Vai nascer uma incubadora de startups na região de Pedrógão Grande

  • Lusa
  • 17 Junho 2018

Um grupo de amigos decidiu criar uma incubadora depois do Renascer Challenge, cujo objetivo passava por promover negócios na região e inspirar as pessoas a seguir em frente, com novas ideias.

Três amigos naturais de Pedrógão Grande decidiram puxar pela região onde cresceram com um concurso de ideias e agora pretendem criar uma incubadora na zona afetada pelo grande incêndio de junho de 2017.

Em maio, terminou a fase final do concurso de ideias de negócios Renascer Challenge, um projeto lançado por três amigos de Pedrógão Grande — Feliciano Roldão, de 37 anos, Sofia Carmo, de 38 anos, e Bruno Fernandes, de 34 –, em conjunto com a incubadora A Ponte e a Associação New Discoveries Portugal.

O objetivo passava por promover negócios na região e inspirar as pessoas a seguir em frente, com novas ideias, depois do grande incêndio de junho de 2017 ter afetado gravemente a zona. Este fogo provocou a morte a 66 pessoas, além de 250 feridos e prejuízos incalculáveis em empresas e floresta.

Depois de realizada essa iniciativa, o grupo de amigos, em conjunto com as mesmas organizações que apoiaram o concurso, avançam com a criação de uma incubadora ainda este ano, na região, contou à agência Lusa Feliciano Roldão, o único dos três amigos que vive fora de Pedrógão Grande.

Ao que tudo indica, Castanheira de Pera poderá ser o concelho escolhido para albergar o espaço, acrescentou, referindo que estão a decorrer reuniões com as autarquias de Castanheira de Pera e Pedrógão Grande para ser escolhido um espaço onde se possa fixar a entidade.

A incubadora pretende também ter uma colaboração com o Centro Investe, do município vizinho de Figueiró dos Vinhos. “A intenção é criar a incubadora este ano e, se possível, ainda no verão”, afirmou.

"Com esse evento, queremos trazer todos os anos inspiração para os empreendedores locais, debater os principais desafios para o futuro e promover um grande momento de ‘networking’ entre entidades locais e todos os nossos convidados.”

Feliciano Roldão

Para além do apoio aos projetos apoiados pelo concurso e a criação de uma incubadora, a equipa está também a preparar o “Renascer Summit”, uma conferência de empreendedorismo focada no interior, que se realizará em novembro.

“Lisboa tem a Web Summit, o Porto tem a Feira do Empreendedor e este seria o evento de empreendedorismo para esta região”, sublinhou Feliciano Roldão. O evento pretende ser “o grande evento sobre o interior”, querendo trazer bons exemplos para o debate, que estará focado em temas como o turismo e o desenvolvimento dos recursos naturais da região.

 

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Pedrógão Grande: Da avelã às tecnologias, há jovens que querem puxar a região para cima

  • Lusa
  • 17 Junho 2018

São poucos os jovens nos três municípios mais afetados pelo grande incêndio de Pedrógão Grande, mas há quem decida manter-se no território e começar a criar um negócio.

São poucos os jovens nos três municípios mais afetados pelo grande incêndio de Pedrógão Grande, mas há quem decida manter-se no território e começar a criar um negócio, mesmo que seja um contínuo ato de resiliência.

Carolina ou Anabela não se recordam de quantos dos seus amigos da escola ficaram em Pedrógão Grande. Serão muito poucos ou nenhum. A maioria saiu por falta de emprego, dificuldade em encontrar uma casa, “dificuldade com tudo”, diz à agência Lusa Anabela David, jovem de 26 anos que vive na aldeia da Vergeira.

Os jovens de Pedrógão Grande, Castanheira de Pera e Figueiró dos Vinhos são cada vez menos nestes concelhos envelhecidos, pobres e em que a quase totalidade das empresas têm menos de dez trabalhadores. Viver nestes territórios, assume Anabela, é “um contínuo ato de resiliência”.

No entanto, depois dos incêndios, não se fala de desistências pelas aldeias ou vilas. Quando a agência Lusa pergunta aos habitantes se conhecem alguém que saiu do concelho depois dos fogos, a resposta é um “não” ou um “não sei”.

Os incêndios também despertaram novos negócios. O projeto Renascer Challenge, um concurso de negócios lançado por pessoas do território, recebeu vários candidatos com ideias que vão do turismo rural, à produção da avelã, uma aplicação ou a criação de uma loja ‘online’ para vender os produtos do Pinhal Interior.

Anabela e o namorado, Miguel Esteves, tinham a ideia de restaurar uma casa dos avós para transformar num projeto de turismo rural. O incêndio passou e destruiu tudo. Olharam para o terreno queimado dos avós de Miguel e decidiram fazer alguma coisa com ele, disse à agência Lusa Anabela David.

Há uma semana, terminaram de preparar os dois hectares de terra e, no início de outono, vão criar uma exploração de noz macadâmia e avelãs, aproveitando a experiência dos pais da Anabela, que trabalham com este fruto seco em Itália.

“Já que tínhamos de limpar o terreno e não o queríamos deixar sem nada e estamos os dois desempregados, quisemos rentabilizar e fazer com que esta seja uma maneira de termos o nosso próprio emprego, já que é muito difícil encontrar um”, vincou a jovem de Pedrógão Grande.

