Quase 2,6 milhões de portugueses em risco de pobreza

  • ECO
  • 16 Maio 2017

O número de pessoas em risco de pobreza caiu em Portugal no ano passado, um movimento que foi acompanhado por um aumento no rendimento das famílias.

Quase 2,6 milhões de portugueses estavam em risco de pobreza ou exclusão social em 2016. Em causa está uma taxa de 25,1%, menos 1,5 pontos percentuais face ao ano anterior.

Os números estão no Inquérito às Condições de Vida e Rendimento feito pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), que contou 2,595 milhões de pessoas, entre as quais 487 mil com menos de 18 anos e 468 mil com mais de 65, em risco de pobreza e com outros problemas daí decorrentes.

Casas com falta de divisões habitáveis, sem casas de banho, apertadas e escuras são os problemas nas condições de vida que mais afetam famílias com crianças que se contam entre os que estão em risco de pobreza.

De 2015 para 2016, o rendimento médio disponível por família aumentou 79 euros, para 1.497 euros por mês, ou seja, 17.967 euros anuais. O valor de 2015 esteve ao nível de 2006.

 

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Coentrão acusado de fraude fiscal em Espanha

  • ECO
  • 16 Maio 2017

O futebolista português que joga no Real Madrid é acusado de ter usado os paraísos fiscais do Panamá e da Irlanda para defraudar o Fisco espanhol em 1,29 milhões de euros.

Fábio Coentrão está a ser acusado em Espanha por fraude fiscal. O português, que joga no Real Madrid, é acusado de ter usado sociedades sedeadas em paraísos fiscais no Panamá e na Irlanda para defraudar o fisco espanhol em 1,29 milhões de euros, segundo avança o El Confidencial (conteúdo em espanhol e acesso gratuito).

De acordo com a publicação espanhola, Fábio Coentrão terá usado, em 2012, 2013 e 2014, empresas sedeadas nos offshores do Panamá e da Irlanda, para fugir ao Fisco. Entre os acusados está também o jogador colombiano Radamel Falcao, que o Fisco espanhol acusa de ter usado as Ilhas Virgens Britnicas, o Panamá e a Irlanda, para esconder 5,6 milhões de euros, quando jogava no Atlético de Madrid. Ambos terão usado a agência irlandesa do agente Jorge Mendes, a Multisports & Image Management (MIM) Limited, uma empresa de gestão de direitos de imagem, nesse processo.

Fábio Coentrão é acusado de “fraude fiscal qualificada pela Inspeção das Finanças em 352.620,34 euros no ano de 2012, 428,757 euros em 2013 e 510,021 euros para 2014”, diz o texto da acusação citado pelo El Cofidencial. O documento explica ainda que, a 1 de julho de 2011, o lateral português ao serviço do real Madrid terá “subscrito um contrato em que simulava a cessão dos seus direitos de imagem à Rodinn Company, Inc, cujo domicílio se encontra na cidade do Panamá, da República do Panamá”. No mesmo dia, essa sociedade cedeu os seus direitos à “empresa irlandesa Multisports & Image Management Limited”, de Jorge Mendes. Esta operação terá sido feita com o intuito de esconder do fisco espanhol as receitas resultantes dos seus direitos de imagem obtidas durante os três anos considerados, lembrando que nesses períodos Fábio Coentrão “nem sequer apresentou a declaração de titularidade de bens no estrangeiro“, diz a acusação.

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Tem o que é preciso para ser administrador de um banco?

  • Rita Atalaia
  • 16 Maio 2017

É funcionário público ou presidente da Câmara? Então dificilmente poderá ser administrador de um banco. Segundo um guia do BCE, há cinco critérios que têm de ser cumpridos para ocupar este cargo.

Quer fazer parte de um conselho de administração de um banco? Primeiro tem de passar no crivo do Banco Central Europeu (BCE). É ao banco central que cabe garantir que quem é nomeado para estes cargos cumpre todos os requisitos. Para isso, o banco liderado por Mario Draghi publica um guia para as avaliações de adequação e idoneidade, de maneira a garantir que os gestores têm experiência, tempo para exercer funções, que não há conflitos de interesse e que há um bom trabalho de equipa.

