Wall Street volta a perder, ao contrário das bolsas internacionais

  • ECO
  • 23 Março 2017

À hora de abertura desta sessão, o cenário era verde e promissor a nível internacional, mas não em Wall Street, num dia de agitação pela votação quanto ao novo plano de saúde que se aproxima.

No dia seguinte ao atentado terrorista no Reino Unido, que vitimou cinco pessoas, as bolsas internacionais estão a valorizar, à exceção de Wall Street. A praça nova-iorquina abriu esta sessão com os três principais índices a descerem, devido à ansiedade dos investidores pelo novo discurso de Janet Yellen e pela votação do novo plano de saúde proposto pelos republicanos, que pode não passar.

Lá fora, o Stoxx 600 abriu a sessão a valorizar 0,12%, mas em Nova Iorque o cenário foi diferente. Dos três grandes índices, o que abriu com o pior valor foi o Nasdaq, a perder 0,19% para os 5.810,33 pontos. Seguiu-se o industrial Dow Jones a perder 0,15% para os 20.630,02 pontos, quando, a nível mundial, os valores do petróleo continuam a descer. O WTI negociava em 47,91 dólares por barril e o Brent londrino chega aos 50,54 dólares.

O terceiro índice de Nova Iorque, o S&P 500, também perdia 0,13% para os 2.345,31 pontos.

Os investidores não estão a ir às praças porque estão à espera da revelação do Departamento do Trabalho dos Estados Unidos sobre os números dos pedidos iniciais de subsídio de desemprego relativos à semana passada. Também vão ser divulgados os números da venda de casas novas, em março. Além disso, a presidente da Reserva Federal norte-americana (Fed), Janet Yellen, também volta a discursar, no âmbito de uma conferência organizada pelo banco central norte-americano. Os investidores estarão de olhos postos nela.

“A inversão no rally nos mercados norte-americanos parece ter atingido o seu máximo em março, causando um retrocesso dos quatro meses de ganhos sem precedentes”, explicou Ipek Ozkardeskaya, analista de mercado da London Capital Group, à Bloomberg. “O falhanço de Trump em levar avante os seus planos no Congresso diminuiu o apetite dos investidores. Quaisquer notícias positivas relacionadas com a votação de hoje podem revitalizar esse apetite”, acrescentou.

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Reformas antecipadas: o que muda e o que falta saber

  • Cristina Oliveira da Silva
  • 23 Março 2017

Cai o fator de sustentabilidade, o corte de 0,5% por mês pode ser ajustado, quem tem mais de 48 anos de descontos não tem penalização. Conheça as linhas gerais do regime que abrange Segurança Social.

Aplicado durante dez anos, e com alterações pelo meio, o ministro que criou o fator de sustentabilidade vai agora eliminá-lo. Haverá outros cortes, e bonificações, a ter em conta. As linhas do novo modelo de reformas antecipadas já foram apresentadas aos parceiros sociais mas há pormenores que ainda não são conhecidos. O Governo espera que as novas regras entrem em vigor ainda este ano. No futuro poderá haver alguma convergência com a Caixa Geral de Aposentações mas, para já, o regime que está a ser trabalhado é o da Segurança Social.

Idade legal de reforma

Tal como já acontece, a idade de reforma vai continua a subir gradualmente, ligada à esperança média de vida. Este ano, a idade de acesso à pensão fixa-se nos 66 anos e 3 meses de idade. Em 2018, já se sabe que subirá um mês. De acordo com as projeções do Professor Jorge Bravo, é de esperar um aumento semelhante em 2019:

Fonte: Jorge Bravo | Nota: Os valores até 2018 já resultam de cálculos tendo por base a esperança média de vida divulgada pelo INE.

 

Idade de acesso à reforma antecipada

O atual regime transitório torna-se definitivo: no caso específico da Segurança Social, o acesso à reforma antecipada está aberto para trabalhadores com mais de 60 anos de idade e 40 de carreira e é esta a regra que será enquadrada no novo modelo. Quer isto dizer que não se prevê o regresso ao regime antigo, que permitia que os trabalhadores abandonassem o mercado de trabalho se aos 55 anos de idade contassem 30 de descontos.

O ministro do Trabalho não apontou para qualquer alteração nos regimes específicos — como o que se aplica a desempregados, com regras próprias — pelo que não é de esperar alterações nesta matéria.

Fator de sustentabilidade

O fator criado em 2007, aplicado desde 2008, agravado em 2014, vai desaparecer em 2017. Este é um dos cortes que se aplica hoje ao valor das pensões antecipadas.

Ligado à esperança de vida, o fator de sustentabilidade foi criado por Vieira da Silva e, até 2013, aplicou-se a todas as novas pensões, independentemente de serem antecipadas ou não: para eliminar este corte, era preciso trabalhar mais alguns meses e, assim, compensar a redução com bonificações. Em 2014, o fator passou a abranger apenas as novas pensões antecipadas, mas o cálculo foi alterado, passando a ditar cortes mais expressivos. E isto num cenário em que a idade de reforma também passou a aumentar gradualmente: para escapar ao fator de sustentabilidade, é preciso prolongar a vida ativa até atingir este patamar (embora a idade de reforma possa ser inferior no caso de carreiras mais longas).

