou, referindo que não voltará atrás na sua participação no Acordo de Paris. “Já tomámos a decisão de participar, e não mudaremos de ideias”, disse o vice-primeiro-ministro russo Arkadi Dvorkovitch, citado pela agência noticiosa russa RIA. A China, outra das grandes potências e principais poluidoras, também se chegou à frente. À Agence France Presse, a porta-voz da diplomacia chinesa Hua Chunying disse: “Trata-se de uma responsabilidade que a China toma como grande país responsável, mas responde também às necessidades de desenvolvimento do país”, acrescentando que Pequim se compromete a cumprir as suas obrigações.

Também António Guterres, secretário-geral da ONU, defendeu hoje que a luta contra o aquecimento global não pode parar e apelou aos países para continuarem envolvidos no Acordo de Paris. “As alterações climáticas são inegáveis e uma das maiores ameaças para o mundo atualmente e para o futuro do nosso planeta. Não podemos parar a ação no que diz respeito ao clima e apelo aos países do mundo inteiro que mantenham o foco, que continuem empenhados nos acordos de Paris para benefício de todos nós”, afirmou o secretário-geral da ONU à margem do Fórum Internacional de São Petersburgo, na Rússia.

Dirigentes de empresas não ficam indiferentes

Os CEOs de várias empresas, em especial da área da tecnologia, reagiram rapidamente ao anúncio. Desde Elon Musk, dirigente da Tesla Motors e da Space X, que já tinha ameaçado sair do conselho de Trump se este saísse do acordo de Paris, até Tim Cook, da Apple, passando por Mark Zuckerberg, a revolta não se fez esperar.

Sundar Pichai, CEO da Google, escreveu no Twitter: “Desiludido com esta decisão, a Google vai continuar a trabalhar por um futuro mais limpo e mais próspero para todos”.

O CEO da Apple, Tim Cook, fez uma declaração pública mas também enviou um email interno aos empregados da empresa, a que o Financial Times teve acesso, em que escreve: “Falei com o Presidente Trump na terça-feira e tentei persuadi-lo de que mantivesse os Estados Unidos no acordo. Mas não foi suficiente. Quero assegurar-vos de que os desenvolvimentos de hoje não terão qualquer impacto nos esforços da Apple para proteger o meio ambiente”.

O fundador do Facebook, Mark Zuckerberg, foi um dos que escreveu que “parar as alterações climáticas é algo que só podemos fazer enquanto comunidade global, agindo antes que seja tarde de mais”, uma declaração próxima da da Microsoft: “Vivemos num pequeno planeta, e todas as nações têm de trabalhar juntas para o proteger”.

Monumentos pintados de verde em revolta

Edifícios nos Estados Unidos e em vários outros países ficaram acesos com luz verde na quinta-feira à noite em reação à decisão da Casa Branca. Em Nova Iorque, o Governador Andrew Cuomo foi citado num comunicado: “A decisão irresponsável da Casa Branca de sair do Acordo de Paris vai ter repercussões devastadoras não só para os Estados Unidos mas para o nosso planeta”.

Até em Washington, a alguns metros da Casa Branca, se iluminou o Wilson Building, um edifício público, com palavras duras da autarca da capital norte-americana. A Cidade do México, Montréal, no Canadá, e Paris, também se juntaram a esta demonstração de solidariedade.

Portugal também já condenou “decisão grave”

O Presidente da República portuguesa defendeu hoje, referindo-se ao homólogo norte-americano Donald Trump, que as alterações climáticas são uma evidência que “se vai impor”, mesmo que haja alguém que “se considere importantíssimo no mundo que negue isso”. Marcelo Rebelo de Sousa, que falava na ilha das Flores, nos Açores, defendeu ainda que a Europa deve unir-se e “continuar a ser uma campeã desta causa”.