Estas regras são publicadas numa altura em que há aprovações pendentes em bancos portugueses. No BPI, Pablo Forero aguarda pela luz verde do BCE para ocupar o cargo de Fernando Ulrich. No Novo Banco, ainda há três candidatos a administradores não executivos que não tiveram a aprovação de Mario Draghi. Isto mais de quatro meses depois de o Fundo de Resolução ter apontado a sua nomeação.

Para o BCE, há vários critérios que têm de ser cumpridos. Um é não ocupar cargos com “influência política elevada”. Ou seja, ser presidente da Câmara, membro do Conselho de Ministros ou funcionário público. Mas se tiver uma “relação pessoal estreita” com quem tenha “influência política elevada” também estará a entrar em conflito de interesses. Mas afinal o que é preciso para se se administrador de um banco?

Quer ser administrador de um banco? Há cinco critérios

Ter experiência

“Os membros do órgão de administração têm de possuir conhecimentos, competências e experiência suficientes para desempenhar as suas funções”, de acordo com o BCE. Neste caso, o banco central refere-se tanto a experiência profissional, adquiridas em cargos anteriores, como teórica, a nível de conhecimentos e competências.

Por exemplo, se quer ser CEO de um banco, tem de ter dez anos de experiência “em áreas relacionadas com serviços bancários ou financeiros”. Mas não só: tem também de ter ocupado cargos de topo noutras instituições. Se quer apenas ser administrador, a experiência passa a apenas cinco anos.

Ter idoneidade

“Os membros do órgão de administração devem dispor sempre da idoneidade necessária para assegurar a gestão sã e prudente da entidade supervisionada.” Mas esta idoneidade pode ser abalada caso tenha processos judiciais pendentes. “Processos penais ou administrativos pendentes ou já encerrados podem ter impacto na idoneidade da pessoa nomeada e na reputação da entidade supervisionada”, refere o BCE.

A idoneidade também será questionada nos processos já concluídos onde o nomeado foi condenado. Os visados terão, por isso, de revelar qual é a natureza da acusação, a fase de processo atingida e a pena provável se o resultado for uma condenação.

Não haver conflitos de interesses

Os administradores têm de ser capazes de tomar “decisões corretas, objetivas e independentes”. Mas esta independência pode ser afetada por conflitos de interesse, defende o banco liderado por Mario Draghi. A entidade supervisionada deve, por isso, “aplicar políticas de governação que garantam a identificação, divulgação, mitigação, gestão e prevenção de conflitos de interesses”, quer estes sejam reais, potenciais ou presumidos.

Mas como é que o regulador pode avaliar os conflitos de interesse? Através de uma avaliação detalhada sobre a situação e com a aplicação de medidas preventivas. O banco em causa terá de explicar ao BCE a forma como isto pode ser evitado, mitigado ou gerido. Só depois, o regulador avaliará a gravidade do conflito de interesse.

Ter tempo para exercer o cargo

“Todos os membros do órgão de administração devem consagrar tempo suficiente ao exercício das respetivas funções na instituição”. E este tempo pode ser afetado por diversos fatores: dimensão das entidades, complexidade das funções ou país onde vai exercer o cargo.

Para o BCE, a melhor forma de avaliar este critério é através do número de cargos de gestão ocupados. É por isso que o banco central estabelece um limite: o número de cargos de administrador que um membro de um órgão de administração pode exercer numa instituição significativa está limitado a um cargo de administrador executivo com dois cargos de administrador não executivo ou a quatro cargos de administrador não executivo.

Bom trabalho de equipa

Um administrador faz parte de um conselho de administração. Uma equipa que tem de trabalhar sem “lacunas”. Esta avaliação é feita pelas próprias entidades e reportada ao BCE. “A entidade supervisionada é a principal responsável por identificar lacunas na aptidão coletiva do órgão de administração, mediante uma autoavaliação, por exemplo com base numa matriz de aptidão”, lê-se no guia do BCE.