De acordo com as regras ainda em vigor, quem, em 2017, passar à reforma antes da idade normal de acesso — 66 anos e três meses, embora este referencial possa variar consoante a carreira contributiva — vê o valor da sua pensão reduzido em 13,88%, à custa do fator de sustentabilidade.

0,5% por mês de antecipação?

Caindo o fator de sustentabilidade, as pensões antecipadas deixam de ter cortes? Não. Já hoje existe uma redução de 0,5% por cada mês que falta para atingir a idade legal de reforma — e também já hoje é possível “moldar” esta idade, caso o trabalhador conte mais de 40 anos de descontos aos 65 de idade.

Este fator de penalização mensal de 0,5% vai ser ajustado, mas Vieira da Silva ainda não disse como. E esta informação é relevante para perceber que cortes vão efetivamente ser aplicados às pensões antecipadas.

Bonificações para carreiras mais longas

O ministro do Trabalho ainda não revelou o que muda face às regras atuais, mas fica assente que quem contar com mais de 41 anos de descontos verá a sua pensão antecipada menos penalizada. Isto porque a idade de reforma vai baixar à medida que aumentam os descontos, fazendo com que os cortes também sejam progressivamente menores. Falta agora conhecer as diferenças entre esta “espécie de idade de reforma personalizada”, como lhe chamou Vieira da Silva, e as normas em vigor.

O que existe no regime em vigor atualmente? Na data em que o beneficiário atinge 65 anos, a idade de acesso à pensão já hoje baixa quatro meses por cada ano de descontos acima dos 40, mas com o limite de 65 anos. Ou seja, na melhor das hipóteses, uma pessoa com 44 anos de contribuições pode abandonar o mercado de trabalho aos 65 anos de idade, sem qualquer penalização. Neste caso em concreto, não é afetado pelo fator de sustentabilidade nem pela redução de 0,5% por mês de antecipação, porque já atingiu aquela que, de acordo com as regras atuais, é a “sua” idade de reforma.

E mesmo que este trabalhador com 44 anos de descontos peça pensão antes dos 65 anos, tem atualmente atenuantes nos cortes a aplicar: é afetado pelo fator de sustentabilidade mas a redução de 0,5% tem em conta uma idade de reforma mais baixa (65 anos) e, além disso, ainda beneficia de outra medida. O guia prático da Segurança Social dá o exemplo: uma pessoa que se reforme agora com 61 anos de idade e 44 de descontos tem uma penalização de 48 meses face à sua idade de reforma (65 anos); porém, vai beneficiar ainda de quatro meses por cada ano que exceda os 40 de trabalho (ou seja, 16 meses); retirando estes 16 meses aos 48 calculados inicialmente, contam então 32 meses de penalização; a redução de 0,5% por cada um destes 32 meses resulta assim numa penalização de 16%. A isto soma ainda o fator de sustentabilidade (13,88% este ano), diz o guia.

O que vai mudar com o novo modelo? Pelas indicações do ministro do Trabalho, a idade de reforma também vai recuar à medida que os anos de desconto aumentam além dos 40. Quem atingir esta idade de reforma “personalizada” poderá pedir a pensão sem cortes; se pedir a pensão mais cedo, os cortes serão atenuados, uma vez que a idade de reforma a ter em conta no cálculo da pensão também é inferior. Por fim, se esta pessoa preferir continuar a trabalhar depois de atingir aquela idade, terá direito a bonificações no valor da pensão, que não deverão variar muito face ao regime atual. Falta agora saber o que é que muda face ao regime em vigor.

48 anos de descontos eliminam cortes

No futuro modelo, quem reunir 48 anos de descontos não terá qualquer corte no valor da pensão. Isto tendo sempre em conta que a idade de reforma antecipada está limitada aos 60 anos de idade (no regime geral).

O Governo também promete uma norma excecional para os trabalhadores que começaram a trabalhar antes dos 16 anos, que “terão uma bonificação” no valor da pensão.

Função Pública

Neste momento, o regime que está a ser trabalhado é o da Segurança Social, embora o Governo admita alguma convergência no futuro com a função pública. Na Caixa Geral de Aposentações (CGA), os trabalhadores podem pedir a reforma antecipada se, aos 55 anos de idade contarem 30 de descontos. Mas estão sujeitos ao fator de sustentabilidade e ao corte de 0,5% por mês de antecipação (embora haja regimes específicos). Este modelo também chegou a vigorar na Segurança Social.

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Idoneidade de Salgado: BdP defende-se com lei do RERT

O Banco de Portugal reagiu à notícia de que o governador recusou retirar a idoneidade de Salgado, por sugestão dos técnicos. Carlos Costa alega que a lei não permitia usar a informação.

