CP pede ao Estado injeção de capital superior a 500 milhões para 2019

O presidente da empresa vai esta tarde ao Parlamento. Com prejuízos no primeiro semestre e falhas nos serviços prestados à população, Carlos Nogueira já disse à tutela de quanto precisa para 2019.

A CP informou o Ministério das Finanças de que precisa de uma injeção de capital num valor superior a 500 milhões e euros no próximo ano, sabe o ECO. O pedido foi feito no âmbito da preparação do Orçamento do Estado para 2019 e, se for aceite por Mário Centeno, a empresa pública de transportes terá uma dotação de capital cinco vezes maior da verificada em 2017, o último ano completo para o qual há valores fechados.

O presidente da empresa, Carlos Nogueira, vai estar esta tarde, a partir das 15 horas, no Parlamento, a responder aos deputados sobre a “degradação do material e o serviço prestado”, na sequência de um requerimento do PSD. Na quinta-feira será a vez do ministro do Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Marques, ir à Assembleia debater com os parlamentares a situação da ferrovia, no âmbito na comissão permanente (o órgão que funciona no período de férias parlamentares).

A CP é tutelada por dois ministérios: o de Pedro Marques tem a tutela operacional da empresa, ficando a tutela financeira a cargo do ministério liderado por Mário Centeno. Será, portanto, ao ministro das Finanças que caberá a palavra final sobre pedidos de verbas.

Se as Finanças aceitarem atribuir à CP em 2019 uma dotação de capital no valor que é solicitado (os mais de 500 milhões de euros), este valor poderá ser o maior desde, pelo menos, 2015. O valor projetado para este ano não é conhecido, mas até julho a empresa teve aumentos de capital de apenas 36,9 milhões de euros e esta segunda-feira foi anunciado mais um aumento de 32 milhões. Assim, no total do ano a injeção foi de 68,9 milhões de euros. De acordo com informação publicada no site da Direção-Geral do Tesouro e Finanças, em 2017, a dotação de capital foi de 98 milhões de euros, depois de no ano anterior ter atingido os 176 milhões. Em 2015, a injeção de capital que o Estado fez na CP foi de 683 milhões de euros.

Além das injeções diretas de capital existem outras formas de o Estado ajudar as empresas públicas. Em 2017, por exemplo, a dotação de capital de 98 milhões de euros foi acompanhada de uma assunção de passivos no valor de 418 milhões de euros. Ao todo, o esforço financeiro público chegou a 520 milhões de euros. Em 2016, foi de 659 milhões de euros e em 2015 o esforço público foi de 687 milhões.

Para 2019, além da dotação de capital, o pedido da CP refere também um empréstimo de médio longo prazo no valor de 40 milhões de euros.

O ECO questionou a CP e o Ministério das Finanças sobre o pedido de reforço de verbas para 2019, nomeadamente sobre as explicações que estão por detrás deste número, mas não obteve resposta até ao fecho deste texto. No entanto, segundo a Reuters, a CP tem uma amortização de 500 milhões de euros para fazer em outubro do próximo ano referente a um empréstimo contraído em 2009. No relatório de contas referente ao primeiro semestre, a transportadora admitia que a continuidade da empresa poderia estar em causa se houvesse “adiamento de investimentos”.

No primeiro semestre deste ano, CP apresentou prejuízos de 55 milhões de euros, abaixo dos 58 milhões observados no mesmo período do ano anterior. Até junho, o Ministério das Finanças não tinha libertado os 95,3 milhões de euros de despesa cativada pela aplicação das regras de disciplina orçamental previstas no Orçamento do Estado para este ano e no decreto-lei de execução orçamental.

As verbas injetadas nas empresas públicas que consolidam no perímetro das contas públicas — como é o caso da CP — não agravam o défice, já que os montantes que são contabilizados como uma despesa do lado da Administração Central são registados como receita nas contas da empresa.

A situação operacional e financeira da CP tem estado presente no debate público numa altura em que a empresa apresenta dificuldades na prestação do serviço de transporte ferroviário, motivando queixas dos clientes.

