Indústria da cortiça quer financiar plantação de sobreiros
Indústria preocupada com a sustentabilidade do setor, numa altura em que as exportações caminham para os mil milhões de euros anuais. Há planos para expandir área de sobro em 50 mil hectares.
A indústria da cortiça tem planos para financiar e aumentar a área ocupada por sobreiros em mais de 50 mil hectares, um movimento que tem como objetivo promover a sustentabilidade futura do setor corticeiro. A notícia é avançada este domingo pelo Público (acesso condicionado), que cita números e informações da Associação Portuguesa da Cortiça (APCOR).
O diário refere que o setor está a começar a olhar para a realidade da indústria, numa altura em que os dados mais recentes apontam para que Portugal tenha 737 mil hectares de montado de sobro nacional, o que representa cerca de 35% do total mundial. No entanto, o cenário atual é de redução da produção nacional e aumento das importações.
Em 1960, o montado nacional produzia 221 mil toneladas. Agora, em média, produz 100 mil. Em 2017, aliás, nem a isso chegou: os sobreiros plantados em Portugal produziram apenas 75.500 toneladas de cortiça. Além disso, enquanto o país importava 41 mil toneladas de cortiça em 2009, no ano passado esse valor chegou às 87 mil toneladas. Os preços da arroba de cortiça também estão a subir: aumentaram 10% no ano passado, para cerca de 30 euros. Quanto ao mercado, o panorama é de aumento da procura mundial por produtos de cortiça.
O problema é que o sobreiro é um investimento de muito longo prazo e só recentemente começaram a ver-se resultados de um novo método testado junto à barragem do Maranhão, chamado de “micro-irrigação”, refere o Público. Tradicionalmente, a primeira extração num sobreiro novo acontece ao fim de 25 anos, a segunda depois de 20 ou 25 anos e, só depois de mais nove anos, é que se extrai a primeira cortiça para produção. O novo método permite retirar essa cortiça ao fim de 36, em comparação com os 59 que, num cenário mais moroso, são por norma necessários.
Assim, o jornal lembra que a Corticeira Amorim COR 0,00% anunciou em 2016 que tem planos para plantar 500 hectares de montado de “micro-irrigação”, para melhorar o retorno de quem investe no montado de sobro.
As exportações portuguesas de cortiça estão prestes a ultrapassar a fasquia dos mil milhões de euros por ano — representaram 986 milhões em 2017, segundo o Público. Mais de 70% dos produtos eram rolhas de cortiça para garrafas.
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