Em reação à notícia do Público desta quinta-feira, o Banco de Portugal contra-argumenta com a lei do RERT (regimes excecionais de regularização tributária) da qual Salgado beneficiou: “Em todas estas leis ficou expressamente determinada a extinção de qualquer responsabilidade por eventuais infrações tributárias relacionadas com os factos e rendimentos declarados”, afirma o supervisor em comunicado. O supervisor garante que os serviços de supervisão prudencial não divergiram do entendimento do Banco de Portugal.

O BdP cita parte da lei dos regimes excecionais de regularização tributária: “Nos limites do presente regime, a declaração de regularização tributária não pode ser, por qualquer modo, utilizada como indício ou elemento relevante para efeitos de qualquer procedimento tributário, criminal ou contra-ordenacional, devendo os bancos intervenientes manter sigilo sobre a informação prestada.” (Artigo 5.º, n.º 5, dos regimes de regularização).

Assim, “os serviços e os órgãos do Banco de Portugal, em obediência às disposições da lei, nunca tiveram acesso às declarações de regularização nem as utilizaram para o efeito do exercício das suas funções, incluindo a função de supervisão e a de ação sancionatória“, esclarece o BdP, referindo que as declarações foram depositadas e arquivadas, com o inerente dever de sigilo, e não entregues às autoridades tributárias. “Nalguns casos, as declarações de regularização foram facultadas ao Ministério Público, mas apenas após a competente ordem judicial”, explica o mesmo comunicado.

Desta forma, Carlos Costa argumenta que não havia forma de utilizar essa informação no processo de idoneidade de Ricardo Salgado. “As eventuais infrações tributárias subjacentes às declarações tributárias não podiam ser consideradas nos processos do Banco” no entendimento do BdP. “A responsabilidade por essas infrações foi extinta pela lei e a utilização dos factos declarados para efeitos de outros processos, que não os processos tributários, foi expressamente proibida pela mesma lei”, garante o supervisor bancário.

Mas o esclarecimento revela ainda que os serviços de supervisão prudencial — os técnicos que terão argumentado a favor da retirada de idoneidade de Salgado — “não divergiram deste entendimento”. “Pelo contrário, expressaram-no em parecer técnico no início de 2013”, adiantou o Banco de Portugal. O comunicado garante que o caso referido na notícia do Público foi “apreciado internamente a diversos níveis e em várias ocasiões”, referindo que a análise foi feita com “objetividade, a ponderação e a serenidade”.

Segundo o Público desta quinta-feira, a equipa de Carlos Costa recusou retirar a idoneidade a Salgado uma vez que, alegaram, não podiam usar a informação sobre o repatriamento de capitais e correções fiscais do então presidente do BES porque foi obtida de forma privilegiada. Contra o argumento da administração, os técnicos terão referido que esses dados tinham sido entregues pelo próprio banqueiro, pelo que o argumento da obtenção privilegiada da informação não se colocava.

Esta quinta-feira, o governador do Banco de Portugal vai estar na Comissão de Orçamento e Finanças, inicialmente a pedido do próprio, mas também por causa de um requerimento do PCP. Carlos Costa pediu para ser ouvido na COFMA para “repor a verdade”, em reação à investigação jornalística da SIC sobre o caso BES, com incidência na atuação da instituição liderada por Carlos Costa no segundo semestre de 2013.

(Notícia atualizada às 13h07)

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Casas: preços registam maior subida desde 2010

  • Juliana Nogueira Santos
  • 23 Março 2017

Em 2016, o índice de preços da habitação registou um aumento de 7,1% relativamente ao ano anterior. O número de casas vendidas e o valor total também aumentaram.

Depois da crise financeira, os valores do imobiliário em Portugal estão em recuperação. Em 2016, os preços das casas aumentaram 7,1% relativamente ao ano anterior, tendo acompanhado o movimento ascendente que se tem vindo a registar há três anos consecutivos.

Os dados foram divulgados esta quinta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística. Esta foi a subida mais expressiva desde 2010, ano em que o Instituto Nacional de Estatística começou a contabilizar este indicador.

Venderam-se mais casas

Número de alojamentos vendidos desde 2009.

O número de casas vendidas aumentou, sendo que foram transacionados 127.106 alojamentos em 2016 — mais 20 mil unidades do que em 2015. Este é o quarto ano consecutivo em que este indicador aumenta, uma vez que em 2012 caiu até aos 76 mil alojamentos.

Valor total das vendas de alojamentos desde 2009.

O valor total de vendas seguiu o caminho dos restantes indicadores e ascendeu aos 14,8 mil milhões de euros, mais 2,3 mil milhões que em 2015.