O Governo tem contestado as críticas de falta de investimento. Até junho, a taxa de regularidade — a taxa de comboios efetivamente realizados relativamente aos previstos — foi de 97% e os últimos dados da Direção-Geral do Orçamento referentes a julho referiam um amento de despesa com a empresa de 4,9% face ao período homólogo. Na rentrée do ano político, o primeiro-ministro voltou a referir que o Governo está a realizar o maior investimento na ferrovia dos últimos 100 anos, referindo-se à ligação Sines/Badajoz e às melhorias na linha da Beira-Baixa.

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Governo volta a injetar dinheiro na CP. Desta vez foram 32 milhões de euros

O Governo dotou a CP-Comboios de Portugal de mais 32 milhões de euros, na sequência das dificuldades financeiras que a empresa tem vindo a atravessar.

O Estado português acaba de injetar 32 milhões de euros na CP, aumentando o capital estatuário da empresa para 3,9 mil milhões de euros. É uma resposta do Executivo à degradação financeira que a empresa tem vivido, com falta de manutenção do equipamento e falta de comboios. Até julho, a transportadora já tinha tinha recebido 36,9 milhões de euros de capital mas, com mais este aumento, o valor sobe para os 68,9 milhões de euros desde o início do ano.

A notícia surge numa altura que a CP fechou o aluguer de mais quatro comboios a diesel e uma primeira unidade elétrica aos espanhóis da Renfe. A empresa pública também se está a preparar para um concurso com vista à compra de mais comboios.

Além disso, o presidente da CP, Carlos Gomes Nogueira, vai esta terça-feira ao Parlamento, onde será questionado acerca da “degradação do material e do serviço prestado” pela empresa. A audição foi pedida pelo PSD. Na quinta-feira, Pedro Marques, ministro do Planeamento e das Infraestruturas, também vai à Assembleia da República (AR) falar sobre o tema do estado da ferrovia.

A CP está a trabalhar para se preparar para a liberalização do mercado do transporte ferroviário de passageiros, uma medida imposta por Bruxelas e que vai entrar em vigor no início do próximo ano. Isso vai permitir a entrada de operadores privados neste setor.

(Notícia atualizada às 21h15 com mais informações)

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Banco de Portugal quer alertar jovens para a educação financeira. Até abriu conta no Instagram

  • Rita Frade
  • 3 Setembro 2018

BdP aproveita arranque do ano letivo para alertar os jovens para os riscos resultantes da má utilização dos canais digitais. Para isso, abre conta no Instagram.

O novo ano letivo está prestes a começar e, por isso, o Banco de Portugal aproveita o mote para alertar os jovens para os riscos resultantes da má utilização dos canais digitais. Para isso, até já abriu conta no Instagram, rede social privilegiada pelo banco para publicar as suas dicas de educação financeira digital (para além do Portal do Cliente Bancário), uma vez que é nela que se encontra grande parte da camada jovem.

Hoje em dia, “os canais digitais permitem ao cliente bancário aceder (…) a produtos e serviços financeiros em qualquer altura e em qualquer lugar“, mas a sua utilização “também acarreta riscos relacionados com a segurança das operações“, diz o banco em comunicado.

Segundo o Banco de Portugal, os “jovens são o segmento da população que mais capacidade e facilidade tem no uso das novas tecnologias“, mas também “tendem a ser mais confiantes, o que os pode levar a descurar algumas regras de segurança na utilização de canais digitais“.

Através da #ficaadica, o banco pretende, assim, “criar um movimento de promoção da educação financeira digital“, dando aos mais jovens dicas sobre cinco temas diferentes, durante cinco semanas.

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Negrão ataca cativações de Costa na Universidade de Verão do PSD

Fernando Negrão, líder parlamentar do PSD, fez mira à cativações do Governo, alertando que estão a ter "consequências nefastas" na saúde, educação e transportes públicos.

O PSD alertou que as cativações impostas pelo Governo “têm tido consequências nefastas nos serviços públicos”, nomeadamente na saúde, na educação e nos transportes públicos. A ideia foi uma das bandeiras do discurso do líder parlamentar, Fernando Negrão, na Universidade de Verão do partido esta segunda-feira, que também pediu ao primeiro-ministro que trave o “ambiente de eleitoralismo” que diz viver-se no país, porque este retira o “rigor e responsabilidade” necessários à discussão do Orçamento do Estado para 2019.

