Nova administração do Montepio ainda à espera de ok do BdP
O Banco de Portugal ainda está a avaliar a idoneidade da nova administração liderada por Nuno Mota Pinto, garantindo que o processo "decorre atualmente de acordo com o disposto na lei".
O Banco de Portugal (BdP) ainda está a avaliar a idoneidade da nova administração da Caixa Económica Montepio Geral (CEMG), dois meses depois de Tomás Correia, presidente da Associação Mutualista, ter dito que não contava com Félix Morgado à frente da instituição financeira.
“O processo de avaliação da adequação dos membros dos órgãos sociais da CEMG decorre atualmente de acordo com o disposto na lei”, lê-se na resposta do BdP quando questionado pelo ECO se já assumiu alguma posição sobre a idoneidade da nova equipa.
O supervisor ainda não “proferiu qualquer decisão”, esclarece fonte oficial. A SIC Notícias tinha avançado que o regulador já teria dado o ‘ok’ à administração, podendo esta tomar posse na semana passada, algo que não aconteceu.
O BdP poderá estar à espera de saber como será a estrutura acionista do Montepio antes de tomar uma decisão sobre a nova administração. Ou seja, que a Santa Casa decida se vai, ou não, investir na instituição financeira ainda liderada por Félix Morgado.
"O processo de avaliação da adequação dos membros dos órgãos sociais da CEMG decorre atualmente de acordo com o disposto na lei [não tendo o BdP] proferido qualquer decisão.”
Contactada pelo ECO, a Santa Casa esclarece que ainda não foi tomada qualquer decisão, nem há um prazo para que isso aconteça. Edmundo Martinho, provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, tinha indicado, no Parlamento, que a instituição iria tomar uma decisão sobre o investimento no banco Montepio até ao final do mês de janeiro.
Foi em dezembro que Tomás Correia formalizou a decisão de não contar com Félix Morgado na liderança do Montepio, apesar de ainda faltar um ano para o final do mandato — terminava em dezembro de 2018. A Associação Mutualista anunciou depois que tinha escolhido Nuno Mota Pinto para assumir a presidência do banco, por ter o “perfil requerido para a execução da estratégia definida”. A restante equipa conta também com Pedro Ventaneira, antigo diretor de risco do banco Haitong, João Rosete, diretor comercial do Novo Banco, e Helena Soares Moura, jurista da seguradora Ageas.
Esta quarta-feira, o Público avança que dois membros do conselho geral da Associação Mutualista questionam as condições da nova gestão para gerir o Montepio. Em causa estão alegados créditos em atraso, que constavam, até dezembro passado, das listagens do Banco de Portugal. A denúncia partiu de Carlos Areal e Viriato Silva, que fazem parte de uma lista opositora a Tomás Correia, que não especificam a quem se referem.
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