Entre comprar casas novas ou já existentes, os portugueses preferiram as já existentes, com 83% dos imóveis transacionados a pertencerem a essa categoria, normalmente com preços mais acessíveis. O número de vendas de alojamentos novos manteve-se semelhante aos valores de 2015, tendo registado um aumento de apenas 0,9%.

Lisboa é a campeã das vendas

Em termos regionais, a Área Metropolitana concentrou 34,9% do total de vendas efetuadas, sofrendo um aumento de dois pontos percentuais relativamente a 2015. Segue-se a região Norte com 29,2% das vendas (menos 0,1 pontos percentuais do que em 2015) e a região do Centro com 17,4% (menos 0,7 pontos percentuais que em 2015).

Ainda que todas tivessem registado um aumento no número de transações, foi na Região Autónoma dos Açores que a variação foi mais alta, com mais 30% de transações que em 2015. As vendas na Área Metropolitana de Lisboa também cresceram mais que a média nacional (18,5%), tendo sido registado um aumento de 25,5%.

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Emissão da CGD fechada. Taxa final é de 10,75%

A emissão de dívida subordinada da CGD já está fechada. O banco estatal vai pagar um juro de 10,75%, depois de ter registado uma procura de mais de dois mil milhões de euros.

A Caixa Geral de Depósitos (CGD) foi ao mercado para obter 500 milhões de euros através de títulos de dívida subordinada. Registou uma procura elevada, mas a taxa acabou por não descer muito face aos termos iniciais. Ainda assim, o banco estatal terá, segundo fontes citadas pela Bloomberg, conseguido um juro de 10,75%.

 

Tendo em conta informação obtida junto da operação, que não pode ser identificada, a agência noticiosa revela que a taxa final da operação que foi lançada esta quinta-feira, 23 de março, foi encerrada com um juro de 10,75%. Esta taxa baixou face aos níveis iniciais, acima de 11%.

As primeiras ofertas registadas apontavam para uma taxa entre 11% e 11,50%. Contudo, perante o volume de ofertas registado, o juro acabou por encolher, ficando ainda assim num nível elevado. Mourinho Félix, secretário de Estado das Finanças, tinha dito em outubro que uma taxa de “8% seria o valor que gostaríamos”.

O banco pretende 500 milhões de euros nesta primeira tranche de dívida colocada junto de investidores privados — apenas institucionais — que faz parte do plano de recapitalização da CGD. Sem a obtenção destes fundos não há a injeção de 2.500 milhões por parte do Estado. As ofertas terão superado os dois mil milhões de euros, apurou o ECO.

A CGD tinha revelado, antes da operação, que no roadshow realizado nas principais praças europeias sentiu “um forte interesse” dos 120 investidores institucionais com quem esteve reunido. Investidores estes que demonstraram “profundo conhecimento acerca da CGD e do setor financeiro português”. Mas isso não impediu um custo elevado nesta operação.

(Notícia atualizada às 12h48 com mais informação)

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É cliente Montepio? Saiba como os produtos estão protegidos

A crise em torno da Associação Mutualista Montepio Geral tem suscitado questões por parte dos aforradores que temem a segurança das poupanças aplicadas no universo Montepio. Saiba o que está em causa.

Nas últimas semanas, muito se tem ouvido falar do nome Montepio, e não pelas melhores razões. As reticências que têm surgido em torno da saúde da Associação Mutualista, que é dona da Caixa Económica Montepio Geral, colocaram muitos portugueses de “ouvidos alerta”, sobretudo aqueles que têm as suas poupanças aplicadas no banco ou na associação mutualista. Muitos se têm questionado se as suas poupanças estão seguras ou não? Neste artigo, o ECO procura dar resposta a algumas das principais reticências que estão na mente de muitos aforradores relacionadas com os produtos do Montepio.

1. Tenho dinheiro no Montepio. Devo estar preocupado?

Antes de mais, é preciso distinguir que existem duas entidades que usam Montepio no nome: o Montepio Geral Associação Mutualista e a Caixa Económica Montepio Geral. Estão relacionadas, já que a primeira controla o capital da segunda, mas são entidades distintas e que funcionam em moldes diferenciados.

O Montepio Geral Associação Mutualista nasceu como uma IPSS, com pendor social, da qual fazem parte atualmente mais de 600 mil associados, e que funciona sob a supervisão do Ministério do trabalho e da Segurança Social. Já a Caixa Económica Montepio Geral, é uma instituição bancária, cuja supervisão compete ao Banco de Portugal. A unir as duas entidades está o facto de, para além de comercializar os seus próprios serviços e produtos financeiros, como depósitos, a Caixa Económica Montepio Geral também distribuir aos seus balcões produtos de poupança da Associação Mutualista destinados as seus associados — designados como produtos mutualistas — e cuja responsabilidade é apenas desta última entidade.