“Temos um Governo que aprova um Orçamento do Estado que diz sempre que é anti-austeridade. Mas, depois, na sua execução, tem cativado as verbas com complacência do BE e do PCP, o que nos deixa sempre de boca aberta”, disse o social-democrata. “Temos um Governo que ocupa os três lugares no pódio das maiores cativações de sempre”, acrescentou, referindo-se aos anos de 2016, 2017 e 2018. “É isto que o Governo faz”, frisou.

É este o Governo que nós temos e isto tem tido consequências nefastas nos serviços públicos. E quais são os serviços pub mais atingidos? A saúde, a escola pública e os transportes públicos.

Fernando Negrão

Líder parlamentar do PSD

Fernando Negrão manteve o ataque às cativações e aos parceiros do Governo que as permitem, mesmo num contexto em que, na visão do PSD, o Executivo não as concretiza. “É incrível como é que diz que sim às propostas do BE, diz que sim às iniciativas do PCP, não concretiza quase nenhuma e o PCP e o BE mantêm-se em silêncio. Ou, de vez em quando, combinados com o próprio PS, dizem que as coisas não estão a correr conforme entendiam”, criticou o líder parlamentar do PSD, em declarações transmitidas pela RTP 3.

“É este o Governo que temos e isto tem tido consequências nefastas nos serviços públicos”, continuou Fernando Negrão. Terminou o discurso de abertura da Universidade de Verão do PSD, que decorre em Castelo de Vide (Portalegre), até domingo, indicando quais as áreas que, na visão do PSD, estão pior devido às cativações: “A Saúde, a escola pública e os transportes públicos”.

O PSD reinicia assim a atividade política após as férias de verão. A bandeira do ataque às cativações deverá manter-se, num contexto em que a dívida dos hospitais públicos tem aumentado ou a CP tem sido alvo de críticas pela falta de investimento. Além disso, as negociações para o próximo Orçamento do Estado estão em vias de serem retomadas, retomando uma maratona para a preparação do documento.

“Paira no ar a ideia de que este Governo vai dar tudo a todos de maneira a garantir a aprovação do orçamento (…). O nosso receio é esse: que entremos num ambiente de eleitoralismo”, afirmou, citado pela Lusa, deixando um apelo direto a António Costa.

“Senhor primeiro-ministro, é muito cedo para entrarmos em ambiente de eleitoralismo. Eleitoralismo agora é retirar da discussão do Orçamento do Estado todo o sentido de rigor e responsabilidade que deve ter essa discussão, não faça isso”, apelou, considerando que tal irá “arrastar os partidos da oposição para um discurso igualmente eleitoral”.

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Marcelo surpreso e preocupado com casos de Pedrógão Grande enviados para Ministério Público

  • Lusa
  • 3 Setembro 2018

O Presidente da República está preocupado com o número de casos de alegadas irregularidades na reconstrução das habitações afetadas pelos incêndios do ano passado, em Pedrógão Grande.

O Presidente da República expressou esta segunda-feira surpresa e preocupação com o número de casos de alegadas irregularidades na reconstrução de habitações afetadas pelos incêndios de Pedrógão Grande enviados pela CCDR do Centro para o Ministério Público.

Em declarações aos jornalistas, à margem de uma iniciativa na faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa, Marcelo Rebelo de Sousa referiu que a presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDR-C), Ana Abrunhosa, informou já terem sido remetidos ao Ministério Público 21 casos.

“Isso preocupa-me muito. Eu disse que bastava um caso para ser preocupante. Não imaginava que uma entidade que é Estado – a CCDR é Estado – viesse a chegar à conclusão de que devia ser investigado um número tão grande de casos”, afirmou o Presidente da República.

O chefe de Estado salientou que “não é um caso, não são dois casos, não são dez casos – são 21 casos, em 160 e tal habitações prontas e 261 correspondendo ao panorama global“.