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Braga vai discutir software e tecnologias

  • Juliana Nogueira Santos
  • 16 Maio 2017

A conversa "Software de Braga para o Mundo" promete a partilha de experiências em assuntos tão diversos como os desafios da engenharia e tecnologia ou marketing e vendas.

Vai-se falar de software em Braga. No próximo dia 25 de maio, várias empresas do setor da tecnologias da informação e da comunicação vão marcar presença na Universidade do Minho para partilharem com os alunos e todos os interessados experiências e boas práticas.

Nesta conversa, apelidada de “Software de Braga para o Mundo”, vão-se discutir assuntos tão diversos como os desafios da engenharia e tecnologia ou marketing e vendas, contando assim com o testemunho na primeira pessoa de empresários como José Gonçalves, presidente da Accenture, e Rui Paiva, CEO da WeDo Technologies. O ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, também irá discursar em torno do tema “Aprender e Conhecer na Era Digital”.

Esta conversa, que quer levar o nome de Braga para além fronteiras, está inserida na Semana da Economia, uma série de fóruns, conversas e open days desenvolvida pela InvestBraga, a nova Agência para a Dinamização Económica de Braga. Esta decorre de 22 a 26 de maio e pretende mostrar o potencial económico da cidade e da região para a atração de investimento.

A “Software de Braga para o Mundo” é de entrada gratuita, pelo que, para poder assistir, será necessário fazer a inscrição através do e-mail [email protected], do telefone 253 208 235 ou aqui.

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Ciberataque: Hackers roubam filme à Disney e ameaçam lançá-lo

  • ECO
  • 16 Maio 2017

A Walt Disney é uma das mais recente vítimas dos ataques de ransomware. Os hackers dizem ter na sua posse um filme inédito e ameaçam lançá-lo. A Disney não cede às ameaças.

Os hackers que têm deixado o mundo refém dos seus ataques ameaçam agora a Walt Disney. Um dos próximos lançamentos dos estúdios de animação terá sido feito refém. Bob Iger, o CEO, recusa pagar o resgate.

As únicas declarações públicas acerca do ataque de ransomware à Disney foram feitas por Bob Iger, esta segunda-feira. O CEO marcou apenas a posição da empresa, que se recusa a pagar qualquer valor de resgate, não adiantando a quantia exigida pelos hackers.

Também o filme em questão não foi revelado. A próxima estreia da Disney é “Piratas das Caraíbas- Homens Mortos Não Contam Histórias“, que chega às salas de cinema portuguesas a 25 de Maio. O filme Cars 3 também é uma hipótese, dado que estreia nos cinemas está prevista para 15 de junho.

Contudo, recorde-se que não existem garantias de que os hackers tenham de facto o filme em sua posse. Por outro lado, nada garante à Disney que após o pagamento do resgate o filme não fosse de facto lançado no mundo digital.

A Netflix atravessou uma situação bastante semelhante no último mês, quando hackers tiveram acesso a novos episódios da série “Orange is The New Black”. Neste caso, após a recusa do pagamento, os episódios foram efetivamente lançados online.

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A acreditar em Costa basta ficar quieto para eliminar o défice em 2021

  • Margarida Peixoto
  • 16 Maio 2017

O Conselho de Finanças Públicas avisa que o Programa de Estabilidade pressupõe um impacto da economia e das medidas já em vigor que, por si só, bastam para atingir um ligeiro excedente em 2021.

Teodora Cardoso, presidente do Conselho das Finanças Públicas, tem alertado para a necessidade de avaliar melhor os resultados das medidas de consolidação orçamental.Paula Nunes / ECO

De acordo com os números do Programa de Estabilidade, o Governo não precisaria de fazer absolutamente mais nada até 2021, mantendo apenas todas as medidas de política que estão em vigor, para que o défice orçamental passasse a excedente. Só 30% da melhoria do saldo ajustado entre 2017 e 2021 se devem à ação do Executivo. A conclusão é do Conselho de Finanças Públicas (CFP) e foi divulgada esta terça-feira, no parecer sobre o Programa de Estabilidade.