Os sinais de alerta que têm surgido em torno do nome Montepio relacionam-se precisamente com a Associação Mutualista, pelo que a existir risco este incidirá sobre as quantias aplicadas em produtos mutualistas e não nos da Caixa Económica. Até porque, se o seu dinheiro estiver alocado em depósitos da Caixa Económica, as quantias depositadas estão salvaguardadas, pelo menos em parte, pelo Fundo de de Garantia de Depósitos. Este fundo que é alimentado pelas contribuições de todos os bancos, incluindo a Caixa económica Montepio Geral, garante o reembolso até ao limite de 100 mil euros, por depositante, em caso de incumprimento da instituição financeira. Mas se em causa estiverem produtos mutualistas, este mecanismo não oferece proteção. A garantia dos valores aplicados irá depender exclusivamente da capacidade financeira da associação mutualista.

2. E se o meu depósito não for mesmo um depósito?

Para além dos tradicionais depósitos a prazo, a Caixa Económica Montepio Geral, comercializa produtos financeiros de entidades terceiras, como é o caso dos fundos de investimento, por exemplo, mas também dos produtos mutualistas da Associação Mutualista. Muitos aforradores têm-se deixado seduzir por esta última classe de produtos, devido à remuneração atrativa sobretudo quando comparada com a generalidade dos depósitos a prazo.

Na maior parte dos casos são produtos muito semelhantes aos seguros de capitalização, que são comercializados junto dos associados do Montepio como alternativa de poupança sem risco e capital garantido, e em que os respetivos retornos tendem a superar os 1% ou chegar mesmo aos 3%. “A verdade é que estes planos mutualistas são apresentados ao balcão como uma alternativa aos depósitos. Os depósitos neste momento rendem praticamente zero, enquanto esses produtos têm um rendimento acima de 1%. Portanto se são apresentados com garantia de capital, as pessoas optam por esses produtos e às vezes até pensam que é um depósito”, explicou ao ECO António Ribeiro, economista da Proteste Investe, da Deco. O problema é que não se tratam de depósitos.

Para perceberem se aquilo que subscreveram é ou não um depósito a prazo, basta aos aforradores consultarem a ficha do produto em causa. Todos os depósitos a prazo dispõem obrigatoriamente de uma ficha de informação normalizada (FIN) onde estão descritas as suas principais características. Se se tratar de um depósito a prazo, tal terá de estar especificamente escrito no tópico “Modalidade”. Se essa referência não existir é porque não se trata de um depósito a prazo. No caso dos produtos mutualistas o que é disponibilizado é uma ficha técnica onde estão descritas as respetivas características.

Tratando-se de um produto mutualista, não existe qualquer garantia exterior que assegure o reembolso das quantias aplicadas em caso de dificuldades da Associação Mutualista. A proteção é estritamente interna e dependente da respetiva solvência.

3. Se houver algum problema, consigo reaver o meu dinheiro?

A proteção interna das quantias aplicadas em produtos mutualistas é assegurada por reservas constituídas pela Associação Mutualista. Mais em concreto, provisões matemáticas que são constituídas e que se destinam a “cobrir as responsabilidades com origem nas diferentes modalidades mutualistas subscritas pelos associados”. Segundo os dados divulgados aquando da apresentação de resultados, a Associação Mutualista assumiu ter reservas suficientes para fazer face as compromissos assumidos com os mutualistas.

Os documentos indicam que as “provisões são calculadas, mensalmente, sobre bases atuariais aprovadas pelo Ministério da Solidariedade e da Segurança Social”, a entidade a quem compete a supervisão dos produtos disponibilizados pela Associação Mutualista. São estas as provisões que podem ser usadas em situações de urgência.

Aquilo que a entidade liderada por António Tomás Correia deu indicação é de que as respetivas reservas asseguram um rácio de cobertura de 1,052 das suas responsabilidades. Para exemplificar, isto significa que por cada 100 euros aplicados pelos associados em produtos mutualistas, em teoria, a associação mutualista dispõe de 105 euros para fazer face a esse compromisso. Ou seja, pelo menos para já, não há indicação de que a Associação Mutualista não conseguisse fazer face aos compromissos assumidos com os mutualistas caso tal fosse necessário.

4. É preferível manter ou retirar o dinheiro?

Os associados que dispõem de produtos mutualistas e tenham receios relativamente à saúde da Associação Mutualista e à segurança das quantias aplicadas, têm sempre a possibilidade de resgatar os valores em causa. Podem até optar por aplicar esse dinheiro em depósitos a prazo da própria Caixa Económica Montepio Geral, por exemplo, onde existem produtos a oferecer retornos competitivos quando comparados com grande parte da concorrência.

Contudo, esta decisão pode até ser contraproducente. Isto acontece porque muitos dos produtos mutualistas quando resgatados antes do fim do prazo são penalizados com uma perda substancial do rendimento. É o que acontece, por exemplo, com o produto Montepio Capital Certo. No caso da série deste produto que está em comercialização até 6 de abril, é oferecida uma Taxa de juro anual bruta (TANB) de 2,5% a quem mantenha a aplicação pelo prazo de cinco anos e um dia. Caso seja resgatado no segundo ano do respetivo prazo de aplicação, a remuneração é reduzida em 75%, por exemplo.