“Pensámos, por pouco tempo, em abandonar, mas seria pior. Eu e o Miguel estamos muito ligados a Pedrógão e às nossas coisas e à nossa família. Não era do nosso agrado sair daqui”, refere.

Daniel Bernardo, de 32 anos, mudou-se de Oeiras para uma aldeia de Pedrógão Grande, perto de Vila Facaia, para a casa que era dos seus avós e que tinha sido reconstruída antes do incêndio. “Quero ficar aqui. Não penso em voltar atrás, porque vejo aqui outras possibilidades”, diz o jovem que está a pensar em avançar com projetos na área do turismo local.

Em Figueiró dos Vinhos, Ricardo Soares, de 18 anos, foi o mais jovem participante no Renascer Challenge, com a proposta de um sistema de gestão para incubadoras e associações e que poderá, no futuro, ser utilizado até em escolas. Neste momento, está a fazer um estágio numa tecnológica de Coimbra, mas gostava de regressar à sua terra, onde criou, há quatro anos, a Figueiró TV, para promover a sua terra natal.

“O que noto é que, com os fogos, há empresas a quererem ir para a região. Tentam ir e tentam apostar na região. Antes dos fogos, éramos uns desconhecidos”, constata.

Carolina Gama, jovem de 26 anos natural de Pedrógão Grande, decidiu avançar há uns anos com a plantação de medronheiro em terrenos de família entre Oleiros e o Fundão, depois de ter ficado desempregada. 2018 é o primeiro ano em que vai fazer a colheita do medronho e será também o ano em que arranca com o projeto “Sabores de Cá”, uma loja virtual com produtos do Pinhal Interior.

A ideia para o projeto surgiu depois do incêndio, quando tinha que indicar a pessoas que passavam pelo território onde poderiam comprar o queijo da região ou o bucho recheado. Carolina reparou que os turistas ou visitantes teriam que “ir de produtor a produtor” e, fora da região, teriam dificuldade em fazer encomendas.

Nesse momento, surgiu a ideia de criar a “Sabores de Cá”, por forma a garantir uma oferta centralizada para os interessados e, ao mesmo tempo, um meio de escoamento para os produtores da região. A loja vai ser apresentada no final de julho, durante a feira do ano de Pedrógão Grande, e pretende vender enchidos, queijos, bolachas, azeite, mel, vinho de Cernache do Bonjardim ou cerveja da Sertã, entre outros produtos.

Para além da loja ‘online’ – complementada por um blogue onde vai querer contar a história dos produtores e associar um rosto a cada produto -, Carolina Gama quer avançar com vários pontos físicos, seja em postos de turismo, centros de interpretação ou hotéis.

O projeto, sublinhou, poderá também motivar outros produtores a coletarem-se e a poderem integrar o projeto, referindo que, paralelamente, está a trabalhar com o Contrato Local de Desenvolvimento Social de Pedrógão Grande para criar uma marca regional.

Sobre o porquê de ter avançado com um projeto depois dos incêndios terem afetado tanto o concelho, Carolina Gama realça que era “o mínimo que se poderia fazer, que os portugueses foram espetaculares na ajuda” ao território.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Prisa deixa cair acordo com a Altice para a venda da TVI

  • ECO
  • 16 Junho 2018

No dia seguinte à data-limite fixada para a venda da Média Capital à Altice, e ainda sem negócio feito, a Prisa já decidiu que deixa cair a operação.

A Media Capital vai continuar a ser dos espanhóis da Prisa. Quase um ano depois do anúncio do negócio com a Altice, e na ausência de avanços no processo para a conclusão da operação até 15 de junho, a data-limite acordada entre as duas partes para concretizar a operação, a Prisa deu por terminado o compromisso com a empresa liderada por Patrick Drahi. Rescindiu o contrato, querendo agora, à luz da sua nova situação financeira e dos próprios resultados da Média Capital, ficar com a dona da TVI.

A Altice e a Prisa tinham fixado a data de 15 de junho para concluir o negócio de compra de 94,69% da Media Capital. Como explicam fontes do setor este sábado ao jornal online espanhol El Confidencial, depois da decisão da Autoridade da Concorrência de não aceitar os compromissos da Altice e da decisão do operador franco-israelita de não apresentar alternativas, o negócio estava comprometido, como o ECO, de resto, já tinha avançado. Agora, passada a data de 15 de junho, a Prisa deu o passo que faltava para “matar” o negócio, rompendo o acordo, confirmou o ECO junto de fontes que acompanham a operação.

Segundo o El Confidencial, o acordo inicial previa o pagamento da Altice à Prisa de 440 milhões de euros, mas, entretanto, terá havido um ajustamento no preço, por razões não explicitadas pelo jornal, para um valor em torno dos 321 milhões. Seria uma receita muito relevante para o processo de reestruturação financeira da Prisa, mas, entretanto, o grupo espanhol realizou um aumento de capital, acompanhado de um novo plano de reestruturação de dívida, o que tornou menos necessária a venda de um ativo que dá lucros e liberta dividendos.

