Costa reitera a Rajoy apoio de Portugal a candidatura de Guindos ao BCE

  • Lusa
  • 6 Fevereiro 2018

António Costa encontrou-se esta terça-feira em Madrid como Mariano Rajoy, onde reiterou o apoio de Portugal à candidatura de Luis de Guindos à vice-presidência do Banco Central Europeu.

O primeiro-ministro, António Costa, reiterou esta terça-feira o apoio a uma candidatura do espanhol Luis de Guindos ao cargo de vice-presidente do Banco Central Europeu (BCE), no decorrer de uma reunião em Madrid com o homólogo espanhol.

De acordo com fonte do gabinete do chefe do Governo português, António Costa reiterou a Mariano Rajoy o apoio de Portugal a uma eventual candidatura de Luis de Guindos, atual ministro da Economia de Espanha, à vice-presidência do BCE. A mesma fonte recordou que este tipo de apoios mútuos “é normal” quando estão em causa altos cargos internacionais, apontando o caso do apoio espanhol na eleição do ministro das Finanças português, Mário Centeno, para a presidência do Eurogrupo.

Luis de Guindos poderá candidatar-se à vice-presidência do BCE deixada vaga pelo português Vitor Constâncio, que termina o mandato no final de maio. O prazo para os países da zona euro apresentarem candidatos ao cargo de vice-presidente do Banco Central Europeu termina na quarta-feira, sendo que Espanha e Irlanda já anunciaram que vão entrar na corrida.

Espanha já anunciou que apresentará um candidato para o lugar, que deverá ser o ministro da Economia espanhol, Luis de Guindos, embora o nome ainda não tenha sido divulgado oficialmente. A Irlanda já anunciou a candidatura do governador do Banco Central irlandês, Philip Lane.

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Fundo de João Talone negoceia compra de metalúrgica Roq

A empresa que já pertencia ao fundo Explorer Investmens deverá passar para a Magnum Capital. Negócio deve ficar fechado ainda esta semana.

A Roq, ex-S. Roque, empresa que fabrica máquinas e equipamentos para as indústrias de estamparia têxtil e embalagem, está prestes a mudar de mãos. A gestora Magnum Capital, de João Talone, está em negociações avançadas para adquirir a empresa de Vila Nova de Famalicão, avançam fontes financeiras conhecedoras do processo citadas por vários órgãos de informação espanhóis. Uma informação, entretanto, confirmada pelo ECO junto de fontes do setor. As mesmas fontes adiantam que o “negócio deve estar fechado até ao final desta semana“.

A empresa é detida em 70% pela Explorer Investiments, estando os restantes 30% do capital nas mãos de Manuel Sá, fundador e presidente executivo da Roq. A entrada da Explorer Investiments aconteceu em 2013, com o objetivo de fazer a empresa crescer. Na altura, a empresa respondia ainda pelo nome de S. Roque.

A Roq, está avaliada em perto de 150 milhões de euros, e tem um volume de faturação de 50 milhões de euros, e um EBITDA de 20 milhões de euros. Segundo a página oficial do grupo, a Roq emprega 350 pessoas e está presente em mais de 70 países.

Fundada em 1983, a S. Roque começou por se dedicar à construção e comercialização de máquinas de estamparia têxtil e, apesar de a sua génese estar ligada à manutenção destes equipamentos, a empresa rapidamente identificou a oportunidade de construir de raiz este tipo de máquinas. Depois de se impor no mercado nacional, iniciou o processo de internacionalização e, além das parcerias europeias, expandiu-se para o Brasil e América do Sul.

O ECO tentou falar com João Talone, que se recusou a fazer comentários alegando um acordo de confidencialidade entre as partes.

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Manuel Vicente invoca lei nacional e angolana para pedir transferência do processo para Angola

O ECO teve acesso à carta que o ex-vice-presidente de Angola escreveu a 19 de janeiro e em que pede para ser julgado no seu país. Manuel Vicente reclama "urgência" na resposta.