Ou seja, o aforrador terá de avaliar se está disposto a perder retornos dessa ordem, numa altura em que de acordo com a associação mutualista, “o indicador de cobertura de responsabilidades pelos fundos, reservas e provisões matemáticas constituídas, embora tenha registado uma redução em 2016, por efeito da incorporação dos resultados negativos de 2015, mantém-se superior a 1, continuando a refletir a capacidade da Associação Mutualista honrar os seus compromissos”.

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EasyJet deixa de voar para os Açores em outubro

  • Lusa
  • 23 Março 2017

A companhia área low cost vai deixar de fazer a ligação entre Lisboa e Ponta Delgada já em outubro. Empresa não consegue garantir, no mínimo, dois voos diários.

O diretor da easyJet em Portugal, José Lopes, afirmou hoje que a companhia aérea de baixo custo vai deixar de operar a rota Lisboa – Ponta Delgada no final de outubro, dois anos após ter iniciado a operação nos Açores.

“Vamos deixar cair a rota de Lisboa – Ponta Delgada”, anunciou hoje José Lopes, durante uma conferência de imprensa para anunciar o horário de inverno da easyJet para 2017/2018. O diretor da companhia britânica em Portugal explicou que a easyJet não conseguiu entrar naquele mercado “com a oferta mínima de qualidade”.

“Nós não saímos por o tráfego de Ponta Delgada estar a baixar — estava a crescer — mas, na nossa conjuntura, não conseguimos ter a oferta que queríamos, que era, no mínimo, ter dois voos diários. Não tendo essa capacidade preferi retirar e transformar essas rotas em rotas diárias [em outros destinos]”, disse José Lopes, lembrando que a easyJet lutou três anos pela liberalização daquele mercado.

No entanto, a easyJet decidiu agora “voltar atrás” e “abandonar a operação para os Açores”, dois anos depois da liberalização da operação naquele mercado. “Isto num momento em que acreditamos que com o aumento da oferta da concorrência não vai haver impacto negativo, nem no mercado nem nos açorianos”, disse.

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Ações do BCP disparam após CaixaBI dar potencial de 50%

Banco liderado por Nuno Amado já recuperou as perdas em bolsa que registou desde o aumento de capital. Dispara mais de 5% após o CaixaBI atribuir um potencial de valorização superior a 50%.

Para o CaixaBI, que retomou esta quinta-feira a cobertura do BCP BCP 0,00% , as ações do banco liderado por Nuno Amado valem 0,25 euros. Trata-se de um preço-alvo com um potencial de valorização de mais de 50%, com uma recomendação de “compra”. Com isto, os títulos do banco estão hoje a negociar em grande destaque na bolsa de Lisboa, atingindo máximos desde o aumento de capital.

As ações do BCP estão a disparar 5,26% para 0,1741 euros, o valor mais elevado desde o dia 9 de janeiro, o dia em que anunciou o aumento de capital no valor de 1.300 milhões de euros.

A dar força aos títulos do BCP está o reinício da cobertura da parte dos analistas do CaixaBI, que conferem ao banco um preço-alvo de 0,25 euros por ação. Ou seja, face ao preço de fecho desta quarta-feira, atribuem um potencial de valorização de 51%, razão pela qual recomenda a “compra” do título.

BCP em máximos desde aumento de capital

Fonte: Bloomberg (valores em euros)

“O BCP definiu o exercício de 2017 como um ano de transição, nomeadamente no que se refere à redução dos custos com imparidades para crédito”, diz o banco de investimento. “Adicionalmente, a rentabilidade do banco será impulsionada pelo crescimento da margem financeira, não só pelo impacto positivo do pagamento das obrigações CoCo ao Estado Português (cerca de 65 milhões de euros face a 2016), mas também pela continuação do processo de repricing da carteira de depósitos a prazo em Portugal (com a subsequente redução do custo médio de financiamento)”, argumentam os analistas.

"A rentabilidade do banco será impulsionada pelo crescimento da margem financeira, não só pelo impacto positivo do pagamento das obrigações CoCo ao Estado Português (cerca de 65 milhões de euros face a 2016), mas também pela continuação do processo de repricing da carteira de depósitos a prazo em Portugal (com a subsequente redução do custo médio de financiamento.”

CaixaBI

Apresentando indicadores mais técnicos sobre múltiplos com que a ação negoceia face aos seus resultados esperados, o mercado “parece subestimar o potencial de recuperação do banco ao nível da sua conta de resultados para o período 2017-2018”.

Nota: A informação apresentada tem por base a nota emitida pelo banco de investimento, não constituindo uma qualquer recomendação por parte do ECO. Para efeitos de decisão de investimento, o leitor deve procurar junto do banco de investimento a nota na íntegra e consultar o seu intermediário financeiro.