Com esta iniciativa da Prisa, ainda não confirmada oficialmente, aguarda-se agora uma comunicação da própria Altice, que poderá surgir nas próximas 48 horas, confirmando o fim do negócio. O grupo de telecomunicações esperava por uma decisão preliminar da Autoridade da Concorrência nesta sexta-feira que, como o ECO revelou, não existiu. E o regulador só deverá comunicar um projeto de decisão definitiva no próximo dia 21, data da reunião do conselho de administração. Com o resultado esperado: sem novos compromissos da Altice, a compra da Média Capital põe em causa a concorrência e os direitos dos consumidores.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Para os bancos de investimento, o vencedor do Mundial é…

  • ECO
  • 16 Junho 2018

Três grandes bancos de investimento fizeram as contas ao Mundial na Rússia. Com inteligência artificial, modelos econométricos e medidores de desempenho económico previram os vencedores do campeonato.

O Mundial 2018 está mesmo a chegar e, com ele, vêm as apostas sobre qual será a seleção vencedora. Muitas das apostas são apenas palpites ou, como há quem antes prefira chamar, intuições. Mas há quem aposte com base num raciocínio diferente, mais estudado e justificado. O Goldman Sachs utilizou a inteligência artificial, o UBS seguiu um modelo econométrico e a Allianz Global Investors analisou o desempenho económico dos países para chegar aos candidatos à vitória.

Os três bancos de investimento, tão curiosos quanto os adeptos, fizeram uma previsão do vencedor do Mundial na Rússia e as conclusões a que chegaram foram diferentes. Para o Goldman Sachs e o UBS, Brasil e Alemanha são os dois países apontados para o primeiro lugar do pódio. Na melhor das hipóteses, Portugal chega às meias-finais.

Já lá vão seis para o Brasil

Para o banco de investimento, sediado em Nova Iorque, o Brasil é o grande favorito à vitória na final, que será defrontada com a Alemanha. Se este cenário se concretizar, será o sexto título que o Brasil consegue num Mundial.

A Rússia, o país organizador, ficará depressa pelo caminho, sem passar da fase de grupos. Por sua vez, a grande revelação no grupo será mesmo a Arábia Saudita, que passará até aos oitavos de final. De acordo com a tabela do Goldman Sachs, Portugal enfrenta a Arábia Saudita nessa fase e sai vitorioso. Depois, nos quartos-de-final, joga contra a Argentina e volta a vencer, mas o triunfo fica por aqui porque, contra a Alemanha, nas meias-finais, a seleção portuguesa perde.

Conheça aqui a tabela, baseada em machine learning, que o Goldman Sachs elaborou. O número que aparece junto a cada país, que determina se passa de ronda ou não, representa a previsão do número de golos marcados em cada um dos possíveis encontro da competição.

Alemanha repete o feito

De acordo com o modelo econométrico usado pelo UBS, a Alemanha vai sagrar-se campeã mundial, tal como aconteceu na passada edição do campeonato, em 2014. De acordo com os economistas do banco de investimento suíço, a seleção alemã tem 24% de hipóteses de vencer a final, em Moscovo. Tal como também previu o Goldman Sachs, o jogo da final será contra o Brasil, outro forte candidatos a chegar à final.

Espanha conseguirá chegar ao pódio, com um terceiro lugar, e Inglaterra, França e Bélgica poderão surpreender no Mundial na Rússia. Mas, então, e a seleção portuguesa? Depois da vitória em França, o país campeão da Europa fica com apenas 3% de probabilidade de tornar-se o grande vencedor do Mundial de 2018.

Veja a lista, divulgada pelo UBS, que mostra qual o país com mais probabilidade de vencer o campeonato de 2018.

Quanto aos primeiros jogos, que inauguram o Campeonato do Mundo da FIFA 2018, o UBS diz que para a Alemanha e para o Brasil o começo será mais fácil. “Espanha terá de correr se quiser derrotar Portugal, o atual campeão europeu, no seu jogo de abertura“, disse Michael Bolliger, diretor de alocação de ativos em mercados emergentes do UBS.

Meia dúzia de países. Mas o mais forte no relvado será o forte na economia?

E o que pensa a Allianz Global Investors sobre quais os países com mais chances de vencer em campo? Através do desempenho económico das 32 seleções que estão na corrida para o título de campeão mundial, a Allianz perspetivou as suas performances no Mundial.

No Grupo A, apesar de a Rússia e a Arábia Saudita serem dois dos países mais relevantes a nível mundial, no que diz respeito ao petróleo, ambos estão envolvidos em conflitos com outros países. Tal cenário abre caminho para o Uruguai conseguir o primeiro lugar do grupo. Espanha e Portugal, ambos no Grupo B, são duas seleções que também podem chegar longe no campeonato. Embora os últimos anos tenham ficado marcados por crises económicas, os países recuperam e isso pode beneficiar o seu desempenho dentro das quatro linhas do campo.

A Argentina, que está inserida no Grupo D, é apontada como uma forte candidata à vitória. Ainda assim, segundo a Allianz, no relvado precisa de mostrar “melhor coordenação e determinação” do que na frente económica. Já a Alemanha, competitiva em ambas as frentes, poderá repetir o feito e revalidar o título de campeão mundial.