O ex-vice-presidente de Angola invoca — numa carta enviada à Procuradoria-Geral de Angola datada de 19 de janeiro a lei portuguesa e a lei angolana para a transferência de parte do processo denominado de “Operação Fizz”, em que Manuel Vicente é suspeito.

Uma carta cuja existência já tinha sido avançada no comentário de Luís Marques Mendes, na edição do Jornal da Noite da SIC, no passado domingo. O ECO teve acesso à carta (ver imagem em baixo) em que o ex-vice de Angola pede que o Procurador-Geral da República confirme, “com urgência”, se já terá recebido a carta rogatória enviada pelo Ministério Público (MP) português, pedindo a sua constituição como arguido e a notificação da acusação, “para efeitos de alegado cumprimento do quadro legal português” bem como “o teor da resposta” que a PGR angolana irá dar a essa mesma carta rogatória.

No mesmo documento, Manuel Vicente pede expressamente ao PGR Hélder Pitta Grós para ser julgado no seu país, conforme está previsto na legislação portuguesa — invocando a lei nº 144/99 de 31 de agosto — e na legislação angolana, invocando a Lei 13/15 de 19 de julho. Estes diplomas referem-se, em parte, à lei de cooperação estratégica internacional penal.

Segundo Luís Marques Mendes, no seu espaço habitual de comentário na SIC, esse pedido formal feito à PGR é indicativo de que Manuel Vicente “está disponível para ser julgado” em Angola. Na sequência dessa carta, disse ainda no domingo Marques Mendes, “nos próximos dias chegará formalmente a Portugal um pedido das autoridades judiciais de Angola para que o processo seja transferido para o país”.

O processo que resultou da chamada “Operação Fizz” já começou a ser julgado em Portugal, mas a parte relativa a Manuel Vicente foi separada, já que Angola ainda não deu resposta às cartas rogatórias enviadas pelo Ministério Público português. Esta parte separada é que o ex-vice-presidente quer que seja transferida para Angola.

No fim semana, as autoridades judiciárias terão emitido um mandado de detenção para notificar Manuel Vicente em Portugal, por alegadamente ter recebido uma “informação da PSP” de que ele estaria em território nacional. Porém, segundo avançou o DN, Manuel Vicente terá estado não em Portugal mas sim em São Tomé.

Manuel Vicente é acusado de corrupção ativa e ainda do crime de branqueamento de capitais. A acusação alega que o então presidente da Sonangol terá pedido ao procurador do Ministério Público Orlando Figueira para arquivar inquéritos relacionados consigo, a troco de dinheiro.

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LG Portugal está a recrutar para estágios. Há vagas em quatro áreas

A LG Portugal tem em curso um programa de estágios com a duração de nove meses, com vagas para as áreas de recursos humanos, tecnologias de informação, marketing e sales support.

A LG Portugal está a recrutar novos talentos para se juntarem à empresa já no próximo mês de março. A divisão da tecnológica sul-coreana em Portugal vai disponibilizar uma bolsa de estágio com a duração de nove meses e há vagas para as áreas de recursos humanos, tecnologias de informação, marketing e sales support. Finalizado o estágio, a empresa oferece possibilidade de carreira.

Chama-se “LG Xplorers” e é o novo programa de estágios da LG Portugal. A empresa está à procura de talentos que queiram integrar a equipa portuguesa e, em cima da mesa, está uma bolsa de estágio de nove meses. As candidaturas devem ser submetidas até ao próximo dia 16 de fevereiro, no site da LG Xplorers. Durante as fases de seleção, os candidatos vão passar por cinco etapas, entre elas um business case e um career pitch nos escritórios da empresa.

“O que vamos oferecer é a oportunidade de aprendizagem de novos conhecimentos, de novos processos em contexto de trabalho, numa experiência que pretendemos ser a mais real possível. Pretendemos, acima de tudo, que os jovens aproveitem esta oportunidade para se desenvolverem profissionalmente e nos acompanhem na busca constante pela inovação”, disse Rui Moita, diretor de recursos humanos da LG Portugal.