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Vem aí a unidade de missão para captar empresas “pós-Brexit”

  • Lusa
  • 23 Março 2017

O primeiro-ministro anunciou a criação de uma unidade de missão para captar empresas após a saída do Reino Unido da União Europeia, o que poderá implicar a saída dos britânicos do mercado único.

O primeiro-ministro afirmou esta quinta-feira que será lançada uma unidade de missão destinada a incentivar a localização de empresas em Portugal que pretendam continuar sem condicionalismos no espaço europeu após a saída do Reino Unido da União Europeia. António Costa falava na sessão de abertura da Convenção Nacional dos Serviços, conferência que se prolonga até sexta-feira, na Fundação do Oriente, em Lisboa, após uma breve intervenção do presidente da Confederação do Comércio Português, João Vieira Lopes.

Na parte final do seu discurso, António Costa citou o antigo primeiro-ministro e atual secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, para dizer que um político deve fazer essencialmente duas coisas: Evitar criar problemas e transformar os problemas em oportunidades. Ora, segundo o atual primeiro-ministro, na sequência das suas visitas de Estado à China e à Índia, tornou-se para si evidente que o problema do “Brexit”, saída do Reino Unido da União Europeia, pode ser encarado por Portugal como uma oportunidade.

Portugal pode ser uma excelente plataforma para empresas que estão instaladas na União Europeia e que não têm vontade de sair. Por isso, iremos criar uma unidade de missão com o objetivo específico de termos um quadro atrativo para a localização em Portugal de empresas que desejem manter-se na União Europeia e que, por força da legítima decisão dos cidadãos britânicos, não queiram ficar fora da União Europeia”, declarou António Costa.

Ainda de acordo com o líder do executivo, esta será também uma forma de Portugal “contribuir para a globalização e para o reforço da própria base económica da União Europeia”. “É uma boa forma de demonstrarmos que não estamos na União Europeia nem com complexos de sermos um país do sul, mas com o enorme orgulho de sermos um país atlântico e aberto ao mundo, com capacidade de acrescentar valor e atividade económica”, acrescentou o primeiro-ministro.

No seu discurso, António Costa procurou também evidenciar as potencialidades de globalização do setor dos serviços, defendendo que Portugal tem uma vantagem competitiva pela sua inserção geoestratégica a nível mundial, tendo uma língua global e laços profundos em todos os continentes. Neste ponto disse mesmo que António Guterres desempenha atualmente as funções de secretário-geral das Nações Unidas, não por Portugal ser país membro da União Europeia, mas pelas qualidades pessoais do próprio, aliadas à presença de Portugal em vários pontos do mundo.

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Theresa May: “Vimos o pior da Humanidade”

  • ECO
  • 23 Março 2017

A primeira-ministra britânica promete mais policiamento nas ruas de Londres depois do ataque terrorista de 22 de março. E reforça que os valores do povo britânico vão prevalecer.

Depois de mais um ataque terrorista na capital londrina, que vitimou cinco pessoas, Theresa May afirmou, no Parlamento, que os britânicos viram “o pior da humanidade”. A primeira-ministra salientou, no entanto, que “os valores deste país vão prevalecer”. Diz que é preciso vencer o medo do terrorismo, anunciado um forte investimento na segurança dos cidadãos.

No discurso que apresentou esta manhã, Theresa May prometeu um maior contingente policial nas ruas de Londres, para a manutenção da segurança. E anunciou um reforço no orçamento, prometendo investir mais 2,5 mil milhões de libras para manter a população protegida destes ataques terroristas.

Theresa May chamou ainda a atenção para o facto de que o ato não vai conseguir quebrar o espírito dos britânicos e que eles “não estão com medo”: “Vamos continuar a fazer de Londres a melhor cidade do mundo. E é em milhões de atos de normalidade que se consegue a melhor resposta ao terrorismo”.

O atentado foi cometido por um único homem — já se suspeita de quem seja, mas a polícia britânica ainda não confirmou a identidade — que conduziu uma carrinha ao longo do tabuleiro da ponte de Westminster, atropelando diversos transeuntes, e saiu de seguida do veículo para esfaquear um polícia à entrada do complexo do Parlamento. Além de cinco mortos, há mais de 40 feridos.

Numa sessão em que a bandeira do país esteve a meia haste e se fez silêncio em homenagem às vítimas, a primeira-ministra louvou a atitude daqueles que se arriscaram para manterem os restantes em segurança, entre eles o polícia que acabou por morrer na sequência dos ferimentos provocados pelo atacante, quando tentava impedi-lo de avançar. “Os valores deste país vão prevalecer, vão vencer o medo do terrorismo”, disse May.

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Quando a pizza valoriza mais nos mercados do que o iPhone

A fome dos mercados é muita. O objetivo é, no final, ter lucro, nem que seja a longo prazo. Quem o pode dizer são os investidores da Domino's que, 7 anos depois, acumulam uma valorização de 2.000%.