Os peritos do organismo liderado por Teodora Cardoso mostram assim que a dimensão do pacote de ajustamento orçamental planeado pelo Executivo de António Costa até 2021 — no pressuposto de que em 2019 renova a liderança do Governo — é pequena. Isto quer dizer que o ajustamento das contas públicas que está planeado depende sobretudo da evolução da conjuntura económica e da correta avaliação do impacto da continuidade das políticas que já estão em vigor.

De acordo com o documento, apenas esse efeito do cenário de políticas invariantes, na ausência de novas medidas de política seria suficiente para assegurar a eliminação do défice orçamental e atingir um ligeiro excedente em 2021.

Conselho das Finanças Públicas

Análise do Programa de Estabilidade 2017-2021

“A melhoria prevista para o saldo depende crucialmente da evolução macroeconómica e da correta antecipação da dinâmica de evolução das variáveis orçamentais no cenário de políticas invariantes”, escrevem os peritos do CFP. “De acordo com o documento, apenas esse efeito do cenário de políticas invariantes, na ausência de novas medidas de política seria suficiente para assegurar a eliminação do défice orçamental e atingir um ligeiro excedente em 2021, explicando só por si 70% da melhoria do saldo ajustado entre 2017 e 2021”, frisam ainda.

O CFP deixa ainda outro aviso: a parte da correção do défice que depende do esforço adicional do Governo tem por base medidas que não estão bem especificadas. Ou seja: na prática, o que os peritos dizem é que o Executivo de António Costa não só assume que vai aplicar um pacote de consolidação orçamental pequeno, como não explica exatamente quais são as medidas concretas que o compõem.

A falta de especificação das medidas previstas coloca questões de credibilidade quanto ao cumprimento da trajetória do saldo estabelecida no Programa de Estabilidade.

Conselho das Finanças Públicas

Análise do Programa de Estabilidade 2017-2021

“A falta de especificação das medidas previstas coloca questões de credibilidade quanto ao cumprimento da trajetória do saldo estabelecida no Programa de Estabilidade”, defende o relatório. E o CFP quantifica o valor esperado de medidas que não estão detalhadas: o impacto cumulativo “varia entre 359 milhões de euros em 2018 e 1.317 milhões de euros em 2021”. Dois terços deste impacto estão concentrados nos anos de 2018 e 2019.

Mas há um terceiro risco identificado pelo CFP. É que comparando os dois cenários — o cenário base calculado pelo Governo, isto é, aquele que apenas assume o efeito da conjuntura económica e das políticas já no terreno, com o cenário que resulta da aplicação das medidas de consolidação orçamental — as contas não batem certo. Por outras palavras, o que o CFP está a dizer é que quando se pega no cenário base e se lhe somam as medidas de consolidação orçamental, o resultado não corresponde ao que o Governo diz que vai atingir.

E as diferenças, às quais o CFP chama de “outros efeitos” não são assim tão irrelevantes: por exemplo, superam os 200 milhões de euros em 2021. “A magnitude de ‘outros efeitos’ na previsão orçamental do nível da receita e da despesa faz supor a existência de efeitos não identificados e não explicitados”, lê-se no relatório.

A falta de coerência entre os cenários com e sem medidas de consolidação

Planos para o défice não cumprem regras comunitárias este ano

Outro alerta do CFP é que o ajustamento estrutural — que desconta tanto o efeito do ciclo económico, como as medidas extraordinárias — previsto para 2017 não cumpre as regras comunitárias. “O Programa de Estabilidade tem subjacente uma melhoria do saldo estrutural inferior à exigida pela Lei de Enquadramento Orçamental e pelas regras do Pacto de Estabilidade e Crescimento”, lê-se no relatório.

Se o país sair do Procedimento por Défice Excessivo (PDE), conforme espera o próprio Executivo, passa a estar sujeito ao braço preventivo do Pacto de Estabilidade e Crescimento. Isto quer dizer que fica obrigado a melhorar o saldo estrutural em pelo menos 0,6 pontos percentuais do PIB, até atingir um excedente de 0,25%. Mas as contas do Governo apontam para uma melhoria mais curta: apenas 0,4 pontos percentuais do PIB. A diferença poderá, ainda assim, ser considerada pouco significativa, reconhecem os peritos.