Ao contrário das previsões do Goldman Sachs, que apontavam o Brasil como o grande vencedor, a Allianz acredita que os problemas económicos e políticos que o país atravessa possam afetar o desempenho dos jogadores em campo.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Empresa da família Mota tem nova aposta. É o vinho verde

Inês Mota, neta do fundador da Mota-Engil, lidera a Agrimota, braço da família para o setor dos vinhos. A par com o gestor André Estácio Pinto querem fazer da empresa um player de referência.

André Estácio Pinto e Inês Mota, a dupla que comanda os destinos da Agrimota. André é o executivo, Inês detém a presidência não executiva da empresa.Ricardo Castelo / ECO

Costuma dizer-se que a terceira geração da família serve para delapidar património. No caso da família Mota, os acionistas maioritários da Mota-Engil, a terceira geração está por detrás de uma nova empresa que se ergue no mundo dos vinhos, a Agrimota.

“Foi a terceira geração que percebeu o potencial que estava aqui, entre as vinhas, as quintas e a Casa da Calçada”, conta Inês Mota, filha de António Mota, o chairman da Mota-Engil.

A verdade é que tudo começou lá atrás, quando Manuel António da Mota, o avô de Inês, sonhava com comprar a Casa da Calçada, construída durante o século XVI para ser um dos principais palácios do Conde de Redondo. O edifício de estilo barroco, onde durante as invasões francesas se instalaram os comandos aliados (ingleses e portugueses) viria no século XX a tornar-se ponto de encontro para políticos e intelectuais liderados pelo proprietário de então, António do Lago Cerqueira, um dos mais importantes líderes políticos da Primeira República.

Mas voltando aos Motas. Do sonho à compra foi um pequeno passo e, Manuel da Mota adquire a Casa da Calçada e o projeto de vinhos a ela associado. Estávamos na década de 60. O avô de Inês, que era um empreendedor, e que se lançara fortemente em Angola no setor da construção, com a Mota & Companhia, tinha também um carinho muito especial pela agricultura e pelo vinho. Um carinho que viria a dar lugar a 60 hectares de vinha. O vinho dizia, Manuel António da Mota, trazia-lhe amigos.

A Casa da Calçada, para onde a família Mota se viria a mudar, transforma-se anos mais tarde em hotel. Manuel António da Mota tinha já falecido (1995) mas a família cumpre o seu sonho e converte a casa num hotel, “abrindo os seus tesouros a quem souber apreciá-los”.

Inês, que hoje é presidente não executiva da Agrimota, diz que “este património é um mix de propriedades da avó e das compras que o avô fazia ao fim de semana, altura em que não estava no negócio da construção”.

De resto, André Estácio Pinto, o gestor executivo que toma as rédeas da Agrimota, diz que a empresa constituída recentemente foi beber de toda a história e know how do grupo. Só isso explica “este espírito visionário que resulta um pouco de toda a internacionalização do grupo, e onde fomos capazes de antecipar um pouco as tendências mundiais e trazer para Amarante algo que talvez não fizesse muito sentido: um hotel da cadeia Relais & Châteaux, numa clara antecipação do que se vive no setor e que é uma conjugação do vinho com hotelaria e restauração”.

Mas de que vinhos estamos a falar? De verdes, claro.

Amarante, a cidade onde nasce a Casa da Calçada e onde a Agrimota tem a sua sede, foi sempre um grande polo de produção agrícola e vitivinícola. Aliás, a região de vinhos verdes é uma oficialmente demarcada desde 1908.

A Agrimota, que detém a vinha mais antiga da região, produz vinhos verdes e, “mais recentemente, começámos também a fazer Douro”. A explicação é simples: a família detém uma quinta no Douro. “Historicamente, sempre vendemos as uvas mas desde que começámos nesta fase de redimensionamento da área de negócio, fez sentido incluirmos no portefólio um tinto da região do Douro”, adianta André Estácio Pinto.

O gestor salienta que, “embora o Douro seja uma região cara é também uma região que tem mais notoriedade e, portanto, faz sentido agregar um tinto no Douro, até porque o nosso posicionamento nos verdes é um posicionamento premium“.

Sobretudo vocacionados para o mercado de exportação, o vinho do Douro entra no mercado com a marca Lago Cerqueira. Estados Unidos, centro da Europa, Rússia, Reino Unido são alguns dos países em que já marca presença.

Hoje em dia, a Agrimota já produz mais de 100 mil litros no Douro, o que leva André Pinto a dizer que “não somos grandes mas também já não somos pequenos e faz sentido, em todos estes mercados em que estamos criar a diversificação do portefólio”. “Diria que o Douro vai chegar a todos o lado e, a seu tempo, também a Portugal”, refere o gestor.

"Diria que o Douro vai chegar a todos o lado e, a seu tempo, também a Portugal.”

André Pinto

Mas, se na categoria Douro produzem 100 mil litros, no Verde, a Agrimota produz entre 700 a 800 mil garrafas. As marcas dividem-se entre Lago Cerqueira e Calçada, com esta última a dividir-se em Portal da Calçada e Quinta da Calçada.

