EUA: Três dias depois, o shutdown resolveu-se no Senado
Após três dias de paralisação, o Senado aprovou a quarta extensão temporária do financiamento federal. Se os dois partidos não chegarem a acordo até 8 de fevereiro, poderá haver outro shutdown.
Após três dias de paralisação, o Governo federal dos Estados Unidos conseguiu o financiamento necessário para funcionar normalmente, pelo menos até 8 de fevereiro. O impasse entre republicanos e democratas foi resolvido no Senado, com os liberais a concordarem com outra solução temporária. A maioria dos deputados da Câmara Alta votaram a favor.
“Cada dia que passamos a discutir sobre manter as luzes acesas é outro dia em que não podemos passar a negociar o DACA, as despesas com a defesa ou qualquer outra das nossas prioridades partilhadas”, afirmou o republicano Mitch McConnel, em declarações citadas pelo New York Times. Os democratas, em minoria no Congresso e no Senado, já tinham afirmado antes da votação que não se iam opor.
“Vamos votar para reabrir o Governo”, garantiu o democrata Chuck Schumer, apontando que viu no outro lado da bancada parlamentar abertura suficiente para voltar à discussão. A votação encerrou com 81 votos a favor — eram necessários 60 para a extensão temporária passar –, 18 contra e dois em branco.
Nos mercados, a reação foi instantânea. Após ter iniciado a sessão desta segunda-feira a ceder 0,22% para 26.014,20 pontos, o industrial Dow Jones reverteu para ganhos, renovando máximos históricos. O Nasdaq também reverteu de perdas para ganhos de 0,61%.
O plano de financiamento temporário do Governo federal volta agora para as mãos dos congressistas, que têm de o aprovar para que o Governo federal abra oficialmente. Estes têm até ao princípio do próximo mês para acertar pontos de vista e elaborar um orçamento federal que consiga angariar a maioria dos votos.
A travar o acordo bipartidário estão questões relacionadas com a imigração. Os democratas garantem que não vão votar em nenhum projeto-lei que não inclua fundos para proteger os imigrantes sem documentos que chegaram ao país menores de idade — os Dreamers — e que viram o DACA, o programa criado por Obama, cessado pela administração atual.
Por outro lado, os republicanos — leia-se o presidente — insistem não só no financiamento para o muro que poderá vir a dividir a fronteira entre os EUA e o México, mas também que o alargamento por seis anos do CHIP, o programa de saúde dedicado às crianças que permite o acesso aos cuidados por parte de mais nove milhões, é a cedência suficiente às exigências dos democratas.
(Notícia atualizada pela última vez às 18h10)
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