Já a partir de 2018, o ajustamento estrutural planeado acelera, cumprindo os requisitos das regras comunitárias. O objetivo de médio prazo (fixado no tal excedente orçamental de 0,25% do PIB) será atingido em 2021, estima o Ministério das Finanças, um ano mais tarde do que o previsto caso as regras fossem sempre cumpridas.

Mas corte da dívida pública respeita normas de Bruxelas

“A trajetória da dívida pública apresentada no Programa de Estabilidade cumpre os requisitos mínimos de redução da dívida pública aplicáveis a Portugal”, diz o CFP. Os peritos explicam que se Portugal sair do PDE, tem direito a um período transitório de três anos para começar a aplicar a regra de redução da dívida inscrita no Tratado Orçamental. Durante este período, tal como o ECO já explicou, o ajustamento mínimo exigido na dívida é difícil de calcular, mas é menos exigente.

A trajetória da dívida pública apresentada no Programa de Estabilidade cumpre os requisitos mínimos de redução da dívida pública aplicáveis a Portugal.

Conselho das Finanças Públicas

Análise do Programa de Estabilidade 2017-2021

Ora, o CFP fez as contas e concluiu que “o rácio da dívida previsto pelo Ministério das Finanças cumpre o ajustamento mínimo exigido”, assumindo o critério “menos restritivo: o critério retrospetivo.” E mesmo a partir de 2020, quando termina o período transitório, os planos do Governo apontam também para o cumprimento da regra de redução da dívida.

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Aethel: “Governo só quer despachar o Novo Banco”

A Aethel Partners mantém a crítica ao processo de venda. Ricardo Santos Silva diz que o Novo Banco está a ser vendido por zero, salientando que a sua proposta é melhor. E resolve a litigância

A Aethel Partners volta às críticas ao processo de venda do Novo Banco. Em entrevista à CNBC, Ricardo Santos Silva ataca a decisão do Governo, afirmando que a instituição está ser vendida por zero. Diz que a sua proposta é melhor, mas não teve, até ao momento, qualquer resposta, rematando que o Executivo só quer “despachar o processo”.

“O Novo Banco está a ser vendido por zero ao Lone Star. Não entendemos esta decisão. Fizemos uma oferta no início de janeiro. Ninguém nos disse que a nossa proposta não foi aceite até agora”, diz o fundador do fundo no Sqwak Box, um programa da CNBC. “A nossa proposta era muito melhor que a da Lone Star”, nota.

“Não percebemos a decisão do Governo. O Governo só quer despachar o processo vendendo o Novo Banco a qualquer preço”, acusa o responsável, salientando que poderá a haver custos para os contribuintes. “A venda irá pesar nos contribuintes ao longo dos anos”, tendo em conta a litigância que poderá resultar deste processo.

“A oferta é feita pela Aethel, mas queremos juntar todos os investidores. Esta é uma oferta que permitirá acabar com anos de litigância“, nota Ricardo Santos Silva.

"Não percebemos a decisão do Governo. O Governo só quer despachar o processo vendendo o Novo Banco a qualquer preço.”

Ricardo Santos Silva

Aethel Partners

A Aethel Partners, sociedade britânica de Ricardo Santos Silva, foi uma das que pediu aos seus advogados para avançarem com uma ação no sentido de bloquear a venda do Novo Banco ao fundo norte-americano Lone Star.

Um grupo, liderado pela BlackRock e pela Pimco, que perdeu mais de mil milhões de euros quando o banco central decidiu transferir cinco linhas de obrigações do Novo Banco para a massa falida do Banco Espírito Santo (BES), ou o chamado “banco mau”, fez o mesmo, procurando salvaguardar o que consideram serem os seus direitos.

O Banco de Portugal já respondeu oficialmente às providências cautelares entregues por grandes investidores para travar a venda. O ECO sabe que o banco liderado por Carlos Costa defende a sua posição, referindo o “interesse público” para justificar a venda do banco de transição.

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Turismo abranda. Hóspedes e dormidas crescem abaixo dos dois dígitos no primeiro trimestre

Ao todo, Portugal recebeu 3,4 milhões de hóspedes no primeiro trimestre, que responderam por 8,8 milhões de dormidas. Efeito Páscoa justifica desaceleração.