André Estácio Pinto lembra: “Temos vindo a crescer muito e a reposicionar a marca, porque é preciso lembrar que a Calçada tem grandes pontos de diferenciação e já foi uma marca grande internacionalmente, e mesmo a nível nacional”. Depois, prossegue o gestor, “com a morte de uma pessoa que liderava esta área de negócio perdemos a distribuição nacional e mantivemos o foco regional. Estamos agora num processo de reconstrução que às vezes é mais moroso, toda a gente conhece a Calçada, mas não os vinhos”.

Apesar do glamour do setor dos vinhos, as empresas têm de olhar para os números, e a Agrimota não foge à regra. Em 2018, a empresa, que emprega 15 pessoas, deverá fechar o ano com uma faturação de dois milhões de euros, que compara com os 1,2 milhões registados em 2017.

“Um bom crescimento”, diz o gestor da empresa para acrescentar: “Claro que, quando comparado com a Mota-Engil, somos muito pequeninos”.

No que se refere a investimentos, o braço da família Mota para o negócio dos vinhos afetou 3 milhões de euros a esta área nos últimos cinco anos, e está agora a dar início a um novo ciclo de expansão.

Inês Mota garante que esta “é uma área que tem mais glamour do que volume, mas tem um interesse económico potencial à medida que ganha escala”.

Dentro do portefólio da Agrimota, os Verdes assumem-se como reis, sendo o Douro um complemento para agradar a um certo tipo de cliente. “O nosso foco são os Verdes, sempre foi e espero que assim continue”.

Um player de referência na região

“Vamos iniciar um processo de nova expansão na linha de enchimento e rotulagem. Neste momento já estamos a recorrer a outsourcing em termos de capacidade de stock e mesmo em termos de enchimento”, refere a neta do fundador do grupo Mota-Engil.

Para Inês Mota, “todo o investimento foi muito bem pensado e feito consoante o retorno, até porque no setor dos vinhos é muito fácil perder o norte“.

Agora e até 2019, o grupo vai investir mais dois milhões de euros. Este montante será repartido entre a linha de enchimento, maior infraestrutura (depósito e transformação) e também em novas vinhas.

Todo o investimento foi muito bem pensado e feito consoante o retorno, até porque no setor dos vinhos é muito fácil perder o norte.

Inês Mota

“Temos vindo sempre a investir em novas vinhas porque do que identificamos existe um grande défice na região dos vinho verdes”, adianta Inês Mota. A Agrimota, de resto, assume-se, a par com uma boa dezena de produtores, como um “player diferenciador dentro da região”.

Ainda assim, Inês faz questão de recordar que “não temos dimensão para ser concorrentes uns dos outros. Quando olho para a nossa suposta concorrência, como a Aveleda ou a Quinta da Lixa, por exemplo, vejo-os como potenciais parceiros”. E acrescenta: “Portugal inteiro precisava de se ver como potencial parceiro: somos tão pequeninos, num mundo de vinhos onde imperam França, Itália, Nova Zelândia, Chile, ficamos sempre a perder pelo que se nos unirmos podemos conseguir mais”.

André Estácio Pinto não podia estar mais de acordo. “A região de vinhos Verdes é parca em termos de projetos diferenciadores: há um Monverde, uma Aveleda, e todos juntos podemos ajudar a mudar a perceção da rota turística na região”.

Os verdes têm todo o potencial para se assumirem como diferentes. Aliás, a Comissão de Vinhos Verdes vende-se como única no mundo e acho que não está longe da verdade. Mas faltava este elemento que é a capacidade de atrair e de mostrar qualidade e mostrar que é possível ombrear-nos com as melhores regiões.

André Estácio Pinto

Aliás, os novos investimentos que têm sido feitos vão no sentido de “criar valor de uma rota turística na região e mostrar não só os vinhos fáceis e indiferenciados mas uma região que se diferencia pela qualidade dos vinhos, pela qualidade da oferta turística, pelo casamento gastronómico. Estamos à porta do Douro, éramos a porta natural do Douro, mas acho que faz mais sentido ser uma paragem nos Verdes a caminho do Douro”.

Para Estácio Pinto, “os Verdes têm todo o potencial para se assumirem como diferentes. Aliás, a Comissão de Vinhos Verdes vende-se como única no mundo e, eu acho que não está longe da verdade. Mas faltava este elemento que é a capacidade de atrair e de mostrar qualidade, e que é possível ombrear-nos com as melhores regiões do mundo”. E remata: “Diria que estamos aqui num pelotão de empresas que têm ajudado a mostrar a nova faceta dos vinhos Verdes”.

O futuro…e as dificuldades de crescimento

“Em cinco anos temos de nos assumir como multiregião porque faz sentido complementar o portefólio de brancos com o de tintos”, diz André Pinto.

André Pinto diz mesmo que a Agrimota tem a grande vantagem de ter “uma família que tem prazer em preservar a tradição, a memória do fundador do grupo e, com as ligações que tem à terra, o prazer em oferecer vinho como um ato de prazer e de reconhecimento mais do que beber o vinho. Valorizam e bebem o vinho mas não têm o ego de dizer que ‘este é o meu vinho'”.