Conhece a Domino’s? Se viver na capital é provável que já tenha visto uma das lojas da marca norte-americana que chegou a Portugal em 2015. A pizza made in USA ainda não se expandiu ao resto do país, mas se investe nos mercados internacionais este alerta é para si: o Quartz comparou a evolução das ações da empresa com as do Google, Facebook, Apple e Amazon e concluiu que os títulos da Domino’s têm mais fermento. Desde 2010 até hoje, a empresa valorizou mais de 2.000% em bolsa.

Percentagem de crescimento das ações da Domino’s em relação às grandes empresas de tecnologia.Quartz

Se a primeira década do século foi vista como o boom das ações das tecnológicas norte-americanas, a segunda década está a ser o boom da pizza. A afirmação é exagerada, mas foi isso que aconteceu com a Domino’s que, depois do rebranding e reformulação do negócio de 2009, relançou-se no mercado. Segundo o Market Watch, o negócio continua a expandir: no terceiro trimestre de 2016, a empresa aumentou os lucros em 25%.

A expansão internacional ajudou a que alcançasse uma valorização superior de quase 2.500% em quase sete anos, ultrapassando as empresas tecnológicas que ficaram à volta dos 500%. Se se comparar a evolução das ações da Domino’s com a performance do índice onde está inserida, o S&P 500, então a diferença é ainda maior.

Uma das explicações apontadas pode ser o “amor” dos millennials pela pizza, algo que não acontecia nas gerações anteriores. A empresa está neste momento avaliada em nove mil milhões de dólares, graças ao impulso dado desde 2009 com a nova receita e a mudança de pizza barata a todo custo para um produto com mais qualidade ainda que acessível ao público. Além disso, a empresa expandiu o seu menu integrando novos produtos como as asas de frango.

Uma das únicas empresas mais mediáticas que, nos últimos anos, conseguiu superar em certos momentos a performance da Domino’s foi a Netflix. O serviço de streaming está perto de atingir os 2.000% de valorização entre 2010 e 2017, também fruto da expansão que ocorreu a nível mundial e à aposta em conteúdo original. A Netflix tem apostado recentemente em vários tipos de formatos como é o caso das séries, filmes ou documentários.

As únicas empresas a superar, até agora, os resultados da Domino’s são a Patrick Industries (4.273%), a ACADIA Pharmaceuticals (2.717%) e a Accelerate Diagnostics (2.676%).

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Confederação Europeia de Sindicatos reclama saída imediata de Dijsselbloem

  • Lusa
  • 23 Março 2017

O cerco à volta do presidente do Eurogrupo está cada vez mais apertado. Desta vez é a Confederação Europeia de Sindicatos a pedir a demissão de Jeroen Dijsselbloem.

A Confederação Europeia de Sindicatos (CES) reclamou esta quinta-feira a demissão imediata do presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, e a sua substituição por alguém com “uma mente mais aberta”, capaz de construir consensos entre os países da zona euro. “Os seus insultos acerca de países gastarem dinheiro em mulheres e álcool são suficientemente maus, mas o verdadeiro problema é que ele já não será ministro no novo Governo holandês. Ele deve demitir-se imediatamente. O seu partido perdeu as eleições, e ele tem que sair”, defendeu o secretário-geral da CES, em comunicado divulgado em Bruxelas.

Ele deve demitir-se imediatamente. O seu partido perdeu as eleições, e ele tem que sair.

Confederação Europeia de Sindicatos

Luca Visentini, secretário-geral

De acordo com Luca Visentini, “a Europa necessita de um presidente do Eurogrupo com uma mente mais aberta, que seja capaz de construir consensos entre os ministros, de forma a conseguir dar à Europa aquilo que ela desesperadamente necessita: uma forma de aumentar o investimento público, uma reforma do pacto de estabilidade e crescimento e um aumento da procura através de aumentos salariais nos setores público e privado”.

A Europa necessita de políticas genuinamente amigas do crescimento, muito diferentes das políticas conservadoras e neoliberais que o senhor Dijsselbloem praticou durante o seu mandato”, conclui o secretário-geral da Confederação Europeia de Sindicatos.

O Governo português pediu o afastamento de Dijsselbloem da presidência do fórum de ministros das Finanças da zona euro, na sequência da entrevista da passada segunda-feira ao jornal alemão Frankfurter Allgemeine Zeitung, na qual o político holandês observou que “durante a crise do euro, os países do norte mostraram solidariedade com os países afetados pela crise”, mas “também deve haver obrigações” e “não se pode gastar todo o dinheiro em copos e mulheres e depois pedir ajuda”.

“A Europa só será credível com um projeto comum no dia em que o senhor Djisselblom deixe de ser presidente do Eurogrupo e haja um pedido de desculpas claro, relativamente a todos os países e povos que foram profundamente ofendidos por estas declarações”, disse na quarta-feira o primeiro-ministro António Costa.

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