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Governo investe 86 milhões para controlar as cheias no país

Vão ser investidos 86,5 milhões de euros em 26 projetos em todo o território para controlar as cheias. O Fundo de Coesão vai dar um apoio de 63,94 milhões de euros.

Mais de metade do país (56%) continua em seca severa, mas os portugueses têm bem presente na memória partes do país cobertas de água pelas cheias mais ou menos violentas. Até em contexto urbano, chuvas mais intensas, num curto espaço de tempo, deixam partes da cidades alagadas. Loures, Alcântara, Setúbal são bons exemplos. Para travar o fenómeno vão ser investidos 86 milhões de euros em 26 projetos para controlar as cheias.

O Fundo de Coesão vai ajudar a resolver o problema com 64 milhões de euros atribuídos através do Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos (POSEUR). Em causa estão projetos como a regularização fluvial e controlo de cheias da ribeira do Prior Velho (um investimento total 10,74 milhões de euros do município de Loures, com um apoio comunitário de 8,33 milhões) ou o desassoreamento da albufeira do Açude na ponte ponte de Coimbra e a estabilização da margem direita do Rio Mondego entre a Ponte Santa Clara e o Açude — o projeto mais avultado dos 26 cujo termo de aceitação relativos aos três avisos lançados pelo POSEUR vai ser assinado esta quarta-feira, com a presença do ministro do Ambiente, Matos Fernandes. Neste caso, a câmara de Coimbra terá de avançar com um investimento de 14,18 milhões de euros que contam com uma comparticipação de 11,92 milhões.

“Através destes 26 projetos serão intervencionados 295 quilómetros de linhas de águas (rios e ribeiras), prevendo-se reduzir os riscos de inundações em 89 mil hectares”, “nas zonas de maior risco de cheias e inundações”, avança o comunicado do Ministério do Ambiente a dar conta da cerimónia de assinatura que decorrerá no Centro de Alto Rendimento da Golegã.

A Golegã é outro dos municípios que vai ter obras de reabilitação de vários diques: Dique da Labruja, Dique de S. João, Dique D’El Rei, Dique da Malã e Dique dos Vinte, um projeto de 1,62 milhões de euros, comparticipado quase na íntegra pelo Fundo de Coesão (1,23 milhões de euros).

O principal investidor (e beneficiário) destes projetos é a Agência Portuguesa do Ambiente, responsável por seis projetos num total de 21,29 milhões de euros, que contam com um apoio de 16,37 milhões de euros.

Estes 26 projetos foram aprovados no âmbito de três avisos lançados pelo POSEUR para a desobstrução, regularização fluvial e controlo de cheias.

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Cuatrecasas assessora HCC em venda de centros comerciais

  • ADVOCATUS
  • 6 Fevereiro 2018

A Cuatrecasas assessorou juridicamente a HCC International Insurance Company, no âmbito do processo de venda de três centros comerciais à Immochan pela Blackstone.

A Cuatrecasas assessorou juridicamente a HCC International Insurance Company, PLC na colocação de um seguro de declarações e garantias do vendedor, no âmbito do processo de venda à Immochan de três centros comerciais detidos pela Blackstone.

Os centros comerciais em causa são o Sintra Retail Park, o Forum Sintra e o Forum Montijo, cujo valor total de venda excedeu os 400 milhões de euros. Esta operação foi notificada à Autoridade da Concorrência no dia 23 de janeiro.

A equipa da Cuatrecasas envolveu os sócios João Mattamouros Resende e Nuno Sá Carvalho, responsáveis pelos departamentos de Direito Societário e Direito Imobiliário, e os associados João Von Funcke e Gonçalo Nogueira.

O recurso a este tipo de seguros constitui hoje uma tendência de mercado no âmbito de operações transfronteiriças de fusões e aquisições, em particular no setor imobiliário, tendo a Cuatrecasas, nos últimos meses, assessorado várias seguradoras na contratação destes produtos.