O turismo continua a dar gás à economia, mas a um ritmo menos acelerado. No primeiro trimestre, período em que o produto interno bruto (PIB) nacional cresceu 2,8%, o melhor registo dos últimos dez anos, as dormidas e hóspedes cresceram abaixo dos dois dígitos, depois de, no mesmo período do ano passado, terem aumentado em torno dos 15%.

Ao todo, segundo os dados divulgados esta terça-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), a hotelaria nacional recebeu 3,4 milhões de hóspedes nos primeiros três meses do ano, que responderam por 8,8 milhões de dormidas. São números que correspondem a aumentos de 6,7% e 5,6%, respetivamente. No passado, o número de hóspedes tinham aumentado 14,9% e o de dormidas tinha subido 16%.

Contabilizando apenas o mês de março, o número de hóspedes ascendeu a 1,4 milhões, um aumento homólogo de 0,9%, e as dormidas ascenderam 3,7 milhões, uma quebra de 0,2% face ao mesmo mês do ano passado. É o reflexo do “efeito Páscoa”, que no passado decorreu em março e, este ano, em abril.

A justificar esta desaceleração está, sobretudo, o mercado nacional. As dormidas de residentes caíram 2%, para um total de 9,5 milhões de dormidas no primeiro trimestre, interrompendo a tendência de crescimento que se verificava até aqui, enquanto as de não residentes cresceram 9%, para 6,3 milhões.

A taxa de ocupação fixou-se assim nos 34,9% no primeiro trimestre, um aumento de 1,3 pontos percentuais. Já a estada média recuou 1%, para 2,57 noites.

Por outro lado, as receitas estão a crescer a um ritmo muito mais acelerado do que os restantes indicadores, fruto do aumento dos preços praticados pela hotelaria. Feitas as contas, os estabelecimentos hoteleiros faturaram 448,93 milhões de euros entre janeiro e março, um aumento de 13,5% face a igual período do ano passado. Cada quarto disponível rendeu à hotelaria 27,2 euros neste período, mais 12,3% do que em 2016.

Turistas brasileiros, polacos e americanos disparam

No arranque deste ano, todos os principais mercados do setor turístico nacional cresceram, à exceção de Espanha, um mercado “sensível” à Páscoa. Com a Páscoa em abril, as dormidas de espanhóis em Portugal afundaram 43,7% em março e 21,5% no primeiro trimestre.

O Reino Unido mantém-se como o principal mercado emissor, tendo aumentado as dormidas em 5,7% no primeiro trimestre e respondendo por mais de 20% do total de dormidas de não residentes neste período. Também as dormidas de alemães e franceses aumentaram, em 5,6% e 18,3%, respetivamente.

Mas os maiores crescimentos vêm de outras partes do globo. O mercado brasileiro disparou 60,9% no conjunto dos três primeiros meses do ano. Já o polaco e o americano, que tem sido um dos mercados de aposta do Turismo de Portugal e que beneficia do aumento das rotas da TAP para os Estados Unidos, cresceram 34,8% e 28,7%, respetivamente.

Notícia atualizada às 11h29 com mais informação.

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Bloco pede 1,2 mil milhões para baixar IRS em 2018 e 2019

Catarina Martins colocou esta manhã numa entrevista à SIC dois números em cima da mesa para negociar o Orçamento com António Costa. Diz que quer desfazer "a enorme injustiça criada por Vítor Gaspar".

Catarina Martins quer 600 milhões de euros no Orçamento do Estado para 2018 para baixar o IRS “e outro tanto” no Orçamento para 2019.

À SIC Notícias, na manhã desta terça-feira, a líder do Bloco de Esquerda (BE) disse: “Estamos a estudar com o Governo. Achamos que é preciso uma despesa fiscal em criação de escalões próxima dos 600 milhões de euros, no mínimo, para este Orçamento, outro tanto no próximo, para podermos desfazer aquilo que foi a enorme injustiça criada por Vítor Gaspar”.