“Vamos deixar funcionar a investigação e a justiça, mas para o Estado, ele próprio, tomar a iniciativa – não o fez certamente de ânimo leve – é porque tem uma dimensão maior do que aquela que todos pensavam”, acrescentou Marcelo Rebelo de Sousa.

Em causa está um inquérito aberto em julho deste ano pelo Ministério Público (MP) para investigar alegadas irregularidades na reconstrução de casas afetadas pelos incêndios de junho do ano passado na zona de Pedrógão Grande, reportadas pelos órgãos de comunicação social TVI e Visão.

No dia 30 de agosto, a presidente da CCDR-C disse aos jornalistas que já foram remetidos ao Ministério Público 21 processos no âmbito de alegadas irregularidades na reconstrução de habitações na sequência dos incêndios de Pedrógão Grande.

O incêndio que deflagrou em junho do ano passado em Pedrógão Grande, no distrito de Leiria, e alastrou a concelhos vizinhos provocou 66 mortos e mais de 250 feridos, sete dos quais graves, e destruiu meio milhar de casas, 261 das quais habitações permanentes, e 50 empresas.

O Fundo Revita, criado pelo Governo para apoiar as populações e a revitalização das áreas afetadas pelos incêndios de junho de 2017, recebeu o contributo de 61 entidades, com donativos em dinheiro, em bens e em prestação de serviços.

Os donativos em dinheiro rondam os 4,4 milhões de euros, a que se juntam 2,5 milhões de euros disponibilizados pelo Ministério da Solidariedade e da Segurança Social, apurou o relatório do Fundo Revita.

De acordo com os últimos dados do Fundo Revita, estão concluídos os trabalhos de reconstrução de 160 das 261 casas de primeira habitação afetadas pelos incêndios de junho de 2017, encontrando-se ainda em obras 101 habitações.

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Vila Galé inaugura novo resort no Brasil num investimento de 31 milhões de euros

  • Lusa
  • 3 Setembro 2018

O Grupo Vila Galé inaugurou um resort em Touros, no estado de Rio Grande do Norte, num investimento de 31 milhões de euros (150 milhões de reais). É a oitava unidade da empresa no Brasil.

O Grupo Vila Galé inaugurou esta segunda-feira um novo resort em Touros, no estado brasileiro do Rio Grande do Norte, a uma hora de Natal, num investimento de 31 milhões de euros (150 milhões de reais).

O Vila Galé Touros – Hotel Resort Conference & Spa é a oitava unidade da empresa naquele país, contando com uma área de 113 mil metros quadrados, 514 quartos, seis restaurantes, piscinas, spas e outras características. Tem ainda um centro de convenções com capacidade para 1.200 pessoas, adiantou a empresa em comunicado.

O empreendimento irá criar 300 empregos diretos e cerca de 1.200 indiretos.

“Mais do que nunca, temos a preocupação de criar algo diferente e inovador, valorizador da oferta hoteleira e turística do país”, referiu o presidente da Vila Galé, Jorge Rebelo de Almeida, em comunicado.

A empresa está no Brasil desde 2001 e conta, atualmente, “com três hotéis de cidade – em Fortaleza, Salvador e Rio de Janeiro – e cinco resorts: Vila Galé Marés (Guarajuba, Bahia), Vila Galé Cumbuco (Caucaia, Ceará), Vila Galé Eco Resort do Cabo (Cao de Santo Agostinho, Pernambuco), Vila Galé Angra dos Reis (Angra dos Reis, Rio de Janeiro) e agora o Vila Galé Touros”, refere o mesmo comunicado.

No final do mês de agosto, a Vila Galé venceu o concurso do programa Revive para a Coudelaria de Alter do Chão (Portalegre), prevendo-se um investimento de oito milhões de euros na recuperação de uma parte do edificado. Em cima da mesa está um hotel temático de quatro estrelas, com cerca de 76 quartos, adiantou a secretaria de Estado do Turismo.

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EDP abusou da posição dominante, acusa a Concorrência

  • Marta Santos Silva
  • 3 Setembro 2018

A Autoridade da Concorrência processa a EDP por danos ao sistema elétrico e ao consumidor final no valor de 140 milhões. A EDP afirma que atuou "em obediência às regras de concorrência".