A britânica HCC International Insurance Company comercializa mais de 100 produtos de seguros, em mais de 180 países.

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CMS Rui Pena & Arnaut com nova associada no Fiscal

  • ADVOCATUS
  • 6 Fevereiro 2018

Mónica Santos Costa acaba de integrar o departamento de Fiscal da CMS Rui Pena & Arnaut, liderado pelo sócio Patrick Dewerbe.

Mónica Santos Costa acaba de integrar o departamento de Fiscal da CMS Rui Pena & Arnaut, liderado pelo sócio Patrick Dewerbe.

A nova associada sénior vai trabalhar a partir do escritório de Paris, CMS Francis Lefebvre, em regime de Secondment. Vai, assim, prestar apoio sobretudo a clientes franceses com investimentos em Portugal, mas também a portugueses com investimentos em França, com especial incidência nas suas matérias de especialização, Banking & Finance e Private Clients.

Mónica Santos Costa esteve 17 anos na consultora Ernst & Young, no Departamento de Financial Services, orientado para a prestação de serviços à Banca e outras instituições financeiras, onde desenvolveu também trabalho na área da tributação ligada a assuntos que envolvem múltiplas jurisdições.

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PCP força debate no parlamento sobre normas laborais a 14 de março

  • Lusa
  • 6 Fevereiro 2018

"A convergência de PS com PSD e CDS significou impedir os trabalhadores de terem o trabalho extraordinário e em dia de feriado como ele devia ser pago", disse o deputado bloquista João Oliveira.

O grupo parlamentar do PCP anunciou esta terça-feira o agendamento de um debate parlamentar em 14 de março sobre o fim da caducidade da contratação coletiva, o princípio do tratamento mais favorável aos trabalhadores e a regulação de horários.

No encerramento das jornadas parlamentares comunistas em Portalegre, o líder da bancada do PCP, João Oliveira, reiterou as críticas à “convergência” de PS com PSD e CDS-PP relativamente a alterações à legislação laboral e também às posições da Comissão Europeia e de um recente relatório que declarava que Portugal continua com contratos sem termo demasiado protegidos.

"As relações entre PS e PCP são secundárias quando aquilo que está na primeira linha é a vida dos trabalhadores, as condições de trabalho e a distribuição da riqueza e forma como é alcançada a partir da legislação laboral que existe”

João Oliveira

Deputado PCP

“As relações entre PS e PCP são secundárias quando aquilo que está na primeira linha é a vida dos trabalhadores, as condições de trabalho e a distribuição da riqueza e forma como é alcançada a partir da legislação laboral que existe”, afirmou João Oliveira, questionado sobre se estas matérias contribuem para algum desgaste na posição conjunta com os socialistas e que viabilizou o Governo de António Costa, juntamente com BE e PEV.

Para o deputado comunista, “a convergência de PS com PSD e CDS, objetivamente, significou impedir os trabalhadores de terem o trabalho extraordinário e em dia de feriado como ele devia ser pago“. PS, PSD e CDS-PP chumbaram na sexta-feira projetos de lei de PCP, BE e PAN para repor os valores do trabalho em horas extraordinárias e o direito ao descanso compensatório.

Relativamente ao documento de Bruxelas noticiado hoje pelo Diário de Notícias, João Oliveira disse que “essas afirmações tornam mais clara a natureza da UE e os objetivos e projetos que aponta para os povos dos países que a integram“. “São coincidentes com o caminho de agravamento da exploração e empobrecimento que foi imposto e que o anterior Governo PSD/CDS concretizou entre 2011 e 2015, que corresponde a um projeto de retrocesso social que o povo português recusa”, continuou.

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“Meticulosas cativações” e “sacrifício do investimento público”: Os recados de Marcelo a Centeno

Num discurso de 10 minutos, o Presidente da República fez exigências ao Governo, partidos que asseguram a maioria parlamentar, oposição e instituições públicas.

Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente da República, no Banking Summit.Paula Nunes / ECO

Marcelo Rebelo de Sousa reconhece que a “gestão económico-financeira” e “política e administrativa” do atual Governo “inverteu expectativas negativas e potenciou expectativas positivas”. O Presidente da República confia até num futuro de continuidade do crescimento económico, mas não deixa escapar vários reparos, sobretudo a Mário Centeno. Como lembra o Presidente, a evolução económica que Portugal conheceu no ano passado ficou a dever-se, em parte, a “meticulosas cativações, sacrifício do investimento público e contenção de algumas despesas”. Por agora, Marcelo deixa avisos da esquerda à direita: quer “estabilidade política, legislaturas cumpridas, governos fortes, oposições igualmente fortes e credibilidade dos partidos políticos”.

O chefe de Estado falava na abertura do Banking Summit, conferência que decorre esta terça e quarta-feira, em Lisboa, e que aborda o impacto da evolução tecnológica sobre o setor da banca. Num discurso de pouco mais de 10 minutos, Marcelo aproveitou para fazer um balanço dos últimos dois anos de governação e não deixou de voltar a elogiar o anterior Governo. A governação substituída em 2015 deixou com inquestionável mérito um trilho aberto, e começado a percorrer, de drástica redução do défice e de sensibilização para a prioridade nacional do saneamento das contas públicas e do crescimento da economia portuguesa”, salientou.

Por essa altura, recordou, a “dúvida existente” era se “a nova fórmula governativa prosseguiria, e em que termos e com que empenho, o caminho herdado”, ou se, “à força de nele querer introduzir uma visão mais atenta à devolução de rendimentos, em instantes preocupações sociais e ao papel importante da procura interna, entraria em choque com as instituições europeias”.

Marcelo Rebelo de Sousa admite que a dúvida, que não era “académica ou hipotética”, foi ultrapassada, “mantendo-se as metas do défice, hoje ultrapassadas, tentando conciliar compromissos sociais e programáticos que foram assumidos na base do acordo parlamentar com o rigor financeiro, conquistando o bom ambiente europeu, ampliando-o aos mercados financeiros, beneficiando da descida do custo da dívida pública e iniciando, paulatinamente, a sua redução”.

Mas esta não foi uma conquista sem cedências. “É certo que foi conseguido num contexto mundial e europeu muito favoráveis em 2017, tirando proveito do turismo e do Web Summit, ancorado, aliás, em diligências do passado, e recorrendo meticulosamente a cativações, injeção no consumo privado, sacrifício do investimento público, contenção de algumas despesas do funcionamento da administração pública”.

"[Crescimento económico] foi conseguido num contexto mundial e europeu muito favoráveis em 2017, tirando proveito do turismo e do Web Summit e recorrendo meticulosamente a cativações, injeção no consumo privado, sacrifício do investimento público, contenção de algumas despesas do funcionamento da administração pública”

Marcelo Rebelo de Sousa

Presidente da República

“Numa palavra”, resumiu o Presidente, “uma gestão económico-financeira, mas também política e administrativa, que inverteu expectativas negativas e potenciou positivas e que foi acompanhada, ao longo de 2017, de crescimento, emprego, arranque de novo investimento e contributo das exportações”.

Para os próximos anos, Marcelo antevê vários desafios. Desde logo, será necessário “manter o rumo financeiro, continuar a reciclar a dívida pública, reduzindo-a, tirar proveito da capacidade acrescida de investimento público e permitir a concretização de investimento privado”. Do lado dos desafios mais complexos, o Presidente quer “garantir que fenómenos de contestação inorgânica não desestabilizam o ambiente social, ir mais longe nos incentivos à iniciativa privada, muito timidamente tratada no Orçamento do Estado para 2018, atender áreas públicas cuja disfunção pode atrasar o progresso em curso e, o que é essencial, criar para o futuro condições mais sólidas de produtividade e competitividade para converter o conjuntural em estrutural, assegurando que o crescimento está para ficar”.