Mas quando fala em multiregiões podemos esperar diversificação para além do Douro e do Verde? André Pinto Estácio, responde: “Para já é por aqui, já temos um pezinho no Douro, portanto é consolidar. Já temos alguma dificuldade de crescimento, não minto se disser que gostaria primeiro de consolidar o crescimento antes de embarcar numa nova aventura”. Já Inês adianta: “Temos ambições de crescimento e se surgirem oportunidades noutras regiões não diremos que não porque são complementares”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

E o carro do ano é…. Empresas escolhem o Megane

Megane, Passat, Série 3 e Nissan Leaf foram os vencedores de mais uma edição dos prémios Carro Frota do Ano, realizada pela LeasePlan.

Carros há muitos. Mas qual o preferido? Para as empresas, está escolhido: é o Renault Megane. O médio familiar da fabricante francesa venceu o troféu Carro Frota do Ano da LeasePlan, que elege o modelo que mais se destacou para as frotas. Foi o grande vencedor, mas houve mais prémios, até, pela primeira vez, para os elétricos.

“Para além de ser eleito como Carro Frota do Ano 2018 — qualificação obtida por ser o carro com a melhor classificação global, dos 12 carros em concurso — o Renault Megane IV Sport 1.5 dCi Intens venceu, ainda, na categoria ‘Pequeno Familiar’, na qual concorria com o Ford Focus Station 1.5 TDCI Titanium e com o Nissan Qashqai 1.5 dCi N-Connecta Business”, diz a gestora de frotas.

Subindo de nível, na categoria de “Médio Familiar Generalista”, o primeiro lugar foi atribuído ao Passat Variant 1.4 TSI GTE Plug-in, que superou a concorrência: o Ford Mondeo Station 1.5 TDCi Business Plus ECOneti e o Renault Talisman Sport 1.5 dCi Zen Pack Business. Já na categoria “Médio Familiar Premium”, o vencedor foi o BMW 330e iPerformance Advantage, que se destacou do Audi A4 Avant 2.0 TDI e do Mercedes C Station 220d Avantgarde.

Os prémios chegaram também aos elétricos, um galardão que foi introduzido pela primeira vez nesta 16 ª Edição do Carro Frota do Ano, “devido à crescente popularidade dos modelos elétricos”. Nesta categoria, o Nissan Leaf Tekna bateu os rivais. Superou o Volkswagen E-Golf e Renault Zoe Intens.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Prémio Portugal ADdict: “Da seleção toda a gente gosta”, diz a Samsung

  • Rita Frade
  • 16 Junho 2018

A campanha da Samsung para apoiar a equipa das quinas neste Mundial de 2018 pretende acabar com o estereótipo de que o futebol é um desporto de homens. Chama-se "da seleção toda a gente gosta".

Da seleção toda a gente gosta“. É este o mote da campanha publicitária da Samsung para apoiar a equipa das quinas neste Campeonato do Mundo de Futebol de 2018. O objetivo? Acabar com o estereótipo de que o futebol é um desporto apenas de homens.

Assim, no anúncio promocional da marca sul coreana vemos um conjunto de mulheres a tentar convencer os seus maridos a trocarem as suas televisões, para que possam ver os jogos de Portugal de forma mais realista.

De acordo com a diretora de comunicação da Samsung Portugal, Cláudia Rodrigues, “uma grande competição internacional é um momento único que coloca todo o país à frente da televisão” e, como tal, “uma excelente oportunidade para comunicar as novas Samsung QLED TVs”.

A campanha “da seleção toda a gente gosta” foi desenvolvida pela UZINA e está presente nos meios digitais, televisão e rádio.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Saiba quais são as 44 praias zero poluição em Portugal

  • ECO
  • 16 Junho 2018

Com o verão à porta, o anúncio da associação ambientalista ZERO veio mesmo a tempo. Em Portugal, existem 44 praias que carregam o título de "zero poluição".

Portugal tem 44 praias consideradas zero poluição, um valor que representa sete por cento do total das 608 zonas balneares em funcionamento este ano. Este ano, há mais 11 zonas balneares sem poluição do que no ano anterior.

O anúncio foi feito pela ZERO – Associação Sistema Terrestre Sustentável, que revelou a lista, elaborada com base nos dados da Agência Portuguesa do Ambiente, das praias do país onde não foi detetada, ao longo das três últimas épocas balneares, qualquer contaminação nas análises efetuadas às águas. Trata-se de praias que não só obtiveram sempre uma classificação “excelente”, como apresentaram valores iguais a zero ou inferiores ao limite de deteção em todas as análises realizadas.

Para a análise, a associação ambientalista teve em conta os parâmetros da legislação em vigor e concluiu que Portugal tem 42 zonas balneares costeiras e duas interiores com valores de poluição iguais a zero. A maioria situa-se nos concelhos de Torres Vedras, Grândola, Aljezur e Tavira.

Conheça quais as praias do país livres de poluição:

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Resposta de emergência chegou, falta “tudo” o resto, diz Associação de Vítimas de Pedrógão Grande

  • Lusa
  • 16 Junho 2018

A presidente da Associação de Vítimas do Incêndio de Pedrógão Grande afirma que a reconstrução é efetiva. Contudo, faltam respostas para os problemas do interior.

A presidente da Associação de Vítimas do Incêndio de Pedrógão Grande (AVIPG) afirmou que a reconstrução é efetiva, mas faltam respostas para os problemas do interior, para não se voltar ao território que existia antes de junho de 2017.