A Autoridade da Concorrência abriu um processo contra a elétrica EDP por suspeita de abuso da posição dominante entre 2009 e 2013, estimando danos para os consumidores e o sistema elétrico no valor de 140 milhões de euros, noticiou em primeira mão esta segunda-feira a SIC Notícias, o que foi confirmado pela Autoridade da Concorrência num comunicado emitido esta tarde. A EDP Produção pode vir a ser multada num valor correspondente a o máximo de 10% da sua fatura (na ordem de 140 milhões de euros).

A EDP terá sido beneficiada com a manipulação da oferta do sistema elétrico durante quatro anos através da subida de preços no regime livre, aumentando assim as faturas pagas por famílias e empresas, ao mesmo tempo que era compensada pelo Estado, através dos CMEC.

Fonte oficial da EDP confirmou ao ECO que a empresa foi notificada da nota de ilicitude da Autoridade da Concorrência, que irá avaliar para posteriormente contestar as acusações. “O grupo EDP reafirma, tal como constava no relatório e contas de 2017, que não beneficiou de qualquer sobrecompensação no mercado de serviços de sistema entre 2009 e 2014 e que atuou de acordo com o enquadramento legal e contratual em vigor e em obediência às regras de concorrência”, esclareceu ainda essa fonte.

De acordo com a Autoridade da Concorrência, porém, “ao obter compensações públicas pagas no âmbito do regime CMEC e beneficiar de receitas mais elevadas nas centrais não-CMEC simultaneamente, a EDP Produção onerava os consumidores por essas duas vias”, beneficiando duplamente. A autoridade reguladora estima que o dano para sistema elétrico e consumidor tenha sido de cerca de 140 milhões de euros.

Foi assim que a posição dominante da EDP, enquanto principal fornecedora do Sistema Elétrico Nacional e principal operadora com capacidade habilitada a telerregular, acabou por ser alvo de abusos, de acordo com a Autoridade da Concorrência, que acrescenta: “É ilustrativo do impacto quantitativo que o comportamento da EDP Produção teve que o valor total do mercado da telerregulação em Portugal Continental se tenha reduzido de 114 milhões de euros em 2012 para apenas 37 milhões de euros em 2016, apesar de em ambos os anos se verificarem níveis de procura idênticos”.

A investigação deste processo começou em setembro de 2016, salienta a reguladora do setor no seu comunicado, acrescentando que começa agora a parte do processo em que a EDP terá direito a ser ouvida e defender-se perante as acusações da Autoridade da Concorrência. A EDP poderá ainda contestar sanções que possam vir a ser aplicadas.

Notícia atualizada com a resposta da EDP.

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Vendas de automóveis ligeiros disparam 28% em agosto

As vendas de veículos ligeiros dispararam 28%, em agosto. Segundo os dados avançados, esta segunda-feira, pela (ACAP), no último mês, os portugueses compraram 15.281 carros.

As vendas de veículos ligeiros de passageiros dispararam 28%, em agosto, em termos homólogos. Segundo os dados avançados, esta segunda-feira, pela Associação Automóvel de Portugal (ACAP), no último mês, os portugueses adquiriram 15.281 carros. Ao contrário do que tinha sido anunciado, a mudança no sistema de medição das emissões poluentes — que agravaria os preços dos automóveis — não entrará em vigor em setembro. Mas, ainda assim, os portugueses anteciparam as suas compras.

Mais de 15 mil ligeiros vendidos em agosto

Fonte:ACAP

“No mês de agosto de 2018, foram matriculados em Portugal 15.281 automóveis ligeiros de passageiros novos, ou seja, mais 28% do que no mês homólogo do ano anterior. Nos oito primeiros meses de 2018, as matrículas de veículos ligeiros de passageiros totalizaram 169.827 unidades, o que se traduziu numa variação positiva de 8,4% relativamente ao período homólogo de 2017″, sublinha a ACAP, em comunicado.

No que diz respeito aos veículos ligeiros de mercadorias, registou-se uma tendência semelhante: foram matriculados 2.894 carros, em agosto, mais 17% do que no mesmo período do ano passado; no total dos primeiros oito meses de 2018, os portugueses compram 25.121 veículos deste tipo, mais 3,9% do que no mês homólogo.