Em qualquer um dos casos, Marcelo faz exigências a Governo, partidos que asseguram a maioria parlamentar, oposição e instituições públicas. “Ambos requererão estabilidade política, legislaturas cumpridas, governos fortes e oposições igualmente fortes para poderem estar nas escolhas decisivas dos portugueses, entendimentos em verdadeiras questões, mas alternativas marcadas na governação, credibilidade dos partidos políticos, respeitabilidade e confiança nas instituições incumbidas de regular”, concluiu.

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5 gráficos interativos que mostram o mini-crash nos mercados

A semana arrancou com um dia negro para as bolsas. Da Europa aos EUA, os índices limparam os ganhos registados desde o início do ano. Estes cinco gráficos transpiram o receio dos investidores.

A última sgunda-feira foi um dia negro para as bolsas em todo o mundo. Os próximos cinco gráficos tornam o mergulho ainda mais evidente.Ana Raquel Moreira

Esta semana está a ser de fortes mergulhos nas bolsas. Há alguns dias, o Goldman Sachs alertara para a iminência de uma correção. E, na sexta-feira, o dia nos mercados financeiros já tinha sido maioritariamente de perdas.

Mas o verniz estalou esta segunda-feira, com os investidores a recearem a subida da inflação e a optarem por recolher mais-valias. Os próximos cinco gráficos interativos mostram a segunda-feira negra do lado dos índices, da volatilidade e do ouro, o ativo de refúgio por definição.

Industrial Dow Jones recuou mais de 1.000 pontos

O índice industrial Dow Jones tem vindo a bater sucessivos recordes nos últimos meses e, apesar de ter corrigido ligeiramente no final do ano passado, o desempenho do mês de janeiro apontava para um fevereiro promissor. Na segunda-feira, a pressão fez o Dow Jones ceder e afundar mais de 1.000 pontos.

Fonte: Reuters

Europeu Stoxx 600 mergulhou a pique

Antes da abertura de Wall Street, já o terramoto se fazia sentir nas bolsas europeias. O Stoxx 600, que caía há cinco sessões consecutivas, não resistiu aos receios dos investidores e caiu pela sexta sessão. Em janeiro, o Stoxx 600 chegou a cotar acima dos 402 pontos. Na segunda-feira, fechou perto dos 380.

Fonte: Reuters

Bolsa de Lisboa não resistiu… e também caiu

O PSI-20 também não resistiu às quedas nas congéneres europeias e mergulhou pela sexta sessão consecutiva na segunda-feira, recuando mais de 100 pontos numa única sessão. À semelhança da generalidade das restantes bolsas europeias e internacionais, a praça lisboeta prolongou as perdas na sessão desta terça-feira.

Fonte: Reuters

Índice do medo disparou para máximos de dois anos

Há um índice em Wall Street que os investidores dizem que mede o medo. O VIX é o índice da volatilidade no S&P 500 que, esta segunda-feira, disparou para máximos de dois anos. Não é comum o índice do medo ter picos como o desta segunda-feira, mas um fenómeno semelhante foi registado, por exemplo, na altura da eleição de Donald Trump ou no momento do referendo do Brexit.

Fonte: Reuters

Alguns investidores refugiaram-se no ouro

O ouro é o ativo de refúgio por excelência, aquele para o qual os investidores se voltam quando há problemas noutros ativos, por definição, mais arriscados. É o caso das ações. Embora o preço do ouro não tenha tido um disparo na mesma ordem de magnitude daquela que foi vista na queda das bolsas, o preço do ouro subiu na segunda-feira, de 1.332,92 dólares para 1.339,21 dólares cada onça.

Fonte: Reuters

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Sismo de magnitude 6,4 em Taiwan

Nos últimos três dias foram registados mais de 20 movimentos sísmicos diários. A Universidade Central de Taiwan refere que a ilha entrou num ciclo sísmico de 100 anos.