A líder bloquista reiterou que “é preciso aumentar a progressividade” e focou as prioridades “entre o primeiro e o segundo escalão do IRS“, onde considera que devem ser criados mais escalões numa despesa fiscal de 600 milhões de euros. “Estamos a falar de rendimentos até aos 20.000 euros brutos por ano”, referiu. Questionada sobre o número de escalões a serem criados, rematou que “depende da forma como são feitos esses escalões, onde é que eles ficam”.

Com Vítor Gaspar, em 2013, o número de escalões de IRS baixou de oito para cinco, contribuindo para aquilo que o próprio apelidou de “enorme aumento de impostos”.

E sobre as reformas antecipadas?

“Achamos que isso vai acontecer, assim como achamos que devemos aumentar o investimento na saúde e nas áreas do conhecimento e resolver o problema das pensões antecipadas para quem começou a trabalhar quando ainda era criança”, disse Catarina Martins.

E acrescentou: “Achamos que o regime atual de acesso à reforma já é suficientemente penalizador para a generalidade das pessoas. Um regime especial para quem começou a trabalhar aos 14 anos é essencial. Não pode ter como contrapartida piorar o regime para todas as outras pessoas, pois isso seria uma injustiça que ninguém iria compreender e que não é necessário, pois o sistema tem capacidade para fazer esta justiça a quem começou a trabalhar criança sem penalizar todos os outros.

Catarina Martins lembrou também que o acordo com o Governo é um “acordo de mínimos” e que “agora temos de ir mais do que os mínimos”. “Não chega não privatizar o Estado social. Está no momento de voltar a ter um investimento no Estado social em valores do PIB próximos dos que eram anteriores à crise e que permitirão termos uma escola pública que corresponde mais aos dias de hoje”, defendeu. “O Governo sabe, como sabe o BE, que foi nos momentos em que tivemos a coragem de ir além do acordo de mínimos que tivemos os melhores sinais para a economia portuguesa”, acrescentou.

E o crescimento da economia?

Sobre os últimos dados do crescimento económico, Catarina Martins reiterou que “é objetivamente um bom resultado” que “desmente tudo o que foi dito sobre a necessidade de manter uma austeridade muito punitiva sobre o rendimento do trabalho”. “É possível subir o salário mínimo. (…) Isso faz bem à economia, não faz mal”, considerou.

Antes, a líder do bloco aproveitou a entrevista na SIC Notícias para dizer: “Deve-se apostar nas pessoas, no país, na economia real. É preciso aprofundar esse caminho (devolver rendimentos). Não podemos deixar que o crescimento económico seja apropriado por grandes empresas que tem modelos financeiros que não geram capacidade produtiva no país. Sempre dissemos que não haveria sequer uma economia exportadora se não houvesse mercado interno”.

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Portugal com o sexto maior crescimento da Zona Euro

  • Margarida Peixoto
  • 16 Maio 2017

A economia portuguesa cresceu 2,8% no primeiro trimestre deste ano. Foi o sexto maior crescimento dos países do euro, empatado com a Holanda.

A economia portuguesa registou o sexto maior crescimento homólogo da Zona Euro no primeiro trimestre deste ano, empatada com a Holanda. Os dados foram publicados esta terça-feira, pelo Eurostat. Só a Grécia registou uma contração do PIB.

Nos primeiros três meses deste ano, o PIB português cresceu 2,8%, tal como divulgou ontem o Instituto Nacional de Estatística. Esta terça-feira o Eurostat mostra que o valor fica bem acima da média da Zona Euro (1,7%) e da União Europeia (2%), o que coloca Portugal a convergir com os parceiros comunitários. Este é, aliás, o segundo trimestre seguido em que Portugal cresce acima da média da Zona Euro.

Ainda assim, houve cinco países da moeda única que registaram um crescimento maior: Lituânia, Letónia, Chipre, Eslováquia e Espanha. A economia espanhola, o principal parceiro comercial de Portugal, cresceu 3%, o mesmo valor que já tinha registado no último trimestre de 2016.

Já a Grécia destaca-se pela negativa: foi o único país da União Europeia para os quais há dados cuja economia contraiu entre janeiro e março.