“É uma evidência tão óbvia a necessidade de olhar para as alterações climáticas que bem pode haver quem se considere importantíssimo no mundo que negue isso que não altera a realidade. A realidade é o que é. E vai ser o que é, e não para por causa de uma posição isolada, por muito importante que se considere“, declarou.

O ministro do Ambiente, João Matos Fernandes, considerou “uma decisão grave” a saída dos Estados Unidos do acordo climático de Paris, sublinhando que o aquecimento global “é uma questão que nenhum país pode resolver sozinho”. Em declarações à Lusa, o ministro disse que a decisão anunciada pelo Presidente norte-americano, Donald Trump, é negativa para os próprios Estados Unidos, porque “não existe espaço no mundo, mesmo numa economia de grande dimensão como a americana, para imaginar que essa mesma economia pode crescer baseada no carvão”.

(notícia atualizada às 14:31)

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Caos na British Airways. Alguém desligou uma ficha

  • Juliana Nogueira Santos
  • 2 Junho 2017

O incidente que levou ao cancelamento de voos e ao caos nos aeroportos britânicos terá sido causado por um trabalhador externo e não por uma falha do equipamento.

Os problemas informáticos que afetaram mil voos da British Airways durante o último fim de semana resultaram de erro humano e não de uma falha do equipamento. A notícia é avançada pelo jornal britânico The Times que cita as conclusões da investigação aberta após o incidente que levou ao cancelamento de voos e ao caos nos aeroportos de Heathrow e Gatwick.

Segundo o relatório, a unidade de fornecimento de energia em causa estava a funcionar em perfeitas condições, mas, por falha de um funcionário, terá sido desligada inadvertidamente, congelando todos os sistemas informáticos da companhia. Este incidente acontece depois da British Airways ter dispensado centenas de funcionários do setor de informática, para recorrer a serviços de outsourcing.

Recorde-se que, em apenas dois dias, a companhia britânica cancelou quase todos os voos, deixando cerca de 75.000 passageiros em terra. Para além disto, a bagagem de muitos dos afetados não foi devolvida, originando uma grande quantidade de queixas, apresentadas à companhia e às autoridades reguladoras.

Entre compensações e negócios perdidos, estima-se que os custos deste incidente ascendam aos 100 milhões de euros. Ainda assim, a companhia não vai pagar compensações completas aos afetados.

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Óculos do Snapchat chegam à Europa ?

A dona da rede social Snapchat vai trazer os Spectacles para a Europa. A empresa vai instalar cinco máquinas de vending, em Londres, Paris, Berlim, Barcelona e Veneza, disponibilizado pela primeira vez o produto fora dos Estados Unidos. Os Spectacles são óculos de sol com uma câmara incorporada, capazes de gravar vídeo em primeira pessoa e de o enviar diretamente para a aplicação. Vão custar 150 euros na Europa continental e 130 libras no Reino Unido.

A Snap Inc. não é uma empresa convencional. Nunca foi. Aliás, quando o jovem Evan Spiegel andou a apregoar aos investidores antes da oferta pública inicial de março, um pormenor poderá ter surpreendido muita gente: durante o roadshow, e mesmo nos documentos que a empresa submeteu ao regulador da bolsa, a Snap Inc. definia-se como uma camera companyuma empresa que faz câmaras. A explicação está, é claro, nos Spectacles, e no facto de o Snapchat ser uma app que abre diretamente na câmara dos telemóveis.

O próprio método de venda dos Spectacles é pouco ortodoxo. A empresa instala as máquinas de vending, conhecidas por “snapbots”, em localizações não anunciadas. Para as encontrar, os fãs têm de se manter atentos à conta oficial do produto no Twitter, onde a empresa tira uma fotografia à máquina e os utilizadores dirigem-se até ela se reconhecerem o local.