“Quanto ao mercado dos veículos pesados, em agosto de 2018, verificou-se um aumento de 1,8% em relação ao mês homólogo do ano anterior, tendo sido comercializados 446 veículos desta categorias. Nos oito primeiros meses de 2018, as matrículas totalizaram 3.402 unidades, o que representou um decréscimo do mercado de 2,4% relativamente ao período homólogo”, realça ainda a ACAP.

O mercado automóvel total cresceu 25,4%, no mês passado, para 18.621 veículos. Desde o início do ano, já foram vendidas 198.350 unidades, o que representa um crescimento de 7,6% do setor.

Recorde-se que, no início de agosto, o Ministério das Finanças anunciou que, afinal, a mudança no sistema de medição das emissões poluentes — que teria impacto na carga fiscal, e consequentemente, agravaria os preços dos automóveis — só entrará em vigor no próximo ano. De acordo com o Governo, as tabelas do Imposto Único Automóvel (IUC) e do Imposto sobre Veículos (ISV) vão ser atualizadas através do Orçamento do Estado para 2019, no âmbito do novo sistema de medições poluentes dos automóveis.

Apesar do adiamento, as expectativas geradas em torno desta medida fizeram os portugueses antecipar as suas compras, o que resultou no aumento significativo da aquisição de veículos ligeiros.

É de destacar que esta evolução positiva da compra de automóveis se reflete numa aceleração do consumo privado. “As despesas em bens duradouros aceleraram para uma variação homóloga de 8,8% (2,6% no primeiro trimestre), devido em larga medida ao aumento verificado na componente automóvel“, salienta o Instituto Nacional de Estatística. Tal tem, de resto, contribuído para a aceleração do PIB português: a economia cresceu 0,5% no segundo trimestre em relação aos primeiros três meses e 2,3% face ao mesmo período do ano anterior.

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Diplomas setoriais da descentralização para as autarquias em Conselho de Ministros este mês

  • Lusa
  • 3 Setembro 2018

Após o requerimento do CDS-PP para uma audição parlamentar de Eduardo Cabrita, os diplomas setoriais da descentralização de competências para as autarquias vão a Conselho de Ministros.

Os diplomas setoriais da descentralização de competências para as autarquias vão a 13 de setembro a Conselho de Ministros, anunciou esta segunda-feira o PS, após requerimento do CDS-PP para uma audição parlamentar “com urgência” do ministro Eduardo Cabrita.

Segundo revelou a deputada socialista Susana Amador, os decretos setoriais “irão a Conselho de Ministros no dia 13 de setembro”, mas desde 2016 que a lei-quadro da transferência de competências para as autarquias locais e entidades intermunicipais e os diplomas de cada área têm sido negociados com os municípios e as freguesias.

“Da nossa parte, da parte do grupo parlamentar [do PS], entendemos que esta reforma precisa de serenidade, precisa de confiança, e precisa acima de tudo de fazer o seu caminho, num dos países que é um dos países mais centralistas da União Europeia”, salientou a deputada socialista.

O grupo parlamentar do PS respondeu desta forma ao requerimento do CDS-PP, que quer ouvir “com urgência” na Assembleia da República o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita, sobre a descentralização de competências para as autarquias.

“A verdade é que, nos últimos meses, o Governo transformou esta grande prioridade numa grande confusão nacional”, afirmou a vice-presidente do CDS-PP Cecília Meireles.

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Marquês. Vara, Santos Silva, Zeinal e Barroca vão pedir instrução

  • ECO
  • 3 Setembro 2018

O ex-ministro Armando Vara e o empresário Carlos Santos Silva, arguidos na Operação Marquês, vão pedir a abertura da instrução do processo, anunciaram hoje as respetivas defesas.

O ex-ministro Armando Vara e o empresário Carlos Santos Silva, arguidos na Operação Marquês, mas também Zeinal Bava, Henrique Granadeiro, Joaquim Barroca e três sociedades do Grupo Lena, vão pedir a abertura da instrução do processo, anunciaram hoje as respetivas defesas.