Valores para os países sobre os quais existem dados. Fonte: Eurostat

Olhando para o crescimento em cadeia — ou seja, comparando o arranque deste ano com os últimos três meses de 2016 — Portugal fica ainda melhor classificado. Foi o quarto país da Zona Euro que mais cresceu: Só a Finlândia, a Letónia e a Lituânia andaram mais depressa. Nesta ótica de análise, a economia portuguesa registou o dobro do crescimento das médias da Zona Euro e da União Europeia, que se ficaram ambas por um aumento de 0,5% do PIB agregado.

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COTEC: “Empresas serão mais inovadoras se colaborarem entre si”

Roland Kupers, orador convidado do 14º encontro da COTEC, diz que a inovação é cada vez mais importante na medida em que o futuro é cada vez mais incerto.

As empresas precisam de aderir a redes colaborativas, sobretudo quando estamos a falar de pequenas e médias empresas, e quando o tema dominante é a inovação. Esta é uma das ideias que Roland Kupers, o principal orador do 14º Encontro Nacional de Inovação da COTEC, defendeu, esta terça-feira, em Matosinhos, na sede do CEIIA- Centro de Engenharia e Desenvolvimento de Produto.

Roland Kupers, académico e escritor diz que “as empresas podem ser mais inovadoras se colaborarem entre si, recorrendo a redes colaborativas“. O escritor adianta mesmo que, “coletivamente, podia ser a COTEC ou outra entidade a fazer esse exercício de cenários futuros com inúmeras PME’s a partilharem essa visão do futuro”. E onde as Universidades podem ter um papel fundamental.

Com a sala cheia de empresários, Roland Kupers diz mesmo que “essa disciplina de fazer cenários como forma de explorar o futuro, podia ser uma metodologia posta em prática pelos governos e por empresas”.

O tema é tão mais relevante, na opinião de Kupers, na medida em que o “futuro é cada vez mais incerto e mais turbulento”.

Para Kupers, as grandes empresas, por pensarem e correrem sobretudo atrás da eficiência, ficam limitadas na sua capacidade de inovar. “As grandes empresas não estão programadas para inovar”, afirma pelo que na maioria das vezes “compram inovação desenvolvida pelas empresas menores e mais novas”.

O autor deu mesmo o exemplo de empresas como a Shell e as componentes de inovação do iPhone. Kupers diz ainda que as empresas contribuem para o futuro mas que, “na maioria das vezes, são as mais novas e não as que já existem”.

Roland Kupers, em entrevista ao ECO, tinha já adiantado que a inovação “é a recombinação de coisas que já existem, de uma forma nova. Se queremos inovar, temos de ter acesso a muitas ideias que já existem e temos de ter a capacidade de as recombinar de forma diferente”.

O encontro intitulado “Inventar o Futuro – Liderar pela inovação colaborativa” contou ainda com a presença do ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral, que para além de se ter regozijado com os números conhecidos na segunda-feira que dão conta de um crescimento do PIB, nos três primeiros meses do ano, de 2,8% aproveitou para referir que uma economia que aposte em inovação “vai ter melhores resultados”.

Já o presidente da COTEC, que abriu os trabalhos, adiantou que “a inovação cria empresas mais robustas, mais eficientes, criam mais empregos e melhores bem pagos”.

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Caldeira Cabral: Crescimento a curto prazo “é bom mas não chega”

Ministro da Economia falava esta manhã, em Matosinhos, reagindo à divulgação do crescimento do PIB, esta segunda-feira.

Manuel Caldeira Cabral considera que o “crescimento a curto prazo é bom mas não chega”. Esta manhã, no 14º Encontro Nacional de Inovação da COTEC, “Inventar o futuro”, o ministro da Economia reagia à divulgação dos valores de crescimento do PIB de 2,8%, anunciados esta segunda-feira.

“Estamos com um crescimento económico muito favorável que supera as previsões e mais do que duplica as previsões de há seis meses. Estes números devem ser celebrados com trabalho. Este crescimento é particularmente positivo porque está a acontecer na economia e porque tivemos também um crescimento das exportações e um importante crescimento do investimento. Esta aceleração coincide com o maior défice externo”, referiu.

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