O produto foi um sucesso de vendas nos Estados Unidos no final do ano passado, havendo relatos de pessoas que ficaram mais de cinco horas na fila para conseguirem uma unidade, e outras que esperaram muito tempo para encontrarem o produto esgotado no final. Isso levou a que muita gente aproveitasse as oportunidades para adquirir mais do que uma unidade, fazendo disparar a procura.

Ainda assim, os Spectacles ainda não foram espetaculares ao ponto de pôr as contas da empresa no verde. A Snap Inc., que entrou na bolsa em março, apresentou contas no mês passado, nomeadamente o facto de ter perdido 2,2 mil milhões de dólares no primeiro trimestre do ano. Embora a empresa não discrimine quantos óculos vendeu, sabe-se que terá gerado perto de 8,3 milhões de dólares em receitas entre janeiro e março, face aos 4,5 milhões entre setembro e dezembro de 2016.

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BCP puxa Lisboa para novos máximos do final de 2015

As ações do banco liderado por Nuno Amado somam 3%, suportando o avanço do PSI-20 que inverteu face às perdas registadas no arranque da sessão.

A bolsa nacional inverteu face às perdas do arranque da sessão, com o BCP a ser o seu principal suporte. As ações do banco liderado por Nuno Amado avançam perto de 3%, ajudando a praça lisboeta a registar novos máximos desde o final de 2015.

O PSI-20 valoriza 0,45%, para os 5.337,3 pontos, rumo a novos máximos de dezembro de 2015, com 11 das suas 19 cotadas com sinal positivo. O índice de referência da praça lisboeta inverte, assim, face a uma abertura negativa que foi ditada sobretudo pelo deslize dos títulos da Navigator. A papeleira que arrancou a sessão a desvalorizar quase 5%, penalizada essencialmente pelo destaque da remuneração acionista que vai ser paga pela empresa liderada por Diogo da Silveira, continua em terreno negativo mas com perdas mais contidas: 2,06%, para os 3,99 euros.

A evolução positiva do benchmark da bolsa nacional acaba por ser ditado sobretudo pelo avanço dos títulos do BCP. As ações do banco aceleram 2,94% até aos 24 cêntimos, comandando os ganhos na praça lisboeta. Ou seja, para novos máximos de setembro do ano passado. A contribuir para a subida do PSI-20 estão também a Jerónimo Martins e os CTT. As ações da retalhista avançam 0,23%, para os 17,60 euros, enquanto os títulos da empresa liderada por Francisco Lacerda sobem 0,52%, para os 5,58 euros.

O desempenho do PSI-20 só não é mais dilatado devido à queda da maioria dos títulos do setor energético. As ações da EDP recuam 0,27%, para os 3,28 euros, enquanto as da sua participada EDP Renováveis perdem 0,17%, para os 6,98 euros. No mesmo sentido segue a Galp Energia, cujos títulos recuam 0,18%, até aos 13,76 euros, a acompanhar a forte desvalorização do petróleo nos mercados internacionais. A cotação do barril de brent transacionado em Londres, cai 2,78%, para os 49,22 dólares, enquanto o crude negociado em Nova Iorque desliza 2,83%, até aos 46,99 dólares, por barril. A matéria-prima prepara-se para o pior registo semanal num mês, perante as reticências relativamente à eficácia da OPEP em travar o excedente de petróleo no mundo, face à subida da produção nos EUA.

Lisboa acompanha o desempenho positivo do resto da Europa, com a referência europeia — o índice Stoxx Europe 600 — a valorizar 0,57%, para os 393,88 pontos. O índice alemão DAX, é o que mais sobe no Velho Continente: 1,25%, até aos 12.822 pontos.

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PIB pode chegar aos 2,5%. É só seguir o plano

  • Lusa
  • 2 Junho 2017

A UTAO diz que para que Portugal atinja o PIB de 2,5%, só precisa que o Programa de Estabilidade corra de acordo com o planeado.

A Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) estima que, se o crescimento económico dos próximos trimestres for em linha com o projetado pelo Governo do Programa de Estabilidade, o Produto Interno Bruto (PIB) vai crescer 2,5% este ano.