A intenção de Armando Vara foi confirmada à Lusa por Tiago Rodrigues Bastos, advogado do ex-ministro da Administração Interna, tendo Paula Lourenço, defensora de Carlos Santos Silva, afirmado que irá igualmente requerer a abertura de instrução, não hoje mas até quinta-feira, último dia do prazo, embora sujeito a multa. Armando Vara está acusado da prática de dois crimes de corrupção passiva, um de branqueamento de capitais e dois de fraude fiscal qualificada.

Carlos Santos Silva, empresário e amigo de longa data do ex-primeiro-ministro José Sócrates, também arguido na Operação Marquês, está por sua vez acusado por corrupção, branqueamento de capitais, fraude fiscal e falsificação de documentos.

Também os arguidos Henrique Granadeiro, Zeinal Bava, antigos administradores da PT, Bárbara Vara, filha do antigo ministro socialista e ex-administrador da Caixa Geral de Depósitos Armando Vara, e Joaquim Barroca, administrador do Grupo Lena, e empresas do grupo Lena (Lena SGPS, LEC SGPS e LEC SA) solicitaram a abertura de instrução, segundo informação prestada pelo gabinete de imprensa da Procuradoria-Geral da República.

Contactado pela Lusa, João Araújo, advogado de Sócrates, escusou-se a confirmar se ia igualmente pedir abertura de instrução, remetendo esclarecimentos para os próximos dias.

Além de Vara e Santos Silva, a defesa de José Diogo Gaspar Ferreira, antigo diretor executivo do empreendimento de luxo Vale de Lobo e outro arguido no caso Operação Marquês, anunciou na semana passada que ia requerer a abertura da instrução do processo.

O juiz Carlos Alexandre determinou que arguidos da Operação Marquês têm até hoje a data limite (sem multa) para requerer a abertura de instrução – uma fase preliminar ao julgamento aproveitada pelos acusados para se defenderem das acusações do Ministério Público e finda a qual o juiz de instrução determina quem irá a julgamento.

A Operação Marquês tem no ex-primeiro-ministro José Sócrates o seu principal arguido, estando acusado de 31 crimes de corrupção passiva, falsificação de documentos, fraude fiscal qualificada e branqueamento de capitais.

O inquérito da Operação Marquês culminou na acusação a 28 arguidos – 19 pessoas e nove empresas – e está relacionado com a prática de quase duas centenas de crimes de natureza económico-financeira.

Sócrates, que chegou a estar preso preventivamente durante dez meses e depois em prisão domiciliária, está acusado de três crimes de corrupção passiva de titular de cargo político, 16 de branqueamento de capitais, nove de falsificação de documentos e três de fraude fiscal qualificada.

A acusação sustenta que Sócrates recebeu cerca de 34 milhões de euros, entre 2006 e 2015, a troco de favorecimentos a interesses do ex-banqueiro Ricardo Salgado no Grupo Espírito Santos (GES) e na PT, bem como por garantir a concessão de financiamento da Caixa Geral de Depósitos ao empreendimento Vale do Lobo, no Algarve, e por favorecer negócios do Grupo Lena.

Além de Sócrates, estão acusados o empresário Carlos Santos Silva, amigo de longa data e alegado `testa de ferro´ do antigo líder do PS, o ex-presidente do BES Ricardo Salgado, os antigos administradores da PT Henrique Granadeiro e Zeinal Bava e o ex-ministro e antigo administrador da CGD Armando Vara, entre outros.

A acusação deduziu também um pedido de indemnização cível a favor do Estado de 58 milhões de euros a pagar por José Sócrates, Ricardo Salgado, Carlos Santos Silva, Armando Vara, Henrique Granadeiro e Zeinal Bava e outros acusados.

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A tarde num minuto

Não teve tempo de ler as notícias esta tarde? Fizemos um best of das mais relevantes para que fique a par de tudo o que se passou, num minuto.