“As respostas que chegaram – e chegaram – foram respostas àquilo que era de emergência. Temos um território devastado, população muito diminuída na sua autoestima e posses, e a resposta chegou. Há reconstrução de casas, mas o território não perdeu só habitações, não perdeu só animais, não perdeu só anexos”, alertou a presidente da AVIPG, Nádia Piazza, que falava aos jornalistas na sede da associação, à margem da apresentação de vários projetos apoiados pelo Fundo de Apoio às Populações e à Revitalização das Áreas Afetadas pelos Incêndios.

Segundo Nádia Piazza, está “tudo” por fazer no que toca a uma resposta estruturada para garantir que o território afetado pelo grande incêndio de Pedrógão Grande não regresse ao estado em que estava antes do incêndio.

“Voltemos ao dia 16 de junho [um dia antes do incêndio] e estava tudo por fazer, antes de o fogo passar. O problema do interior de Portugal é de pobreza, de falta de oportunidade, que passa por ordenamento do território, que passa por trazer investimento sério, concreto, público e privado” para o interior, defendeu. A presidente da AVIPG sublinhou que o incêndio de 17 de junho de 2017 só aconteceu porque o território apresentava já grandes debilidades.

Se se voltar a ter o território que havia antes do fogo, vincou, “daqui a dez ou 12 anos” irá ocorrer a mesma coisa, “com um fogo devastador como esse”. Para Nádia Piazza, é necessário garantir que a região não volta ao estado em que estava antes, até porque os grandes fogos de 2017 terão de obrigar a classe política e o Governo a repensar o interior.

“Se faltavam factos e evidências, 17 de junho trouxe-os e em outubro repetiu-se. Temos demasiadas impressões digitais para aquilo que aconteceu. Não é possível não haver uma aposta política concreta nessa matéria”, sublinhou.

Na região afetada pelo incêndio de Pedrógão Grande, os concelhos mais afetados (Pedrógão Grande, Castanheira de Pera e Figueiró dos Vinhos) lideram no despovoamento, envelhecimento e baixo poder de compra do distrito de Leiria, os orçamentos municipais estão presos à despesa corrente e há pouca iniciativa privada.

 

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Memes? São motivo de muitos risos, mas agora arriscam passarem a ser ilegais

  • ECO
  • 16 Junho 2018

A nova lei sobre os direitos de autor é votada ainda este mês no Parlamento. Tem como objetivo reconhecer o trabalho dos autores e criadores.

São um veículo que dá um toque de humor a qualquer assunto, até mesmo aos temas mais sérios. Estão espalhados pela Internet, são partilhados nas redes sociais ao segundo e conseguem arrancar gargalhadas. No entanto, o uso de memes pode estar prestes a sofrer mudanças, e grandes.

No Parlamento Europeu discute-se a nova lei que incide sobre os direitos de autor na internet e, caso seja aprovada, o utilização de memes poderá passar a ser limitada, ou até proibida, pelo artigo 13 da normativa. A lei pretende proteger a propriedade intelectual e os direitos de autor para os conteúdos publicados na internet e será votada nos próximos dias 20 e 21 de junho.

A aprovar-se esta lei sobre a proteção dos direitos de autor, a internet, tal como é conhecida e utilizada hoje, sofrerá algumas mudanças, uma vez que o simples facto de partilhar um meme nas redes sociais pode originar uma multa ou sanção.

A polémica começou porque, algumas vezes, estas imagens correspondem a conhecidas cenas de filmes ou séries de televisão, o que pode ser considerada uma infração de acordo com a nova lei europeia.

Para os ativistas da Save Your Internet, o artigo 13 é uma tentativa de controlar todo o que se passa na internet. O principal receio é que esta lei destrua a cultura da internet, de partilhar e modificar imagens reconhecidas. Já os impulsionadores da diretiva asseguram que não se trata de censurar a internet, mas sim, de justiça para com os autores, criadores e editores.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Série 8 vai voltar. Veja o novo topo de gama da BMW

Quem não gosta de um coupé? E de um grande coupé, como era o Série 8 que nasceu em 1989? Era um luxo, mas há quase duas décadas que desapareceu... Agora vai voltar.

Não, a BMW não está a inventar mais números para juntar ao seu portefólio. Se o fez com o 2, 4 e, antes disso com o 6, no caso do 8, é uma Série que já tem escola. O primeiro apareceu já em 1989 e… foi um estrondo. A marca de Munique deslumbrou com um coupé de grandes dimensões que marcava pela sua frente longa e aguçada. O mítico modelo desapareceu dez anos depois mas, agora, vai voltar. E, como não poderia deixar de ser, em grande.

Os rumores já vêm de algum tempo, mas a confirmação só surgiu mais recentemente. E agora já foi mesmo apresentado o sucessor do topo de gama da fabricante germânica. A receita é a mesma. É um modelo baixinho, mas muito comprido — que culmina numa generosa traseira onde os escapes brilham. Com um capot de grandes dimensões que promete encher o peito de quem vai ao volante.

Se por fora será preciso perder algum tempo para absorver todas as linhas que a fabricante desenhou neste novo modelo — desta que para os tradicionais “rins” que, neste caso, estão mais angulares –, por dentro há… luxo. Pele, muita pele, que se funde com tanta tecnologia. Há um painel de instrumentos digital e, claro, um outro, no tablier, que dá acesso a tudo. Seja os controlos de segurança, seja de entretenimento.