Na nota sobre a execução orçamental até abril, a que a Lusa teve hoje acesso, a UTAO faz um exercício relativamente ao crescimento económico para o conjunto do ano já considerando os dados do Instituto Nacional de Estatísticas (INE) relativos ao primeiro trimestre e que deram conta de um crescimento de 2,8% em termos homólogos e de 1,0% em cadeia.

Segundo a UTAO, “na hipótese dos trimestres remanescentes de 2017 registarem uma variação nula em cadeia, o crescimento anual do PIB situar-se-á em 2,0%”, ou seja, mais 0,2 pontos do que a projeção do Governo. No entanto, se o crescimento em cadeia nos próximos trimestres for conforme o previsto no Programa de Estabilidade deste ano, “o crescimento do PIB em 2017 tenderá a situar-se em torno de 2,5%”.

Os técnicos que suportam o parlamento em termos orçamentais estimam ainda que o crescimento económico só corresponderá ao valor esperado pelo Governo, de 1,8%, “apenas no caso de uma contração em cadeia em torno de 0,2%”.

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UTAO: défice atinge os 2,4% no primeiro trimestre

  • Lusa
  • 2 Junho 2017

O défice em contas nacionais, a ótica que conta para Bruxelas, fixou-se nos 2,4% no primeiro trimestre de 2017, segundo a Unidade Técnica de Apoio Orçamental.

A UTAO estima que o défice orçamental tenha ascendido a 2,4% do PIB no primeiro trimestre, em contas nacionais, uma melhoria face ao período homólogo mas “aquém do objetivo anual”, que aponta para um défice de 1,5%.

De acordo com a nota sobre a execução orçamental em contabilidade pública relativa a abril, a que a Lusa teve acesso esta sexta-feira, a Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) estima que “o défice das administrações públicas no primeiro trimestre de 2017, em contabilidade nacional, se tenha situado entre 1,7% e 3,1% do PIB [Produto Interno Bruto]”, o que coloca o valor central nos 2,4%.

Este cálculo não tem em conta o impacto que a recapitalização da Caixa Geral de Depósitos (CGD) “possa vir a ter em contas nacionais”, salvaguardam os técnicos que apoiam o Parlamento, recordando que esta operação “ascendeu a 3,9 mil milhões de euros, cerca de 2,1% do PIB anual projetado no Orçamento do Estado para 2017 [OE2017]”.

Esta operação está ainda a ser analisada pelo Eurostat e, até à data, não há qualquer recomendação quanto ao seu registo em contabilidade nacional, a ótica que conta para Bruxelas.

A UTAO refere ainda que, considerando que não houve operações temporárias nos primeiros três meses deste ano, “o défice deverá ter registado uma redução de 0,9 pontos percentuais do PIB”.

Os técnicos afirmam que o valor central da sua estimativa, de 2,4% em contas nacionais, “aponta para que o défice do primeiro trimestre se tenha situado cerca de 0,8 pontos percentuais acima do objetivo para o défice ajustado de medidas one-off [temporárias]”.

No entanto, os técnicos que apoiam o Parlamento em matéria orçamental entendem que este “desvio desfavorável” face ao objetivo anual definido no OE2017 “não coloca em causa o seu cumprimento”.

Isto porque esta estimativa “incorpora informação ainda muito parcelar, na medida em que diz respeito a apenas um trimestre do ano, não sendo por isso forçosamente indicativa do desempenho orçamental esperado para o conjunto do ano”.

A UTAO recorda que já em anos anteriores os défices em contabilidade nacional apurados para o primeiro trimestre “excederam o valor apurado para o conjunto do ano”.

Em termos nominais, o défice verificado entre janeiro e março “deverá ter representado cerca de 37% do défice ajustado previsto para o conjunto do ano”, segundo a UTAO.

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