Mês após mês, os juros oferecidos pelos bancos nas aplicações a prazo caem. A dimensão da descida já não impressiona, mas a taxa sim. Está dez vezes abaixo da inflação esperada para 2019. Resultado de uma forte procura, quer doméstica quer internacional, e de escassez da oferta, os preços das casas em Portugal deverão aumentar 9,5% este ano.

Poupar? Cada vez mais, os portugueses estão a preferir gastar. Gastam as poupanças, mas também mais o dinheiro que não têm — prova disso são os recordes no crédito, seja à habitação, seja ao consumo. E uma das razões para não estarem a amealhar é a baixa atratividade dos juros oferecidos no produto preferido — os depósitos a prazo. Mês após mês, os juros oferecidos pelos bancos renovam mínimos, estando já dez vezes abaixo daquela que é a taxa de inflação estimada para o próximo ano.

Os preços das casas em Portugal deverão aumentar 9,5% este ano, prevê a S&P. A confirmar-se esta estimativa, Portugal será, a par da Irlanda, o país europeu com o aumento mais acentuado dos preços do imobiliário, entre os dez que são analisados pela agência de notação financeira norte-americana.

As empresas públicas de transporte ferroviário portuguesa e espanhola assinaram, esta segunda-feira, em Madrid um protocolo de cooperação para a CP alugar em 2019 quatro comboios a gasóleo e uma primeira unidade elétrica.

A britânica Eleven Sports já tem um líder e representante em Portugal. Jorge Pavão de Sousa foi nomeado pela empresa para o cargo de diretor-geral, depois de ter desempenhado funções de líder do departamento de TV da Vodafone em Londres, onde esteve “nos últimos dois anos”, de acordo com um comunicado enviado pela concorrente da Sport TV.

Onde estava quando o Lehman Brothers faliu? Cristina Casalinho trabalhava na altura no BPI em Lisboa e conta ao ECO que embora a queda do banco não fosse uma novidade total, as coisas mudaram naquele dia. As reuniões de gestão da crise duraram meses. O Lehman Brothers, um banco americano com 158 anos, colapsou a 15 de setembro de 2018, provocando uma onda de choque nos mercados financeiros mundiais. A expressão “too big to fail” (demasiado grande para cair) deixou de fazer sentido.

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Vendas da panificação e pastelaria atingem 675 milhões de euros

  • Lusa
  • 3 Setembro 2018

O mercado do pão e dos bolos registou um crescimento de 3,8%, tendo as suas vendas registado de 3,8% para 675 milhões de euros. Os dados são avançados pela Informa D&B.

O mercado da panificação e pastelaria industriais registou um crescimento de 3,8% no ano passado, atingindo 675 milhões de euros em vendas, segundo um estudo da consultora Informa D&B. Em 2016, o setor ficou-se pelos 650 milhões de euros em receitas, adiantou a empresa em comunicado.

O estudo “Panificação e Pastelaria Industriais” concluiu ainda que, dos segmentos em análise, o de massas congeladas esteve em destaque, com uma subida de 5,1%, “ligeiramente superior ao dos anos anteriores, alcançando um valor de 205 milhões de euros”, refere a Informa D&B. Este tipo de produtos está a substituir os “tradicionais dos segmentos de panificação e bolos, nomeadamente no canal de hotelaria e restauração”, adianta o mesmo comunicado.

As exportações deste setor, explicou a consultora, atingiram 218 milhões de euros em 2017, um aumento de 6,9% face ao ano anterior, quando se fixaram nos 204 milhões. O principal mercado externo é Espanha, com uma quota de 40% em relação ao total. As importações destes produtos foram de 329 milhões de euros no ano passado, mais 4,1% do que em 2016. O principal país de origem é, igualmente, Espanha, com 65% do total.

A Informa D&B revelou ainda que, no final de 2016, operavam no setor aproximadamente 6.200 empresas, com um volume de emprego de cerca de 25 mil trabalhadores. A maioria destas sociedades está no Norte e Centro do país, com um peso de perto de 70%.

Segundo a consultora, “o setor apresenta um alto grau de atomização, com predomínio das empresas de reduzida dimensão. Assim, mais de 80% dos operadores têm um quadro de pessoal abaixo de 10 empregados, e só oito empresas contam com mais de 250 trabalhadores”.

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