É um modelo gigante, mas só tem lugar para quatro, dois à frente e outro dois atrás. É uma configuração que permite a todos viajarem confortavelmente, tirando partido do requinte a bordo. Mas só um poderá divertir-se com toda a potência que este Série 8 trará debaixo do capot. E é muita.

De acordo com a BMW, haverá dois motores, sendo um a gasolina e outro a diesel. A marca da Baviera vai disponibilizar um 3.0 a gasóleo, que será denominado de 840d. São 320 cv para domar, com a ajuda da tração integral que estará presente nas duas motorizações, que, segundo a marca, vão gastar pouquinho: cerca de 6 litros aos 100 km. Mas chegam aos 100 km/h em menos de cinco segundos.

Os verdadeiros apreciadores do Série 8 vão ficar embasbacados é com o M850i xDrive Coupe M Performance. Uma designação comprida que, long story short, se traduz num V8 de 4.4 litros, biturbo. Traz 530 cv que fazem disparar o coupé até aos 100 km/h em 3,7 segundos. Pena é a limitação aos 250 km/h.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

CGTP: Governo prepara “aliança” com a direita para aprovar alterações laborais

  • Lusa
  • 16 Junho 2018

Caso o PS aprove a proposta de lei do Governo ao lado do PSD e do CDS, isso significará um regresso ao "bloco central de interesses contra o qual os portugueses votaram em 2015", diz Arménio Carlos.

O líder da CGTP reafirmou o “profundo repúdio” quanto ao acordo da Concertação Social sobre legislação laboral e apelou ao PS para rejeitar a proposta do Governo, considerando que o executivo está a preparar uma “aliança” com a direita.

O que está em marcha é uma tentativa de o Governo fazer uma aliança com o PSD e o CDS para aprovarem esta proposta de lei [sobre legislação laboral] na Assembleia da República”, disse o secretário-geral da central sindical, Arménio Carlos, em conferência de imprensa, em Lisboa.

Para Arménio Carlos, caso o PS aprove a proposta de lei do Governo ao lado do PSD e do CDS, isso significará um regresso ao “bloco central de interesses contra o qual os portugueses votaram em 2015”.

A proposta de lei do Governo sobre as alterações ao Código do Trabalho surge na sequência de um acordo firmado na Concertação Social com as associações empresariais e a UGT.

A cerimónia de assinatura está marcada para segunda-feira no Conselho Económico e Social, em Lisboa, com a presença do primeiro-ministro, António Costa.

O documento está em discussão pública e será votado no plenário do parlamento em 06 de julho, dia em que a intersindical tem agendada uma manifestação contra o diploma em frente à Assembleia da República.

Arménio Carlos manifestou “profundo repúdio relativamente ao acordo” da Concertação Social, defendendo que ele é “contrário ao que foi prometido”, pois “perpetua a precariedade, ataca a contratação coletiva e reduz a retribuição dos trabalhadores”.

O líder da CGTP defendeu que “é altura de pôr termo à hipocrisia e ao cinismo” e de “falar a verdade aos portugueses” no que toca às alterações à legislação laboral.

“O Governo, provavelmente porque se estão a aproximar as eleições, provavelmente porque poderá ter perspetivas de poder ter um resultado suficiente para que possa governar sozinho, sem o apoio, sem a colaboração com outros partidos, está claramente a encetar um percurso que caminha para a direita”, disse ainda Arménio Carlos.

Segundo o representante, a CGTP pediu reuniões aos grupos parlamentares com o objetivo de que a proposta do Governo seja travada, considerando que, se for aprovada, “vai agravar o relacionamento entre todos os partidos, nomeadamente entre aqueles que neste momento defendem uma posição diferente para Portugal”.

“Era um belíssimo exemplo que os partidos de esquerda, e particularmente o PS, poderiam dar” se rejeitassem as alterações à lei laboral, considerou Arménio Carlos.

Entre as principais alterações propostas pelo Governo estão a extinção do banco de horas individual, a duração dos contratos a prazo limitada a dois anos, a introdução de uma taxa adicional à Taxa Social Única (TSU) para penalizar empresas que abusem da contratação a termo e o alargamento do período experimental para 180 dias para os trabalhadores à procura do primeiro emprego e para os desempregados de longa duração.

O PS anunciou na quinta-feira que vai apresentar propostas de alteração às medidas do Governo sobre legislação laboral acordadas em Concertação Social, para que sejam “clarificadas” e “melhoradas”, anunciou na quinta-feira à noite o líder do grupo parlamentar socialista, Carlos César.

Em declarações aos jornalistas, no final de uma reunião da bancada socialista com o ministro do Trabalho, José António Vieira da Silva, na Assembleia da República, Carlos César adiantou que o PS quer promover uma “concertação parlamentar” sobre esta matéria, dialogando com todos, mas em particular com BE, PCP e PEV.

“Nós faremos um esforço para que outros partidos, designadamente aqueles que partilham connosco este projeto governativo nesta legislatura, também concorram para essas melhorias e, se possível, participem na sua aprovação”, afirmou o líder parlamentar do PS.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.