Um sismo de magnitude 6,4 na escala de Richter atingiu esta terça-feira Taiwan provocando o pânico entre os habitantes daquele território insular, após vários dias de contínuos movimentos sísmicos.

O sismo foi registado por volta das 23:50 hora local (15:50 hora de Lisboa) e o epicentro (zona da superfície terrestre onde a intensidade de um abalo sísmico é mais elevada e onde este alcançou em primeiro lugar o nível do solo, fica localizada por cima do hipocentro) foi localizado a 18,3 quilómetros a nordeste da cidade de Hualien, na zona leste do território insular, junto do oceano Pacífico, segundo informou o gabinete central de meteorologia de Taiwan.

Nos últimos três dias foram registados mais de 20 movimentos sísmicos diários e o sismólogo Lee Chyi-tyi, da Universidade Central de Taiwan, referiu, na segunda-feira, que a ilha entrou num ciclo sísmico de 100 anos.

No século XX, a ilha de Taiwan, que a China considera ser parte integrante do seu território, registou dois sismos de magnitude 8,0. Um ocorreu em 1910 ao largo da costa de Yilan, enquanto o outro foi registado em 1920 ao largo da costa de Hualien. Alguns sismólogos em Taiwan afirmam que será provável o registo de sismos de magnitude 8,0 em torno da Fossa Ryukyu, uma fenda geológica que se encontra a entre 500 e 600 quilómetros de Hualien, dentro de 10 anos.

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BE ataca “obsessão ideológica” da CE quanto a despedimentos

  • Lusa
  • 6 Fevereiro 2018

“Pura e simplesmente insistem numa receita que já sabemos o resultado: é a receita do governo anterior, da austeridade, da facilitação do despedimento”, afirmou o deputado José Soeiro.

O Bloco de Esquerda (BE) criticou esta terça-feira a “obsessão ideológica” da Comissão Europeia que insiste no embaratecimento dos despedimentos e “numa receita” que teve como resultados a austeridade, o empobrecimento e a precariedade.

Em declarações à agência Lusa, o deputado bloquista José Soeiro afirmou que o estudo em que a comissão pressiona Portugal e Espanha quanto à proteção dos contratos sem termo é mais um episódio da “velha obsessão da facilitação dos despedimentos, no embaratecimento e a precarização”.

"Pura e simplesmente insistem numa receita que já sabemos o resultado: é a receita do governo anterior, da austeridade, da facilitação do despedimento.”

José Soeiro

Deputado do Bloco de Esquerda

“Pura e simplesmente insistem numa receita que já sabemos o resultado: é a receita do governo anterior, da austeridade, da facilitação do despedimento”, afirmou. A experiência dos anos da ‘troika’ mostra que é uma solução que “só trouxe o empobrecimento, precariedade e falta de perspetivas” e não é esse o caminho do atual Governo nem a seguir no futuro.

A Comissão Europeia continua a pressionar Portugal e Espanha a reduzir o “excesso de proteção” dos trabalhadores nos quadros, contratos permanentes ou efetivos. “Há espaço para ir mais longe em reformas que reduzam a proteção laboral excessiva nos contratos permanentes em países como Portugal e Espanha”, de acordo com num estudo da Direção-Geral para os Assuntos Económicos e Financeiros, divulgado esta terça-feira pelo DN.

José Soeiro afirmou que a política seguida pelo atual Governo “está nos antípodas” e está na “contra corrente” das recomendações da Comissão Europeia. E deu o exemplo do aumento do salário mínimo que a comissão desaconselhou, por ser “exagerado, negativo para a economia”, e o Governo decidiu ao contrário das recomendações de Bruxelas.

O aumento do salário mínimo, “contra a opinião da Comissão Europeia, foi um dos aspetos que permitiu recuperar o valor trabalho, estimular a procura interna [não foi o único] e era uma decisão sensata do ponto de vista económico, justa do ponto de vista social”, concluiu.

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